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O conceito de Poder em Guilherme de Ockham

RICARDO PALARO*

Resumo
No presente trabalho abordamos algumas questões pertinentes ao
pensamento de Guilherme de Ockham, por isso usamos como método uma
compilação bibliográfica que foi permeada pelo seguinte objetivo:
evidenciar o conceito de poder de Ockham. Com isso, percebeu-se que, à sua
maneira, as ideias de Guilherme de Ockham sobre a Igreja no mundo foram
tão radicais quanto sua teologia. Ele sustentou o ideal franciscano de um
clero pobre, negou o poder papal de comandar soberanos seculares e afirmou
que a fonte suprema de autoridade religiosa era o povo, e não a hierarquia.
Palavras-chave: Poder; Igreja; Autoridade; Política; Idade Média; Abuso;
Usurpação.

Abstract
In the present work it is addressed some relevant matters of the thinking of
Guilherme de Ockham, so it is used as method a bibliographic compilation
that was permeated by the following objectives; evidence the concept of
power of Ockham. With that, it’s realized that by its means, the ideas of
Guilherme de Ockham about the Church were as radical as his theology. He
held the Franciscan Ideal of a poor clergy, denied the Pope’s power of
commanding secular rulers and claimed that the supreme religious authority
was the people, not the hierarchy.
Key words: Power; Church; Authority; Policy, Middle Age; Abuse;
Usurpation.

*
RICARDO PALARO é aluno especial do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Regional (PPGDR) na UTFPR – Campus Pato Branco (PR); professor concursado de filosofia pela Secretaria de
Estado da Educação do Paraná (nos colégios Premen e Castro Alves).

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1- Introdução mundo de seus direitos e bens.
Por isso, “nem o papa possui o
Guilherme de Ockham aceitava
poder de privar outras pessoas
o postulado segundo o qual as
de seus bens e de seus direitos.
leis eclesiásticas eram mais
Por conseguinte, o principado
importantes do que as civis,
papal não se estende de maneira
porém com duas ressalvas. Em
regular sobre os bens, os direitos
primeira instância, desde que as
e as liberdades de outras
leis eclesiásticas se
pessoas” (OCKHAM, 1999, p.
fundamentassem na Lei Divina.
180).
Em segundo lugar, as leis
eclesiásticas não podem Também não cabe ao papa
redundar num prejuízo à impor ações virtuosas contra a
coletividade, visto causar embaraços às vontade dos fieis. Assim, por exemplo, em
pessoas que não saberiam a quem diversos tópicos da escritura a virgindade e
obedecer. Haveria uma desestabilização o celibato são louvados; contudo, não
social. pertencem à mediania dos fieis, mas levam
em si algo que vai além das obrigações
Ockham insinua que não se deve esquecer
comuns a todos. Por isso, eles não são
que além dos limites à autoridade papal
impostos a ninguém, mas apenas
estabelecidos pelas leis Divina e natural
aconselhados aos que aspiram a uma maior
ainda há outros estabelecidos pelas leis
perfeição. De modo semelhante, após anos
eclesiásticas e civis. A própria lei natural
de convivência, marido e mulher podem,
assegura a todos os homens,
de comum acordo, decidir-se pela
independentemente de sua condição sócio-
separação, a fim de seguirem, ambos,
econômica, os direitos à vida, à educação
como religiosa e religioso, a vida
dos filhos pelos pais, de escolher seus
celibatária. Mas o papa não pode impor aos
próprios dirigentes e também o direito de
cônjuges, contra a vontade deles, que se
possuir bens particulares.
tornem religiosos (Ibidem, p. 177-178).
É por esses motivos que Ockham dá a
O mestre inglês é contra a plenitude do
entender que se fossem respeitadas as
poder do papa porque ele é um ser
esferas de atuação específicas de cada um
humano. Como ser humano o papa pode se
dos poderes, e entre as respectivas
deixar levar por influências externas, tais
autoridades, civil e espiritual, houvesse
como interesses políticos, econômicos,
colaboração mútua na solução dos
etc., e incorrer em erro.
problemas comuns a ambas, toda a
coletividade se beneficiaria e o Império e o A premissa que aqui está em voga é a de
Papado não estariam absorvidos por uma que a religião cristã não priva ninguém de
longa disputa infrutífera e desgastante pela seu direito. Por esse motivo, diz Ockham,
hegemonia sobre a cristandade. o papa não pode subtrair de ninguém o
2 - O poder em Guilherme de Ockham seu direito, especialmente pelo fato de
não o ter recebido dele próprio, mas de
A liberdade, segundo Ockham, pertence à Deus, ou da natureza ou de outrem. E,
constituição do homem. Segundo De Boni, pela mesma razão, não pode privar
“a plenitude do poder e liberdade são outras pessoas de gozarem das suas
conceitos contraditórios, que se excluem liberdades, as quais foram–lhes
mutuamente: a plenitude do poder é algo concedidas ou por Deus ou pela
que destrói tanto o cristão quanto o natureza (1999, p. 179).
cidadão, porque rouba-lhes a liberdade” Porém, sabemos que em nenhum momento
(DE BONI, 2003, p.305). Daí o próprio Ockham nega a necessidade do poder
Ockham dizer que Cristo não veio privar o dentro da Igreja e da sociedade. A questão

