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Este texto tem a finalidade de discutir a evolução histórica das Políticas Públicas para a
Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Brasil, vinculando-se de forma explicita
aos meios de produção capitalista, por intermédio dos currículos profissionais de técnicos
de nível médio, segmentando todo processo educacional. Essa segmentação se traduz nas
dualidades educacionais: currículos profissionais, ofertado para as classes populares e
currículo propedêutico, ofertado para as classes dominantes. Tais dualidades desenvolve-
se a partir do século XIX, perpassando o século XX e chega ao século XXI, que serão
explicitados pela interlocução e os contextos evidenciados, em três momentos distintos:
a) o processo histórico da EPT e o sistema de produção capitalista; b) possibilidades reais
de uma formação cidadã pela EPT; e c) retorno das perspectivas comprometedoras do
Ensino Médio e da EPT.O primeiro momento, refere-se ao século XIX, com origem da
EPT no Brasil, caracterizada pela produção agrária, perpassando o século XX,
caracterizada pelo ciclo da industrialização e desenvolvimentismo, a posteriori pelo
adoção do modelo neoliberal, que culmina nos anos iniciais do século XXI. Essa oferta
de currículos diferenciados, restringe as classes populares o acesso ao ensino superior,
por reduções de conhecimentos propedêuticos no currículos profissionais. Na segunda
etapa, na sequência dos anos iniciais do século XXI, a EPT aponta um cenário
educacional, cujos currículos dos cursos técnicos de nível médio permitem a integração
de conhecimentos humanísticos, científicos tecnológicos, mantendo uma articulação com
o sistema de produção capitalista, de forma crítica e qualificada. Essa qualificação,
possibilita aos alunos do ensino técnico, a inserção no mundo do trabalho, como também,
o acesso aos cursos de graduação. Por fim, considerando o atual panorama educacional
amparado pela Lei 13.415/2017, que estabelece uma nova reforma do ensino médio nas
escolas públicas, cujo currículo compõem-se por uma Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e flexibiliza a oferta de cinco itinerários formativos, dentre eles, a oferta da
própria formação técnico-profissional e a concessão de certificados intermediários de
qualificação para o trabalho (BRASIL, 2017). Com efeito, permite o retorno de maneira
aviltante da dualidade educacional, onde será destacado os pontos de interlocuções de um
currículo reducionista para o ensino médio e uma formação técnico profissional precária
da EPT, restringindo novamente o acesso das classes populares ao ensino superior. Não
obstante, as instituições federais, por mecanismos legais, mantém a oferta de cursos com
a integração de formação científica, humanística e tecnológica, cujas perspectivas
apontam duas qualificações: a inserção no mundo do trabalho e o prosseguimento de
estudos superiores.
Essa etapa tem por finalidade explicitar uma visão sistêmica da origem e da
evolução histórica da EPT e sua vinculação com meios de produção capitalista no Brasil,
desenvolvida em oito momentos distintos. Estas etapas contemplam o século XIX, com a
produção agrícola, o século XX, divididos em dois momentos; o processo de
industrialização desenvolvimentista e a posteriori, com um programa neoliberal,
chegando ao seu ponto final, no início do século XXI.
O ponto de partida do conceito de “profissionalização” direcionado à classe
trabalhadora, surge a partir de 1809, com a criação do Colégio das Fábricas (Parecer
CEB/CNE 16/99), desenvolvendo o ensino profissional com a aprendizagem de “ofícios
como a tipografia, carpintaria, sapataria, tornearia”, dentre outras. Nesta época já existia
os chamados “Asilos da Infância dos Meninos Desvalidos” que ensinavam as “primeiras
letras e encaminhavam os egressos para oficinas públicas e particulares, através do
Juizado de Órfãos”, conforme Moura (2007). Nesse sentido, o Brasil no século XIX,
segundo Azevedo, Coan e Shiroma (2012, p.28), citando Cunha (2000), já vivenciava um
“período de aumento da produção manufatureira”, o que provocou o surgimento de
aprendizes de ofícios, como ferreiro, carpinteiro e pedreiro.
