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DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO

PROFESSOR PEDRO SLOBODA


AULA 01

Professor Pedro Sloboda


BLOG JUS GENTIUM
Direito Internacional IRBR
professorpedrosloboda@gmail.com
REVISÃO
Aula 01
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Revisão – Aula 01
• Fundamentos do DIP; Fontes de DIP; Relação
entre DIP e direito interno. Direito dos
tratados.
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Negadores do Direito Internacional


NEGADORES PRÁTICOS NEGADORES TEÓRICOS
• Negavam a EXISTÊNCIA do • Reconheciam a existência do
Direito Internacional. DIP, mas negavam-lhe
NATUREZA JURÍDICA. O DIP,
• O DIP se reduziria a meras assim, não seria Direito.
relações de força, porque • As normas do DIP não seriam
não existe um sistema verdadeiras normas jurídicas,
coercitivo semelhante ao mas apenas regras morais ou
de CORTESIA, porque não
estatal. contavam com sanção.
• Adolf Lasson e Ludwig • John Austin e Júlio Binder
Gumplowics
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Fundamentos do Direito Internacional

Teorias Voluntaristas Teorias Objetivistas


• Teoria da autolimitação do • Teoria do direito natural
Estado. Jellinek (jusnaturalismo).

• Teoria da vontade coletiva • Teoria da norma-base (pacta


sunt servanda). Hans Kelsen
Heinrich Triepel.
• Teoria sociológica. Duguit e
• Teoria da delegação do Georges Scelle. Direito é
Direito Interno. Max Wenzel produto do meio social.
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Fontes de DIP: Definição


• Mello - “As fontes do DIP constituem os modos pelos
quais o Direito se manifesta, isto é, as maneiras pelas
quais surge a norma jurídica.”
• Rezek – “arrolamento das formas de expressão do DIP.”
• Accioly – “São documentos ou pronunciamentos de
que emanam direitos e deveres das pessoas
internacionais, configurando os modos formais de
constatação do direito internacional.”
• Mazzuoli – “São as fontes que determinam a
elaboração de certa norma jurídica.”
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Fontes de DIP
• Fontes formais • Fontes materiais

• “os modos pelos quais o • dizem respeito ao


Direito se manifesta, isto conjunto de fatores
é, as maneiras pelas quais sociológicos, políticos,
surge a norma jurídica.” econômicos, ecológicos,
Mello. psicológicos e culturais
que condiciona a
formalização das fontes
de Direito.
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Fontes tradicionais
• Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de
Justiça:
• Tratados

• Costumes

• Princípios Gerais de Direito


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Tratados Internacionais
• “Tratado é todo acordo formal concluído entre
sujeitos de direito internacional, e destinado a
produzir efeitos jurídicos.” Rezek.
• “Acordo formal” = acordo POR ESCRITO (art. 2 CVDT,
1969). Tratados devem ter certa solenidade, certa
publicidade (art. 102 Carta da ONU). Deve haver
animus contrahendi.
• “entre sujeitos de DIP” – que tenham capacidade para
tal (direito de convenção)
• “destinado a produzir efeitos jurídicos”: meras
declarações ou acordos de cavalheiros não são
tratados.
• Fundado no pacta sunt servanda.
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Costume internacional
• b) o costume internacional, como prova de
uma prática geral aceita como sendo o direito;

• É obrigatório por força do princípio


consuetudo est servanda.
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Costume internacional
• Elemento objetivo • Elemento subjetivo
(material) (psicológico)
• “prática geral” • “aceita como sendo o
• Prática reiterada pelos direito”
Estados. • Convicção de que a
prática é exigida pelo
Direito
• Opinio iuris (opinio iuris
sive necessitatis)
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Elemento material do costume


• TEMPO: não existe um tempo específico de
prática.
• Uniformidade da prática
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Elemento material do costume


• Maioria ponderada
• Não é preciso haver unanimidade, a generalidade costuma
bastar
• Para a formação de um costume, a prática dos Estados
afetados pelo tema é mais importante.
• EX: Direito do mar – prática de Estados costeiros é mais
relevante.
• Uso ou ameaça de uso de armas nucleares – Parecer
consultivo CIJ, 1996. Apesar da virtual unanimidade, a
oposição dos países nuclearmente armados obstou a
formação do costume.
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Abstenção de um Estado
• Se um Estado silencia perante a formação de
um costume, considera-se que ele consente
de maneira tácita com a formação da norma.
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Negador (objetor) persistente:


• Se o Estado, contudo, manifesta-se, reiteradamente,
contra a formação do costume, confere-se-lhe o direito
de não participar da norma costumeira.
• CIJ: Caso Pescarias (Reino Unido vs Noruega), 1951.
• Reino Unido alegava que a Noruega, ao delimitar seu
mar territorial, estava violando a norma costumeira
que estabeleceria um mar territorial de 10 milhas.
• A CIJ entendeu que essa norma não existia. Mas,
mesmo que existisse...
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Negador (objetor) persistente:


• “In any event, the ten-mile rule would appear
to be inapplicable as against Norway inasmuch
as she has always opposed any attempt to
apply it to the Norwegian coast.”
• ICJ Reports. Fisheries, §131.
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Negador (objetor) persistente:

• Objeta durante a GESTAÇÃO do costume, não


após o seu nascimento.
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Costume internacional
• É, via de regra, geral, vale dizer, UNIVERSAL.
• Exceções:
• 1. Negador (objetor persistente). Estado que
protesta reiteradamente contra a prática não
está obrigado pelo costume.
• 2. Costume particular (regional ou bilateral)
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Costume particular
• Costume regional • Costume bilateral
• Caso Haya de la Torre, • Caso Direito de
CIJ, 1951. Asilo Passagem por Território
diplomático na América Indiano, 1955. CIJ
Latina. Dissidente reconheceu a Portugal o
político peruano que se direito de passagem a
asilou na embaixada da seus enclaves na Índia.
Colômbia em Lima.
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Costume particular
1. Exige-se que todas as partes envolvidas
manifestem aceitação positiva. O
consentimento não se presume pela mera
ausência de protestos.
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Surgimento do Costume
• Se o costume só existe quando uma prática é
considerada obrigatória pelo DIP, como surgirá
um costume se, anteriormente à sua formação, a
prática não era obrigatória?
• Pode-se dizer que o costume surge de um erro
dos Estados.
• Em algum momento, alguém crê que a prática é
obrigatória, reunindo, assim, os dois elementos
necessários para a formação do costume.
• É um caso de communis error facit jus (um erro
compartilhado produz normas)
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Costume e novo Estado


• Estado recém-criado é parte nos costumes
internacionais gerais em vigor quando de sua
independência política.
• “When a state comes into being after the
establishment of a rule of CIL, the majority
view is that it is unable to take advantage of
the persistent objector doctrine.”
• Andrew T. Guzman
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Princípios Gerais de Direito


• c) os princípios gerais de direito, reconhecidos
pelas nações civilizadas;
• Evitar o non liquet (“não está claro”).
• A CIJ nunca decidiu um caso exclusivamente
com base nos princípios gerais de direito.
Quando a Corte faz uso deles, o faz apenas
para reforçar a aplicação de um tratado ou de
um costume.
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Princípios Gerais de Direito


• Ex de PGD decorrente do direito interno: pacta sunt
servanda; boa-fé; proporcionalidade; direito adquirido
– território conquistado pela força quando a força era
modo legítimo de aquisição de território;
• Princípios processuais (onde o direito interno é rico,
diferentemente do DIP): princípio de que o ônus da
prova cabe a quem alega; princípio da litispendência
(uma mesma questão não pode ser apreciada por mais
de um tribunal); da coisa julgada; in dubio pro reu.
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Princípios
Princípios Gerais DE Direito Princípios Gerais DO Direito
• Princípios de Direito interno • PRINCÍPIOS DE DIP
adotados pela maioria dos • NÃO CONSTITUEM FONTES DE
DIP!
Estados. • Podem constituir normas por
• Ex: devido processo legal; meio de outras fontes, como
contraditório; ampla defesa. tratados, costumes ou mesmo
princípios gerais DE direito.
• O valor jurídico que é • Ex: autodeterminação do povos;
levado para a esfera não intervenção em assuntos
internos; igualdade jurídica entre
internacional. Ex: valor do os Estados (advêm de tratados,
direito adquirido, não a de costumes e de princípios
norma de direito interno gerais DE direito)
em si.
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Art. 38: Meios auxiliares


• Também chamados de fontes auxiliares ou
subsidiárias.
• d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as
decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais
qualificados das diferentes nações, como meio
auxiliar para a determinação das regras de
direito.
• Chamados por alguns autores de ”fontes
auxiliares” ou ”fontes subsidiárias”.
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Equidade
• 2. A presente disposição não prejudicará a
faculdade da Corte de decidir uma questão ex
aequo et bono, se as partes com isto
concordarem.”
• Não são princípios jurídicos, são princípios de
justiça.
• DEVE HAVER CONSENTIMENTO DAS PARTES.
• Até hoje, a CIJ nunca julgou um caso
exclusivamente com base na equidade.
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Novas fontes de DIP


• Desde a confecção do Estatuto da CIJ, outras
duas fontes passaram a ser reconhecidas pela
jurisprudência internacional:
• Atos unilaterais dos Estados
• Decisões de organizações internacionais
• Essas novas fontes (extra-estatutárias) ,
contudo, devem respeitar alguns requisitos.
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Atos unilaterais dos Estados


• Nem todo ato unilateral é fonte de DIP
• Para que o seja, deve:
• 1. Ser público
• 2. Ser acompanhado da vontade do Estado em
se obrigar pelo ato
• Observados esses requisitos, o ato unilateral gera
direitos e obrigações, por força dos princípios
acta sunt servanda e estoppel.
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Decisões de Organizações
Internacionais
• Nem toda decisão de OI é fonte de DIP
• Para que o seja, deve estar prevista no Tratado
Constitutivo da organização
• Não necessariamente levam o nome de
“decisão”.
• Ex: Resoluções do CSNU (Art. 25 da Carta)
• Decisões do CMC, Resoluções do GMC e
Diretrizes da CCM (Protocolo de Ouro Preto)
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Soft law
• “Soft law is not law”. Malcolm Shaw
• O soft law não possui caráter jurídico
vinculante.
• Natureza programática.
• Ex: Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948); Agenda 21 (1992);
Declaração de princípios (1992); Resoluções
da Assembleia Geral da ONU.
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Jus cogens
• Na década de 1960, países socialistas e países em
desenvolvimento começaram a reivindicar maior
importância para algumas normas internacionais.
• Normas relativas à ordem pública internacional.
• O países desenvolvidos concordaram com o
pleito, desde que coubesse a um órgão judicial a
determinação de quais normas seriam
consideradas peremptórias.
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NORMAS de jus cogens


• Art. 53 da CVDT de 1969:
• “uma norma imperativa de Direito Internacional
geral é uma norma aceita e reconhecida pela
comunidade internacional dos Estados como um
todo, como norma da qual nenhuma derrogação
é permitida e que só pode ser modificada por
norma ulterior de Direito Internacional geral da
mesma natureza.”
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Jus cogens
• Exemplos:
• Proibição da agressão (caso Nicarágua)
• Proibição da escravidão e do tráfico de escravos
• Proibição da tortura (caso obrigação de extraditar ou de
julgar)
• Proibição da pirataria
• Proibição do “apartheid” e da Discriminação Racial
• Princípio da autodeterminação dos povos (CDI)
• Princípio dos fundamentos de DIP Humanitário (v.g.,
proibição de crimes de guerra) (caso imunidades
jurisdicionais dos Estados)
• Proibição do genocídio (Caso atividades militares no
território do Congo)
• Proibição de crimes contra a humanidade
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Hierarquia de normas no Direito


Internacional

Jus cogens

Carta da ONU
e res. CSNU

Demais normas
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Normas de Proibição
Proibição da
jus cogens da agressão
agressão

Normas Os Estados têm a


decorrentes obrigação de
da entregar o Omar al
Carta da ONU
Carta da Bashir ao TPI. RES.
ONU CSNU
(Art.103)
Imunidade “Ficam aprovadas as
Os Estados têm Direito Dever
de orientações para a
direito a um mar à decorrente
Normas jurisdição eliminação da dupla
territorial de até ampla de
dos Estados cobrança da TEC”.
12 milhas defesa promessa.
DEC CMC.

TRATADOS COSTUMES PGD ATOS UN. DECISÕES DE OIs


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DIP e Direito Interno


Dualismo Monismo
• DIP e direito interno seriam duas • Direito é uno.
ordens jurídicas completamente
distintas • Hans Kelsen; Verdross;
• Seriam como dois rios que jamais Duiguit.
se cruzam.
• DIP teria de ser transformado em
Direito Interno
• Não haveria antinomias entre
normas internas e internacionais
• Heinrich Triepel; Anziloti
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Dualismo jurídico
Direito interno DIP
• Sujeito: indivíduo • Sujeito: Estado
• Fonte: Estado • Fonte: vontade coletiva dos
• Estrutura de subordinação Estados
• Estrutura de coordenação
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Monismo jurídico
Com prevalência do direito Com prevalência do DIP
interno
• Jellinek – autolimitação do • Hans Kelsen – teoria da
Estado norma-base: a norma
fundamental (grundnorm)
• Max Wenzel – validade dos
seria uma norma costumeira
tratados decorreria das internacional, o pacta sunt
constituições dos Estados servanda. Mesmo as
• Direito interno prevaleceria constituições estatais
sobre o DIP em caso de fundamenta-se nessa norma.
antinomia. • Verdross; Duguit.
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Tratados - processo de elaboração e de


internalização
Atos
internacio Negocia
Adoção Autenticação Assinatura Ratificação
nais: ção

Aprovação Promulgação Publica


Atos parlamentar ção
internos: (DOU)
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Hierarquia de tratados para o DIP


• PARA O DIP, tratados são hierarquicamente superiores
a leis internas.
• Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de
1969:
• “Artigo 27
• Direito Interno e Observância de Tratados
• Uma parte não pode invocar as disposições de seu
direito interno para justificar o inadimplemento de um
tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46.”
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• Tratados, via de regra, equivalem,
hierarquicamente, a lei ordinária federal.
• RE 80.004/1977
• Os tribunais interno recorrerão às regras de
solução de antinomias:
• 1. Regra da especialidade: lex specialis derrogat
legis generali
• 2. Regra da temporalidade: lex posteriori derrogat
legis anteriori
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• Tratado posterior pode revogar lei anterior, mas
• Lei posterior apenas suspende a validade de
tratado anterior. No plano internacional, o
TRATADO CONTINUA VALENDO PARA O BRASIL,
QUE PODE SER RESPONSABILIZADO POR SEU
DESCUMPRIMENTO.
• O juiz interno, contudo, não aplicará o tratado.
• Se a lei posterior for revogada, o tratado volta a
ser aplicado no Direito Interno.
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS
• CF, Art. 5º § 3º “Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.”
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• Demais tratados de Direitos Humanos
• Tratados de Direitos Humanos que não forem
aprovados mediante o procedimento previsto
no §3º do art. 5º da CF são
• SUPRALEGAIS, mas infraconstitucionais.
• RE: 466.343, de 2008.
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• CF Art. 5º LXVII:
• “Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel.”
• Convenção Americana sobre Direitos Humanos, por
outro lado estabelece, no inciso VII de seu artigo 7°
que:
• “Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio
não limita os mandados de autoridade judiciária
competente expedidos em virtude de inadimplemento
de obrigação alimentar.”
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• Prevalece a constituição, mas toda a legislação
infraconstitucional que regulamentava a
prisão do depositário infiel foi revogada.
• Código Civil: “Art. 652. Seja o depósito
voluntário ou necessário, o depositário que
não o restituir quando exigido será compelido
a fazê-lo mediante prisão não excedente a um
ano, e ressarcir os prejuízos.”
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• STF, Súmula vinculante 25:
• “É ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito”
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Constituição
– Tratados de
DH (CF art.
5º §3º)
Controle de convencionalidade
CADH – Caso Almonacid Vs Chile
Tratados de DH (2006)

LEI
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Hierarquia dos tratados no


ordenamento jurídico brasileiro
• Código Tributário Nacional (1966):
• “Art. 98. Os tratados e as convenções
internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha”
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Tratados em matéria tributária


• Interpretação tradicional do STF e do STJ: apenas
prevalecem os tratados-contrato.
• Ex: STJ Resp. 196560 – RJ
• Por essa interpretação, os tratados em matéria
tributária não são supralegais e prevalecerão sobre lei
posterior apenas quando forem específicos.
• Tratados-lei: grande número de partes; normas gerais e
abstratas. Finalidade comum dos pactuantes (Ex: CVDT,
1969).
• Tratados-contrato: vontades divergentes das partes;
interesses específicos; concessões mútuas. (Ex:
Tratados comerciais)
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Tratados em matéria tributária


• Atualmente, existe uma tendência a se
reconhecer a hierarquia supralegal dos tratados
internacionais em matéria tributária.
• STJ: Resp. 1161467/RS; Resp. 228324/RS; Resp.
209526/RS.
• STF: RE 460320/PR – Ministro Relator Gilmar
Mendes votou no sentido da supralegalidade
desses tratados. Informativo 638.
• Julgamento ainda inconcluso!
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Hierarquia de normas
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Perspectiva internacional Perspectiva interna

Constituição
– Tratados
de DH (CF
Jus cogens
art. 5º §3º)

Carta da Tratados de DH
ONU e res. Tratados em
matéria
CSNU tributária

Demais normas LEI


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Direito dos tratados


• Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados
de 1969
• Artigo 1
• Âmbito da Presente Convenção
• A presente Convenção aplica-se aos tratados entre Estados.

• Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados


entre Estados e Organizações Internacionais ou
entre Organizações Internacionais, de 1986.
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Tratado internacional
• Artigo 2
• Expressões Empregadas
• 1. Para os fins da presente Convenção:
• a)“tratado” significa um acordo internacional
concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um
instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua
denominação específica;
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Direito dos Tratados


Acordos de cavalheiros
Tratados (gentlemen´s agreement)
• Entre sujeitos de DIP • Entre estadistas
• Fundado no DIP (pacta sunt • Fundado na honra pessoal
servanda) • Ex: Carta do Atlântico
(1941) entre Roosevelt e
Churchill.
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Tratados
• “qualquer que seja sua denominação
específica”
• Tratado de Assunção; Estatuto de Roma; Carta
da ONU; Pacto Internacional sobre Direitos
Civis Políticos; Convenção de Viena; Protocolo
de Ouro Preto; Constituição da OIT; Código de
Bustamante, entre outros.
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CVDT/69 - Expressões empregadas


• Art. 2(1) e)“Estado negociador” significa um Estado que
participou na elaboração e na adoção do texto do tratado;
• f)“Estado contratante” significa um Estado que consentiu
em se obrigar pelo tratado, tenha ou não o tratado entrado
em vigor;
• g)“parte” significa um Estado que consentiu em se obrigar
pelo tratado e em relação ao qual este esteja em vigor;
• h)“terceiro Estado” significa um Estado que não é parte no
tratado;
• i)“organização internacional” significa uma organização
intergovernamental.
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Meios de manifestação de
consentimento
• “Artigo 11
• Meios de Manifestar Consentimento em Obrigar-
se por um Tratado
• O consentimento de um Estado em obrigar-se por
um tratado pode manifestar-se pela assinatura,
troca dos instrumentos constitutivos do tratado,
ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, ou
por quaisquer outros meios, se assim acordado.”
• CONSENTIMENTO DEFINITIVO.
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Reservas
• Art. 2(1) d)“reserva” significa uma declaração
unilateral, qualquer que seja a sua redação ou
denominação, feita por um Estado ao assinar,
ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele
aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o
efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse Estado;”
• Por meio de uma reserva, o Estado se desobriga
de alguns artigos do tratado.
• Só ocorrem em acordos multilaterais.
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Reservas
• Estados A, B e C • Se o Estado A apõe
assinam um tratado reservas aos artigos 4 e
com os artigos: 5, o tratado, para A,
• 1. (...) será:
• 2. (...) • 1. (...)
• 3. (...) • 2. (...)
• 4. (...) • 3. (...)
• 5. (...)
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Reservas
• CVDT Art. 19: “Um Estado pode, ao assinar, ratificar,
aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular
uma reserva, a não ser que:
• a)a reserva seja proibida pelo tratado;
• b)o tratado disponha que só possam ser formuladas
determinadas reservas, entre as quais não figure a
reserva em questão; ou
• c)nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva
seja incompatível com o objeto e a finalidade do
tratado.”
• Caso o tratado seja omisso quanto à possibilidade ou
impossibilidade de aposição de reservas, estas PODEM
ser feitas, desde que compatíveis com o objeto e a
finalidade do tratado.
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Reservas
• Um tratado pode proibir reservas
• Ex: Estatuto de Roma, art. 120: “Não são admitidas reservas
a este Estatuto.”
• Um tratado pode permitir apenas algumas reservas.
• Ex: Protocolo Facultativo II ao Pacto Internacional sobre
Direitos Civis e Políticos contra a Pena de Morte Art. 2 (1):
“Não é admitida qualquer reserva ao presente Protocolo,
exceto a reserva formulada no momento da ratificação ou
adesão que preveja a aplicação da pena de morte em
tempo de guerra em virtude de condenação por infração
penal de natureza militar de gravidade extrema cometida
em tempo de guerra. O Brasil formulou essa reserva.”
• Não podem ser apostas reservas a normas de jus cogens.
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Aceitação de Reservas e Objeções às Reservas

• “Artigo 20
• 1. Uma reserva expressamente autorizada por
um tratado não requer qualquer aceitação
posterior pelos outros Estados contratantes, a
não ser que o tratado assim disponha.
• 3. Quando o tratado é um ato constitutivo de
uma organização internacional, a reserva exige a
aceitação do órgão competente da organização, a
não ser que o tratado disponha diversamente.”
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Aceitação de Reservas e Objeções às Reservas

• Aceitação de reserva pode ser:


• Expressa ou
• Tácita: CVDT, Art. 20 (5): “Para os fins dos parágrafos 2 e 4, e a
não ser que o tratado disponha diversamente, uma reserva é
tida como aceita por um Estado se este não formulou objeção
à reserva quer no decurso do prazo de doze meses que se
seguir à data em que recebeu a notificação, quer na data em
que manifestou o seu consentimento em obrigar-se pelo
tratado, se esta for posterior.”
• Alguns Estados podem objetar expressamente a reserva.
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Parecer consultivo da CIJ (de 1951) sobre reservas à


Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de
Genocídio (de 1948)
• 1. Em 1950, a AGNU perguntou à CIJ se um
Estado poderia ser considerado parte em um
tratado quando houve objeções a reservas por
ele formuladas.
• 2. Em caso de resposta afirmativa, quais
seriam os efeitos jurídicos das reservas nas
relações entre o Estado que as formulou e (i)
os Estados que as objetaram; (ii) os Estados
que a aceitaram?
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Parecer consultivo da CIJ (de 1951) sobre reservas à


Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de
Genocídio (de 1948)
• Respostas:
• 1. O Estado que formulou as reservas (aceitas por
uns e objetadas por outros) pode ser parte na
Convenção se as reservas forem compatíveis com
o objeto e a finalidade do tratado.
• 2. Um Estado objetor pode considerar que o
Estado que formulou a reserva não é parte no
tratado, se entender que a reserva é incompatível
com o objeto e finalidade do tratado.
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Aceitação de Reservas e Objeções às


Reservas
• Art. 20 (4). Nos casos não previstos nos parágrafos
precedentes e a menos que o tratado disponha de outra
forma:
• b)a objeção feita a uma reserva por outro Estado
contratante não impede que o tratado entre em vigor
entre o Estado que formulou a objeção e o Estado autor
da reserva, a não ser que uma intenção contrária tenha
sido expressamente manifestada pelo Estado que formulou
a objeção;
• c)um ato que manifestar o consentimento de um Estado
em obrigar-se por um tratado e que contiver uma reserva
produzirá efeito logo que pelo menos outro Estado
contratante aceitar a reserva.
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Reservas
• PELA CVDT:
• Reserva expressamente permitida: é permitida
• Reserva expressamente proibida: é proibida
• Se apenas algumas reservas são expressamente
permitidas, as demais são proibidas.
• Tratado omisso: cabe às partes aceitar ou objetar.
• Se pelo menos um Estado-parte aceitar, a
reserva produzirá efeitos (o artigo reservado não
vinculará o Estado que formulou a reserva).
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Efeitos Jurídicos das Reservas e das Objeções às


Reservas
• Artigo 21
• 1. Uma reserva estabelecida em relação a outra parte, de
conformidade com os artigos 19, 20 e 23:
• a)modifica para o autor da reserva, em suas relações com a
outra parte, as disposições do tratado sobre as quais incide a
reserva, na medida prevista por esta; e
• b)modifica essas disposições, na mesma medida, quanto a essa
outra parte, em suas relações com o Estado autor da reserva.
• 2. A reserva não modifica as disposições do tratado quanto às
demais partes no tratado em suas relações inter se.
• 3. Quando um Estado que formulou objeção a uma reserva não
se opôs à entrada em vigor do tratado entre ele próprio e o
Estado autor da reserva, as disposições a que se refere a
reserva não se aplicam entre os dois Estados, na medida
prevista pela reserva.
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Efeitos Jurídicos das Reservas e das


Objeções às Reservas
• Tratado entre A, B, C, D e E Artigos aplicados nas relações
com os artigos 1, 2, 3, 4 e 5. entre A e B: 1, 2 e 3
• A apõe reserva aos artigos 4 Artigos aplicados nas relações
e 5. entre A e C: 1, 2 e 3
• B aceita expressamente as Artigos aplicados nas relações
reservas entre A e D: 1, 2 e 3
• C silencia por 12 meses Artigos aplicados nas relações
• D objeta a reserva entre A e E: nenhum. O
• E objeta a reserva e se opõe tratado não entra em vigor.
à entrada em vigor com a Artigos aplicados nas relações
reserva formulada. entre B, C, D e E: 1, 2, 3, 4 e 5.
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Reservas
• CVDT “Artigo 22
• Retirada de Reservas e de Objeções às Reservas
• 1. A não ser que o tratado disponha de outra
forma, uma reserva pode ser retirada a qualquer
momento, sem que o consentimento do Estado
que a aceitou seja necessário para sua retirada.
• 2. A não ser que o tratado disponha de outra
forma, uma objeção a uma reserva pode ser
retirada a qualquer momento.”
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Reservas
• CVDT “Artigo 23
• Processo Relativo às Reservas
• 1. A reserva, a aceitação expressa de uma reserva e a objeção a
uma reserva devem ser formuladas por escrito e comunicadas aos
Estados contratantes e aos outros Estados que tenham o direito de
se tornar partes no tratado.
• 2. Uma reserva formulada quando da assinatura do tratado sob
reserva de ratificação, aceitação ou aprovação, deve ser
formalmente CONFIRMADA pelo Estado que a formulou no
momento em que manifestar o seu consentimento em obrigar-se
pelo tratado. Nesse caso, a reserva considerar-se-á feita na data de
sua confirmação.
• 3. Uma aceitação expressa de uma reserva, ou objeção a uma
reserva, feita antes da confirmação da reserva não requer
confirmação.
• 4. A retirada de uma reserva ou de uma objeção a uma reserva
deve ser formulada por escrito.”
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Reservas
• No final de 2013, a CDI publicou seu relatório
sobre reservas. O documento, aprovado pela
Assembleia Geral da ONU, consiste em
atualização e complementação dos escassos
artigos presentes na Convenção de Viena.
• Como determinar se uma reserva é
compatível com o objeto e finalidade do
tratado?
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Como determinar se uma reserva é compatível


com o objeto e finalidade do tratado?
Duas escolas de pensamento

• Exame SUBJETIVO. • Exame OBJETIVO.


• Competiria aos Estados que • Reserva objetivamente
participam do tratado a inválida não poderia ser
avaliação quanto à validada pela vontade dos
compatibilidade de uma Estados-parte.
reserva com os objeto e • Popular entre os
finalidades do tratado. especialistas em DH, que
defendem que o Estado é
obrigado a participar do
tratado sem se beneficiar
da reserva.
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Como determinar se uma reserva é compatível


com o objeto e finalidade do tratado?

• Relatório da CDI (2013):


• Posição intermediária
• A invalidade de uma reserva é verificada de modo
OBJETIVO.
• A aceitação ou objeção dos Estados em relação a uma
reserva somente é possível em relação às reservas
VÁLIDAS, que não contrariam o objeto e a finalidade do
tratado.
• As objeções às reservas são importantes para o seu
caráter probatório.
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Quem é competente para verificar se


uma reserva é objetivamente válida ?
• Depende do tratado.
• Reservas a tratados que criam organizações internacional serão
avaliados pelo órgão competente da organização.
• Reservas a tratados de Direitos Humanos que criam órgão de
monitoramento serão analisadas por esse órgão.
• Os órgãos agirão dentro de suas competências. A análise de órgão
decisório vincula. Se o órgão de monitoramento, diferentemente,
não tiver poder decisório, sua recomendação será de grande valor
probatório, mas não será vinculante.
• Ex: O Comitê de DH, no seu Comentário Geral 24, afirmou que
reserva formulada pelos EUA ao PIDCP era objetivamente inválida.
O órgão só faz recomendações, contudo. Os EUA continuam se
beneficiando da reserva.
• Se não houver órgão competente criado pelo tratado, a averiguação
OBJETIVA da validade da reserva será feita pelos Estados. Havendo
discordância, haverá uma controvérsia, que deve ser solucionada
pacificamente.
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Reservas
• Se a reserva for inválida, o Estado formulador
pode optar:
• 1. Por fazer parte do tratado sem a reserva;
• 2. Por não fazer parte do tratado.
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Momentos nos quais uma reserva


pode ser formulada
• CVDT: “reserva significa uma declaração unilateral,
qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita
por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um
tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir (...)”
• Relatório da Comissão de Direito Internacional sobre
reservas, 2013.
• “2.3Late formulation of reservations
• A State or an international organization may not
formulate a reservation to a treaty after expressing its
consent to be bound by the treaty, unless the treaty
otherwise provides or none of the other contracting
States and contracting organizations opposes the late
formulation of the reservation.”
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Reservas
• Reserva ≠ Declaração interpretativa
• Declaração interpretativa: Estado está vinculado pelo
artigo, mas deixa claro a interpretação que adota.
• Ex: Ao depositar a Carta de Adesão à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José
da Costa Rica), em 1992, o Governo brasileiro fez a
seguinte declaração interpretativa sobre os artigos 43 e
48, alínea "d":
• "O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e 48,
alínea "d", não incluem o direito automático de visitas
e inspeções "in loco" da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência
expressa do Estado".
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Interpretação de tratados
• Artigo 31
• Regra Geral de Interpretação
• 1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido
comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de
seu objetivo e finalidade.
• 2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto
compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos.
• 3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto:
• a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação
do tratado ou à aplicação de suas disposições;
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Interpretação de tratados
• Artigo 32
• Meios Suplementares de Interpretação
• Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretação,
inclusive aos trabalhos preparatórios do tratado e às
circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o
sentido resultante da aplicação do artigo 31 ou de
determinar o sentido quando a interpretação, de
conformidade com o artigo 31:
• a)deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou
• b)conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou
desarrazoado.
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Interpretação de tratados
• Prova Diplomacia 2003:
• O artigo 33 (1) do tratado constitutivo da Organização das
Nações Unidas (ONU) assim dispõe: “As partes em uma
controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a
uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação,
arbitragem, solução judicial, recursos a entidades ou acordos
regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha”
(ênfase acrescida). A expressão sublinhada é a versão oficial
(português) feita pelo governo brasileiro da Carta da ONU
[algumas versões autênticas da mesma expressão foram assim
lavradas: inglês (“first of all”); francês (“avant tout”); espanhol
(“ante todo”)]. Tendo em vista a proscrição da guerra como
forma lícita de condução das relações internacionais, como
interpretar a expressão?
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Interpretação de tratados
• Versão oficial ≠ versão autêntica
• Tratado é AUTENTICADO em uma ou mais línguas.
Tratados celebrados sob a égide da ONU são
publicados nas 6 línguas oficiais da organização
(inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo).
• Governo brasileiro, ao publicar, no DOU, um tratado
que não foi autenticado em português, o faz em
língua portuguesa. Essa versão do tratado é OFICIAL,
mas não é autêntica.
• Versão oficial pode ser invocada perante tribunais
internos, mas perante tribunais internacionais,
apenas versões autênticas.
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Interpretação de tratados
• CVDT “Artigo 33
• Interpretação de Tratados Autenticados em Duas
ou Mais Línguas
• 1. Quando um tratado foi autenticado em duas
ou mais línguas, seu texto faz igualmente fé em
cada uma delas, a não ser que o tratado disponha
ou as partes concordem que, em caso de
divergência, prevaleça um texto determinado. (...)
• 3. Presume-se que os termos do tratado têm o
mesmo sentido nos diversos textos autênticos.”
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Tratados e Terceiros Estados

• CVDT “Artigo 34
• Regra Geral com Relação a Terceiros Estados
• Um tratado não cria obrigações nem direitos
para um terceiro Estado sem o seu
consentimento.”
• Pacta tertiis nec nocent nec prosunt.
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Tratados e Terceiros Estados

• CVDT “Artigo 35
• Tratados que Criam Obrigações para Terceiros
Estados
• Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de
uma disposição de um tratado se as partes no
tratado tiverem a intenção de criar a obrigação
por meio dessa disposição e o terceiro Estado
aceitar expressamente, por escrito, essa
obrigação.”
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Tratados e Terceiros Estados

• CVDT “Artigo 36
• Tratados que Criam Direitos para Terceiros Estados
• 1. Um direito nasce para um terceiro Estado de uma
disposição de um tratado se as partes no tratado
tiverem a intenção de conferir, por meio dessa
disposição, esse direito quer a um terceiro Estado, quer
a um grupo de Estados a que pertença, quer a todos os
Estados, e o terceiro Estado nisso consentir. Presume-
se o seu consentimento até indicação em contrário, a
menos que o tratado disponha diversamente.”
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Exceções ao pacta tertiis


• 1) Carta da ONU – Art. 2(6)
• 2) Tratados que criam situações jurídicas objetivas.
• Ex: Tratados constitutivos de OI;
• Tratados de limites.
• 3) Tratado que criam efeito de fato sobre terceiro
Estado.
• Ex: cláusula de nação mais favorecida entre A e B. Se B
celebra acordo mais favorável com C, deve estender
essa vantagem a A. Tratado entre B e C atinge como
fato, não como norma jurídica. É o fato-condição
anteriormente previsto no tratado entre A e B.
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Emenda de Tratados Multilaterais


