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EXAME
DIREITO
OABNAMEDIDA.COM.BR
SUMÁRIO
1. CONSTITUIÇÃO
1.1. CONCEITO
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12.2. FORMAS DE CONTROLE
12.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
12.2.2 CONTROLE DIFUSO
12.2.3 CONTROLE CONCENTRADO
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12.2.3.1 ADI
12.2.3.2 ADC
12.2.3.3 ADPF
12.2.3.4 ADO
12.3. AMICUS CURIAE
12.4. MEDIDA CAUTELAR
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1. CONSTITUIÇÃO
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1.1. CONCEITO
Sentido sociológico: tem como principal defensor Ferdinand Lassalle, segundo o qual a
constituição, para ser efetiva, deve representar a soma dos fatores reais de poder que regem a
sociedade. Sem essa representação de poderes, Lassalle considerava a constituição como uma
simples folha de papel, que dependeria das vontades políticas para ser ou não cumprida. Essa
concepção está ultrapassada.
Sentido jurídico: principal defensor Hans Kelsen, que entende que a constituição é a norma
jurídica no seu mais alto grau hierárquico, seguida dos atos normativos primários (leis ordinárias
e complementares, MP, resoluções etc.) e estes pelos atos normativos secundários (decretos
regulamentares, portarias etc.).
QUANTO À ORIGEM: a) Outorgadas: são aquelas que são impostas pela vontade do governante,
sem oportunidade de representação popular. Chama-se, tecnicamente, Carta e não Constituição;
b) Promulgadas: são elaboradas pelos representantes do povo; c) Cesarista (Bonapartistas):
elaborada pelo governante, mas referendada posteriormente por meio de referendo.
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
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1.4. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES
Moderador, exercido pelo Imperador, ou seja, havia quatro poderes (Executivo, Legislativo,
Judiciário e Moderador), voto censitário e Estado confessionário (religião oficial era o catolicismo).
CONSTITUIÇÃO DE 1937 – Trata-se de uma constituição outorgada pelo próprio Getúlio Vargas
para garantir sua permanência no poder. O regime implantado, conhecido como Estado Novo,
tinha como características: Concentração de poderes ao chefe do Executivo, abolição dos partidos
políticos e da liberdade de imprensa, mandato presidencial prorrogado até a realização de um
plebiscito (que nunca foi realizado), estabelecimento da pena de morte, extinção do federalismo e
do direito de greve do trabalhador.
CONSTITUIÇÃO DE 1969 – Para muitos considerada apenas uma Emenda à Constituição de 1967,
teve como principais características o aumento do prazo do mandato presidencial para cinco anos,
eleições indiretas para a função de governador de Estado e a extinção das imunidades parlamentares.
República Federativa do Brasil seja parte” (art. 5º, § 2º), ou seja, estende a proteção constitucional
aos direitos enunciados nos tratados internacionais em que o Brasil seja parte, tema que será
analisado posteriormente, em tópico específico.
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O poder constituinte originário inaugura uma nova constituição, podendo ser a primeira
constituição de um Estado, ou uma nova constituição de um Estado já existente.
Art. 25, caput, da CF/88: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis
que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
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No que concerne ao poder constituinte decorrente, é importante destacar o princípio da
simetria, que exige que o poder constituinte derivado observe os princípios fundamentais e as
regras de organização existentes na Constituição Federal, para que não haja incongruências
desarrazoadas TEMA COBRADO NOS EXAMES XX E XXVII DA OAB/FGV.
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Sessão unicameral não se confunde com sessão conjunta. Na sessão unicameral, deputados
e senadores votam como se fizessem parte de uma mesma casa, enquanto que na sessão
conjunta, deputados e senadores se reúnem e debatem, mas cada qual vota com seus pares.
II - do Presidente da República;
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§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.
Conforme previsto no art. 60, I a III, da CF/88, são os seguintes legitimados para propor projeto
de emenda constitucional:
1) O Presidente da República;
A Câmara dos Deputados é a casa onde se inicia a análise das propostas de emendas
constitucionais, salvo quando o projeto for apresentado pelos senadores, hipótese em que será
inicialmente analisada no Senado.
Conforme previsto no §2º do art. 60, a proposta será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5
(três quintos) dos votos dos respectivos membros.
A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem (§ 3º do art. 60 da CF/88).
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Enquanto as leis ordinárias são promulgadas pelo Presidente da República, as emendas
constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
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De acordo com o art. 60, § 1º, da CF/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência
de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. TEMA COBRADO NO XIII
EXAME DA OAB/FGV.
De acordo com o §5º do art. 60 da CF/88, a matéria constante de proposta de emenda rejeitada
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
A sessão legislativa corresponde ao período anual de reunião do Congresso Nacional, que tem
início no dia 2 de fevereiro e vai até 17 de julho, reiniciando-se em 1º de agosto, indo até 22 de
dezembro.
Cada sessão legislativa, portanto, tem dois períodos legislativos (2 de fevereiro até 17 de julho
e 1º de agosto até 22 de dezembro).
A sessão legislativa não se confunde com a legislatura. Isso porque a legislatura é considerada
o período de quatro anos, que corresponde ao mandato do deputado. O senador exerce seu
mandato em 8 anos, o que corresponde a duas legislaturas.
As limitações materiais são divididas em limitações materiais expressas (cláusula pétrea) e implícitas.
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Limitações expressas (Cláusulas Pétreas): dispõe o art. 60, §4º da CF:
Art. 60.(…)
As cláusulas pétreas são consideradas o “núcleo duro” da Constituição Federal, não podendo,
em hipótese alguma, ser abolidas por emenda constitucional.
• Voto direto, secreto, universal e periódico: o voto é o instrumento por meio do qual
o cidadão exerce a capacidade eleitoral ativa, uma das duas capacidades do direito de
sufrágio, que a abrange o direito de votar e de ser votado.
DIRETO O voto deve ser realizado diretamente pelo eleitor, sem nenhum intermediário.
A obrigatoriedade do voto não é considerada cláusula pétrea. Assim, é possível uma emenda
constitucional que transforme o voto obrigatório em facultativo. TEMA COBRADO NO
XXV EXAME DA OAB/FGV.
• Separação dos Poderes: com base no sistema dos freios e contrapesos, cada um
dos três poderes possui funções típicas e atípicas. O Poder Executivo, além da típica
função administrativa, também desempenha funções atípicas (legislativa – ex.: edita
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Medida Provisória e lei delegada e jurisdicional – função julgadora no âmbito do
processo administrativo); o Poder Legislativo, além das suas típicas funções normativa
e fiscalizatória, exerce funções administrativas (administra seu pessoal) e jurisdicionais
(julga autoridades em crimes de responsabilidade); e o Poder Judiciário, além de sua
função jurisdicional típica, exerce função administrativa e legislativa (ex.: elabora seus
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Art. 33 da CF/88 - A lei dispora sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
Art. 196 da CF/88: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Registra-se, ainda, que há as denominadas normas de eficácia exaurida, que são aquelas que
já produziram os efeitos desejados, como alguns artigos do ADCT.
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No entanto, se uma lei ordinária anterior se mostrar compatível materialmente com a nova
constituição, ela será recebida por esta, pois há o fenômeno da recepção constitucional. Por
outro lado, se a lei não for compatível materialmente com a nova constituição, a norma não será
recepcionada (“não recepção”) TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
É importante destacar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal passou a admitir a ADPF como
instrumento capaz de decidir abstratamente se uma lei foi recepcionada ou não pela Constituição.
3.3. REPRISTINAÇÃO
3.4. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
A teoria da desconstitucionalização não é aceita no ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que
existe o fenômeno da ab-rogação, salvo se a nova norma constitucional for expressa nesse sentido.
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
IV - não-intervenção;
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V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
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Direitos e garantias são conceitos que não se confundem. Enquanto os direitos são disposições
que garantem a existência de determinada prerrogativa, as garantias são elementos assecuratórios,
que garantem a proteção dos direitos.
O caput do art. 5º da Constituição Federal elenca 5 (cinco) direitos fundamentais: vida, liberdade,
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Como o princípio da isonomia vem disposto no “caput” do artigo, ele vai orientar a interpretação
de todos os seus incisos.
Atente-se que a norma diz que os direitos são garantidos “aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País”. No entanto, entende-se que os estrangeiros que estão temporariamente no
Brasil também são salvaguardados pelo artigo 5º da CF/88.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
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O inciso V é uma decorrência lógica do inciso IV, já que aquele que se sentir desrespeitado pela
manifestação do pensamento de outrem, terá direito de resposta, assegurando-se ainda eventual
indenização por dano material, moral ou à imagem.
VII – É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Assegura-se, portanto, indenização por dano moral e material, ou seja, ambos os danos são cumuláveis.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
As associações podem ter suas atividades suspensas por decisão judicial, mas para serem
dissolvidas exige-se decisão transitada em julgado.
DESAPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO
Se refere apenas a bens. Se refere a bens ou serviços.