(...) o acesso ao nível superior se dá pelo domínio dos conteúdos gerais, das
ciências, das letras e das humanidades, considerados como únicos saberes
socialmente reconhecidos como válidos para a formação daqueles que
desenvolveriam as funções de dirigentes (...). Assim é que os matriculados ou
egressos dos cursos profissionais não tinham reconhecimento para um saber
voltado a um campo específico de trabalho, tendo de fazer adaptação a um
currículo que era composto por línguas, ciências, filosofia e arte (KUENZER,
2007, p.14).
E ainda,
Nessa relação EPT e trabalho, destinada aos filhos dos trabalhadores, Frigotto
(2003) constata: “foi subordinada às necessidades e as demandas do processo de
acumulação do capital”. Verifica-se uma contradição, característica do sistema
capitalista, pois, ao mesmo tempo que possibilita o acesso dos egressos dos cursos
técnicos ao nível superior, o limita por meio de currículos desprovidos dos conhecimentos
humanísticos e científicos, o que denominamos da Quarta Dualidade Educacional.
Dando continuidade às reformas da EPT, cria-se a Lei 4.024/1961, que fixava as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional e tinha como finalidade estabelecer uma
equivalência curricular entre os Cursos Técnicos e o 2º grau. No entanto, a segmentação
educacional foi mantida, nos limites da produção capitalista, ou seja, mais uma tentativa
em vão: a) o ensino médio propedêutico voltado ao ensino superior para as elites
brasileiras; e b) os cursos técnicos, onde as disciplinas de formação humanística e
científica eram reduzidas e direcionadas a uma formação específica mercadológica.
Essa estratificação social, permite assim, uma inserção imediata dos
trabalhadores no mercado de trabalho, com a implantação nos dizeres de Neto (2002), em
1963, do Programa Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial (PIPMOI), em
1964, do Centro de Integração Escola e Empresa (CIEE) e em 1970, do Centro Nacional
de Aperfeiçoamento de Pessoal para Formação Profissional (CENAFOR). Tais
programas evidenciam uma EPT com os currículos discriminatórios de formação
tecnicista, vocacionada aos interesses de uma industrialização das classes dominantes,
sendo assim, descortina-se a Quinta Dualidade Educacional.
Nesse cenário de alterações curriculares constantes, mais uma intervenção se
apresentava na realidade da EPT, com a promulgação da Lei 5.692/1971, que fixou outras
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Isso se traduz, na constituição curricular do
ensino de 2o grau de formação específica, cujos cursos ofertados deveriam
obrigatoriamente destinar-se à uma Habilitação Profissional Plena ou Parcial, a chamada
“lei da profissionalização compulsória”. Segundo os estudos de Frigotto, Ciavatta e
Ramos (2005) essa lei promoveria de vez a superação do rebaixamento curricular
mercadológico, com a oferta de cursos técnicos, integrando a formação geral e a formação
técnica, tornando-se relevante os conhecimentos teóricos e práticos para a cidadania e a
profissionalização dos trabalhadores.
Entretanto, de forma incoerente com o discurso, ao invés de se ampliar a
duração do 2o grau para incluir os conteúdos da formação profissional de
forma integrada aos conhecimentos das ciências, das letras e das artes, o que
houve foi a redução dos últimos em favor dos primeiros, os quais assumiram
um caráter instrumental e de baixa complexidade. E isto não ocorreu por acaso,
pois fazia parte da própria concepção de desenvolvimento do País e da reforma
educacional em questão (BRASIL, 2007b, p 15).
(...) a partir da Lei n. 7.044/82 até o final da década de 80, as escolas técnicas
federais desempenhavam sua função de formar técnicos de segundo grau com
reconhecida qualidade, merecendo o respeito das burocracias estatais e da
sociedade civil, que as isentavam de qualquer questionamento sobre seu papel
econômico e social relativamente às respectivas obrigações educacionais
(RAMOS, 2006, p. 285).
