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Primeira aula
- questão de Kant x questão de Hegel:
Bacon
A validação de pretensões cognitivas exige algum tipo de experiência:
[[noûs (= nóesis) / aísthesis (acesso direto)] x diánoia (acesso discursivo)]
Kant
Filosofia crítica => estabelecer os limites do nosso conhecimento.
O que se pode conhecer (do real)? => conhecimento: Intuição + Conceito (2 tipos de
representação qualitativamente distintos (X Leibniz; Hegel))
Hegel
O que é o real? [por quem é feita?]
O que é aquilo de que se diz “é” no sentido pregnante? => Essa é a pergunta que as
ciências filosóficas vão responder (cf. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em
Linhas Gerais)
- respostas [por quem são dadas?]: figuras do real (modos de expressão do real, não
(apenas) de como o real se manifesta separadamente do modo como ele é)
- respostas se mostram sucessivamente insuficientes (não erradas) e são reformadas (não
deixadas de lado [Aufhebung] => a insatisfação já traz o momento subsequente)
Aufheben = não jogar fora
- vai-se dizendo progressivamente o que é o real (vão sendo apresentadas figuras do
real) => a figura mais correta é a que se chega no final; todas as outras são também
parcialmente verdadeiras e necessárias para que se chegue ao ponto final
- as reformulações consistem em um progressivo ganho em determinação do seguinte
modo:
1ª universal abstrato (P) (em si) (all-gemein = comum a todos) => ser
2ª particular concreto (S) (para si)
3ª universal concreto (S é P) => 1ª universal abstrato
2ª particular
3ª universal concreto => 1ª universal abstrato => 2ª
etc...
- os estágios (as figuras) não estão coordenadas numa cadeia crescente de determinação,
mas antes há diferentes níveis => o tipo de movimento é sempre o mesmo, mas, sempre,
após o terceiro estágio de um movimento, muda-se o nível
- esse percurso é necessário => no final, chega-se a resposta
- se o que é no sentido pregnante é o espírito e, no âmbito do espírito, o espírito
absoluto e, no âmbito do espirito absoluto, o que faz filosofia => o real no sentido
pregnante = o próprio espírito filosófico => é o próprio real que realiza a investigação,
que se pensa
- nós (homens) somos apenas instrumentos do real, instrumentos, é verdade, necessários
ciências filosóficas => desenvolvidas pelo próprio real => o real se pensa => portanto:
real = espírito
- se esse pensamento que reflete sobre o real é o próprio real, não há um real separado
do pensamento => as várias figuras do percurso são modos como o real se exprime e
também se compreende
- respostas: real é o ser, a essência, o conceito; espaço e tempo; matéria, movimento;
alma, a consciência, a razão; o estado; o espírito,...
- o espírito pensa a si mesmo => filosofia da identidade => mas é apenas no final do
percurso que se sabe que o espírito é real => filosofia da identidade => o espírito tem a
função de conhecer a si mesmo (de colocar a questão e de respondê-la): o espírito (o
real) coloca a questão sobre o que é o real e resposte essa questão.
Percurso do Espírito:
1 espírito subjetivo => pensamento
2 espírito objetivo => vontade livre
Vontade -> ações
Espírito <-> esferas direito abstrato / moralidade / eticidade
1. Direito abstrato
1.1. vontade livre / imediata/ abstrata || universal abstrato indeterminação do objeto
1.2. particularidade – fins / objetos
1.3. singularidade [Einzelheit] excludente
2. Moralidade
2.1.
2.3.
3. Eticidade
3.1. família
3.2. sociedade civil
3.3. estado
Estrutura da ciência da lógica:
1º universal separado: “homem” | | pessoa (em si) | segundo Kant: conceito
2º particular / concreto: “João é homem” (para si) | K: conceito aplicado
3º universal concreto / singular: “eu ponho joão como sendo homem” | | auto-
consciência (em si e para si) | K: percepção de que eu faço esse movimento
#16 2ª ed. Crítica da Razão Pura: “o ‘eu penso’ tem de poder acompanhar todas...”
Parágrafo 35
Quando Hegel falar de sujeito na primeira seção, ele estará falando de pessoa.
1º vontade que se sabe, mas sem que o conteúdo determinado: “querer” | formal
2º querer algo determinado | determinação
3º eu quero esse algo determinado | Eu quero
§35
1. A vontade livre é universal [Allgemeinheit], formal, consciente de si, mas desprovida
de conteúdo para si em sua singularidade [Einzelheit] – o sujeito é pessoa [das Subjekt
ist insofern Person]. Na personalidade sou finito e determinado segundo o ser-aí
exterior imediato [unmittelbarem äußerlichen Dasein], e nesta pura relação a mim
conheço-me enquanto o infinito, o universal e o livre.
A autoconciência de si [Selbstwußtsein von sich] é a de um Eu completamente abstrato.
Toda vigência e estreiteza concretas são negadas e inválidas. – Na personalidade está o
saber de si como objeto [Gegenstand] – objeto elevado pelo pensamento à infinitude
simples e puramente idêntico consigo. Indivíduos e povos, enquanto ainda não
alcançaram o pensamento e saber puro de si, não têm personalidade.
O espírito tem a si como objeto e fim enquanto Eu abstrato, isto é, enquanto Eu livre, e
então é pessoa.
§36
1.
O direito abstrato, formal, isto é, a capacidade jurídica em seu conceito e em sua base
abstrata, está na personalidade. O imperativo jurídico é: sê uma pessoa e respeita os
outros enquanto pessoas.
1ª A propriedade (§41-§53)