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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA


EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROFISSIONALIZANTE EM ECONOMIA

“ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA


DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E
DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS”

BETHÂNIA SOARES AZEVEDO

ORIENTADOR: OSMANI GUILLÉN

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007


“ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA
DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E
DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS”

BETHÂNIA SOARES AZEVEDO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado


Profissionalizante em Economia como requisito
parcial para obtenção do Grau de Mestre em
Economia.
Áreas de Concentração: Microeconomia, Econo-
metria

ORIENTADOR: OSMANI GUILLÉN

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

ii
“ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA
DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E
DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS”

BETHÂNIA SOARES AZEVEDO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado


Profissionalizante em Economia como requisito
parcial para obtenção do Grau de Mestre em
Economia.
Áreas de Concentração: Microeconomia, Econo-
metria

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________________
Professor: OSMANI TEIXEIRA DE CARVALHO GUILLÉN
Instituição: IBMEC/RJ

_________________________________________________________
Professor: ANTÔNIO CARLOS FIORÊNCIO SOARES DA CUNHA
Instituição: IBMEC/RJ

_________________________________________________________
Professor: ANA LÚCIA VAHIA DE ABREU
Instituição: EPGE - FGV/RJ

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

iii
FICHA CATALOGRÁFICA

338.5 Azevedo, Bethânia Soares.


A994 Análise das elasticidades preço e renda da demanda por
combustíveis no Brasil e desagregadas por regiões geográficas /
Bethânia Soares Azevedo. - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec.
2007.

Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Economia das Faculdades
Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do
título de Mestre em Economia.

Área de concentração: Econometria.

1. Microeconomia. 2. Economia.

iv
Dedicatória

À minha mãe

v
Agradecimentos

A realização deste trabalho não seria possível sem o apoio e a colaboração de pessoas que
estiveram ao meu lado em todos os momentos e que de alguma forma contribuíram de
maneira grandiosa para a finalização de uma etapa muito importante na minha vida.
À minha família devo o maior agradecimento, em especial à minha mãe pela confiança
incondicional, pelo incentivo constante e por me mostrar, desde muito cedo, a importância
da boa educação para a formação do ser humano. Ao meu irmão, meu maior exemplo, pela
revisão desta dissertação e por tudo que me ensinou até hoje. À minha tia pelo carinho e
pela presença marcante em minha vida.
Ao meu orientador, Osmani Guillén, por acreditar na qualidade deste trabalho, pelos
conselhos técnicos, pela força constante nos momentos de incerteza e pela paciência nas
horas de desânimo. Ao professor Antônio Fiorencio, pelas contribuições para a melhoria
deste trabalho.
Ao coordenador do mestrado em economia, Fernando Veloso, pela atenção que sempre me
dispensou, pelas conversas e sugestões sempre oportunas.
Aos professores do mestrado em economia, por todo o conhecimento transmitido; aos
funcionários da Secretaria e Biblioteca, pela prontidão em atender os alunos; e à turma do
mestrado, pelo prazer do convívio.
Aos colegas da Petrobras: Alexandre Carvalhido de Souza, Ana Lúcia Vahia de Abreu,
Ângelo Martarelli Filho, Carlos Edmundo Metelo Neves, Nilsilane Sant’Ana de Carvalho,
Rubens de Mello Nogueira Abdelhay, Sandra Cristina Valbom Ladeira, Tiago Almeida
Leote e à equipe do Controle e Planejamento Orçamentário do Gás e Energia pelas
contribuições teóricas e conselhos bastante pertinentes. Devo um agradecimento especial a
Lenora Maria Costa de Menezes, pelo empenho na obtenção dos dados faltantes; ao Mário
José Dias Tavares, pela ajuda na definição do tema desta dissertação, pela revisão do texto
e pelo zelo que sempre demonstrou com a minha pesquisa. Ao Paulo Roberto de Oliveira,
todo o meu agradecimento será sempre insuficiente diante de tanta generosidade e da
incessante disposição em me ajudar.
Aos funcionários da ANP: José Lopes, Guilherme Guimarães Santana, Durval de Barros e
Edson Marcello Peçanha Montez, pela colaboração para obter os dados desta pesquisa.
Aos meus queridos amigos que sempre estiveram ao meu lado e que souberam
compreender as minhas repetidas ausências. Às minhas verdadeiras amigas pelas quais
tenho tanta estima e que conviveram comigo durante toda esta fase, que souberam me

vi
“suportar” e que me deram todo o apoio de que necessitava: Ana Paula Mendes, Edilene
Ferreira, Elaine Lobo e Rosimeire Pontes.
A todos já citados e àqueles que por ventura não foram mencionados, meu sincero e
profundo agradecimento.

vii
Resumo

Os choques do petróleo ocorridos em 1973 e 1979 mostraram tanto a necessidade de se


pesquisar fontes energéticas que pudessem substituir o petróleo, recurso energético mais
consumido no mundo, tão essencial ao processo produtivo, porém tão vulnerável a fortes
oscilações no preço, quanto a importância de se ter uma consciência com relação à
questão da finitude dos recursos naturais.
Diante desse problema da escassez das reservas de petróleo e da substituição dos
combustíveis, a presente pesquisa tem como objetivo analisar as elasticidades preço e
renda e elasticidade cruzada entre os energéticos no Brasil e nas suas regiões geográficas,
com o intuito de verificar diferenças regionais entre os combustíveis e analisar a
necessidade de substituição de alguma fonte energética, de forma a reduzir o risco de
escassez de alguma dessas fontes de maneira compatível com as reservas disponíveis no
país.
Para realizar o objetivo proposto foi adotada a metodologia sugerida por Engle e Granger
(1987), que consiste no método de cointegração e no modelo de correção de erros, para
calcular as elasticidades de curto e de longo prazos da demanda por combustíveis em dois
modelos: agregado para o Brasil e desagregado por regiões geográficas.
Os resultados obtidos mostraram que o Brasil possui grandes diferenças regionais no que
diz respeito à questão energética. A maioria dos modelos, além dos resultados dos demais
combustíveis, mostrou que a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço,
para os atuais preços dos energéticos, e à renda e que esta vem apresentando um
crescente aumento. Diante disso, torna-se importante a definição de políticas que levem
em consideração o perfil energético de cada região brasileira.

Palavras-Chave: Combustíveis, Demanda, Elasticidade e Política Energética.

viii
Abstract

The two oil crisis occurred in 1973 and 1979 showed the need for researching energy
sources to substitute the petroleum, the energy resource most consumed in the world, so
essential to productive process, however so vulnerable to strong oscillations in price, as
the importance of having a conscience related to the subject of the finitude of natural
resources.
Facing the problem of the finitude of oil reserves and the substitution of fuels, this
research aims to analyze price and income elasticities and cross elasticity among the
energetic products in Brazil and in its geographical areas, with the intention to verify
geographical differences among fuels and to analyze the need of substitution of some
energy source, regarding the reduction of a possible shortage of some of those sources
in a compatible way with the available reserves in the country.
To accomplish the proposed objective of this research, the methodology suggested by
Engle and Granger (1987), that consists of the cointegration method and the model of
error correction, was adopted to calculate the elasticities of short and of long terms of
the demand for fuels in two models: aggregated to Brazil and disaggregated by
geographical areas.
The results showed that Brazil has great regional differences concerning the energy
subject. Besides the results of other fuels, most of the models showed that the demand
for natural gas is inelastic in relation to price, for the current prices of the energy ones,
and income and that this is presenting a crescent growth. Before that, it is important to
define politics that take into consideration the energy profile of each Brazilian area.

Key Words: Fuels, Demand, Elasticity and Energy Politics.

ix
Lista de Figuras

Figura 1 – Extração, Importação, Exportação e Consumo Aparente de Petróleo


6
Bruto (1935 – 1975)
Figura 2 – Preço do Barril de Petróleo (1970 – 2005) 7
Figura 3 – Produção e Importação de Petróleo no Brasil (1975 – 1990) 8
Figura 4 – Reservas Provadas de Petróleo (1993 – 2005) 9
Figura 5 – Evolução das Vendas de Álcool por Região (2002 – 2005) 12
Figura 6 – Evolução das Vendas de Gasolina por Região (2002 – 2005) 15
Figura 7– Evolução das Vendas de Óleo Diesel por Região (2002 – 2005) 17
Figura 8 – Consumo do GLP e da Lenha no Setor Residencial (1995 – 2005) 18
Figura 9– Evolução das Vendas de GLP por Região (2002 – 2005) 20
Figura 10– Evolução das Vendas de Óleo Combustível por Região (2002 – 2005) 22
Figura 11 – Reservas Provadas de Gás Natural (1995 – 2005) 25
Figura 12– Evolução das Vendas de Gás Natural por Região (2002 – 2005) 26

x
Lista de Tabelas

Tabela 1 – Dados do Álcool Hidratado (103 m3) 13


Tabela 2 – Dados da Gasolina (103 m3) 14
Tabela 3 – Dados do Óleo Diesel (103 m3) 16
Tabela 4 – Dados do GLP (103 m3) 19
3 3
Tabela 5 – Dados do Óleo Combustível (10 m ) 21
Tabela 6 – Dados do Gás Natural (106 m3) 24
Tabela 7 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo
41
Agregado – Brasil
Tabela 8 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Brasil 43
Tabela 9 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –
44
Brasil
Tabela 10 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Brasil 50
Tabela 11 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo
56
Desagregado – Região Centro-Oeste
Tabela 12 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Centro-Oeste 58
Tabela 13 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –
59
Região Centro-Oeste
Tabela 14 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Centro-Oeste 64
Tabela 15 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo
68
Desagregado – Região Nordeste
Tabela 16 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Nordeste 69
Tabela 17 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –
70
Região Nordeste
Tabela 18 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Nordeste 74
Tabela 19 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo
78
Desagregado – Região Norte
Tabela 20 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Norte 79
Tabela 21 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –
80
Região Norte
Tabela 22 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Norte 84

xi
Tabela 23 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo
87
Desagregado – Região Sudeste
Tabela 24 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sudeste 88
Tabela 25 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –
89
Região Sudeste
Tabela 26 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sudeste 94
Tabela 27 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo
98
Desagregado – Região Sul
Tabela 28 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sul 99
Tabela 29 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –
100
Região Sul
Tabela 30 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sul 105

xii
Lista de Abreviaturas

ADF – Augmented Dickey-Fuller


AEAC – Álcool Etílico Anidro Combustível
AEHC – Álcool Etílico Hidratado Combustível
ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
BEN – Balanço Energético Nacional
BP – British Petroleum
CNP – Conselho Nacional de Petróleo
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
ECM – Error Correction Model
EUA – Estados Unidos da América
FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
FPSO – Floating Production Storage Offloading
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
GN – Gás Natural
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INPM – Instituto Nacional de Pesos e Medidas
KPSS – Kwiatkowski-Phillips-Schmidt-Shin
LGN – Líquido de Gás Natural
LM – Lagrange Multiplier
MME – Ministério de Minas e Energia
MQO – Mínimos Quadrados Ordinários
NO – Número de Octanagem
OC – Óleo Combustível
OECD – Organisation for Economic Co-operation and Development
OIE – Oferta Interna de Energia
OLS – Ordinary Least Square
OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento
PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

xiii
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
TEP – Toneladas Equivalentes de Petróleo

xiv
Sumário

1. Introdução 1
2. História da Energia no Brasil 4
2.1. Análise dos Combustíveis Selecionados 11
2.1.1. Álcool 11
2.1.2. Gasolina 13
2.1.3. Óleo Diesel 15
2.1.4. Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 17
2.1.5. Óleo Combustível 20
2.1.6. Gás Natural 22
2.2. Contribuição dos Combustíveis às Variáveis de Produção 27
3. Revisão da Literatura 28
4. Metodologia 31
4.1. Dados 31
4.2. Os Modelos 33
4.2.1. Modelo Agregado 33
4.2.2. Modelo Desagregado por Região Geográfica 34
4.3. Estimação 35
5. Resultados 38
5.1. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Nacional 40
5.2. Resultados Detalhados para o Nível Nacional 41
5.3. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Regional 54
5.4. Resultados Detalhados para o Nível Regional 56
5.4.1. Região Centro-Oeste 56
5.4.2. Região Nordeste 68
5.4.3. Região Norte 78
5.4.4. Região Sudeste 87
5.4.5. Região Sul 98
6. Conclusões e Análises das Implicações 109
7. Bibliografia 114
Anexo A – Contribuição Percentual e Monetária do Setor de Petróleo ao PIB 118

xv
Anexo B – Detalhes do Cálculo da Elasticidade 119
Anexo C – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Brasil 120
Anexo D – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região
122
Centro-Oeste
Anexo E – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região
124
Nordeste
Anexo F – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região
126
Norte
Anexo G – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região
128
Sudeste
Anexo H – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região
130
Sul
Anexo I – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –
132
Brasil
Anexo J – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –
135
Região Centro-Oeste
Anexo K – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –
138
Região Nordeste
Anexo L – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –
140
Região Norte
Anexo M – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –
142
Região Sudeste
Anexo N– Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –
145
Região Sul

xvi
1. Introdução

O petróleo se tornou a fonte de energia mais consumida no mundo, principalmente após


o advento da Segunda Revolução Industrial, que fez com que a demanda por esse
energético e seus derivados crescesse exponencialmente, em substituição ao carvão, que
até então exercia papel preponderante na economia.
Os choques do petróleo em 1973 e 1979 mostraram ao mundo tanto a necessidade de se
pesquisar fontes energéticas que pudessem substituir este combustível tão essencial ao
processo produtivo, porém tão vulnerável a fortes oscilações no preço, quanto a
importância de se ter uma consciência com relação à questão da finitude dos recursos
naturais.
No Brasil, a maior participação do petróleo e de seus derivados na oferta interna de
energia ocorreu em 1979, quando atingiu 50,4%. A redução desta participação em 6,8%,
entre 1973 e 2005, evidencia que o país, seguindo a tendência mundial, desenvolveu
esforços significativos de substituição desses energéticos, cabendo ênfase ao aumento
da hidroeletricidade e dos derivados da cana-de-açúcar. O gás natural é o energético que
vem apresentando as maiores taxas de crescimento na matriz energética, tendo mais que
dobrado a sua participação na oferta interna de energia no Brasil nos últimos anos,
passando de 3,7% (1998) para 9,3% (2005). A produção de gás natural em 2005 cresceu
4,3% e a importação cresceu 11,3%. O reflexo destes aumentos recai, principalmente,
sobre os derivados de petróleo, pela substituição de óleo combustível, em maior escala,
e gás liquefeito de petróleo (GLP) na indústria e de gasolina no transporte, além de
outras substituições em menor escala. (BEN, 2006)1.
Diante desta questão da finitude das reservas de petróleo e de seus derivados e de
substituição dos energéticos, os objetivos da presente pesquisa são:
 Analisar a relação entre preço, renda e demanda dos combustíveis no Brasil e nas
suas regiões;
 Verificar se existem diferenças geográficas de comportamento entre os
combustíveis;
 Analisar a necessidade de substituição de alguma fonte energética, com o objetivo
de reduzir o risco de escassez de alguma dessas fontes de maneira compatível com as
reservas disponíveis no país.

1
Balanço Energético Nacional 2006. Resultados Preliminares – Ano Base 2005.

1
Para realizar estes objetivos, serão calculadas as elasticidades preço e renda da demanda
por combustíveis (parâmetro que mede como a demanda responde ao preço e à renda)
para observar como esta varia nas cinco regiões brasileiras e a elasticidade cruzada entre
dois combustíveis para analisar o efeito substituição.
Serão examinados seis diferentes tipos de combustíveis: álcool hidratado, óleo diesel,
gasolina C, gás liquefeito de petróleo (GLP), óleo combustível e gás natural em um
modelo agregado para o Brasil e em modelos desagregados por regiões: Centro-Oeste,
Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Para realizar o cálculo da elasticidade renda será
utilizada a série da Produção Industrial do Brasil como uma proxy da variável Produto
Interno Bruto (PIB).
O período escolhido para esta análise será de janeiro de 2002 a junho de 2006 – em
bases mensais – em função da disponibilidade dos dados. Os cálculos das elasticidades
serão feitos através de testes econométricos e o software escolhido foi o E-Views versão
4.1.
A teoria econômica diz que a demanda por um bem depende do seu preço, assim como
da renda do consumidor e do preço de outros bens. A elasticidade é a medida de
sensibilidade de uma variável em relação à outra. Mais especificamente, a elasticidade é
a variação percentual que ocorrerá em uma variável em resposta à variação de 1% em
outra variável (PINDYCK, 1996). A demanda é elástica se um bem tiver elasticidade
maior do que 1 em valor absoluto. Quando a elasticidade for menor do que 1 em valor
absoluto, o bem tem uma demanda inelástica. Também se pode dizer que a demanda
elástica é aquela em que a quantidade demandada é muito sensível às variações do preço
e, por outro lado, na demanda inelástica a quantidade demandada é insensível às
variações do preço.
Dando continuidade à teoria econômica, pode-se analisar a elasticidade em função de
quantos substitutos o bem possui, ou seja, se a curva de demanda de um bem é muito
sensível às suas variações de preço, provavelmente este bem possui muitos substitutos
próximos. Pela mesma lógica, se um bem tiver poucos substitutos próximos é provável
que sua demanda seja bastante inelástica.
A elasticidade preço da demanda é definida como a variação percentual na quantidade
demandada pela variação percentual no preço. A elasticidade renda da demanda, por sua
vez, pode ser explicada como a variação percentual na quantidade demandada pela
variação percentual na renda.

2
A elasticidade cruzada da demanda é definida como a variação percentual na quantidade
demandada por um bem X resultante da variação de 1% no preço do bem Y. Sendo
assim, quando a elasticidade cruzada da demanda é positiva, os bens são classificados
como substitutos e quando a elasticidade cruzada é negativa, os bens são ditos
complementares.
De modo a desenvolver o que foi proposto anteriormente, a presente dissertação se
divide em sete capítulos, considerando esta Introdução.
No capítulo 2 será descrita a história da energia no Brasil e serão analisados o
comportamento da demanda, do preço e da produção e a utilização de cada combustível
considerado nesta dissertação.
No capítulo 3 será feita a revisão da literatura, destacando a metodologia adotada pelos
principais autores no que se refere ao estudo da demanda por combustíveis no Brasil e
em outros países do mundo.
No capítulo 4, encontra-se o detalhamento da metodologia utilizada, com a descrição
dos dados, descrição dos modelos para o Brasil e para cada região brasileira e a
estimação realizada para os modelos agregado e desagregado.
No capítulo 5 serão detalhados os resultados de todos os modelos utilizados nesta
pesquisa para o Brasil e por regiões geográficas.
No capítulo 6, tem-se a conclusão desta pesquisa assim como uma análise generalizada
dos resultados encontrados.
Por fim, no capítulo 7 encontra-se a bibliografia utilizada e nos capítulos seguintes, os
anexos.

3
2. História da Energia no Brasil

Este capítulo tem como objetivo traçar um histórico da energia no Brasil, enfatizando as
variáveis relevantes para a consecução dos modelos estudados no capítulo 4.
A história da energia remonta a Aristóteles, embora o seu conceito seja moderno. Quase
tão rapidamente quanto foi formulado seu conceito, a energia se tornou uma das
principais fontes de poder.
Em 1859, data considerada como marco inicial da indústria moderna do petróleo, Edwin
Drake, em Titusville, Estados Unidos, furou o primeiro poço de petróleo, a 21 metros de
profundidade, e a extração do combustível ganhou uma escala que a fez passar de uma
atividade artesanal para a condição de grande indústria.
No Brasil, a primeira usina hidrelétrica foi construída em 18832, para uma companhia
de mineração de Diamantina, Minas Gerais. Nesse mesmo ano, também se iniciaram as
instalações públicas de luz elétrica na cidade de Campos, Rio de Janeiro, poucos meses
depois da inauguração do serviço pioneiro de distribuição de eletricidade e iluminação
por cabos aéreos. Dada a abundância de energia hidráulica no Brasil, o custo da
eletricidade se tornava bem menor do que do carvão importado. A indústria, que entre
1890 e 1909 atravessou um crescimento explosivo, aderiu rapidamente à nova opção. A
rápida expansão urbana também estimulou o uso de eletricidade para iluminação e
transporte público (SADER, 2006).
A evolução da indústria do petróleo e gás natural no Brasil pode ser dividida em dois
momentos: o primeiro, quando da criação da Petrobras3 em 1953 e o segundo, na
promulgação da Lei no 9.478, de 06 de agosto de 1997, conhecida como a Lei do
Petróleo.
O governo de Juscelino Kubitschek (1955) foi marcado pelo crescimento econômico e
pela plena consciência que possuía a respeito da energia como ferramenta essencial do

2
Um ano antes (1882) foi inaugurada a primeira hidrelétrica do mundo em Wisconsin, Estados Unidos.
3
Em 03 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas assinou a Lei 2.004, que estabelecia o monopólio da União
sobre as atividades da indústria de petróleo no país e autorizava a criação da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)
como empresa estatal executora desse monopólio. Em 1954, a Petrobras iniciava suas atividades com um acervo de
ativos do antigo Conselho Nacional de Petróleo (CNP). A produção era de 2.700 barris de petróleo por dia, o que
representava 27% do consumo brasileiro.

4
desenvolvimento nacional. O percentual investido apenas em hidrelétricas atingiu o
montante de 43,4% do total investido na consecução do seu plano de metas4.
Além dos altos investimentos em hidrelétricas, Juscelino Kubitschek se apercebeu que o
desenvolvimento da indústria automobilística no país só seria possível se houvesse um
aumento substancial na produção e refino de petróleo, além da implementação de uma
imensa malha rodoviária.
A produção própria de petróleo passou de 6 mil barris diários, no início do governo JK,
para 120 mil barris diários, tão-somente cinco anos depois. Por outro lado, no mesmo
período, a capacidade própria de refino dobrou, passando de 108 mil barris diários para
218 mil. Além disso, a malha viária do país passou de 23 mil quilômetros para 46 mil,
com a inclusão das novas rodovias.
Na década de 60, a Petrobras instituiu uma política de construção e ampliação das
refinarias de maneira a aumentar o volume de derivados processados em território
nacional. Tal política representou uma redução nas importações de derivados da ordem
de 86,70%, passando de 8,8 milhões m3 de derivados importados na década de 50 para
1,17 milhões m3 na década de 60.
Até meados dos anos 70, o petróleo constituiu-se no principal energético utilizado no
país. Pela figura 1 a seguir, observa-se o aumento de mais de 16.000 vezes no consumo
aparente5 de petróleo bruto (passando de 3 mil m3 para, aproximadamente, 49.000 mil
m3), nos períodos entre 1935 e 1975. Neste mesmo período, a importação representava a
maior parte do petróleo consumido; a extração só teve início em 1939 e a exportação do
petróleo ocorreu entre os anos de 1958 e 1963 e a partir de 1970.
A maior crise energética mundial se deu na gestão do presidente Ernesto Geisel
(1974/79), após a formação de um cartel (OPEP) pelos países árabes. Em 1973 os
preços do barril do petróleo dispararam de US$ 3,29 para US$ 11,58 e, novamente,
houve um repique em 1979, com outro salto no preço do barril de US$ 14 para US$
31,62, conforme figura 2 a seguir.
A crise econômica – resultado da combinação do fim da conversibilidade do dólar em
ouro e dos acordos cambiais e financeiros internacionais do pós-guerra (Bretton Woods)
com a alta do preço do petróleo – fez com que o mundo capitalista tomasse uma súbita

4
Esse percentual considera o total investido nas 30 metas inicialmente previstas, excetuando no seu cômputo global a
chamada meta-síntese, que seria a construção de Brasília (FILHO, 2003).
5
O conceito de consumo aparente é caracterizado por: produção nacional + importações – exportações.

5
consciência da finitude dos recursos naturais e do perigo de perder o controle de seus
mercados (SADER, 2006).

Fonte: Elaboração própria com base em Estatísticas Históricas do Brasil: séries econômicas,
demográficas e sociais de 1950 a 1988. IBGE, 1990.

Diante dessas crises, o então presidente Geisel buscou alternativas internas para superar
a notória deficiência do petróleo. Nessa linha, tomou três medidas básicas relacionadas
à hidroeletricidade, ao petróleo e ao Pró-Álcool. Aumentou maciçamente o investimento
em novas hidrelétricas, a fim de que, aumentando a geração de eletricidade pudesse
trocar o uso do consumo dos derivados do petróleo por eletricidade. De outro lado, a
produção nacional de petróleo viveu, também, grande desenvolvimento, graças a
vultosos investimentos em prospecção e exploração, que permitiram à Petrobras a
aplicação de tecnologia pioneira no mundo de extração de petróleo em águas profundas,
com lâminas d’água6 de mais de 1.000 metros. Disto resultou o aumento do volume
medido, ou seja, pronto para ser tecnicamente explorado, das reservas nacionais de
petróleo, de 283 milhões de m3 em 1979 para 2,35 bilhões de m3 em 2004. Nesse
mesmo período, a produção de petróleo passou de 170 mil barris por dia para 1.541 mil

6
Lâmina d’água é a distância entre a superfície da água e o fundo do mar.

6
barris por dia, incluindo líquido de gás natural (LGN). E a maior de todos as medidas
foi o Pró-Álcool7, conhecido como o maior projeto alternativo de energia do mundo.
Este projeto, criado em 1975 pelo decreto no 76.593, tinha como objetivo substituir
parte da gasolina utilizada na frota nacional de veículos de passageiros e, ainda, utilizar
o álcool como aditivo à gasolina (álcool anidro), tornando menos poluente a sua
combustão. A produção de álcool, que de 1970 a 1975 permaneceu abaixo de 700 mil
m3, passou a 2,85 milhões de m3 em 1979 e em 1997 registrou um recorde de 15,5
milhões de m3, nível máximo atingido.

(*) 1945-1983 Arabian Light


1984-2005 Brent
Fonte: BP Statistical Review of World Energy June 2006

Os primeiros frutos dessas medidas começaram a surgir na década de 80 com a redução


do grau de dependência externa de energia, com a evolução da matriz energética
brasileira, quando a produção marítima de petróleo superou a terrestre em 1981 e em
1984 quando a produção brasileira de petróleo se igualou à importada, conforme pode
ser visto na figura 3.

7
Além do Pró-Álcool, o presidente Geisel tentou implantar o Pró-Óleo, que substituiria o óleo combustível por óleo
vegetal, de produção interna, o que representaria a plena independência do Brasil na área de petróleo.

7
Nota: (1) Não inclui Líquido de Gás Natural
(2) Inclui condensados de Nafta e LGN importado
Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2004.

Uma nova era para o setor do petróleo no Brasil foi iniciada em 06/08/97, com o início
da vigência da Lei no 9.478/97. Até agosto de 1997, a Petrobras detinha o monopólio na
área do petróleo no Brasil. Com a quebra do monopólio, o mercado brasileiro abriu suas
portas para o capital estrangeiro e cerca de 35 empresas se instalaram no país.
O fim do monopólio, determinado pela Lei do Petróleo, instituiu não apenas um
conjunto de mudanças de caráter técnico-administrativo, mas uma redefinição no papel
do Estado. De provedor e produtor, o Estado passou para regulador e fiscalizador. Para
atuar nesse novo papel foi criada a Agência Nacional do Petróleo (ANP), um órgão
vinculado ao Ministério de Minas e Energia, que passou a regular e fiscalizar a indústria
do petróleo no Brasil.
Neste período de abertura das atividades da indústria petrolífera no Brasil à iniciativa
privada, a Petrobras superou a marca histórica de 1 milhão de barris produzidos por dia.
Em 1999, ela quebrou o recorde mundial de produção offshore, no campo de Roncador,
na Bacia de Campos, produzindo a 1.853 metros de profundidade.

8
Devido aos constantes recordes no volume produzido, o Brasil conseguiu passar da 18a
posição em 2001 para a 16a posição em 2002 no ranking mundial de produtores de
petróleo8. Com relação às reservas totais de petróleo, foram contabilizados, no final do
ano 2002, 13,1 bilhões de barris, mantendo uma taxa de crescimento médio nos últimos
10 anos de 7,1%. As reservas provadas no referido ano correspondem a 9,8 bilhões de
barris (volume 15,4% superior ao registrado em 2001), representando 75% das reservas
totais, como pode ser vista na figura 4. Com isso, o Brasil alcançou a 15a posição no
ranking mundial quanto às reservas provadas de petróleo, avançando uma posição em
relação ao ano anterior (ANP, 2003).

