Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eduardo Menti, Denise Zaffari, Thais Galarraga, João Regis da Conceição e Lessa, Bruna Pontin, Lucia Campos
Pellanda, Vera Lúcia Portal
Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, RS – Brasil
Resumo
Fundamento: O excesso de peso é um fator de risco cardiovascular, pois gera um processo inflamatório crônico que
agrava a função endotelial.
Objetivo: Avaliar a função endotelial de indivíduos com excesso de peso e dislipidemia leve através da dilatação da
artéria braquial mediada pelo fluxo (DABMF) e sua associação com variáveis antropométricas e bioquímicas.
Métodos: Estudo transversal com inclusão de 74 indivíduos e avaliação de variáveis antropométricas (índice de massa
corporal [IMC], razão cintura-quadril [RCQ], circunferência abdominal [CA] e percentual de gordura corporal [PGC]),
bioquímicas (glicemia, insulinemia, proteína C reativa ultrassensível, fibrinogênio, colesterol total, HDL-colesterol,
triglicerídeos e LDL-colesterol) e função endotelial (DABMF, avaliada por ultrassonografia). A análise estatística foi realizada
pelo programa SPSS, versão 16.0. Para estudar a associação entre as variáveis, foram utilizados os testes do qui-quadrado,
t de Student, Mann-Whitney e correlação de Pearson. Regressão logística analisou a influência independente dos fatores.
Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
Resultados: Os participantes tinham uma média de idade de 50,8 anos e 57% eram do gênero feminino. O IMC, a CA, a RCQ
e o PGC não mostraram associação significativa com a DABMF. O gênero masculino (p = 0,02) e níveis séricos mais elevados
de fibrinogênio (p = 0,02) estiveram significativamente e independentemente associados a uma DABMF inferior a 8%.
Conclusões: Em indivíduos com excesso de peso e dislipidemia leve não tratada, o gênero masculino e níveis mais
elevados de fibrinogênio foram associados de forma independente com uma pior DABMF. (Arq Bras Cardiol. 2016;
106(6):457-463)
Palavras-chave: Aterosclerose; Biomarcadores; Endotélio; Obesidade; Dislipidemias.
Abstract
Background: Excessive weight is a cardiovascular risk factor since it generates a chronic inflammatory process that aggravates the endothelial function.
Objective: To evaluate the endothelial function in individuals with excess weight and mild dyslipidemia using brachial artery flow-mediated
dilation (BAFMD), and the association of endothelial function with anthropometric and biochemical variables.
Methods: Cross-sectional study that included 74 individuals and evaluated anthropometric variables (body mass index [BMI], waist-hip ratio
[WHR], waist circumference [AC], and percentage of body fat [PBF]), biochemical (blood glucose, insulinemia, ultrasensitive C-reactive protein,
fibrinogen, total cholesterol, HDL-cholesterol, triglycerides, and LDL-cholesterol) and endothelial function (BAFMD, evaluated by ultrasound).
The statistical analysis was performed with SPSS, version 16.0. To study the association between the variables, we used chi-square, Student’s
t and Mann-Whitney tests, and Pearson’s correlation. Logistic regression analyzed the independent influence of the factors. Values of p < 0.05
were considered significant.
Results: The participants had a mean age of 50.8 years, and 57% were female. BMI, WC, WHR, and PBF showed no significant association with
BAFMD. The male gender (p = 0.02) and higher serum levels of fibrinogen (p = 0.02) were significantly and independently associated with a
BAFMD below 8%.
Conclusions: In individuals with excess weight and mild untreated dyslipidemia, male gender and higher levels of fibrinogen were independently
associated with worse BAFMD. (Arq Bras Cardiol. 2016; 106(6):457-463)
Keywords: Atherosclerosis; Biomarkers; Endothelium; Obesity; Dyslipidemias.
Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br
DOI: 10.5935/abc.20160060
457
Menti et al.
Aterosclerose e obesidade: em busca do elo perdido
Artigo Original
Artigo Original
Artigo Original
Tabela 2 – Associação entre variáveis antropométricas, metabólicas e inflamatórias com a dilatação da artéria braquial mediada pelo fluxo
Figura 1 – Associação entre gênero e dilatação da artéria braquial mediada pelo fluxo. DABMF: dilatação da artéria braquial mediada pelo fluxo.