Trata-se de aquisição da propriedade, por meio de Não há transferência da propriedade, mas apenas o
uma transferência compulsória. seu uso ou ocupação temporária.
Sempre haverá indenização, que deve ser A indenização só é devida posteriormente e caso
justa e prévia. haja dano.
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XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Apenas a pequena propriedade rural que for trabalhada pela família não será objeto de
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penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. Débitos que não
estejam relacionados com a atividade produtiva poderão ensejar penhora.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado; TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA
OAB/FGV.
O direito à informação não é absoluto, uma vez que pode ser negado nas hipóteses em que
A alínea “a” se refere ao direito de petição, que pode ser exercido por brasileiro, estrangeiro,
pessoa física ou jurídica, capazes e incapazes. Se houver recusa acerca das informações
solicitadas, caberá Mandado de Segurança, sem prejuízo da responsabilidade civil. O direito de
petição é exercido independentemente do pagamento de taxa. TEMA COBRADO NO XXVIII
EXAME DA OAB/FGV.
A Alínea “b” se refere ao direito de obter certidão, que também será gratuito.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Considera-se ato jurídico perfeito aquele capaz de produzir seus efeitos por respeitar todos os
requisitos exigidos em lei. Direito adquirido, por sua vez, é um direito subjetivo já definitivamente
incorporado ao patrimônio jurídico de alguém, ainda que não consumado. Coisa julgada, por fim, é
qualidade da sentença que torna imutáveis e indiscutíveis seus efeitos após o trânsito em julgado
da decisão. Desse modo, um direito assegurado por decisão judicial transitada em julgado não
pode ser prejudicado por lei posterior TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.
Tribunal de exceção é aquele criado temporariamente para julgar um caso após o crime
ter sido cometido, como no caso do Tribunal de Nuremberg. TEMA COBRADO NO XXIV
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EXAME DA OAB/FGV.
Apenas a prática de racismo e a ação de grupos armados contra a ordem constitucional que
são imprescritíveis.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Brasileiro nato nunca será extraditado. Já o brasileiro naturalizado será extraditado quando:(a)
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização e (b) depois da naturalização, em caso
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei
TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento, no final de 2019, que o início da execução da
pena condenatória somente pode ocorrer após trânsito em julgado da decisão.
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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
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LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
O inciso sob análise dispõe que ninguém será preso por dívida civil, salvo nos casos do
depositário infiel e da dívida alimentar. Entretanto, o Pacto de São José da Costa Rica admite
a prisão civil apenas na hipótese de dívida alimentar. Assim, levando-se em conta o caráter
b) a certidão de óbito;
A isenção, de acordo com o texto constitucional, se aplica apenas àqueles reconhecidamente pobres.
Os direitos sociais impõem ao Estado não apenas a abstenção, mas a necessidade de atuação,
ou seja, são direitos prestacionais, conforme podemos verificar, de forma exemplificativa, nos
artigos abaixo transcritos.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
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Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Os direitos sociais são direitos fundamentais, ligados ao princípio da dignidade da pessoa humana.
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Nesse sentido, entendemos que não é possível a redução do seu conteúdo por Emenda Constitucional,
sob pena de caracterizar nítido retrocesso social (princípio da vedação do retrocesso social).
6.3. NACIONALIDADE
2) Critério Ius soli: considera-se nacional aquele que nasce no território do Estado,
independentemente da nacionalidade de seus pais.
“a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
A alínea “a” adotou o critério ius soli. Assim, a pessoa nascida no Brasil será considerada
brasileiro nato, salvo se os seus pais forem estrangeiros e ambos estiverem a serviço de seu país
de origem2 TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV .
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• Um casal de franceses vive no Brasil e trabalha em uma empresa multinacional francesa.
Se o casal tiver um filho no Brasil, a criança será considerada brasileira nata, pois os pais
não estão a serviço da França e sim de uma empresa privada.
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• Pai é um cônsul norte americano no Brasil e se casa com uma argentina que trabalha para
a Petrobras. Se o casal tiver um filho no território brasileiro, ele terá nacionalidade originaria
brasileira, porque apenas o pai está a serviço de seu país (EUA).
A alínea ‘b’, por sua vez, adotou o critério ius sanguinis, desde que um dos pais esteja a serviço
do país, o que engloba serviço diplomático ou serviço público de qualquer natureza prestado a órgão
da Administração, centralizada ou descentralizada, da União, Estados, Distrito Federal ou Município.
Por fim, a alínea ‘c’ prevê duas hipóteses: ius sanguinis + registro ou ius sanguinis + vínculo
territorial + “opção”
Os requisitos são:
OU
(b2) residência no Brasil + “opção”, em qualquer tempo, após a maioridade civil (ato
personalíssimo), perante juiz federal (art. 109, V, da CF – não é de forma livre, pois
se trata de um processo de jurisdição voluntária, com homologação ou transcrição),
declarando unilateralmente a vontade de conservar a nacionalidade primária.
II - naturalizados:
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a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes condições:
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para,
no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de
fato no momento de concessão da naturalização;
Não existe direito subjetivo à naturalização ordinária. Conceder ou não a naturalização é um ato de
império, com discricionariedade do Estado, de modo que não há direito de se socorrer ao Judiciário.
• Para os portugueses, basta que tenham residência permanente no Brasil e, desde que haja
reciprocidade em favor de brasileiros, eles terão os mesmos direitos, salvo em alguns casos
previstos na Constituição (quase nacionalidade, conforme abaixo estudado).
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A naturalização extraordinária, por sua vez, diz respeito ao inciso II, “b”, do art. 12 da CF/88,
com correspondência no art. 67 da Lei n. 13.445/2017:
II - naturalizados:
Quando a Constituição ou a lei utilizam a palavra “brasileiro”, estão tratando dos brasileiros
natos e naturalizados.
Muito importante registar ainda que a Lei n. 13.445/2017 passou a prever mais duas hipóteses
de naturalização:
• Naturalização especial (art. 68): poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre
em uma das seguintes situações: I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco)
anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço
do Estado brasileiro no exterior; ou II - seja ou tenha sido empregado em missão
diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
De acordo com art. 69 da Lei n. 13.445/2017, são requisitos para a concessão da naturalização
especial: I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - comunicar-se em língua portuguesa,
consideradas as condições do naturalizando; e III - não possuir condenação penal ou estiver
reabilitado, nos termos da lei.
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• Naturalização provisória (art. 70): poderá ser concedida ao migrante criança ou
adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10
(dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
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Em relação ao português residentes no Brasil, este não necessita naturalizar-se para auferir
os direitos correspondentes à condição de naturalizado, bastando, para tanto, que tenha residência
permanente no Brasil e haja reciprocidade de tratamento. Trata-se da hipótese que a doutrina
chama de “quase nacionalidade”, já que os portugueses não precisam ter a naturalização brasileira
para exercerem os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.
Dispõe o art. 12, § 2º, da CF, que a lei infraconstitucional não pode estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, restando apenas à Constituição fazê-lo.
• ACESSO A CARGOS PÚBLICOS TEMA COBRADO NOS EXAMES VII, XII E XVI DA OAB/FGV.
V - da carreira diplomática;
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
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Trata-se de rol taxativo, sendo que todos os cargos acima relacionados dizem respeito à
soberania nacional.
• O Presidente do CNJ deve ser brasileiro nato, já que se trata de cargo ocupado pelo
Presidente do Supremo Tribunal Federal;
Com relação ao Inciso VI, apenas os oficiais das forças armadas que devem ser brasileiros natos.
Já no que tange ao inciso VII, o cargo de Ministro de Estado da Defesa deve ser ocupado apenas por
brasileiro nato, uma vez que é o superior hierárquico dos Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital
votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais
de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o
conteúdo da programação.
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º.
Além disso, ao menos 75% do capital total e do capital votante dessas empresas deverá
pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que
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O inciso I se refere ao brasileiro naturalizado que pratica atividade nociva ao interesse nacional,
caso em que terá sua naturalização cancelada por meio de sentença judicial.
O inciso II, por sua vez, trata da perda da nacionalidade por quem adquire outra voluntariamente,
admitindo-se duas exceções (alíneas “a” e “b”):
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
Art. 14
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(...)
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
Maiores de 70 anos
Analfabetos
Além dos estrangeiros, os conscritos, durante o serviço militar obrigatório, não podem se
alistar como eleitores, ou seja, são inalistáveis. O conceito de conscrito abrange todos aqueles
que estão prestando o serviço militar, incluindo médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários.
I - a nacionalidade brasileira;
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IV - o domicílio eleitoral na circunscrição TEMA COBRADO NO XIX EXAME
DA OAB/FGV ;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz 21 ANOS
Vereador 18 ANOS
A Constituição Federal exige a renúncia ao mandato até 06 (seis) meses antes da eleição,
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quando o candidato pretender concorrer a cargo diferente do que vinha exercendo.
os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
O artigo ora transcrito prevê a possibilidade de perda ou suspensão dos direitos políticos, devendo-se atentar
que os incisos I e III exigem sempre o trânsito em julgado TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
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A Constituição Federal veda expressamente a cassação dos direitos políticos, ou seja, os direitos
políticos poderão sempre ser readquiridos.