Fonte: Elaboração própria com base em Boletins Anuais de Reservas ANP/SDP, conforme a
Portaria ANP no 9/00, a partir de 1999; Petrobras /SERPLAN, para os anos anteriores.
Notas: 1- Reservas em 03/12 dos anos de referência.
2- Inclui condensado.

O ano de 2003 foi considerado como marco na história da Petrobras. Além do


expressivo volume de petróleo descoberto, também foi descoberta a maior jazida de gás

8
A Arábia Saudita permaneceu sendo o maior produtor de petróleo do mundo, extraindo uma média de 8,7 milhões
de barris por dia.

9
natural na plataforma continental brasileira, na Bacia de Santos. Foram identificadas
novas províncias petrolíferas de óleo leve no Espírito Santo e em Sergipe, com alto
potencial de exploração e produção.
Em 19 de dezembro de 2005, a Petrobras alcançou a produção recorde de 1.875.425
barris de petróleo por dia. O ano de 2006 marca a auto-suficiência sustentável do Brasil
na produção de petróleo. Com o início das operações do FPSO (Floating Production
Storage Offloading) P-50 no campo gigante9 de Albacora Leste, no Norte da Bacia de
Campos (RJ), a Petrobras alcançará até o final deste ano a marca de 2 milhões de barris
por dia, o suficiente para cobrir o consumo do mercado interno, de 1,8 milhões de barris
diários.
A segunda metade da década de 90 foi marcada por grandes avanços no setor de
petróleo e gás natural, decorrente do aumento nos investimentos na área de exploração e
produção, que proporcionaram aumentos consideráveis no volume de reservas e
produção de petróleo.

9
São considerados campos gigantes aqueles com reservas superiores a 500 milhões de barris.

10
2.1. Análise dos Combustíveis Selecionados

Neste capítulo serão feitas breves análises a respeito de cada combustível utilizado nesta
pesquisa, demonstrando a importância de cada um deles para a matriz energética
brasileira.

2.1.1. Álcool

O álcool é um derivado da cana-de-açúcar, matéria-prima mais antiga do Brasil. Cerca


de 75% do álcool produzido é proveniente do caldo de cana. Os demais 25% têm
origem no melaço, resultante da produção de açúcar.
O álcool pode ser utilizado como combustível no país de duas maneiras: como álcool
etílico anidro combustível (AEAC) – isento de água – é o produto adicionado, por lei
federal, à gasolina. Ele é obtido a partir da fermentação do caldo da cana-de-açúcar e, de
acordo com a Portaria ANP 45/01, possui teor alcoólico mínimo de 99,30 INPM.
Também é utilizado como álcool etílico hidratado combustível (AEHC), que é um
produto renovável e limpo que contribui para a redução do efeito estufa e diminui
substancialmente a poluição do ar, utilizado nos automóveis e, como o próprio nome
diz, possui água.
As vendas de álcool hidratado, em 2005, somaram 4.648 mil m3, superior em 6,73% às
vendas em 2004. Porém, existem diferenças entre as regiões, como se observa na figura
5, sendo da região Sudeste a maior parte das vendas, que em 2005 representou 65%. A
região Sul teve uma participação de 19% das vendas e os demais 16% sendo das regiões
Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A maior produtora de álcool do Sudeste é a região de
Ribeirão Preto, localizada no nordeste do estado de São Paulo, e é considerada o
principal pólo sucroalcooleiro do mundo. Isto porque além de produzir mais de 35% do
álcool do país, também é o centro do conhecimento mundial na área, onde se
desenvolve e exporta toda a tecnologia para o setor.

11
Figura 5 – Evolução das Vendas de Álcool por Região (2002-2005)

Nordeste
Norte
3
3 Mil m
Mil m

51 55 63 255 234 283 328


56

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste
3
Mil m

427 336 363 369

2002 2003 2004 2005

S ul S udeste
Mil m3 Mil m3

714 684 904 877

2.340 1.941 2.751 3.011

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

Como já mencionado neste capítulo, em 1975 o governo lançou o Programa Nacional


do Álcool (Pró-Álcool) com o objetivo de conquistar a autonomia energética e de
intensificar a produção de álcool como substituto à gasolina. Essa política garantiu ao
país não só a produção em larga escala de etanol de biomassa como, também, a atuação
de forma mais competitiva do que qualquer outro país no mercado mundial do açúcar,
graças aos intensos investimentos em P&D. No ano de 90, houve uma desaceleração do
programa, que representou significativa diminuição da frota de carros 100% a álcool.
Apesar da desaceleração do programa durante os anos 90, a produção de etanol se
manteve, graças à mistura do álcool etílico anidro carburante na gasolina, cujo
crescimento compensou a queda no consumo de álcool hidratado.

12
A partir de 2003 aumentou a participação do álcool no setor de transportes com os
automóveis do tipo flex fuel, sendo possível a utilização do álcool hidratado ou gasolina,
tecnologia que proporciona economia, já que com esse tipo de motor pode-se optar pelo
combustível mais barato.
A produção do álcool em 2004 cresceu 20% em relação ao ano anterior e o consumo
total apresentou um crescimento de 26%, também em relação ao mesmo período, fato
que pode ser explicado pelo menor nível de preços do álcool hidratado em relação à
gasolina.
Esses dados podem ser analisados pela tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Dados do Álcool Hidratado (103 m3)

Fluxo 2000 2001 2002 2003 2004

Produção 5.056 4.985 5.547 5.638 6.789

Importação 64 118 0 0 0

Exportação -227 -320 -753 -706 -2.176

Var. Estoques, Perdas e Ajustes 1.560 661 386 -412 1.087

Consumo Total 6.453 5.444 5.179 4.520 5.700


Fonte: ANP, 2005.

Além das questões relacionadas à finitude do petróleo, o uso do álcool vem se


colocando como fator decisivo na redefinição da matriz energética no âmbito da
perspectiva econômica dos combustíveis renováveis e ambientalmente limpos.

2.1.2. Gasolina

A gasolina é um produto obtido a partir do refino do petróleo e sua composição varia


com sua utilização, para aviação ou automotiva, demandando processos específicos de
refino do petróleo. É o combustível energético para motores de combustão interna com
ignição por centelha (Ciclo Otto10).

10
Ciclo Otto é um ciclo termodinâmico utilizado em motores, no qual a explosão se dá a partir da ocorrência de uma
centelha. Foi definido por Beau de Rochas e implementado com sucesso pelo engenheiro alemão Nikolaus Otto em
1876 e, posteriormente por Étienne Lenoir e Rudolf Diesel. Utiliza como combustível gasolina, álcool ou sua mistura.

13
No Brasil existem vários tipos11 de gasolina e neste estudo está sendo analisada a
gasolina do tipo C, que é a gasolina constituída de uma mistura de gasolina A e álcool
etílico anidro combustível.
Analisando a tabela 2, observa-se uma queda no consumo de gasolina no ano de 2002,
em parte explicada pela substituição da gasolina pelo álcool e também em função das
condições desfavoráveis do crédito e do cenário de instabilidade econômica que vivia o
país, que impactaram fortemente o desempenho do ramo automotivo.

Tabela 2 – Dados da Gasolina (103 m3)

Fluxo 2000 2001 2002 2003 2004

Produção 19.416 19.657 19.478 19.576 19.636

Importação 61 320 164 185 57

Exportação -2.042 -2.986 -3.408 -2.693 -2.028

Var. Estoques, Perdas e Ajustes -210 -32 -33 26 53

Consumo Total 17.225 16.959 16.201 17.094 17.718


Fonte: ANP, 2005.

Após alguns anos de baixa performance, a gasolina se recuperou e voltou a crescer,


apresentando um aumento de 3,7% no consumo total de 2004 em relação a 2003. Por
outro lado, o crescimento da produção de gasolina, motivado pelo desenvolvimento da
indústria automobilística foi possível não só através do refino, mas também de
processos de transformação de frações pesadas, que contribuíram para o aumento do
rendimento total do produto em relação ao petróleo.
A participação da região Sudeste na venda de gasolina, assim como o álcool, é a maior
do país (51% de 2002 a 2005), seguida da região Sul com 21% e os demais 29%
pertencentes às regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Esta separação por regiões
pode ser vista na figura 6.

11
Os tipos de gasolina comercializados no Brasil são: gasolina do tipo A (73 octanas – gasolina amarela), do tipo B
(82 octanas* – gasolina azul), do tipo C (76 octanas – gasolina + álcool) e gasolina verde (cujo NO é igual a 110/130)
e é somente utilizada na aeronáutica.
* O combustível é classificado segundo seu poder antidetonante, em número de octanagem (NO). Quanto maior for o
“NO”, mais antidetonante será o combustível e, conseqüentemente, maior será a sua capacidade de suportar as altas
compressões sem sofrer a detonação.

14
Figura 6 – Evolução das Vendas de Gasolina por Região (2002-2005)

Norte Nordeste

Mil m
3
Mil m 3

1.125 1.154 3.410 3.450


983 1.005 3.125 3.080

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste
3
Mil m

2.074 2.039 2.284 2.287

2002 2003 2004 2005

S ul S u de ste
Mil m 3 Mil m 3

4.917 11.925 11.188 11.477 11.682


4.503 4.480 4.870

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.3. Óleo Diesel

O óleo diesel é constituído basicamente por hidrocarbonetos. É um produto inflamável,


medianamente tóxico, volátil, límpido, isento de material em suspensão e com odor
forte e característico.
O óleo diesel é utilizado em motores de combustão interna e ignição por compressão
(motores do ciclo diesel), empregado nas mais diversas aplicações: como combustível
industrial, como combustível para motores à explosão de máquinas (locomotivas), como
combustível para veículos pesados (carretas, tratores, caminhões), como combustível

15
para automotivo (ônibus, veículos utilitários), como combustível para geração de
energia elétrica.
O maior uso do óleo diesel se dá no setor de transporte (média de 81,6% de 2000 a
2004), seguido do setor agropecuário (média de 15,3%) e do setor industrial (média de
1,9%). O consumo de óleo diesel vem aumentando ao longo dos anos, com a
importação representando 16% desse consumo total em 2000 (vide tabela 3). Como dito
acima, o setor de transportes representa a maior parcela deste consumo. Desta forma,
estão surgindo iniciativas no sentido de reduzir o nível de utilização do óleo diesel,
devido aos impactos ambientais decorrentes da emissão de gases de efeito estufa e
causadores da chuva ácida e também à tendência inevitável de esgotamento das reservas
mundiais de petróleo.
Diversas tecnologias foram desenvolvidas visando encontrar combustíveis alternativos
em substituição ao diesel, entre as quais encontra-se o biodiesel. Proveniente da
biomassa, o “diesel natural”, como também é chamado, é considerado um combustível
de queima limpa e pode ser usado para alimentar motores ou com a finalidade de
geração de energia elétrica (bioeletricidade).

Tabela 3 – Dados do Óleo Diesel (103 m3)

Fluxo 2000 2001 2002 2003 2004

Produção 31.316 32.369 32.549 35.421 39.235

Importação 5.859 6.585 6.389 3.820 2.695

Exportação -753 -848 -805 -821 -965

Consumo Total 36.442 38.047 38.678 38.308 40.677

Transformação (*) 1.768 1.957 1.525 1.887 2.166

Consumo Final 34.674 36.090 37.153 36.421 38.511

Setor Energético 297 304 105 181 174

Agropecuário 5.232 5.723 5.628 5.690 5.621

Transportes 28.311 29.279 30.450 29.550 31.616

Industrial 616 579 674 760 832


(*) Geração de eletricidade
Fonte: ANP, 2005.

16
As vendas de óleo diesel em 2005 permaneceram praticamente estáveis em relação a
2004, apresentando uma pequena queda de 0,21%. A participação das regiões nas
vendas repete o comportamento dos combustíveis analisados anteriormente, tendo a
região Sudeste a maior participação (44% de 2002 a 2005), seguida da região Sul (21%)
e das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte (totalizando 35%), conforme figura 7.

Figura 7 – Evolução das Vendas de Óleo Diesel por Região (2002-2005)

Norte Nordeste
3
Mil m3 Mil m

2.952 2.990 3.422 3.718 5.619 5.238 5.622 5.704

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste
3
Mil m

4.563 4.906 4.533


4.565

2002 2003 2004 2005

S ul S udeste
3 3
Mil m Mil m

7.759 8.121 7.807 16.782 16.303 17.149 17.374


7.750

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.4. Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

O gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha, é


obtido a partir das frações mais leves do petróleo ou das mais pesadas do gás natural.

17
Quando proveniente do gás natural é constituído pelos hidrocarbonetos propano e
butano. No caso de ser extraído nas refinarias a partir do petróleo, o GLP é composto
também de propeno e buteno.
O GLP é utilizado no Brasil principalmente como combustível doméstico em fogões e
aquecedores de água, aplicação esta estimada em mais de 90% da demanda energética
brasileira12. Na indústria é utilizado principalmente em processos que requeiram queima
praticamente isenta de impurezas, onde os gases de combustão tenham contato direto
com o produto ou em áreas com limitações de emissões para a atmosfera. Pode ser
queimado em motores de combustão interna, ciclo Otto, devido à boa octanagem e
baixas emissões. Também é utilizado na petroquímica para a produção de borrachas e
polímeros.
O consumo residencial do GLP apresentou sucessivas quedas desde 2000, invertendo a
situação em 2004 quando mostrou um pequeno crescimento de 2,1% (vide tabela 4).
Essas baixas performances podem ser justificadas pelos aumentos dos preços acima das
taxas de inflação e a perda do poder aquisitivo das famílias. A queda no consumo é
também indicativo do avanço do gás natural, tanto no uso residencial como industrial, e
do retorno do consumo de lenha em domicílios, como mostra a figura 8.

Figura 8 - Consumo do GLP e da Lenha no Setor Residencial

103 tep
9.000

8.000

7.000

6.000

5.000

4.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Lenha GLP

Fonte: BEN, 2006.

12
A forma de comercialização mais comum é a de engarrafamento em botijões de 13 kg de gás.

18
Tabela 4 – Dados do GLP (103 m3)

Fluxo 2000 2001 2002 2003 2004

Produção 7.761 8.694 8.940 9.418 9.783

Importação 5.097 3.848 3.353 2.040 2.040

Exportação -10 -8 -175 -131 -131

Var. Estoques, Perdas e Ajustes -23 147 7 123 63

Consumo Total 12.825 12.681 12.125 11.450 11.755

Setor Energético 75 6 17 67 75

Residencial 10.342 10.369 10.003 9.345 9.539

Comercial 355 437 434 445 464

Público 603 640 666 640 753

Agropecuário 26 35 32 29 33

Industrial 1.424 1.194 973 924 891


Fonte: ANP, 2005.

As vendas de GLP no Brasil, no período de 2002 a 2005, totalizaram 47 milhões de m3,


sendo que de 2004 para 2005 elas permaneceram constantes. A participação das regiões
do país nas vendas mostra que a região Sudeste se encontra em primeiro lugar com
50%, seguida da região Nordeste com 20% e logo depois vem a região Sul com 17%.
As regiões Centro-Oeste e Norte participam com 13% nas vendas de GLP, como se
observa na figura 9.

19
Figura 9 – Evolução das Vendas de GLP por Região (2002-2005)

Norte Nordeste
3 3
Mil m Mil m

589 541 559 2.449 2.242


565 2.346 2.372

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Centro-O este
3
Mil m

886 902 899


927

2002 2003 2004 2005

S ul S udeste
3 3
Mil m Mil m

2.079 2.038 6.088 5.744 5.738


1.994 2.039 5.836

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.5. Óleo Combustível

O óleo combustível é originado das frações residuais da destilação do petróleo, obtidas


em vários processos de refino e possui uma composição química bastante diversa.
Largamente utilizados na indústria moderna para aquecimento de fornos e caldeiras ou
em motores de combustão interna para geração de calor, os óleos combustíveis são
apresentados nas classificações A e B. Os óleos da classificação A têm como principal
característica o alto teor de enxofre. Os óleos de classificação B possuem baixo teor de
enxofre.

20
O óleo combustível há vários anos vem sendo substituído por fontes de energia mais
limpas, como o gás natural. Em 2004, o consumo industrial de 4.615 mil m3 manteve a
tendência declinante (-12,7%), fato que se repete desde 1997, quando o consumo foi de
9.423 mil m3, como se observa na tabela 5.

Tabela 5 – Dados do Óleo Combustível (103 m3)

Fluxo 2000 2001 2002 2003 2004

Produção 17.672 18.841 18.007 16.607 16.918

Importação 71 13 59 93 130

Exportação -5.530 -7.625 -7.929 -8.633 -10.063

Var. Estoques, Perdas e Ajustes -145 -172 -111 151 329

Consumo Total 12.068 11.057 10.026 8.218 7.314

Transformação (*) 2.162 2.226 1.435 686 608

Consumo Final 9.906 8.831 8.591 7.532 6.706

Setor Energético 1.126 1.083 1.023 1.174 1.084

Comercial 369 325 394 135 148

Público 244 240 166 121 55

Agropecuário 111 150 111 87 74

Transportes 676 742 774 729 730

Industrial 7.380 6.291 6.123 5.286 4.615


(*) Geração de eletricidade
Fonte: ANP, 2005.

A maior parte das vendas de óleo combustível se dá na região Sudeste (54% de 2002-
2005); seguida da região Norte (17%) e da região Sul (12%). As regiões Nordeste e
Centro-Oeste possuem a menor participação, 10% e 6% respectivamente, como mostra
figura 10.

21
Figura 10 – Evolução das Vendas de Óleo Combustível por Região (2002-2005)

Norte Nordeste

Mil m3 Mil m
3

1.078 1.092 1.037 562


994
641 644 641

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste
3
Mil m

466 373 361 365

2002 2003 2004 2005

S ul S udeste
3 3
Mil m Mil m

c
951 792 4.588 3.316 2.670 2.586
645 610

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.6. Gás Natural

O gás natural (GN) é definido como uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos leves,
contendo predominantemente metano, etano, propano, que à temperatura ambiente e
pressão atmosférica permanece no estado gasoso. Ele é produzido muitas vezes
juntamente com o petróleo, através da extração nas bacias sedimentares da crosta
terrestre. Ao chegar à superfície ele é tratado para a remoção de impurezas, como água e
outros gases. A seguir ele é transportado por gasodutos para as zonas de consumo.
O gás natural apresenta diversas aplicações: na indústria de petróleo, através de sua
reinjeção em reservatórios, visando aumentar a recuperação de petróleo (óleo + gás), e

22
no consumo interno em substituição a outros produtos alternativos. Na indústria
petroquímica é utilizado como matéria-prima, principalmente na produção de metanol, e
na indústria de fertilizantes, para a produção de amônia e uréia. Como uso domiciliar,
pode ser usado na cocção de alimentos, em substituição ao GLP, para aquecimento de
água e climatização de ambientes, em substituição à energia elétrica. No setor de
transportes é uma opção técnica e economicamente viável de substituição do álcool e
gasolina para os veículos de passeio. Também pode ser usado em veículos pesados,
movidos a diesel. No setor energético, permite a geração de energia elétrica, a partir de
motores à combustão interna, turbinas a gás e até mesmo das recentes células a
combustível. Também é utilizado em sistemas de co-geração de energia, que é a
produção seqüencial de mais de uma forma útil de energia, a partir do mesmo
energético. Por fim, pode ser utilizado como combustível industrial/comercial na
substituição de uma variedade de outros combustíveis alternativos, como madeira,
carvão, óleo combustível, diesel, GLP, nafta e energia elétrica, tanto em indústrias,
como em comércios. Proporciona uma combustão limpa e isenta de agentes poluidores.
A participação do gás natural na matriz energética brasileira é crescente, tendo mais que
dobrado a sua participação na oferta interna de energia nos últimos anos, passando de
3,7% (1998) para 9,3% (2005) (BEN, 2006). Ocorreu um crescimento significativo do
mercado de gás natural, a partir de 2000, com a construção do gasoduto Brasil-Bolívia,
que permitiu complementar rapidamente a produção nacional e em grandes volumes.
Entretanto, o país ainda apresenta uma grande vulnerabilidade no mercado de gás
natural, em função da dependência da importação deste combustível de um único país e
em função de ainda não haver no Brasil uma infra-estrutura de gasodutos que permita a
estabilização da oferta de gás. A maior dependência boliviana acaba por elevar tanto os
riscos de falha de suprimento quanto o poder de barganha do fornecedor em
renegociações das condições do contrato de comercialização do gás com a Bolívia,
sempre visando elevar o preço da commodity importada (BNDES, 2006). A produção
de gás natural em 2004 cresceu 7,5% em relação a 2003 e as importações cresceram
60% no mesmo período (vide tabela 6). O reflexo destes aumentos recai,
principalmente, sobre os derivados de petróleo, pela substituição de óleo combustível
em maior escala e GLP na indústria e de gasolina no transporte, além de outras
substituições em menor escala.

23
Tabela 6 – Dados do Gás Natural (106 m3)

Fluxo 2000 2001 2002 2003 2004

Produção 13.283 13.998 15.525 15.792 16.971

Importação 2.211 4.608 5.369 5.055 8.086

Var. Estoques, Perdas e Ajustes (*) -5.403 -5.777 -5.839 -4.906 -5.684

Consumo Total 10.091 12.829 15.055 15.941 19.373

Transformação 2.126 3.579 3.783 3.753 5.708

Consumo Final 7.965 9.250 11.272 12.188 13.665

Consumo Final Não Energético 831 798 821 791 838

Consumo Final Energético 7.134 8.452 10.451 11.397 12.827

Setor Energético 2.278 2.419 2.722 2.938 3.168

Residencial 114 140 154 196 206

Comercial/Público 86 180 250 275 299

Transportes 313 572 980 1.328 1.580

Industrial 4.343 5.141 6.343 6.658 7.572


(*) Inclusive não-aproveitada e reinjeção.
Fonte: ANP, 2005.

Em 2004, o principal uso do gás natural continuou sendo no setor industrial, com 7,6
bilhões de m3 e crescimento substancial de 13,7% em relação a 2003. Também merece
destaque o crescimento de 19% do consumo de gás natural no transporte veicular.
As reservas provadas de gás natural em 2004, de 326,1 bilhões de m3, 33% superiores
às de 2003, equivalem a 19 anos da atual produção. Para os países da OCDE13 as
reservas equivalem acerca de 14 anos de produção, enquanto que a média mundial é de
60 anos, como mostra a figura 11.

13
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE ou OECD em inglês) é uma organização
internacional dos países desenvolvidos e industrializados com os princípios da democracia representativa e da
economia de livre mercado. São 30 os estados membros da organização.

24
Fonte: ANP, 2006.

O gás natural contribuiu com 8,9% da matriz energética brasileira de 2004, aumentando
1,2% em relação a 2003. A maior participação nas vendas é da região Sudeste (64%)
seguida pela região Nordeste (21%), apresentado na figura 12. Efetivamente, trata-se de
uma fonte de energia com vigorosa penetração na estrutura produtiva do país.

25
Figura 12 – Evolução das Vendas de Gás Natural por Região (2002-2005)

Norte Nordeste
3 3
Mil m Mil m

266 312 346 359 2.050 2.290 2.854 2.742

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste
3
Mil m

168 287 476


653

2002 2003 2004 2005

S ul S udeste
3 3
Mil m Mil m

5.241 6.977 8.239 9.185


712 848 1.082 1.395

2002 2003 2004 2005 2002 2003 2004 2005

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

26
2.2. Contribuição dos Combustíveis às Variáveis de Produção

As variáveis de produção (produção industrial e PIB) são importantes indicadores para


analisar a eficiência energética de um país, na medida em que se busca verificar o
máximo de produção de riqueza ou de valor agregado obtido por unidade de energia. A
evolução do PIB entre os anos de 1970 e 2004 apresentou um crescimento de 275% e o
consumo de energia aumentou em 207%, ocasionando uma redução da relação tep por
1.000 dólares de PIB de 0,39 para 0,32, fato este que demonstra um razoável aumento
da eficiência econômica no uso da energia. Com relação aos dados da Produção
Industrial, segundo o IBGE o produto da indústria registrou crescimento de 2,2% no
acumulado de doze meses e de 0,6% na passagem de junho/06 para julho/06. Em nível
regional, de junho/06 para julho/06, os dados do IBGE mostraram crescimento em nove
dos catorze locais pesquisados, com ênfase para as variações positivas nos estados do
Amazonas, Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo e para os recuos registrados na
produção industrial em Santa Catarina, Pernambuco, Paraná e Bahia (FIPE, 2006).
Nas décadas de 60, 70 e 80 o valor agregado do setor de petróleo variou,
respectivamente, a uma taxa média de 10,9% a.a., 12,6% a.a. e 7,7% a.a. Nos anos
noventa, o PIB do petróleo aumentou 4% a.a. Em 2000, 2001 e 2002, o PIB do petróleo
a preços básicos (deduzidos os impostos sobre produtos), em termos absolutos, alcançou
em valores correntes, respectivamente, R$ 51,5 bilhões, R$ 62,4 bilhões e R$ 81,2
bilhões. Em termos relativos, como proporção do PIB a preços básicos em valores
correntes do Brasil, o PIB do petróleo representou 6,8% em 2002, 5,9% em 2001 e
5,3% em 2000 (ver Anexo A).
Os resultados da tabela apresentada neste anexo confirmam a tendência de crescimento
da contribuição do setor de petróleo às variáveis de produto do Brasil, nos últimos anos,
tanto em termos absolutos quanto em termos relativos.
Os fatores que influenciam os resultados positivos do setor de petróleo no PIB brasileiro
são: a evolução do preço do petróleo no mercado internacional, o aumento da produção
de petróleo e gás natural no território nacional, a maior agregação de valor aos produtos
do refino e a implementação da Lei do Petróleo (Lei no 9.478/97) com as novas medidas
institucionais e regulatórias, em particular àquelas relativas às atividades de exploração
e produção de petróleo e gás natural.

27
3. Revisão da Literatura

Na literatura econômica existem vários estudos sobre a demanda por gasolina em países
desenvolvidos e em desenvolvimento e alguns estudos sobre demanda por gás natural.
Entretanto, não foi encontrado nenhum estudo que analise a elasticidade entre mais de
dois combustíveis por região geográfica e por país, como se propõe a presente pesquisa.
Neste capítulo serão revisitados alguns desses trabalhos acadêmicos.
Balestra e Nerlove (1966) analisaram a demanda por gás natural sob dois aspectos:
dados em painel e dados em séries de tempo, com aplicação da demanda por gás natural
no mercado residencial e comercial.
O modelo desenvolvido por eles se baseou em um mecanismo dinâmico, considerando a
demanda no novo mercado de gás, isto é, com incremento da demanda por gás. O
período analisado foi de 1950 a 1962 e utilizaram dados esperados em 36 estados dos
Estados Unidos.
Os resultados obtidos sugeriram que os efeitos regionais invariáveis no tempo foram
responsáveis por aproximadamente três quartos do total da variação residual na equação
da demanda por gás. As elasticidades preço e renda de longo prazo da nova demanda de
gás foram de 0,63 e 0,62, respectivamente, no caso natural e 0,63 e 0,64 quando a taxa
de depreciação assumida era de 11%.
Bentzen (1994) desenvolveu um estudo para estimar as elasticidades de curto prazo e de
longo prazo da demanda por gasolina na Dinamarca, no período de 1948 a 1991. Ele
estudou a gasolina, porque esta apresentava uma taxa de crescimento maior no setor de
transportes da economia dinamarquesa do que outros energéticos.
Ele utilizou o método de cointegração e estimou o modelo de correção de erros. Na
equação, além das variáveis consumo de gasolina e renda real, ele incluiu outras
variáveis como, por exemplo, o estoque de veículos.
Os resultados encontrados por Bentzen apresentaram parâmetros com sinais corretos e
magnitudes esperadas. A elasticidade preço da demanda por gasolina no curto prazo foi
–0,32 e no longo prazo foi de –0,41. A elasticidade de veículos no curto prazo foi de
0,89 e no longo prazo foi de 1,04. Ele chegou à conclusão que os combustíveis para o
setor de transporte irão aumentar sua participação no consumo de óleos na Dinamarca e
o uso de energia neste setor, provavelmente continuará crescendo.