Níveis elevados de fibrinogênio são fortemente associados sobre a associação entre a concentração sérica de fibrinogênio
com doença aterosclerótica. O estudo ARIC (Atherosclerosis e doença cardiovascular, a estimativa de risco de eventos em
Risk in Communities) demonstrou aumento do risco de indivíduos com níveis de fibrinogênio situados no tercil mais alto
doença coronariana com níveis mais elevados de fibrinogênio, foi duas vezes maior do que a em indivíduos cujos níveis estavam
alcançando um risco relativo de 1,76.21 No estudo PROCAM no tercil mais baixo (RC 1,99, IC95% 1,85 – 2,12).23 Em crianças
(Prospective Cardiovascular Münster), a ocorrência de morte por ou adolescentes com obesidade ou sobrepeso, o fibrinogênio
doença coronariana e infarto não fatal foi maior entre indivíduos também esteve associado com elevação da PCRus e com a
com níveis mais elevados de fibrinogênio. Neste estudo, os níveis presença de quatro ou mais fatores de risco cardiovasculares.24
de fibrinogênio foram melhores preditores de risco do que o IMC Por outro lado, a associação do fibrinogênio com marcadores
e os níveis de LDL-C.22 Em uma metanálise que incluiu 22 estudos de aterosclerose precoce já foi demonstrada em estudos que
Artigo Original
Figura 2 – Associação entre os níveis de fibrinogênio e a dilatação da artéria braquial mediada pelo fluxo. DABMF: dilatação da artéria braquial mediada pelo fluxo.
Figura 3 – Distribuição dos níveis séricos de fibrinogênio por quartis de valores de dilatação da artéria braquial mediada pelo fluxo.
utilizaram avaliação do espessamento miointimal carotídeo e De modo semelhante, um maior espessamento miointimal
DABMF. Em uma série de indivíduos assintomáticos, os níveis carotídeo, pior DABMF e concentrações mais elevadas de
elevados de fibrinogênio foram relacionados com um maior E-selectina e trombomodulina mostraram relação com os
espessamento miointimal, de forma significativa e independente níveis de fibrinogênio plasmático em crianças obesas.27
de outras variáveis com potencial de confusão.25 O mesmo foi O fibrinogênio foi descrito também como elevado mais
observado em outro estudo que avaliou o fibrinogênio e a PCRus frequentemente em indivíduos portadores de diabetes
como marcadores de aterosclerose carotídea subclínica.26 mellitus tipo 2 com síndrome metabólica do que aqueles
Artigo Original
sem síndrome metabólica. Além disso, o fibrinogênio consideração final de que o fibrinogênio esteja intimamente
aumenta o risco de doenças microvasculares como a relacionado à doença aterosclerótica subclínica em
retinopatia diabética.28 Um pequeno estudo que avaliou indivíduos com excesso de peso.44
apenas a influência do fibrinogênio na vasodilatação
endotélio‑dependente observou uma relação inversa entre Limitações do estudo
os níveis plasmáticos de fibrinogênio e o grau de DABMF.29
Os resultados deste estudo sugerem uma associação entre
Quando considera-se indivíduos com doença cardíaca
o gênero masculino e os níveis de fibrinogênio com a função
manifesta, o fibrinogênio também surge como marcador de
endotelial em indivíduos com excesso de peso e dislipidemia.
pior resposta vasodilatadora da artéria braquial.30
Porém, por este estudo ser transversal, ele não é capaz de
Níveis séricos elevados de fibrinogênio podem promover determinar uma relação de causa-efeito entre estas variáveis.
doença vascular por aumentar a viscosidade sanguínea,
A verificação da associação entre os marcadores
estimular a formação de fibrina, aumentar a interação
inflamatórios e os graus de excesso de peso, bem como
plaqueta-plaqueta. O fibrinogênio pode também ser
entre os graus de excesso de peso e a disfunção endotelial
simplesmente um marcador de doença vascular sem, no
pode ter sido comprometida pela uniformidade dos graus de
entanto, contribuir para sua progressão.31 A produção de
adiposidade e o tamanho da amostra.
fibrinogênio pelo fígado é regulada por citocinas cujas
concentrações se elevam em resposta a diferentes processos
inflamatórios. Neste contexto, o excesso de peso tem sido Conclusão
relacionado a uma maior produção de citocinas inflamatórias Os resultados deste trabalho sugerem que o fibrinogênio
pelo tecido adiposo. Este estado inflamatório se deve a está associado com aterosclerose subclínica entre indivíduos
uma disfunção na interação entre adipócitos e macrófagos com excesso de peso. Novos estudos devem esclarecer essa
teciduais.4,15,32 A PCR também é uma proteína inflamatória de associação e estabelecer o benefício de incluir na prática
fase aguda e seus níveis basais predizem independentemente clínica o fibrinogênio como um marcador de avaliação neste
o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, grupo de pacientes.