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I - caráter nacional;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 52, de 2006)
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado (art. 1º da Lei nº 9096/1995),
possuem abrangência nacional, não podem ser organizados para fins paramilitares, são proibidos
de receber recursos financeiros de governo estrangeiro, prestam contas à Justiça Eleitoral e
têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da
lei TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.
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LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
De acordo com a súmula nº 625 do STF, controvérsia sobre matéria de direito NÃO impede
concessão de mandado de segurança TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.
Possuem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança pessoa física ou jurídica
titulares do direito violado. Tem-se, ainda, a possibilidade da legitimidade extraordinária diante da
inércia do titular do direito principal, conforme previsto no art. 3º da Lei nº 12.016/09: “o titular de
direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar
Mandado de Segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer no prazo de 30
(trinta) dias, quando notificado judicialmente”.
O mandado de segurança não deve ser impetrado em face da pessoa jurídica de direito público,
mas sim da autoridade coatora (pessoa física que concretiza a ilegalidade ou abuso de poder)
Além disso, o mandado de segurança poderá ser repressivo (o ato ilegal ou abuso de poder
já foi praticado) ou preventivo (objetiva-se justamente evitar a prática do ato ilegal ou abuso de
poder).
O prazo decadencial do mandado de segurança, portanto, será de 120 dias contados da ciência
do ato impugnado. O Supremo Tribunal Federal entendeu que a fixação do prazo decadencial de
120 dias pela legislação ordinária se trata de regra constitucional (Súmula nº 632).
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Em caso de urgência, permite-se que o mandado de segurança seja impetrado por telegrama,
radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.
Ressalta-se, ainda, que, de acordo com o art. 5º da Lei nº 12.016/2009, o mandado de segurança
não será concedido quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
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suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo e III - de decisão judicial transitada em julgado.
Deve-se lembrar, ainda, que não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição
de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo
da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé (art. 25 da Lei nº 12.016/2009).
Art. 21 (Lei nº 12.016/09): O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por
partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses
legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento
há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que
pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
• Súmula 630 do STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança
ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria”.
39
No caso do mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente
aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. Além disso, o mandado de
segurança coletivo não induz litispendência em relação às ações individuais, mas os efeitos da
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Por fim, no mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência
do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo
de 72 (setenta e duas) horas (§ 2º do art. 22 da Lei nº 12.016/2009).
O habeas corpus é o remédio constitucional, cujo ajuizamento é gratuito, que objetiva cessar
a ameaça ou coação à liberdade de ir, vir e permanecer do indivíduo, podendo ser repressivo ou
liberatório (alvará de soltura), preventivo (salvo conduto), ou suspensivo, quando houver prisão
decretada e não cumprida (contramandado de prisão) sendo possível a concessão de liminar em
qualquer dos casos.
A legitimidade ativa no habeas corpus é universal, sendo que qualquer do povo, nacional
ou estrangeiro (residente ou não no Brasil), independentemente de capacidade civil, política ou
profissional, de idade, de sexo, profissão, pode ingressar com habeas corpus, em benefício próprio
ou alheio. Destaca-se, ainda, que as pessoas jurídicas poderão ingressar com habeas corpus, desde
que em benefício de terceiro.
É importante destacar que o habeas corpus é o único remédio constitucional que dispensa a
presença de advogado.
De acordo com a Súmula n. 693 do STF, “não cabe HC contra decisão condenatória a pena de
multa ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada”. O exemplo de crime que não tem pena de prisão é o delito de porte de drogas para uso
pessoal (art. 28, da Lei n. 11.343/06). Além disso, de acordo com a Súmula n. 695, do STF, “não
cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.”
40
Embora § 2º do art. 142 da CF/88 disponha que “ não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares militares”, o STF entende que é possível a impetração para analisar a
legalidade da punição, como no caso de autoridade incompetente. TEMA COBRADO NO
IX EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
7.2.2. COMPETÊNCIA
Compete aos juízes federais julgar habeas corpus em matéria criminal de sua competência ou quando
o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição.
Compete ao juiz estadual julgar habeas corpus quando a autoridade coatora for Delegado de
Polícia ou particular.
Compete aos Tribunais de Justiça (presidente) julgar habeas corpus quando a autoridade
coatora for juiz de direito ou promotor de justiça.
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
41
O habeas data objetiva proporcionar ao impetrante acesso ou retificação de dados de sua
pessoa, constantes de bancos de dados de caráter público, pouco importando se a natureza
jurídica da entidade é pública ou privada.
Além disso, de acordo com o art. 7º, III, da Lei nº 9.507/97, o habeas data poderá ser impetrado
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Desse modo, apesar de o art. 7º, LXXII, da CF/88 não tratar especificamente do uso
do habeas data para a complementação de dados, a lei nº 9.507/97, em seu art. 7º, III, o
fez expressamente, ampliando, portanto, o âmbito de incidência do habeas data como ação
constitucional TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
Qualquer pessoa lesada (física ou jurídica) terá legitimidade ativa para impetração do habeas
O habeas data objetiva tutelar direito relativo à pessoa do impetrante e, por isso, não pode ser
manejado em favor de terceiro TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV. Entretanto,
doutrina e jurisprudência consideram possível que cônjuge, ascendentes, descendentes e
irmãos (CADI, para decorar) impetrem Habeas Data em nome do impetrante já falecido, ausente
ou incapacitado, para proteger a honra da família.
Tanto o procedimento administrativo do habeas data, quanto a respectiva ação judicial são
gratuitos, não havendo que se falar em custas ou honorários de sucumbência.
De acordo com o art. 19 da Lei nº 9.507/97, “os processos de habeas data terão prioridade
sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância
superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita
a distribuição, forem conclusos ao relator” TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
Para obtenção de certidões indevidamente recusadas pelo poder público ou ainda quando
a informação que se almeja é de interesse do impetrante, mas referente a terceiro, o remédio
constitucional cabível será o mandado de segurança e não o habeas data. TEMA COBRADO NO
XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
Art. 5º, LXXIII, da CF/88: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência”.
A ação popular é ação de natureza coletiva destinada a anular ou declarar a nulidade de ato
42
lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, podendo ser repressiva ou preventiva. A ilegalidade e a lesividade, portanto,
são requisitos para sua admissibilidade.
Somente o cidadão poderá propor ação popular, ou seja, ela não pode ser proposta por pessoa
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jurídica, inalistados, inalistáveis e estrangeiros. Além disso, a súmula n. 365 do STF é enfática ao
afirmar que pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular TEMA COBRADO
NO X EXAME DA OAB/FGV.
O Ministério Público não pode propor, mas pode assumir o andamento e dar execução a
decisão da ação popular, conforme previsto no art. 9º da Lei nº 4.717/65: “Se o autor desistir da
ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições
previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante
do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o
Conforme art. 19, § 2º, da Lei nº 4.717/65, das sentenças e decisões proferidas contra o autor da
ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público.
No polo passivo da ação deverão constar o Poder Público, os agentes que determinaram ou
celebraram o ato e eventuais beneficiários do ato lesivo.
O foro especial por prerrogativa de função não alcança as ações populares. Os Tribunais
não detêm, portanto, competência originária para julgar ação popular contra atos de autoridade
pública. Assim, se ajuizada contra o Presidente da República, por exemplo, será julgada pelo juiz
federal da seção judiciária onde o ato se consumou, e não pelo STF.
A gratuidade da justiça se aplica à ação popular apenas para o autor da ação, mas haverá
pagamento de custas e ônus sucumbenciais se demonstrada má-fé TEMA COBRADO NO XIV
EXAME DA OAB/FGV.
Será admitida a repropositura da ação popular caso seja julgada improcedente por
insuficiência de provas. O prazo de contestação é de 20 dias prorrogáveis por mais 20, sendo
comum a todos os interessados.
Art. 5 º, LXXI, da CF/88: conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
43
O mandado de injunção objetiva conferir efetividade ao texto constitucional. Terá cabimento
quando houver inviabilização do exercício de um direito ou liberdade constitucional, ou prerrogativa
inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania, decorrente de falta de norma regulamentadora.
Suprindo uma omissão de mais de 25 anos, foi editada a Lei n. 13.300/2016, que finalmente
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Será dispensada a determinação da primeira etapa quando comprovado que o impetrado deixou
de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
Pode-se dizer que a primeira etapa é a adoção da teoria não concretista (o Poder Judiciário
apenas comunica a omissão) e a segunda etapa é aplicação da teoria concretista (o judiciário
edita regras para viabilizar o direito). TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/FGV.
• Os efeitos da decisão, como regra geral, serão “inter partes”, aplicando-se somente
ao impetrante, mas, dependendo do caso, poderá ser fixado efeito “ultra partes” ou
“erga omnes”, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da
liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
• Admite-se expressamente o mandado de injunção coletivo, sendo legitimados,
além daqueles previsto para o mandado de segurança coletivo (partido político com
representação no Congresso Nacional e organização sindical, entidade de classe
44
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano),
também o Ministério Público e a Defensoria Pública. TEMA COBRADO NO XXX
EXAME DA OAB/FGV.