28
Dahl e Sterner (1991) estudaram a demanda por gasolina e se concentraram na análise
das elasticidades preço e renda que, segundo eles, contêm a informação básica
necessária para fazer projeções e definir políticas energéticas.
Eles desenvolveram dez modelos econométricos cujo interesse era resumir todas as
descobertas e comparar as elasticidades nas diferentes categorias de modelos e nos
diferentes tipos de dados.
Dahl e Sterner chegaram à conclusão de que a elasticidade de curto prazo não varia
muito, enquanto que a de longo prazo varia mais significativamente. Segundo seus
estudos, a elasticidade preço de curto prazo é de –0,24 e a de longo prazo é de –0,80 e a
elasticidade renda de curto prazo é de 0,45 e a de longo prazo é de 1,16.
Eltony e Mutairi (1995) desenvolveram uma pesquisa em que estimaram a demanda por
gasolina no Kuwait para o período de 1970-1989, usando o método de cointegração e o
modelo de correção de erros.
A equação estimada se baseou no modelo de demanda por gasolina de Dahl e Sterner.
Eles utilizaram dados anuais de séries de tempo para o Kuwait e estimaram as
elasticidades de curto prazo e de longo prazo da demanda por gasolina.
As conclusões às quais chegaram foram que as elasticidades preço de curto prazo e de
longo prazo representaram –0,37 e –0,46, respectivamente, indicando uma
inelasticidade da demanda; a elasticidade renda da demanda, pelo modelo de correção
dos erros, foi de 0,47 no curto prazo e de 0,92 no longo prazo, sugerindo que a resposta
do consumo de gasolina a mudanças na renda é maior no longo prazo do que no curto
prazo e que a demanda por gasolina no Kuwait continuará crescendo, com o aumento do
consumo do óleo e uso energético no setor de transportes.
Liu (1983) estimou as elasticidades preço e preço-cruzada da demanda por gás natural
nos setores residencial, comercial e industrial por regiões dos Estados Unidos. O
período analisado foi de 1967 a 1978 e ele utilizou uma variável dummy para o ano de
1973 para demonstrar o efeito do embargo do óleo.
O procedimento de estimação utilizado por Liu incluiu regressão de mínimos quadrados
e mínimos quadrados de dois estágios. As variáveis exógenas selecionadas neste estudo
compreendiam a renda e o preço do óleo importado. O modelo de consumo de gás
natural utilizado possuía uma forma reduzida, com o uso de variáveis instrumentais de
preço e o intercepto ajustado pela variável dummy de tempo.
Liu descobriu que a demanda por gás natural nos EUA no longo prazo tem uma
elasticidade preço muito maior do que no curto prazo e que os setores residencial e

29
comercial são muito mais sensíveis ao preço do que o setor industrial. Também
demonstrou existir um padrão regional em termos de consumo de gás natural:
determinadas regiões são relativamente sensíveis a menores preços tanto no curto prazo
quanto no longo prazo.
Ramanathan (1999) pesquisou a relação entre a demanda por gasolina, renda nacional e
preço da gasolina e utilizou técnicas de cointegração e o modelo de correção de erros,
em estudo desenvolvido para analisar as elasticidades de curto prazo e de longo prazo
da demanda por gasolina na Índia. O período de análise foi de 1972-1973 a 1993-1994.
O modelo econométrico utilizado por ele foi baseado em outras pesquisas que
estimaram modelos de demanda por gasolina, principalmente no modelo de Dahl e
Sterner que consideravam a renda e o preço como principais parâmetros para estimar a
demanda por este combustível.
Ramanathan chegou à conclusão que na Índia a demanda por gasolina cresce
significativamente e igualmente a um dado aumento no PIB. O aumento apresentou-se
maior no longo prazo (2.682) do que no curto prazo (1.178). A demanda por gasolina se
mostrou relativamente inelástica a mudanças no preço, tanto no longo quanto no curto
prazo. Os resultados mostraram que a demanda por gasolina na Índia tem crescido a
altas taxas, de aproximadamente 7,38% ao ano durante os últimos 15 anos.
Para o Brasil, Alves e Bueno (2003) estimaram as elasticidades preço e renda da
demanda por gasolina e a elasticidade preço cruzada entre gasolina e álcool.
Eles analisaram o comportamento de longo prazo e curto prazo da demanda por
gasolina, utilizando técnicas de cointegração e incluíram a variável preço da gasolina na
equação, permitindo estimar a elasticidade preço cruzada entre o álcool e a gasolina,
para o período de 1984 a 1999.
As conclusões a que chegaram foram que o valor estimado para a elasticidade preço
cruzada do álcool e da gasolina mostrou que os consumidores não estão muito sensíveis
a modificações no preço do combustível, até mesmo no longo prazo; que a demanda por
gasolina, mantendo todos os outros fatores constantes, mostrou-se inelástica com
respeito a mudanças no preço; e finalmente, que a tributação da gasolina poderia ser
uma boa fonte de receita tanto no curto prazo quanto no longo prazo, dada a
inelasticidade da gasolina e sua substituibilidade imperfeita com respeito ao álcool.

30
4. Metodologia

O objetivo desta pesquisa, como mencionado no capítulo 1, é estudar a demanda por


combustíveis14 no Brasil e nas suas regiões e analisar o efeito substituição entre esses
energéticos.
Para investigar os resultados destas análises serão utilizados dados em séries de tempo,
para análise em nível nacional e para a análise em nível regional. As observações estão
em bases mensais e compreendem o período de janeiro de 2002 a junho de 2006. Em
função da disponibilidade dos dados, esta pesquisa trabalha com uma amostra curta (54
observações). Portanto, em função da pequena amostra, não foram feitos ajustes
sazonais nas séries utilizadas. Além disso, deve-se atentar para a ocorrência de
resultados menos robustos em função, também, da amostra pequena.
Abaixo, encontra-se uma breve descrição dos dados utilizados.

4.1. Dados

Álcool Hidratado

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo
próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.
Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/l, para o Brasil e por região
geográfica.
Fonte: ANP.

Óleo Diesel

Volume vendido mensal pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo
próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.
Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/l, para o Brasil e por regiões
geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.

14
Os combustíveis analisados são: álcool hidratado, óleo diesel, gasolina C, GLP, óleo combustível e gás natural.

31
Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e preços por
regiões geográficas e Relatório Boletim de Preços da Petrobras para dados de preços
para o Brasil.

Gasolina C

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo
próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.
Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/l, para o Brasil e por regiões
geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.
Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e preços por
regiões geográficas e Relatório Boletim de Preços da Petrobras para dados de preços
para o Brasil.

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo
próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.
Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/kg, para o Brasil e por regiões
geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.
Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e preços por
regiões geográficas e Relatório Boletim de Preços da Petrobras para dados de preços
para o Brasil.

Óleo Combustível 1A

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo
próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.
Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/m3, para o Brasil e por regiões
geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.
Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e Petrobras
para dados de preços para o Brasil e por regiões geográficas.

32
Gás Natural

Volume mensal vendido às distribuidoras, medido em mil m3, para o Brasil e por
regiões geográficas.
Preço médio mensal às distribuidoras, medido em R$/m3, para o Brasil e por regiões
geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.
Fonte: Petrobras.

Produção Industrial

Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (média de 2002 = 100) para o Brasil e por
regiões geográficas.
Fonte: Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, IBGE.

4.2. Os Modelos

4.2.1. Modelo Agregado

Seguindo a metodologia utilizada pelos diversos autores mencionados no capítulo 3, o


modelo econométrico adotado nesta pesquisa, em âmbito nacional, considera a demanda
por um combustível como uma função do seu preço, do preço de outros combustíveis e
da renda, ou seja:

Vit  f ( Pit , Pjt ,, Zt ) (1)

Onde: Vit = volume do combustível i no tempo t

Pit = preço do combustível i no tempo t

Pjt = preço do combustível j no tempo t

Z t = variável de produção no tempo t

A função de demanda de mercado também pode ser escrita da seguinte forma:

33
6

 Piti e 7t e 8t Z t 9 et


0 2 
Vit  e (2)
i 1

Tomando o log da equação (2), a regressão a ser estimada é:

lnVit  0  1 ln P1t  2 ln P2t  ...  7t  8t 2  9 ln Zt   t (3)

Onde 1 ,  2 e  9 representam, respectivamente, a elasticidade preço do combustível


1, a elasticidade preço-cruzada entre os combustíveis 1 e 2 e a elasticidade renda15 e  t
é o resíduo.
Na equação acima foram incluídas as variáveis de tendência t e t 2 em função de o
comportamento das variáveis de volume dos combustíveis, em escala logarítmica,
apresentarem tendência linear e quadrática. A não inclusão da tendência acarreta na
omissão de uma variável importante que pode viesar os outros coeficientes.

4.2.2. Modelo Desagregado por Região Geográfica

No caso do modelo em nível regional, adota-se mais uma variável que representa a
região brasileira. Desta forma, o modelo se apresenta da seguinte maneira:

Vikt  f ( Pikt , Pjkt ,, Zkt ) (4)

Onde: Vikt = volume do combustível i, na região k e no tempo t

Pikt = preço do combustível i, na região k e no tempo t

Pjkt = preço do combustível j, na região k e no tempo t

Z kt = variável de produção na região k e no tempo t

Assim, a função de demanda também pode ser escrita como segue abaixo:

15
A prova de que o coeficiente  representa a elasticidade encontra-se no Anexo B.

34
6

 Pikti e 7t e 8t Z kt 9 e kt


0 2 
Vikt  e (5)
i 1

Cabe ressaltar que o índice k representa a região geográfica que está sendo analisada e,
portanto, não varia. Ou seja, cada região geográfica terá o seu conjunto de modelos.
Tomando-se o logaritmo da função 5, obtém-se:

lnVikt   0  1 ln P1kt   2 ln P2kt  ...   7 t  8t 2   9 ln Z kt   kt (6)

4.3. Estimação

O método de estimação utilizado nesta pesquisa foi o método dos Mínimos Quadrados
Ordinários (MQO ou, em inglês, OLS), por se tratar de uma abordagem econométrica
conveniente para o estudo das relações entre as variáveis econômicas, usando dados de
séries de tempo.
A partir das equações (3), para o caso do modelo agregado, e (6), para o caso do modelo
desagregado, será utilizado o método de cointegração para verificar se existe uma
relação de longo prazo, ou de equilíbrio, entre as variáveis. Se as variáveis forem
cointegradas, existe uma relação de longo prazo entre elas. Além disso, a dinâmica de
curto prazo poderá ser descrita pelo modelo de correção de erros (ECM).
Como propõem Engle e Granger (1987), um importante ingrediente na análise de
sistemas cointegrados são os testes de cointegração. Primeiro, considera-se o caso da
existência de duas variáveis x e y. Inicialmente aplica-se o teste de raiz unitária para
checar se ambas as variáveis, x e y, são integradas de ordem um ou I(1). O próximo
passo será regredir y em x e considerar uˆ  y  ̂x , onde û representa o resíduo. Em
seguida, aplica-se o teste de raiz unitária em û . Se x e y forem cointegradas, u  y  x
é integrada de ordem zero ou I(0). Por outro lado, se elas não forem cointegradas, u
será I(1).
Seguindo o teste de cointegração proposto por Engle e Granger (1987), inicialmente
será verificado se as variáveis são geradas por processos estocásticos estacionários ou

35
não estacionários16. Para verificar a estacionariedade das variáveis será feito o teste de
raiz unitária. Neste teste será utilizado o tipo Dickey-Fuller aumentado (ADF) com
Akaike modificado, com o objetivo de aumentar a potência do teste17.
Também será feito o teste KPSS (Kwiatkowski-Phillips-Scmidt-Shin), que é um teste
multiplicador de Lagrange (LM).
Em seguida, será verificado se as variáveis são cointegradas (para evitar situação de
regressão espúria) e se os resíduos das regressões são I(0) ou estacionários.
Para verificar se as variáveis são cointegradas, a equação a ser estimada para o modelo
agregado será:

6
 t  lnVit   0    ln P
i 1
i it   7 t   8t 2   9 ln Z t (7)

e a equação a ser estimada para o modelo desagregado por regiões será:

6
 kt  lnVikt   0    ln P
i 1
i ikt   7 t   8t 2   9 ln Z kt (8)

Submete-se  t e  kt a uma análise de raiz unitária e verifica-se se  t e  kt são


estacionários, ou seja, são I(0). Se a afirmação for verdadeira, as variáveis são
cointegradas e existe entre elas uma relação de longo prazo.
Por último, após verificar se as variáveis são cointegradas, examinar-se-á a relação de
curto prazo para identificar qualquer desequilíbrio. A correção deste desequilíbrio será
feita pelo mecanismo de correção de erro, proposto por Engle e Granger (1987), através
do seguinte modelo para o caso agregado:

16
Um processo aleatório ou estocástico é um conjunto de variáveis aleatórias ordenadas no tempo. Diz-se que um
processo estocástico é estacionário quando a sua média e a sua variância são constantes ao longo do tempo e quando
o valor da covariância entre dois períodos de tempo depende apenas da distância, do intervalo ou da defasagem entre
os dois períodos de tempo, e não do próprio tempo em que a covariância é calculada (GUJARATI, 2006).
17
Entende-se por potência do teste a probabilidade de rejeitar a hipótese nula quando ela é falsa. A potência de um
teste é calculada subtraindo-se de 1 a probabilidade de um erro do tipo II; o erro do tipo II é a probabilidade de aceitar
uma hipótese nula falsa. A potência máxima é 1. A maioria dos testes de raiz unitária é baseada na hipótese nula de
que a série temporal considerada tem raiz unitária; isto é, que ela é não estacionária. A hipótese alternativa é que a
série temporal é estacionária (GUJARATI, 2006).

36
6
 lnVit   0    ln P
i 1
i it   7  ln Z t   8 t 1  ut (9)

e para o caso do modelo desagregado por regiões será:

6
 lnVikt   0    ln P
i 1
i ikt   7  ln Z kt   8 kt 1  ut (10)

onde  representa o operador de primeiras diferenças; u t é um termo de erro aleatório e

 t 1 e  kt 1 representam o valor defasado de um período do erro das regressões

cointegrantes (3) e (6), respectivamente. Os parâmetros  1 ,  2 e  7 são,


respectivamente, as elasticidades de curto prazo referentes ao preço do combustível 1,
preço-cruzada entre os combustíveis 1 e 2 e à renda. O parâmetro 8 representa o quão
rapidamente o equilíbrio é restaurado.
Desta maneira, o mecanismo de correção de erro é a forma de reconciliar o
comportamento de curto prazo de uma variável com seu comportamento de longo prazo
(GUJARATI, 2006).

37
5. Resultados

O presente capítulo está dividido em quatro seções, sendo duas seções para cada
modelo, ou seja, o modelo agregado possui uma seção com o resumo dos principais
resultados e outra seção com os resultados detalhados. O mesmo procedimento ocorre
para o modelo desagregado, sendo uma seção correspondente ao resumo dos principais
resultados e a outra seção correspondente aos resultados detalhados.
Essa subdivisão do capítulo ocorre de maneira a facilitar a leitura. Caso o leitor queira
se colocar a par dos resumos apenas, este poderá ler as seções 5.1 e 5.3 e seguir para o
último capítulo das conclusões. Se o leitor tiver interesse em um detalhamento maior
dos resultados, poderá seguir a seqüência original do texto.
É oportuno destacar que a escolha dos modelos, tanto o agregado quanto o desagregado
por regiões geográficas, deu-se em função de alguns critérios, quais sejam, aqueles que
apresentaram maior R2 ajustado e t2 significativo. Conforme mencionado na seção 4.2.1,
as variáveis de volume apresentaram tendência e, desta forma, tornou-se necessária a
sua inclusão nos modelos. Para cada modelo foram realizadas três regressões: sem
tendência, com tendência linear e com tendências linear e quadrática. A escolha do
melhor modelo seguiu o critério de partir do modelo mais geral para o mais particular.
Sendo assim, foi analisada a significância da tendência quadrática, considerando o nível
de 10%. À medida que as tendências não apresentavam o nível de 10% de significância,
retiravam-se as tendências até chegar ao modelo que apresentava as variáveis
significativas no nível de significância mencionado.
Ressalta-se, também, que alguns modelos apresentam restrições. A construção dos
modelos se deu com base na utilização de cada combustível, como descrito no capítulo
2, verificando-se o setor da economia em que cada energético está inserido. Ou seja, o
álcool, a gasolina e o óleo diesel têm utilização no setor de transportes e o óleo
combustível, o óleo diesel, o gás natural e o GLP têm utilização nos setores industrial,
residencial e comercial. Sendo assim, não seria possível estimar um modelo entre o
álcool, a gasolina e o diesel com o gás natural18 e o GLP, porque os três primeiros
combustíveis são utilizados somente no setor de transporte, enquanto o gás natural e o
GLP não têm utilização nesse setor.

18
Cabe lembrar que o gás natural veicular não está sendo estudado nesta pesquisa e, portanto, o gás natural
considerado neste estudo não tem uso no setor de transporte.

38
Além disso, foram testados vários modelos com a combinação dos preços de todos os
combustíveis, utilizando o critério de partir da especificação mais geral para a mais
particular, para verificar os efeitos entre as variáveis. Observou-se que a inclusão dos
preços de todos os combustíveis, como sugerido no capítulo anterior, resultou em
variáveis não significativas e modelos com R2 ajustado muito baixo (vide Anexo C, para
o modelo agregado para o Brasil, e os Anexos D, E, F, G e H, para os modelos
desagregados para as regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul,
respectivamente). Desta forma, as variáveis não significativas foram retiradas dos
modelos, até restarem apenas as variáveis significativas, chegando-se aos modelos
particulares, que são objeto de análise desta dissertação.
O fato de os modelos gerais (com a inclusão de todas as variáveis de preço) não
apresentarem resultados satisfatórios pode ser explicado em função de os combustíveis
apresentarem características semelhantes entre si, de modo a existir poucas variações
nos preços de um que expliquem as variações nos preços dos outros combustíveis. Deste
modo, torna-se difícil avaliar os efeitos individuais ou separados de várias combinações
de preços e daí a elaboração de modelos particulares com a combinação de dois
combustíveis de cada vez.

39
5.1. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Nacional

Os resultados dos modelos mostram que a demanda por álcool no Brasil se apresenta
inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto no longo prazo. Excepcionalmente
no modelo de curto prazo, em que se analisa o álcool e a gasolina, a demanda pelo
primeiro combustível se mostrou elástica, o que significa que os consumidores são
muito sensíveis a variações no preço.
Os resultados da elasticidade cruzada evidenciaram que o diesel e a gasolina são
combustíveis substitutos do álcool, tanto para os modelos de curto prazo quanto para os
modelos de longo prazo. Embora esses tenham sido os resultados apresentados,
observa-se, na prática, que as vendas de automóveis movidos a álcool têm crescido mais
que as vendas dos automóveis movidos aos outros dois combustíveis e,
conseqüentemente, o álcool tem sido utilizado como substituto dos demais.
Nos modelos do gás natural, a demanda por esse combustível se apresentou inelástica
em relação à renda, tanto no curto quanto no longo prazo. Ressalta-se que a elasticidade
cruzada entre o gás natural e o GLP mostrou que esses combustíveis são
complementares, tanto no curto quanto no longo prazo. Esse resultado está em
desacordo com a teoria, porque o que se observa é que o gás natural vem sendo
utilizado como substituto do GLP tanto no uso residencial, para a cocção de alimentos,
quanto no uso industrial, para geração de força motriz e como matéria-prima na
indústria petroquímica.
Embora os resultados, de curto e longo prazos, dos modelos do óleo combustível com o
gás natural não tenham levado a qualquer conclusão, o que se observa é que vem sendo
incentivada a substituição do óleo combustível pelo gás natural no setor industrial.

40
5.2. Resultados Detalhados para o Nível Nacional

Seguindo as etapas descritas no capítulo anterior, inicialmente será apresentado o


resultado do teste de estacionariedade das variáveis.
A utilização do conceito de cointegração só se justifica se as séries analisadas forem não
estacionárias, ou seja, se possuírem raiz unitária. Portanto, o procedimento adotado foi a
realização dos testes de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e de
Kwiatkowski-Phillips-Scmidt-Shin (KPSS). Os resultados obtidos para o Brasil são
apresentados na tabela 7.

Tabela 7 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo


Agregado – Brasil

Nível 1a Diferença
Variáveis
ADF a KPSS b ADF a KPSS b
Preço Álcool -2.271 0.563 -2.980 0.047
Preço Óleo Diesel -2.169 0.879 -4.033 0.217
Preço Gasolina -1.073 0.852 -3.808 0.043
Preço GLP -1.562 0.901 -4.294 0.093
Preço Gás Natural -1.764 0.803 -4.228 0.172
Preço Óleo Combustível -2.910 0.702 -8.116 0.165
Produção Industrial 0.017 0.753 -4.917 0.281
Volume Álcool -0.312 0.649 -2.765 0.047
Volume Óleo Diesel -0.889 0.248 -9.186 0.082
Volume Gasolina -1.043 0.604 -11.95 0.042
Volume GLP -3.256 0.095 -13.12 0.057
Volume Gás Natural -2.892 0.922 -2.922 0.200
Volume Óleo Combustível -1.280 0.802 -10.87 0.378
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Os resultados apresentados na tabela 7 para as séries em nível indicam que, pelo teste
ADF, não se pode rejeitar a hipótese nula de presença de raiz unitária e, portanto, de não
estacionariedade, com exceção da série volume de GLP nos níveis de significância de

41
1% e 5%. Pelo teste KPSS, cuja hipótese nula é de estacionariedade, rejeita-se esta
hipótese para todas as séries, com exceção das variáveis volume do óleo diesel e volume
do GLP.
Os testes realizados para as séries em primeira diferença mostraram que, nos níveis de
significância de 1% e 5%, pode-se rejeitar a hipótese nula de presença de raiz unitária.
Sendo assim, todas as variáveis, em primeira diferença, apresentam a mesma ordem de
integração e são, portanto, I(1).
Após verificado que as séries são integradas de mesma ordem, o passo seguinte será
testar a relação de equilíbrio de longo prazo entre as variáveis através da estimação da
regressão de cointegração (3) apresentada na seção 4.2.1.
Se os resíduos obtidos nesta regressão, ˆt , forem estacionários, ou seja I(0), então as
variáveis são cointegradas e tem-se a indicação de que as variáveis analisadas possuem
relacionamento de longo prazo e de que existe um modelo de correção de erro (ECM).
Para determinar a ordem de integração dos resíduos serão efetuados os testes de Dickey-
Fuller Aumentado (ADF) e de Kwiatkowski-Phillips-Scmidt-Shin (KPSS). A rejeição
da hipótese nula leva a concluir que a série dos resíduos não contém uma raiz unitária,
sendo, portanto, estacionária e as variáveis são cointegradas.
A tabela 8 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos
das regressões selecionadas.

42
Tabela 8 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Brasil

Nível
Resíduos a
ADF KPSS b
Álcool – Diesel -3.132 0.044
Álcool – Gasolina -3.343 0.045
Gás Natural – Diesel -3.398 0.040
Gás Natural – GLP -3.840 0.045
Óleo Combustível – Álcool -4.112 0.059
Óleo Combustível – Diesel -7.372 0.060
Óleo Combustível – Gasolina -7.297 0.059
Óleo Combustível – Gás Natural -7.628 0.056
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos apresentados na tabela 8,


verifica-se que os resíduos são I(0), ou seja, são estacionários e, conseqüentemente, as
variáveis são cointegradas.
Os procedimentos realizados até o momento foram úteis para determinar a relação de
equilíbrio de longo prazo entre as variáveis.
Os resultados dos modelos de cointegração (de longo prazo) para o Brasil são
apresentados no Anexo I. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 9 a seguir.

43
Tabela 9 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Brasil
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC Vol_OC
Variáveis

Constante 11.78 12.18 11.41 12.35 11.15 10.61 10.79 10.97


(1.283) (1.398) (0.511) (0.497) (0.606) (0.589) (0.673) (0.507)
T -0.002 0.003 0.025 0.031 -0.023 -0.025 -0.023 -0.021
(0.009) (0.005) (0.004) (0.004) (0.002) (0.003) (0.002) (0.004)
t2 2.57E-04 2.09E-04 -2.68E-04 -3.28E-04 2.22E-04 2.28E-04 2.08E-04 1.84E-04
(1.11E-04) (7.49E-05) (4.49E-05) (4.27E-05) (3.86E-05) (3.90E-05) (3.65E-05) (4.82E-05)
Pr_Álcool -0.649 -0.459 -0.053
(0.195) (0.228) (0.076)
Pr_Diesel 0.157 -0.039 0.143
(0.328) (0.115) (0.147)
Pr_Gasolina -0.364 0.049
(0.553) (0.178)
Pr_Gás Natural 0.140 0.247 -0.102
(0.132) (0.100) (0.126)
Pr_Óleo Combustível 0.078 0.005 0.044 0.071
(0.058) (0.066) (0.056) (0.050)
Pr_GLP -0.858
(0.232)
Produção Industrial 0.186 0.137 0.459 0.406 0.513 0.623 0.580 0.517
(0.281) (0.286) (0.114) (0.101) (0.130) (0.128) (0.132) (0.123)
R2 Ajustado 0.648 0.650 0.954 0.964 0.901 0.902 0.900 0.901
Estatística Durbin-Watson 0.916 1.041 1.510 1.836 1.885 1.860 1.859 1.926
(*) Os valores correspondentes às primeiras linhas se referem aos coeficientes das variáveis e os valores entre parêntesis representam os desvios-padrão.

44
Com base nos resultados apresentados na tabela 9, pode-se afirmar que:

Álcool – Diesel

As variáveis são estatisticamente significativas, no nível de significância de 10%, com


exceção das variáveis: preço do diesel, produção industrial e a tendência linear.
Considerando a regressão sem a tendência quadrática, apenas a variável produção
industrial não é estatisticamente significativa no nível de 10%.
A equação acima apresenta os sinais corretos e de acordo com a teoria econômica, ou
seja, a demanda por álcool é inelástica com relação ao preço e à renda (conforme
descrito no capítulo 1 desta dissertação, a demanda será inelástica quando o coeficiente
for menor do que 1 em valor absoluto). No longo prazo, um aumento no preço do álcool
leva a uma diminuição no volume do mesmo combustível e o aumento na produção
industrial proporciona um aumento do volume do álcool.
Embora a elasticidade cruzada entre os combustíveis seja positiva, não se pode afirmar
que os bens são substitutos, porque a variável preço do diesel não é estatisticamente
significativa. Na equação em que não se considera a tendência quadrática, pode-se
afirmar que o álcool e o diesel são bens substitutos.

Álcool – Gasolina

Nesta regressão com a inclusão da tendência quadrática, apenas esta variável e o preço
do álcool são estatisticamente significativas, para o nível de significância de 10%.
Quando são retiradas as tendências desta regressão, todas as variáveis são
estatisticamente significativas.
No modelo sem as tendências, os sinais das variáveis estão de acordo com o esperado,
isto é, o preço do álcool é negativo, significando que ao aumentar o seu preço a
demanda diminui, o preço da gasolina é positivo, o que indica que o álcool e a gasolina
são bens substitutos e a produção industrial é positiva, indicando que um aumento na
produção acarreta em um aumento do volume de venda de álcool. A demanda por álcool
é inelástica em relação ao preço e em relação à renda, confirmando o resultado
apresentado na regressão anterior.
O álcool se tornou um combustível preferível para os donos de automóveis flex fuel, em
17 estados brasileiros. Isto porque será mais vantajoso utilizar o álcool sempre que o

45
preço do litro for igual ou menor do que 70% do custo do litro da gasolina, levando em
conta o rendimento dos dois combustíveis.

Gás Natural – Diesel

Na regressão que inclui as tendências linear e quadrática, as variáveis preço do gás


natural e preço do diesel não são estatisticamente significativas no nível de significância
de 10%. Ao serem retiradas as tendências, as variáveis passam a ser significativas
estatisticamente a 10%. Porém, a elasticidade preço do gás natural não apresenta o sinal
em consonância com o esperado, pois, pela regressão, ao aumentar o preço do gás
natural também aumenta o seu volume. A demanda por gás natural é inelástica em
relação à renda.
A elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel, no modelo que não inclui as
tendências, é positiva, indicando que os bens são substitutos. De fato, o gás natural vem
sendo utilizado como um substituto do óleo diesel, tanto em indústrias como em
comércios, na medida em que proporciona uma combustão mais limpa, principalmente
em processos que exigem a queima em contato direto com o produto final, como é o
caso da indústria de cerâmica e a fabricação de vidro e cimento.