• CVDT “Artigo 40
• 4. O acordo de emenda não vincula os Estados que já são partes no tratado e
que não se tornaram partes no acordo de emenda;
• [EXCEÇÃO: CARTA DA ONU – ARTS. 108 E 109]
• 5. Qualquer Estado que se torne parte no tratado após a entrada em vigor do
acordo de emenda será considerado, a menos que manifeste intenção
diferente:
• a)parte no tratado emendado; e
• b)parte no tratado não emendado em relação às partes no tratado não
vinculadas pelo acordo de emenda.”
• Duplicidade de regimes jurídicos: vigência concomitante do tratado original e
do tratado emendado.
• No Brasil, as emendas a tratados devem ser aprovadas pelo Congresso
Nacional.
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Nulidade de tratados
• Nulidade relativa:
• “atinge negócios que se acham inquinados de vício capaz de lhes
determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado
(...) é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada (...)
pode ser sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação.”
• Nulidade absoluta:
• “Há ofensa a preceito de ordem pública e, assim, afeta a todos
(...) decretada no interesse da própria coletividade (...) não pode
ser sanada.”
• GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Saraiva: Rio
de Janeiro, 2009.
• Em Direito dos Tratados, a nulidade é, via de regra, RELATIVA.
• Só será ABSOLUTA em casos de COAÇÃO ou de ofensa a norma
de jus cogens.
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Nulidade relativa de Tratados


• CVDT: Artigo 46
• Disposições do Direito Interno sobre Competência para
Concluir Tratados:
• violação manifesta de norma de importância fundamental
relativa à competência para celebrar tratados.
• Artigo 47
• Restrições Específicas ao Poder de Manifestar o
Consentimento de um Estado:
• Desrespeito a essa restrição só invalida o tratado se ela
tiver sido notificada aos demais negociadores.
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Nulidade relativa de tratados


• Erro
Artigo 48:
• 1. Um Estado pode invocar erro no tratado como
tendo invalidado o seu consentimento em
obrigar-se pelo tratado se o erro se referir a um
fato ou situação que esse Estado supunha existir
no momento em que o tratado foi concluído e
que constituía uma base essencial de seu
consentimento em obrigar-se pelo tratado.
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Nulidade relativa de tratados


• Dolo
• Artigo 49
• Se um Estado foi levado a concluir um tratado
pela conduta fraudulenta de outro Estado
negociador, o Estado pode invocar a fraude
como tendo invalidado o seu consentimento
em obrigar-se pelo tratado.
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Nulidade relativa de tratados


• Corrupção de Representante de um Estado
• Artigo 50
• Se a manifestação do consentimento de um
Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida
por meio da corrupção de seu representante,
pela ação direta ou indireta de outro Estado
negociador, o Estado pode alegar tal corrupção
como tendo invalidado o seu consentimento em
obrigar-se pelo tratado.
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Nulidade relativa de Tratados


• “Artigo 45
• Perda do Direito de Invocar Causa de Nulidade, Extinção, Retirada
ou Suspensão da Execução de um Tratado
• Um Estado não pode mais invocar uma causa de nulidade, de
extinção, de retirada ou de suspensão da execução de um tratado,
com base nos artigos 46 a 50 ou nos artigos 60 e 62, se, depois de
haver tomado conhecimento dos fatos, esse Estado:
• a)tiver aceito, expressamente, que o tratado é válido, permanece
em vigor ou continua em execução conforme o caso, ou
• b)em virtude de sua conduta, deva ser considerado como tendo
concordado em que o tratado é válido, permanece em vigor ou
continua em execução, conforme o caso.”
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Nulidade absoluta de tratados


• Coação de Representante de um Estado
• “Artigo 51
• Não produzirá qualquer efeito jurídico a manifestação do
consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado
que tenha sido obtida pela coação de seu representante,
por meio de atos ou ameaças dirigidas contra ele.”
• Coação de um Estado pela Ameaça ou Emprego da Força
• “Artigo 52
• É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça
ou o emprego da força em violação dos princípios de
Direito Internacional incorporados na Carta das Nações
Unidas.”
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Nulidade absoluta de tratados


• Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de
Direito Internacional Geral (jus cogens)
• “Artigo 53
• É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão,
conflite com uma norma imperativa de Direito
Internacional geral. Para os fins da presente Convenção,
uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma
norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional
dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma
derrogação é permitida e que só pode ser modificada por
norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma
natureza.”
• Tratado com objeto ilícito.
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Extinção de Tratados = Ab-rogação (revogação total)

Predeterminada Superveniente
• Prazo de vigor determinado • Não há previsão de término
• Condição resolutiva de no tratado
vigência
• Decorrente da execução
integral do objeto do
tratado
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Extinção predeterminada de tratados


• Prazo de vigor determinado
• “Artigo 54
• Ex: Tratado do Canal do Panamá,
• A extinção de um tratado ou a 1977: Art. 2 (2). «Este tratado
retirada de uma das partes terminará al mediodía, hora de
pode ter lugar: Panamá, el 31 de diciembre de
• a)de conformidade com as 1999»
disposições do tratado; ou • Condição resolutiva de vigência:
(...)”
• Prevista expressamente no tratado.
• Relativa a evento futuro incerto.
• Ex: art.8 (2) Convenção sobre os
Direitos Políticos da Mulher
extinguir-se-á se o número de
partes for reduzido para menos de
6.
• Decorrente da execução integral do
objeto do tratado
• Ex: pagamento de quantia ou
cumprimento de obrigação.
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Extinção superveniente de tratado


• 1) Pelo consentimento das • 2) Em Virtude da Conclusão de
partes um Tratado Posterior
• “Artigo 54 • “Artigo 59
• A extinção de um tratado ou • 1. Considerar-se-á extinto um
a retirada de uma das tratado se todas as suas partes
partes pode ter lugar: (...) concluírem um tratado
• b)a qualquer momento, posterior sobre o mesmo
pelo consentimento de assunto e:
todas as partes, após • b)as disposições do tratado
consulta com os outros posterior forem de tal modo
Estados contratantes.” incompatíveis com as do
• Vontade UNÂNIME das anterior, que os dois tratados
partes. não possam ser aplicados ao
mesmo tempo.”
• Incompatibilidade total.
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Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o


Mesmo Assunto
• CVDT “Artigo 30
• (...) 2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado
anterior ou posterior ou que não deve ser considerado incompatível com esse
outro tratado, as disposições deste último prevalecerão.
• 3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no
tratado posterior, sem que o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem
que a sua aplicação tenha sido suspensa nos termos do artigo 59, o tratado
anterior só se aplica na medida em que as suas disposições sejam compatíveis
com as do tratado posterior.
• 4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas a partes no
tratado anterior:
• a)nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto
no parágrafo 3;
• b)nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte
apenas em um desses tratados, o tratado em que os dois Estados são partes
rege os seus direitos e obrigações recíprocos.
• Incompatibilidade parcial: o tratado anterior é aplicada na medida de sua
compatibilidade com o tratado posterior (lex posteriori derrogat legis anteriori)
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Extinção superveniente de tratado e suspensão


da execução

• 3) Em Consequência de sua • 2. Uma violação substancial de


Violação um tratado multilateral por
• CVDT “Artigo 60 uma das partes autoriza:
• 1. Uma violação substancial de • a)as outras partes, por
um tratado bilateral por uma consentimento unânime, a
das partes autoriza a outra suspenderem a execução do
parte a invocar a violação tratado, no todo ou em parte,
como causa de extinção ou ou a extinguirem o tratado,
suspensão da execução de quer:
tratado, no todo ou em parte. • i)nas relações entre elas e o
Estado faltoso;
• ii)entre todas as partes; (...)”
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Extinção superveniente de tratado e


suspensão da execução
• 4) Impossibilidade superveniente de • 5) Mudança Fundamental de
cumprimento Circunstâncias
• “Artigo 61 • Cláusula rebus sic stantibus
• 1. Uma parte pode invocar a • “Artigo 62
impossibilidade de cumprir um tratado • 1. Uma mudança fundamental de
como causa para extinguir o tratado ou circunstâncias, ocorrida em relação às
dele retirar-se, se esta possibilidade existentes no momento da conclusão de
resultar da destruição ou do um tratado, e não prevista pelas partes,
desaparecimento definitivo de um objeto não pode ser invocada como causa para
indispensável ao cumprimento do tratado. extinguir um tratado ou dele retirar-se
Se a impossibilidade for temporária, pode salvo se:
ser invocada somente como causa para • a)a existência dessas circunstâncias tiver
suspender a execução do tratado (...)” constituído uma condição essencial do
• Impossibilidade física (desaparecimento consentimento das partes em obrigarem-
do objeto) ou jurídica (tratados de aliança se pelo tratado; e
incompatíveis) • b)essa mudança tiver por efeito a
modificação radical do alcance das
obrigações ainda pendentes de
cumprimento em virtude do tratado. ”
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Extinção superveniente de tratado


• 6) Superveniência de uma • Efeitos ex nunc (não
Nova Norma Imperativa de retroage)
Direito Internacional Geral • No caso do art. 53 (jus
(jus cogens) cogens preexistente), o
• CVDT “Artigo 64 efeito é ex tunc (retroativo).
• Se sobrevier uma nova Tratado é nulo ab initio.
norma imperativa de Direito
Internacional geral,
qualquer tratado existente
que estiver em conflito com
essa norma torna-se nulo e
extingue-se.”
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Extinção de tratados
• Redução das Partes num Tratado Multilateral
aquém do Número Necessário para sua Entrada
em Vigor
• Artigo 55
• A não ser que o tratado disponha diversamente,
um tratado multilateral não se extingue pelo
simples fato de que o número de partes ficou
aquém do número necessário para sua entrada
em vigor.
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Suspensão da Execução de um Tratado


• Regras análogas às da extinção:
• CVDT “Artigo 57
• A execução de um tratado em relação a todas as
partes ou a uma parte determinada pode ser
suspensa:
• a)de conformidade com as disposições do tratado; ou
• b)a qualquer momento, pelo consentimento de todas
as partes, após consulta com os outros Estados
contratantes
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 01

Extinção e suspensão de tratado


• Rompimento de Relações • Estado de Guerra
Diplomáticas e Consulares • 1. Tratados que criam
CVDT situações objetivas (Ex:
• “Artigo 63 delimitação de fronteiras) não
• O rompimento de relações são afetados.
diplomáticas ou consulares • 2. Tratados elaborados para
entre partes em um tratado regulamentar a conduta dos
não afetará as relações beligerantes. Ex: Tratados de
jurídicas estabelecidas entre direito humanitário
elas pelo tratado, salvo na (Convenções de Genebra de
medida em que a existência 1949) são mantidos.
de relações diplomáticas ou • 3. Tratados bilaterais entre os
consulares for indispensável à beligerantes são extintos.
aplicação do tratado.” • 4. Tratados multilaterais são
suspensos apenas entre os
beligerantes.
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Denúncia de tratado
• Tratados que determinam situação jurídica objetiva (tratados reais ou
dispositivos) não estão sujeitos a denúncia. Ex: tratados de limites.
• Nos demais tratados, a denúncia pode ser permitida pelo tratado (pode
estipular condições e prazos para que a denúncia gere efeitos).
• CVDT “Artigo 56
• Denúncia, ou Retirada, de um Tratado que não Contém Disposições sobre
Extinção, Denúncia ou Retirada
• 1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua extinção, e que não
prevê denúncia ou retirada, não é suscetível de denúncia ou retirada, a não ser
que:
• a)se estabeleça terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denúncia
ou retirada; ou
• b)um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do
tratado.
• 2. Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de antecedência, a
sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do
parágrafo 1.” [Prazo de acomodação]
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Consequências da Nulidade de um
Tratado
• “Artigo 69
• 1. As disposições de um tratado nulo não têm eficácia
jurídica. [ab initio; ex tunc; retroativa]
• 2. Se, todavia, tiverem sido praticados atos em virtude
desse tratado:
• b)os atos praticados de boa fé, antes de a nulidade haver
sido invocada, não serão tornados ilegais pelo simples
motivo da nulidade do tratado.
• 3. Nos casos previsto pelos artigos 49, 50, 51 ou 52, o
parágrafo 2 não se aplica com relação à parte a que é
imputado o dolo, o ato de corrupção ou a coação.”
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Consequências da Extinção de um Tratado

• CVDT “Artigo 70
• 1. A menos que o tratado disponha ou as partes
acordem de outra forma, a extinção de um, tratado,
nos termos de suas disposições ou da presente
Convenção:
• a)libera as partes de qualquer obrigação de continuar a
cumprir o tratado; [ex nunc; não retroativo]
• b)não prejudica qualquer direito, obrigação ou situação
jurídica das partes, criados pela execução do tratado
antes de sua extinção.”
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Consequências da Suspensão da Execução


de um Tratado
• CVDT “Artigo 72
• 1. A suspensão da execução de um tratado, nos termos
de suas disposições ou da presente Convenção:
• a)libera as partes, entre as quais a execução do tratado
seja suspensa, da obrigação de cumprir o tratado nas
suas relações mútuas durante o período da
suspensão;
• 2. Durante o período da suspensão, as partes devem
abster-se de atos tendentes a obstruir o reinício da
execução do tratado.”
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Depositário
• CVDT “Artigo 77
• 1. As funções do depositário, a não ser que o tratado disponha ou os
Estados contratantes acordem de outra forma, compreendem
particularmente:
• a)guardar o texto original do tratado e quaisquer plenos poderes que
lhe tenham sido entregues;
• b)preparar cópias autenticadas do texto original e quaisquer textos do
tratado em outros idiomas que possam ser exigidos pelo tratado e
remetê-los às partes e aos Estados que tenham direito a ser partes no
tratado;
• c)receber quaisquer assinaturas ao tratado, receber e guardar quaisquer
instrumentos, notificações e comunicações pertinentes ao mesmo; (...)
• e)informar as partes e os Estados que tenham direito a ser partes no
tratado de quaisquer atos, notificações ou comunicações relativas ao
tratado; (...)
• g)registrar o tratado junto ao Secretariado das Nações Unidas; (...)”
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AULA 01

Dúvidas e atualidades

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• Direito Internacional IRBR
• professorpedrosloboda@gmail.com
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DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO
PROF. PEDRO SLOBODA

CURSO DE REVISÃO – AULA 01

QUESTÕES INÉDITAS
Questão 1

Sobre o costume internacional, julgue C ou E os itens a seguir:

a) A Corte Internacional de Justiça aplica a teoria dos dois elementos no que diz respeito ao costume
internacional. Isso significa que, para além do usus, a opinio iuris é elemento imprescindível para a
comprovação da existência da norma não escrita.
b) Conforme autorizado pelo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, os juízes da Haia podem aplicar
automaticamente os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas e o ex aequo
et bono, como fontes autônomas de direito das gentes.
c) Um estado que proteste reiteradamente contra uma norma costumeira recém-formada pode ser
considerado um negador persistente, o qual não estará vinculado pela norma internacional.
d) Um costume internacional de aplicabilidade regional vincula todos os estados da região, com
exceção dos que se configurarem como negadores persistentes.

Questão 2

Julgue certo ou errado os itens a seguir acerca das fontes de direito internacional:

a) A doutrina dos publicistas mais renomados e a jurisprudência internacional são fontes subsidiárias
expressamente previstas no Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
b) A Corte Internacional de Justiça não pode recorrer à jurisprudência de tribunais domésticos para
embasar suas decisões. Afinal, o direito interno é mero fato para o direito internacional, o que
significa que não compõe o rol de fontes de direito das gentes.
c) A equidade foi inserida no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça com o objetivo de
evitar o non liquet.
d) Em 1949, no julgamento do caso do Estreito de Corfu, a Corte Internacional de Justiça reconheceu as
“considerações básicas de humanidade” como princípio de direito internacional, conforme previstos
no artigo 38 de seu estatuto.

Questão 3

Julgue certo ou errado os itens a seguir acerca das fontes de direito internacional:

a) O costume internacional pode ser extinto ou modificado por um tratado posterior, mas um tratado
não pode ser revogado por um costume posterior. A razão para isso radica-se no princípio da
primazia do direito codificado.
b) Os atos de organizações internacionais, que podem tomar forma de resolução, decisão ou diretriz,
são fontes extra estatutárias de direito das gentes quando previstos no tratado constitutivo da
organização ou quando adotados por unanimidade.

professorpedrosloboda@gmail.com
c) Os atos unilaterais em sentido estrito são manifestações públicas de vontade, individuais ou
coletivas, realizadas por um ou mais sujeitos de direito internacional, destinadas a produzir efeitos
jurídicos. Eles podem tomar diversas formas e podem ser expressos ou tácitos.
d) Os princípios do pacta sunt servanda do estoppel fundamentam a obrigatoriedade dos atos
unilaterais.

Questão 4

Sobre os atos unilaterais dos estados, julgue C ou E os itens a seguir:

a) Por mais que haja muitas similitudes entre eles, as normas aplicadas aos atos convencionais não
podem ser transpostas para os atos unilaterais. Dessa forma, a Comissão de Direito Internacional,
em seus trabalhos sobre atos unilaterais, adotou um paralelismo flexível com o regime de Viena.
b) A reação de outros estados ou da comunidade internacional são essenciais para a determinação dos
efeitos jurídicos e do alcance das obrigações decorrentes de um ato unilateral, mas não constituem
condição sine qua non para a criação dessas obrigações.
c) Um ato unilateral deve ser interpretado de boa-fé, de acordo com o sentido comum atribuído aos
seus termos, em seu contexto e à luz da intenção de seu autor. De toda forma, deve-se aplicar a eles
uma interpretação restritiva.
d) Em decorrência da própria natureza dos atos unilaterais, eles podem ser, a qualquer tempo,
formulados e extintos pela vontade unilateral de um estado.

Questão 5

Julgue C ou E os itens a seguir acerca do direito internacional contemporâneo:

a) O soft law, apesar de não aceito unanimemente pela doutrina, é reconhecido pela Corte
Internacional de Justiça como importante fonte auxiliar de direito das gentes.
b) A noção de normas imperativas de direito internacional geral consolida um núcleo duro do direito
das gentes, o qual não pode ser revogado nem modificado.
c) Apesar de fundado no direito natural, o jus cogens encontra respaldo no direito positivo e é
reconhecido e aplicado pela Corte Internacional de Justiça.
d) O gentlemen’s agreement é uma espécie de convenção internacional que cria apenas obrigações de
soft law, porque fundado na honra dos estadistas e não no pacta sunt servanda.