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é que o homem não se contenta com sua que gozam os regidos. Ora, uma autoridade
liberdade. Por isso, usa de artimanhas para que pode fazer tudo o que não contradiz o
usurpar poderes na tentativa de querer ser direito natural e a lei divina é autoridade
igual a Deus, o único plenamente livre. Daí que se exerce sobre escravos, não sobre
então fica claro porque o papa quer ter os livres.
poderes seculares e espirituais em sua mão.
Se o papa possuísse tal autoridade, então
Neste sentido, plenitudo potestatis nada
todos os cristãos, tanto os imperadores
mais é do que o homem (e o papa não está
como os reis e seus súditos, seriam
livre disso) querer ser igual a Deus; é uma
escravos dele, no mais estrito sentido do
tentativa de usurpar o poder divino1.
termo, porque nunca houve nem haverá
Em sua filosofia política, Ockham deixa alguém que, de direito, tenha maior poder
transparecer que o papa “não possui poder, sobre qualquer homem do que aquele que
possui autoridade – auctoritas – aquele sobre ele pode tudo o que não repugna ao
poder moral que dispensa a força das direito natural e ao divino. Mas, dizia
armas” (DE BONI, 2006, p. 127). Tendo Ockham, “isso não se coaduna com a
em mente então que para Ockham a dignidade do papa, que possui o mais
questão do poder está intimamente ligada perfeito dos principados, porque não
ao conceito de liberdade, nota-se que a possui escravos. Por isso mesmo, não se
partir disso há uma valorização do lhe pode atribuir tal plenitude do poder”
indivíduo como possuidor de “ideias (DE BONI, 2006, p. 122).
subjetivas”, capaz de responsabilizar-se
Neste sentido, o poder passa a ser
pelos seus atos. Alguém só tem poder
entendido como serviço, a autoridade deve
sobre outro indivíduo se este lhe concede
visar o bem comum. Por isso, quando o
tal direito, tanto que tal indivíduo é livre
detentor do poder se transforma em tirano,
para isso.
o povo que o constituiu como autoridade e
O principado papal – dizia Ockham – foi que é fonte primeira do poder, pode
instituído por causa da utilidade e do também depô-lo. A compreensão de
proveito dos seus súditos, “não por causa Ockham de que autoridade deve ser
da honra ou da glória ou da utilidade ou do entendida como serviço, leva-o a negar a
proveito temporal do governante, de modo presunção de direito em favor do poder.
que este principado deve ser justamente Este precisa justificar sempre seus atos e
chamado de ministrativo e não de buscar conhecer os limites de seu âmbito
dominativo” (OCKHAM, 1999, p. 183). de ação. Em vez de uma argumentação
“que privilegia o poder ante o povo,
A autoridade é tanto mais perfeita quanto
mais livres são as pessoas sobre as quais é privilegia ele o povo, em detrimento do
exercida e quanto mais se volta para o bem poder” (Idem, 1983, p. 154). A autoridade
daqueles os quais se impera. A nobreza e a deve inicialmente procurar conhecer seus
limites, para não cair em abusos; e seria
dignidade de um governo se medem pela
um indício nada recomendável, encontrar
dignidade que nele se reserva aos súditos,
uma autoridade que não quisesse saber até
não pela amplidão dos poderes do
onde vai seu poder, ou que não permitisse
mandatário; não é por poder matar os
aos súditos perguntar-se a respeito. Para
animais, ou ordenar trabalho aos escravos,
Ockham, “os homens não precisam de
que se aquilata a nobreza de um
poder, a não ser em caso de necessidade,
principado, mas pelo grau de liberdade de
quando sem ele não podem chegar a
1
objetivos comuns” (Ibidem, 1983, p. 155).
Isso já estava presente no Império Romano. Um
exemplo disso nos vem de César que se considerava Em Ockham há uma conexão entre
um deus, pois acreditava ter em suas mãos tanto o autoridade e propriedade. É na
poder temporal quanto o espiritual. Daí ser inseparabilidade entre direitos sobre coisas
invocado pela expressão: “ave César”.