Gás Natural – GLP

As variáveis, da regressão que inclui as tendências, são estatisticamente significativas,


no nível de significância de 10%. O modelo pode ser considerado como sendo bem
especificado, com um R2 ajustado de 0.964.
O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o esperado, pois à
medida que aumenta o preço, o seu volume também aumenta. A demanda do gás natural
em relação ao preço e à renda é inelástica, ou seja, é muito pouco sensível às variações
de preço. Isto leva a acreditar que o gás natural possui poucos substitutos próximos.
Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP, esta se apresenta
negativa, o que leva a concluir que os bens são complementares. Esta conclusão vai de
encontro com a teoria, porque o gás natural pode ser utilizado para cocção de alimentos
em substituição ao GLP, para aquecimento da água. Industrialmente, o gás natural
também vem substituindo o GLP, embora a participação deste último na indústria ainda
seja muito pequena.

46
Óleo Combustível – Álcool

Na regressão que considera as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e


preço do álcool não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.
Já na regressão sem as tendências estas mesmas variáveis são significativas, porém não
acontece o mesmo com a produção industrial.
O que se pode concluir desta regressão é que a demanda por óleo combustível é
inelástica em relação ao preço, ou seja, o consumidor se mostra insensível às variações
de preço. Não se pode chegar a nenhuma conclusão com relação à elasticidade renda,
pois a variável produção industrial não é estatisticamente significativa.
Com relação à elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o álcool, no longo prazo
os bens não são considerados substitutos, porque o sinal da variável preço do álcool não
é positivo.

Óleo Combustível – Diesel

Na regressão com as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e preço do


diesel não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Portanto,
considerando-se a regressão sem a inclusão das tendências estas variáveis passam a ser
significativas a 10% e a variável produção industrial deixa de ser significativa para o
mesmo nível de significância.
Os sinais das variáveis estatisticamente significativas no modelo sem as tendências não
estão de acordo com o esperado. Quando aumenta o preço do óleo combustível o seu
volume também aumenta. A demanda por óleo combustível é inelástica em relação ao
preço, o que significa que os consumidores são insensíveis em relação a variações no
preço.
A elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel é negativa, o que leva a
concluir que os bens são complementares. Portanto, pelo resultado apresentado, no
longo prazo o diesel não pode ser considerado como um substituto para o óleo
combustível.

47
Óleo Combustível – Gasolina

Na equação que inclui as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e preço da


gasolina não são estatisticamente significativas para um nível de significância de 10%.
No caso da regressão com apenas a tendência linear as mesmas variáveis são
significativas a 15% e na regressão sem as tendências, as variáveis preço do óleo
combustível e produção industrial não são significativas.
Sendo assim, considera-se que este modelo de longo prazo não está bem especificado e,
portanto, não se pode chegar a qualquer conclusão a respeito do mesmo.

Óleo Combustível – Gás Natural

Na equação que inclui as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e preço do


gás natural não são estatisticamente significativas para um nível de significância de
10%. No caso da regressão com apenas a tendência linear o preço do óleo combustível é
significativo apenas a 15% e na regressão sem as tendências, as variáveis preço do óleo
combustível e produção industrial não são significativas.
Como na regressão comentada acima, este modelo de longo prazo também não está bem
especificado e, portanto, não se pode chegar a qualquer conclusão a respeito do mesmo.
Embora tenha se chegado neste resultado, no setor industrial o gás natural é considerado
um substituto do óleo combustível e ganhou mais impulso recentemente, a partir da
década de 80, com o início da produção na Bacia de Campos e conseqüente implantação
do sistema de gasodutos interligando Rio de Janeiro e São Paulo.

48
As elasticidades de curto prazo serão obtidas com base no modelo de correção de erro
(ECM), que é um mecanismo que permite conduzir as variáveis para o equilíbrio, na
medida em que a dinâmica de curto prazo é influenciada pela magnitude do desvio em
relação ao equilíbrio de longo prazo. Além disso, será possível determinar a velocidade

com que os desequilíbrios são eliminados e que será medido através do  8 ,


apresentado na equação (9) da seção 4.3.
Convém destacar que os resíduos foram incluídos nas regressões de curto prazo apenas
quando todas as variáveis dos modelos de longo prazo correspondentes eram
estatisticamente significativas.
Os resultados deste modelo estão detalhados na tabela 10.

49
Tabela 10 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Brasil
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC Vol_OC
Variáveis

Constante 0.002 0.006 0.006 0.013 -0.011 -0.014 -0.013 -0.012


(0.015) (0.015) (0.009) (0.005) (0.010) (0.010) (0.010) (0.010)
∆Pr_Álcool -0.926 -1.047 -0.151
(0.229) (0.239) (0.152)
∆Pr_Diesel 0.893 -0.035 0.141
(0.375) (0.206) (0.248)
∆Pr_Gasolina 1.301 0.126
(0.523) (0.332)
∆Pr_Gás Natural 0.336 0.431 -0.034
(0.158) (0.105) (0.190)
∆Pr_Óleo Combustível -0.002 -0.027 -0.024 -0.020
(0.101) (0.100) (0.100) (0.100)
∆Pr_GLP -1.449
(0.288)
∆Produção Industrial 0.399 0.433 0.546 0.394 0.611 0.659 0.657 0.642
(0.238) (0.239) (0.129) (0.086) (0.155) (0.157) (0.160) (0.154)
Resid (-1) 1.074
(0.139)
R2 Ajustado 0.283 0.290 0.300 0.697 0.232 0.221 0.218 0.217
Estatística Durbin-Watson 2.342 2.297 2.556 1.529 2.216 2.256 2.251 2.257

50
De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que:

Álcool – Diesel

Todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.


Os sinais também estão de acordo com a teoria econômica, ou seja, quando aumenta o
preço do álcool o seu volume diminui, assim como ao aumentar a produção industrial o
volume do álcool aumenta.
Assim como no longo prazo, também no curto prazo a demanda por álcool é inelástica
em relação ao preço e à renda, ou seja, os consumidores se mostram insensíveis em
relação a variações no preço do álcool.
A elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel, no curto prazo, é positiva, que indica
que os bens são substitutos. Embora o diesel seja um substituto para o álcool, segundo
dados da Anfavea, as vendas de automóveis movidos a diesel, no mercado interno,
apresentaram uma queda de 6% de 2005 em relação a 2004. O mesmo não acontece
com o álcool, que apresentou um aumento nas vendas de automóveis movidos a este
combustível de 137%, no mesmo período, em função basicamente do aumento das
vendas de carros flex fuel.

Álcool – Gasolina

Todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.


Os sinais também estão de acordo com a teoria econômica, ou seja, quando aumenta o
preço do álcool o seu volume diminui, assim como ao aumentar a produção industrial o
volume do álcool aumenta.
No curto prazo, a demanda por álcool é elástica em relação ao preço, diferentemente do
que ocorreu no longo prazo. Isto significa dizer que os consumidores são muito
sensíveis a variações no preço e indica que o álcool possui muitos substitutos próximos.
A demanda por álcool em relação à renda é inelástica tanto no curto quanto no longo
prazo.
A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina, no curto prazo, é positiva, indicando
que os bens são substitutos, embora o crescimento do consumo de álcool se mostre
superior ao consumo de gasolina, ao longo do período analisado nesta pesquisa.

51
Gás Natural – Diesel

Nesta regressão de curto prazo, a variável preço do óleo diesel não é estatisticamente
significativa para o nível de significância de 10%. Embora a variável preço do gás
natural seja estatisticamente significativa, o sinal está em desacordo com a teoria
econômica.
Sendo assim, não se pode afirmar que existe uma elasticidade cruzada entre o gás
natural e o óleo diesel no curto prazo, apesar de ter sido observado anteriormente que no
longo prazo esses dois combustíveis são substitutos.

Gás Natural – GLP

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%. Assim como aconteceu no modelo de longo prazo, no curto prazo
os sinais também não estão de acordo com a teoria econômica.
No curto prazo, a demanda por gás natural é também inelástica em relação ao preço e à
renda. Com relação à elasticidade cruzada, os bens são considerados complementares
por ser positiva a variável preço do GLP.
Neste modelo foi incluído o resíduo, porque no modelo de longo prazo, que incluía as
tendências, todas as variáveis eram significativas. Especificamente, o valor do
coeficiente do resíduo defasado de um período estabelece que, aproximadamente,
1,074% da discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio,
é corrigida a cada ano.

Óleo Combustível – Álcool

As variáveis preço do óleo combustível e preço do álcool não são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%. Assim como aconteceu na regressão de
longo prazo, também nesta de curto prazo não se pode chegar a qualquer conclusão,
devido a este fato explicitado.
Não se pode afirmar que o óleo combustível e o álcool sejam bens substitutos tanto no
curto prazo quanto no longo prazo. Na teoria também não existe nenhuma evidência a
respeito do efeito substituição entre esses combustíveis.

52
Óleo Combustível – Diesel

Embora os sinais deste modelo estejam de acordo com a teoria, não se pode tirar
conclusões a respeito da elasticidade preço do óleo combustível e da elasticidade
cruzada entre o óleo combustível e o óleo diesel, porque estas variáveis não são
estatisticamente significativas para o nível de significância de 10%.
Conclui-se, desta forma, que não se pode afirmar que o óleo combustível e o diesel são
bens substitutos no curto prazo e, por outro lado, pode-se dizer que a demanda por óleo
combustível é inelástica em relação à renda.

Óleo Combustível – Gasolina

Assim como ocorreu com este modelo no longo prazo, também no curto prazo as
variáveis preço do óleo combustível e preço da gasolina não são estatisticamente
significativas no nível de significância de 10%.
Desta forma, não se pode chegar a conclusões a respeito da elasticidade preço do óleo
combustível e da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e a gasolina.

Óleo Combustível – Gás Natural

No modelo de curto prazo, as variáveis preço do óleo combustível e preço do gás


natural não são estatisticamente significativas para o nível de significância de 10%,
assim como ocorreu com o mesmo modelo de longo prazo.
Observa-se que não foi possível tirar conclusões dos três modelos que considera o
volume do óleo combustível como variável explicada. Entende-se, desta forma, que esta
variável produz modelos que não estão bem especificados, o que pode ser evidenciado
pelo R2 ajustado. No caso deste modelo, o R2 ajustado é igual a 0.217, indicando que,
aproximadamente, apenas 21,7% das variações ocorridas no volume de óleo
combustível demandado são explicadas pelo modelo ajustado.
Na prática, o que se observa é que vem sendo incentivada a substituição do óleo
combustível pelo gás natural no setor industrial.

53
5.3. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Regional

Os resultados dos modelos para a região Centro-Oeste mostraram que a demanda por
álcool no longo prazo é inelástica. A elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool, no
longo prazo, indicou que esses combustíveis são complementares.
Com relação à demanda por gás natural, todos os modelos, tanto de curto quanto de
longo prazo, mostraram que a demanda é inelástica em relação ao preço e elástica em
relação à renda.
Além disso, observou-se que o óleo combustível é um substituto para o gás natural no
longo prazo, contrariando as evidências do setor de energia. Na prática, o volume de
óleo combustível vem apresentando um declínio e sendo substituído pelo gás natural,
por este apresentar um menor risco ambiental.
Na região Nordeste, os resultados mostraram que a demanda por álcool é elástica em
relação ao preço, tanto nos modelos de curto prazo quanto nos de longo prazo. O
segundo semestre de 2004 apresentou um aumento no preço do álcool da região
Nordeste e, conseqüentemente, uma queda no volume consumido desse combustível.
Com respeito ao gás natural, observou-se que a demanda por esse combustível é
inelástica com relação ao preço e à renda, tanto no curto quanto no longo prazo. A
região Nordeste vem apresentando taxas de crescimento positivas de venda de gás
natural.
Na região Norte, a demanda por álcool se mostrou elástica em relação ao preço e
inelástica em relação à renda, tanto nos modelos de curto prazo quanto nos modelos de
longo prazo. Os consumidores dessa região são muito sensíveis a variações no preço do
álcool. A elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool mostrou que esses dois
combustíveis são complementares, tanto no curto quanto no longo prazo.
Com relação ao GLP, a demanda é inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto
no longo prazo. Além disso, a elasticidade cruzada entre esse combustível e o gás
natural evidenciou que eles são complementares no curto prazo, para essa região.
Na região Sudeste, a demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e à renda,
tanto no curto quanto no longo prazo. Os consumidores dessa região se mostram muito
pouco sensíveis a variações no preço desse combustível e na renda.
Em relação à demanda por gás natural nessa região, esta se apresenta inelástica no que
se refere ao preço e à renda, tanto nos modelos de curto prazo quanto nos modelos de

54
longo prazo. Já com relação ao óleo combustível, a demanda por esse combustível é
inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto no longo prazo.
Por fim, na região Sul a demanda por álcool é inelástica em relação ao preço nos
modelos de curto e longo prazos.
A demanda por GLP é inelástica em relação ao preço e à renda no modelo de longo
prazo. Também nesse modelo de longo prazo, o diesel e o óleo combustível se
apresentaram como combustíveis substitutos do gás natural. Dos modelos de curto prazo
não se pôde tirar conclusões, porque estes, provavelmente, não estavam bem
especificados.
Com relação ao óleo combustível, a demanda por esse combustível se mostrou
inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda, nos modelos de longo
prazo.

55
5.4. Resultados Detalhados para o Nível Regional

5.4.1. Região Centro-Oeste

A metodologia adotada para o modelo desagregado por regiões geográficas será a


mesma utilizada para o modelo agregado. Deste modo, a partir desta seção serão
apresentados os resultados por região e as análises, sem mencionar detalhadamente as
etapas executadas.
A primeira etapa consiste em verificar a estacionariedade das variáveis. O resultado
desta etapa está demonstrado na tabela 11 abaixo.

Tabela 11 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo


Desagregado – Região Centro-Oeste

Nível 1a Diferença
Variáveis
ADF a KPSS c ADF a KPSS c
Preço Álcool 0.409 0.657 -4.163 0.045
Preço Óleo Diesel 0.529 0.862 -3.355 0.226
Preço Gasolina 0.998 0.893 -3.626 0.112
Preço GLP 1.247 0.691 -3.732 0.254
Preço Gás Natural -0.504 0.158 -13.86 0.122
b
Preço Óleo Combustível -2.669 0.808 -5.556 0.239
Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281
Volume Álcool 0.049 0.098 -9.741 0.066
Volume Óleo Diesel -0.761 0.153 -6.560 0.500
Volume Gasolina 0.752 0.678 -11.43 0.016
Volume GLP -0.041 0.130 -15.30 0.500
Volume Gás Natural -0.062 0.550 -6.797 0.304
Volume Óleo Combustível -0.802 0.580 -7.913 0.433
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)
Teste KPSS:
c
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

56
Os resultados da tabela 11 mostram que, pelo teste ADF, não se pode rejeitar a hipótese
nula de presença de raiz unitária, nos níveis de significância de 1% e 5% para as
variáveis em nível. Portanto, pelo teste ADF, todas as variáveis são não-estacionárias,
embora o teste KPSS não apresente este resultado para as variáveis preço do gás natural,
volume do álcool, volume do óleo diesel e volume do GLP.
Para as variáveis em primeira diferença, os dois testes mostram que se deve rejeitar a
hipótese nula de presença de raiz unitária e que todas as variáveis são integradas de
ordem 1, ou seja, todas são I(1), nos níveis de significância de 1% e 5%.
O passo seguinte será o de testar a estacionariedade dos resíduos, lembrando que estes
devem ser estacionários ou I(0) e estimar as regressões de cointegração para verificar o
equilíbrio de longo prazo entre as variáveis.
A tabela 12 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos.

57
Tabela 12 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Centro-Oeste

Nível
Resíduos a
ADF KPSS b
Álcool – Óleo Combustível -4.985 0.039
Diesel – Álcool -5.331 0.242
Diesel – Gasolina -5.259 0.192
Diesel – GLP -5.259 0.203
Gasolina – Álcool -9.636 0.069
Gás Natural – Diesel -3.488 0.053
Gás Natural – GLP -3.449 0.056
Gás Natural – Óleo Combustível -3.415 0.049
Óleo Combustível – GLP -5.187 0.066
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos testes de estacionariedade dos resíduos, ADF e KPSS, deve-se rejeitar a hipótese
nula de existência de raiz unitária, nos níveis de significância de 1% e 5%. Sendo assim,
todos os resíduos são estacionários e, portanto, I(0) e cointegrados.
Os resultados dos modelos de cointegração para a região Centro-Oeste são apresentados
no Anexo J. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 13 abaixo.

58
Tabela 13 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Gasol. Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC
Variáveis

Constante 10.40 6.315 6.465 6.170 9.877 5.070 0.544 2.372 10.05
(1.810) (0.833) (0.826) (1.203) (0.585) (4.491) (6.475) (4.037) (1.780)
T -0.019 0.013 0.012 0.011 0.012 0.111 0.066 0.104 -0.018
(0.008) (0.005) (0.005) (0.005) (0.003) (0.027) (0.024) (0.022) (0.007)
t2 3.45E-04 -2.90E-04 -2.67E-04 -2.49E-04 -1.101E-04 -0.001 -0.001 -0.001 1.57E-04
(1.24E-04) (7.16E-05) (7.21E-05) (6.29E-05) (4.04E-05) (3.33E-04) (3.54E-04) (3.04E-04) (9.34E-05)
Pr_Álcool -0.816 0.106 0.184
(0.232) (0.136) (0.119)
Pr_Diesel -0.361 -0.312 -0.283 -1.517
(0.218) (0.386) (0.196) (0.851)
Pr_Gasolina 0.118 -0.881
(0.538) (0.265)
Pr_Gás Natural -0.371 -0.523 -0.406
(0.216) (0.207) (0.205)
Pr_Óleo Combustível 0.416 -0.908 0.276
(0.202) (0.437) (0.129)
Pr_GLP 0.106 0.266 -0.717
(0.279) (1.160) (0.340)
Produção Industrial 0.092 1.410 1.367 1.371 0.561 0.781 1.554 1.228 0.664
(0.387) (0.182) (0.176) (0.175) (0.129) (0.976) (0.957) (0.890) (0.250)
R2 Ajustado 0.228 0.672 0.669 0.669 0.639 0.555 0.526 0.565 0.510
Estatística Durbin-Watson 1.299 1.392 1.369 1.372 2.528 0.802 0.775 0.780 1.346

59
Os resultados apresentados na tabela 13 mostram que:

Álcool – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%, com exceção da variável produção
industrial.
Os sinais das variáveis deste modelo estão de acordo com a teoria econômica, segundo a
qual, à medida que se aumenta o preço do álcool, o seu volume diminui, assim como, ao
aumentar a produção industrial, o volume de álcool aumenta. Pode-se dizer que a
demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e à renda, o que significa que os
consumidores se mostram muito pouco sensíveis às variações de preço do álcool.
A elasticidade cruzada entre o álcool e o óleo combustível é positiva, o que evidencia o
fato de esses combustíveis serem substitutos no longo prazo. Observa-se uma queda no
volume do óleo combustível ao longo do período analisado e uma estabilização no
volume do álcool, no mesmo período. Os preços dos dois combustíveis aumentam ao
longo desse período.

Diesel – Álcool

Na regressão com as tendências, as variáveis preço do diesel e preço do álcool não são
estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Considerando a
regressão com apenas a tendência linear, todas as variáveis são estatisticamente
significativas no nível de 10%.
No modelo em que todas as variáveis são significativas, os sinais das variáveis preço do
diesel e preço do álcool não estão de acordo com o esperado. O sinal do preço do diesel
está positivo, o que indica que ao aumentar o preço deste combustível, aumenta-se o seu
volume. Por outro lado, o preço do álcool é negativo, indicando que no longo prazo
esses dois combustíveis são complementares.
A demanda por diesel com relação à renda é elástica, ou seja, os consumidores se
mostram bastante sensíveis em relação a variações de renda.

60
Diesel – Gasolina

No modelo com as tendências, as variáveis preço do óleo diesel e preço da gasolina não
são estatisticamente significativas. Porém, ao se considerar apenas a tendência linear,
todas as variáveis se tornam significativas no nível de 10% de significância.
Os resultados desta regressão se assemelham bastante aos resultados da regressão
anterior entre o diesel e o álcool. Os sinais não estão de acordo com a teoria econômica,
em que o preço do diesel é positivo e o preço da gasolina é negativo. Esse resultado
sugere que, no longo prazo, o diesel e a gasolina são bens complementares.
A demanda por diesel com relação à renda é elástica, ou seja, os consumidores se
mostram bastante sensíveis em relação a variações de renda.

Diesel – GLP

As variáveis preço do óleo diesel e preço do GLP, no modelo com as tendências, não
são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Elas se tornam
significativas somente na regressão que não inclui as tendências.
Nesta regressão, os sinais se encontram de acordo com teoria. À medida que o preço do
diesel aumenta, seu volume diminui. Assim como, ao aumentar a produção industrial, o
volume de diesel aumenta.
Pode-se afirmar que a demanda por óleo diesel é inelástica com relação ao preço e
elástica com relação à renda. Os consumidores se mostram muito pouco sensíveis com
relação a variações no preço e bastante sensíveis com relação a variações na renda.
Como o preço do GLP é positivo, pode-se afirmar que no longo prazo o diesel e o GLP
são combustíveis substitutos. No período analisado os volumes do diesel e do GLP
apresentam comportamentos semelhantes, mostrando-se estáveis ao longo do tempo.

Gasolina – Álcool

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%, com exceção da variável preço do
álcool. No modelo que inclui apenas a tendência linear, a mesma variável continua não
sendo estatisticamente significativa e no modelo sem as tendências o preço da gasolina
e o preço do álcool não são significativos.

61
Deste modo, considerando o modelo com as tendências, pode-se afirmar que a demanda
por gasolina é inelástica com relação ao preço e à renda. A partir disso, pode-se supor
que a gasolina possui poucos substitutos próximos.
O sinal da variável preço da gasolina se apresenta de acordo com a teoria, na medida em
que, ao aumentar o preço da gasolina, o seu volume diminui.
Conclui-se, desta forma, que não existe elasticidade cruzada entre a gasolina e o álcool
no longo prazo, para a região Centro-Oeste.

Gás Natural – Diesel

Na regressão que inclui as tendências, todas as variáveis são significativas no nível de


significância de 10%, com exceção da variável produção industrial. Ao se retirarem as
tendências, observa-se que todas as variáveis são estatisticamente significativas para o
mesmo nível de significância.
Nesta regressão, os sinais das variáveis estão de acordo com a teoria. A demanda por
gás natural é inelástica em relação ao preço e elástica com relação à renda. Os
consumidores não se mostram muito sensíveis em relação a variações no preço, porém
se mostram bastante sensíveis em relação a variações na renda.
A elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel indica que os combustíveis são
substitutos no longo prazo. Observa-se que o volume vendido de diesel, no período
analisado, mostra um crescimento superior ao volume de gás natural na região Centro-
Oeste.

Gás Natural – GLP

No modelo que inclui as tendências, as variáveis são estatisticamente significativas no


nível de significância de 10%, com exceção das variáveis preço do GLP e produção
industrial. Considerando apenas a tendência linear, todas as variáveis passam a ser
significativas no mesmo nível de significância.
Este modelo apresenta um comportamento muito semelhante ao modelo anterior, do gás
natural e do diesel. Nesta regressão, como na anterior, os sinais das variáveis estão de
acordo com a teoria. A demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço e
elástica com relação à renda. Os consumidores não se mostram muito sensíveis em

62
relação a variações no preço, porém se mostram bastante sensíveis em relação a
variações na renda.
A elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP indica que os combustíveis são
substitutos no longo prazo. Ambos os combustíveis podem ser utilizados como
combustíveis industriais e a participação do GLP vem mantendo um crescimento nos
últimos anos.

Gás Natural – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas, com exceção da variável produção industrial, no nível de significância de
10%. Retirando as tendências do modelo, todas as variáveis passam a ser significativas.
Os sinais das variáveis estão de acordo com a teoria. Quando se aumenta o preço do gás
natural seu volume diminui. Pode-se afirmar que a demanda por gás natural é inelástica
em relação ao preço e elástica em relação à renda.
Pelo resultado apresentado, o sinal da variável preço do óleo combustível é positivo,
evidenciando que os combustíveis gás natural e óleo combustível são substitutos no
longo prazo. Porém o que se observa é que está ocorrendo um declínio do volume de
óleo combustível, no período analisado, e o mesmo combustível está sendo substituído
pelo gás natural, em função de este possuir um menor preço médio e menor risco
ambiental.

Óleo Combustível – GLP

No modelo que inclui as tendências todas as variáveis são estatisticamente significativas


no nível de significância de 10%.
Os sinais não estão de acordo com o esperado, porque ao aumentar o preço do óleo
combustível seu volume também aumenta. Pode-se dizer que a demanda por óleo
combustível é inelástica em relação ao preço e à renda.
Com relação ao preço do GLP, o seu sinal é negativo, indicando que o óleo combustível
e o GLP são combustíveis complementares no longo prazo.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de


erro são apresentados na tabela 14 abaixo.

63
Tabela 14 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Centro-Oeste
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Gasol. Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC
Variáveis

Constante 0.011 0.003 0.003 0.003 0.006 -0.009 -0.023 0.006 -0.015
(0.020) (0.013) (0.013) (0.013) (0.007) (0.047) (0.046) (0.046) (0.015)
∆Pr_Álcool -0.451 0.009 0.135
(0.318) (0.189) (0.133)
∆Pr_Diesel -0.482 -0.272 -0.443 0.547
(0.393) (0.542) (0.460) (1.293)
∆Pr_Gasolina -0.322 -0.682
(0.653) (0.332)
∆Pr_Gás Natural -0.235 -0.157 -0.246
(0.110) (0.113) (0.114)
∆Pr_Óleo Combustível -0.262 -0.359 0.251
(0.322) (0.713) (0.228)
∆Pr_GLP -0.046 2.220 -0.003
(0.434) (1.268) (0.399)
∆Produção Industrial -0.157 1.164 1.174 1.162 0.383 2.136 2.516 2.160 0.487
(0.315) (0.196) (0.196) (0.195) (0.109) (0.727) (0.743) (0.708) (0.226)
Resid (-1) 0.677 1.326 0.331 0.332 0.667
(0.152) (0.139) (0.116) (0.118) (0.134)
R2 Ajustado 0.423 0.434 0.437 0.434 0.705 0.238 0.172 0.229 0.349
Estatística Durbin-Watson 2.084 1.986 2.003 1.982 2.334 1.551 1.789 1.539 1.808

64
A partir destes resultados, pode-se concluir que:

Álcool – Óleo Combustível

No modelo de curto prazo todas as variáveis não são estatisticamente significativas,


para o nível de significância de 10%, com exceção do resíduo.
Considerando esse resultado, não se pode obter qualquer conclusão a respeito do
modelo de curto prazo entre o álcool e o óleo combustível, embora exista relação entre
os combustíveis no longo prazo.

Diesel – Álcool

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, exceto a produção industrial.
Deste modo, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de curto prazo entre o
diesel e o álcool.

Diesel – Gasolina

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, exceto a produção industrial.
Como ocorreu no modelo anterior, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de
curto prazo entre o diesel e a gasolina.
Este resultado sugere que o modelo não se encontra bem especificado.

Diesel – GLP

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, exceto a produção industrial.
Como ocorreu no modelo anterior, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de
curto prazo entre o diesel e o GLP.

65
Gasolina – Álcool

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no


nível de significância de 10%, exceto a variável preço do álcool.
Os sinais estão de acordo com o esperado e como ocorre no longo prazo, no curto prazo
a demanda por gasolina também é inelástica com relação ao preço, porém
diferentemente do longo prazo, a demanda é elástica com relação à renda. Ou seja, no
curto prazo os consumidores se mostram bastante sensíveis a variações na renda.
Neste modelo foi incluído o resíduo, porque no modelo de longo prazo, que incluía as
tendências, todas as variáveis eram significativas. Especificamente, o valor do
coeficiente do resíduo defasado de um período estabelece que, aproximadamente,
1,326% da discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio,
é corrigida a cada ano.
No curto prazo, para a região Centro-Oeste, não se pode afirmar que existe elasticidade
cruzada entre a gasolina e o álcool, já que a variável preço do álcool não é significativa.

Gás Natural – Diesel

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no


nível de significância de 10%, exceto a variável preço do diesel.
Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda do gás natural em
relação ao preço é inelástica e em relação à renda é elástica.
Neste modelo houve a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as
variáveis eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece
que 0,331% da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é
corrigida a cada ano.
Nada se pode afirmar a respeito da elasticidade cruzada de curto prazo entre o gás
natural e o diesel, porque a variável preço do diesel não é estatisticamente significativa,
indicando que não há relação entre os dois combustíveis.