Questão 6

Julgue C ou E os itens a seguir:

a) Por mais que não previsto no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, a analogia é reconhecida
pela doutrina e pela jurisprudência internacional como fonte de direito das gentes.
b) As normas de ius cogens e as obrigações derivadas da Carta da ONU gozam de superioridade
hierárquica com relação às demais normas internacionais, conforme reconhecido pela jurisprudência
da Corte Internacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
c) O Brasil é dualista moderado no que diz respeito à aplicabilidade interna do direito das gentes.
d) O costume internacional não precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional para ter aplicabilidade
no direito brasileiro.
6- EECC
5 -EECE
4–CCCE
3–EECE
2–CEEE
1–CEEE
GABARITO

QUESTÕES ANTERIORES

(CACD – 2009) O artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) relaciona o que se costuma
designar por fontes do direito internacional público, a serem aplicadas para a resolução das controvérsias
submetidas àquela Corte. Acerca desse tema e da jurisdição da CIJ, julgue (C ou E) os seguintes itens.

A) Como o artigo 38 do Estatuto da CIJ lista as fontes em estrito nível hierárquico, os tratados devem
sempre ter precedência sobre os costumes.
B) Pacta sunt servandae e res iudicata são princípios gerais de direito aceitos pela CIJ e discutidos em
casos a ela submetidos.
C) Atos unilaterais dos Estados, tais como o protesto e o reconhecimento de Estado, apesar de serem
frequentes nas relações internacionais e de criarem efeitos jurídicos, não são considerados pela CIJ na
decisão de controvérsias, já que não constam da lista do artigo 38 do referido estatuto.
D) Uma vez que a existência de um costume internacional é reconhecida mediante a comprovação de
uma “prática geral aceita como sendo o direito”, um Estado pode lograr obstar a aplicação de um
costume por meio de atos que manifestem sua “objeção persistente” à formação da regra costumeira, a
menos que esta tenha caráter imperativo (ius cogens).

(CACD 2010) Com relação às fontes do direito internacional público, julgue C ou E.

a) As decisões das organizações internacionais contemporâneas, proferidas na forma de resoluções,


recomendações, declarações e diretrizes, apenas obrigam os seus membros quando adotadas por
votação unânime em plenário, em qualquer hipótese.
b) Os atos unilaterais dos Estados, como as leis e os decretos em que se determinam, observados os
limites próprios, a extensão do mar territorial, da sua zona econômica exclusiva ou o regime de
portos, são considerados fontes do direito internacional público, sobre as quais dispõe expressamente
o Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
c) O gentlemen’s agreement é uma forma de tratado internacional firmado entre estadistas, fundado
sobre a honra e condicionado, no tempo, à permanência de seus atores no poder.
d) O costume, fonte do direito internacional público, extingue-se pelo desuso, pela adoção de um novo
costume ou por sua substituição por tratado internacional.

(CACD – 2010) Como antecipou Joaquim Nabuco, a escravidão e o tráfico de escravos, graves violações aos
direitos humanos, estão hoje proscritos pelo direito internacional. À luz das normas de direito internacional
aplicáveis ao tema, julgue C ou E.

A) Atos de escravidão, em determinadas circunstâncias, podem constituir crimes contra a humanidade.


B) É nulo todo tratado que regulamente o tráfico de escravos entre dois ou mais Estados.
C) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (l969) enumera as normas imperativas de direito
internacional (jus cogens), entre as quais, a proibição da escravidão.
D) O tráfico de pessoas como modalidade de crime organizado internacional limita-se à exploração de
mão de obra escrava.

(CACD – 2010) Recentemente, o processo de ratificação da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados,
após quarenta anos de sua firma, foi concluído pelo Brasil

A) com salvaguarda referente a normas imperativas de direito internacional.


B) com salvaguarda referente ao descumprimento de tratados mediante a alegação de razões de direito
interno.
C) de forma isenta de reservas, pois o tratado dos tratados não contempla salvaguardas.
D) com salvaguardas.
E) de forma isenta de reservas, embora o tratado dos tratados contemple a apresentação de salvaguardas.

(CACD 2012) Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte
Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas de
expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.

a) De acordo com o Estatuto da Corte da Haia, a equidade constitui, apesar de seu caráter impreciso,
fonte recorrente e prevista como obrigatória na resolução judicial de contenciosos internacionais.
b) A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como prática
reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-se de meros usos
ou mesmo de práticas de cortesia internacional.
c) As convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são consideradas,
independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto
da CIJ.
d) Em face do caráter difuso da sociedade internacional, bem como da proliferação de tribunais
internacionais, verifica-se no direito internacional crescente invocação de decisões judiciais
antecedentes, arroladas como opinio juris, ainda que não previstas no Estatuto da CIJ.
e) Ainda que não prevista em tratado ou no Estatuto da CIJ, a invocação crescente de normas
imperativas confere ao jus cogens manifesta qualidade de fonte da disciplina, a par de atos de
organizações internacionais, como resoluções da ONU.

(CACD – 2015) A jurisprudência tem constituído importante acervo de decisões que balizam o
desenvolvimento progressivo do direito internacional, não apenas como previsão ideal, mas como efetivo
aporte à prática da disciplina. Acerca da aplicação do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, de
antecedentes judiciários, de tratados e de costumes, julgue (C ou E) os seguintes itens.

A) Extingue-se um tratado por ab-rogação sempre que a vontade de terminá-lo for comum às partes
coobrigadas.
B) A noção de jus cogens, como a de normas imperativas a priori, embora não unanimemente
reconhecida em doutrina, é invocada com referência tanto em jurisprudência quanto em direito
internacional positivo.
C) Quando do julgamento do caso Bernadotte, em jurisdição contenciosa da Corte Internacional de
Justiça, prolatou-se sentença pela qual se reconheceu personalidade jurídica às organizações
internacionais.
D) Aos juízes de Haia, autorizados pelo estatuto da Corte Internacional de Justiça, é conferido o poder de
aplicar, de forma automática, tanto normas escritas quanto normas não escritas, além de costume, de
equidade e de princípios gerais do direito.
(CACD 2016) Julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca das relações entre direito internacional e direito
interno.

A) Por expressa disposição constitucional, lei sobre o ingresso nas Forças Armadas deve considerar as
peculiaridades de suas atividades, inclusive das atividades cumpridas em decorrência de
compromissos internacionais.
B) Embora a Constituição Federal seja silente sobre o assunto, resoluções do Conselho de Segurança das
Nações Unidas no Brasil incorporam-se ao direito interno mediante decreto, com prévia anuência do
Congresso Nacional.
C) Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que não é possível a responsabilização da
República Federal da Alemanha por ato de guerra praticado por embarcação alemã em território
brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que se trata de manifestação de ato de império.
D) O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que, para efeitos de atos praticados pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, a Convenção sobre Privilégios e
Imunidades das Nações Unidas tem status supralegal.

CACD – 2016) A respeito das disposições da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969,
julgue (C ou E) os itens seguintes.

A) A menos que o tratado ou os Estados contratantes disponham de forma diversa, é função do


depositário examinar se a assinatura de instrumento está em boa forma e, se necessário, chamar a
atenção do Estado em causa sobre a questão.
B) A definição de Estado contratante abrange apenas os Estados que consentiram em se obrigar pelo
tratado quando este tenha entrado em vigor.
C) Consta expressamente na referida convenção que as disposições sobre suspensão são inaplicáveis aos
tratados que contêm obrigações erga omnes partes.
D) Reservas e declarações interpretativas somente podem ser apresentadas, se possível a sua formulação,
no momento da assinatura, ratificação, aceitação ou aprovação de tratado ou de adesão a tratado.

GABARITO
1–CEEC
2–EEEC
3–CCEE
4–D
5-B
6-CCEE
7–CECE
8–CEEE
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AULA 02

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REVISÃO
Aula 02
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Revisão – Aula 02
• Sujeitos de DIP; Estados: elementos
constitutivos, classificações, criação; extinção;
Sucessão de estados; responsabilidade
internacional dos estados; reconhecimento de
estado; reconhecimento de governo.
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Sujeitos de Direito Internacional


Definição
• CIJ, Parecer reparação de danos, 1949:
Sujeitos de Direito Internacional são entidades
que têm a “capacidade de ser titular de
direitos e deveres internacionais, com
capacidade de fazer prevalecer os seus
direitos através de reclamação internacional”
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Sujeitos de DIP
• Estados
• Organizações internacionais
• Indivíduos
• Casos particulares
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Estados
• Sujeitos por excelência, sujeitos de per si.
• Personalidade jurídica internacional primária, originária,
imediata: não decorre da vontade de outros sujeitos.
• Personalidade jurídica plena: os Estados possuem todas as
capacidades jurídicas.
• Não há nenhum sujeito de DIP que possua capacidades
internacionais mais amplas do que aquelas dos Estados.
• As capacidades jurídicas dos Estados são iguais.
• As capacidades jurídicas dos demais sujeitos de DIP são
inferiores às dos Estados.
• Os demais sujeitos de DIP têm personalidade internacional
derivada e limitada.
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SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL


• CIJ, Parecer reparação de danos, 1949:
• “Os sujeitos não são necessariamente
idênticos quanto à natureza ou a extensão de
seus direitos e obrigações.”
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Estados
• Elementos constitutivos:
• Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres
dos Estados, 1933, Artigo 1:
• “O Estado como pessoa de Direito Internacional deve
reunir os seguintes requisitos.
• I. População permanente.
• II. Território determinado.
• III. Governo.
• IV. Capacidade de entrar em relações com os demais
Estados.”
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Organizações Internacionais
• Organizações Internacionais. Convenção de
Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, Art.
2(1) i): “organização internacional” significa
uma organização intergovernamental.
• Organização não governamental NÃO É
SUJEITO DE DIP!
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Organizações Internacionais
• Teoria dos poderes implícitos.
• 1. Ainda que a personalidade jurídica da OI não
esteja expressamente prevista em seus tratado
constitutivo, ela possui capacidades jurídicas para
exercer as competências que lhes foram
atribuídas pelos Estados.
• 2. As capacidades internacionais de uma OI não
são somente aquelas expressas no instrumento
constitutivo, mas também aquelas implícitas em
tal tratado e desenvolvidas na prática.
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Organizações Internacionais
• Princípio da especialidade
• Diferentemente da personalidade jurídica dos
Estados, a das OIs restringe-se à realização dos atos
necessários para o cumprimento do interesse
comum dos Estados-membro.
• Personalidade jurídica limitada: seus direitos e
obrigações limitam-se ao estipulado, expressa ou
implicitamente, em seu tratado constitutivo.
• Personalidade jurídica derivada da vontade dos
Estados.
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Indivíduos

• A humanização é uma tendência evolutiva do DIP.


• Após a coisificação do homem durante a IIGM, os
Direitos Humanos saíram do domínio reservado dos
Estados.
• Ao indivíduo foram assegurados Direitos no âmbito
internacional, após 1945.
• O indivíduo também passou a responder
internacionalmente por determinados crimes. Tem
Deveres internacionais.
• Personalidade jurídica derivada e limitada.
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Sujeitos de DIP – Casos particulares


• I) Estados-membro de uma Federação
• II) Movimentos de libertação nacional
• III) Comunidades insurgentes e beligerantes
• IV) Sujeitos sui generis
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Estados-membro de uma Federação


• Nem todo Estado-membro de federação possui capacidade
internacional.
• No Brasil, os estados não possuem qualquer capacidade
internacional. Apenas o governo federal pode celebrar
tratados internacionais. CF Art. 84 VIII. Apenas a República
Federativa do Brasil é sujeito de DIP!
• CF Art. 52 V Compete privativamente ao Senado Federal
“autorizar operações externas de natureza financeira, de
interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;”
• Esses acordos não são tratados internacionais, são simples
CONTRATOS internacionais, regidos pelo DIPriv, não pelo
DIP.
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Movimentos de Libertação Nacional


• Sua personalidade jurídica depende do
reconhecimento dos Estados.
• Para que seja reconhecido, deve (i) atuar dentro
do escopo do princípio da autodeterminação dos
povos e (ii) deve ser o legítimo representante do
povo oprimido.
• Diversos MLN surgiram no contexto de
descolonização. Ex: Angola, Moçambique, Guiné
Bissau, Namíbia. A maioria dos MLN foi vitoriosa,
ao conseguir a independência de seus Estados.
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Beligerantes
• Beligerantes – movimentos revolucionários de grande
porte, tropas regulares, que dominam uma parte do
território do Estado contra o qual estão lutando. No
passado, quando havia o reconhecimento, ele era
realizado mediante declarações de neutralidade. Um
Estado declarava ser neutro e mantinha relações com
as duas partes.
• Ex: Sandinistas na Nicarágua; Líbia (2011); Síria (2012-)
• Personalidade jurídica temporária.
• Podem celebrar tratados.
• Após o reconhecimento, o movimento beligerante
sujeita-se à responsabilidade internacional
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Insurgentes
• Movimentos revolucionários de menor
envergadura.
• Não chegam a provocar guerra civil.
• Pretendem ascender ao poder
• Não há controle de determinado território
• Ex: A Revolta de Saldanha da Gama na Baía de
Guanabara – Segunda Fase da Revolta da Armada
contra o governo Floriano Peixoto, em 1894.
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Entidades sui generis


– Santa Sé
– Taiwan
– Soberana Ordem de Malta
– Comitê Internacional da Cruz Vermelha
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Santa Sé
• É SUJEITO DE DIP
• Direito de Legação: manutenção de relações
diplomáticas; envio de núncios apostólicos e
recebimento de embaixadores.
• Direito de Convenção: pode participar de tratados e
pode celebrar concordatas.
• A Santa Sé é parte das Convenções de Genebra de
1949, da Convenção sobre Direito das Crianças de 1989
e da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas,
de 1961.
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Taiwan
• É parte de tratados internacionais. Ex: Acordo
de defesa com os EUA.
• É membro de OI. Ex: OMC.
• Mantém relações diplomáticas com alguns
países (que ainda não reconhecem a RPC). Ex:
Filipinas e Paraguai.
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Soberana ordem de Malta


• Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de
Jerusalém, de Rodes e de Malta. Fins filantrópicos.
• Criada em 1050, no contexto das Cruzadas, teve base
territorial em Rodes (1310-1528) e em Malta (1530-1798).
• Sede em Roma desde 1834.
• Não tem base territorial.
• Possui ordenamento jurídico próprio
• Relações diplomáticas com mais de 90 países, inclusive o
Brasil.
• Constituição. Art. 3º: personalidade jurídica internacional
• Itália reconhece imunidade de jurisdição ao Grão-Mestre.
• Status de observador na AGNU.
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Comitê Internacional da Cruz


Vermelha
• Idealizado por Henry Dunant, autor de “Memórias de
Solferino”. Batalha de 1859.
• Criado em 1863, em Genebra, com o nome de Comitê
Internacional e permanente de socorro aos militares
feridos. Seu atual nome lhe foi conferido em 1875.
• Finalidade de assistência humanitária. Neutralidade
• Organização de direito privado. Organização não
governamental.
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Comitê Internacional da Cruz


Vermelha
• O CICV é parte em tratados; Ex: Acordo com a
Suíça, sobre o status jurídico do CICV (1933),
que lhe confere imunidade de jurisdição.
• Celebra tratados com Estados e com Ois. Ex:
Acordos de Sede.
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Cruz Vermelha
• Família Cruz Vermelha:
• CICV
• Seções nacionais da Cruz Vermelha
• Federação Internacional das Sociedades da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho: criada em
1919 para organizar as distintas seções nacionais
da Cruz Vermelha.
• APENAS O CICV É SUJEITO DE DIP!
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• ESTADOS
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Elementos Constitutivos dos Estados


• Convenção de Montevidéu sobre Direitos e
Deveres dos Estados, 1933:
• “Artigo 1
• O Estado como pessoa de Direito Internacional
deve reunir os seguintes requisitos:
• I. População permanente.
• II. Território determinado.
• III. Governo.
• IV. Capacidade de entrar em relações com os
demais Estados.”
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Classificação de Estados
Estados simples Estados compostos
• Apresentam poder único e • A centralização do poder
centralizado. não é tão grande
• A personalidade • 1. Por coordenação
internacional é única. • 2. Por subordinação
• Ex: Estados unitários, como
a França.
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Estados compostos por coordenação


• Estado federal • Confederação
• O poder político é mais • Agrupamento de Estados
descentralizado que no Estado independentes, em geral com o
unitário. objetivo de assegurar a defesa
• Via de regra, apenas a União comum.
possui personalidade jurídica • Estados mantêm o direito de
internacional. secessão.
• Em alguns casos, de forma • Distinguem-se das simples alianças
derivada, a depender da porque têm instituições confederais
organização política interna, (Dieta).
alguns estados federados podem • Não é propriamente um Estado. Os
ter competências internacionais. Estados que a compõem conservam
sua soberania e sua personalidade.
• Ex: EUA (1777-1787); Confederação
Helvétiva (1815-1848); Senegâmbia
(1982-1990).
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Estados compostos por coordenação


UNIÕES DE ESTADOS

• União pessoal • União real


• Via de regra, resulta do acaso das leis • Junção de dois Estados, que guardam
de sucessão. autonomia interna, mas integram
• O monarca de um Estado torna-se, ao uma só personalidade jurídica
mesmo tempo, monarca de outro. internacional.
• Os Estados mantêm sua soberania, • Ex: Reino Unida da Grã-Bretanha e
possuindo em comum apenas o chefe Irlanda do Norte; Reino Unido de
de Estado. Portugal, Brasil e Algarves (1815-
• A União não tem personalidade 1822); Império Austro-Húngaro
internacional. (1867-1918)
• Ex: Inglaterra e Hanover (1714-1837);
União Ibérica (1580-1640); Simón
Bolívar foi presidente da Colômbia
(1819-1830), ditador do Peru (1823-
1826) e do Alto Peru (Bolívia, 1825).
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Estados compostos por coordenação