Diante desta determinação legal, a determinada expansão só poderia ser feita por
meio de cooperações técnicas: a) as instituições pertencentes à rede federal seriam
responsáveis pelo projeto e o acompanhamento pedagógico dos cursos técnicos; b) o
PROEP por meio de investimentos internacionais na criação dessas novas escolas; e c) as
prefeituras, as empresas e a comunidade local dos municípios, se encarregariam de arcar
com os custos e a manutenção dos cursos técnicos a serem ofertados. Com efeito, os
alunos ingressantes nessas escolas se tornavam responsáveis por parte dos custos de
manutenção das mesmas, o que implicava na cobrança de matrículas e de mensalidades
escolares.
Essa tentativa de privatização, com a expansão do ensino técnico, conforme a
Lei 9.649/1998 para construção de Centros de Educação Profissional, que de acordo com
o documento Brasil (2007b), não se consolidou; devido à falta de experiência na oferta
do ensino técnico, ao não cumprimento das exigências contratuais, a dependência de
recursos para a manutenção e a autonomia de gestão. Isso acarretou “o abandono das
instituições, concluídas ou não, ou dos equipamentos ou permaneceram funcionando em
estado precário” (BRASIL, 2007b, p.22).
Como nos informa Kuenzer (2000), as políticas públicas para a EPT a partir de 1996
adotaram a lógica do Estado mínimo, sob a argumentação da “racionalidade econômica
que previa, inclusive, o repasse progressivo das ações do Estado para a esfera privada”,
traduz-se em uma argumentação favorável, aos discursos da privatização das instituições
de EPT.
Não obstante, as instituições federais que por lei, só ofertavam o ensino técnico
“integrado”, mesmo de caráter reducionista, resistiram a este projeto de privatização. No
entanto, as escolas federais por imposição, tiveram que aumentar a oferta do ensino
técnico e reduzir a oferta do ensino médio. Com efeito, houve um desmonte parcial das
escolas federais, e como consequência uma redução de seus orçamentos públicos.
Perante a política governamental do Estado mínimo e de acordo com Machado (2008), a
formação de perfis profissionais estreitos, pautada no imediatismo, no pragmatismo e no
tecnicismo, reforça o preconceito contra a profissionalização e enraíza a crença de ser
essa uma opção para as classes desfavorecidas. Portanto, reforça também a concepção
fordista, que determina a separação das atividades intelectuais e do trabalho prático.
Com isso a educação foi radicalmente modificada, tornando-se cada vez menos
politécnica (...) e cada vez mais instrumental: os conteúdos estão fortemente
carregados de ideologias e o debate educacional é pautado em grande parte
pelos “homens de negócios” (LEHER, 1998, p. 130).
1
http://redefederal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=52&Itemid=2
força legal do decreto, permitiu-se também a manutenção da oferta do ensino médio
desvinculado do ensino técnico, nas modalidades concomitância externa e subsequente,
oriundas do governo FHC. No nosso entendimento, podemos denominar a política de
conciliação educacional.
Assim sendo, o Ensino Médio com a carga horária mínima de 2.400 horas,
composto pelas disciplinas de formação geral (humanas e científica), denominada de Base
Nacional Comum (BNC), passou a ser o suporte integrador em relação às disciplinas de
formação específica do Ensino Técnico, composta com uma carga horária mínima entre
800 e 1200 horas, oriundas das Áreas Profissionais dispostas na Resolução 04/1999.
Ressalta-se que as instituições da RFEPCT, de uma forma geral, fizeram um ajuste
curricular para possibilitar a integração curricular, mantendo-se entorno de 2400 horas
para o Ensino Médio e 1200 horas para o Ensino Técnico. Essa formatação curricular,
permitiu um horário de aulas semanais adequado aos estudos, integrando as disciplinas
de formação geral e específicas, sendo estas, em conformidade com as denominações dos
cursos técnicos.
