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PORTUGUÊS

Literatura
Parnasianismo

Prof.ª Isabel Vega


Parnasianismo
► PARNASIANISMO: final do século XIX (Só ocorreu na França e
no Brasil)

I) Contexto histórico: fortalecimento das ideias abolicionistas e


republicanas / cientificismo / positivismo / determinismo
II) Palavras-chave: impessoalidade/ objetividade/ culto da forma

III) Temas: vasos, estátuas, astros, mitologia greco-romana


IV) Tipo de texto: descritivo

V) Autores: Alberto de Oliveira / Olavo Bilac / Raimundo Correa


Parnasianismo
VI) Características:

a) Volta aos valores greco-romanos

b) Preciosismo vocabular

c) Respeito às regras de versificação (métrica e rimas)

d) Culto do belo – “A arte pela arte”

e) Sensualidade (descrição da mulher)

f) Distanciamento das questões sociais


Parnasianismo
Ex.1: “Vaso grego”, de Alberto de Oliveira

Esta, de áureos relevos, trabalhada


De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia


Então e, ora repleta, ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Parnasianismo
(cont.)
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira


Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

* Anacreonte (563 a.c. – 478 a.c.) → Poeta lírico grego, nascido


em Teos, na Grécia; dizem que foi o inventor das canções de
amor.
Parnasianismo
Ex.2: “Via Láctea”, XIII, de Olavo Bilac.

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo


Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto


A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Parnasianismo
(cont.)
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!


Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

OBS.: Olavo Bilac participou da campanha nacionalista da


República no início do século XX → Hino à bandeira
Parnasianismo
Ex.3: Língua Portuguesa, de Olavo Bilac.

Última flor do Lácio, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,


Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Parnasianismo
(cont.)

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

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