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e direitos sobre pessoas, “que se encontra a razão humana, para manter este uso,
razão porque Ockham, querendo fundar a recorreu à regulamentação através da lei”
autonomia do poder civil, começa a (Ibidem, p. 282).
demonstrar que também o direito de
Por outro lado, João XXII, que defendia a
propriedade não possui um caráter sagrado,
origem divina e, portanto, natural da
mas encontra origem em uma instituição
propriedade privada, atribuía à iniciativa
humana” (GHISALBERTI, 1997, p. 280).
humana somente o dever de colocar o
A inovação inaugurada por Ockham se carimbo da lei positiva na distribuição que
baseia em uma conjunção inicial do se sucedera dos bens. Ockham replica que
conceito de propriedade com aquele poder as instituições humanas não se limitaram a
ou autoridade. Na verdade, em todas as dar um valor legal à divisão das posses,
suas obras Ockham se exprime de modo a mas são elas que criaram a posse. No
fazer entender que, no seu modo de ver, o referido embate, a melhor conclusão que se
direito de propriedade e o direito de ser possa chegar sobre o pensamento de
constituído como autoridade, a posse dos Ockham é: a origem do direito de
bens materiais e a habilidade de exercer propriedade é divina e humana
qualquer poder são dois aspectos conjuntamente. Divina, enquanto a raiz do
indistinguíveis de um único poder. poder de apropriar-se dos bens está
Guilherme julga impossível distinguir o constituída pela faculdade concedida por
exercício da autoridade do exercício da Deus ao homem para dispor de todas as
propriedade: a aparência de autoridade de coisas que julgar úteis a seu bem-estar;
uma pessoa deve apoiar-se sempre sobre humana, enquanto “Deus deixou ao
uma vistosa base econômica. A homem a faculdade de decidir em vista das
interdependência entre propriedade e circunstâncias e graças à experiência, se é
autoridade é um dado tão relevante aos mais conveniente a comunidade ou a
olhos de Ockham que ele acaba “por divisão dos bens” (Ibidem, p. 285).
considerar obrigação precípua do príncipe
Mas afinal, para Ockham o direito de
a defesa da justiça e, decisivamente, do
propriedade é um direito natural ou não?
direito de propriedade” (Ibidem, 1997,
Segundo Alessandro Ghisalberti, a resposta
p.280).
exige uma distinção.
Para Ockham, Deus deu aos homens Se, ao dizer que a propriedade é de
simplesmente o poder de dispor do uso dos direito natural, entende-se dizer que o
bens temporais para própria utilidade, único regime econômico conforme à
“deixando a eles a liberdade de estabelecer, natureza humana é aquela de
sobre a base do reto uso da razão, a propriedade privada, devemos dizer
conveniência de recorrer ou não à divisão que para Ockham não é assim. Se,
dos bens” (Ibidem, p. 281-282). Daí invés, com tal afirmação entende-se
Ockham afirmar que não é contrário à dizer que a divisão dos bens está
vontade divina o instituto da propriedade conforme com a razão e não repousa
privada. A instituição da propriedade sobre o arbítrio ou sobre a violência,
então devemos dizer que o regime de
privada é de origem humana, pois sugerida
propriedade privada é de direito
ao homem pela razão como única via para natural, porque, embora seja de
pôr remédio à cupidez e à avareza instituição humana, todavia surgiu
desencadeadas no coração do homem após devido aos ditames da razão, como
o pecado. De fato, após o pecado os aquele regime que melhor garante a
homens não se encontravam mais em paz social e provê o bem comum. em
condições de exercer aquele domínio outros termos: a propriedade privada
racional sobre os bens terrenos, tal como tem uma origem divina, e portanto
Deus lhes havia concedido, e então “a natural, não imediatamente, mas só