A partir desse padrão curricular, segundo Frigotto (2006), permite o resgate de
uma formação politécnica, na produção de conhecimentos integrados da “física, da
química, da eletricidade, mas também da sociedade, dos seres humanos, da psicologia, da
arte e da cultura”.
2
Documento elaborado em 2007, referente ao Pacto Pela Valorização da Educação Profissional e Tecnológica –
Proposta de Agenda Mínima Pactuada entre o MEC/SETEC – CONCEFET – CONDAF – CONDETUF – SINASFE.
A posteriori a promulgação da Lei 11.741/2008, onde a EPTNM nas
modalidades integrada, concomitância externa e subsequente, incorporam-se a Educação
Básica de forma definitiva, e não mais são tratados de formas complementares ou
paralelas, com estabelecida na LDBEN de 1996.
Outra inovação curricular, foi a revogação da Resolução 04/1999, que tratava as
denominações e os perfis dos cursos técnicos em Áreas Profissionais estanques, quando
da instituição e da implantação do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos (CNCT),
conforme Resolução 03/2008, delineado pelo perfil profissional de cada curso conforme
os Eixos Tecnológicos, de acordo com os processos evolutivos de caráter técnico
científico.
Mais à frente em 2012, duas Resoluções, a de nº 02, que define Diretrizes
Curriculares Nacionais do Ensino Médio e a de nº 06, que dispõe sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais da EPTNM. Tais diretrizes trazem em síntese a formação integral
do estudante, seus princípios norteadores: “o desenvolvimento da autonomia intelectual,
respeito aos valores estéticos, políticos e éticos para o desenvolvimento para a vida social
e profissional, o pensamento crítico, a compreensão dos fundamentos sócio históricos,
culturais e do científico-tecnológicos dos processos produtivos, os conhecimentos,
saberes e competências profissionais necessários ao exercício profissional e da
cidadania”.
Por fim, a Lei de Cotas, Nº 1.271/2012, que decreta que todas as instituições
federais devem reservar, no mínimo, 50% das vagas de cada curso técnico aos estudantes
de escolas públicas.
Com efeito, os cursos técnicos passam a integrar os conhecimentos humanísticos,
científicos e tecnológicos, promovendo o rompimento com a histórica Dualidade
Educacional. Neste sentido, as Instituições da RFEPCT, mediante essas perspectivas da
EPT, no que tange aos egressos dos cursos técnicos integrados, podem atuar em duas
frentes de trabalho, como políticas de inclusão e desenvolvimento social: a) a inserção
qualificada para o mundo de trabalho contemporâneo; e b) ingressar em cursos superiores
nas universidades públicas e privadas do país.
Sendo a primeira frente, na ocupação de postos de trabalho formais, concretizada
pelo crescimento econômico contínuo, na geração de milhões de empregos e na melhoria
da renda do trabalhador. Articulada a essa, outra etapa, ao implementação de instrumentos
de democratização ao acesso aos cursos de graduação: a) o Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM); b) o Sistema de Seleção Unificada (SiSU); c) a Lei de Cotas; d) o
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
(Reuni); e) o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); e f) o Programa Universidade
para Todos (Prouni).
Não obstante, a partir do governo Temer, houve um retorno ao Estado Mínimo
e intensificado com a aprovação da Emenda Constitucional 95, que limita os
investimentos públicos por 20 anos e mantido pelo governo Bolsonaro, estas políticas de
democratização ao acesso aos cursos superiores, estão seriamente ameaçadas e
comprometidas.
3
O Ideb foi criado em 2007, “[...] pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a
melhoria do ensino” (Brasil, s.d).
De maneira complementar, a lei faculta aos sistemas de ensino a oferta de
formação técnica e profissional, que terá validade os conteúdos de práticas de trabalho no
setor produtivo ou em ambientes de simulação, agravando a precarização de um currículo
reducionista. Nessa formação instrumental e operacional, mais um prejuízo pedagógico,
a concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho, estruturada e
organizada em etapas com terminalidade.