Gás Natural – GLP

Nesta regressão, as variáveis são estatisticamente significativas no nível de significância


de 10%, exceto o preço do gás natural.

66
Deste modo, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de curto prazo a respeito
da elasticidade preço do gás natural.
Levando-se em consideração que as variáveis preço do GLP e produção industrial são
significativas, pode-se afirmar que a elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP
indica que esses combustíveis são substitutos no curto prazo. De fato, ambos os
combustíveis são utilizados na indústria, porém tem-se observado o aumento no
consumo do gás natural em detrimento do GLP, em função da sua combustão limpa e
isenta de agentes poluidores.
Com relação à elasticidade renda, a demanda por gás natural é elástica, ou seja, os
consumidores são sensíveis em relação a variações na renda.

Gás Natural – Óleo Combustível

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, exceto o preço do óleo combustível. Sendo assim, não se pode
fazer afirmações a respeito da elasticidade cruzada de curto prazo entre o gás natural e o
óleo combustível.
Os sinais das variáveis preço do gás natural e produção industrial se apresentam de
acordo com o esperado. A demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço e
elástica em relação à renda, no curto prazo.
Neste modelo houve a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as
variáveis eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece
que 0,332% da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é
corrigida a cada ano.

Óleo Combustível – GLP

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, exceto a produção industrial e o resíduo.
Deste modo, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de curto prazo entre o
óleo combustível e o GLP.

67
5.4.2. Região Nordeste

Os resultados da primeira etapa, que consiste em verificar a estacionariedade das


variáveis, estão apresentados na tabela 15 abaixo.

Tabela 15 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo


Desagregado – Região Nordeste

Nível 1a Diferença
Variáveis
ADF a KPSS c ADF a KPSS c
Preço Álcool 0.121 0.743 -2.425 0.057
Preço Óleo Diesel 0.424 0.849 -3.513 0.167
Preço Gasolina 1.397 0.895 -3.808 0.107
Preço GLP 1.140 0.753 -3.221 0.342
Preço Gás Natural -1.565 0.683 -1.886 0.500
b
Preço Óleo Combustível -2.395 0.879 -7.047 0.256
Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281
Volume Álcool 0.603 0.666 -3.732 0.105
Volume Óleo Diesel -0.054 0.207 -10.04 0.038
Volume Gasolina 0.403 0.711 -11.24 0.047
Volume GLP -0.174 0.114 -13.51 0.181
Volume Gás Natural 0.884 0.714 -1.181 0.339
Volume Óleo Combustível 0.724 0.381 -11.82 0.029
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)
Teste KPSS:
c
Teste sem tendência e com intercepto – Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos resultados apresentados na tabela 15, observa-se que, para as variáveis no nível,
não se pode rejeitar a hipótese nula de existência de raiz unitária ou de não
estacionariedade das séries, pelo teste ADF, nos níveis de significância de 1% e 5%.
Pelo teste KPSS, todas as séries são não-estacionárias, com exceção do volume do óleo
diesel, do volume do GLP e do volume do óleo combustível.
Para as variáveis em primeira diferença, pode-se observar que, pelo teste ADF, todas as
variáveis são integradas de ordem 1 (I(1)), com exceção do preço do gás natural e do

68
volume do gás natural. Porém, pelo teste KPSS confirma-se a hipótese de que todas as
variáveis são I(1).
As próximas etapas são o teste de estacionariedade dos resíduos e a estimação da
regressão do modelo de cointegração, cujos resultados são apresentados nas tabelas 16 e
17, respectivamente. Os resultados de todos os modelos de cointegração para a região
Nordeste são apresentados no Anexo K.
A tabela 16 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos.

Tabela 16 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Nordeste

Nível
Resíduos a
ADF KPSS b
Álcool – Diesel -5.055 0.063
Álcool – Gasolina -4.637 0.052
Álcool – Óleo Combustível -2.859 0.063
GLP – Diesel -8.115 0.500
Gás Natural – Diesel -3.668 0.074
Gás Natural – Óleo Combustível -3.198 0.086
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, rejeita-se a hipótese nula de existência de raiz unitária (resíduos não
estacionários), nos níveis de significância de 1% e 5%. Pelo teste KPSS, todos os
resíduos são estacionários, exceto o resíduo gerado na regressão entre os combustíveis
GLP e diesel. Entretanto, considera-se que todos os resíduos são I(0) e cointegrados.
Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 17 abaixo.

69
Tabela 17 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Nordeste
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN
Variáveis

Constante 9.413 9.471 10.70 10.24 11.97 10.68


(0.891) (0.984) (1.083) (0.499) (0.650) (0.600)
T -0.018 -0.008 -0.013 0.031 0.032
(0.005) (0.004) (0.007) (0.003) (0.005)
t2 0.001 3.63E-04 4.88E-04 -3.67E-04 -4.29E-04
(6.10E-05) (5.82E-05) (8.77E-05) (4.97E-05) (6.05E-05)
Pr_Álcool -1.430 -1.250 -0.879
(0.188) (0.202) (0.169)
Pr_Diesel 1.166 -0.043 -0.452
(0.224) (0.066) (0.124)
Pr_Gasolina 1.251
(0.334)
Pr_Gás Natural 0.068 -0.099
(0.094) (0.085)
Pr_Óleo Combustível 0.342 -0.142
(0.151) (0.085)
Pr_GLP -0.267
(0.117)
Produção Industrial 0.169 0.002 -0.080 0.614 0.008 0.210
(0.195) (0.212) (0.231) (0.087) (0.131) (0.130)
R2 Ajustado 0.849 0.817 0.786 0.492 0.849 0.818
Estatística Durbin-Watson 1.225 1.103 1.180 2.225 1.445 1.280

70
Pode-se concluir, a partir dos resultados apresentados na tabela 17, que:

Álcool – Diesel

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%, exceto a variável produção industrial.
Analisando este modelo, não se pode falar de elasticidade renda da demanda por álcool
no longo prazo. Com relação à elasticidade preço, pode-se afirmar que a demanda por
álcool na região Nordeste é elástica em relação ao preço no longo prazo, ou seja, os
consumidores são bastante sensíveis a variações no preço.
A elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que, no longo prazo, os
combustíveis são substitutos.

Álcool – Gasolina

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%, exceto a variável produção industrial.
Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado na teoria econômica. À medida
que o preço do álcool aumenta, seu volume consumido diminui.
A demanda por álcool se apresenta elástica em relação ao preço, confirmando o
resultado apresentado no modelo anterior. Quanto à elasticidade renda, nada se pode
afirmar porque a variável produção industrial não é significativa.
No longo prazo, o álcool e a gasolina são combustíveis substitutos para a região
Nordeste.

Álcool – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%, exceto a variável produção industrial.
Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado na teoria econômica. À medida
que o preço do álcool aumenta, seu volume consumido diminui.
Neste modelo, a demanda por álcool no longo prazo se apresenta inelástica em relação
ao preço. Quanto à elasticidade renda, nada se pode afirmar, já que a variável produção
industrial não é significativa.

71
Na região Nordeste, o resultado da elasticidade cruzada de longo prazo mostra que o
álcool e o óleo combustível são combustíveis substitutos.

GLP – Diesel

Neste modelo não puderam ser incluídas as tendências, porque estas não se
apresentaram estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.
No modelo sem as tendências, a variável preço do diesel não é significativa para o
mesmo nível de significância. Desta forma, não se pode tirar conclusões a respeito da
elasticidade cruzada entre o GLP e o diesel no longo prazo.
Os sinais do preço do GLP e da produção industrial estão de acordo com o esperado. A
demanda por GLP é inelástica em relação ao preço e à renda, isto é, os consumidores se
mostram muito pouco sensíveis a variações no preço e na renda.

Gás Natural – Diesel

No modelo que inclui as tendências, as variáveis preço do gás natural e produção


industrial não são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.
Porém, considerando o modelo que somente inclui a tendência linear, todas as variáveis
passam a ser significativas para o mesmo nível de significância, com exceção da
variável produção industrial.
O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o esperado, pois pelo
resultado, à medida que aumenta o preço do gás natural, seu volume também aumenta.
A demanda por gás natural se mostra inelástica em relação ao preço e à renda no
modelo de longo prazo para a região Nordeste.

Gás Natural – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, as variáveis não são estatisticamente significativas


para o nível de significância de 10%. Porém, no modelo sem as tendências, todas as
variáveis passam a ser significativas para o mesmo nível de significância.
Neste modelo sem as tendências, o sinal da variável preço do gás natural está em
desacordo com o esperado.

72
A demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço e à renda. Com relação à
elasticidade cruzada, o resultado de longo prazo mostra que o gás natural e o óleo
combustível são combustíveis substitutos na região Nordeste.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de


erro são apresentados na tabela 18 abaixo.

73
Tabela 18 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Nordeste
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN
Variáveis

Constante 0.008 0.010 0.017 0.002 0.002 0.002


(0.011) (0.012) (0.013) (0.010) (0.009) (0.008)
∆Pr_Álcool -1.241 -1.352 -0.860
(0.307) (0.340) (0.296)
∆Pr_Diesel 0.825 0.294 -0.137
(0.354) (0.298) (0.250)
∆Pr_Gasolina 1.105
(0.485)
∆Pr_Gás Natural 0.259 0.234
(0.098) (0.087)
∆Pr_Óleo Combustível -0.070 -0.085
(0.181) (0.117)
∆Pr_GLP -0.929
(0.309)
∆Produção Industrial 0.309 0.200 0.155 0.653 0.241 0.278
(0.173) (0.179) (0.194) (0.151) (0.158) (0.142)
Resid (-1) 0.646 0.534 0.512
(0.141) (0.134) (0.137)
R2 Ajustado 0.514 0.456 0.381 0.342 0.259 0.262
Estatística Durbin-Watson 1.651 1.707 1.731 2.557 2.321 2.301

74
Conclui-se, a partir dos resultados da tabela 18 que:

Álcool – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%
de significância.
Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado. A demanda por álcool no curto
prazo é elástica em relação ao preço e inelástica em relação à renda. Ou seja, na região
Nordeste os consumidores se mostram muito sensíveis em relação ao preço e muito
pouco sensíveis em relação a variações na renda.
Os principais produtores de álcool da região Nordeste são os estados de Alagoas e
Pernambuco, sendo que na última safra (2005/2006), Alagoas produziu cerca de 24,57%
e Pernambuco 23,96% do total de álcool produzido na região Norte-Nordeste. Os preços
praticados nesses dois estados são superiores aos preços praticados no estado de São
Paulo, que é o maior produtor nacional de álcool. O segundo semestre de 2004
apresentou um aumento no preço do álcool e, conseqüentemente, uma queda
significativa no volume consumido deste combustível.
A elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que esses dois combustíveis são
substitutos no curto prazo.
Foi feita a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as variáveis
eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece que 0,646%
da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida a
cada ano.

Álcool – Gasolina

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%
de significância, com exceção da variável produção industrial.
Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda do álcool é elástica em
relação ao preço e não se pode concluir a respeito da elasticidade renda, já que a
variável produção industrial não é significativa.
A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina mostra que os combustíveis são
substitutos no curto prazo na região Nordeste. Neste caso, o álcool só não é

75
recomendado para os estados do Piauí e de Sergipe, porque nesses estados o álcool
custa mais do que 70% do litro da gasolina.
Foi feita a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as variáveis
eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece que 0,534%
da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida a
cada ano.

Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo de curto prazo, apenas a variável preço do álcool é estatisticamente


significativa no nível de significância de 10%.
Deste modo, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade cruzada entre o
álcool e óleo combustível e tampouco da elasticidade renda.

GLP – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%
de significância, com exceção da variável preço do diesel.
Os sinais das variáveis preço do GLP e produção industrial estão de acordo com o
esperado. A demanda por GLP, no curto prazo, é inelástica em relação ao preço e em
relação à renda.
Com relação à elasticidade cruzada entre o GLP e o diesel, não se pode tirar conclusões
para a região Nordeste, porque a variável preço do diesel não é significativa.

Gás Natural – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, com exceção da variável preço do gás natural.
Desta forma, pode-se afirmar apenas que, na região Nordeste, a demanda por gás
natural, no curto prazo, é inelástica em relação ao preço.
A região Nordeste vem apresentando taxas positivas de crescimento de venda de gás
natural, porém inferiores às observadas no Brasil. O estado da Bahia ainda mantém a
liderança regional do consumo, porém a sua participação relativa vem caindo
consistentemente desde 2000. Em compensação, os estados do Ceará e Pernambuco

76
vêm aumentando seu consumo de gás natural a taxas superiores às do crescimento
médio da região.

Gás Natural – Óleo Combustível

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%
de significância, com exceção da variável preço do óleo combustível.
O sinal da variável preço do gás natural não se apresenta de acordo com o esperado.
Assim como no modelo anterior, neste modelo a demanda por gás natural em relação ao
preço também é inelástica. Com relação à elasticidade renda, a demanda por gás natural
é inelástica em relação à renda.
Não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade cruzada entre o gás natural e o
óleo combustível, no modelo de curto prazo para a região Nordeste, porque a variável
preço do óleo combustível não é significativa.

77
5.4.3. Região Norte

A seguir encontram-se os resultados da primeira etapa metodológica, que se trata do


teste de estacionariedade das variáveis envolvidas no modelo.

Tabela 19 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo


Desagregado – Região Norte

Nível 1a Diferença
Variáveis
ADF a KPSS c ADF a KPSS c
Preço Álcool 0.714 0.732 -2.393 0.060
Preço Óleo Diesel 0.620 0.861 -4.107 0.206
Preço Gasolina 1.247 0.908 -3.679 0.123
Preço GLP 1.304 0.601 -3.998 0.616
b
Preço Gás Natural -2.268 0.803 -11.76 0.101
Preço Óleo Combustível -3.523 0.834 -14.24 0.244
Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281
Volume Álcool 0.022 0.133 -3.985 0.053
Volume Óleo Diesel 1.326 0.679 -3.282 0.051
Volume Gasolina 1.304 0.835 -10.60 0.033
Volume GLP -0.169 0.217 -14.49 0.295
Volume Gás Natural 0.339 0.652 -9.627 0.255
Volume Óleo Combustível 0.814 0.392 -9.828 0.500
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)
Teste KPSS:
c
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Os resultados apresentados na tabela 19 mostram que, pelo teste ADF, todas as


variáveis são não-estacionárias, nos níveis de significância de 1% e 5%, exceto a
variável preço do óleo combustível. Porém, pelo teste KPSS, verifica-se que esta
variável é não-estacionária, assim como as demais variáveis, com exceção do volume do
álcool, do volume do GLP e do volume do óleo combustível.

78
Com relação às variáveis em primeira diferença, pode-se observar que, pelo teste ADF,
todas as variáveis são integradas de ordem 1 ou I(1), porém pelo teste KPSS apenas a
variável preço do GLP não é integrada de ordem 1.
O próximo passo será testar a estacionariedade dos resíduos e, em seguida, estimar as
regressões do modelo de cointegração. Os resultados desta etapa para a região Norte
encontram-se no Anexo L.
A tabela 20 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos.

Tabela 20 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Norte

Nível
Resíduos a
ADF KPSS b
Álcool – Gasolina -1.786 0.110
Álcool – Óleo Combustível -3.041 0.110
Diesel – Álcool -2.898 0.062
Diesel – Gasolina -4.912 0.065
Diesel – GLP -5.650 0.053
GLP – Gás Natural -8.782 0.115
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, rejeita-se a hipótese nula de não-estacionariedade dos resíduos, com
exceção do resíduo obtido a partir da regressão entre o álcool e a gasolina, para os
níveis de significância de 1% e 5%. Porém, pelo teste KPSS, todos os resíduos são
estacionários e, portanto I(0), para os mesmos níveis de significância.
Os resultados dos melhores modelos de longo prazo da região Norte estão na tabela 21
abaixo.

79
Tabela 21 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Norte
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GLP
Variáveis

Constante 6.616 6.646 7.828 6.891 10.23 9.525


(1.309) (1.421) (0.760) (0.765) (1.093) (0.495)
T -0.005 0.003 0.011 0.020
(0.003) (0.002) (0.005) (0.005)
t2 -1.47E-04 -3.44E-04
(6.39E-05) (8.31E-05)
Pr_Álcool -1.700 -0.600 -0.491
(0.258) (0.208) (0.156)
Pr_Diesel 0.320 -0.574 0.443
(0.150) (0.341) (0.205)
Pr_Gasolina 2.770 0.711
(0.449) (0.534)
Pr_Gás Natural -0.020
(0.022)
Pr_Óleo Combustível 0.301
(0.129)
Pr_GLP -1.084 -0.219
(0.302) (0.073)
Produção Industrial 0.127 0.456 1.015 1.099 1.190 0.419
(0.282) (0.298) (0.163) (0.166) (0.148) (0.097)
R2 Ajustado 0.517 0.189 0.775 0.751 0.797 0.299
Estatística Durbin-Watson 1.268 1.010 1.177 1.251 1.524 2.265

80
A partir dos resultados apresentados na tabela 21, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

No modelo que inclui apenas a tendência linear, todas as variáveis são estatisticamente
significativas no nível de 10% de significância, com exceção da variável produção
industrial.
Os sinais estão de acordo com o esperado. A demanda por álcool, no longo prazo, é
elástica em relação ao preço e inelástica em relação à renda. Isso evidencia que os
consumidores da região Norte se mostram muito sensíveis a variações no preço e pouco
sensíveis a variações na renda.
Pelo resultado apresentado, no longo prazo o álcool e a gasolina são combustíveis
substitutos.

Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo não foram incluídas as tendências, linear e quadrática, porque elas não
são estatisticamente significativas. Deste modo, o modelo considerado não inclui as
tendências e nele apenas a variável produção industrial não é estatisticamente
significativa no nível de significância de 10%.
Os sinais se apresentam de acordo com o esperado, sendo que um aumento no preço do
álcool leva a uma diminuição do volume consumido.
A demanda por álcool, no longo prazo, é inelástica em relação ao preço e não se pode
fazer qualquer afirmação a respeito da elasticidade renda. A elasticidade cruzada entre o
álcool e o óleo combustível mostra que os combustíveis são substitutos na região Norte.

Diesel – Álcool

Neste modelo que inclui apenas a tendência linear, todas as variáveis são
estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.
O sinal do preço do diesel está em desacordo com o esperado. A demanda por diesel, no
longo prazo, é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. A
inelasticidade preço do diesel leva a supor que este combustível possui poucos
substitutos próximos.

81
A elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool sugere que esses dois combustíveis são
complementares no longo prazo.

Diesel – Gasolina

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de 10% de significância, com exceção da variável preço da
gasolina.
Os sinais estão de acordo com a teoria econômica. No longo prazo, a demanda por
diesel é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. O modelo anterior
confirma que os consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço do
diesel.
Não se pode fazer afirmações a respeito da elasticidade cruzada entre o diesel e a
gasolina para a região Norte, já que o preço da gasolina não é significativo.

Diesel – GLP

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%. O modelo também se apresenta bem
especificado, tendo como coeficiente de determinação 0.797, o que indica que,
aproximadamente, 80% das variações ocorridas na quantidade demandada de diesel são
explicadas pelo modelo ajustado.
O sinal da variável preço do diesel não está de acordo com o sugerido pela teoria
econômica. A demanda por diesel é inelástica em relação ao preço e elástica em relação
à renda.
Pelo resultado apresentado, pode-se concluir que o diesel e o GLP são combustíveis
complementares no longo prazo, para a região Norte.

GLP – Gás Natural

Neste modelo não foram incluídas as tendências, porque elas não são estatisticamente
significativas. Sendo assim, no modelo sem as tendências, todas as variáveis são
estatisticamente significativas no nível de 10% de significância, com exceção da
variável preço do gás natural.

82
Os sinais das variáveis preço do GLP e produção industrial estão de acordo com o
esperado. A demanda por GLP é inelástica tanto com relação ao preço como em relação
à renda, ou seja, os consumidores são muito pouco sensíveis a qualquer variação no
preço e na renda.
Com relação à elasticidade cruzada entre o GLP e o gás natural, não se pode tirar
conclusões para a região Norte, porque a variável preço do gás natural não é
significativa.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de


erro são apresentados na tabela 22 abaixo.

83
Tabela 22 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Norte
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GLP
Variáveis

Constante -0.002 0.005 0.007 0.003 0.002 0.007


(0.015) (0.017) (0.009) (0.011) (0.009) (0.011)
∆Pr_Álcool -1.439 -0.524 -0.615
(0.436) (0.450) (0.247)
∆Pr_Diesel 0.101 0.354 0.311
(0.287) (0.572) (0.364)
∆Pr_Gasolina 1.841 -0.969
(0.611) (0.692)
∆Pr_Gás Natural -0.072
(0.036)
∆Pr_Óleo Combustível -0.083
(0.099)
∆Pr_GLP -0.666 -0.707
(0.463) (0.412)
∆Produção Industrial 0.437 0.611 0.781 0.976 0.881 0.623
(0.243) (0.270) (0.136) (0.168) (0.132) (0.166)
Resid (-1) 0.576 0.366 0.627 0.773
(0.136) (0.127) (0.130) (0.141)
R2 Ajustado 0.441 0.309 0.609 0.415 0.617 0.299
Estatística Durbin-Watson 1.872 1.887 2.166 2.694 2.148 2.706

84
A partir dos resultados da tabela 22, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%.
Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda de curto prazo do álcool
é elástica em relação ao preço e inelástica em relação à renda.
A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina mostra que os combustíveis são
substitutos no curto prazo. De fato, observa-se que em alguns estados da região Norte,
como Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, é mais vantajoso utilizar a
gasolina como combustível automotivo, porque nesses estados o preço do álcool custa
mais de 70% do litro da gasolina.
Neste modelo foi incluído o resíduo, porque no modelo de longo prazo, que incluía as
tendências, todas as variáveis eram significativas. Especificamente, o valor do
coeficiente do resíduo defasado de um período estabelece que, aproximadamente,
0,576% da discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio,
é corrigida a cada ano.

Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas
no nível de significância de 10%, exceto a produção industrial e o resíduo.
Desta maneira, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade preço do álcool e
da elasticidade cruzada entre o álcool e o óleo combustível, para a região Norte.

Diesel – Álcool

Nesta regressão todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de


significância, exceto a variável preço do diesel.
Considerando este resultado, não se pode fazer afirmações a respeito da elasticidade
preço da demanda por diesel. Porém, com relação à elasticidade renda, pode-se afirmar
que a demanda por diesel é inelástica com relação à renda.

85
Com relação à elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool, conclui-se, a partir deste
resultado, que o diesel e o álcool são combustíveis complementares, no curto prazo,
para a região Norte.
O resíduo foi incluído neste modelo porque na regressão de curto prazo todas as
variáveis eram significativas. Ele estabelece que, aproximadamente, 0,627% da
discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida
a cada ano.

Diesel – Gasolina

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas
no nível de significância de 10%, exceto a produção industrial.
Desta maneira, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade preço do diesel e
da elasticidade cruzada entre o diesel e a gasolina, para a região Norte.

Diesel – GLP

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas
no nível de significância de 10%, exceto a produção industrial e o resíduo.
De maneira análoga ao modelo anterior, não se pode tirar conclusões a respeito da
elasticidade preço do diesel e da elasticidade cruzada entre o diesel e o GLP, para a
região Norte.

GLP – Gás Natural

Nesta regressão todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de


significância.
Os sinais estão de acordo com o sugerido pela teoria econômica. A demanda por GLP,
no curto prazo, é inelástica em relação ao preço e em relação à renda.
O resultado deste modelo leva a concluir que o GLP e o gás natural são combustíveis
complementares no curto prazo, para a região Norte.

86
5.4.4. Região Sudeste

A seguir, encontram-se os testes de estacionariedade das variáveis, que correspondem


ao primeiro passo da metodologia adotada.

Tabela 23 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo


Desagregado – Região Sudeste

Nível 1a Diferença
Variáveis
ADF a KPSS c ADF a KPSS c
Preço Álcool -0.617 0.445 -3.073 0.046
Preço Óleo Diesel 0.327 0.862 -4.109 0.216
Preço Gasolina 1.261 0.865 -4.053 0.087
Preço GLP 1.735 0.771 -3.360 0.226
Preço Gás Natural -1.419 0.667 -12.92 0.500
b
Preço Óleo Combustível -2.495 0.730 -5.679 0.226
Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281
Volume Álcool 1.433 0.681 -2.609 0.056
Volume Óleo Diesel 0.354 0.206 -9.156 0.036
Volume Gasolina -0.063 0.126 -12.18 0.099
Volume GLP -0.742 0.221 -12.79 0.037
Volume Gás Natural 2.689 0.928 -13.66 0.128
Volume Óleo Combustível -1.463 0.923 -10.77 0.201
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)
Teste KPSS:
c
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, a hipótese nula de não estacionariedade não pode ser rejeitada, nos
níveis de significância de 1% e 5%. Sendo assim, as variáveis em nível são não-
estacionárias. Pelo teste KPSS, a hipótese nula de estacionariedade deve ser rejeitada
para todas as variáveis, com exceção do preço do álcool, do volume do óleo diesel, do
volume da gasolina e do volume do GLP.
Para as variáveis em primeira diferença, pelo teste ADF, deve-se rejeitar a hipótese nula
de existência de raiz unitária, nos níveis de significância de 1% e 5%. Portanto, pode-se

87
considerar que todas as variáveis são integradas de ordem 1 (I(1)). Pelo teste KPSS, a
única exceção de série não integrada de ordem 1 é o preço do gás natural.
O próximo passo será fazer o teste de estacionariedade dos resíduos, cujos resultados
estão apresentados na tabela 24.

Tabela 24 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sudeste

Nível
Resíduos a
ADF KPSS b
Álcool – Gasolina -2.884 0.045
Diesel – Álcool -4.563 0.061
Diesel – Gasolina -3.085 0.075
Gás Natural – Diesel -2.007 0.052
Gás Natural – GLP -2.264 0.076
Gás Natural – Óleo Combustível -4.431 0.033
Óleo Combustível – Álcool -2.505 0.081
Óleo Combustível – Diesel -2.910 0.076
Óleo Combustível – Gasolina -2.602 0.075
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, rejeita-se a hipótese nula de existência de raiz unitária e,


conseqüentemente, de não estacionariedade dos resíduos. Assim como pelo teste ADF,
pelo teste KPSS aceita-se a hipótese nula de estacionariedade dos resíduos. Conclui-se,
desta forma, que os resíduos são estacionários ou I(0) e cointegrados, para os níveis de
significância de 1% e 5%.
Os resultados da próxima etapa da metodologia encontram-se no Anexo M, que consiste
no modelo de cointegração. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 25.

88
Tabela 25 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC
Variáveis

Constante 10.98 8.863 8.890 10.52 11.38 11.12 9.191 7.254 7.877
(1.532) (0.389) (0.385) (0.654) (1.348) (0.561) (0.904) (0.823) (0.933)
T -0.009 -0.002 -0.002 0.020 0.025 0.020 -0.032 -0.040 -0.031
(0.007) (0.001) (0.001) (0.004) (0.004) (0.003) (0.004) (0.004) (0.004)
t2 3.53E-04 -2.15E-04 -2.49E-04 -2.02E-04 2.57E-04 2.88E-04 1.99E-04
(9.82E-05) (4.71E-05) (5.83E-05) (4.44E-05) (6.27E-04) (5.04E-05) (5.83E-05)
Pr_Álcool -0.857 -0.050 -0.046
(0.275) (0.044) (0.101)
Pr_Diesel -0.011 0.079 0.271 0.790
(0.069) (0.113) (0.127) (0.218)
Pr_Gasolina 1.017 -0.254 0.597
(0.693) (0.183) (0.317)
Pr_Gás Natural 0.072 0.167 0.075
(0.076) (0.087) (0.066)
Pr_Óleo Combustível 0.184 0.015 -0.331 -0.179
(0.055) (0.089) (0.108) (0.111)
Pr_GLP -0.070
(0.284)
Produção Industrial 0.130 1.150 1.173 0.534 0.421 0.434 0.830 1.202 1.016
(0.340) (0.085) (0.080) (0.141) (0.148) (0.125) (0.193) (0.173) (0.178)
R2 Ajustado 0.664 0.835 0.837 0.939 0.933 0.946 0.914 0.932 0.919
Estatística Durbin-Watson 0.831 2.122 2.126 1.669 1.331 1.918 1.035 1.109 0.973

89
A partir dos resultados apresentados na tabela 25, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de 10%, com exceção das variáveis preço da gasolina e produção
industrial. Ao serem retiradas as tendências, apenas a variável produção industrial
permanece sendo não-significativa.
Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. À medida que aumenta o preço do
álcool, seu volume diminui. A demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e à
renda. Os consumidores se mostram muito pouco sensíveis a variações no preço do
combustível e na renda.
A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina, no longo prazo, indica que os
combustíveis são substitutos na região Sudeste.

