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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ECONOMIA

Departamento de Contabilidade e Finanças

Lic.Contabilidade e Finanças 05 de Abril de 2016

1º Semestre 120 Minutos

Proposta de Correcção do Teste I de Contabilidade Internacional

I Parte (4 Valores – 0.5 por questão)

Para cada uma das questões abaixo identifique a alternativa de resposta que julga mais
correcta.

1. A IAS 8 tem como seu âmbito de aplicação:


a) A contabilização de alterações nas políticas contabilísticas, de alterações nas
estimativas contabilísticas e de correções de erros de períodos anteriores
b) A Seleção e aplicação de políticas contabilísticas, e na contabilização de
alterações nas políticas contabilísticas, de alterações nas estimativas
contabilísticas e de correções de erros de períodos anteriores.
c) A Seleção e aplicação de políticas contabilísticas, e na contabilização de alterações
nas políticas contabilísticas, de alterações nas estimativas contabilísticas e de
correções de erros.
d) Nenhuma das alternativas

2. Como devera proceder a gerência de uma entidade que aplique as IFRS, na ausência de
uma norma ou Interpretação que se aplique especificamente a uma transação com que a
entidade se depare?
a) Não registar a transação por não se enquadrar nas IFRS;
b) Seguir as normas locais existentes para esse tipo de transações;
c) Desenvolver uma política contabilística internamente que melhor retrate a
transação;
d) Usar normas de outros reguladores internacionais que tratem desse tipo de transações.

3. Uma empresa fez uma mudança material numa política contabilística na preparação das
suas demonstrações financeiras atuais. Qual das seguintes divulgações é exigida pela IAS
8 Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros nas
demonstrações financeiras?
1 As razões para a mudança.
2 O montante do ajustamento no período atual e na informação comparativa de
períodos anteriores.
3 Uma estimativa do efeito da mudança sobre os próximos cinco exercícios.
a) 1 e 2 apenas
b) 1 e 3 apenas
c) 2 e 3 apenas

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d) 1, 2 e 3

4. A Urongo, Lda tem capitalizado os custos de financiamento suportados com o


empréstimo para construção da sua nova sede na baixa da cidade, segundo a IAS 23, no
entanto a empresa após uma análise cautelosa das suas atividades não acredita que o
tratamento contabilístico corrente reflita da melhor forma a posição e desempenho
financeiro da entidade. Como devera proceder a empresas perante esta constatação?
a) Continuar a aplicar a IAS 23 dada ser uma norma do IASB;
b) Alterar retrospetivamente a política contabilística;
c) Solicitar a autorização do IASB para aplicar um tratamento diferente;
d) Alterar a política contabilística prospectivamente.

5. Uma empresa alocava os juros referentes ao financiamento para construção de um ativo


fixo a demonstração de resultados, após revisão da NIC 23 e em conformidade com os
requisitos revistos da norma, a empresa passou a capitalizar os juros. Esta alteração
representa:
a) Uma alteração de uma política contabilística;
b) Uma alteração de uma estimativa contabilística;
c) Uma correção de um erro;
d) Nenhuma das alternativas.

6. Uma empresa depreciava os seus veículos usando o método de depreciação acelerada e


passou a usar o método de linha recta na depreciação dos seus veículos. Esta alteração
representa:
a) Uma alteração de uma política contabilística;
b) Uma alteração de uma estimativa contabilística;
c) Uma correção de um erro;
d) Nenhuma das alternativas.

7. Uma empresa apresentava uma parte dos GGF como custo das vendas e passou a
apresentar esses GGF como custos administrativos. Esta alteração representa:
a) Uma alteração de uma política contabilística;
b) Uma alteração de uma estimativa contabilística;
c) Uma correção de um erro;
d) Nenhuma das alternativas.

8. Uma empresa mensurava os seus inventários pelo custo médio ponderado e passou a
mensura-los usando sistema FIFO. Esta alteração representa:
a) Uma alteração de uma política contabilística;
b) Uma alteração de uma estimativa contabilística;
c) Uma correção de um erro;
d) Nenhuma das alternativas.

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II Parte (22 Valores)

1. -a). R: A contabilidade como uma ciência social esta sujeita as alterações ou as dinâmicas
dos diferentes sistemas políticos que vigorem num dado pais. O sistema político vai
definir as regras de funcionamento do mercado e as regras de funcionamento e
exercício da profissão contabilística. (Pergunta livre) 1.0V

1-b). R: 1.0V
Camon-Law (Modelo Anglófono) Code-Law (Modelo Continental)
Os padrões de contabilidade são fixados
Os padrões de contabilidade são fixados
pela profissão pelo Estado
Maior ênfase na informação pública Menor ênfase na informação pública
Os prejuízos económicos são rapidamente
Devido a predominância dos aspetos
repercutidos nas DF legais e fiscais, há menos flexibilidade
para reconhecimento de perdas
económicas
As organizações profissionais tem um O Estado tem o papel predominante no
papel predominante no desenvolvimento desenvolvimento da contabilidade
da contabilidade