• Commonwealth of Nations
• Caso sui generis
• Composto por mais de 60 unidades diferentes.
• Não possui personalidade jurídica
internacional.
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Estados compostos por subordinação


• Não possuem soberania plena, • Estado protegido
por isso também são chamados • Em relação de protetorado,
de semissoberanos. estabelecida por tratado
• Estados vassalos internacional.
• Gozam de direitos muito • O(s) Estado(s) protetor(es)
reduzidos no plano interno, exerce(m) a representação
estando subordinado ao suserano internacional do Estado
no âmbito internacional. protegido, nos termos fixados
pelo tratado.
• Sua personalidade internacional
não é, contudo, totalmente • Estados protegidos mantêm
afastada, uma vez que o Estado intactas suas personalidade
vassalo pode concluir certos atos jurídicas internacionais e
internacionais e manter relações continuam sendo Estados.
diplomáticas. • Ainda que haja subordinação, o
• Ex: Egito sob o jugo do Império protetorado é exercido em favor
Otomano. do Estado protegido, não à sua
revelia.
• Ex: Marrocos para com a França –
Tratado de Fez, de 1912.
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Estados compostos por subordinação


• Estado cliente • Estado satélite
• Confiam a outros Estados a • Politicamente subordinados a
defesa de alguns de seus outro Estado.
interesses específicos, como a • EX: Polônia, Romênia, Bulgária,
administração de sua alfândega. Tchecoslováquia, politicamente
• Ex: Haiti entregou aos EUA a subordinados à URSS.
administração de seu exército e o • Mantém intacta sua
controle de suas finanças e de personalidade jurídica
sua alfândega, em 1915, por meio • Estado associado
de tratado. • Resultante do processo de
• Mantém sua personalidade descolonização, quando a
jurídica. entidade não tem meios para
manter sua independência.
• Ex: Porto Rico com os EUA
• Não é independente e, portanto,
não é Estado
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Classificação de Estados
• Estados exíguos (microestados)
• San Marino, Liechtenstein, Mônaco.
• Por vezes, delegam competências soberanas,
como defesa e relações exteriores.
• São Estados. Têm personalidade jurídica
internacional
• São membros da ONU.
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Direitos e deveres dos Estados


• Direitos fundamentais dos Estados
• Independem de reconhecimento
• Carta da OEA, art. 10: “Los derechos de cada
uno no dependen del poder de que disponga
para asegurar su ejercicio, sino del simple
hecho de su existencia como persona de
derecho internacional.’
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Direitos fundamentais dos Estados


• Direito à existência
• CIJ, Parecer Consultivo sobre a legalidade do
uso ou da ameaça de uso de armas nucleares,
de 1996.
• Direito à conservação e defesa
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Direitos fundamentais dos Estados


• Direito à igualdade
• Carta da ONU, art. 2(1).
• Res. AGNU 2625, de 1970 – Declaração sobre os Princípios
de DIP relativos à Amizade e Cooperação entre os Estados
em conformidade com a Carta das Nações Unidas: “Todos
os Estados gozam de igualdade soberana. Eles têm direitos
e deveres iguais e são igualmente membros da comunidade
internacional, apesar de diferenças econômicas, sociais,
políticas ou de outra natureza.”
• Igualdade jurídica, não fática.
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Direitos fundamentais dos Estados


• Direito à liberdade de ação
• Sem estar subordinado a outro sujeito de DIP
• Autonomia constitucional. O DIP é indiferente à forma de
governo ou regime político adotado pelo Estado.
• Declaração de princípios de 1970 (Res. AGNU 2625): “cada
Estado tem o direito de escolher e de desenvolver
livremente seu sistema político, social, econômico e
cultural.”
• Expressão da autodeterminação dos povos constituídos em
Estado
• Princípio Lótus
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Teoria do domínio reservado do


Estado
• O domínio reservado do Estado diz respeito às atividades
estatais nas quais sua competência não é constrangida pelo
DIP.
• Até o estabelecimento da Liga das Nações, em 1919, a
doutrina internacionalista argumentava que existiria um
domínio reservado do Estado por natureza.
• Essa percepção é descartada atualmente. O que se encaixa
dentro do domínio reservado do Estado depende do DIP e
varia de acordo com seu desenvolvimento.
• Ex: Até 1945, os direitos humanos faziam parte do domínio
reservado dos Estados e não eram regulados pelo DIP.
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Criação de Estados
• Em mundo inteiramente conhecido do ponto de
vista geográfico, os espaços terrestres classificam-
se em Estados soberanos e “territórios coloniais”.
• Dessa forma, um novo Estado só pode ser criado
de duas maneiras:
• 1. Pela independência de um “território colonial
de sua metrópole;
• 2. Por secessão ou desmembramento de um
Estado previamente existente.
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Autodeterminação dos povos


INTERNA EXTERNA
• Para os povos já • Destinado exclusivamente aos
constituídos em Estados povos submetidos à
subjugação, à dominação ou à
independentes. exploração estrangeira.
• Direito à democracia e à • Direito à independência
participação política. • Direito ao uso da força contra
dominação externa ilegítima.
• Dentro de um Estado, as • No contexto de um Estado já
minorias podem até ter constituído, uma minoria só
direito à autonomia, mas terá direito à
autodeterminação externa
NÃO À INDEPENDÊNCIA. (independência) se não for
respeitada sua
autodeterminação interna.
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Autodeterminação dos povos


• Em 1991, o Conselho Constitucional da França
afirmou que a Constituição francesa de 1958
reconhece o direito à livre determinação aos
povos dos territórios ultramarinos (atuais
“coletividades ultramarinas” - Polinésia Francesa,
Saint-Barthélemy, Saint-Martin, Saint-Pierre-et-
Miquelon et Wallis-et-Futuna), mas não aos
outros territórios que abrigam o povo francês,
cuja reivindicação à independência conduziria a
uma secessão, o que seria incompatível com a
unidade do povo francês. Pellet.
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Extinção de Estados
• Perda de um dos elementos constitutivos
(catástrofe que extinga seu território;
migração de toda sua população
• Anexação
• Fusão
• Desmembramento
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• SUCESSÃO DE ESTADOS
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Sucessão de Estados
Por “sucessão de Estados” entende-se a
substituição de um Estado por outro na
responsabilidade das relações internacionais de um
território;
Art. 2 da Convenção de Viena sobre sucessão
de Estados em matéria de tratados (1978) e da
Convenção de Viena sobre sucessão de Estados em
matéria de bens, arquivos e dívidas.
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Sucessão de Estados
• Estado sucedido: Estado que exercia
soberania sobre o território.
• Estado sucessor: Estado que passa a exercer
soberania sobre o território.
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Sucessão de Estados
• Sempre que há transferência de território de uma
soberania para outra, algumas questões são
levantadas. Em particular, as que concernem a:
• Tratados;
• Bens;
• Arquivos;
• Dívidas;
• Participação em OIs;
• Nacionalidade dos habitantes do território;
• Responsabilidade internacional.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• Dois sistemas excludentes e antagônicos:
• 1) Sistema da sucessão automática: os direitos e
obrigações do Estado sucedido serão
transmitidos ao Estado sucessor.
• Corolário do princípio da continuidade do Estado
• A sua finalidade é de assegurar o cumprimento
das obrigações internacionais de um Estado.
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Sucessão de Estados
• Dois sistemas excludentes e antagônicos:
• 2) Sistema da tábula rasa:
• Há a ruptura quanto às obrigações do Estado
sucedido, se essa for a vontade do Estado
sucessor.
• Corolário do princípio da autodeterminação dos
povos
• Tem por finalidade assegurar ao novo Estado
escolher sem ingerência externa quais obrigações
internacionais irá contrair.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• Convenção de Viena sobre sucessão de
Estados em matéria de tratados (1978).
Entrou em vigor em 1996.
• O Brasil não é parte. Segue o costume
internacional.
• Enviado ao Congresso Nacional em 2015.
• Não reflete inteiramente o costume
internacional.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• REGRAS COMUNS À CONVENÇÃO DE VIENA DE
1978 E AO COSTUME INTERNACIONAL:
• PRIMEIRA REGRA COMUM
• I) Tratados bilaterais:
• Aplica-se o sistema da tábula rasa.
• II) Tratados multilaterais:
• Aplica-se, em muitos casos, o sistema da
sucessão automática.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• Convenção de Viena de 1978, Art. 17
• “1. Sem prejuízo do disposto nos nº 2 e 3, um
Estado de recente independência poderá,
mediante uma notificação de sucessão, fazer
constar a sua qualidade de parte em qualquer
tratado multilateral que, na data da sucessão
de Estados, estivesse em vigor relativamente ao
território a que se refere a sucessão de Estados.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• 2. O nº 1 não se aplicará se se depreender do tratado ou
constar de outro modo que a aplicação do tratado
relativamente ao Estado de recente independência seria
incompatível com o objeto e o fim do tratado ou alteraria
radicalmente as condições da sua execução.
• 3. Quando, em virtude das estipulações do tratado ou
por força do número reduzido de Estados negociadores e
do objeto e fim do tratado, deva entender-se que a
participação de qualquer outro Estado requer o
consentimento de todas as partes, o Estado de recente
independência só poderá fazer constar a sua qualidade
com tal consentimento.”
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• OBS:
• Muitos autores defendem a sucessão
automática de tratados de direitos humanos.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• SEGUNDA REGRA COMUM
• I) Tratados DISPOSITIVOS (reais, localizados,
territoriais):
• Tratados celebrados em função de determinado
território.
• Ex.: Tratado de limites; direito de passagem; zona
desmilitarizada.
• Aplica-se sempre o sistema da sucessão
automática. São sempre transmitidos do Estado
sucedido para o Estado sucessor.
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Sucessão de Estados em matéria de


TRATADOS
• REGRAS COMUNS À CONVENÇÃO DE VIENA DE
1978 E AO COSTUME INTERNACIONAL:
• II) Tratados pessoais ou políticos:
• Dependem da orientação política do regime
então em vigor.
• Ex.: Tratado de aliança militar; amizade; etc.
• Aplicação do SISTEMA DA TÁBULA RASA.
• III) Demais tratados: Dependa da modalidade
de sucessão.
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Modalidade de sucessão Convenção de Viena de Costume internacional


1978

Secessão Sucessão automática Tábula rasa


(URSS, 1991)

Descolonização Tábula rasa Tábula rasa

Desmembramento Sucessão automática Sucessão automática

Fusão Sucessão automática Sucessão automática

Incorporação Sucessão automática Tábula rasa


(Alemanha, 1991)

Anexação parcial Tábula Rasa Tábula rasa


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Sucessão de Estados em matéria de


BENS
• Regra geral:
• Bens imóveis que se localizem no território
do Estado sucessor e bens móveis
relacionados a atividades empreendidas no
território transferido passam para o Estado
sucessor.
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Sucessão de Estados em matéria de


ARQUIVOS
• Passam para o Estado sucessor:
• Arquivos relacionados exclusiva ou
majoritariamente ao território que passa a ser
do Estado sucessor;
• Arquivos que, pela administração normal do
território, encontrem-se no território do
Estado sucessor.
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Sucessão de Estados em matéria de


DÍVIDAS – REGRA GERAL
• Na ausência de acordo entre os Estados envolvidos, a regra é a da
distribuição equitativa da dívida entre os estados sucedidos e
sucessores.
• Distribuição equitativa – leva em consideração bens, direitos e
obrigações absorvidos por cada Estado – estados que receberem uma
parcela mais significativa de território/população/bens etc. deverão
ficar com uma parcela maior da dívida.
• Não são transmitidas:
• Dívidas de governo: ao contrário das dívidas de Estado, contraídas para
promover o interesse público em geral, as dívidas de governo são
contraídas para um projeto político específico.
• Dívidas odiosas: quando a dívida é contraída especificamente contra os
interesses do Estado sucessor.
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Relação entre o Estado sucessor e as


pessoas privadas
• NACIONALIDADE
• A prática internacional revela que, via de regra, os
indivíduos adquirem a nacionalidade do Estado
sucessor, resguardado eventual direito de opção.
• “Article 5. Presumption of nationality
• Subject to the provisions of the present draft articles,
persons concerned having their habitual residence in
the territory affected by the succession of States are
presumed to acquire the nationality of the successor
State on the date of such succession.”
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Sucessão de Estados em matéria de


participação em OIs
• Um novo Estado deve requerer sua admissão
como novo membro da organização.
• Não há sucessão automática.
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Sucessão de Estados em matéria de


responsabilidade internacional
• Pelo costume internacional, não há sucessão
automática.
• Com o desaparecimento de um Estado,
desaparece, a princípio, a responsabilidade.
• Ao Estado sucessor não pode ser imputada
conduta ilícita que não foi cometida por ele.
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Sucessão de OIs
• Não há sucessão automática.
• A passagem de bens, arquivos, jurisprudência
e tratados depende da anuência dos membros
das organizações.
• Ex: Liga das Nações e CPJI para ONU, 1946.
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Responsabilidade internacional do
Estado
• 3 preocupações principais:
• 1) Origem da responsabilidade internacional;
• 2) Consequências da responsabilidade
internacional;
• 3) Implementação da responsabilidade
internacional.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• 1) Ilícito (pode ser dispensado em alguns
casos)
• 2) Atribuição
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• II) ATRIBUIÇÃO (IMPUTABILIDADE)
• RESPONSABILIDADE DIRETA:
• Art. 4º Conduta dos órgãos de um Estado
• Considerar-se-á ato do Estado, segundo o Direito
Internacional, a conduta de qualquer órgão do Estado
que exerça função legislativa, executiva, judicial ou
outra qualquer que seja sua posição na organização do
Estado -, e independentemente de se tratar de órgão
do governo central ou de unidade territorial do Estado.
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1) Origem da responsabilidade internacional


• II) ATRIBUIÇÃO (IMPUTABILIDADE)
• RESPONSABILIDADE DIRETA:
• Atos de particulares não costumam gerar
responsabilidade para o Estado, a menos que
haja
• A) OMISSÃO DO ESTADO
• B) DIREÇÃO OU CONTROLE DO ESTADO
• C) AUSÊNCIA DE AUTORIDADES PÚBLICAS
• D) ADOÇÃO DA CONDUTA
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• Art. 20. Consentimento
• Um consentimento válido de um Estado à
comissão de um determinado ato por outro
Estado exclui a ilicitude daquele ato em relação
ao primeiro na medida em que o ato permanece
dentro dos limites do mencionado
consentimento.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• Art. 21. Legítima defesa
• A ilicitude de um ato de um Estado é excluída
se o ato constitui uma medida lícita de
legítima defesa tomada em conformidade com
a Carta das Nações Unidas.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• Art. 22. Contramedidas em relação a um ato
internacionalmente ilícito
• A ilicitude de um ato de um Estado em desacordo
com uma obrigação internacional em relação a
um outro Estado será excluída se e na medida em
que o ato constitua uma contramedida tomada
contra o último Estado em conformidade com o
Capítulo II da Parte Três.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• Art. 23. Força maior
• 1. A ilicitude de um ato de um Estado em desacordo com uma
obrigação internacional daquele Estado será excluída se o ato
se der em razão de força maior, entendida como a ocorrência
de uma força irresistível ou de um acontecimento
imprevisível, além do controle do Estado, tornando
MATERIALMENTE IMPOSSÍVEL, nesta circunstância, a
realização da obrigação.
• 2. O parágrafo 1º não se aplica se:
• a)a situação de força maior é devida, por si só ou em
combinação com outros fatores, à conduta do Estado que a
invoca; ou
• b)o Estado assumiu o risco daquela situação ocorrida.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• Art. 24. Perigo extremo
• 1. A ilicitude de um ato de um Estado em desacordo com uma
obrigação internacional daquele Estado se extingue se o autor do
ato em questão não tem nenhuma alternativa razoável, em uma
situação de perigo extremo, de salvar a vida do autor ou vidas de
outras pessoas confiadas aos cuidados do autor.
• 2. O parágrafo 1º não se aplica se:
• a)a situação de perigo extremo é devida unicamente, ou em
combinação com outros fatores, à conduta do Estado que a
invoque; ou
• b)for provável que o ato em questão crie um perigo comparável ou
maior.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• “Art. 25. Estado de necessidade
• 1. Nenhum Estado pode invocar o estado de necessidade
como causa de exclusão de ilicitude de um ato em
desacordo com uma obrigação internacional daquele
Estado, a menos que o ato:
• a)seja o único modo para o Estado preservar um interesse
essencial contra um perigo grave e iminente;
• e
• b)não afete gravemente a um interesse essencial do Estado
ou Estados em relação aos quais exista a obrigação, ou da
comunidade internacional como um todo.”
• Ex: confisco de bens de estrangeiros em caso de guerra
declarada.
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1) Origem da responsabilidade
internacional
• EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
• Art. 26. Cumprimento de normas imperativas
• Nada neste Capítulo exclui a ilicitude de
qualquer ato de um Estado que não esteja em
conformidade com uma obrigação que surja
de uma norma imperativa de Direito
Internacional geral.
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2) Consequências da responsabilidade
internacional
• Art. 30. Cessação ou não-repetição
• O Estado responsável pelo ato internacionalmente ilícito tem
a obrigação de:
• a)cessar aquele ato, se ele continua;
• b)oferecer segurança e garantias apropriadas de não-
repetição, se as circunstâncias o exigirem.
• Art. 31. Reparação
• 1. O Estado responsável tem obrigação de reparar
integralmente o prejuízo causado pelo ato
internacionalmente ilícito.
• 2. O prejuízo compreende qualquer dano, material ou moral,
causado pelo ato internacionalmente ilícito de um Estado.
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2) Consequências da responsabilidade
internacional
• Art. 34. Formas de reparação
• A reparação integral do prejuízo causado pelo
ato internacionalmente ilícito deverá ser em
forma de restituição, indenização e satisfação,
individualmente ou em combinação, de acordo
com as previsões deste Capítulo.
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Responsabilidade agravada
• Art. 41.
• Consequências particulares da violação grave de uma
obrigação consoante este Capítulo
• 1. Os Estados deverão cooperar para pôr fim, por
meios legais, a toda violação grave no sentido atribuído
no artigo 40.
• 2. Nenhum Estado reconhecerá como lícita uma
situação criada por uma violação grave no sentido
atribuído no artigo 40 nem prestará auxílio ou
assistência para manutenção daquela situação.
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3) Implementação da responsabilidade
internacional
• Retaliação • Sanção (stricto sensu)

