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5ª AULA Diagnóstico por imagem 22/03/2021

Osteossarcoma
Caracteristicas

 É tumor primário de tecido ósseo


 Acomete várias espécies, inclusive humanos;
 Comum em cães e raros em gatos;
 Machos são mais acometidos
 Raças grandes e gigantes de meia idade a idosos (7 anos).

Raças preisponentes:

 Dinamarques;
 São Bernardo;
 Setter Irlandês;
 Dobermann;
 Pastor Alemão e
 Boxer.

Causas desconhecida, mas pode estar relacionada com:

 Traumas;
 Radiação;
 Osteomelites;
 Fraturas ou
 Natureza genética.

Comportamento biológico

 Infiltração local agressiva


 Tecidos subjacentes
 Rápida disseminação hematogênica (pulmões).

Formas:

 Clássico ou central: desenvolve-se no interior do osso;


 Justacortical: desenvolver-se junto ao periósteo;
 Endosteal: desenvolve-se junto ao endósteo;
 Telangiectásico: necrose, degeneração cística e fraturas patológicas.
 Secundário à irradiação: “sombra” aplicação.

METÁSTASE ÓSSEA.

Raros em gatos e baixa frequência em cães;


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 Carcinoma de células transicionais do trato urinário;


 Hemangiossarcoma;
 Adenocarcinoma mamário;
 Adenocarcinoma prostático.

Características Clínicas

Extremidades dos ossos longos:

 Rádio distal (próximo ao carpo).


 Úmero proximal (próximo ao ombro),
 Fêmur distal (próximo ao joelho) e
 Tíbia distal (próximo ao tarso).
Outros locais podem ser acometidos.
Normalmente em Região metafisária
Há exceções (epifisários)

Sinais e Sintomas

 Dor
 Edema
 Aumento da Tº, confundido com problemas ortopédicos.

Localização e Incidencia:

 Fêmur 37,2%
 Ùmero 35,19%
 Rádio 17,5%
 Tibia 17,93%
 Cabeça 14,76%
 Vértebra 12,65%
 Costela 9,4%
 Escápula 8,4%
 Ulna 8,4%
 Bacia 6,3%
 Metacarpo 4,2%

Exames laboratoriais

Fosfatase alcalina:

 Diagnóstico e prognóstico;
 Indica a atividade osteoblástica;
 Pode estar grandemente elevado;
 Valores normais não afastam o osteossarcomo e;
 Não significam cura no processo.

Diagnosticos por imagem


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Função:

Distinguir as neoplasias ósseas de outra condições não neoplásias como:

 Avaliação da extensão do envolvimento ósseo


 Fraturas,
 Osteomielites e:
 Doenças ósseas metabólicas

Radiograficamente, os osteossarcomas
caracterizam-se por um padrão misto
lítico/proliferativo na região da metáfise do osso
acometido.

Radiografia do fêmur, caudocranial (A) e mediolateral (B), Note a metástase salteada (“skip
metastasis”) na região proximal da diáfise do fêmur

 Como parte da rotina radiografias torácicas, com incidências lateral direita e


esquerda e uma ventrodorsal, devem ser examinadas á procura de metástases
pulmonares.

Radiografia do tórax de um paciente humano portador de metástases de um osteossarcoma da


extremidade distal do fêmur.
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Pequenos nódulos correspondendo a metástases de osteossarcoma no pulmão, assinalada pelas


células

Lesão destrutiva com bordos indistintos, que gradualmente destrói a cortical óssea e apresenta
invasão extra-óssea, formando o triânguo de Coldman

Radiografia mostrando o triângulo de Coldman em um osteossarcoma da extremidade distal do


fêmur.

A reação periosteal esta frequentemente presente tem uma aparência de “raios de sol”.

Radiografia de um corte da peça cirúrgica de um osteossarcomado úlmero, onde se evidencia raios


de sol e a invasão de epífise, através da placa de crescimento.

 Tumores osteoblásticos: Osso esclerótico com o aspecto radiográfico mais comum.


 Tumor telangiectásico: lesão pode aparecer totalmente lítica e cística.

Nesses casos o diagnóstico pode ser confundido com um cisto ósseo a neurismático ou
com um tumor de células gigantes.

A TC (tomografia computadorizada) ou a RM (ressonância magnética):


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 Estabelecer um plano cirúrgico.


 Tecidos moles envolvidos.
 Destruição e produção óssea e
 Estadiamento pré-operatório.

Ressonância magnética (B) de um paciente humano portador de osteossarcoma da extremidade


proximal da tíbia. Note a invasão extracortical bem visibilizada na ressonância, assim como o
comprometimento da epífise através da placa efisária

Cintilografia:

 Método eficiente e altamente sensível.


 Precocidade das informações (pode preceder em 6 meses) e
 Detecção de metástases.

O radiofarmaco (99mmTcMD) é administrado por via IV, incorpora-se a matriz cristalina do


esqueleto, sendo dependente do aporte vascular e reação osteogênica, refletindo, as condições do
metaboliso ósseo. (DALECK et al. 2002)

O radiofármaco (99mmTcMD) é administrado por via IV, incorpora-se a matriz cristalina do


esqueleto, sendo dependente do aporte vascular e a reação osteogênica, refletindo, as condições do
metabolismo ósseo. (DALECK et al. 2002)

Posicionamento radiográfico

 Na maioria das vezes duas projeções são suficientes.


 Metáfises proximais e distais
 Possibilidade de acometer ossos próximos.
 Posicionamento para articulações.

Úmero Proximal:
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 Vista mediolateral (ML): Em decúbito lateral, puxa-se a Escápula sobre a região cranial da
coluna cervical em ângulo de 45º. O membro contra-lateral é sobrecolocado caudalmente
acima dos tecidos moles para melhor visualização (evitando o Esterno e Costelas).

