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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CIÊN0004 – CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

TEMA – IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS II

Docente: Prof. Nelson Cárdenas Olivier


email: nelson.cardenas@univasf.edu.br
OBJETIVOS

Que uma vez concluída a aula o aluno deve ser capaz de:

• Conhecer os diferentes defeitos Interfaciais.

• Conhecer os diferentes defeitos Volumétricos.

• Conhecer as Vibrações Atômicas

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SUMARIO

1. Defeitos Interfaciais

2. Defeitos Volumétricos

3. Vibrações Atômicas

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INTRODUÇÃO IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS

MATERIAIS CRISTALINOS - existe uma ordem atômica perfeita


ao longo da totalidade da extensão.

SÓLIDO IDEALIZADO - NÃO EXISTE


Todos os materiais contêm grandes números de uma variedade
de defeitos ou imperfeições.

IMPERFEIÇÃO OU DEFEITO CRISTALINO


Uma irregularidade na rede cristalina com uma ou mais das suas
dimensões na ordem de um diâmetro atômico.

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INTRODUÇÃO IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS

Muitas das propriedades dos materiais são profundamente


sensíveis à influência das imperfeições da rede cristalina.

Esta influência NÃO é sempre ADVERSA.

Com freqüência deliberadamente são introduzidos quantidades


controlados de defeitos específicos num material para moldar
características específicas.

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INTRODUÇÃO IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS

IMPERFEIÇÕES INTRODUZIDAS DELIBERADAMENTE

• LIGAS

• SEMICONDUTORES

• ENCRUAMENTO

• TRATAMENTO TÉRMICO

• TRATAMENTO TERMO QUÍMICO

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CLASSIFICAÇÃO
IMPERFEIÇÃO OU DEFEITO CRISTALINO

CLASSIFICAÇÃO (geometria ou dimensionalidade do defeito)

• DEFEITOS PONTUAIS - associados com uma posição atômicas.

• DEFEITOS LINEARES - unidimensionais.

• DEFEITOS INTERFACIAIS ou CONTORNOS - que são


bidimensionais.

• DEFEITOS VOLUMÉTRICOS OU DE MASSA, - que são


tridimensionais.

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DEFEITO CRISTALINO
IMPERFEIÇÃO OU DEFEITO CRISTALINO

DEFEITOS PONTUAIS - associados com uma posição atômicas

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DEFEITO LINEARES
IMPERFEIÇÃO OU DEFEITO CRISTALINO

DEFEITOS LINEARES – unidimensionais – (DISCORDÂNCIAS)

- Aresta - Espiral - Mista

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D PLASTICA
IMPERFEIÇÃO OU DEFEITO CRISTALINO

DEFEITOS LINEARES – unidimensionais – (DISCORDÂNCIAS)

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DEFEITO CRISTALINO
IMPERFEIÇÃO OU DEFEITO CRISTALINO

• DEFEITOS INTERFACIAIS ou de CONTORNOS

• DEFEITOS VOLUMÉTRICOS ou de MASSA

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

São contornos que possuem Duas Dimensões

Geralmente separam as regiões dos materiais que


possuem:

- diferentes estruturas cristalinas;

- diferentes orientações cristalográficas.

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TIPOS DEFEITOS
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

TIPOS DEFEITOS INTERFACIAIS

• Superfícies Externas

• Contornos de Grão

• Contornos de Macla

• Contornos de Fases

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

SUPERFÍCIES EXTERNAS

Superfície externa, ao longo da qual termina a estrutura do


cristal.

Os átomos da superfície não estão ligados ao número máximo


de vizinhos mais próximos, e estão, portanto, em um estado de
maior energia do que os átomos nas posições interiores.

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

SUPERFÍCIES EXTERNAS

As ligações desses átomos da superfície que não estão


completadas dão origem a uma Energia de Superfície, que é
expressa em unidades de energia por unidade de área (J/m2).

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

SUPERFÍCIES EXTERNAS

Para reduzir esta energia, os materiais tendem a minimizar a


área total da superfície, se isto for possível.

