V) Autores: Alberto de Oliveira / Olavo Bilac / Raimundo Correa
Parnasianismo VI) Características:
a) Volta aos valores greco-romanos
b) Preciosismo vocabular
c) Respeito às regras de versificação (métrica e rimas)
d) Culto do belo – “A arte pela arte”
e) Sensualidade (descrição da mulher)
f) Distanciamento das questões sociais
Parnasianismo Ex.1: “Vaso grego”, de Alberto de Oliveira
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta, ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia Toda de roxas pétalas colmada. Parnasianismo (cont.) Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
* Anacreonte (563 a.c. – 478 a.c.) → Poeta lírico grego, nascido
em Teos, na Grécia; dizem que foi o inventor das canções de amor. Parnasianismo Ex.2: “Via Láctea”, XIII, de Olavo Bilac.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Parnasianismo (cont.) Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."
OBS.: Olavo Bilac participou da campanha nacionalista da
República no início do século XX → Hino à bandeira Parnasianismo Ex.3: Língua Portuguesa, de Olavo Bilac.
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Parnasianismo (cont.)
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!