Diesel – Álcool

Nesta regressão, que considera apenas a tendência linear, as variáveis preço do diesel e
preço do álcool não são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.
Na equação que não considera as tendências, apenas a variável preço do álcool não é
significativa.
Considerando esta equação sem as tendências, os sinais das variáveis preço do diesel e
produção industrial estão de acordo com o esperado. A demanda por diesel é inelástica
em relação ao preço e elástica em relação à renda.
Com relação à elasticidade cruzada de longo prazo, não se pode fazer afirmações, já que
a variável preço do álcool não é significativa.

Diesel – Gasolina

Nesta regressão, que considera apenas a tendência linear, as variáveis preço do diesel e
preço da gasolina não são estatisticamente significativas no nível de 10% de
significância. Retirando as tendências da equação, a variável preço do diesel permanece
sendo não-significativa.

90
Desta forma, não se pode tirar conclusões a respeito deste modelo de longo prazo para a
região Sudeste.

Gás Natural – Diesel

No modelo que inclui as tendências, linear e quadrática, todas as variáveis são


estatisticamente significativas, com exceção da variável preço do gás natural. Quando se
retira a tendência quadrática e mantém-se apenas a tendência linear, todas as variáveis
passam a ser significativas no nível de 10% de significância. O modelo também se
apresenta bem especificado, com coeficiente de determinação de 0.914, indicando que,
aproximadamente, 91% das variações ocorridas na quantidade demandada de gás
natural são explicadas pelo modelo ajustado.
O sinal da variável preço do gás natural não se apresenta conforme o esperado. De
acordo com o resultado, a demanda por gás natural, no longo prazo, é inelástica em
relação ao preço e à renda.
Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel, o resultado leva a
concluir que os dois combustíveis são substitutos no longo prazo para a região Sudeste.

Gás Natural – GLP

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de 10% de significância, exceto a variável preço do GLP.
O sinal da variável preço do gás natural está em desacordo com a teoria econômica. O
resultado leva a concluir que a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço
e à renda.
Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP, não se pode tirar
conclusões, porque a variável preço do GLP não é significativa.

Gás Natural – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de significância de 10%, com exceção da variável preço do gás
natural. Retirando a tendência quadrática desta equação, todas as variáveis passam a ser
significativas para o mesmo nível de significância.

91
O sinal do preço do gás natural não está de acordo com o sugerido pela teoria
econômica. Segundo os resultados apresentados, a demanda por gás natural é inelástica
em relação ao preço e à renda.
O resultado da elasticidade cruzada indica que o gás natural e o óleo combustível são
combustíveis substitutos no longo prazo, para a região Sudeste.

Óleo Combustível – Álcool

A inclusão das tendências, quadrática e linear, no modelo torna as variáveis preço do


óleo combustível e preço do álcool estatisticamente não-significativas no nível de 10%
de significância. Ao se retirar a tendência quadrática e manter a tendência linear, todas
as variáveis passam a ser significativas, com exceção da variável preço do álcool.
Nesta equação, os sinais estão de acordo com o esperado. A demanda por óleo
combustível é inelástica em relação ao preço e em relação à renda. Os consumidores se
mostram muito pouco sensíveis a variações no preço do óleo combustível e na renda.
Com relação à elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o álcool, não se pode
fazer afirmações, pois a variável preço do álcool não é significativa.

Óleo Combustível – Diesel

Neste modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente


significativas no nível de 10% de significância. O modelo também se apresenta bem
especificado, com coeficiente de determinação de 0.932, indicando que,
aproximadamente, 93% das variações ocorridas na quantidade demandada de gás
natural são explicadas pelo modelo ajustado.
Os sinais se apresentam de acordo com o sugerido na teoria econômica. A demanda por
óleo combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. Os
consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço, o que leva a supor que o
óleo combustível possui poucos substitutos próximos.
A elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel indica que esses combustíveis
são substitutos no longo prazo para a região Sudeste.

92
Óleo Combustível – Gasolina

Na equação que inclui as tendências, linear e quadrática, todas as variáveis são


estatisticamente significativas, com exceção da variável do preço do óleo combustível.
Retirando-se a tendência quadrática e mantendo-se a tendência linear, todas as variáveis
passam a ser significativas no nível de significância de 10%.
Considerando esta equação, os sinais apresentados estão de acordo com o esperado. A
demanda por óleo combustível, no longo prazo, é inelástica em relação ao preço e
elástica em relação à renda.
A demanda cruzada entre os combustíveis mostra que o óleo combustível e a gasolina
são substitutos no longo prazo para a região Sudeste.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de


erro são apresentados na tabela 26 abaixo.

93
Tabela 26 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sudeste
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC
Variáveis

Constante 0.010 0.003 0.003 0.020 0.018 0.013 -0.018 -0.028 -0.023
(0.018) (0.008) (0.008) (0.011) (0.010) (0.010) (0.011) (0.009) (0.011)
∆Pr_Álcool -0.845 -0.047 -0.064
(0.302) (0.103) (0.147)
∆Pr_Diesel -0.315 -0.222 -0.661 0.826
(0.225) (0.389) (0.317) (0.258)
∆Pr_Gasolina 0.824 -0.185 0.828
(0.766) (0.452) (0.370)
∆Pr_Gás Natural 0.274 0.281 0.205
(0.072) (0.068) (0.066)
∆Pr_Óleo Combustível -0.086 -0.231 -0.313 -0.379
(0.134) (0.146) (0.118) (0.145)
∆Pr_GLP -0.945
(0.349)
∆Produção Industrial 0.267 1.029 1.049 0.153 0.149 0.303 0.965 1.043 1.003
(0.283) (0.115) (0.120) (0.177) (0.168) (0.169) (0.170) (0.136) (0.159)
Resid (-1) 0.627
(0.127)
R2 Ajustado 0.136 0.646 0.646 0.289 0.327 0.232 0.397 0.628 0.451
Estatística Durbin-Watson 2.568 3.054 3.052 2.601 2.675 2.652 1.830 1.414 1.926

94
A partir dos resultados da tabela 26, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

No modelo de curto prazo, as variáveis preço da gasolina e produção industrial não são
estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.
Pode-se dizer que a demanda por álcool no curto prazo é inelástica em relação ao preço.
No Sudeste é mais caro usar álcool em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, onde os
preços estão bem perto do limite estipulado (até 70% do litro da gasolina). No Espírito
Santo, a relação de preços está em 67%.
Com relação à elasticidade renda e à elasticidade cruzada, não se pode tirar conclusões,
porque as variáveis preço da gasolina e produção industrial não são significativas no
modelo de curto prazo para a região Sudeste.

Diesel – Álcool

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente não-significativas no nível de


significância de 10%, exceto a variável produção industrial.
Neste caso, não se pode tirar conclusões a respeito deste modelo de curto prazo para a
região Sudeste.

Diesel – Gasolina

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente não-significativas no nível de


significância de 10%, exceto a variável produção industrial.
Neste caso, como ocorreu no modelo anterior, não se pode tirar conclusões a respeito da
elasticidade preço do diesel e da elasticidade cruzada entre o diesel e a gasolina, no
curto prazo para a região Sudeste.

Gás Natural – Diesel

Nesta regressão todas as variáveis são estatisticamente significativas, com exceção da


variável produção industrial, considerando o nível de significância de 10%.

95
O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o esperado. A demanda
por gás natural, no curto prazo, é inelástica com relação ao preço. No caso da
elasticidade renda, nada se pode afirmar devido ao fato de não ser significativa a
variável produção industrial.
O resultado da elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel indica que os
combustíveis são complementares no curto prazo, para a região Sudeste.
Observa-se um aumento no volume do gás natural disponível na região Sudeste, que se
dá em função do aumento da produção deste combustível.

Gás Natural – GLP

Todas as variáveis são estatisticamente significativas, com exceção da variável


produção industrial, considerando o nível de significância de 10%.
O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o sugerido pela teoria
econômica. No curto prazo, a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço,
sugerindo que os consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço. Nada se
pode afirmar com relação à elasticidade renda da demanda por gás natural, porque a
variável produção industrial não é significativa.
Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP, o resultado indica que,
no curto prazo, os dois combustíveis são complementares para a região Sudeste.

Gás Natural – Óleo Combustível

Todas as variáveis são estatisticamente significativas, com exceção da variável preço do


óleo combustível, considerando o nível de significância de 10%. Desta forma, não se
pode tirar conclusões a respeito da elasticidade cruzada entre o gás natural e o óleo
combustível.
O sinal da variável preço do gás natural, assim como ocorreu no modelo anterior, não
está de acordo com o sugerido pela teoria econômica. Com relação à elasticidade preço,
observa-se que a demanda por gás natural também é inelástica em relação ao preço na
região Sudeste.
A demanda por gás natural em relação à renda é inelástica, o que sugere que os
consumidores são pouco sensíveis a variações na renda no curto prazo.

96
Óleo Combustível – Álcool

Neste modelo todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


significância de 10%, exceto a variável produção industrial.
Neste caso, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade preço do óleo
combustível e da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o álcool, no curto
prazo para a região Sudeste.

Óleo Combustível – Diesel

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de


significância.
Os sinais se apresentam de acordo com o sugerido na teoria econômica. A demanda por
óleo combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda.
O resultado da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel indica que os
combustíveis são substitutos no curto prazo, para a região Sudeste.
O resíduo foi incluído neste modelo porque na regressão de curto prazo todas as
variáveis eram significativas. Ele estabelece que, aproximadamente, 0.627% da
discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida
a cada ano.
As vendas de óleo diesel pelas distribuidoras apresentaram queda no ano de 2006,
afetadas pela crise no setor agrícola. As vendas do óleo combustível também vêm
apresentando queda e este combustível vem sendo substituído pelo gás natural no setor
industrial.

Óleo Combustível – Gasolina

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de


significância.
Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda por óleo combustível é
inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda, para o modelo de curto
prazo da região Sudeste.
O resultado da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e a gasolina mostra que
esses combustíveis são substitutos no curto prazo.

97
5.4.5. Região Sul

A primeira etapa da metodologia, que se refere ao teste de estacionariedade das


variáveis, apresenta os resultados mostrados na tabela 27.

Tabela 27 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo


Desagregado – Região Sul

Nível 1a Diferença
Variáveis
ADF a KPSS c ADF a KPSS c
Preço Álcool -0.690 0.623 -3.019 0.045
Preço Óleo Diesel 0.330 0.860 -4.195 0.243
Preço Gasolina 1.107 0.862 -3.852 0.107
Preço GLP 2.219 0.873 -4.644 0.339
Preço Gás Natural -0.444 0.112 -11.97 0.118
b
Preço Óleo Combustível -2.776 0.749 -6.645 0.320
Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281
Volume Álcool 0.371 0.457 -10.81 0.059
Volume Óleo Diesel -0.203 0.165 -8.218 0.350
Volume Gasolina 0.246 0.723 -11.99 0.028
Volume GLP -0.032 0.029 -3.487 0.036
Volume Gás Natural 1.574 0.946 -10.80 0.276
Volume Óleo Combustível -1.020 0.860 -3.915 0.041
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)
Teste KPSS:
c
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, para as variáveis em nível, aceita-se a hipótese nula de existência de
raiz unitária e de não-estacionariedade, nos níveis de significância de 1% e 5%. Pelo
teste KPSS, rejeita-se a hipótese nula de estacionariedade, exceto para as variáveis
preço do gás natural, volume do álcool, volume do óleo diesel e volume do GLP. Sendo
assim, considera-se todas as variáveis como sendo não-estacionárias.

98
Para as variáveis em primeira diferença, para os dois testes, rejeita-se a hipótese nula de
não-estacionariedade e, conseqüentemente, elas são integradas de ordem 1 ou I(1), para
os mesmos níveis de significância.
O próximo passo será fazer o teste de estacionariedade dos resíduos, cujos resultados
estão apresentados na tabela 28.

Tabela 28 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sul

Nível
Resíduos a
ADF KPSS b
Álcool – Diesel -3.204 0.086
Álcool – Gasolina -3.146 0.094
Álcool – Óleo Combustível -3.611 0.065
GLP – Gás Natural -3.407 0.047
Gás Natural – Diesel -5.526 0.040
Gás Natural – Óleo Combustível -5.717 0.047
Óleo Combustível – Diesel -3.666 0.032
Óleo Combustível – Gasolina -3.755 0.034
Óleo Combustível – GLP -3.564 0.048
Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):
a
Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)
Teste KPSS:
b
Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos testes ADF e KPSS, todos os resíduos das regressões são estacionários, nos níveis
de significância de 1% e 5%, significando, portanto, que eles são integrados de ordem 0
ou I(0) e cointegrados.
Os resultados da próxima etapa da metodologia encontram-se no Anexo N, que consiste
no modelo de cointegração. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 29.

99
Tabela 29 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC
Variáveis

Constante 10.13 9.996 9.380 7.767 5.632 6.335 6.050 5.967 4.888
(1.275) (1.296) (1.371) (0.941) (1.448) (1.311) (0.959) (1.067) (1.629)
T 0.007 0.008 0.024 -0.003 0.010 0.011 -0.038 -0.033 -0.041
(0.003) (0.003) (0.007) (0.001) (0.004) (0.002) (0.005) (0.005) (0.006)
t2 -2.49E-04 2.91E-04 2.19E-04 3.57E-04
(1.14E-04) (6.70E-05) (8.35E-05) (7.29E-05)
Pr_Álcool -0.808 -0.850 -0.469
(0.161) (0.208) (0.173)
Pr_Diesel 0.390 0.315 0.595
(0.204) (0.214) (0.264)
Pr_Gasolina 0.570 0.683
(0.414) (0.365)
Pr_Gás Natural 0.048 -0.154 -0.153
(0.049) (0.121) (0.113)
Pr_Óleo Combustível -0.178 0.232 -0.048 4.46E-04 0.199
(0.161) (0.112) (0.165) (0.168) (0.097)
Pr_GLP 0.007 0.573
(0.172) (0.337)
Produção Industrial 0.188 0.152 0.299 0.941 1.111 0.994 1.169 1.108 1.063
(0.278) (0.286) (0.288) (0.130) (0.307) (0.282) (0.198) (0.195) (0.189)
R2 Ajustado 0.521 0.505 0.530 0.523 0.818 0.825 0.864 0.860 0.858
Estatística Durbin-Watson 1.165 1.151 1.263 1.560 1.489 1.544 0.859 0.882 0.864

100
A partir dos resultados apresentados na tabela 29, conclui-se que:

Álcool – Diesel

No modelo que inclui apenas a tendência linear, todas as variáveis são estatisticamente
significativas no nível de 10% de significância, exceto a variável produção industrial.
Os sinais das variáveis se apresentam de acordo com o sugerido pela teoria econômica.
À medida em que se aumenta o preço do álcool, o volume demandado por este
combustível diminui. Observa-se que, no longo prazo, a demanda por álcool é inelástica
em relação ao preço. Com respeito à elasticidade renda, não se pode tirar conclusões, já
que a variável produção industrial não é significativa.
O resultado da elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que, no longo prazo,
os dois combustíveis são substitutos na região Sul.

Álcool – Gasolina

No modelo que considera apenas a tendência linear, as variáveis não são


estatisticamente significativas no nível de 10% de significância. Considerando a
equação sem as tendências, todas as variáveis passam a ser significativas, para o mesmo
nível de significância.
Considerando a equação sem as tendências, os sinais se encontram de acordo com o
esperado. A demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e em relação à renda.
No longo prazo, o resultado da elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina para a
região Sul indica que os combustíveis são substitutos.

Álcool – Óleo Combustível

Na regressão que inclui as tendências linear e quadrática, as variáveis preço do óleo


combustível e produção industrial não são estatisticamente significativas no nível de
significância de 10%. Ao serem retiradas as duas tendências, todas as variáveis passam
a ser significativas para o mesmo nível de significância.
Como acontece nos dois modelos anteriores, os sinais estão de acordo com o esperado.
Além disso, a demanda por álcool, no longo prazo, também é inelástica em relação ao
preço e em relação à renda.

101
A elasticidade cruzada entre o álcool e o óleo combustível indica que os combustíveis
são substitutos.

GLP – Gás Natural

Na equação que considera a tendência linear, as variáveis preço do GLP e preço do gás
natural não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Ao ser
retirada a tendência, todas as variáveis passam a ser significativas.
Nesta equação o sinal está de acordo com o esperado. A demanda por GLP, no longo
prazo, é inelástica em relação ao preço e à renda. Pode-se concluir que o GLP possui
poucos substitutos próximos.
A elasticidade cruzada entre o GLP e o gás natural mostra que os combustíveis são
substitutos, no longo prazo, na região Sul.

Gás Natural – Diesel

Na equação que considera a tendência linear, as variáveis preço do gás natural e preço
do diesel não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Ao
ser retirada a tendência, todas as variáveis passam a ser significativas.
Considerando a equação sem as tendências, os sinais apresentados estão de acordo com
o sugerido pela teoria econômica. A demanda por gás natural é inelástica em relação ao
preço e elástica em relação à renda, no longo prazo, para o modelo da região Sul.
Como o sinal da variável preço do diesel é positivo, pode-se concluir que o gás natural e
o diesel são combustíveis substitutos no longo prazo.

Gás Natural – Óleo Combustível

Na equação que considera a tendência linear, a variável preço do gás natural não é
estatisticamente significativa no nível de 10% de significância. Retirando a tendência,
todas as variáveis passam a ser significativas no mesmo nível de significância.
Os sinais desta equação estão de acordo com o esperado. A demanda por gás natural é
inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. Os consumidores se
mostram muito pouco sensíveis a variações no preço do gás natural.

102
O resultado da elasticidade cruzada entre o gás natural e o óleo combustível mostra os
combustíveis são substitutos no longo prazo, na região Sul.

Óleo Combustível – Diesel

Na equação com as tendências, linear e quadrática, a variável preço do óleo combustível


não é estatisticamente significativa no nível de significância de 10%. Considerando
apenas a tendência linear, todas as variáveis passam a ser significativas no mesmo nível
de significância.
Os sinais apresentados nesta equação estão de acordo com o esperado. No longo prazo,
a demanda por óleo combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à
renda.
Com relação à elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel, os combustíveis
são substitutos no longo prazo para a região Sul.

Óleo Combustível – Gasolina

Como ocorreu no modelo anterior, também neste modelo, na equação que considera as
tendências linear e quadrática, a variável preço do óleo combustível não é
estatisticamente significativa no nível de significância de 10%. Retirando a tendência
quadrática, todas as variáveis passam a ser significativas no mesmo nível de
significância.
Os sinais estão de acordo com o sugerido pela teoria econômica. A demanda por óleo
combustível, no longo prazo, é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à
renda.
No longo prazo, o resultado da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e a
gasolina mostra que os combustíveis são substitutos na região Sul.

Óleo Combustível – GLP

No modelo que inclui as tendências linear e quadrática, todas as variáveis são


estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.
A variável preço do óleo combustível não apresenta o sinal de acordo com o esperado,
que seria o sinal negativo. A demanda por óleo combustível é inelástica em relação ao

103
preço e elástica em relação à renda, o que confirma os resultados dos dois modelos
acima.
A elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o GLP indica que os combustíveis são
substitutos no longo prazo na região Sul.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de


erro são apresentados na tabela 30 abaixo.

104
Tabela 30 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sul
Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC
Variáveis

Constante -0.008 -0.002 0.014 0.002 0.007 0.005 -0.018 -0.015 -0.016
(0.015) (0.017) (0.017) (0.010) (0.024) (0.022) (0.011) (0.010) (0.009)
∆Pr_Álcool -0.845 -1.259 -0.766
(0.241) (0.316) (0.257)
∆Pr_Diesel 1.098 0.157 0.246
(0.427) (0.611) (0.296)
∆Pr_Gasolina 1.218 0.127
(0.690) (0.362)
∆Pr_Gás Natural 0.062 -0.024 -0.013
(0.048) (0.108) (0.107)
∆Pr_Óleo Combustível -0.466 0.252 -0.118 -0.097 -0.084
(0.245) (0.307) (0.150) (0.158) (0.125)
∆Pr_GLP -0.331 0.320
(0.304) (0.276)
∆Produção Industrial 0.221 0.356 0.475 0.751 1.074 1.013 1.091 1.060 1.167
(0.238) (0.272) (0.273) (0.169) (0.388) (0.375) (0.164) (0.160) (0.145)
Resid (-1) 0.622 0.430
(0.145) (0.119)
R2 Ajustado 0.493 0.268 0.275 0.370 0.099 0.110 0.448 0.442 0.559
Estatística Durbin-Watson 2.018 2.528 2.326 2.926 2.750 2.755 2.268 2.258 1.855

105
A partir dos resultados da tabela 30, conclui-se que:

Álcool – Diesel

No modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível


de 10% de significância, com exceção da variável produção industrial.
Os sinais das variáveis se apresentam de acordo com o esperado. A demanda por álcool
no curto prazo é inelástica em relação ao preço e nada pode ser afirmado a respeito da
elasticidade renda, porque a variável produção industrial não é significativa.
O resultado da elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que os combustíveis
são substitutos no curto prazo. Os resultados do modelo de curto prazo são iguais aos
resultados do modelo de longo prazo, ou seja, os combustíveis álcool e diesel
apresentam o mesmo comportamento, tanto no longo quanto no curto prazo, na região
Sul.
O resíduo foi incluído neste modelo porque na regressão de curto prazo todas as
variáveis eram significativas. Ele estabelece que, aproximadamente, 0,622% da
discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida
a cada ano.

Álcool – Gasolina

Nesta regressão, todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10%


de significância, com exceção da variável produção industrial.
Os sinais estão de acordo com o sugerido na teoria econômica. No curto prazo, a
demanda por álcool é elástica em relação ao preço. Os consumidores são muito pouco
sensíveis a oscilações no preço do álcool. Observa-se que normalmente ocorrem altas
expressivas no primeiro trimestre do ano na região Sul, período considerado de
entressafra, e normalização do preço a partir de abril.
A elasticidade cruzada mostra que o álcool e a gasolina são combustíveis substitutos no
curto prazo. De fato, vem ocorrendo na região Sul uma substituição do álcool pela
gasolina no período de entressafra do primeiro, por ter o preço da gasolina um
comportamento mais regular.

106
Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no


nível de significância de 10%.
Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado. A demanda por álcool, no curto
prazo, mostra que esta é inelástica em relação ao preço e à renda. O mesmo resultado
ocorreu com este modelo de longo prazo.
Porém, diferentemente do modelo de longo prazo, este de curto prazo mostra que os
combustíveis são complementares na região Sul.

GLP – Gás Natural

Nesta regressão, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de


10% de significância, exceto a variável produção industrial.
Desta forma, não se pode tirar conclusões deste modelo de curto prazo, tanto em relação
à elasticidade preço quanto à elasticidade cruzada entre o GLP e o gás natural.
O modelo também não se apresenta bem especificado, com um R2 ajustado de 0.370.

Gás Natural – Diesel

As variáveis deste modelo não são estatisticamente significativas no nível de 10% de


significância, com exceção da variável produção industrial.
Em função disso, não é possível tirar conclusões a respeito deste modelo de curto prazo
entre os combustíveis gás natural e diesel, para a região Sul.

Gás Natural – Óleo Combustível

Como ocorreu no modelo anterior, também neste modelo todas as variáveis não são
estatisticamente significativas, com exceção da variável produção industrial.
Desta forma, também neste caso não se pode fazer inferências com relação ao modelo
de curto prazo entre o gás natural e o óleo combustível na região Sul.

107
Óleo Combustível – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de 10%
de significância.
Sendo assim, nada se pode afirmar a respeito da elasticidade preço e da elasticidade
cruzada entre o óleo combustível e o diesel, no modelo de curto prazo da região Sul.

Óleo Combustível – Gasolina

Assim como ocorreu no modelo anterior, também neste modelo todas as variáveis não
são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.
Deste modo, não se pode tirar conclusões a respeito deste modelo de demanda de curto
prazo entre os combustíveis óleo combustível e gasolina da região Sul.

Óleo Combustível – GLP

Também neste modelo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no


nível de significância de 10%, com exceção da variável produção industrial e o resíduo.
Sendo assim, não é possível fazer afirmações a respeito da elasticidade preço do óleo
combustível e da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o GLP no modelo de
curto prazo da região Sul.