Na continuidade das análises do itinerário formativo técnico profissional,
explicita-se que as escolas podem estabelecer parcerias com outras instituições com os
setores privados e o sistema S de ensino. Dessa relação, pode-se limitar investimentos de
toda ordem, dificultando a expansão do ensino médio em instituições de ensino público.
Associado a esse processo de segmentação da formação técnico profissional, as
normas vigentes permite duas práticas pedagógicas: a) o profissional bacharel, que atestar
notório saber em qualquer habilitação técnica, poderá receber certificado para o exercício
da docência, e b) qualquer profissional, independentemente de seu nível ou grau de
formação, que possa comprovar seu saberes, pode se tornar professor em educação
profissional. Essa desqualificação do notório saber no tocante a profissão docente, além
da contraposição da formação em cursos de licenciaturas presentes na Lei 9.394/1996,
compromete mais ainda a formação técnico profissional.
Além das retidões impostas pelos fatos relatados anteriormente na lei vigente, os
cinco itinerários formativos estabelecidos, dada a especificidade desse nível de ensino,
podem agravar as opções dos jovens adolescentes, ainda indecisos, em escolhas
profissionais e acadêmicas futuras. Com efeito, a organização curricular se limita a
itinerários desconexos e solitários e engessa a possibilidade da superação entre as
fronteiras do conhecimento, o que será determinante para inserção no mundo do trabalho
e o acesso aos cursos de graduação.
Ao negar aos jovens de escolas públicas o direito a uma formação integral e
cidadã na complementação de sua educação básica, condena-os a uma formação
meramente instrumental. Nessas perspectivas, como atingir a “finalidade desse ensino
médio”, que é atender as especificidades regionais e direcionar os estudos para o acesso
ao trabalho e ao ensino superior. Sendo assim, as possibilidades se tornam mínimas ou
quase nenhuma para acessar o ensino superior, pelo ENEM, mesmo considerando os
programas supracitados de ampliação democrática as universidades. Por outro viés, a
formação técnica profissional, que visa aos interesses mercadológicos, vai proporcionar
uma ocupação profissional simplista e instrumental. Isto acarreta um fosso ainda maior
entre os estudantes de escolas públicas e escolas privadas, o que se traduz em uma
segmentação curricular aviltante, promovendo o retorno da Oitava Dualidade
Educacional.
Em relação a especificidade da EPT, a lei vigente faculta aos sistemas de ensino,
que o itinerário formativo poderá ser integrado, e se traduz na composição de
componentes curriculares da BNCC (Brasil, 2017b). Essa prerrogativa possibilita a
manutenção do ensino técnico e médio integrado, nas instituições da RFECT. Contudo,
embora haja essa prerrogativa legal, há que se questionar se o governo federal irá fazer a
manutenção e/ou expansão desses cursos, caso haja interesse institucional em assim
permanecer.
Não obstante, estas políticas educacionais estão seriamente ameaçadas, pela
aprovação da Emenda Constitucional 95, que limita os investimentos públicos por 20
anos, aprovada no governo Temer e mantida no governo Bolsonaro.
Em função desse teto de gastos, a restrição orçamentária nas escolas da
RFEPCT, já impacta os projetos da EPT e dos Cursos Técnicos Integrados. Por enquanto,
constata-se que as limitações orçamentárias permite as escolas federais o
desenvolvimento dos projetos educacionais já existente. A continuidade desse teto de
gastos, poderá, no futuro próximo, levar a RFEPCT a estagnação ou redução da oferta
dos cursos técnicos integrados, ou se submeter, aos currículos reducionistas estabelecidos
pela Contra Reforma do Ensino Médio.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
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Azevedo, L.; Shiroma, O. E.; Coan, M.. As políticas públicas para a educação profissional
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