Exemplo - os líquidos assumem uma forma que possui uma


área mínima — as gotículas se tornam esféricas.

Nos sólidos isto não é possível - são mecanicamente rígidos.

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CONTORNOS DE GRÃO
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE GRÃO
Superfície que separa dois cristais adjacentes que possuem
diferentes orientações .

GRÃO = CRISTAL

MATERIAIS POLICRISTALINOS
Formados por um grande número de cristais com diferentes
orientações cristalográficas (GRÃOS).
Cada cristal é formado por inúmeras células unitárias.

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE GRÃO

No interior do grão todos os átomos estão arranjados segundo


um ―ÚNICO MODELO‖ e ―ÚNICA ORIENTAÇÃO‖,
caracterizada pela célula unitária.

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE GRÃO

Dentro da região do contorno, que possui provavelmente a largura


equivalente à distância de apenas alguns poucos átomos, existem
alguns desencontros atômicos na transição da orientação cristalina
de um grão para aquela de outro grão adjacente.

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TIPOS DE CONTORNO
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE GRÃO
São possíveis vários graus de desalinhamento
cristalográfico entre grãos adjacentes.

- Contorno de Grão de Baixo Ângulo

- Contorno de Grão de Alto Ângulo

- Contorno Torcido

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNO DE GRÃO DE BAIXO ÂNGULO

- Desencontro da orientação é pequeno, da ordem de apenas


uns poucos graus.

- Podem ser descritos em termos de Arranjos de Discordâncias.

- Discordâncias aresta estão alinhadas.

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ALTO ÂNGULO
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNO DE GRÃO DE ALTO ÂNGULO

- Desencontro da orientação é grande.

Ângulo de desalinhamento

Contorno de grão
de alto ângulo

Contorno de grão
de baixo ângulo

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CONTORNO TORCIDO
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNO TORCIDO

- Ângulo de desorientação é paralelo ao contorno.


- O resultado pode ser descrito como um arranjo de Discordâncias Espiral.

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CONSIDERAÇÕES
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

• Existe uma Energia Interfacial ou do contorno de grão que é


semelhante à Energia de Superfície descrita anteriormente.

• A magnitude desta Energia é uma função do grau de


desorientação, sendo maior para contornos de grande ângulo.

• Os Contornos de Grão são quimicamente Mais Reativos do


que os grãos propriamente ditos, como conseqüência dessa
Energia de Contorno.

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GRÃOS
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

GRÃOS GRANDES → Menor Área do Contorno de Grão →


Menor Energia Interfacial

GRÃOS PEQUENOS → Maior Área do Contorno de Grão →


Maior Energia Interfacial

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

Átomos de impureza com freqüência se segregam


preferencialmente ao longo desses contornos, devido aos seus
MAIORES Estados de Energia.

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

Apesar desse arranjo desordenado dos átomos e da falta de uma


ligação regular ao longo dos contornos de grãos.

- Material Policristalino ainda é muito forte.

- Forças de coesão estão presentes no interior e através do contorno.

- A Densidade de uma amostra de um material POLICRISTALINO é


virtualmente idêntica àquela de um MONOCRISTAL feito do mesmo
material.

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EXEMPLO DE CÁLCULO DA DENSIDADE DO FERRO

onde:
nA  - densidade do material (g/cm3);
ρ n - número de átomos em cada célula unitária;
VcNA A - peso atômico (g/mol);
Vc: volume da célula unitária (cm3);
NA: número de Avogadro (6,023×1023 átomos/mol).

Estrutura CCC
n=2 a = 4R/√3
Raio atômico = 0,124nm (1,24 Å)
Peso atômico = 55,85 g/mol

Calcule a densidade do ferro.


Resposta: 7,9 g/cm3

Valor da densidade medida = 7,87 g/cm3


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MACLA
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE MACLA

- Existe uma simetria específica em espelho através do contorno da


rede cristalina.

- Os átomos em um dos lados do contorno estão localizados em


posições de imagem em espelho dos átomos no outro lado do
contorno.