 Vista caudocranial (CdCr): Em decúbito dorsal, tomba-se o Esterno ao lado oposto a ser
examinado (30º inclinação) e o membro é estendido.
 A abdução excessiva do Úmero pode causar subluxação artificial ou pode ocorrer a
frouxidão da articulação, para evitar estes artefatos alinha-se a escápula com o Úmero.

Radio distal:

 Vista mediolateral (ML): Em decúbito lateral, o membro é cocado junto ao filme e o mesmo
contralateral é puxado junto perpendicularmente ao tórax.
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 Vista dorsopalmar (DPa): Em decúbito dorsal, o membro é puxado para fora. Deve-se
abduzir levemente o cotovelo de maneira que se evite a projeção oblíqua do carpo.

Vista dorsopalmar (DPa):

Fêmur distal:

 Vista caudocranial (CdCr): Em decúbito ventral, o membro é puxado caudalmente para uma
posição de extensão máxima e o membro contralateralé puxado para uma almofada de
espuma.

 Vista mediolateral (ML): Em decúbito lateral, o joelho é colocado sobre o chassi, o membro
contralateral é fletido e abduzido e o feixe de raio-x é centrado no espaço articular.
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Tibia distal:

 Vista dorsoplantar (DPl): em decúbito dorsal, o membro é puxado cranialmente para fora do
corpo. O feixe é centrado na porção proximal da articulação intratarsal.

 Vista mediolateral (ML): Em decúbito lateral, o membro é colocado sobre o chassi, á


articulação tibiotarsal é flerido e membro contralateral é puxado cranialmente.

Diagnóstico diferencial

Sempre confirmar com biópsia, diferenciar de:

 Osteomielites bacteriana ou fúngica,


 Infarto ósseo,
 Extensão direta de tumores ósseos ou provenientes de tecidos moles,
 Osteopatia hipertrófica,
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 Hipervitaminose A,
 Reações periosteais traumáticas e Cistos ósseos aneurismais.

Estadiamento

Pemite:

 Avaliar o grau de comprometimento


 Melhor estratégia de tratamento
 Análise dos resultados dos exames

Classificação

 Estágio Local ou Inicial: Restrita ao órgão de origem, sem metástases.


 Estágio Regional: fora do órgão de origem, mas próximo (linfonodos)
 Estágios Regional Extenso: atravessando vários tecidos.
 Estágio Avançado: disseminado pelo corpo através de metástases.

Tratamento

Amputação ainda é o tratamento:

 Sobrevida de 4 meses (apenas amputação)


 Sobrevida maior com amputação + cisplatina

Tem efeito de prolongar significativamente os intervalos livres da doença.

Quimioterapia

Protocolo com cisplatina:

 Efeitos colaterais: nefro ou ototoxidade, distúrbios gastrintestinais e mielossupressão.


 Diurese salina para minimizar anefrotoxicidade

Outros Protocolos:

 Cisplatina + doxurrubicina: resultados satisfatórios.


 Carboplatina e associações: resultados semelhantes, mas é menos nefrotóxica.

Acompanhamento:

 Leucócitos;
 Plaquetas;
 Ureia
 Creatinina sem proteinúria

Radioterapia:

 Ocasionar alivio ou até remissão da dor.


 Retardo no crescimento
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 Casos em que há impossibilidade de excisão cirúrgica


 Apesar alguns induzido por radiação, a combinação entre a radioterapia e a cirurgia pode
prolongar a sobrevida.

Plano de tratamento:

 Estadiamento e biópsia
 Quimioterapia neo-adjuvante pré-operatoria.
 Cirurgia, que pode ser ablativa (amputação) ou de preservação do membro.
 Quimioterapia ou radioterapia pós-operatoria.
Resposta:

Radiografia da extremidade distal de um fêmur acometido, antes (A) e depois (B) do tratamento
quimioterápico pré-operatorio. Note que houve delimitação das margens do tumor, assim com sua
calcificação, o que fala a favor de boa resposta .

Preservação do membro

 É indicada para garantir sobrevida exatamente igual, ou melhor, do que a amputação.


 Tumor é diagnosticado precocemente.
 Estruturas neuro-vasculares adjacentes livres.
 Pequeno tamanho.
Maior frequência na medicina humana

Indicada:

 Porção distal do rádio ou ulna


 Porção proximal do úmero

Não indicada:

 Porção distal do fêmur ou da tíbia (elevada taxa de infecção e escassez muscular)

Implante ósseo:
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Radiografia da extremidade distal do fêmur humano com 1 ano e 4 meses de pós-operatorio, em


frente (C) e perfil (D) de um paciente que foi submetido á ressecção e substituição por osso de
banco (glicerina)

Prognostico:

 Ruim: mesmo diagnosticado precocemente, sobrevida de até 18 meses.


 Péssimo: presenças de metástases (pulmonares), indicado eutanásia.

Medicina Humana

 Vários estudos genéticos estão sendo conduzidos no sentido de se detectar precocemente o


osteossarcoma ou de se estudar seu prognóstico ou mesmo sua resistência á quimioterapia.

Conclusão

 No caso de osteossarcoma, é recomendada a amputação expectativa média de vida de quatro


a seis meses, embora a cirurgia não seja garantia de sucesso, pois o quadro posterior á
cirurgia pode se agravar, levando o animal a óbito.
 Dependendo do grau de estadiamento não é aconselhável realizar a cirurgia, opta-se pela
eutanásia devido ao estado geral do animal após avaliação e conclusão que o prognóstico é
desfavorável.
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