Lógica de coordenação Lógica de subordinação


CARÁTER INSTRUMENTAL CARÁTER PUNITIVO
1) Retorsões Não precisa ser
2) Contramedidas proporcional
1) Sanções de
Organizações
Internacionais
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• RECONHECIMENTO DE ESTADO
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Natureza jurídica do reconhecimento


de Estado
Teoria constitutiva Teoria declaratória
• Reconhecimento teria efeitos
constitutivos. • Reconhecimento teria
• Ápice durante o séc. XIX. efeitos declaratórios.
• A personalidade jurídica do • Simplesmente constataria a
Estado advém do seu
reconhecimento por seus pares. existência do Estado
• Reconhecimento seria requisito • Scelle, Accioly, Sereni,
fundamental para que uma Kelsen.
entidade fosse considerada um
Estado.
• Jellinek, Anzilotti, Triepel.
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Natureza jurídica do reconhecimento


de Estado
• Teoria declaratória é a aceita atualmente.
• A criação e o desaparecimento de Estados são questões de fato, não
de reconhecimento.
• Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados
(1933), Art. 3:
• “A existência política do Estado é independente do seu
reconhecimento pelos demais Estados.
• Ainda antes de reconhecido, tem o Estado o direito de defender sua
integridade e independência, prover a sua conservação e
prosperidade, e conseguintemente, organizar-se como achar
conveniente, legislar sobre seus interesses, administrar seus serviços e
determinar a jurisdição e competência dos seus tribunais. O exercício
destes direitos não tem outros limites além do exercício dos direitos
de outros Estados de acordo com o Direito Internacional.”
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Características do reconhecimento de
Estado
• Ato unilateral;
• Ato Irrevogável: o ato de reconhecimento não pode ser
retirado, a menos que o Estado deixe de existir.
• Ato Discricionário: o reconhecimento de Estados é uma
faculdade soberana dos Estados. Não existe a
obrigação de reconhecer outro Estado. A participação
do Estado em uma OI não obriga os demais Estados
membros a reconhecê-lo.
• Ato de efeitos Retroativos: o reconhecimento retroage
à data da constituição do Estado; consequência da
natureza declaratória do ato de reconhecimento.
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Reconhecimento de Estado
Expresso Tácito
• Declarações escritas ou orais • Infere-se, da prática dos Estado,
de representantes do Estado que ele, inequivocamente,
que reconhece. reconhece formalmente o novo
• Convencional: por meio de Estado.
tratado que reconheça a • Ex: mensagem de congratulação
independência de um Estado. pela independência;
Ex: Brasil-Portugal, 1825. estabelecimento de relações
• Individual (Ex: EUA – Brasil, diplomáticas; celebração de
1824) ou coletivo (Ex: Brasil, tratados bilaterais que regulem
Argentina e Chile – Panamá, amplamente as relações entre as
1903). partes; voto favorável à entrada
de um Estado em uma OI.
• Individual ou coletivo.
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Requisitos para o reconhecimento de


Estado
• 1) Viabilidade: o novo Estado deve possuir os
quatro elementos constitutivos de um Estado.
Sua existência política não pode estar em
xeque.
• Esse requisito pode ser flexibilizado quando o
povo tem direito à independência segundo o
DIP.
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AULA 02

Requisitos para o reconhecimento de


Estado
• 2) O Estado não se pode constituir a partir de violação grave do
DIP.
• Princípio ex injuria ius non oritur: uma violação do direito não
pode criar direito.
• DOUTRINA STIMSON: Secretário de Estado dos EUA em 1931,
quando o Japão, mediante uso da força, instituiu o Estado de
Manchukuo na Manchúria. Como o Estado foi “criado” por
meio de violação do Pacto de Paris de 1928 (Briand-Kellogg), os
EUA invocaram o princípio ex injuria jus non oritur para não
reconhecerem a nova entidade. Posteriormente, a Assembleia
da Liga das Nações aprovou resolução urgindo os Estados a não
reconhecerem qualquer situação ou tratado levado a cabo
mediante violação do Pacto da Liga das Nações ou do Pacto
Briand Kellogg.
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• RECONHECIMENTO DE GOVERNO
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Reconhecimento de governo
• É relevante quando há (i) mudança de governo
(ii) inconstitucional.
• Ex: revoluções e golpes de Estado.
• Se a transição política é constitucional (ex: posse
do Lula em 2003), ou se o grupo governista viola
a ordem constitucional para permanecer no
poder (ex: implantação do Estado Novo, em
1937), o reconhecimento de governo é
desnecessário.
• Deve haver disputa política entre dois grupos
para que o reconhecimento de um desses grupos
seja relevante.
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Características do reconhecimento de
governo
• Ato unilateral: depende apenas do Estado que
reconhece.
• Ato Irrevogável: o ato de reconhecimento não
pode ser retirado, a menos que o governo deixe
de ser efetivo.
• Ato Discricionário: o reconhecimento de
governos é uma faculdade soberana dos Estados.
• Ato de efeitos Retroativos: o reconhecimento
retroage à data da constituição do governo.
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Reconhecimento de governo
Reconhecimento de facto Reconhecimento de iure
Reconhecimento de GOVERNO DE • Reconhecimento de
FATO
Era visto como provisório, já que o
GOVERNO DE IURE
governo não tinha título jurídico para • Governos que possuíam
estar no poder.
Ex: Reino Unido reconheceu o
títulos para estar no poder.
governo de facto da Itália sobre a • Reconhecimento visto como
Abissínia em 1936 e de iure em
1938. Durante a Guerra Civil definitivo.
espanhola, o RU reconheceu o
governo de fato de Franco enquanto
reconhecia o governo republicano
como de direito.

ATUALMENTE, QUASE NÃO EXISTE DISTINÇÃO ENTRE RECONHECIMENTOS


DE FACTO OU DE IURE, UMA VEZ QUE O RECONHECIMENTO É SEMPRE
IRREVOGÁVEL (DEFINITIVO).
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Reconhecimento de governo
Doutrina Tobar Doutrina Estrada
• Doutrina da LEGITIMIDADE. Doutrina da EFETIVIDADE.
• Reconhecimento de Reconhecimento de governo
governo só deveria ser é intervenção em assuntos
concedido a governos internos e, portanto, violação
legítimos, que contassem à soberania.
com o apoio popular.
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Doutrina Tobar
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• Carlos Tobar era chanceler do Equador em 1907.


• Governos que chegaram ao poder por meio de ruptura
constitucional não deveriam ser reconhecidos, pelo menos até que
fossem considerados legítimos pela população.
• Doutrina Wilson (1913): repetição da Doutrina Tobar. Interdição de
reconhecimento de governos que tenham tomado o poder pela
força.
• Doutrina Larreta: reedição da Doutrina Tobar. Larrreta era chanceler
do Uruguai em 1945. Propunha intervenção coletiva nos governos
ditatoriais surgidos de revoluções. Pregava o não reconhecimento
desses governos. Pouca adesão.
• Doutrina Betancourt (1959): sucedâneo da doutrina Tobar. Com base
nela, a Venezuela rompeu relações diplomáticas com o Brasil em
1964, com a Argentina em 1966, e com o Peru em 1968.
• Doutrina de difícil conciliação com a realidade política dos Estados.
Governos golpistas, muitas vezes, exercem plenamente o controle
efetivo do território e da população do Estado.
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Doutrina Estrada
• Genaro Estrada era Ministro das Relações Exteriores do
México em 1930.
• Em comunicado diplomático afirmou que o México não
reconheceria mais governos, porque isso constituiria
intervenção ilícita nos assuntos internos de outros Estados.
• O México apenas manteria ou não seus agentes
diplomáticos.
• Resposta à Doutrina Wilson, usada com fins
intervencionistas.
• Crítica: manter agentes diplomáticos é uma forma de
reconhecimento tácito de governo (romper relações
diplomáticas não significa retirada de reconhecimento).
• Interpretação: a intervenção em assuntos internos só
ocorre nos casos de reconhecimento expresso.
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Reconhecimento de governo
• Atualmente, PREVALECE A DOUTRINA
ESTRADA.
• O RECONHECIMENTO EXPRESSO DE GOVERNO
É VISTO COMO UMA AFRONTA AO PRINCÍPIO
DA NÃO INTERVENÇÃO.
• O Brasil segue essa prática. “O Brasil não
reconhece governos, reconhece apenas
Estados.”
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Requisitos do reconhecimento de
governo
• 1) EFETIVIDADE: Princípio do controle efetivo.
• O governo deve dominar o território e a
população do Estado. Deve controlar a
máquina pública.
• Não se pode reconhecer governo que não é
efetivo. Isso significaria intervenção em
assuntos internos dos Estados.
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Requisitos do reconhecimento de
governo
• 2) Cumprimento das obrigações internacionais
contraídas pelos governos anteriores.
• Princípio da continuidade do Estado.
• O ESTADO, NÃO O GOVERNO é o sujeito de
DIP, que deve respeitar as obrigações
contraídas.
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Dúvidas e atualidades

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• Direito Internacional IRBR
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CURSO DE REVISÃO – AULA 02

SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL

QUESTÕES INÉDITAS

Questão 1

Sobre os sujeitos de direito internacional, julgue os itens a seguir:

a) A Soberana Ordem de Malta, Hong Kong e a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do


Crescente Vermelho possuem personalidade jurídica de direito das gentes.
b) Os movimentos de libertação nacional, os insurgentes e os beligerantes podem ser considerados
sujeitos de direito internacional, desde que obtenham reconhecimento internacional.
c) As empresas transnacionais e as organizações não governamentais não são consideradas sujeitos de
direito das gentes, por mais que, em alguns casos, tenham acesso direto a instâncias jurisdicionais
internacionais.
d) A Santa Sé ou cidade estado do Vaticano, enquanto estado exíguo, é sujeito de direito internacional
e pode participar de organizações internacionais como a ONU, e recorrer a tribunais internacionais,
como a Corte Internacional de Justiça.

Questão 2

Julgue certo ou errado os itens a seguir sobre os sujeitos de direito internacional:

a) A existência política de um estado independe do seu reconhecimento pelos demais estados. Todo
estado que tenha um governo soberano controlando um determinado território e uma determinada
população possui direitos fundamentais de estados, como o direito inerente à defesa.
b) A autodeterminação dos povos, enquanto norma de jus cogens, confere o direito à independência
aos povos em situação de domínio colonial, que podem inclusive, fazer uso de força armada para
obter sua independência. Da mesma forma, o princípio autoriza os povos sem um estado próprio,
como os curdos, a criarem o seu próprio estado.
c) Sistema de governo, nacionalidade e direitos humanos são exemplos de temas que se inserem no
domínio reservado dos estados.
d) O exercício da proteção diplomática por um estado é ato discricionário, razão pela qual a doutrina
Calvo não foi plenamente incorporada no projeto de artigos da Comissão de Direito Internacional
sobre o tema.

Questão 3

Sobre os estados, julgue certo ou errado os itens a seguir:

professorpedrosloboda@gmail.com
a) Estados protegidos, em situação de protetorado, estados vassalos, estados clientes e estados
exíguos, por mais que muitas vezes abram mão de parcelas essenciais de sua soberania, como
defesa e representação externa, são sujeitos de direito internacional e podem ser membros da ONU.
b) O reconhecimento de governo implica reconhecimento de estado, mas o reconhecimento de estado
não implica necessariamente um reconhecimento de governo.
c) No direito internacional contemporâneo, a doutrina Estada prevalece sobre a doutrina Tobar e sobre
a doutrina Bettancourt.
d) O estabelecimento de relações diplomáticas, a participação em um mesmo tratado, em uma mesma
organização internacional e em uma mesma mesa negociadora são exemplos de inequívoco
reconhecimento tácito de estados.

Questão 4

Sobre nacionalidade e condição jurídica do estrangeiro, julgue certo ou errado os itens a seguir:

a) A nacionalidade é, assim como o esgotamento dos recursos internos, condição sine qua non para o
exercício da proteção diplomática. Para que seja oponível a outros estados, contudo, essa
nacionalidade de ser baseada na existência de algum vínculo entre o estado e o indivíduo.
b) Os estrangeiros residentes no Brasil gozam dos mesmos direitos e das mesmas obrigações dos
brasileiros, com a exceção da impossibilidade de exercício de direitos políticos.
c) A concessão de nacionalidade brasileira derivada é sempre um ato discricionário.
d) De acordo com decisão recente do Supremo Tribunal Federal, brasileiro nato pode ser extraditado
por crime grave. Trata-se de mutação constitucional, vale dizer, de alteração da constituição sem
mudança de texto.

Questão 5

Sobre as organizações internacionais enquanto sujeitos de direito das gentes, julgue os itens a seguir:

a) Os tratados constitutivos de organizações internacionais, por criarem regimes auto-contidos, não


estão regidos pelo direito internacional geral.
b) As organizações internacionais têm personalidade jurídica derivada dos estados, de modo que
apenas estados podem fazer parte dessas organizações.
c) A personalidade jurídica das organizações internacionais depende de seu reconhecimento pelos
estados membros. Isso significa que o reconhecimento dessas organizações é ato de natureza
jurídica constitutivo.
d) A personalidade jurídica das organizações internacionais é objetiva, o que significa que é oponível a
terceiros estados.

Questão 6

Sobre a Organização das Nações Unidas, julgue certo ou errado os itens a seguir:

a) Por mais que a Índia tenha sido membro fundador da ONU, antes de se tornar independente, apenas
estados soberanos podem ser admitidos na organização.
b) A Assembleia Geral das Nações Unidas aprova resoluções sobre questões relevantes, como a
expulsão de um membro da ONU, por maioria de 2/3, e demais questões por maioria simples dos
membros presentes e votantes.
c) O Conselho de Segurança, como órgão principal da ONU, é o único com capacidade decisória, apesar
de não respeitar a igualdade soberana entre os estados, em razão do poder de veto previsto na
Carta da organização.
d) As resoluções do Conselho de Segurança adotadas sob a égide do capítulo VI, diferentemente
daquelas adotas sob o capítulo VII, não são juridicamente vinculantes para os estados membros.

6- CCEC
5 -EEEC
4–EEEE
3–CCCE
2–CEEC
1–ECCE
GABARITO

QUESTÕES ANTERIORES

(CACD 2008) É considerado divisor de águas no direito internacional o parecer consultivo da Corte
Internacional de Justiça no caso Reparação de danos a serviço das Nações Unidas acerca da morte de Folke
de Bernadotte, mediador que, no exercício de suas funções, foi assassinado por extremistas israelenses em
Jerusalém, em 1948. Essa consideração justifica-se porque o parecer

A) declarou a existência da Palestina como território insurgente.

B) homologou a jurisdição penal do Estado de Israel.

C) reconheceu a personalidade jurídica das organizações internacionais.

D) incorporou o princípio da legítima defesa internacional.

E) consagrou o pacifismo e a não-violência como deveres jurídicos.

(CACD- 2009) Em 14/6/2008, o Governo brasileiro respondeu à carta do ministro dos Negócios Estrangeiros
da República de Montenegro, acusando recebimento de notícia acerca do resultado de referendo favorável
ao status daquele país como Estado independente, após desmembramento da União de Estados da Sérvia e
Montenegro. Na carta, o Brasil “reconhece, a partir da data de hoje, a independência da República de
Montenegro, país com o qual o Brasil tenciona, oportunamente, iniciar processo com vistas ao
estabelecimento de relações diplomáticas”. Acerca desse tema, assinale a opção correta.

A) A eventual recusa do reconhecimento por parte do Governo brasileiro impediria que


Montenegro se constituísse como verdadeiro Estado, sujeito de direito internacional, e que se
tornasse membro das Nações Unidas.
B) O Governo brasileiro poderia ter optado por não reconhecer formalmente a independência de
Montenegro e poderia ter simplesmente estabelecido relações diplomáticas com aquele país, o que
teria produzido o mesmo efeito jurídico do reconhecimento.

C) É costume do Governo brasileiro, além de reconhecer Estados, proceder igualmente ao


reconhecimento formal de novos governos, quando oriundos de revolução ou golpe de Estado,
exprimindo juízo de valor acerca da legitimidade do novo regime.

D) Antes do reconhecimento de Montenegro, o Governo brasileiro deve ter considerado, em sua


avaliação das circunstâncias locais, se a nova entidade possuía território definido, população
permanente, governo soberano e efetivo, e se havia comprometimento de Montenegro em
estabelecer missão diplomática em Brasília.

E) Ao Governo brasileiro caberá a última palavra na destinação a ser dada aos bens (embaixada,
terrenos) que eram anteriormente pertencentes à União dos Estados da Sérvia e Montenegro e que
se encontram em território brasileiro.