108
6. Conclusões e Análises das Implicações

O presente trabalho procurou apresentar uma análise pormenorizada da demanda por


combustíveis no Brasil e nas regiões geográficas deste país, com enfoque no estudo da
elasticidade preço e renda e da elasticidade cruzada entre os combustíveis com maior
participação na matriz energética brasileira, contribuindo para o preenchimento de duas
das lacunas existentes nos estudos da demanda por combustíveis, quais sejam, a da
escassez de análises regionalizadas e a falta de pesquisas com mais de dois energéticos.
Para realizar esse estudo foram utilizados o método de cointegração e o modelo de
correção de erros, desenvolvido inicialmente por Engle e Granger, com o intuito de
calcular as elasticidades de longo e curto prazos da demanda por combustíveis e de
analisar o efeito substituição ou de complementaridade entre os energéticos no Brasil e
nas cinco regiões brasileiras.
As regiões brasileiras apresentam particularidades, quanto às questões relacionadas ao
uso e à demanda por combustíveis, que ajudam a elucidar os resultados obtidos nesta
pesquisa. As principais características das regiões referentes aos aspectos energéticos e
os principais resultados são expostos abaixo.
 Na região Centro-Oeste, pode-se observar que a demanda de longo prazo por óleo
diesel é inelástica em relação ao preço e à renda, e que no curto prazo não se pode tirar
qualquer conclusão, porque, provavelmente, os modelos não estão bem especificados.
Com relação à demanda por gás natural, os resultados apresentados mostraram que a
demanda por este combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à
renda, tanto no longo quanto no curto prazo. Essa pouca sensibilidade dos consumidores
com relação a oscilações no preço do gás natural pode explicar, em parte, o aumento
registrado em 2006 na média das vendas de gás natural, de aproximadamente 30%, e a
tendência de crescimento que este combustível vem apresentando.
 A região Nordeste se destaca pela produção de petróleo e gás natural,
principalmente nos estados da Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. Na Bahia, o
petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental e processado no Pólo
Petroquímico de Camaçari. O Rio Grande do Norte é o segundo maior produtor de
petróleo do país, atrás do Rio de Janeiro.
Os resultados da região Nordeste mostram que a demanda por álcool é elástica em
relação ao preço, tanto no curto prazo quanto no longo prazo. Essa grande sensibilidade

109
dos consumidores com relação a variações no preço do álcool pode ser explicada pelo
fato de ser o Nordeste a região com a mais baixa renda per capita e maior nível de
pobreza do país. Por sua vez, a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço
e à renda, no curto prazo e no longo prazo. A indústria ainda é o segmento que mais
consome gás natural na região Nordeste. Depois dela vêm os setores automotivos e de
geração de energia. Cabe ressaltar que existe uma demanda reprimida na região
Nordeste e o estado mais crítico é o da Bahia.
 A Região Norte tem priorizado a oferta e a redistribuição de energia para seus
estados. O Pará, por exemplo, concluiu em 1999 a linha Tramoeste, que leva a energia
de Tucuruí, no rio Tocantins, até o oeste paraense. No Amazonas, como a planície da
bacia amazônica inviabiliza a construção de hidrelétricas, o estado investe no gás
natural. Os maiores consumidores são as geradoras de energia elétrica, que passam a
utilizar o gás natural em substituição ao óleo diesel para movimentar as turbinas de suas
termelétricas. Na Bacia do Rio Solimões existe uma grande reserva de gás natural, entre
os rios Urucu e Juruá.
Com base nos resultados obtidos da região Norte, verifica-se que a demanda por álcool
é elástica em relação ao preço, tanto no longo prazo quanto no curto prazo. No caso do
óleo diesel, a demanda por este combustível também é inelástica no longo prazo sem
possibilidade de conclusões para o curto prazo. Finalmente, com relação ao GLP a
demanda é inelástica tanto no curto quanto no longo prazo. Isso mostra que os
consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço desses combustíveis,
mantidas todas as outras variáveis constantes.
Os resultados da elasticidade cruzada sugerem que o álcool e o óleo diesel são
combustíveis complementares no longo prazo e que no curto prazo a gasolina é um
combustível substituto do álcool. De fato, em alguns estados do Norte é mais vantajoso
utilizar a gasolina como combustível automotivo, em função de seu preço ser inferior a
70% do preço do álcool.
 A região Sudeste, devido ao seu relevo planáltico, tem grande potencial
hidrelétrico. Em relação à produção de álcool, a maior representatividade na produção
está no estado de São Paulo, superando a marca de 60% do total da produção nacional
da safra referente a 2005/2006.
Os resultados apresentados para a região Sudeste mostram que a demanda pelos
combustíveis analisados é inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto no
longo prazo, sempre que as variáveis preço desses mesmos combustíveis são

110
significativas. A pouca sensibilidade dos consumidores com relação a variações no
preço do álcool pode ser explicada pelo fato de ser mais vantajoso para os consumidores
do Sudeste utilizarem este combustível em detrimento da gasolina, por ser o preço do
álcool inferior ao da gasolina na maioria dos estados, principalmente no estado de São
Paulo. Isto comprova o crescimento das vendas do álcool, que aumentaram 24,5% entre
2000 e 2005, segundo dados da ANP. Este crescimento se manteve no ano de 2006. Já
em relação à gasolina C, a participação do estado de São Paulo no total comercializado
na região Sudeste caiu entre 2000 e 2005, passando de 61% para 59%.
Cabe ressaltar o significativo aumento de vendas que o gás natural vem apresentando na
região Sudeste, superiores às observadas no Brasil. As reservas de gás natural brasileiras
estão concentradas no mar (77%), principalmente na região Sudeste (67%), nas Bacias
de Campos, Espírito Santo e Santos, próximas dos grandes centros consumidores (São
Paulo e Rio de Janeiro). Este fato comprova a inelasticidade da demanda por este
combustível, em relação ao preço e à renda, obtida nos modelos, mostrando, cada vez
mais, a importância do aumento da participação do gás natural na matriz energética
brasileira.
 A região Sul possui grande potencial hidrelétrico, destacando-se a usina de Itaipu,
no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai - a maior do continente e uma das três
maiores do mundo.
Os resultados da região Sul mostram que a demanda por álcool, GLP, gás natural e óleo
combustível é inelástica em relação ao preço e em relação à renda, nos modelos de
longo prazo. Dos modelos de curto prazo, por não estarem bem especificados, não se
pôde tirar conclusões.
O gás natural se apresenta como um substituto do GLP, no modelo de longo prazo da
região Sul. Nessa região, o gás natural tem apresentado um significativo crescimento
das vendas, juntamente com a região Sudeste, e sendo utilizado como substituto do GLP
como combustível industrial.
 Os resultados dos modelos para o Brasil levam a concluir que a demanda por
álcool é inelástica em relação ao preço e à renda, tanto no curto quanto no longo prazo.
Isso evidencia o fato de que os consumidores se mostram pouco sensíveis a variações no
preço, mantendo todos os outros fatores constantes. O aumento da demanda por álcool
pode ser explicado pelo aumento substancial da frota de veículos bicombustíveis. No
ano de 2006, as vendas de veículos leves flex fuel chegaram a 77,1% do total até o mês
de outubro, ante 50,2% em 2005. Em 2005 e 2006, 2 milhões de veículos

111
bicombustíveis entraram no mercado interno. Ao aumento do mercado interno do álcool
somou-se também a expansão das vendas externas. As exportações brasileiras de álcool
saltaram de 706 mil m3 em 2003 para 2,2 milhões de m3 em 2004 e para 2,6 milhões de
m3 em 2005.
Os resultados da análise da elasticidade cruzada entre o álcool e os demais combustíveis
utilizados no setor de transportes mostram que estes combustíveis são substitutos tanto
no curto quanto no longo prazo. A partir do limite de 70% do preço da gasolina, será
mais vantajoso para o consumidor utilizar este combustível em detrimento do álcool.
Como a tendência de preço e demanda por álcool hidratado é de alta, este combustível
pode ser substituído pela gasolina, caso ele atinja o percentual anteriormente definido.
Os resultados dos modelos para o gás natural no Brasil mostraram que a demanda por
este combustível é inelástica com relação ao preço e à renda, tanto no curto quanto no
longo prazo.
No que diz respeito à elasticidade cruzada, pode-se observar que o gás natural e o óleo
diesel são substitutos no longo prazo; com o GLP, o gás natural é complementar no
curto e longo prazos. Essa complementaridade entre o gás natural e o GLP pode ser
explicada pelo fato de o gás natural também poder ser utilizado na cocção de alimentos,
embora o uso do GLP para esse fim seja mais largamente conhecido.
Com respeito ao comportamento do óleo combustível, observa-se que a demanda por
este combustível no Brasil é inelástica em relação ao preço e à renda no longo prazo e
que não foi possível tirar conclusões a partir dos modelos de curto prazo, porque,
provavelmente, estes não estavam bem especificados.
O que se pode afirmar do óleo combustível é que ele vem sendo substituído, em larga
escala, pelo gás natural, principalmente em função de o gás natural ter um preço inferior
ao do óleo combustível; favorece a melhoria da qualidade dos produtos produzidos por
certos segmentos industriais, como cerâmica e vidro; e porque não se precisa estocar o
gás natural.
Com o intuito de responder às questões levantadas no início desta pesquisa e com base
nos resultados obtidos, observa-se que o Brasil possui grandes diferenças regionais no
que diz respeito à questão energética. Diante disso, é salutar a definição de políticas que
levem em consideração o perfil energético de cada região brasileira e que incentivem o
uso do gás natural, principalmente no setor industrial da economia, visto que a demanda
por este combustível vem crescendo em todas as regiões brasileiras, que são notáveis as
vantagens apresentadas por este combustível e que os consumidores se mostram muito

112
pouco sensíveis a oscilações no preço do gás natural, conforme observado em todos os
modelos analisados.
Para incentivar o uso do gás natural, a sua maior inserção na matriz energética brasileira
e a diminuição da dependência de fontes energéticas externas, é fundamental o aumento
dos investimentos nos sistemas de transporte do combustível (gasodutos e
compressores) e um planejamento, de longo prazo, da demanda por gás natural em
níveis regional e federal.
Finalmente, como sugestões para futuras pesquisas, podem ser listados os seguintes
pontos:
 Expansão da análise não só por regiões brasileiras como também por setores da
economia: energético, industrial, transportes, comercial e agropecuário;
 Extensão da análise a fontes renováveis de energia (eletricidade, carvão, lenha,
produtos da cana-de-açúcar), dada a importância dessas fontes na matriz energética
brasileira, para o cálculo da elasticidade cruzada entre esses combustíveis;
 Aperfeiçoamento da metodologia utilizada, como por exemplo, utilização do
método de cointegração para dados em painel, para os modelos desagregados por
regiões geográficas.

113
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VARIAN, HAL R. Microeconomia: Princípios Básicos. 6a edição. Rio de Janeiro:


Elsevier. 2003.

117
Anexo A

Contribuição Percentual e Monetária do Setor de Petróleo ao PIB (1980-2003)

Preço (2003) % do
Ano
R$ valor real (mil) PIB
1980 37.424.830 3,86
1981 41.322.407 4,46
1982 34.666.901 3,71
1983 40.918.547 4,51
1984 38.465.646 4,02
1985 50.644.270 4,91
1986 49.032.381 4,42
1987 46.766.120 4,07
1988 52.330.649 4,56
1989 41.415.434 3,50
1990 43.358.457 3,83
1991 37.955.320 3,32
1992 45.771.726 4,02
1993 52.569.297 4,40
1994 44.027.581 3,48
1995 36.592.846 2,78
1996 34.513.912 2,55
1997 34.301.165 2,46
1998 38.538.472 2,76
1999 53.786.718 3,82
2000 69.990.484 4,76
2001 79.344.243 5,33
2002 92.379.533 6,08
2003 104.716.211 6,91
Fonte: IBGE, 2004 e Petrobras, 1997.

118
Anexo B

Detalhes do Cálculo da Elasticidade:

A função de demanda (2), como mencionado no capítulo 4.2, é a seguinte:


6

 Piti e 7t e 8t Z t 9 et


0 2 
Vit  e
i 1

X dY
Sabe-se que a elasticidade é dada por:   . . Sendo assim, tem-se que:
Y dX

A elasticidade preço do combustível i é:

 1 
Pi dVi Pi 0 1 1 2 9  Pi e 0 1 Pi 1 Pj 2    Z 9 e 
1  .  1   e 1 Pi Pj    Z e   

Vi dPi Vi e 0 Pi 1 Pj 2    Z 9 e 
1 1
Pi 1 Pi 1 Pi  1

 1
 1
 1
Pi Pi

A elasticidade preço-cruzada entre os combustíveis i e j é:

  1
Pj dVi Pj 0 1  2 1 9  Pj e 0 Pi 1  2 Pj 2    Z 9 e 
2  .   2   e Pi  2 Pj  Z e   

Vi dPj Vi e 0 Pi 1 Pj 2    Z 9 e 

 2 1
Pj  2 Pj  2 Pj  2

 2
 2
 2
Pj Pj

E a elasticidade renda é:

 
Z dVi Z 0 1  2 9 1  Ze 0 Pi 1 Pj 2     9 Z 9 1e 
9  .   9   e Pi Pj     9 Z e   

Vi dZ Vi e 0 Pi 1 Pj 2    Z 9 e 

Z 9 Z 9 1  9 Z 9
   9
Z 9 Z 9

119
Anexo C

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Brasil

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Gasolina
Variáveis

Constante 7.311 11.77 13.29 10.70 9.827 9.673 12.50 13.45 13.45
(1.402) (1.535) (1.514) (0.360) (0.455) (0.455) (0.589) (0.741) (0.796)
t 0.016 -0.010 -0.003 0.004 0.003 0.004
(0.004) (0.009) (0.001) (0.004) (0.002) (0.005)
t2 4.15E-04 -9.59E-05 -1.18E-06
(1.41E-04) (5.64E-05) (7.39E-05)
Pr_Gás Natural -0.004 -0.021 -0.071
(0.101) (0.094) (0.097)
Pr_Diesel -0.208 -0.430 0.920 0.201 0.212 -0.018 -0.110 -0.157 -0.161
(0.353) (0.301) (0.536) (0.168) (0.156) (0.204) (0.148) (0.146) (0.282)
Pr_Gasolina 1.762 0.084 -1.608 -0.353 -0.130 0.266 0.366 0.009 0.014
(0.782) (0.756) (0.906) (0.230) (0.228) (0.323) (0.328) (0.365) (0.476)
Pr_Álcool -0.737 -0.395 -0.441 0.005 -0.020 -0.042 -0.135 -0.062 -0.062
(0.271) (0.241) (0.224) (0.078) (0.073) (0.073) (0.114) (0.116) (0.118)
Pr_Óleo Combustível -0.075 -0.079 -0.068
(0.056) (0.052) (0.052)
Pr_GLP -0.173 1.98E-04 -0.175
(0.200) (0.196) (0.218)
Produção Industrial 0.940 0.152 0.063 0.985 1.120 1.110 0.377 0.209 0.210
(0.297) (0.304) (0.284) (0.078) (0.087) (0.085) (0.125) (0.147) (0.149)
R2 Ajustado 0.451 0.609 0.664 0.811 0.836 0.842 0.207 0.253 0.237
Estatística Durbin-Watson 0.582 0.981 1.128 1.961 2.221 2.266 1.995 2.349 2.350

120
Anexo C

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Brasil (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 10.92 10.40 10.16 9.905 11.36 12.49 13.07 10.94 10.22
(0.430) (0.543) (0.556) (0.654) (0.775) (0.546) (0.672) (0.714) (0.644)
t -0.002 -0.007 0.005 0.031 -0.008 -0.024
(0.001) (0.004) (0.002) (0.004) (0.002) (0.004)
t2 6.97E-05 -3.28E-04 2.09E-04
(4.45E-05) (4.37E-05) (5.15E-05)
Pr_Gás Natural -0.162 -0.196 -0.123 0.536 0.633 0.290 -0.334 -0.475 -0.256
(0.123) (0.123) (0.130) (0.187) (0.176) (0.128) (0.192) (0.162) (0.150)
Pr_Diesel -0.148 -0.037 -0.049 0.173 -0.137 -0.083 -0.225 0.226 0.192
(0.132) (0.149) (0.146) (0.200) (0.212) (0.144) (0.206) (0.195) (0.170)
Pr_Óleo Combustível 0.030 0.015 0.025 0.018 0.062 0.010 0.074 0.011 0.044
(0.066) (0.066) (0.065) (0.100) (0.094) (0.064) (0.103) (0.086) (0.075)
Pr_GLP 0.167 0.293 0.457 0.274 -0.075 -0.847 -0.666 -0.156 0.337
(0.249) (0.259) (0.276) (0.379) (0.370) (0.271) (0.390) (0.341) (0.319)
Produção Industrial 0.559 0.645 0.702 0.897 0.660 0.388 0.064 0.410 0.584
(0.093) (0.107) (0.111) (0.141) (0.152) (0.110) (0.145) (0.140) (0.129)
R2 Ajustado 0.495 0.509 0.524 0.906 0.920 0.963 0.814 0.872 0.904
Estatística Durbin-Watson 2.203 2.165 2.336 0.917 0.966 1.869 1.527 1.771 2.002

121
Anexo D

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Centro-Oeste

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Gasolina
Variáveis

Constante 9.468 9.130 9.133 5.605 5.358 6.025 8.706 9.890 9.889
(1.505) (1.785) (1.684) (1.391) (1.367) (1.284) (0.577) (0.603) (0.591)
t -0.002 -0.029 -0.005 0.011 0.005 0.012
(0.004) (0.011) (0.003) (0.006) (0.001) (0.004)
t2 3.95E-04 -2.45E-04 -9.02E-05
(1.50E-04) (8.35E-05) (5.28E-05)
Pr_Gás Natural -0.033 -0.060 -0.037
(0.043) (0.045) (0.042)
Pr_Diesel -1.254 -1.274 0.036 0.150 0.391 -0.232 0.321 0.389 0.090
(0.635) (0.643) (0.785) (0.418) (0.431) (0.451) (0.243) (0.217) (0.276)
Pr_Gasolina 3.055 3.260 2.263 -2.048 -1.432 -0.577 -0.522 -1.238 -1.010
(1.254) (1.387) (1.363) (0.711) (0.776) (0.775) (0.481) (0.469) (0.479)
Pr_Álcool -1.129 -1.158 -1.407 0.246 0.127 0.197 0.031 0.134 0.191
(0.340) (0.353) (0.346) (0.192) (0.199) (0.185) (0.130) (0.119) (0.121)
Pr_Óleo Combustível 0.293 0.183 0.097
(0.141) (0.151) (0.143)
Pr_GLP 0.636 0.374 0.127
(0.291) (0.320) (0.308)
Produção Industrial -0.123 -0.072 0.067 1.395 1.542 1.453 0.785 0.604 0.573
(0.375) (0.405) (0.386) (0.204) (0.216) (0.202) (0.144) (0.137) (0.135)
R2 Ajustado 0.208 0.194 0.283 0.578 0.597 0.656 0.516 0.617 0.632
Estatística Durbin-Watson 1.261 1.273 1.274 1.147 1.258 1.386 1.902 2.280 2.505

122
Anexo D

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Centro-Oeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 9.854 9.872 9.405 -15.57 -14.62 -5.749 11.59 11.31 10.14
(0.648) (0.657) (0.707) (6.629) (6.497) (6.446) (1.741) (1.692) (1.826)
t 4.75E-04 -0.004 0.024 0.105 -0.007 -0.018
(0.001) (0.003) (0.013) (0.027) (0.003) (0.008)
t2 6.02E-05 -0.001 1.51E-04
(3.73E-05) (3.40E-04) (9.62E-05)
Pr_Gás Natural 0.021 0.024 0.018 -0.555 -0.381 -0.266 0.095 0.044 0.029
(0.022) (0.024) (0.024) (0.223) (0.238) (0.218) (0.058) (0.062) (0.062)
Pr_Diesel 0.041 -0.008 0.016 0.480 -2.027 -2.488 -0.677 0.053 0.114
(0.117) (0.183) (0.180) (1.194) (1.808) (1.643) (0.314) (0.471) (0.465)
Pr_Óleo Combustível -0.089 -0.081 -0.071 -0.703 -0.299 -0.480 0.315 0.198 0.222
(0.071) (0.076) (0.074) (0.730) (0.747) (0.679) (0.192) (0.195) (0.192)
Pr_GLP -0.104 -0.076 0.013 3.389 4.830 3.144 -0.580 -0.999 -0.776
(0.143) (0.165) (0.172) (1.465) (1.637) (1.564) (0.385) (0.426) (0.443)
Produção Industrial 0.371 0.350 0.393 2.851 1.745 0.912 0.254 0.576 0.687
(0.086) (0.106) (0.108) (0.878) (1.052) (0.984) (0.231) (0.274) (0.279)
R2 Ajustado 0.264 0.250 0.275 0.468 0.492 0.584 0.444 0.478 0.493
Estatística Durbin-Watson 2.170 2.228 2.346 0.674 0.666 0.792 1.206 1.302 1.325

123
Anexo E

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Nordeste

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Gasolina
Variáveis

Constante 6.543 9.936 9.496 11.51 11.69 11.94 10.47 11.88 11.88
(1.209) (1.267) (0.891) (1.251) (1.330) (1.323) (0.636) (0.719) (0.728)
t 0.014 -0.021 0.001 0.010 0.006 0.006
(0.003) (0.005) (0.002) (0.007) (0.002) (0.004)
t2 5.64E-04 1.52E-04 -2.79E-07
(7.95E-05) (1.02E-04) (6.49E-05)
Pr_Gás Natural 0.133 0.138 0.122
(0.128) (0.130) (0.129)
Pr_Diesel -0.818 -0.938 1.647 0.446 0.434 0.236 0.275 0.226 0.224
(0.544) (0.460) (0.487) (0.392) (0.397) (0.413) (0.286) (0.261) (0.398)
Pr_Gasolina 3.312 2.286 -0.734 0.001 -0.037 0.522 0.067 -0.358 -0.356
(0.807) (0.719) (0.660) (0.459) (0.472) (0.598) (0.425) (0.408) (0.539)
Pr_Álcool -1.212 -1.206 -1.408 -0.360 -0.362 -0.373 -0.284 -0.281 -0.281
(0.314) (0.266) (0.189) (0.146) (0.148) (0.146) (0.165) (0.151) (0.154)
Pr_Óleo Combustível -0.105 -0.108 -0.233
(0.120) (0.121) (0.146)
Pr_GLP -0.490 -0.493 -0.701
(0.238) (0.240) (0.275)
Produção Industrial 0.381 -0.250 0.237 0.710 0.678 0.671 0.431 0.169 0.169
(0.279) (0.274) (0.204) (0.151) (0.170) (0.168) (0.147) (0.155) (0.167)
R2 Ajustado 0.573 0.695 0.850 0.442 0.432 0.447 0.319 0.434 0.422
Estatística Durbin-Watson 0.596 0.775 1.262 1.160 1.158 1.220 1.554 1.868 1.868

124
Anexo E

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Nordeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 10.05 10.45 10.43 10.68 12.74 12.85 8.741 9.146 9.203
(0.908) (0.965) (0.968) (1.509) (1.381) (1.176) (3.315) (3.571) (3.589)
t 0.001 -0.002 0.007 0.027 0.001 0.012
(0.001) (0.004) (0.002) (0.005) (0.004) (0.015)
t2 5.26E-05 -3.09E-04 -1.62E-04
(5.86E-05) (7.12E-05) (2.17E-04)
Pr_Gás Natural 0.089 0.110 0.144 0.215 0.327 0.132 -0.173 -0.151 -0.253
(0.080) (0.081) (0.089) (0.132) (0.116) (0.109) (0.290) (0.301) (0.332)
Pr_Diesel 0.066 -0.023 -0.099 -0.649 -1.117 -0.670 0.559 0.467 0.701
(0.110) (0.133) (0.158) (0.182) (0.191) (0.192) (0.400) (0.493) (0.587)
Pr_Óleo Combustível -0.137 -0.140 -0.093 0.475 0.461 0.186 -0.285 -0.288 -0.432
(0.086) (0.085) (0.100) (0.142) (0.122) (0.122) (0.312) (0.315) (0.371)
Pr_GLP -0.284 -0.291 -0.224 0.364 0.328 -0.061 0.540 0.533 0.329
(0.176) (-0.176) (0.191) (0.293) (0.251) (0.232) (0.643) (0.650) (0.708)
Produção Industrial 0.678 0.603 0.583 0.183 -0.208 -0.090 -0.029 -0.106 -0.044
(0.099) (0.118) (0.120) (0.164) (0.168) (0.146) (0.361) (0.435) (0.445)
R2 Ajustado 0.520 0.524 0.522 0.719 0.793 0.850 0.032 0.014 0.004
Estatística Durbin-Watson 2.162 2.167 2.235 0.844 1.275 1.638 1.997 2.016 2.011

125
Anexo F

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Norte

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Gasolina
Variáveis

Constante 8.036 6.648 6.923 8.199 8.200 9.940 7.647 8.817


(1.127) (1.373) (1.327) (1.107) (1.119) (1.223) (0.597) (0.693)
t -0.005 -0.021 1.22E-04 0.016 0.005
(0.003) (0.008) (0.002) (0.006) (0.002)
t2 2.45E-04 -2.70E-04
(1.11E-04) (9.84E-05)
Pr_Gás Natural 0.044 0.043 -0.003
(0.032) (0.038) (0.039)
Pr_Diesel 0.063 0.037 1.065 0.781 0.773 0.745 0.412 0.434
(0.439) (0.431) (0.623) (0.440) (0.470) (0.440) (0.232) (0.217)
Pr_Gasolina 2.221 2.720 1.666 0.060 0.057 0.093 -0.189 -0.610
(0.695) (0.742) (0.859) (0.538) (0.548) (0.512) (0.368) (0.375)
Pr_Álcool -1.752 -1.707 -1.952 -0.637 -0.636 -0.372 -0.213 -0.250
(0.279) (0.275) (0.287) (0.167) (0.171) (0.186) (0.148) (0.139)
Pr_Óleo Combustível -0.126 -0.126 -0.108
(0.081) (0.082) (0.077)
Pr_GLP -0.239 -0.234 -0.894
(0.215) (0.241) (0.330)
Produção Industrial -0.113 0.126 0.224 1.097 1.092 1.117 0.825 0.623
(0.253) (0.285) (0.278) (0.150) (0.171) (0.160) (0.134) (0.144)
R2 Ajustado 0.488 0.507 0.544 0.782 0.778 0.806 0.675 0.716
Estatística Durbin-Watson 1.253 1.266 1.345 1.504 1.499 1.680 1.868 2.080

126
Anexo F

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Norte (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 9.929 9.934 9.466 9.304 9.409 14.10 10.88 10.94 6.907
(0.670) (0.677) (0.938) (2.012) (1.934) (2.501) (1.380) (1.342) (1.657)
t 0.001 -0.002 0.012 0.041 0.007 -0.019
(0.002) (0.004) (0.005) (0.012) (0.004) (0.008)
t2 5.17E-05 -0.001 4.46E-04
(7.13E-05) (1.90E-04) (1.26E-04)
Pr_Gás Natural -0.029 -0.033 -0.028 0.082 -0.004 -0.058 0.086 0.034 0.081
(0.024) (0.028) (0.029) (0.072) (0.080) (0.077) (0.050) (0.055) (0.051)
Pr_Diesel 0.063 0.022 -0.034 0.105 -0.756 -0.197 -0.092 -0.614 -1.095
(0.101) (0.169) (0.186) (0.302) (0.482) (0.497) (0.207) (0.335) (0.329)
Pr_Óleo Combustível 0.011 0.012 0.013 0.096 0.114 0.099 0.007 0.018 0.031
(0.062) (0.063) (0.063) (0.187) (0.180) (0.169) (0.128) (0.125) (0.112)
Pr_GLP -0.312 -0.284 -0.139 0.225 0.806 -0.640 0.245 0.598 1.844
(0.119) (0.151) (0.250) (0.357) (0.431) (0.668) (0.245) (0.299) (0.442)
Produção Industrial 0.392 0.370 0.379 0.038 -0.413 -0.499 -0.039 -0.314 -0.239
(0.105) (0.127) (0.128) (0.314) (0.363) (0.342) (0.215) (0.252) (0.227)
R2 Ajustado 0.285 0.271 0.264 0.270 0.326 0.407 0.072 0.123 0.296
Estatística Durbin-Watson 2.295 2.308 2.376 1.365 1.408 1.546 1.376 1.370 1.689

127
Anexo G

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sudeste

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Gasolina
Variáveis

Constante 7.601 10.53 10.53 9.258 8.728 8.290 12.21 12.70 12.77
(1.464) (1.421) (1.441) (0.800) (0.823) (0.851) (0.576) (0.643) (0.642)
t 0.015 0.014 -0.002 -0.007 0.003 -0.003
(0.003) (0.011) (0.001) (0.003) (0.002) (0.005)
t2 1.10E-05 8.07E-05 8.30E-05
(1.52E-04) (4.92E-05) (6.79E-05)
Pr_Gás Natural -0.002 -0.019 -0.023
(0.053) (0.052) (0.051)
Pr_Diesel -2.096 -2.246 -2.201 0.020 0.156 0.370 -0.130 -0.155 0.186
(0.544) (0.467) (0.783) (0.188) (0.196) (0.232) (0.214) (0.211) (0.349)
Pr_Gasolina 6.072 4.348 4.292 -0.435 -0.239 -0.607 0.060 -0.230 -0.646
(1.175) (1.081) (1.334) (0.307) (0.315) (0.382) (0.462) (0.489) (0.594)
Pr_Álcool -1.399 -1.012 -1.014 0.040 -0.010 -0.009 -0.004 0.061 0.049
(0.285) (0.259) (0.263) (0.073) (0.075) (0.074) (0.112) (0.117) (0.117)
Pr_Óleo Combustível 0.023 -0.033 -0.023
(0.052) (0.058) (0.058)
Pr_GLP 0.010 0.003 0.152
(0.178) (0.173) (0.193)
Produção Industrial 0.277 -0.174 -0.169 1.109 1.193 1.235 0.337 0.261 0.301
(0.358) (0.323) (0.335) (0.093) (0.100) (0.101) (0.141) (0.146) (0.149)
R2 Ajustado 0.607 0.712 0.706 0.813 0.824 0.830 0.102 0.130 0.139
Estatística Durbin-Watson 0.978 1.095 1.091 1.943 2.121 2.360 2.163 2.287 2.296

128
Anexo G

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sudeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 10.31 9.642 8.862 8.159 10.33 13.46 18.66 12.57 10.30
(0.864) (0.934) (1.054) (1.424) (1.392) (1.301) (2.296) (1.428) (1.503)
t -0.002 -0.007 0.007 0.025 -0.021 -0.033
(0.001) (0.003) (0.002) (0.004) (0.002) (0.004)
t2 6.37E-05 2.55E-04 1.85E-04
(4.18E-05) (5.16E-05) (5.97E-05)
Pr_Gás Natural 0.030 0.006 0.007 0.087 0.167 0.159 0.223 -0.001 0.004
(0.064) (0.065) (0.064) (0.106) (0.096) (0.079) (0.171) (0.099) (0.091)
Pr_Diesel -0.344 -0.126 -0.150 0.590 -0.124 -0.028 -0.855 1.142 1.073
(0.107) (0.166) (0.164) (0.176) (0.247) (0.203) (0.284) (0.253) (0.234)
Pr_Óleo Combustível 0.045 -0.015 -0.009 0.070 0.266 0.245 0.206 -0.343 -0.328
(0.065) (0.073) (0.072) (0.107) (0.108) (0.089) (0.172) (0.111) (0.102)
Pr_GLP 0.108 0.112 0.304 0.243 0.230 -0.541 -1.464 -1.426 -0.868
(0.206) (0.202) (0.236) (0.340) (0.301) (0.291) (0.548) (0.309) (0.337)
Produção Industrial 0.558 0.683 0.728 0.920 0.507 0.328 -0.156 1.000 1.130
(0.090) (0.115) (0.117) (0.148) (0.172) (0.145) (0.239) (0.176) (0.167)
R2 Ajustado 0.494 0.513 0.526 0.901 0.922 0.948 0.776 0.929 0.940
Estatística Durbin-Watson 2.176 2.192 2.373 1.366 1.412 1.850 0.799 1.337 1.392

