Este documento discute três tópicos: 1) acidose metabólica e alterações nos exames laboratoriais; 2) caso clínico de um paciente alcoólatra com lesão hepática crônica e alterações nos exames; 3) uso de antibióticos em pacientes cirróticos para prevenir encefalopatia hepática.
Este documento discute três tópicos: 1) acidose metabólica e alterações nos exames laboratoriais; 2) caso clínico de um paciente alcoólatra com lesão hepática crônica e alterações nos exames; 3) uso de antibióticos em pacientes cirróticos para prevenir encefalopatia hepática.
Este documento discute três tópicos: 1) acidose metabólica e alterações nos exames laboratoriais; 2) caso clínico de um paciente alcoólatra com lesão hepática crônica e alterações nos exames; 3) uso de antibióticos em pacientes cirróticos para prevenir encefalopatia hepática.
1. A figura refere-se a que situação clínica? Explique.
Acidose metabólica. Inibição do ciclo da ureia acumula amônia, ocorre em deficiências enzimáticas, problemas hepáticos. Produção de ácidos, tentativa renal de excretar H+ na forma de NH4 na urina e CO2 pelos pulmões. Aumento da reabsorção de HCO3 pelos rins. 2. Cite e explique dois exames laboratoriais que estarão alterados nesta condição. pH alterado na gasometria, EB negativo pelo consumo de HCO3.
2) P.J., masculino, 41 anos, alcoólatra, de hábito alimentar escasso e hipoproteico, queixa de
coloração amarelada da pele e olhos há cerca de 3 meses. Há mais de um ano sente astenia, há edema MMII e oligúria. Os sintomas se agravaram há alguns meses, atrapalhando inclusive sua capacidade de trabalho. Quando procurou serviço médico nessa época de piora foi diagnosticado com anemia, e tratado com sulfato ferroso, mas não foram feitos novos exames para analisar a eficácia. 1. Qual o provável mecanismo da anemia desse paciente? Pacientes hepatopáticos podem desenvolver anemia, visto que tal órgão é responsável pela síntese do ferro presente na hemoglobina, a carência de ferro provoca anemia. 2. Quais enzimas estão alteradas? Por quê? GamaGT, fosfatase alcalina, ALT, AST - indicam lesão hepática crônica, a lesão de hepatócitos permite sua liberação e mensuração no sangue. 3. O que é tempo de protrombina? Ele está alterado? Por quê? Tempo necessário a ativação da cascata de coagulação; o fígado é responsável pela produção dos fatores de coagulação, como a má função hepática há menos fatores e dificuldade de coagulação. 4. Comente o perfil eletroforético observado. Diminuição das proteínas produzidas produzidas pelo fígado devido a lesão e elevação da fração gama, ou seja, anticorpos, sistema imune atuante. 5. Por que há alterações na glicemia e ureia? Comprometimento das vias hepáticas de gliconeogênese e ciclo da ureia, devido ao dano causado pelo uso crônico de álcool.
3) Frequentemente se administra antibióticos a pacientes cirróticos, por quê?
Evitar encefalopatia hepática. As substâncias que são absorvidas para a circulação sanguínea provenientes dos intestinos passam pelo fígado, onde são normalmente eliminadas as toxinas. Muitas dessas toxinas (como a amônia) são produtos de decomposição normais, resultantes da digestão das proteínas. No caso da encefalopatia hepática, as toxinas não são eliminadas porque a função hepática está afetada. Assim, busca-se suprimir a produção de amônia pelas bactérias intestinais. 4) Você esperaria aumento ou diminuição dos seguintes parâmetros em caso de obstrução total da drenagem da bile para o duodeno? 1. Bilirrubina total e fracões - aumento (obstrução impede secreção, estase da bilirrubina com eventual dispersão para o sangue, elevando os níveis séricos de ambas as frações) 2. Urobilogênio fecal e urinário - diminuição, não secreção de bilirrubina para o duodeno impede conversão para urobilogênio 3. Ácidos biliares na urina - aumento, menor secreção para intestino e maior eliminação da fração presente no sangue 5) 1. Cite e explique duas intervenções e tratamentos que atuam no mecanismo da figura. (várias respostas possíveis) Sulfonilureias bloqueiam canais de K dependentes de ATP, aumenta despolarização da célula beta pancreática, ativando canais de Ca voltagem dependentes, que aumentam a secreção de insulina. Moduladores GLP1 atuam como antagonistas do glucagon, ou seja, inibe o inibidor da secreção de insulina. 2. Explique qual rota metabólica é afetada pela metformina. Gliconeogênese, diminui a produção de glicose no fígado. 