apresentando correlação com os níveis de fibrinogênio.33,34
Nosso estudo não confirmou uma relação entre a PCR e
o fibrinogênio, o que pode ser explicado em parte pela Contribuição dos autores
distribuição não normal e baixos níveis séricos de PCR. Concepção e desenho da pesquisa: Menti E, Zaffari D,
Da mesma forma, o estudo não teve poder suficiente para Galarraga T, Pontin B, Portal VL. Obtenção de dados: Menti E,
testar a associação dos níveis de fibrinogênio com o grau Zaffari D, Galarraga T, Conceição e Lessa JR, Portal VL. Análise
de excesso de peso. Esta relação já foi demonstrada em e interpretação dos dados: Menti E, Pellanda LC, Portal VL.
estudos prévios que consideraram a CA,35 gordura corporal,36 Análise estatística: Menti E, Pellanda LC, Portal VL. Obtenção
IMC e RCQ.37 A faixa estreita de variação dos parâmetros de financiamento: Menti E, Zaffari D, Portal VL. Redação do
antropométricos em nossa amostra parece ter influenciado manuscrito: Menti E, Portal VL. Revisão crítica do manuscrito
a falta de associação das medidas de adiposidade com a quanto ao conteúdo intelectual importante:Menti E, Portal VL.
vasodilatação endotélio-dependente.
Indivíduos obesos apresentam um estado inflamatório
Potencial Conflito de Interesse
crônico de baixo grau que se manifesta com uma pior
resposta de vasodilatação mediada pelo fluxo.38,39 Já se Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.
demonstrou a relação entre marcadores de um estado
protrombótico, como o fibrinogênio e a atividade de Fontes de Financiamento
protrombina, e o grau de adiposidade visceral e outros fatores
O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
de risco cardiovasculares.40
A redução de peso é capaz de reverter o efeito deletério
do excesso de peso sobre a função endotelial através de Vinculação Acadêmica
mecanismos ainda não conhecidos completamente.41-43 Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Eduardo
Estas observações sobre os níveis de fibrinogênio em Menti pela Fundação Universitária de Cardiologia do Rio
indivíduos obesos trazem um elemento adicional para a Grande do Sul.
Referências
1. Ross R. Atherosclerosis – an inflammatory disease. N Engl J Med. 4. Packard RR, Libby P. Inflammation in atherosclerosis: from vascular
1999;340(2):115-26. biology to biomarker discovery and risk prediction. Clin Chem.
2008;54(1):124-38.
2. Toth PP. Subclinical atherosclerosis: what it is, what it means and what we
can do about it. Int J Clin Pract. 2008;62(8):1246-54. 5. Kharbanda RK, Deanfield JE. Functions of the healthy endothelium. Coron
Artery Dis. 2001;12(6):485-1.
3. Ministério da Saúde. Datasus. Morbidade hospitalar do SUS. Por local de
internação. Brasil. [Acesso em 2011 jul 7]. Disponível em: http://tabnet. 6. Kuvin JT, Karas RH. Clinical utility of endothelial function testing: ready for
datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nuf.def prime time? Circulation. 2003;107(25):3243-7.
Artigo Original
7. Corretti C, Anderson TJ, Benjamin EJ, Celermajer D, Charbonneau F, Creager 25. Páramo JA, Orbe J, Beloqui O, Benito A, Colina I, Martínez-Vila E, et al.
MA, et al; International Brachial Artery Reactivity Task Force. Guidelines Prothrombin fragment 1+2 is associated with carotid intima-media thickness
for the ultrasound assessment of endothelial-dependent flow-mediated in subjects free of clinical cardiovascular disease. Stroke. 2004;35(5):1085-9.
vasodilation of the brachial artery: a report of the International Brachial
26. Kawase Ishihara K, Kokubo Y, Yokota C, Hida E, Miyata T, Toyoda K, et al.
Artery Reactivity Task Force. J Am Coll Cardiol. 2002;39(2):257-65. Erratum
Effect of plasma fibrinogen, high-sensitive C-reactive protein, and cigarette
in: J Am Coll Cardiol 2002;39(6):1082.