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A Lei nº 13.300/2016 não trata da possibilidade de concessão de medida liminar, o que fortalece
o posicionamento atual do STF no sentido de que não é possível a concessão de liminar em
sede de mandado de injunção.
A ação civil pública é o instrumento processual criado pela Lei nº 7.347/85 para garantir a
Têm legitimidade para propor a ação civil pública o Ministério Público, a Defensoria Pública,
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; autarquia, empresa pública, fundação ou
sociedade de economia mista e a associação que, concomitantemente esteja constituída há pelo
menos 1 (um) ano nos termos da lei civil inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre
concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
45
8
Apesar de não existir hierarquia entre os entes federados, a Constituição Federal estabeleceu
diferentes campos materiais e legislativos de atuação para cada um dos entes, baseado sobretudo
no princípio da predominância do interesse, conforme doravante estudado.
Além disso, de acordo com a jurisprudência do STF, seriam competências dos Estados- Membros
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Compete aos Munícipios legislar sobre assuntos de interesse local, como coleta do lixo,
ordenação do solo urbano, transporte público intramunicipal e horário de funcionamento de
estabelecimentos comerciais (Súmula n. 645 do STF).
III - instituir e arrecadar os TRIBUTOS DE SUA COMPETÊNCIA, bem como aplicar suas
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos
prazos fixados em lei;
As competências materiais exclusivas estão enumeradas no art. 21, da CF/88 e não podem ser
delegadas, já que tratam de soberania, segurança do Estado, manutenção do pacto federativo e
outras atribuições exclusivas da União.
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar
do Distrito Federal, bem como prestar assis-tência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (EC 19/1998)
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos
e mediante aprovação do Congresso Nacional;
49
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (EC 49/2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (EC 49/2006)
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar
o patrimônio público;
A título de exemplo, legislar sobre Direito do Trabalho é competência privativa da União. A Lei
Complementar n. 103/200 “autoriza os Estados e o Distrito Federal a instituir o piso salarial a que
se refere o inciso V do art. 7º da Constituição Federal, por aplicação do disposto no parágrafo único
do seu art. 22”. O piso salarial, portanto, por se tratar de tema específico do direito do trabalho,
pode ter delegado por lei complementar.
Caso outro Ente Federativo tente legislar sobre matéria de competência privativa da União,
haverá vício formal orgânico de inconstitucionalidade.
Método para memorizar: “CAPACETE PM”: Civil, Agrário, Penal, Aeronáutico, Comercial, Eleitoral,
Trabalho, Espacial, Processual, Marítimo.
ATENÇÃO: a competência para legislar sobre direito processual é privativa da União (art. 22, I,
da CF/88), mas a competência para legislar sobre procedimento é concorrente (art. 24, XI, da
CF/88), cabendo à União legislar sobre normas gerais, conforme art. 24, parágrafo único, da
CF/88 TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
V - serviço postal;
51
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
52
Parágrafo único. LEI COMPLEMENTAR poderá autorizar OS ESTADOS a legislar sobre
QUESTÕES ESPECÍFICAS das matérias relacionadas neste artigo.
O STF possui entendimento (ADI nº 1007) de que apenas a União pode legislar sobre mensalidade
escolar, uma vez que se trata de direito obrigacional que possui natureza contratual, ínsita ao
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
direito civil. (art. 22, I, da Constituição Federal) TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
Inexistindo lei federal (norma geral), os Estados e o Distrito Federal poderão exercer a
competência legislativa plena. Se a União resolver legislar sobre norma geral, a norma geral que
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
II - orçamento;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição TEMA COBRADO NO
XXVII EXAME DA OAB/FGV;
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
Regido por lei orgânica, votada em dois turnos com As contas do Governo do Território serão
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços submetidas ao Congresso Nacional, com parecer
da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os prévio do Tribunal de Contas da União.
princípios estabelecidos nesta Constituição.
Competências legislativas reservadas aos Estados e Nos Territórios Federais com mais de cem
Municípios TEMA COBRADO NO XIX EXAME mil habitantes, além do Governador nomeado
na forma desta Constituição, haverá órgãos
DA OAB/FGV. judiciários de primeira e segunda instância,
membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições
para a Câmara Territorial e sua competência
deliberativa.
54
9
A intervenção federal somente poderá ser efetivada nas hipóteses taxativamente descritas na
Constituição Federal e será sempre temporária.
A União terá competência para intervir nos Estados membros, Distrito Federal e Municípios dos
Territórios Federais, se estes assim forem divididos.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
c) autonomia municipal;
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Integridade nacional (inciso I): não é possível a separação dos Entes da Federação, uma vez
que a União é indissolúvel. Assim, qualquer movimento capaz de caracterizar a secessão pode
justificar a intervenção federal TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV.
Repelir invasão estrangeira ou interna (inciso II): trata-se de situação emergencial, em que há
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
56
INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA INTERVENÇÃO PROVOCADA (INCISOS
(INCISOS I, II, III E V) IV, VI E VII)
I - manter a integridade nacional; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Em qualquer um dos casos de intervenção espontânea (incisos I, II, III e V), apesar de ser
decretada de ofício, há necessidade de se ouvir o Conselho da República e o Conselho da Defesa
Nacional, que emitirão parecer, com natureza meramente opinativa (não vinculatória).
Além disso, a intervenção está sujeita à avaliação do Congresso Nacional no prazo de 24 horas (art.
36, § 1º), já que possui competência exclusiva para aprovar a intervenção federal (art. 49, IV, da CF).
No caso do Inciso IV do art. 34 da CF, deve-se observar o procedimento previsto no art. 36 da CF/88:
Art. 34
(...)
57
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.
Entretanto, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, o órgão prejudicado solicitará
a intervenção ao Supremo Tribunal Federal que avaliará o caso e, se entender necessário,
Em ambas as hipóteses a intervenção ficará sujeita à avaliação do Congresso Nacional, que decidirá
no prazo de 24 horas. Se o Congresso não aprovar a intervenção, esta deverá ser suspensa e, se o
Presidente não cumprir a decisão de suspensão da intervenção, haverá crime de responsabilidade.
No que diz respeito ao Inciso VI, segunda parte, referente à execução de ordem ou decisão
judicial, o procedimento possui previsão no art. 36, II, da CF/88:
Art. 34
(...)
Nessa hipótese, caberá requisição do STF, STJ ou TSE, a depender da matéria, e o presidente
será obrigado a decretar a intervenção, não havendo controle posterior do Congresso Nacional
( TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV).
No caso de coação do Poder Judiciário, o decreto interventivo deve ser apreciado pelo Congresso
Nacional no prazo de 24h. Já no caso de intervenção em razão de descumprimento de ordem
judicial, o decreto interventivo não fica sujeito à apreciação do Congresso Nacional.
Nos casos dos incisos VI, primeira parte, e VII, deve-se observar o procedimento do § 3º do art.
36 da CF/88:
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Art. 34
c) autonomia municipal;
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
Trata-se de ação ajuizada no STF (controle concentrado concreto) e que tem como único
legitimado ativo o Procurador-Geral da República.
59
10
Embora o tema “administração pública” seja tratado de forma mais aprofundada no material
de direito administrativo, algumas questões trazidas pela Constituição não podem passar
despercebidas para a prova de direito constitucional da OAB. Vejamos os principais pontos:
• De acordo com o art. 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (Método
para memorização: LIMPE).
O Supremo Tribunal Federal fixou as seguintes teses, com repercussão geral, no que se refere
ao direito de greve dos servidores públicos:
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Aos servidores militares é vedada a sindicalização e o direito de greve, conforme art. 142, § 3º,
IV, da CF/88 TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
Como não havia qualquer menção aos Militares Estaduais e do Distrito Federal (Policiais
e Bombeiros Militares), foi ediatada a EC nº 101/2019 para autorizá-los a acumularem os
cargos do inciso XI do art. 37, o que incluiria, em tese, o cargo de professor, cargos técnicos ou
científicos, bem como o cargo/emprego privativo de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas. Para que a acumulação seja possível, deverá haver compatibilidade de
horários, com a “prevalência da atividade militar.”
61
• Quanto ao servidor eleito, valem as seguintes regras: a) cargo do Executivo ou Legislativo
federal, estadual ou distrital – será obrigatoriamente afastado de seu cargo, emprego ou
função pública percebendo, obrigatoriamente, a remuneração do cargo eletivo; b) Prefeito
– será obrigatoriamente afastado de seu cargo, emprego ou função pública, podendo,
entretanto, optar pela remuneração do cargo do qual foi afastado, c) Vereador – poderá
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(na verdade deverá) acumular o cargo eletivo com o anteriormente ocupado caso haja
compatibilidade horária, bem como as respectivas remunerações, podendo optar pela
remuneração do cargo do qual será afastado, em caso de incompatibilidade horária.