6) 1. Explique a situação clínica Dieta cetogênica. rica em gorduras e baixa em carboidratos. Objetiva mobilizar o tecido adiposo porque com pouca glicose no sangue é preciso lipólise. Pode haver cetonúria e cetonemia, mas não acidose metabólica porque usa-se o combustível alternativo. Baixa ingesta de carboidratos resulta na falta de glicose para os tecidos; o pâncreas secreta glucagon, que estimula glicogênese. Como não há estímulo insulínico o ciclo de Krebs é inibido, acetil-CoA que provém da lipólise e beta oxidação será destinado a cetogênese, produzindo corpos cetônicos. 7) Lactente apresenta diarreia e irritabilidade há 6 dias, e piora do estado geral há um dia. No exame físico – boca seca, taquicardia, taquipneia, e pressão arterial indetectável. A gasometria mostra pH 6,75, pO2 100, pCO2 6, HCO3 1, BE – 45. Na+ plasmático 159, K+ 4,9, Cl 148, lactato 1,8. 1. Qual o provável diagnóstico? Explique. Não há dados suficientes para fechar nenhum diagnóstico, ou seja, há mais de uma hipótese diagnóstica possível, por exemplo: choque hipovolêmico resultante de desidratação; a diarreia causou perda de água, contração hipertônica, aumento de eletrólitos. A má perfusão aumenta formação de lactato nos tecidos periféricos, resultando na captura de HCO3, agravando a alteração de BE. Há tentativa de compensação cardiorrespiratória, com aumento da FC e FR. A hiperventilação aumenta a eliminação de CO2. 8) A fim de duplicar a concentração de equilíbrio de uma fármaco: O que é necessário fazer com a dose de ataque? E a de infusão? Duplicar a velocidade de infusão. A de ataque não muda. 9) Um fármaco cuja concentração tecidual é mais elevada que a plasmática possui que característica farmacocinética? Explique. Grande volume de distribuição, baixa biodisponibilidade. O volume para conter toda a dose absorvida é alto. 10) A alteração intencional do pH urinário pode ser útil para eliminação de fármacos durante uma intoxicação. Como acelerar a eliminação renal de ácido acetilsalicílico (pka = 3.5)? Justifique. A forma não ionizada pode ser reabsorvida, por isso deve-se estimular a ionização do fármaco para ser eliminado. Substâncias ácidas são melhores excretadas em pH alcalino, pois para excreção é desejado que não sejam lipossolúveis – pois assim não retornam da urina para o plasma. Ou seja, deve-se alcalinizar a urina, aumentar o ph.
11) Descreva o conceito geral da forma farmacêutica solução.
Solução: líquida, límpida e homogênea; contém um ou mais princípios dissolvidos em um solvente adequado. Pode ser injetável, aerossol, gotas. 12) Calcule a depuração plasmática do clonazepan considerando uma velocidade de 2,6 mL/min/kg, com 80% do fármaco excretado sem alteração na urina, para um homem de 90 kg. Se a velocidade é 2,6 mL/min/kg - para um homem de 90 quilos multiplicamos e obtem-se 234 mL/min. Entretanto, apenas 80% do farmaco é excretado segundo o enunciado. Assim 0,8 x 234 = 187,2 ml/min. 13) Para um paciente de 70 kg e 60 anos de idade, a amoxicilina tem depuracao de 6,7 L/h e é uniformemente distribuída nos 42 litros totais de agua corporal. Calcule a meia vida plasmática do fármaco. É importante decorar a fórmula da meia vida: Clearance = 0,693 x volume de distribuição / tempo de meia vida do fármaco
6,7 L por h = 0,693 x 42 L / meia vida
6,7 Meia vida = 29,106
Meia vida = 4,3 h
Nesse caso a depuração já está específica para os dados 70 kg e 60 anos então basta fazer o cálculo.
14) Observe a conjugação
1. Qual reação está ocorrendo e qual elemento está sendo incluso?
Reação de fase II, substituição de OH por grupamento glucoronideo. Conjugação com ácido glicurônico formando metabólitos menos reativos e mais hidrossolúveis.
2. Qual a consequência dessa reação para a eliminação desse fármaco?
Facilita a eliminação por diminuir a lipossolubilidade e assim a reabsorção. 15) Um paciente de 40 anos e 70 kg foi tratado de infecção com 2000 mg de vancomicina como dose de ataque IV. O pico da concentração no plasma foi de 28,5 mg/L. Qual o volume de distribuição? Dose = concentração x volume 2000 mg = 28,5 mg/L x volume Volume = 70 L
70 L para uma pessoa de 70 kg -
Tem que dividir porque a unidade do volume de distribuição é litro por quilo. Resposta 1L/kg
16) Um paciente internado diagnosticado com infecção bacteriana sensível a ciprofloxacino
comprimido a cada 12 horas via sonda entérica não apresenta melhora clínica. Identifique o problema e descreva as intervenções. Interações do fármaco com cations presentes no tubo da sonda entérica, causando inativacao e deposição. Interrupção da alimentação 1 hora antes de administrar o comprimido.