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a análise geossistêmica está associada aos sistemas territoriais naturais que se distinguem no
contexto geográfico, constituídos de componentes naturais inter condicionados e
inter-relacionados no tempo e no espaço, como parte de um todo, que possui sua estrutura
influenciada pelos fatores social e econômico.
Abro um parênteses para a escola soviética, para poder entender essa mistura da
geografia nova e a geografia velha ao meu olhar em Bertrand, em que a soviética é muito
restrita ao campo físico-geográfico no tratamento da natureza, é uma escola naturalista e utiliza
diversos métodos de abordagem paisagística na organização do espaço.
Bertrand trabalha com o conceito russo de geossistema e incorpora a dimensão da ação
antrópica, tendo uma dinâmica que resulta da interação entre o potencial ecológico, a
exploração biológica e a ação antrópica.
Entrando no Geossistema, ele vem muito além de uma ferramenta de trabalho, e foi
meio que a primeira expressão dessa insatisfação quanto aos métodos e análises pautados
com essa fragmentação e setorização da realidade. Assim, em 68 ele propõe essa
classificação em 6 níveis têmporo-espaciais decrescentes: zona, domínio, região, (que são as
unidades superiores) e geossistema, geofácies e geótopo, que são unidades progressivamente
inferiores.
Assim, ele introduziu a teoria sistêmica em suas pesquisas para estudar a paisagem
não apenas sob um único ponto de vista: natural ou social. O objetivo foi apreender a relação
homem-meio na ótica da paisagem produzida entre a natureza e a sociedade. Esse método
sistêmico é base para a pesquisa ambiental na geografia e sua relação entre sociedade e
natureza.
Enfim, Bertrand foi se modificando e amadurecendo teoricamente durante os anos.
Inicialmente, temos o homem como principal organizador do geossistema. Mais a frente, ele
desenvolve, em 97, o sistema GTP (geossistema, território e paisagem) que são três vias
interdependentes. Nesse sistema os aspectos subjetivos, simbólico e dimensão histórica são
compreendidos pela ótica da paisagem. Numa perspectiva dialética entre as leis físicas e
sociais. Para ele a paisagem é uma leitura sociocultural do geossistema. Vejo assim, como a
fusão para geografia crítica.
O sistema GTP possibilita fornecer caráter cultural à paisagem, enquanto que o
território configura a entrada que permite analisar as repercussões da organização e
dos funcionamentos sociais e econômicos sobre o espaço considerado e, o
geossistema é um conceito territorial, uma unidade espacial bem delimitada e
analisada a uma dada escala, é um conceito naturalista que põe em evidência a
interação entre seus três componentes: biótico, abiótico, antrópico.
O GTP emerge a partir de uma necessidade de mudança na ciência geográfica,
buscando entender os fenômenos entre natureza e sociedade de maneira integrada, onde
geossistema, território e paisagem aparecem com significados e valores diferenciados, porém
coexistentes e conferindo dinâmica àquilo que chamamos de espaço geográfico. Há uma
pequena fusão da geografia sistêmica com a geografia crítica ao tocar nos tópicos de análise
social e espacial.
TERRITÓRIO: Dentro de uma paisagem, se tem um território, o qual permite a análise de seu
funcionamento social, econômico e de espaço. Ou seja, é um conceito social e com dimensão
naturalista, com a visão socioeconômica.
3) 1. A proposta de delimitação de Bertrand (1971) referente a escala de análise, tem
como objetivo apresentar uma tipologia dinâmica da paisagem que represente a
hierarquia de seus elementos classificando em unidades superiores (zona, domínio e
região) e unidades inferiores (geossistema, geofácies e geótopo). Caracterize cada
uma dessas unidades, a partir do que sintetizaram Bertrand e Bertrand (2008) na
Tabela 1?
Zona remete ao conceito de algo que se distribui entre zonas, zonalidades planetárias, as quais
definidas por clima e biomas. O relevo e o clima fazem uma combinação a qual resulta em um
domínio, em que se individualiza uma porção da região natural, apresentando características
morfológicas e climáticas diferentes das predominantes na zona.
Os dados, potencial ecológicos e a exploração biológica do espaço definem um geossistema.
Dentro desse geossistema, duas unidades se formam, sendo as geofácies um setor
fisionomicamente homogêneo e os geótopos uma menor unidade geográfica homogênea
perceptível dentro do terreno.