129
Anexo H

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sul

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Gasolina
Variáveis

Constante 8.535 10.26 10.09 9.562 8.905 9.111 11.60 12.95 13.00
(1.142) (1.292) (1.327) (1.114) (1.319) (1.296) (0.718) (0.783) (0.807)
t 0.007 0.013 -0.002 0.009 0.005 0.004
(0.003) (0.010) (0.002) (0.006) (0.002) (0.006)
t2 -9.17E-05 -1.58E-04 2.69E-05
(1.41E-04) (9.08E-05) (8.59E-05)
Pr_Gás Natural 0.003 -0.021 0.008
(0.054) (0.059) (0.060)
Pr_Diesel 0.873 0.693 0.288 -0.269 -0.140 -0.572 0.486 0.346 0.465
(0.486) (0.468) (0.781) (0.364) (0.390) (0.455) (0.305) (0.284) (0.475)
Pr_Gasolina -0.370 -0.671 -0.210 -0.627 -0.591 0.147 -0.769 -1.004 -1.139
(0.971) (0.932) (1.176) (0.526) (0.528) (0.669) (0.610) (0.565) (0.715)
Pr_Álcool -0.686 -0.688 -0.658 0.200 0.200 0.212 0.109 0.107 0.099
(0.244) (0.233) (0.238) (0.133) (0.133) (0.130) (0.154) (0.141) (0.145)
Pr_Óleo Combustível 0.236 0.182 0.078
(0.106) (0.121) (0.132)
Pr_GLP 0.144 0.173 0.009
(0.274) (0.276) (0.286)
Produção Industrial 0.584 0.240 0.214 0.845 0.950 0.909 0.356 0.087 0.095
(0.266) (0.289) (0.293) (0.139) (0.179) (0.177) (0.167) (0.175) (0.178)
R2 Ajustado 0.466 0.516 0.510 0.460 0.459 0.482 0.201 0.327 0.314
Estatística Durbin-Watson 1.010 1.190 1.235 1.610 1.580 1.556 1.798 2.205 2.195

130
Anexo H

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sul (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 7.493 6.756 6.423 5.384 9.851 10.72 13.91 7.862 5.343
(0.912) (1.080) (1.174) (2.276) (2.467) (2.675) (1.999) (1.782) (1.685)
t -0.002 -0.005 0.013 0.021 -0.018 -0.039
(0.002) (0.004) (0.004) (0.009) (0.003) (0.006)
t2 4.07E-05 -1.06E-04 3.08E-04
(5.45E-05) (1.24E-04) (7.83E-05)
Pr_Gás Natural 0.106 0.078 0.069 -0.310 -0.139 -0.115 0.340 0.109 0.042
(0.047) (0.052) (0.054) (0.118) (0.119) (0.123) (0.104) (0.086) (0.077)
Pr_Diesel -0.320 -0.128 -0.169 1.138 -0.023 0.083 -0.820 0.752 0.443
(0.146) (0.211) (0.219) (0.365) (0.482) (0.499) (0.320) (0.348) (0.314)
Pr_Gasolina

Pr_Álcool

Pr_Óleo Combustível -0.002 -0.072 -0.031 -0.026 0.393 0.286 0.235 -0.332 -0.023
(0.089) (0.104) (0.118) (0.222) (0.238) (0.269) (0.195) (0.172) (0.170)
Pr_GLP 0.303 0.327 0.418 -0.673 -0.821 -1.057 -0.609 -0.409 0.274
(0.235) (0.235) (0.265) (0.587) (0.536) (0.604) (0.516) (0.387) (0.380)
Produção Industrial 0.805 0.932 0.949 1.605 0.836 0.791 -0.025 1.016 1.145
(0.108) (0.148) (0.150) (0.269) (0.337) (0.342) (0.237) (0.243) (0.215)
R2 Ajustado 0.538 0.544 0.539 0.792 0.828 0.827 0.674 0.818 0.861
Estatística Durbin-Watson 1.776 1.789 1.865 1.449 1.624 1.628 0.775 0.702 0.869

131
Anexo I

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Brasil

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool
Variáveis

Constante 8.077 11.86 11.78 7.723 12.38 12.18


(1.415) (1.339) (1.283) (1.207) (1.491) (1.398)
t 0.016 -0.002 0.015 0.003
(0.003) (0.009) (0.004) (0.005)
t2 0.0002 2.09E-04
(0.0001) (7.49E-05)
Pr_Álcool -0.308 -0.376 -0.649 -0.694 -0.326 -0.459
(0.201) (0.162) (0.195) (0.259) (0.238) (0.228)
Pr_Diesel 0.460 -0.408 0.157
(0.198) (0.228) (0.328)
Pr_Gasolina 1.374 -0.613 -0.364
(0.421) (0.583) (0.553)
Pr_Óleo Combustível

Pr_GLP

Produção Industrial 0.982 0.144 0.186 0.895 0.101 0.137


(0.308) (0.293) (0.281) (0.285) (0.305) (0.286)
R2 Ajustado 0.407 0.617 0.648 0.459 0.601 0.650
Estatística Durbin-Watson 0.596 0.993 0.916 0.567 0.965 1.041

132
Anexo I

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Brasil (continuação)

Variável Dependente
Vol_Gás Natural Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 10.04 11.07 11.41 9.956 11.21 12.35 14.53 10.42 11.15
(0.616) (0.663) (0.511) (0.651) (0.700) (0.497) (1.027) (0.763) (0.606)
t 0.005 0.025 0.005 0.031 -0.011 -0.023
(0.002) (0.004) (0.001) (0.004) (0.001) (0.002)
t2 -2.68E-04 -3.28E-04 2.22E-04
(4.49E-05) (4.27E-05) (3.86E-05)
Pr_Gás Natural 0.617 0.603 0.140 0.711 0.633 0.247
(0.150) (0.139) (0.132) (0.137) (0.127) (0.100)
Pr_Diesel 0.224 -0.033 -0.039
(0.133) (0.150) (0.115)
Pr_Álcool -0.263 0.136 -0.053
(0.128) (0.089) (0.076)
Pr_Óleo Combustível -0.250 -0.100 0.078
(0.101) (0.063) (0.058)
Pr_GLP 0.339 -0.190 -0.858
(0.302) (0.317) (0.232)
Produção Industrial 0.932 0.699 0.459 0.928 0.704 0.406 -0.298 0.630 0.513
(0.127) (0.140) (0.114) (0.132) (0.137) (0.101) (0.217) (0.165) (0.130)
R2 Ajustado 0.909 0.922 0.954 0.906 0.922 0.964 0.553 0.836 0.901
Estatística Durbin-Watson 0.915 0.922 1.510 0.958 0.919 1.836 0.745 1.188 1.885

133
Anexo I

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Brasil (continuação)

Variável Dependente
Vol_Óleo Combustível Vol_Óleo Combustível Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 13.59 11.56 10.61 14.54 10.20 10.79 12.46 11.21 10.97
(0.691) (0.734) (0.589) (0.836) (0.852) (0.673) (0.681) (0.568) (0.507)
t -0.008 -0.025 -0.013 -0.023 -0.007 -0.021
(0.002) (0.003) (0.002) (0.002) (0.001) (0.004)
t2 2.28E-04 2.08E-04 1.84E-04
(3.90E-05) (3.65E-05) (4.82E-05)
Pr_Gás Natural -0.823 -0.435 -0.102
(0.102) (0.103) (0.126)
Pr_Diesel -0.873 -0.251 0.143
(0.118) (0.168) (0.147)
Pr_Gasolina -0.907 0.334 0.049
(0.184) (0.218) (0.178)
Pr_Óleo Combustível 0.196 0.051 0.005 -0.062 -0.101 0.044 0.054 0.083 0.071
(0.093) (0.085) (0.066) (0.089) (0.063) (0.056) (0.072) (0.056) (0.050)
Produção Industrial -0.036 0.398 0.623 -0.167 0.641 0.580 -0.051 0.349 0.517
(0.149) (0.157) (0.128) (0.176) (0.169) (0.132) (0.142) (0.129) (0.123)
R2 Ajustado 0.770 0.835 0.902 0.674 0.836 0.900 0.789 0.874 0.901
Estatística Durbin-Watson 1.296 1.216 1.860 0.893 1.140 1.859 1.563 1.740 1.926

134
Anexo J

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel
Variáveis

Constante 8.976 9.676 10.40 8.080 6.238 6.315 7.859 6.301 6.465
(1.606) (1.909) (1.810) (0.893) (0.955) (0.833) (0.791) (0.925) (0.826)
t 0.002 -0.019 -0.008 0.013 -0.006 0.012
(0.003) (0.008) (0.002) (0.005) (0.002) (0.005)
t2 3.45E-04 -2.90E-04 -2.67E-04
(1.24E-04) (7.16E-05) (7.21E-05)
Pr_Álcool -0.500 -0.566 -0.816 -0.270 -0.216 0.106
(0.205) (0.228) (0.232) (0.139) (0.126) (0.136)
Pr_Diesel -0.071 0.302 -0.361 0.692 0.716 -0.312
(0.142) (0.165) (0.218) (0.321) (0.301) (0.386)
Pr_Gasolina -1.551 -1.048 0.118
(0.486) (0.489) (0.538)
Pr_Óleo Combustível 0.124 0.075 0.416
(0.155) (0.171) (0.202)
Pr_GLP

Produção Industrial 0.330 0.170 0.092 1.049 1.450 1.410 1.264 1.549 1.367
(0.337) (0.412) (0.387) (0.195) (0.208) (0.182) (0.171) (0.190) (0.176)
R2 Ajustado 0.132 0.123 0.228 0.468 0.569 0.672 0.525 0.583 0.669
Estatística Durbin-Watson 1.100 1.081 1.299 0.849 1.131 1.392 0.967 1.164 1.369

135
Anexo J

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_Diesel Vol_Gasolina Vol_Gás Natural
Variáveis

Constante 4.395 4.090 6.171 8.672 9.801 9.877 -2.206 -0.453 5.070
(1.313) (1.233) (1.203) (0.580) (0.615) (0.585) (4.067) (4.916) (4.491)
t -0.006 0.011 0.005 0.012 0.008 0.111
(0.002) (0.005) (0.001) (0.003) (0.012) (0.027)
t2 -2.49E-04 -1.01E-04 -0.001
(6.29E-05) (4.04E-05) (3.33E-04)
Pr_Álcool -0.048 0.034 0.184
(0.117) (0.108) (0.119)
Pr_Diesel -0.676 -0.175 -0.283 1.073 0.634 -1.517
(0.144) (0.221) (0.196) (0.345) (0.766) (0.851)
Pr_Gasolina 0.067 -0.501 -0.881
(0.180) (0.229) (0.265)
Pr_Gás Natural -0.651 -0.608 -0.371
(0.228) (0.239) (0.216)
Pr_GLP 0.840 0.517 0.106
(0.292) (0.296) (0.279)
Produção Industrial 1.263 1.555 1.371 0.730 0.545 0.561 2.390 2.021 0.781
(0.174) (0.193) (0.175) (0.139) (0.136) (0.129) (0.891) (1.064) (0.976)
R2 Ajustado 0.509 0.571 0.669 0.509 0.600 0.639 0.421 0.414 0.555
Estatística Durbin-Watson 0.965 1.172 1.372 1.927 2.230 2.528 0.673 0.658 0.802

136
Anexo J

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_Gás Natural Vol_Gás Natural Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante -11.23 -8.366 0.544 -2.360 0.791 2.372 13.24 11.33 10.05
(3.500) (5.850) (6.475) (4.350) (4.697) (4.037) (1.674) (1.641) (1.780)
t 0.004 0.066 0.015 0.104 -0.007 -0.018
(0.007) (0.024) (0.009) (0.022) (0.002) (0.007)
t2 -0.001 -0.001 1.57E-04
(3.54E-04) (3.04E-04) (9.34E-05)
Pr_Óleo Combustível 0.663 0.097 -0.908 0.011 0.239 0.276
(0.263) (0.433) (0.437) (0.120) (0.130) (0.129)
Pr_Gás Natural -0.581 -0.572 -0.523 -0.637 -0.562 -0.406
(0.216) (0.218) (0.207) (0.235) (0.235) (0.205)
Pr_GLP 2.653 2.254 0.266 -1.109 -0.997 -0.717
(0.665) (0.934) (1.160) (0.328) (0.302) (0.340)
Produção Industrial 2.509 2.163 1.554 2.540 1.785 1.228 0.190 0.565 0.664
(0.799) (0.984) (0.957) (0.933) (1.029) (0.890) (0.239) (0.247) (0.250)
R2 Ajustado 0.476 0.469 0.526 0.387 0.406 0.565 0.394 0.492 0.510
Estatística Durbin-Watson 0.681 0.686 0.775 0.654 0.633 0.780 1.133 1.326 1.346

137
Anexo K

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Nordeste

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool
Variáveis

Constante 6.426 10.61 9.413 6.825 10.17 9.471 5.934 10.08 10.70
(1.387) (1.360) (0.891) (1.210) (1.301) (0.984) (1.740) (1.367) (1.083)
t 0.017 -0.018 0.013 -0.008 0.021 -0.013
(0.003) (0.005) (0.003) (0.004) (0.003) (0.007)
t2 0.001 3.63E-04 4.88E-04
(6.10E-05) (5.82E-05) (8.77E-05)
Pr_Álcool -0.855 -0.983 -1.430 -1.309 -1.317 -1.250 0.011 -0.663 -0.879
(0.347) (0.279) (0.188) (0.312) (0.268) (0.202) (0.262) (0.209) (0.169)
Pr_Diesel 1.111 0.235 1.166
(0.313) (0.300) (0.224)
Pr_Gasolina 2.261 1.110 1.251
(0.410) (0.443) (0.334)
Pr_Óleo Combustível 0.212 -0.243 0.342
(0.170) (0.137) (0.151)
Produção Industrial 0.768 -0.149 0.169 0.437 -0.170 0.002 0.890 -0.068 -0.080
(0.301) (0.296) (0.195) (0.280) (0.279) (0.212) (0.366) (0.293) (0.231)
R2 Ajustado 0.438 0.638 0.849 0.562 0.675 0.817 0.317 0.656 0.786
Estatística Durbin-Watson 0.370 0.617 1.225 0.497 0.647 1.103 0.435 0.665 1.180

138
Anexo K

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Nordeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Gás Natural
Variáveis

Constante 10.24 10.40 9.903 10.48 12.60 11.97 10.88 11.05 10.68
(0.499) (0.553) (0.728) (0.825) (0.931) (0.650) (0.806) (0.847) (0.600)
t 0.001 -0.003 0.007 0.031 0.001 0.032
(0.001) (0.003) (0.002) (0.003) (0.002) (0.005)
t2 5.24E-05 -3.67E-04 -4.29E-04
(4.99E-05) (4.97E-05) (6.05E-05)
Pr_Gás Natural 0.398 0.503 0.068 0.205 0.208 -0.099
(0.113) (0.105) (0.094) (0.104) (0.104) (0.085)
Pr_Diesel -0.043 -0.095 -0.114 -0.014 -0.540 -0.452
(0.066) (0.100) (0.101) (0.120) (0.178) (0.124)
Pr_Gasolina

Pr_Óleo Combustível 0.171 0.121 -0.142


(0.079) (0.108) (0.085)
Pr_GLP -0.267 -0.255 -0.112
(0.117) (0.119) (0.181)
Produção Industrial 0.614 0.570 0.584 0.480 0.050 0.008 0.346 0.303 0.210
(0.087) (0.108) (0.109) (0.168) (0.190) (0.131) (0.171) (0.183) (0.130)
R2 Ajustado 0.492 0.487 0.488 0.604 0.685 0.849 0.638 0.635 0.818
Estatística Durbin-Watson 2.225 2.263 2.403 0.492 0.590 1.445 0.488 0.476 1.280

139
Anexo L

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Norte

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Diesel
Variáveis

Constante 7.986 6.616 6.361 6.646 8.019 8.026 7.123 7.828 7.865
(1.062) (1.309) (1.311) (1.421) (1.745) (1.749) (0.643) (0.760) (0.765)
t -0.005 -0.012 0.005 -0.001 0.003 0.006
(0.003) (0.006) (0.003) (0.008) (0.002) (0.004)
t2 1.03E-04 9.54E-05 -4.30E-05
(7.52E-05) (1.07E-04) (5.50E-05)
Pr_Álcool -1.740 -1.700 -1.716 -0.600 -0.826 -0.839 -0.447 -0.491 -0.438
(0.262) (0.258) (0.256) (0.208) (0.267) (0.268) (0.156) (0.156) (0.170)
Pr_Diesel 0.443 0.320 0.224
(0.133) (0.150) (0.194)
Pr_Gasolina 2.306 2.770 2.917
(0.366) (0.449) (0.458)
Pr_Óleo Combustível 0.301 0.254 0.316
(0.129) (0.132) (0.149)
Produção Industrial -0.113 0.127 0.175 0.456 0.160 0.175 1.166 1.015 1.001
(0.251) (0.282) (0.282) (0.298) (0.370) (0.371) (0.138) (0.163) (0.164)
R2 Ajustado 0.498 0.517 0.526 0.189 0.202 0.198 0.767 0.775 0.773
Estatística Durbin-Watson 1.254 1.268 1.319 1.010 1.015 1.110 1.178 1.177 1.183

140
Anexo L

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Norte (continuação)

Variável Dependente
Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GLP
Variáveis

Constante 6.326 6.778 6.891 6.852 6.921 10.23 9.525 9.842 9.461
(0.634) (0.797) (0.765) (0.847) (0.858) (1.093) (0.495) (0.586) (0.771)
t 0.002 0.011 0.002 0.020 0.001 -0.002
(0.002) (0.005) (0.002) (0.005) (0.001) (0.004)
t2 -1.47E-04 -3.44E-04 4.79E-05
(6.39E-05) (8.31E-05) (6.28E-05)
Pr_Álcool

Pr_Diesel -0.030 -0.029 -0.574 0.161 0.036 0.443


(0.256) (0.256) (0.341) (0.098) (0.207) (0.205)
Pr_Gasolina 0.199 0.020 0.711
(0.418) (0.460) (0.534)
Pr_Gás Natural -0.020 -0.035 -0.028
(0.022) (0.026) (0.028)
Pr_GLP -0.141 -0.063 -1.084 -0.219 -0.251 -0.157
(0.163) (0.200) (0.302) (0.073) (0.079) (0.146)
Produção Industrial 1.295 1.219 1.099 1.302 0.730 1.190 0.419 0.365 0.390
(0.142) (0.164) (0.166) (0.137) (0.170) (0.148) (0.097) (0.110) (0.115)
R2 Ajustado 0.730 0.729 0.751 0.733 0.730 0.797 0.299 0.300 0.294
Estatística Durbin-Watson 1.134 1.086 1.251 1.124 1.094 1.524 2.265 2.308 2.361

141
Anexo M

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel
Variáveis

Constante 8.320 11.05 10.98 9.304 8.863 8.866 9.331 8.890 8.931
(1.641) (1.708) (1.532) (0.360) (0.389) (0.391) (0.330) (0.385) (0.380)
t 0.014 -0.009 -0.002 -0.004 -0.002 -0.006
(0.004) (0.007) (0.001) (0.003) (0.001) (0.003)
t2 3.53E-04 2.83E-05 6.44E-05
(9.82E-05) (3.41E-05) (4.05E-05)
Pr_Álcool -0.827 -0.435 -0.857 -0.040 -0.050 -0.081
(0.274) (0.277) (0.275) (0.046) (0.044) (0.058)
Pr_Diesel -0.138 -0.011 0.053 0.014 0.079 0.351
(0.047) (0.069) (0.104) (0.112) (0.113) (0.204)
Pr_Gasolina 1.826 -0.037 1.017 -0.317 -0.254 -0.607
(0.461) (0.701) (0.693) (0.186) (0.183) (0.286)
Produção Industrial 0.594 0.201 0.130 1.053 1.150 1.152 1.083 1.173 1.210
(0.394) (0.378) (0.340) (0.079) (0.085) (0.086) (0.069) (0.080) (0.082)
R2 Ajustado 0.498 0.582 0.664 0.819 0.835 0.834 0.826 0.837 0.842
Estatística Durbin-Watson 0.576 0.679 0.831 1.828 2.122 2.178 1.897 2.126 2.279

142
Anexo M

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_Gás Natural Vol_Gás Natural Vol_Gás Natural
Variáveis

Constante 8.908 10.10 10.52 3.163 8.349 11.38 9.428 11.03 11.12
(0.670) (0.767) (0.654) (1.223) (1.333) (1.348) (0.799) (0.663) (0.561)
t 0.005 0.020 0.008 0.025 0.007 0.020
(0.002) (0.004) (0.001) (0.004) (0.001) (0.003)
t2 -2.15E-04 -2.49E-04 -2.02E-04
(4.71E-05) (5.83E-05) (4.44E-05)
Pr_Gás Natural 0.130 0.186 0.072 0.116 0.166 0.167 0.288 0.195 0.075
(0.088) (0.085) (0.076) (0.128) (0.101) (0.087) (0.092) (0.072) (0.066)
Pr_Diesel 0.743 0.419 0.271
(0.090) (0.146) (0.127)
Pr_Óleo Combustível 0.437 0.249 0.184
(0.071) (0.062) (0.055)
Pr_GLP 1.503 0.630 -0.070
(0.281) (0.270) (0.284)
Produção Industrial 0.928 0.682 0.534 1.143 0.621 0.421 0.940 0.521 0.434
(0.144) (0.163) (0.141) (0.170) (0.163) (0.148) (0.169) (0.146) (0.125)
R2 Ajustado 0.903 0.914 0.939 0.854 0.910 0.933 0.869 0.924 0.946
Estatística Durbin-Watson 1.299 1.245 1.669 1.223 1.242 1.331 1.164 1.349 1.918

143
Anexo M

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste (continuação)

Variável Dependente
Vol_Óleo Combustível Vol_Óleo Combustível Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 13.72 8.331 9.191 13.35 8.043 7.254 13.88 7.165 7.877
(1.569) (1.012) (0.904) (1.175) (1.040) (0.823) (1.314) (1.004) (0.933)
t -0.017 -0.032 -0.020 -0.040 -0.021 -0.031
(0.002) (0.004) (0.002) (0.004) (0.002) (0.004)
t2 2.57E-04 2.88E-04 1.99E-04
(6.27E-05) (5.04E-05) (5.83E-05)
Pr_Álcool -0.215 0.151 -0.046
(0.172) (0.102) (0.101)
Pr_Diesel -1.229 0.490 0.790
(0.238) (0.271) (0.218)
Pr_Gasolina -1.373 1.036 0.597
(0.372) (0.320) (0.317)
Pr_Óleo Combustível -0.577 -0.212 0.015 0.151 -0.368 -0.331 -0.147 -0.399 -0.179
(0.131) (0.081) (0.089) (0.179) (0.138) (0.108) (0.169) (0.100) (0.111)
Pr_GLP

Produção Industrial -0.304 0.960 0.830 -0.090 0.996 1.202 -0.108 1.069 1.016
(0.330) (0.219) (0.193) (0.249) (0.218) (0.173) (0.274) (0.195) (0.178)
R2 Ajustado 0.633 0.886 0.914 0.753 0.888 0.932 0.702 0.902 0.919
Estatística Durbin-Watson 0.515 0.760 1.035 0.734 0.680 1.109 0.654 0.772 0.973

144
Anexo N

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul

Variável Dependente
Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool
Variáveis

Constante 8.504 10.13 10.03 7.991 9.996 9.969 7.282 10.33 9.380
(1.130) (1.275) (1.280) (1.126) (1.296) (1.277) (1.256) (1.350) (1.371)
t 0.007 0.014 0.008 0.016 0.009 0.024
(0.003) (0.008) (0.003) (0.006) (0.002) (0.007)
t2 -1.07E-04 -1.33E-04 -2.49E-04
(1.11E-04) (8.44E-05) (1.14E-04)
Pr_Álcool -0.754 -0.808 -0.677 -0.896 -0.850 -0.669 -0.368 -0.684 -0.469
(0.167) (0.161) (0.211) (0.219) (0.208) (0.234) (0.140) (0.147) (0.173)
Pr_Diesel 0.699 0.390 0.161
(0.166) (0.204) (0.314)
Pr_Gasolina 1.268 0.570 0.187
(0.342) (0.414) (0.474)
Pr_Óleo Combustível 0.236 0.094 -0.178
(0.112) (0.105) (0.161)
Produção Industrial 0.547 0.188 0.199 0.512 0.152 0.189 0.855 0.161 0.299
(0.246) (0.278) (0.279) (0.268) (0.286) (0.283) (0.263) (0.291) (0.288)
R2 Ajustado 0.475 0.521 0.520 0.442 0.505 0.519 0.347 0.494 0.530
Estatística Durbin-Watson 1.005 1.165 1.239 0.995 1.151 1.254 1.069 1.215 1.263

145
Anexo N

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul (continuação)

Variável Dependente
Vol_GLP Vol_Gás Natural Vol_Gás Natural
Variáveis

Constante 9.947 7.767 6.842 3.267 5.632 5.976 3.615 6.335 6.348
(0.483) (0.941) (1.147) (1.226) (1.448) (1.530) (1.388) (1.311) (1.331)
t -0.003 -0.008 0.010 0.015 0.011 0.011
(0.001) (0.004) (0.004) (0.009) (0.002) (0.008)
t2 6.54E-05 -7.44E-05 -1.11E-05
(4.74E-05) (1.03E-04) (1.12E-04)
Pr_Gás Natural 0.084 0.048 0.035 -0.295 -0.154 -0.129 -0.318 -0.153 -0.150
(0.050) (0.049) (0.050) (0.116) (0.121) (0.126) (0.127) (0.113) (0.118)
Pr_Diesel 0.836 0.315 0.203
(0.099) (0.214) (0.264)
Pr_Óleo Combustível 0.623 0.232 0.221
(0.087) (0.112) (0.155)
Pr_GLP -0.377 0.007 0.210
(0.098) (0.172) (0.225)
Produção Industrial 0.742 0.941 1.002 1.599 1.111 1.035 1.625 0.994 0.989
(0.113) (0.130) (0.136) (0.264) (0.307) (0.326) (0.293) (0.282) (0.289)
R2 Ajustado 0.466 0.523 0.532 0.795 0.818 0.816 0.755 0.825 0.822
Estatística Durbin-Watson 1.313 1.560 1.697 1.432 1.489 1.492 1.260 1.544 1.542

146
Anexo N

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul (continuação)

Variável Dependente
Vol_Óleo Combustível Vol_Óleo Combustível Vol_Óleo Combustível
Variáveis

Constante 11.46 5.833 6.050 11.75 4.917 5.967 16.54 7.560 4.888
(1.237) (1.119) (0.959) (1.357) (1.048) (1.067) (1.971) (1.860) (1.629)
t -0.020 -0.038 -0.021 -0.033 -0.015 -0.041
(0.003) (0.005) (0.002) (0.005) (0.002) (0.006)
t2 2.91E-04 2.19E-04 3.57E-04
(6.70E-05) (8.35E-05) (7.29E-05)
Pr_Álcool

Pr_Diesel -1.123 0.751 0.595


(0.268) (0.305) (0.264)
Pr_Gasolina -1.038 1.250 0.683
(0.361) (0.312) (0.365)
Pr_Óleo Combustível 0.310 -0.374 -0.048 -0.054 -0.343 4.46E-04 -0.039 0.009 0.199
(0.214) (0.171) (0.165) (0.185) (0.112) (0.168) (0.154) (0.108) (0.097)
Pr_GLP -1.639 -0.035 0.573
(0.440) (0.380) (0.337)
Produção Industrial 0.009 1.138 1.169 0.006 1.195 1.108 -0.002 0.847 1.063
(0.262) (0.231) (0.198) (0.282) (0.203) (0.195) (0.269) (0.222) (0.189)
R2 Ajustado 0.601 0.814 0.864 0.537 0.843 0.860 0.578 0.792 0.858
Estatística Durbin-Watson 0.554 0.639 0.859 0.485 0.842 0.882 0.636 0.553 0.864

147

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