• Estabilidade: é adquirida pelo servidor ocupante de cargo efetivo após três anos de efetivo
exercício e sujeição a uma avaliação especial de desempenho. O servidor estável só perderá
o seu cargo por sentença judicial transitada em julgado; processo administrativo com ampla
defesa; insuficiência de desempenho em avaliação periódica; excesso de despesa com
pessoal.
62
11
11.1.1. COMPOSIÇÃO
O Poder Legislativo, assim como os demais poderes, exerce funções típicas e atípicas.
O Poder Legislativo Federal é bicameral (Câmara dos Deputados e Senado Federal). O sistema
de eleição para a Câmara dos deputados federais é proporcional à população de cada Estado
Membro, que elegerá no mínimo 08 e no máximo 70 deputados para um mandato de 4 anos (art. 45
da CF/88). Para o Senado Federal, o sistema de representação é paritário, devendo cada Estado
e o Distrito Federal eleger 3 (três) Senadores com dois suplentes, para um mandato de 8 anos.
A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços.
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CÂMARA DOS SENADO FEDERAL
DEPUTADOS
Representação:
PROPORCIONAL Mandato: 8 anos, 2 legislaturas e 8
sessões legislativas
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
c) Governador de Território;
e) Procurador-Geral da República;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias
e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;
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XII - elaborar seu regimento interno;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos,
As mais relevantes atribuições das Mesas da Câmara e do Senado são a promulgação de Emendas
Constitucionais e o ajuizamento de Ações Impugnativas de Controle de Constitucionalidade.
Destaque-se, ainda, que as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de 30 dias, bem como a prestação de
informações falsas (art. 50, § 2º, da CF/88) TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
• A CPI’s serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de 1/3 de seus membros, para apuração de fato determinado
66
(o que não impede a investigação de outros conexos durante os trabalhos) e por prazo certo (que
pode ser prorrogado dentro da legislatura), sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
• As CPI’s terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, entretanto, deve-
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
se observar a cláusula da reserva de jurisdição, isto é, certas medidas somente poderão ser
adotadas por membros do Poder Judiciário, como por exemplo a interceptação telefônica e a
determinação de indisponibilidade de bens. As decisões da CPI deverão ser fundamentadas,
sendo que seus atos não se encontram imunes ao controle de legitimidade pelo Poder
Judiciário. Vale ressaltar ainda que a CPI dispõe de competência para investigar até mesmo
fatos que já sejam objeto de inquéritos policiais ou processos judiciais.
• A CPI tem atribuição para: convocar investigados e testemunhas; determinar as
diligências que entender necessárias; requisitar de repartições públicas documentos
e informações de seu interesse; investigar negócios realizados entre particulares;
determinar a condução coercitiva de testemunha, diante de recusa de comparecimento;
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Com relação aos Municípios, o art. 29, XIII, da CF/88, prevê que a iniciativa popular de projetos de lei
de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, será feita através de manifestação de,
pelo menos, cinco por cento do eleitorado TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
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II - disponham sobre:
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria; TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI
(decreto autônomo);
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva.
Fase Constitutiva: esta fase compreende três atuações distintas: 1) deliberação, 2) votação, 3)
sanção ou veto.
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta
da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional (o que
não é possível no caso de PEC, quando o princípio é aplicável de forma absoluta) TEMA
COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
Na casa revisora, o projeto poderá ser rejeitado (arquivado), aprovado sem emendas (será
encaminhado para o Executivo) ou aprovado com emendas, hipótese em que o projeto volta para a
Casa iniciadora para apreciação das emendas. A casa iniciadora será responsável pela avaliação
das emendas em bloco, ou seja, deve aprová-las ou rejeitá-las na totalidade, salvo se houver pedido
de destaque, que é uma solicitação aprovada na Casa para que determinada emenda seja votada
• Sanção ou Veto: Após encaminhado o projeto para o Presidente da República, ele terá 15
dias para a sanção ou veto.
Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção tácita
TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.
Características do veto: pode ser total, quando alcança o projeto de lei por inteiro, ou parcial,
quando atinge uma parcela do projeto de lei, não podendo atingir palavras ou expressões isoladas,
mas somente o artigo, o inciso ou a alínea por completo. Além disso, o veto poderá ser jurídico, quando
baseado na inconstitucionalidade (modalidade de controle preventivo de constitucionalidade) ou
político, quando baseado na contrariedade ao interesse público. O veto deve ser sempre motivado,
devendo o Presidente da República apresentar os motivos do veto para o Presidente do Senado
Federal no prazo de 48 horas. O veto desmotivado, ou seja, sem a apresentação dos motivos,
importa em sanção tácita.
O veto pode ser derrubado em sessão conjunta1 do Congresso Nacional pelo voto da maioria
absoluta de Deputados Federais e Senadores, devendo a votação ser ABERTA TEMA
COBRADO NO EXAME II DA OAB/FGV.
Caso o veto seja derrubado o projeto será encaminhado ao Presidente da República para
promulgação TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
69
Fase complementar (Promulgação e Publicação): compreende a promulgação e a publicação
da lei. Com a promulgação se declara a existência da lei, enquanto com a publicação marca sua
obrigatoriedade, respeitado o vacatio legis. Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito
horas pelo Presidente da República, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer
em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
A Emenda Constitucional será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal (art. 60. §3º); o Decreto Legislativo pelo Presidente do Congresso Nacional; e a resolução
pelo Presidente do órgão que a edita. A publicação da lei é requisito para a entrada em vigor e
consequente produção de seus efeitos.
• Dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
• Autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias legislativas privativas da União
• Organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
O Supremo Tribunal Federal entende que não existe hierarquia entre lei complementar e ordinária,
tendo em vista que ambas retiram seu fundamento de validade da Constituição Federal. Quando certa
matéria é reservada à lei complementar nenhum outro ato normativo poderá tratar do assunto, sob
pena de inconstitucionalidade. Por outro lado, a Lei Complementar pode tratar de matéria residual
(normalmente da Lei Ordinária) sem ser invalidada, o que se dá por uma questão de economia legislativa,
e não de hierarquia. Neste caso, esta lei será apenas formalmente complementar, pois materialmente ela
será uma lei ordinária e, como consequência, poderá ser posteriormente revogada por outra lei ordinária.
TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV:
70
11.1.5. PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem
sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-
se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das
que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á
Desse modo, são pressupostos para instauração do processo legislativo sumário o projeto
de lei apresentado pelo Chefe do Executivo e a sua solicitação de urgência. Cada uma das Casas
Legislativas terá o prazo de 45 dias para se manifestar sobre a proposição sob pena de trancamento
de pauta, com exceção das demais matérias que tenham prazo constitucional determinado (ex.
Medidas Provisórias). Se houver emenda no Senado o projeto retorna à Câmara, que terá 10 dias
para se manifestar.
O regime de urgência constitucional pode ser requerido apenas pelo Presidente da República nos
projetos de lei de sua própria iniciativa TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
São aqueles que não seguem o procedimento ordinário ou comum, como no caso das emendas
constitucionais, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções.
• EMENDAS CONSTITUCIONAIS
• Presidente da República;
71
Para sua aprovação, deverá ocorrer deliberação em 02 turnos em cada uma das Casas
Legislativas, considerando-se aprovada quando obtiver em ambas, pelo menos 3/5 dos votos dos
membros de cada uma delas (maioria qualificada), após o que deverá ser promulgada pelas Mesas
da Câmara e do Senado. Caso rejeitada, será arquivada, não podendo ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa, em observância ao princípio da “irrepetibilidade absoluta”. Por meio
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
• MEDIDA PROVISÓRIA
As medidas provisórias devem ser imediatamente submetidas ao Congresso Nacional que terá
o prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, para apreciá-la (prazo para apreciação). Esse
prazo não corre durante o recesso do Congresso Nacional (mas a MP continua produzindo
efeitos), sendo que a prorrogação por mais 60 dias, quando necessária, será automática. Se a
medida provisória não for apreciada em 45 dias contados de sua publicação entrará em regime
de urgência, sobrestando a pauta da Casa onde estiver tramitando, ressaltando que não há
contagem de novo prazo de 45 dias no Senado.
a) Aprovação sem alterações: nesse caso, a Câmara dos Deputados, como casa iniciadora, e o
Senado Federal, como casa revisora, aprovaram integralmente o texto da MP. Não há encaminhamento
ao Presidente da República para sanção ou veto, pois o ato por ele editado foi aprovado sem qualquer
modificação. A promulgação é feita pelo Presidente do Congresso Nacional;
72
c) Rejeição expressa: ocorre quando qualquer uma das casas rejeita a MP, durante seu período
de eficácia (60 + 60 dias).
d) Rejeição tácita (ou por decurso de prazo): se no período de eficácia a MP não é convertida
em lei, nem rejeitada expressamente, haverá a rejeição tácita.
