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ADÉLIA PRADO
DORA RIBEIRO
ANA MARTINS MARQUES
JOSÉ PAULO PAES
ONDJAKI
MARCELO MONTENEGRO
Artefato nipônico
A borboleta pousada
ou é Deus
ou é nada.
Ex-voto
Que ex-voto levo à Aparecida se não tenho doença e só lhe peço a cura?
Minha amiga devota se tornou budista. Torço para que se desiluda e volte a rezar comigo as
orações católicas.
igreja de mulheres
No altar
Nada
No vaticano
Nada
Na cama uma reza miudinha
Embaraçada em lençóis
De pura carne e belos homens
t. s. eliot e Hawking
o passado do universo
para nós é o presente
sobre o qual nada sabemos
hora da cigarra
hora da rosa
hora do lagarto
hora da hera
e acima
as estrelas
pedras
atrasadas
acesas
à noite
à distância
__
Brilha no jardim
o silêncio das plantas
brilham as pedras
redondas
BARCOS DE PAPEL
POEMAS DE ONDJAKI
chão
apetece-me des-ser-me;
reatribuir-me a átomo.
cuspir castanhos grãos
mas gargantadentro;
isto seja: engolir-me para mim
poucochinho a cada vez.
um por mais um: areios.
assim esculpir-me a barro
e resser chão. muito chão.
apetece-me chãonhe-ser-me.
um só olhar
pode ser uma voz não dita.
para acumular dores
o mais das vezes
bastou um desamor.
sei: a solidão
ecoa de modo muito silencioso.
sei: muita silenciosidade
pode reciprocar
verdadeiros corpos num amor.
um só silêncio
pode ser nossa voz não dita
ainda nunca dita.
para ecoar um silêncio
bastou gritarmo-nos para cá dentro
num gritar aprofundo.
já silenciar um eco
é missão para uma toda vida:
exige repensação da própria existência.
POEMAS DE JOSÉ PAULO PAES
O Aluno
Literatura comparada