smoking on carotid atherosclerosis: the Suita study. J Stroke Cerebrovasc
8. Roman MJ, Naqvi TZ, Gardin JM, Gerhard-Herman M, Jaff M, Mohler Dis. 2015;24(10):2385-9.
E; American Society of Echocardiography; Society of Vascular Medicine
27. Meyers MR, Gokce N. Endothelial dysfunction in obesity: etiological role in
and Biology. Clinical application of noninvasive vascular ultrasound in
atherosclerosis. Curr Opin Endocrinol Diabetes Obes. 2007;14(5):365-9.
cardiovascular risk stratification: a report from the American Society of
Echocardiography and the Society of Vascular Medicine and Biology. J Am 28. Mahendra JV, Satish KD, Anuradha TS, Prashanth T, Nagaraj RS, Vishali V.
Soc Echocardiogr. 2006;19(8):943-54. Plasma Fibrinogen in Type 2 Diabetic Patients with Metabolic Syndrome
and its Relation with Ischemic Heart Disease (IHD) and Retinopathy. J Clin
9. Al-Qaisi M, Kharbanda RK, Mittal TK, Donald AE. Measurement of Diagn Res. 2015,9(1):BC18-21.
endothelial function and its clinical utility for cardiovascular risk. Vasc Health
Risk Manag. 2008;4(3):647-52. 29. Allen JD, Wilson JB, Tulley RT, Lefevre M, Welsch MA. Influence of age and
normal plasma fibrinogen levels on flow-mediated dilation in healthy adults.
10. Gokce N, Keaney JF Jr, Hunter LM, Watkins MT, Nedeljkovic ZS, Menzolan Am J Cardiol. 2000;86(6):703-4.
JO, et al. Predictive value of noninvasively determined endothelial
dysfunction for long-term cardiovascular events in patients with peripheral 30. Bosevski M, Borozanov V, Peovska I, Georgievska-Ismail L. Endothelial dysfunction
vascular disease. J Am Coll Cardiol. 2003;41(10):1769-75. correlates with plasma fibrinogen and HDL cholesterol in type 2 diabetic patients
with coronary artery disease. Bratisl Lek Listy. 2007;108(7):297-300.
11. Modena MG, Bonetti L, Coppi F, Bursi F, Rossi R. Prognostic role of reversible
endothelial dysfunction in hypertensive postmenopausal women. J Am Coll 31. Lu P, Liu J, Liu N, Guo F, Ji Y, Pang X. Pro-inflammatory effect of fibrinogen
Cardiol. 2002;40(3):505-10. and FDP on vascular smooth muscle cells by IL-6, TNF-α and iNOS. Life Sci.
2011;88(19-20):839-45.
12. Williams IL, Chowienczyk PJ, Wheatcroft SB, Patel AG, Sherwood RA,
Momin A, et al. Endothelial function and weight loss in obese humans. Obes 32. Berg AH, Scherer PE. Adipose tissue, inflammation, and cardiovascular
Surg. 2005;15(7):1055-60. disease. Circ Res. 2005;96(9):939-49.
13. Benjamin EJ, Larson MG, Keyes MJ, Mitchell GF, Vasan RS, Keaney JF, et 33. Danesh J, Collins R, Appleby P, Peto R. Association of fibrinogen, C-reactive
al. Clinical correlates and heritability of flow-mediated dilation in the protein, albumin, or leukocyte count with coronary heart disease: meta-
community: the Framingham Heart Study. Circulation. 2004;109(5):613-9. analyses of prospective studies. JAMA. 1998;279(18):1477-82.
Erratum in: Circulation. 2004;109(25):3256. 34. Dhangana R, Murphy TP, Pencina MJ, Zafar AM. Prevalence of low ankle-
14. Hajer GR, van Haeften TW, Visseren FL. Adipose tissue dysfunction in brachial index, elevated plasma fibrinogen and CRP across Framingham risk
obesity, diabetes and vascular diseases. Eur Heart J. 2008;29(24):2959-71. categories: Data from the National Health and Nutrition Examination Survey
(NHANES) 1999–2004. Atherosclerosis. 2011;216(1):174-9.