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Após a rejeição, expressa ou tácita, da MP, deve-se aguardar por 60 dias a elaboração de um
Decreto Legislativo pelo Congresso Nacional regulamentando as situações decorrentes da MP. Se
o Decreto Legislativo não for feito, a MP seguirá regulamentando apenas as relações jurídicas dela
decorrentes.
I – relativa a:
73
• LEIS DELEGADAS
São elaboradas pelo Presidente da República, que para tanto, deve solicitar delegação ao
Congresso Nacional, que será concedida por meio de resolução, onde deverá ser especificado
o conteúdo e os termos para seu exercício (art. 68, §2º, da CF). Os limites materiais das leis
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
delegadas são muito semelhantes aos das Medidas Provisórias. Alguns itens, todavia, são
distintos, destacando-se os direitos individuais que não podem ser objeto de lei delegada, mas não
há qualquer vedação que impeça Medida Provisória de tratar do assunto TEMA COBRADO NO
XXII EXAME DA OAB/FGV.
• DECRETOS LEGISLATIVOS
São atos exclusivos do Congresso Nacional (realizados obrigatoriamente por meio da atuação
de suas duas Casas) para o tratamento de matérias da sua competência exclusiva, para os quais
a Constituição Federal dispensa sanção presidencial, como a aprovação definitiva de tratados,
acordos e atos internacionais celebrados pela República Federativa e a apreciação do decreto
interventivo TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
• RESOLUÇÕES
Espécies normativas que têm como objetivo veicular matéria privativa do Senado ou da Câmara,
isto é, são deliberações de uma das Casas do Congresso Nacional, ou do próprio Congresso, para
dispor sobre assuntos políticos e administrativos de sua competência, como aquelas matérias
constantes nos arts. 51 e 52, da CF/88. A resolução, em regra, produz efeitos internos, ou seja,
dentro de cada casa legislativa.
Enquanto as resoluções podem ser expedidas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado
Federal ou pelo Congresso Nacional, os Decretos Legislativos são atos privativos do Congresso
Nacional. A promulgação da resolução será efetivada pelo Presidente da respectiva Casa.
74
11.1.6. IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS
No entanto, existem algumas imunidades, que são prerrogativas vinculadas ao cargo e não
privilégios vinculados à pessoa, que devem ser analisadas.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
Não há qualquer imunidade se o crime praticado pelo deputado federal ou senador ocorreu
antes da diplomação. Por outro lado, se o crime for praticado após a diplomação, a imunidade
consistirá na possibilidade de sustação da ação penal em andamento perante o STF, não sendo
possível a suspensão da execução da pena.
Registra-se que qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária deve se submeter à prestação de contas (parágrafo único
76
do art. 70).
O controle externo será realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União, cuja competência
possui previsão no art. 71, in verbis:
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
É importante destacar, ainda, que, quando estiver em sua função fiscalizatória, o TCU pode
fazer o controle de constitucionalidade em relação à legislação que baseia a análise, conforme
Súmula 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”.
Com relação aos Municípios, a sua fiscalização será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
Por sua vez, o § 2º do art. 31 dispõe que “o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal” TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.
Registra-se, ainda, que as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade,
nos termos da lei (§ 3º do art. 31 da CF/88) TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
O Poder Executivo possui como função típica gerenciar e administrar o Estado, tendo o Brasil
adotado o sistema Presidencialista, em que há identidade entre o Chefe de Governo e de Estado,
pois é o Presidente da República que realiza ambas as funções.
A chefia é dual, pois o Chefe de Estado é A chefia é una, logo há identidade entre o Chefe
diferente do Chefe de Governo. O Chefe de Estado de Governo e de Estado, pois é o Presidente da
pode ser o Monarca ou o Presidente da República República que realiza ambas as funções. Quando
(dependendo da forma de governo), enquanto que o exerce a chefia de Estado, está representando a
Chefe de Governo é o primeiro ministro (integrante República Federativa do Brasil e quando exerce
do Parlamento e só se elege e governa se possui a chefia de Governo, está representando a União.
maioria parlamentar). Assim, no Parlamentarismo, O Presidente se elege e governa mesmo que
uma parcela das funções executivas (chefia não possua o apoio da maioria do Parlamento
de governo) é exercida pelo Primeiro Ministro.
78
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, que é auxiliado pelos Ministros de
Estado, que são nomeados e exonerados ad nutum pelo Presidente da República, independentemente
de motivação.
REQUISITOS DE ELEGIBILIDADE (ALISTABILIDADE): deve ser brasileiro nato (art. 12, §3º);
idade mínima de 35 anos (comprovada na data da posse, segundo o Código Eleitoral, Art. 11, §2º);
filiação partidária há pelo menos 1 ano e pleno exercício dos direitos políticos.
ELEIÇÃO: adota-se o sistema eleitoral majoritário absoluto, ou seja, o candidato deve obter
a maioria absoluta dos votos válidos em primeiro ou segundo turnos. Este mesmo sistema é
utilizado nas eleições de Governador e nas eleições de Prefeitos dos municípios com mais de 200
mil eleitores. TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV.
Exigência de que, para que o candidato seja eleito, Será eleito o candidato mais votado,
atinja no mínimo a maioria absoluta dos votos válidos. independentemente do percentual de votos, não há
Caso nenhum dos candidatos atingir essa votação, segundo turno
haverá, necessariamente, segundo turno. Períodos
eleitorais: 1º e último domingo de outubro
LICENÇA: exigida nos casos em que a ausência do país for superior a 15 dias. Se o Presidente
ou vice se ausentarem do país por mais de 15 dias, sem licença, a ausência deverá ser interpretada
como Renúncia.
POSSE: a posse ocorre no dia 1º de janeiro do ano subsequente às eleições, em sessão do
Congresso Nacional. Se não houver o comparecimento do Presidente, do Vice ou de ambos, e
houver justificativa, aguarda-se o comparecimento pelo tempo que for necessário. Se não houver
justificativa, aguarda-se 10 dias, quando então o cargo do ausente será declarado vago. Se ambos
os cargos ficarem vagos, far-se-ão novas eleições em até 90 dias.
IMPEDIMENTO e VACÂNCIA: impedimento compreende os afastamentos temporários do
Presidente, como na hipótese de ausência do País, situações em que caberá ao Vice-Presidente
substituí-lo no exercício pleno da Presidência. O Presidente e o Vice-Presidente da República não
poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze
dias, sob pena de perda do cargo (CF, art. 83). Em caso de duplo impedimento (Presidente e Vice),
a linha de substituição presidencial é a seguinte: (1) Presidente da Câmara dos Deputados; (2)
Presidente do Senado Federal; (3) Presidente do Supremo Tribunal Federal. A vacância, por outro
lado, representa a impossibilidade definitiva de exercício do mandato (morte, renúncia, perda
do cargo, etc.). Em caso de dupla vacância, se esta ocorrer nos primeiros 2 anos do mandato,
serão realizadas eleições diretas em 90 dias e, se ela ocorrer nos dois últimos anos do mandato,
serão realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional em 30 dias TEMA COBRADO NOS
EXAMES VII, XIII E XVIII DA OAB/FGV.
O Presidente possui foro especial por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal
79
Federal para crimes comuns relacionados à função, e perante o Senado para crimes de
responsabilidade, sendo que neste caso a condenação se limita à perda do cargo com inabilitação
para o exercício de função pública por 08 anos (Lei nº 1.079/50 – Lei de responsabilidade – não
se aplicando a lei de improbidade). O processo por crime comum relacionados à função ou de
responsabilidade praticado pelo Presidente depende de autorização prévia de 2/3 dos membros
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
da Câmara, e uma vez concedida a autorização, o julgamento será feito pelo Senado (crime de
responsabilidade) ou pelo STF (crime comum), devendo o Presidente ser afastado de suas funções
por 180 dias. No caso de crime de responsabilidade, embora o julgamento seja pelo Congresso,
funcionará como presidente o do STF TEMA COBRADO NOS EXAMES V E XVII DA OAB/FGV.
Se o crime comum praticado pelo Presidente da República for estranho a suas funções, como
no caso de homicídio praticado contra um parente por motivos pessoais, ele será criminalmente
processado somente após o término do mandato, vigorando a denominada “irresponsabilidade
penal relativa do Presidente da República” (art. 86, § 4º, da CF/88). TEMA COBRADO NO
I - a existência da União;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.
O rol do art. 85 é meramente exemplificativo, sendo possível lei especial (atualmente a Lei nº
1.079/50) atribuir outras condutas capazes de configurar crime de responsabilidade.
O Presidente da República não dispõe de imunidade em face das ações judiciais que visem
imputar-lhe responsabilidade civil ou tributária.
As funções típicas do Poder Executivo são instituir as políticas públicas de governo e atender
aos comandos legais, e estão especificamente enumeradas no art. 84 da CF/88.
