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A violência, dentro de um relacionamento amoroso, tem a capacidade de deixar cicatrizes

profundas, desde traumas, fobias, baixa autoestima, à transtornos depressivos, de ansiedade, e etc.
A violência contra as mulheres, no Brasil, pode ser medida pelo alto índice de feminicídios,
crime que se compreende como o assassinato de uma mulher, pelo simples fato de ela ser mulher.
Sendo esses crimes cometidos por homens, com motivações de perda de controle sobre as mulheres,
ou ódio sobre elas. Esse alto índice de violência, nos elucida como até hoje, existe um tipo de
dominação masculina fortemente cravada na cultura brasileira.
Existem tipos diferentes de violência, sendo elas: violência física, psicológica, sexual,
matrimonial, e moral. Especificamente a Violência Psicológica, é bastante recorrente, ainda mais do
que a violência física, sendo ela a primeira agressão que, normalmente, se apresenta nas relações
afetivas. Essa violência, que se apresenta de forma simbólica, tem como objetivo a desmoralização
da mulher. Não há agressão física contra a vítima, mas o seu agressor investe um tipo de coação de
forma tão ou mais cruel, com o objetivo de impor superioridade, ou poder por via psicológica ou
moral.
Por ser uma violência “não vista” por terceiros, as vítimas costumam negar o acontecimento,
inclusive, por estarmos inseridos em uma sociedade desenhada pelo modelo família patriarcal
brasileira, a mulher se pergunta se realmente seu parceiro seria capaz de agredi-la, tentando por
todas as vias possíveis, encontrar respostas viáveis, e menos dolorosas, do que a verdade. A vítima,
que sofre violência simbólica, muita das vezes, se martiriza pelos ocorridos, se culpando pelas
atitudes que fizeram seu parceiro “perder a cabeça”, justificando assim, os maus tratos sofridos,
sejam eles a diminuição da sua autoestima, da sua capacidade intelectual, julgamentos sobre a sua
vestimenta, sobre seus amigos e etc.
O famoso dito popular “Se você não faz terapia, seu ex aparece no corpo do atual”, é um
exemplo da profundidade da marca que uma agressão pode deixar, podendo, por exemplo, gerar
ataques de pânico em situações que as lembrem da violência já sofrida anteriormente.
Contudo, cada dia mais, mulheres tem buscado apoio e ajuda psicológica para lidar com
esses acontecimentos. Buscar esse tipo de ajuda, não é sinônimo de fraqueza, é demonstração de
força, de entender que algo não está bem e você precisa de ajuda para compreender esses impasses e
angústias.
Cabe ao psicólogo não diminuir a dor da paciente, e ajudá-la a reconhecer e compreender
que, sim, ela foi vítima de violência psicológica. Quando o psicólogo reconhece a agressão
psicológica sofrida, junto a sua paciente, acontece uma forma de acolhimento, acolhimento este que
é de suma importância, quando uma sociedade fora dos consultórios, provavelmente, a chamou de
“histérica” ou exagerada.

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