15. Avogaro A, de Kreutzenberg SV. Mechanisms of endothelial dysfunction in
35. Rana JS, Arsenault BJ, Després JP, Côté M, Talmud PJ, Ninio E, et al. Inflammatory
obesity. Clin Chim Acta. 2005;360(1-2):9-26.
biomarkers, physical activity, waist circumference, and risk of future coronary
16. Grover-Pàez F, Zavalza- Gómez AB. Endothelial dysfunction and heart disease in healthy men and women. Eur Heart J. 2011;32(3):336-44.
cardiovascular risk factors. Diabetes Res Clin Pract. 2009;84(1):1-10.
36. Saito I, Yonemasu K, Inami F. Association of body mass index, body fat, and
17. Brook RD, Bard RL, Rubenfire M, Ridker PM, Rajagopalan S. Usefulness of weight gain with inflammation markers among rural residents in Japan. Circ
visceral obesity (waist/hip ratio) in predicting vascular endothelial function J. 2003;67(4):323-9.
in healthy overweight adults. Am J Cardiol. 2001;88(11):1264-9.
37. Maple-Brown LJ, Cunningham J, Nandi N, Hodge A, O’Dea K. Fibrinogen
18. Celermajer DS, Sorensen KE, Bull C, Robinson J, Deanfield JE. Endothelium- and associated risk factors in a high-risk population: urban indigenous
dependent dilation in the systemic arteries of asymptomatic subjects relates to Australians, the DRUID study. Cardiovasc Diabetol. 2010;9:69-75.
coronary risk factors and their interaction. J Am Coll Cardiol. 1994;24(6):1468-74.
38. Gustafson B. Adipose tissue, inflammation and atherosclerosis. J Atheroscler
19. Juonala M, Kähönen M, Laitinen T, Hutri-Kähönen N, Jokinen E, Traittonen Thromb. 2010;17(4):332-41.
L, et al. Effect of age and sex on carotid intima-media thickness, elasticity 39. Fain J. Release of inflammatory mediators by human adipose tissue is
and brachial endothelial function in healthy adults: the cardiovascular risk enhanced in obesity and primarily by the nonfat cells: a review. Mediators
in Young Finns Study. Eur Heart J. 2008;29(9):1198-206. Inflamm. 2010;2010:513948.
20. Perregaux D, Chaudhuri A, Mohanty P, Bukhari L, Wilson MF, Sung BH, et al. 40. Montilla M, Santi MJ, Carrozas M, Ruiz FA. Biomarkers of the prothrombotic
Effect of gender differences and estrogen replacement therapy on vascular state in abdominal obesity. Nutr Hosp. 2014;31(3):1059-66.
reactivity. Metabolism. 1999;48(2):227-32.
41. Ziccardi P, Nappo F, Giugliano G, Esposito K, Marfella R, Cioffi M, et al.
21. Folsom AR, Wu KK, Rosamond WD, Sharrett AR, Chambless LE. Prospective study Reduction of inflammatory cytokine concentrations and improvement
of hemostatic factors and incidence of coronary heart disease: the Atherosclerosis of endothelial functions in obese women after weight loss over one year.
Risk in Communities (ARIC) Study. Circulation. 1997;96(4):1102-8. Circulation. 2002;105(7):804-9.
22. Heinrich J, Balleisen L, Schulte H, Assmann G, Loo J. Fibrinogen and factor 42. Pierce GL, Beske SD, Lawson BR, Southall KL, Benay FJ, Donato AJ, et
VII in the prediction of coronary risk: results from the PROCAM study in al. Weight loss alone improves conduit and resistance artery endothelial
healthy men. Arterioscler Thromb. 1994;14(1):54-9. function in young and older overweight/obese adults. Hypertension
2008;52(1):72-9.
23. Maresca G, Di Blasio A, Marchioli R, Di Minno G. Measuring plasma
fibrinogen to predict stroke and myocardial infarction: an update. 43. Rallidis LS, Lekakis J, Kolomvotsou A, Zampelas A, Yamvakou G, Efstathiou S,
Arterioscler Thromb Vasc Biol. 1999;19(6):1368-77. et al. Close adherence to a Mediterranean diet improves endothelial function
in subjects with abdominal obesity. Am J Clin Nutr. 2009;90(2):263-8.
24. Azevedo WF, Cantalice AS, Gonzaga NC, Simões MO, Guimarães AL,
Carvalho DF, et al. Fibrinogen: cardiometabolic risk marker in obese or 44. Ditschuneit HH, Flechtner-Mors M, Adler G. Fibrinogen in obesity before
overweight children and adolescents J Pediatr (Rio J). 2015;91(5):464-70. and after weight reduction. Obes Res. 1995;3(1):43-8.