O parágrafo único desse mesmo artigo permite que as atribuições previstas nos incisos VI (Decreto
Autônomo), XII (conceder indulto e comutar penas) e XXV (prover cargos públicos federais, na forma da lei)
sejam delegadas aos Ministros de Estado, ao PGR e AGU TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
80
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
A extinção de cargo público federal na forma da lei, a rigor, não é atribuição delegável, uma
vez que o parágrafo único do art. 84 se refere apenas à primeira parte do inciso XXV, ou seja, ao
provimento dos cargos. Assim, o Presidente poderia apenas, pelo inciso VI, delegar a atribuição
para extinguir um cargo público, desde que ele esteja vago e a extinção se dê por decreto.
Entretanto, a FGV vem considerando correta a afirmação genérica de que o disposto no inciso XXV
(prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei), é matéria delegável, sem o rigor da
distinção feita pelo parágrafo único. TEMA COBRADO NOS EXAMES II, XIII e XXVII DA OAB/FGV.
I - o Vice-Presidente da República;
VI - o Ministro da Justiça;
81
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
I - o Vice-Presidente da República;
IV - o Ministro da Justiça;
Conselho de Defesa: composto pelo Vice-Presidente da República, pelo Presidente da Câmara, pelo
Presidente do Senado, pelo Ministro da Justiça, da Defesa, das relações exteriores, do planejamento e
por comandantes da marinha, aeronáutica e exército. Será consultado nos assuntos relacionados com
a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, devendo opinar sobre a decretação do estado
de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.
A inamovibilidade pode ser excepcionada no caso de relevante interesse público e desde que a
remoção seja aprovada pela maioria absoluta do tribunal ou do CNJ, conforme artigos. 95, II e
93, VIII, da CF/88. TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
VITALICIEDADE ESTABILIDADE
Alcançada após dois anos de estágio probatório Atingida após três anos de efetivo exercício
Apenas agentes políticos são dotados de vitaliciedade É atributo do servidor público em sentido estrito
(magistrados, membros do Ministério Público e
Conselheiros do Tribunal de Contas).
Perda do cargo apenas por sentença judicial com Poderá perder o cargo por sentença judicial,
83
trânsito em julgado processo administrativo e corte de despesas.
O art. 93, XI, da CF/88 prevê a criação de órgão especial para os casos de tribunais com mais
de 25 membros. O órgão especial será composto pelo mínimo de 11 e o máximo de 25 membros,
sendo que 50% destes são os mais antigos do Tribunal, e os outros 50% são eleitos pelo próprio
Tribunal por meio de votação. O órgão especial exerce atribuições administrativas e jurisdicionais
delegadas da competência do Tribunal pleno. O órgão especial poderá ainda, dentre outras funções,
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados,
sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
84
Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
O CNJ é composto por 15 membros, com mandato de 2 anos, sendo permitida uma única recondução.
mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
As ações contra o Conselho Nacional de Justiça serão processadas e julgadas pelo Supremo
Tribunal Federal.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - composto por 33 Ministros, dos quais, 1/3 são juízes do
TRF; 1/3 Desembargadores dos Tribunais de Justiça; 1/6 de advogados e 1/6 de membros do
MP. O Superior Tribunal de Justiça será composto por membros do Poder Judiciário na seguinte
proporção: 1/3 (um terço) dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e 1/3 (um terço) dentre
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio
Tribunal. Não se exige, portanto, que esses magistrados sejam juízes de carreira, ou seja, é possível
que um membro do Ministério Público passe a compor um Tribunal pelo quinto constitucional e,
posteriormente, venha integrar o STJ nas vagas reservadas aos magistrados. TEMA COBRADO
NO XII EXAME DA OAB/FGV.
85
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DOS STJ
86
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DO STF
Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice- JULGAR EM RECURSO ORDINÁRIO
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o Procurador-Geral da República; O habeas corpus, o mandado de
segurança, o habeas data e o mandado
de injunção decididos em única
Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, instância pelos Tribunais Superiores, se
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército denegatória a decisão;
e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, da CF/88, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da
União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; O crime político;
As causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Julgar válida lei ou ato de
Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas governo local contestado em face
entidades da administração indireta; desta Constituição.
87
ORIGINÁRIA EM GRAU DE RECURSO
Compete ao STF julgar o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território (art. 102, I, “e”, CF). Por outro lado, se o conflito
envolver Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município, ou pessoa domiciliada ou
residente no País, o processo é de competência do juiz federal (art. 109, II, da CF/88), mas, em
caso de recurso, este será de competência do STJ (art. 105, II, “c”, CF). TEMA COBRADO
NO XX EXAME DA OAB/FGV.
• Ação movida pela Itália em face do Município X – Competência do juiz federal, mas eventual
recurso vai ser julgado diretamente pelo STJ (recurso ordinário constitucional).
O Procurador Geral da República é legitimado para intentar perante o STJ, em qualquer fase do
processo ou inquérito que implique grave violação de direitos humanos, demonstrada a inércia
das autoridades estaduais, o deslocamento de competência da Justiça Estadual para a Justiça
Federal (federalização).
88
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - composto por 27 Ministros entre 35 e 65 anos de
idade, observando-se o quinto constitucional, enquanto os Tribunais Regionais do Trabalho serão
constituídos por no mínimo 07 juízes, também respeitando-se a regra do quinto constitucional (01
será membro do MPT e 01 será advogado). Nas Comarcas não abrangidas pela Justiça do Trabalho,
sua jurisdição poderá ser atribuída a juízes de direito. A competência da Justiça do Trabalho se
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar SÚMULA que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,
terá EFEITO VINCULANTE em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. TEMA
COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV
A súmula vinculante, como o nome sugere, possui efeito vinculante, o que a torna de
observância obrigatória para os demais órgãos do Poder Judiciário, Administração Pública direita
e indireta nas três esferas, bem como para o Poder Legislativo.
No entanto, os Poderes Executivo e Legislativo não ficam vinculados quando estão exercendo
atividade legislativa de produção normativa (confecção de norma), para evitar a chamada “fossilização
da Constituição”. A título de exemplo, a edição da medida provisória se insere na função atípica
89
legislativa do Poder Executivo, motivo pelo qual, neste caso, a súmula vinculante não interfere na
atuação do Presidente da República TEMA COBRADO NOS EXAMES VIII, XI E XIX DA OAB/FGV.
O STF pode atuar de ofício (quando um próprio ministro da corte apresenta a proposta), ou por
provocação, nos termos do art. 103-A, §2º, da CF/88.
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
• Procurador-Geral da República;
90
12
INCONSTITUCIONALIDADE INCONSTITUCIONALIDADE
POR AÇÃO POR OMISSÃO
INCONSTITUCIONALIDADE INCONSTITUCIONALIDADE
FORMAL MATERIAL
Ocorre quando há desrespeito à regra de repartição de Ocorre quando a lei viola conteúdo da
competência legislativa ou à regra de procedimento de Constituição Federal.
elaboração da espécie legislativa.
PREVENTIVO REPRESSIVO
É aquele que alcança projetos de lei ou propostas Ocorre depois que a norma passou pelo processo
de Emenda à Constituição, isto é, ocorre no curso legislativo. É o controle difuso ou concentrado.
do processo legislativo. O controle preventivo é feito
preferencialmente por órgãos políticos (veto político
e atuação das Comissões de Constituição, Justiça e
Cidadania), em homenagem à separação dos poderes.
91
Existe uma situação excepcional em que o controle será preventivo e jurídico. Ocorre quando
o parlamentar, na defesa de seu direito líquido e certo ao devido processo legislativo (que
nada mais é do que o direito de só participar de um processo legislativo hígido, que respeite
estritamente as regras procedimentais postas na Constituição – art. 47; 59 a 69), impetra
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
No controle difuso, a análise da constitucionalidade do ato normativo pode ser feita por qualquer
juiz como pressuposto para a análise de um caso concreto, ou seja, a inconstitucionalidade da
norma é elemento básico para que o juiz possa decidir a questão objeto da lide.
JULGAMENTO Julgamento pode ser feito por Reservado ao STF (tutela da Constituição
qualquer juiz Federal), ou aos Tribunais de Justiça Estaduais
(tutela das constituições estaduais).
92
12.2.2. CONTROLE DIFUSO
O controle difuso pode ser provocado por qualquer ação judicial individual ou coletiva que
tenha por finalidade solucionar conflitos de interesses, sendo a questão da inconstitucionalidade
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
A inconstitucionalidade, portanto, não é o objetivo da ação, mas a sua análise é essencial para
a solução da lide. Esta forma de provocação do controle difuso é chamada via de exceção ou defesa.
O efeito da decisão judicial no controle difuso é inter partes, ou seja, a norma declarada
incidentalmente inconstitucional terá seus efeitos apenas no caso concreto. Na decisão judicial,
portanto, a questão da inconstitucionalidade não aparece no dispositivo e sim na fundamentação
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público.
Assim, de acordo com a Súmula Vinculante n° 10, o órgão fracionário deve respeitar a reserva de
plenário se pretender, no caso concreto afastar a incidência de uma lei, no todo ou em parte, ainda que
não mencione expressamente a inconstitucionalidade TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.
Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência,
no todo ou em parte.
3 Órgão especial é aquele instituído nos tribunais com mais de 25 julgadores para o exercício das
funções administrativa e jurisdicionais que seriam do pleno.