1-c). R: A contabilidade é um produto dos ambientes político, jurídico, social, económico e


cultural de cada país.
•A importação integral dos modelos contabilísticos não é desejável devido a:
Diferenças culturais. As diferenças culturais entre os países desenvolvidos e os
países em vias de desenvolvimento tem implicações em termos contabilísticos.
Devido a estas diferenças culturais os sistemas contabilísticos ocidentais podem ser
irrelevantes ou inadequados nos países em vias de desenvolvimento.
Diferenças económicas. Primeiro, os sistemas contabilísticos dos países
desenvolvidos baseiam-se nos seguintes pressupostos genéricos: (i) grande volume de
transações; (ii) transações complexas; (iii) mercados de capitais desenvolvidos e
eficientes; (iv) mercados concorrenciais e; (v) classe profissional de contabilistas e de
auditores altamente desenvolvida. Na maior parte dos PVD estas condições ainda não
existem.
Diferenças de sistemas políticos e institucionais. A prática tem demonstrado que
mesmo os países em desenvolvimento que, tendo sistemas políticos, institucionais e
constitucionais semelhantes aos dos países desenvolvidos e que hajam importado
integralmente os sistemas contabilísticos daqueles países, a sua operacionalidade e
efetividade é mais reduzida que nos países desenvolvidos. 1.0 V

1-d). R: A tese destas autoras é mais coerente com a estratégia evolucionária de


normalização contabilística.

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 A estratégia evolucionária consiste numa abordagem isolada das normalizações
contabilística nacional, em que um país em vias de desenvolvimento estabelece as
suas normas de contabilidade sem nenhuma interferência ou influência externa.
 O país define os seus objetivos específicos e necessidades e os procedimentos de
os satisfazer, desenvolvendo as suas técnicas, conceitos, instituições, organização
da profissão e sistema de ensino isoladamente.
Para enveredar por esta estratégia o país de julgar o seu ambiente (económico, politico,
cultural e social) como único o bastante para justificar esta estratégia drástica. 1.0 V

2. Considere os seguintes eventos. Como pensa que cada um deles devereria ser tratado à luz
da Estrutura Conceptual do IASB:

I. De acordo com o quadro conceptual do IASB activo é um recurso controlado pela


entidade como resultado de eventos passados e do qual se esperam que fluam
benefícios econômicos para a entidade. Quando a empresa compra um bilhete de
loteria nacional, o fluxo de benefício esperado é próximo de zero, em razão da
reduzida probabilidade de ganhar o prêmio. Assim, por definição, o bilhete de loteria
não seria um ativo já que não “se esperam que fluam benefícios econômicos para a
entidade”.

II. Para o reconhecimento dos custos de abandondo deverá a empresa considerar o


seguinte: De acordo com o IAS 37, §14, uma provisão deve ser reconhecida quando:
(a) uma entidade tem uma obrigação presente (legal ou construtiva) como
conseqüência de um evento passado; (b) é provável que recursos sejam exigidos para
liquidar a obriga- ção e (c) o montante da obrigação possa ser estimado com sufi
ciente segurança. Se qualquer uma dessas condições não for atendida, a provisão não
deve ser reconhecida. Uma obrigação legal é aquela que deriva de um contrato (por
meio de termos explícitos ou implícitos), de uma lei ou de outro instrumento
fundamentado em lei e uma obrigação construtiva é aquela que surge quando uma
entidade, mediante práticas do passado, políticas divulgadas ou declarações feitas,
cria uma expectativa válida por parte de terceiros e, por conta disso, assume um
compromisso. (IAS 37, §10). Dessa forma, caso exista uma obrigação legal ou
construtiva que exija de uma entidade, no futuro, a desmontagem, remoção,
desmobilização, desativação e recuperação ambiental envolvendo activos fixos
tangíveis e essa obrigação possa ser estimada, uma provisão deve ser reconhecida pela
entidade (que é o caso da petrolífera).

III. Uma obrigação de planos de participação nos lucros e gratificações resulta do


serviço prestado pelo empregado e é reconhecido como uma despesa no resultado do
período. Se os pagamentos de participação nos lucros e de gratificações não vencerem
totalmente dentro de doze meses após o final do período em que os empregados
prestaram o respectivo serviço, esses pagamentos serão classificados como outros

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benefícios de longo prazo. No caso em que a empresa paga bónus anual aos
empregados na forma de acções, a entidade deve mensurar o valor justo das acções na
data da mensuração, baseando-se no preço de mercado disponível, levando em
consideração os termos e condições sob os quais a concessão do bónus foi outorgada.

6. a) A quantia recuperável desta máquina sozinha não pode ser estimada porque o valor de
uso da máquina:
 pode diferir do seu justo valor menos os custos de vender; e
 somente pode ser determinada para a unidade geradora de caixa a que a máquina
pertence (a linha de produção).

A linha de produção não está com imparidade. Portanto, não é reconhecida qualquer perda
por imparidade em relação à máquina. Contudo, a entidade pode necessitar de reavaliar o
período de depreciação ou o método de depreciação da máquina. Talvez um período de
depreciação mais curto ou um método de depreciação mais rápido seja exigido para reflectir a
vida útil remanescente esperada da máquina ou o modelo em que se espera que os benefícios
económicos sejam consumidos pela entidade.

6.b) O valor de uso da máquina pode ser estimado como estando próximo do seu justo valor
menos os custos de vender. Por isso, a quantia recuperável da máquina pode ser determinada
e não é atribuída qualquer consideração à unidade geradora de caixa a que pertence a
máquina (i.e. a linha de produção). Dado que o justo valor menos os custos de vender da
máquina é inferior à sua quantia escriturada, é reconhecida uma perda por imparidade na
máquina.

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