(CACD – 2010) Considera-se que a organização internacional — em sentido moderno — surgiu no século XIX,
com a Administração Geral de Concessão da Navegação do Reno. Desde então, as organizações
internacionais alcançaram importância inegável na vida contemporânea, a ponto de se afirmar que não há
atividade humana que não seja — direta ou indiretamente — influenciada pelo trabalho de, pelo menos,
uma organização internacional. À luz das normas de direito internacional aplicáveis ao tema, julgue C ou E.

a) Todos os atos adotados no seio de uma organização internacional são juridicamente


obrigatórios para seus Estados-membros; caso violados, podem acarretar a responsabilidade
internacional do Estado.

b) O tratado constitutivo de uma organização internacional está sujeito às normas da Convenção
de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969).

c) Em atendimento ao princípio da igualdade soberana dos Estados, toda decisão de uma


organização internacional deve ser adotada por unanimidade ou consenso.

d) O MERCOSUL é uma organização dotada de personalidade jurídica de direito internacional.

(CACD – 2012) Com relação aos direitos de nacionalidade e a suas variações, previstos na CF, assinale a
opção correta.

A) Estrangeiros são, por vezes, protegidos como os nacionais, a exemplo da vedação de extradição de
estrangeiros por crime político ou de opinião.
B) Os direitos inerentes aos brasileiros são atribuídos a todo cidadão português, ressalvada a limitação
constitucional de verificação de reciprocidade.
C) A perda da nacionalidade originária, diferentemente do que ocorre com a derivada, é medida prevista
como forma extrema de cominação penal.
D) A extradição de brasileiros portadores de nacionalidade não originária é condicionada excepcional e
unicamente a comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins.
E) A concessão de asilo a estrangeiro é prevista como direito civil inalienável no artigo 5.o da Lei Maior,
que cuida de direitos e garantias fundamentais.

(CACD 2013) É agência especializada da ONU

a) o Comitê Internacional da Cruz Vermelha


b) a Organização Mundial do Comércio.
c) o Tribunal Penal Internacional.
d) a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
e) a Organização Internacional do Trabalho.

(CACD – 2014) Embora o Estado nacional seja o sujeito de direito das gentes por excelência, há na ordem
internacional um rol de outros atores aptos a adquirir direitos e contrair obrigações. Acerca desses sujeitos,
julgue (C ou E) os itens subsequentes.

A) Mesmo aqueles microestados que delegam parcelas essenciais de suas competências, como
defesa e representação internacional, podem ser admitidos na ONU.

B) Apesar de ter personalidade jurídica internacional, enviar núncios e celebrar concordatas, a


Santa Sé é considerada entidade estatal anômala, em razão da exiguidade territorial da Cidade
Estado do Vaticano.

C) Até o final do século XX, o Brasil e a Santa Sé não haviam firmado nenhuma concordata, embora
mantivessem troca regular de embaixadores.

D) O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a Ordem Soberana e Militar de Malta e o Greenpeace


são admitidos como entes assemelhados a sujeitos de direito internacional público.

(CACD – 2015)

A) A concessão de asilo político a estrangeiro é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas
suas relações internacionais, mas, como ato de soberania estatal, o Estado brasileiro não está obrigado
a realizá-lo.
B) A Constituição Federal determina que o brasileiro nato nunca será extraditado e que o brasileiro
naturalizado somente será extraditado no caso de ter praticado crime comum antes da naturalização.

GABARITO
1–C
2–B
3–ECEC
4–B
5-E
6-CECE
7–CE
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PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Professor Pedro Sloboda


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REVISÃO
Aula 03
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AULA 03

Revisão – Aula 03
• DIPriv; Cooperação jurídica internacional;
jurisdição e imunidades de jurisdição; relações
diplomáticas e consulares; nacionalidade;
condição jurídica do estrangeiro.
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AULA 03

Principais preocupações do DIPriv


• 1. Onde ingressar com a ação (conflito de
jurisdição)

• 2. Qual a lei aplicável (conflito de leis)

• 3. Como fazer valer decisões ou atos judiciários


estrangeiros no direito interno (cooperação
jurídica internacional)
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AULA 03

1. Conflito de jurisdição
• COMPETÊNCIA CONCORRENTE
• Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 16 de
março de 2015.)
• Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira
processar e julgar as ações em que:
• I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver
domiciliado no Brasil;
• II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
• III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado
no Brasil.
• Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I,
considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
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AULA 03

NOVO CPC
• “Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária
brasileira processar e julgar as ações:
• I - de alimentos, quando:
• a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
• b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como
posse ou propriedade de bens, recebimento de
renda ou obtenção de benefícios econômicos;
• II - decorrentes de relações de consumo, quando
o consumidor tiver domicílio ou residência no
Brasil;”
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Competência concorrente
• Art. 24. A ação proposta perante tribunal
estrangeiro não induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça
da mesma causa e das que lhe são conexas,
ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em
vigor no Brasil.
• Parágrafo único. A pendência de causa perante a
jurisdição brasileira não impede a homologação
de sentença judicial estrangeira quando exigida
para produzir efeitos no Brasil.
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1. Conflito de jurisdição
• Será aplicada a sentença que chegar primeiro
às últimas consequências no direito brasileiro.
• Que transitar em julgado (sentença brasileira)
ou
• que for homologada (sentença estrangeira)
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Competência exclusiva
• NOVO CPC:
• Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com
exclusão de qualquer outra:
• I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
• II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à
confirmação de testamento particular e ao inventário e à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;
• III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união
estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.
• De acordo com a jurisprudência do STF, o art. 89 só abrange
DIREITOS REAIS.
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Autonomia da vontade
• Reconhecimento (até então inexistente) das
cláusulas de eleição de foro.
• NOVO CPC
• Art. 22. Compete, ainda, à autoridade
judiciária brasileira processar e julgar as ações:
• III - em que as partes, expressa ou
tacitamente, se submeterem à jurisdição
nacional.
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Autonomia da vontade
• NOVO CPC
• Art. 25. Não compete à autoridade judiciária
brasileira o processamento e o julgamento da
ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato internacional,
arguida pelo réu na contestação.
• § 1o Não se aplica o disposto no caput às
hipóteses de competência internacional exclusiva
previstas neste Capítulo.
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2. Conflitos de leis
• REGRAS DE CONEXÃO previstas no Direito brasileiro:
• Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
(decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, antiga
LICC – Lei de Introdução ao Código Civil)

• Lex domicilii: Lei do domicílio rege, no Brasil, o


estatuto pessoal - personalidade, capacidade, nome e
direitos de família.
• LINDB: “Art. 7o A lei do país em que domiciliada a
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família.”
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Regras de conexão
• Lex loci celebrationis (ou lex loci regit actum):
• Para reger atos jurídicos, aplica-se a lei do local
onde foram constituídos.
• LINDB: Art. 9o Para qualificar e reger as
obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se
constituirem.
• § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se
constituida no lugar em que residir o proponente.
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Regras de conexão
• Lex loci executionis: Aplica-se a lei do local da execução do contrato
para relações trabalhistas.
• Súmula 207 do TST: “A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis
vigentes no país da prestação do serviço e não por aquelas do local
da contratação”.
• Código de Bustamante (1928): “Art. 198. Também é territorial a
legislação sobre acidentes do trabalho e proteção social do
trabalhador.”
• Lei 7.064, de 1982: “Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato
de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á,
independentemente da observância da legislação do local da
execução dos serviços:
• II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho,
quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto
de normas e em relação a cada matéria.
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Regras de conexão
• Lex voluntatis: Autonomia da vontade
• Pouco usada no Brasil. Não está prevista na LINDB (era
prevista na LICC de 1917).
• Lei de arbitragem de 1996: “Art. 2º A arbitragem
poderá ser de direito ou de equidade, a critério das
partes.
• § 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras
de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde
que não haja violação aos bons costumes e à ordem
pública.”
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Regras de conexão
• Dépeçage (fracionamento): aplicação de mais
de uma lei a um mesmo contrato
internacional.
• Aceito no Brasil.
• Ex: capacidade jurídica regida pela lei do
domicílio (estrangeira) e contrato regulado
pela lei do local de celebração (Brasil).
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Regras de conexão
• Direito brasileiro não • No caso de Pancrácio:
aceita reenvio. • O tribunal brasileiro será
• LINDB: “Art. 16. Quando, competente (réu
nos termos dos artigos domiciliado no Brasil, art.
precedentes, se houver 88 CPC);
de aplicar a lei • Será aplicada a lei
estrangeira, ter-se-á em estrangeira – lex loci
vista a disposição desta, celebrationis (art. 9º
sem considerar-se LINDB).
qualquer remissão por ela
feita a outra lei.”
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3. Cooperação jurídica internacional

• ATIVA: Por parte do Estado que requer a cooperação.


• PASSIVA: Por parte do Estado que recebe o pedido de
cooperação.

• 3.1 Homologação de sentença estrangeira

• 3.2 Carta rogatória

• 3.3 Auxílio direto


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3.1 Homologação de sentença estrangeira

• Competência originária do STJ desde a EC 45 de 2004

• CF: “Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


• I - processar e julgar, originariamente:
• i) a homologação de sentenças estrangeiras e a
concessão de exequatur às cartas rogatórias”
• Petição inicial do interessado.
• Sistema belga de CONTENCIOSIDADE LIMITADA: STJ
não analisa o mérito da questão. Faz simples

• JUIZO DE DELIBAÇÃO
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3.1 Homologação de sentença estrangeira


• Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a
homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às
cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
• § 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a
decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.
• § 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.
• § 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência
e realizar atos de execução provisória no processo de homologação de
decisão estrangeira.
• § 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução
fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade
apresentada à autoridade brasileira.
• § 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no
Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de
Justiça.
• § 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da
decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for
suscitada em processo de sua competência.
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3.1 Homologação de sentença estrangeira

• Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da


decisão:
• I - ser proferida por autoridade competente;
• II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
• III - ser eficaz no país em que foi proferida;
• IV - não ofender a coisa julgada brasileira;
• V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a
dispense prevista em tratado;
• VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública.
• Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas
rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste
artigo e no art. 962, § 2o.
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3.1 Homologação de sentença estrangeira

• Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira


na hipótese de competência exclusiva da autoridade
judiciária brasileira.
• Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à
concessão do exequatur à carta rogatória.
• Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-
se-á perante o juízo federal competente, a
requerimento da parte, conforme as normas
estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional.
• Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser
instruído com cópia autenticada da decisão
homologatória ou do exequatur, conforme o caso.
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Evolução na cooperação jurídica


internacional
• EC – 45, Convenção de Palermo e Res. 09 do STJ, de
2005
• Diferentemente do STF, o STJ tem
• 1. Homologado parcialmente sentenças estrangeiras.
• Res. 09: “Art. 4º §2º As decisões estrangeiras podem
ser homologadas parcialmente.”
• 2. Concedido TUTELA ANTECIPADA quando verificado
fumus boni iuris e periculum in mora.
• Res. 09 STJ: “Art. 4º (...) §3º Admite-se tutela de
urgência nos procedimentos de homologação de
sentenças estrangeiras.”
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3.2 Concessão de exequatur a carta rogatória

• Carta rogatória é o intercâmbio de atos


processuais.

• Quando ainda não há sentença transitada em


julgado, mas é necessário realizar alguns atos
processuais para o adequado decurso do
processo judicial, faz-se uso de cartas rogatórias.
• Exequatur – do latim, “execute-se”, ou “cumpra-
se”.
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3.2 Concessão de exequatur a carta rogatória

• Competência originária do STJ desde a EC 45 de 2004.

• CF: “Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


• I - processar e julgar, originariamente:
• i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias”

• CONTENCIOSIDADE LIMITADA: STJ não analisa o mérito da questão.


Faz simples

• JUIZO DE DELIBAÇÃO
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3.2 Concessão de exequatur a carta rogatória

• NOVO CPC
• Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o
Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e
deve assegurar às partes as garantias do devido processo
legal.
• § 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao
atendimento dos requisitos para que o pronunciamento
judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
• § 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do
pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade
judiciária brasileira.
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Cartas rogatórias
• Ordinárias: necessárias ao funcionamento
regular do processo. Ex: citação de réu.

• Instrutórias: necessárias à coleta de provas


fundamentais à instrução do processo. Ex: oitiva
de testemunha

• Executórias: necessárias para a prática de medida


constritiva de direito. Ex: congelamento de bens,
penhora, quebra de sigilo bancário. (Não eram
admitidas pelo STF se não houvesse tratado)
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Procedimento de cartas rogatórias passivas

• Se houver tratado entre os • Sem tratado


países:
• Pedido é recebido por via
• Pedido é recebido pela diplomática
Autoridade Central (art. 210 CPC). • Encaminhado para a Autoridade
• Concessão de exequatur pelo STJ Central
• Executada pela Justiça Federal • Concessão de exequatur pelo STJ
• Realizadas as diligências, o • Executada pela Justiça Federal
pedido é devolvido ao STJ • Devolvido para o STJ
• Autoridade Central brasileira • Autoridade Central
encaminha a documentação à • MRE encaminha documentação
Autoridade Central do Estado ao Estado requerente.
requerente.
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3.3 Auxílio Direto


• Tratado ou promessa de reciprocidade
• Por meio da Autoridade Central (Ministério da Justiça)
• Não enseja juízo de delibação pelo STJ
• Res. 09 STJ. “art. 7º Parágrafo único. Os pedidos de
cooperação jurídica internacional que tiverem por
objeto atos que não ensejem juízo de delibação pelo
Superior Tribunal de Justiça, ainda que denominados
como carta rogatória, serão encaminhados ou
devolvidos ao Ministério da Justiça para as
providências necessárias ao cumprimento por auxílio
direto.
• Não há ato jurisdicional a ser delibado
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3.3 Auxílio Direto


• Podem ser objeto de pedido de auxílio direto
uma ampla gama de medidas que variam desde a
comunicação de atos processuais, a obtenção de
provas, a oitiva de testemunhas, a quebra de
sigilo bancário, fiscal e telemático, a localização
de bens e indivíduos, o sequestro de bens, o
congelamento de contas bancárias até a
repatriação de bens ou valores ilicitamente
remetidos ao exterior.
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3.3 Auxílio Direto


• Por via judicial • Por via administrativa
• Estado requerente busca • Autoridade Central realiza
a prolação de sentença a cooperação
judicial brasileira • Ou encaminha o pedido
• Autoridade Central para o órgão
recebe o pedido administrativo
• Decisão judicial de competente
primeira instância
• Autoridade Central
encaminha documentos
ao Estado requerente
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3.3 Auxílio Direto


• NOVO CPC:
• O auxílio direto, que, até então, era apenas
mencionado pelo art. 7º da Res. 09 do STJ,
ganhou uma seção específica, que
compreende os arts. 28 a 34.
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Cooperação jurídica internacional em


matéria penal
• Homologação de sentença • Parágrafo único - A homologação
estrangeira depende:
• a) para os efeitos previstos no
• Código Penal Brasileiro. Art. “9º: inciso I, de pedido da parte
A sentença estrangeira, quando a interessada;
aplicação da lei brasileira produz • b) para os outros efeitos, da
na espécie as mesmas existência de tratado de
consequências, pode ser extradição com o país de cuja
homologada no Brasil para: autoridade judiciária emanou a
• I - obrigar o condenado à sentença, ou, na falta de tratado,
reparação do dano, a restituições de requisição do Ministro da
e a outros efeitos civis; Justiça.
• II - sujeitá-lo a medida de
segurança.
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Cooperação jurídica internacional em


matéria penal
• Não se admite o • Cartas rogatórias
cumprimento em
território nacional de • Necessidade de maior
pena criminal cooperação entre os
determinada em outro Estados para o combate
Estado. ao crime organizado
• A homologação da transnacional.
sentença penal • Convenção de Palermo de
estrangeira é admitida 2004 (art.18)
para fins de reparação
civil.
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Cooperação jurídica internacional em


matéria penal
• Transferência de condenados
• Caráter humanitário
• Visa a aproximar o condenado a pena privativa de
liberdade de sua família e de seu ambiente social
e cultural, com vistas a melhorar sua perspectiva
de integração social futura.
• No Brasil, depende de tratado.
• Convenção de Palermo art. 17
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Transferência de condenados
• Nova lei de migração
• Art. 103. A transferência da pessoa condenada poderá ser concedida
quando o pedido se fundamentar em tratado internacional ou houver
promessa de reciprocidade.
• § 1o O condenado no território nacional poderá ser transferido para o seu
país de nacionalidade ou país que tiver residência habitual ou vínculo
pessoal, a fim de cumprir a pena a ele imposta pelo Estado brasileiro por
sentença transitada em julgado, necessitando expressar seu interesse em
ser transferido ao Brasil ou ao seu Estado de nacionalidade.
• § 2o A transferência da pessoa condenada no Brasil pode ser aplicada
conjuntamente com a aplicação de medida de impedimento de reingresso
em território nacional, na forma de regulamento.
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Transferência de condenados
• Art. 104. A transferência de pessoa condenada será possível
quando:
• I - o condenado no território de uma das Partes for nacional
ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal no território
da outra Parte que justifique a transferência;
• II – a sentença tiver transitado em julgado;
• III – a duração da condenação a cumprir ou que restar para
cumprir for de, pelo menos, um ano, na data de
apresentação do pedido ao Estado da condenação;
• IV – os fatos que originaram a condenação constituírem
infração penal perante a lei de ambos os Estados;
• V – houver manifestação de vontade do condenado ou
• de seu representante, quando for necessário; e
• VI – houver concordância de ambos os Estados.
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Transferência de condenados
• Art. 105. A forma do pedido de transferência de
pessoa condenada e seu processamento serão
definidos por regulamento.
• § 1o Nos casos previstos nesta Seção, a execução
penal será de competência da Justiça Federal.
• § 2o Não se procederá a transferência quando
inadmitida a extradição.
• § 3o Compete ao Superior Tribunal de Justiça a
homologação da sentença dos casos previstos
nesta Seção.
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Extradição
• Envio de um indivíduo para ser julgado por crime
cometido na jurisdição de outro Estado, ou para
no estrangeiro cumprir pena.
• “indivíduo”: o brasileiro naturalizado pode ser
extraditado.
• CF, “Art. 5º LI - nenhum brasileiro será
extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização,
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;”
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Extradição
• Nova lei de migração
• Art. 83. São condições para concessão da
extradição:
• I – ter sido o crime cometido no território do
Estado requerente ou serem aplicáveis ao
extraditando as leis penais desse Estado; e
• II – estar o extraditando respondendo a processo
investigatório ou a processo penal ou ter sido
condenado pelas autoridades judiciárias do
Estado requerente à pena de privação de
liberdade.
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Extradição
• Instrutória • Executória