93
O Supremo Tribunal Federal também exerce o controle difuso ao julgar casos concretos,
podendo, após declarar incidentalmente a inconstitucionalidade, comunicar sua decisão ao Senado,
a quem cabe editar resolução nos termos do art. 52, X, da CF, suspendendo a execução da norma
declarada inconstitucional TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO CONSTITUCIONAL
As ações que provocam o controle abstrato formam um processo objetivo, ou seja, um processo
onde não se discute casos concretos, interesses das partes. Promove apenas uma discussão
abstrata da inconstitucionalidade ou da constitucionalidade da norma.
EFEITOS: os efeitos são erga omnes, ex tunc (retroage) e vinculante em relação aos órgãos
do Poder Judiciário e da Administração Pública federal, estadual, municipal e distrital, mas não
vincula o Poder Legislativo sob pena de “fossilização” da Constituição TEMA COBRADO NOS
EXAMES XXIII, XXVII E XXX DA OAB/FGV.
PARAMETRICIDADE: representa os atos normativos que podem ser objeto de controle de
constitucionalidade. Como regra geral, podem ser objeto de ADI as leis ou atos normativos federais
ou estaduais (lei ou ato normativo municipal não pode ser objeto de ADI). O Supremo Tribunal
Federal firmou entendimento no sentido de que apenas os atos autônomos (primários) são objeto
de ação direta, motivo pelo qual atos regulamentares (regulamentos em geral) não podem ter sua
constitucionalidade questionada por ADI, salvo no caso do decreto autônomo, já que se trata de ato
que inova o ordenamento jurídico .
Decreto autônomo (inova o ordenamento jurídico), medida provisória (ato normativo federal) e
emenda constitucional podem ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade.
I - o Presidente da República;
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V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
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Os legitimados universais são aqueles que podem ajuizar a ação sem necessidade de demonstrar
Já os legitimados especiais são aqueles que devem demonstrar pertinência temática, ou seja,
a existência de vínculo entre a norma questionada e o objetivo institucional do legitimado TEMA
COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV. .
Em que pese o Conselho Nacional da OAB seja representante de classe em âmbito nacional, ele
é legitimado universal, ou seja, não precisa demonstrar pertinência temática.
• Regulamentos autônomos;
• Propostas de demanda constitucional/
projetos de lei;
• Legislação estadual (Constituição estadual,
legislação ordinária e regulamentos autônomos);
• Súmulas, o que inclui as Súmulas Vinculantes.
TEMA COBRADO NO VI EXAME DA
• Legislação distrital (da competência OAB/FGV.
legislativa estadual);
A Ação Declaratória de Constitucionalidade foi criada pela EC n. 03/93 e tem como objetivo a
declaração da constitucionalidade de determinada lei ou ato normativo.
Os legitimados para a ADC são os mesmos da ADI. Além disso, as Ações Declaratória de
Constitucionalidade e de Inconstitucionalidade (ADI e ADC) possuem caráter dúplice ou ambivalente,
conforme previsto no art. 24 da Lei n. 9.868/99.
Desse modo, se uma lei é questionada ao mesmo tempo por uma ADI e por uma ADC, as duas
ações devem ser reunidas e julgadas conjuntamente e, se uma ação for julgada procedente, a outra
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ação vai ser julgada necessariamente improcedente, já que a mesma lei não pode ser, ao mesmo
tempo, constitucional e inconstitucional.
Entretanto, não é qualquer norma que ofende a Constituição que pode ser objeto de ADPF,
mas apenas aquelas que descumprem preceito fundamental, o que, segundo a doutrina, inclui os
direitos e garantias fundamentais, as cláusulas pétreas, os princípios fundamentais e os princípios
constitucionais sensíveis (art. 34, VII, da CF/88).
De acordo com o art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.882/99, a ADPF possui caráter de subsidiariedade ou residual, ou
seja, caberá apenas se não for hipótese de ADI TEMA COBRADO NOS EXAMES XIII E XXVIII DA OAB/FGV.
Art. 103 da CF/88 - Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória
de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Se o omisso for órgão administrativo, a própria constituição prevê que o Supremo fixará o
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Trata-se de um auxiliar do juízo, que trará informações relevantes que ajudarão o Supremo
Tribunal Federal a julgar o caso. O ingresso do amicus curiae é definido pelo Relator do
processo, que levará em consideração 3 (três) requisitos (os dois primeiros são legais, o terceiro,
jurisprudencial): 1) relevância da matéria; 2) representatividade do postulante e 3) pertinência
temática (demonstração de que a entidade/órgão tem relação com o tema).
Lei n. 9.868/99
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Art. 10. Salvo no período de recesso, a MEDIDA CAUTELAR na ação direta será concedida
por decisão da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do Tribunal, observado o disposto no
art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais EMANOU a lei ou ato
normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
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§ 1º A medida cautelar, dotada de EFICÁCIA CONTRA TODOS, será concedida com efeito
EX NUNC, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe EFICÁCIA RETROATIVA.
A cautelar é cabível em todas as ações do controle concentrado (ADI, ADC, ADO e ADPF), desde
que presentes os pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in mora. A decisão cautelar
possui efeitos erga omnes, vinculante e ex nunc.
Além disso, provocará a suspensão dos processos que tramitam no controle difuso com o
mesmo objeto da ação principal, bem como a suspensão da vigência da norma atacada, com
efeito represtinatório, ou seja, a concessão da cautelar torna aplicável a legislação anterior, acaso
existente, salvo expressa manifestação do STF em sentido contrário.
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São princípios institucionais do Ministério Público: unidade (os ramos do Ministério Público
e seus membros integram um só órgão, sob única direção do Procurador Geral), indivisibilidade
(os membros do MP não se vinculam aos processos em que atuam, podendo ser substituídos uns
pelos outros) e independência funcional (abrange a independência financeira e administrativa).
O Conselho Nacional do Ministério Público, criado pela EC 45/2004, será composto por 14
membros (PGR; 04 membros do MPU; 03 do MPE; 02 juízes indicados, 01 pelo STF e outro pelo ST;
02 advogados indicados pela OAB; 02 cidadãos indicados, 01 pela Câmara e outro pelo Senado)
nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado, para
exercício da função por 02 anos, admitida 01 (uma) recondução. O CNMP tem como função o
controle da atuação administrativa e financeira do MP e o cumprimento dos deveres funcionais de
seus membros.
Cabe à Advocacia Pública representar judicial e extrajudicialmente a União, bem como prestar
as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do poder Executivo.
É chefiada pelo Advogado Geral da União, cargo de livre nomeação e exoneração do Presidente
da República, entre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. A
execução da dívida ativa de natureza tributária cabe à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em
relação à União, e às Procuradorias dos Estados, em relação a estes.
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A decretação do Estado de Defesa é incumbência do Presidente da República, após oitiva do
Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, com o objetivo de preservar ou restabelecer a
ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas
por calamidade de grandes proporções na natureza (art. 136, caput, da CF/88).
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Durante o estado de defesa, que não poderá ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogado
1 (uma) vez por igual período, permite-se restrições aos direitos de reunião, ainda que exercida
no seio das associações; de sigilo de correspondência e de sigilo de comunicação telegráfica e
Além disso, permite-se a ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese
de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. TEMA COBRADO
NO XXX EXAME DA OAB/FGV.
Se o prazo de decretação do estado de defesa, mesmo com a prorrogação de 30 dias, não for
suficiente para por termo à situação que o ensejou, poderá ser decretado o estado de sítio, respeitadas
as formalidades do art. 137 da CF/88 TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
Durante a decretação do estado de sítio, permite-se a restrição de uma gama maior de direitos
em comparação ao estado de defesa, conforme art. 139 da CF/88, acima transcrito.
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De acordo com o art. 170 da CF/88, a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, observados os seguintes princípios:
b) propriedade privada;
d) livre concorrência;
e) defesa do consumidor;
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor, obrigatório para os Municípios com mais de
20.000 habitantes (art. 182, §2°, da CF).
Importante salientar ainda que, de acordo com o § 4º do art. 182 da CF/88, é facultado ao Poder
Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
Em caso de desapropriação pelo não cumprimento do plano diretor, a indenização será paga
em títulos da dívida pública (art. 182, §4º, II, da CF/88) e não em dinheiro.
A propriedade rural cumpre sua função social, segundo o disposto no art. 186, da CF, quando,
simultaneamente, preenche os seguintes requisitos:
Caso a propriedade não cumpra sua função social, compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural mediante prévia e justa indenização
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo
de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei,
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devendo as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro (art. 184, caput e §1º,
da CF/88) TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I - a pequena e média propriedade
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rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra e II - a propriedade produtiva.
Para a prova da OAB, a informação mais importante que o aluno deve memorizar é que o
sistema financeiro nacional será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre
a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
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Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, “ad referendum”
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco
TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto
a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração
das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante
interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a
nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da
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lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar
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BIBLIOGRAFIA
• LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 22ª. ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2018.
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