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE MACLA

Região de material entre esses contornos resultam de deslocamentos


atômicos.

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TIPOS
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

TIPOS DE CONTORNOS DE MACLA

- Maclas de Deformação

- Maclas de Recozimento

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1. DEFEITOS INTERFACIAIS

MACLAS DE DEFORMAÇÃO

Forças mecânicas de cisalhamento aplicadas.

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MACLAS DE RECOZIMENTO
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

MACLAS DE RECOZIMENTO

Tratamentos Térmicos de Recozimento realizados após


deformações.

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CONTORNOS DE FASES
1. DEFEITOS INTERFACIAIS

CONTORNOS DE FASES

Encontradas em materiais com múltiplas fases através dos


quais há uma mudança repentina nas características físicas e/ou
químicas.

Duas fases: perlita

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DEFEITOS VOLUMÉTRICOS
2. DEFEITOS VOLUMÉTRICOS ou de MASSA

- São tridimensionais.

- Presentes em todos os materiais sólidos.

- Muito maiores do que todos aqueles que os defeitos vistos.

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TIPOS
2. DEFEITOS VOLUMÉTRICOS OU de MASSA

TIPOS DE DEFEITOS VOLUMÉTRICOS

• poros;

• trincas;

• inclusões;

• outras fases.

São normalmente introduzidos durante as


etapas de processamento e fabricação.

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2. DEFEITOS VOLUMÉTRICOS OU de MASSA

TIPOS DE DEFEITOS VOLUMÉTRICOS

Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza


(99,26%)

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2. DEFEITOS VOLUMÉTRICOS OU de MASSA

TIPOS DE DEFEITOS VOLUMÉTRICOS

38
2. DEFEITOS VOLUMÉTRICOS OU de MASSA

TIPOS DE DEFEITOS VOLUMÉTRICOS

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VIBRAÇÕES ATÔMICAS
3. VIBRAÇÕES ATÔMICAS

Todos os átomos presentes em um material sólido estão vibrando


muito rapidamente em torno da sua posição reticular dentro do
cristal.

Em um certo sentido, essas vibrações podem ser consideradas


imperfeições ou defeitos.

Em um dado momento, os átomos em um material não estão todos


vibrando com a mesma freqüência e amplitude, tampouco com a
mesma energia.

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3. VIBRAÇÕES ATÔMICAS

Para uma dada temperatura existirá uma distribuição das energias


dos átomos constituintes em torno de um valor de energia médio.

Ao longo do tempo, a energia vibracional de qualquer átomo


específico também irá variar de uma maneira aleatória.

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3. VIBRAÇÕES ATÔMICAS

TEMPERATURA AMBIENTE
- freqüência de vibração típica - 1013 vibrações/s
- amplitude é de uns poucos milésimos de nanômetro.

Muitas propriedades e processos em sólidos são manifestações


deste movimento de vibração apresentado pelos átomos.

FUSÂO
As vibrações são fortes o suficiente para romper grandes números
de ligações atômicas.

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RESUMO
RESUMO DA AULA

1. Defeitos Interfaciais

2. Defeitos Volumétricos

3. Vibrações Atômicas

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BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
[1]. CALLISTER Jr, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma
introdução, Rio de Janeiro, 5a Ed. LTC. 2002.

[2]. SHACKELFORD, J. F. Ciência e Engenharia de Materiais. São


Paulo, 6ª Ed. Pearson Prentice Hall. 2008.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

[3]. VAN VLACK, L. H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos


Materiais. Rio de Janeiro, 4ª Ed. Elsevier. 2003.

[4]. CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica Vol. 1, São Paulo. Ed.


Pearson,1976.
.
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EXERCÍCIO PARA FAZER EM CASA
EXERCÍCIO PARA FAZER EM CASA

ESTUDAR:

• MICROSCOPIA ÓTICA

• MICROSCOPIA ELETRÔNICA

TRABALHAR NA - LISTA 3

45
TEMA DA PRÓXIMA AULA
TEMA DA PRÓXIMA AULA

DIFUSÃO

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FIM

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