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pela mediação da razão humana (1997, Deus, mas só de modo indireto
p. 285). (Ibidem, 1997, p. 287).
Ao se referir à ideia de que todo poder e E o próprio Ockham deixa transparecer no
autoridade civil derivam de Deus, a qual os “Dialogus” que não seria indispensável a
curialistas e imperialistas defendiam, criação de uma autoridade que
Ockham enuncia claramente que o poder regulamentasse o desenvolvimento
civil deriva de Deus, mas não pacífico e ordenado da convivência
imediatamente. Por isso põe a ressalva de humana, quando tal convivência
que tal problema possibilita duas acontecesse entre pessoas dominadas pela
interpretações. A primeira é dizer que Deus razão e não pelas paixões. De fato, a
designou direta e explicitamente alguém natureza cria todos os homens iguais.
para tomar em suas mãos as rédeas do Ninguém pode ufanar-se, por própria
poder de uma nação ou da humanidade iniciativa, de ter poderes sobre um
toda. Esta explicação é recusada por semelhante. Além disso, vemos que o
Ockham, porque, a seu modo de ver, não dever principal de quem está constituído
goza de fundamento algum na Sagrada como autoridade é o de refrear e punir os
Escritura. Uma segunda interpretação malfeitores, “o que traz como
seria: o poder derivaria somente de Deus, conseqüência que em uma comunidade de
mas mediante a intervenção de uma homens perfeitos a autoridade é supérflua”
criatura ou de um homem, podendo tal (Ibidem, 1997, p. 288).
intervenção ser a designação feita pela A grande justificação teórica sobre a
comunidade de diversos modos (eleição ou origem divina do poder em Ockham é que
por hereditariedade). Ockham julga sem o homem possui a capacidade de auto
fundamento também esta posição. Não há controlar-se e auto-regular-se. O homem
nada na escritura “que possa fazer pensar recebeu de Deus a razão para regular sua
em uma intervenção direta de Deus quando existência. Quando, pois, a razão, após o
uma comunidade de homens elege ou pecado original, fez compreender aos
delega uma pessoa para exercer o homens a conveniência de darem-se
comando” (Ibidem, p. 286-287).
autoridades, colocou os homens na
Para tal embate Ockham dá o seguinte condição de fazerem precisamente o que
diagnóstico: tal poder humano de constituir Deus poderia ter prescrito se fosse
autoridade a si mesmo explicitou-se necessário uma intervenção direta Dele. A
quando surgiu a necessidade da autoridade, luz da razão, com a qual Deus o dotou, é
isto é, “quando a instituição do poder civil suficiente para garantir que o homem
revelou-se ser o único modo possível para coloque em ato a vontade de Deus. A
garantir o desenvolvimento pacífico e origem do poder civil, como a da
ordenado da convivência humana” propriedade privada, testemunha esta
(Ibidem, p. 287). Resumidamente o que ordem fundamental do desenvolvimento
Ockham quer dizer é que social, pois originam-se, em última análise,
compete à razão do homem o dever de do fato que Deus deu aos homens “a razão
divisar a conveniência de instituir a para compreender como e quanto seria
autoridade, mas foi Deus que deu ao justo e conveniente dar-se uma estrutura
homem a razão para procurar as coisas hierárquica ou um regime de propriedade
necessárias e úteis para viver de modo para o desenvolvimento ordenado das
ordenado e pacífico. Em última relações sociais” (Ibidem, p. 288-289).
análise, dever-se-á dizer que a
instituição da autoridade tal como a da Ockham dá também uma justificativa
propriedade privada, enquanto filosófica dizendo que, para Aristóteles, o
determinada pela razão, deriva de poder civil deveria ficar a cargo dos mais
capazes e mais virtuosos; a eles caberia o

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dever e o direito de dirigir seus são verdadeiramente dignos de exercer o
concidadãos. Mas para Ockham este mando.
argumento é insuficiente, pois pode Portanto, o pensamento de Ockham
acontecer que existam mais pessoas em permite concluir que quem é legitimamente
posse dos dotes supracitados e então deve investido do poder, não o perde pelo fato
intervir a comunidade a fim de fazer uma de abusar do poder. Isso significa que a
escolha. Mas esta escolha pode ser, por legitimidade do poder não é garantida
vezes, justificada pela necessidade de apenas pela preocupação do bem comum,
existir uma pessoa constituída em mas requer uma justificação ainda
autoridade, e assim pode sempre acontecer
superior. Refletindo-se sobre o fato de que
que, em virtude de uma legítima para ele a justificação última da autoridade,
designação, chegue ao poder uma pessoa que permite a um homem dominar sobre os
que, “à luz das normas ideais da justiça, outros, é dada pela faculdade de atribuir-se
não seja de todo digna” (Ibidem,1997, p. governantes, faculdade conferida por Deus
289). aos homens por haver deixado à razão
3- Conclusão humana o julgar sobre a conveniência de
instituir uma autoridade, parece lógico
Não obstante, o fio condutor deste
concluir que, para nosso autor, um poder é
raciocínio culmina com a reflexão que
legítimo quando é querido pelo povo.
Ockham faz sob o viés antropológico. Nem
Guilherme é explícito neste sentido, a
a exigência da natureza humana, nem os
ponto de algum estudioso ter visto em
direitos do mérito são, portanto,
Ockham um defensor do contrato social.
justificação válida do poder civil para
Seu parecer é de que só é legítima a
Ockham. E devemos acrescentar de
autoridade aceita por todos os súditos
imediato que, segundo nosso autor, nem
sobre os quais é exercida. “É legítimo
mesmo a defesa do bem comum legitima
aquele princípio que obteve a aprovação de
por si só o exercício do poder. O bem
toda comunidade sobre a qual estende sua
comum exige que se repugne a
soberania” (Ibidem, p. 289-290).
delinquência e, para tanto, é certamente
necessário que haja uma pessoa investida
de autoridade. Disto Ockham está tão Referências
convencido, a ponto de dizer que se o povo
DE BONI, Luis Alberto. O não – poder do papa em
não se percebesse da necessidade de eleger Guilherme de Ockham. Veritas, Porto Alegre, v.
um chefe, capaz de reprimir e punir os 51, n. 3, p. 113-128, set 2006.
malfeitores, seria necessário impor-lhe tal
___ Propriedade e poder: aspectos do pensamento
chefe. Se, invés disso, observarmos os político da escola franciscana. In: SOUZA, José
dados da experiência, perceberemos logo Antônio de C. R. de (org). Pensamento Medieval.
que é muito difícil encontrar autoridade ou São Paulo: Edições Loyola, 1983.
governos ideais, que na prática sejam ___ De Abelardo a Lutero. Porto Alegre:
guiados exclusivamente pela preocupação Edipucrs, 2003.
do bem comum. No entanto, Ockham GHISALBERTI, Alessandro. Guilherme de
declara-se convencido que todos os Ockham. Trad. Luis A. De Boni. Porto Alegre:
governantes que cometem abuso do poder Edipucrs, 1997.
não perdem todo direito de serem OCKHAM, Guilherme de. Obras Políticas. Trad.
obedecidos, mesmo se, por princípio, José Antônio de C. R. de Souza. Porto Alegre:
somente os governantes que possuem Edipucrs, 1999.
sempre e somente em mira o bem comum

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