• “Para ser julgado” • “Para cumprir pena”


• Não há trânsito em • Há trânsito em julgado
julgado, apenas
mandado de prisão
provisória.
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Extradição
• Tratado de extradição bilateral ou multilateral
(Convenção de Palermo e Protocolo do Rio de
Janeiro sobre extradição no MERCOSUL, de
1998, ratificado pelo Brasil em 2004)
• ou promessa de reciprocidade
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Extradição: procedimento

• 1. Fase administrativa

• 2. Fase judicial

• 3. Fase administrativa
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Extradição: procedimento
• 1. Fase Administrativa
• Pedido recebido pela via diplomática ou
diretamente ao Ministério da Justiça (se houver
previsão em tratado).
• MRE MJ
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Extradição: procedimento
• 1. Fase Administrativa
• Se houver tratado, o MJ deve, obrigatoriamente,
submeter o pedido a juízo do STF.
• Se houver apenas promessa de reciprocidade, o
MJ faz análise de conveniência e oportunidade,
podendo remeter ou não o pedido ao STF.
• A promessa do Estado estrangeiro é de analisar
eventual pedido de extradição do Brasil no
âmbito político, o que não garante a extradição.
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AULA 03

Extradição: procedimento
• Nova lei de migração
• Art. 89. O pedido de extradição originado de Estado
estrangeiro será recebido pelo órgão competente do
Poder Executivo e, após exame da presença dos
pressupostos formais de admissibilidade exigidos
nesta Lei ou em convenção ou tratado internacional,
encaminhado à autoridade judiciária competente.
• Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos de
que trata o caput, o pedido será arquivado mediante
decisão fundamentada, sem prejuízo de renovação
do pedido, devidamente instruído, uma vez superado
o óbice apontado.
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AULA 03

• Nova lei de migração


• Art. 90. Nenhuma extradição será concedida
sem prévio pronunciamento do Supremo
Tribunal Federal sobre sua legalidade e
procedência, não cabendo recurso da decisão.
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AULA 03 Extradição
• Requisitos
• Nova lei de migração
• Art. 82. Não se concederá a extradição quando:
• I – o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil
for brasileiro nato;
• II – o fato que motivar o pedido não for considerado
crime no Brasil ou no Estado requerente; (dupla
tipicidade)
• III – o Brasil for competente, segundo suas leis, para
julgar o crime imputado ao extraditando;
• IV – a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão
inferior a dois anos; (princípio da bagatela)
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AULA 03 Extradição
• V – o extraditando estiver respondendo a processo
ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil
pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
• VI – a punibilidade estiver extinta pela prescrição,
segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
• VII – o fato constituir crime político ou de opinião;
• VIII – o extraditando tiver de responder, no Estado
requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou
• IX – o solicitante for beneficiário de refúgio, nos
termos da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou
de asilo territorial.
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AULA 03 Extradição
• Lei 9.474 de 1997: “Art. 33. O reconhecimento da
condição de refugiado obstará o seguimento de
qualquer pedido de extradição baseado nos fatos
que fundamentaram a concessão de refúgio.”
• “Não há incompatibilidade absoluta entre o
instituto do asilo político e o da extradição
passiva, na exata medida em que o STF não está
vinculado ao juízo formulado pelo Poder
Executivo na concessão administrativa daquele
benefício regido pelo Direito das Gentes.” Ext
524, Rel. Min. Celso de Mello
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AULA 03

Extradição
• Nova lei de migração, art. 82,
• § 5º Admite-se a extradição de brasileiro
naturalizado, nas hipóteses previstas na
Constituição Federal.

• CF “Art. 5º LII - não será concedida extradição


de estrangeiro por crime político ou de
opinião;”
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AULA 03

Extradição
• Art. 86. O Supremo Tribunal Federal, ouvido o Ministério
Público, poderá autorizar prisão albergue ou domiciliar ou
determinar que o processo de extradição seja respondido
em liberdade, com retenção do documento de viagem ou
outras medidas cautelares necessárias, até o julgamento
da extradição ou a entrega do extraditando, se pertinente,
considerando a situação administrativa migratória, os
antecedentes e as circunstâncias do caso.
• Art. 87. O extraditando poderá entregar-se voluntariamente
ao Estado requerente, desde que o declare expressamente,
esteja assistido por advogado e seja advertido de que tem
direito ao processo judicial de extradição e à proteção que
tal direito encerra, caso em que o pedido será decidido
pelo Supremo Tribunal Federal.
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Extradição
• Contenciosidade limitada
• STF não analisa o mérito da decisão
estrangeira.
• Nova lei de migração
• Art. 91
• § 1o A defesa versará sobre a identidade da
pessoa reclamada, defeito de forma de
documento apresentado ou ilegalidade da
extradição.
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Extradição
• 2 Fase judicial
• STF AUTORIZA ou denega o pedido de
extradição.
• Se autorizar,
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Extradição: procedimento
• 3 Fase administrativa
• Se houver tratado de extradição, o Executivo
deve cumpri-lo.
• Isso significa que, se não houver liberdade de
escolha política prevista no acordo, o Presidente
da República É OBRIGADO A EXTRADITAR.
• Se houver, no tratado, margem para decisões
políticas, ou se o pedido de extradição tiver por
base promessa de reciprocidade, o Executivo faz
análise de conveniência.
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Extradição: procedimento
• 3. Fase administrativa
• Se o Poder Executivo decidir extraditar (ou for obrigado por
força do tratado), deverá assegurar-se de que o Estado
requerente se compromete a cumprir as condições
previstas no art. 96 da nova lei de migração:
• Art. 96. Não será efetivada a entrega do extraditando sem
que o Estado requerente assuma o compromisso de:
• I – não ser o extraditando preso nem processado por fato
anterior ao pedido de extradição;
• II – computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta
por força da extradição;
• III – comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em
pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo de
cumprimento de trinta anos;
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Extradição: procedimento
• IV – não ser o extraditando entregue, sem
consentimento do Brasil, a outro Estado que o
reclame;
• V – não considerar qualquer motivo político
para agravar a pena; e
• VI – não ser o extraditando submetido a
tortura ou a outros tratamentos ou penas
cruéis, desumanos ou degradantes.
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Entrega
• Essa aparente antinomia é solucionada pelo
próprio Estatuto de Roma, em seu art. 102:
• Para os fins do presente Estatuto:
• a) Por “entrega”, entende-se a entrega de uma
pessoa por um Estado ao Tribunal nos termos do
presente Estatuto.
• b) Por “extradição” , entende-se a entrega de
uma pessoa por um Estado a outro Estado
conforme previsto em um tratado, em uma
convenção ou no direito interno.
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Mandado MERCOSUL de Captura


• Acordo sobre Mandado Mercosul de Captura e procedimentos de
Entrega entre os Estados Partes do Mercosul e Estados Associados,
2010.
• ARTIGO 1º
• 1. O Mandado MERCOSUL de Captura é uma decisão judicial
emitida por uma das Partes (Parte emissora) deste Acordo, com
vistas à prisão e entrega por outra Parte (Parte executora), de uma
pessoa procurada para ser processada pelo suposto cometimento
de crime, para que responda a um processo em curso ou para
execução de uma pena privativa de liberdade.
• 2. As Partes executarão o Mandado MERCOSUL de Captura com
base nas disposições do presente Acordo, e no Direito interno das
Partes.
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Mandado MERCOSUL de Captura


• ANEXO I
• ÂMBITO DE APLICAÇÃO
• 1. Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada
Transnacional (Convenção de Palermo), Nova Iorque, 15.11.2000.
• 2. Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a
Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, à Repressão
e à Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e de Crianças,
Nova Iorque, 15.11.2000.
• 3. Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a
Criminalidade Organizada Transnacional contra o Tráfico Ilícito de
Migrantes por Via Terrestre, Marítima e Aérea, Nova Iorque, 15.11.2000.
• 4. Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, Roma, 17.07.1998.
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Mandado MERCOSUL de Captura


• ANEXO I
• ÂMBITO DE APLICAÇÃO
• 5. Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de
Genocídio, Paris, 11.12.1948.
• 6. Convenção das Nações Unidas Contra o Tráfico Ilícito de
Estupefacientes e de Substâncias Psicotrópicas, Viena, 20.12.1988.
• 7. Convenção rElativa a Infrações e certos Atos Cometidos a
Bordo de Aeronaves, Tóquio, 14.09.1963.
• 8. Convenção para Repressão ao Apoderamento Ilícito de
Aeronaves, Haia, 16.12.1970.
• 9. Convenção para Repressão de Atos Ilícitos contra a Segurança
da Aviação Civil, Montreal, 23.09.1971.
• 10.Protocolo para a Repressão de Atos Ilícitos de Violência em
Aeroportos ao Serviço da Aviação Civil Internacional, complementar
a Convenção para Repressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da
Aviação Civil, Montreal, 24.02.1988.
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Mandado MERCOSUL de Captura


• ARTIGO 5º
• DENEGAÇÃO DE CUMPRIMENTO DO MANDADO MERCOSUL DE CAPTURA
• A Autoridade Judicial da Parte executora não poderá dar cumprimento ao
Mandado MERCOSUL de Captura quando:

• a) não houver dupla incriminação com relação aos fatos que embasam o Mandado
MERCOSUL de Captura;

• b) quando a ação ou a pena estiverem prescritas conforme a legislação da Parte


emissora ou da Parte executora;

• c) a pessoa procurada já tenha sido julgada, indultada, beneficiada por anistia ou
obtido graça na Parte executora ou em um terceiro Estado em função do mesmo
fato ou fatos puníveis que fundamentam o Mandado MERCOSUL de Captura;

• d) a Parte executora considere que os crimes sejam de cunho político ou
relacionados a outros crimes de igual natureza. A mera alegação de um fim político
não implicará que o crime deva necessariamente ser qualificado como tal.
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• Nacionalidade
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Proteção diplomática

• A proteção diplomática consiste na invocação


de um Estado, por meio de solução pacífica de
controvérsias, da responsabilidade
internacional de outro Estado que causou
dano através de um ilícito internacional a um
nacional (pessoa física ou jurídica) do primeiro
Estado, para tornar efetiva essa
responsabilidade (art. 1º do projeto de artigos
sobre proteção diplomática/2006).
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Nacionalidade brasileira originária


• CF:
• Art. 12. São brasileiros:
• I - natos:
• a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país; [jus soli]
• [Obs: se estiverem a serviço de outro país que não o seu, o
filho será brasileiro.]
• b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;” [jus sanguinis]
• [Pessoas a serviço do Brasil incluem servidores civis ou
militares da União, dos Estados, dos Municípios, do DF, e de
autarquias.]
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Nacionalidade brasileira originária


• c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente, ou venham a residir na República
Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta,
optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira;(Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
• c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
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Nacionalidade brasileira derivada: a


NATURALIZAÇÃO
Naturalização ordinária Naturalização extraordinária
• A naturalização é um ato • Há DIREITO à nacionalidade.
unilateral e discricionário. Não se trata de
• O Estado não é obrigado a discricionariedade do
conceder a naturalização,
mesmo quando o requerente Estado.
preenche todos os requisitos • Requisitos: prazo de
determinados pelo legislador. residência (15 anos) ,
• Lei 6.815, de 1980: “Art. 121. A ausência de condenação
satisfação das condições
penal e requerimento.
previstas nesta Lei não
assegura ao estrangeiro direito
a naturalização.”
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Naturalização ordinária I
• CF “Art. 12 São brasileiros
• II - naturalizados:
• a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
• Lei 6.815, de 1980, Art. 112:
• “São condições para a concessão da naturalização:
• I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
• II - ser registrado como permanente no Brasil;
• III - residência contínua no território nacional pelo prazo
mínimo de quatro anos
• IV - ler e escrever a língua portuguesa;
• V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à
manutenção própria e da família;
• VI - bom procedimento;
• VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no
Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena
mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um)
ano.”
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Naturalização ordinária I
• Lei 6.815, “Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo
112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando
preencher quaisquer das seguintes condições:
• I - ter filho ou cônjuge brasileiro; (...)
• III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao
Brasil, a juízo do Ministro da Justiça;”
• O prazo de residência, nesses casos, será de 1 ano.
• “Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-
se apenas a estada no Brasil por trinta dias, quando se tratar:
• I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com
diplomata brasileiro em atividade; ou
• II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou
em Repartição Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez)
anos de serviços ininterruptos.
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Naturalização ordinária II
• “Art. 12 São brasileiros
• II - naturalizados:
• a) (...) exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um
ano ininterrupto e idoneidade moral;
• Únicos requisitos são (i) residência por 1 ano
ininterrupto e (ii) idoneidade moral.
• Não se aplicam os requisitos do art. 112 do
Estatuto do Estrangeiro.
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Naturalização extraordinária
• CF, “Art. 12 São brasileiros
• II - naturalizados:
• b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.(Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
1994)”
• Nesses casos, há DIREITO à nacionalidade. Não
se trata de discricionariedade do Estado.
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Nacionalidade brasileira derivada: a


NATURALIZAÇÃO
• Nova lei de migração
• Art. 64. Observado o disposto no inciso II do art. 12 da
Constituição Federal, a naturalização, cuja concessão é
faculdade exclusiva do Poder Executivo, pode ser:
• I – ordinária;
• II – extraordinária;
• III – especial; ou
IV – provisória.
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Nacionalidade brasileira
• CF, Art. 12, § 3º: “São privativos de brasileiro nato
os cargos:
• I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
• II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
• III - de Presidente do Senado Federal;
• IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
• V - da carreira diplomática;
• VI - de oficial das Forças Armadas.
• VII - de Ministro de Estado da Defesa.”
• Ministro de Estado das Relações Exteriores não
é cargo privativo de brasileiro nato.
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Nacionalidade brasileira
• CF, Art. 89: “O Conselho da República é órgão
superior de consulta do Presidente da
República, e dele participam:
• (...) VII - seis cidadãos brasileiros natos, com
mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República,
dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com
mandato de três anos, vedada a recondução.”
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Nacionalidade brasileira
• CF, Art. 222: “A propriedade de empresa jornalística e
de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há
mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas
sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de
2002)
• § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento
do capital total e do capital votante das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
que exercerão obrigatoriamente a gestão das
atividades e estabelecerão o conteúdo da
programação.”
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Nacionalidade brasileira
• CF, Art. 5º LI: “nenhum brasileiro será
extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;”
• O brasileiro nato, diferentemente do
naturalizado, não pode ser extraditado.
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Perda da nacionalidade brasileira


• CF, art. 12, § 4º: “Será declarada a perda da
nacionalidade do brasileiro que:
• I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;”
• Cancelamento de naturalização SÓ PODE
OCORRER “por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional”
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Nacionalidade brasileira
• CF, art.12, 4º: “Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que:
• II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
• a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
• b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira,
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)”
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Condição jurídica do estrangeiro


• 1. Entrada

• 2. Permanência

• 3. Saída
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Entrada do estrangeiro: asilo e refúgio


• ASILO
• “asilo é hoje instituto humanitário que visa
dar acolhimento a estrangeiro perseguido por
dissidência de opinião política. Daí parcela da
literatura utilizar a expressão “asilo político”.
Ela, entretanto, representa pleonasmo, já que
todo asilo é político.” Márcio Garcia.
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Entrada do estrangeiro: asilo e refúgio


• ASILO
• Inexiste organismo ou organização internacional
encarregada de sua supervisão. É, também, indiferente
que o perseguido tenha atentado contra as finalidades
e os propósitos da Organização das Nações Unidas.
Não há que se falar, por exemplo, em cláusula de
exclusão. O grau de proteção concedido é mais frágil.
Ele está circunscrito à vontade do governo do
momento, que pode, em qualquer tempo, retirar a
condição de asilado. É ato constitutivo. Falta amparo
internacional. O Estado tem o direito de conceder
asilo, mas não se acha obrigado a concedê-lo,
tampouco a declarar por que o nega.
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Entrada do estrangeiro: asilo e refúgio


• ASILO DIPLOMÁTICO
• Costume regional latino-americano. (em razão de condições
políticas, históricas, jurídicas e topográficas peculiares aos países da
região).
• Costumes parciais devem ser provados, e o silêncio mediante a
formação do costume não implica assentimento.
• Concedido no prédio de missão diplomática ou na residência do
chefe da missão.
• É o prelúdio do asilo territorial.
• O Estado asilante solicita expedição de salvo conduto ao governo
local para que o indivíduo possa sair do território em que se
encontra e se dirigir a outro em que gozará da proteção a ele
conferida.
• Se o Estado territorial não for parte do costume regional, ele não é
obrigado a conceder o salvo conduto. Ex: Caso Haya de la Torre (CIJ)
e caso Pinto Molina.
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Entrada do estrangeiro: asilo e refúgio


• REFÚGIO
• Já o “refúgio”, em sentido técnico-jurídico, é instituto
apoiado em tratados universais. Para concessão do
status de refugiado é necessário que a pessoa se
encontre fora de seu país de origem. A decisão que
concede refúgio possui caráter declaratório. O Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
(ACNUR) supervisiona a aplicação da Convenção sobre
o Estatuto do Refugiado (1951), bem assim de seu
Protocolo Adicional (1967) e tem mandato de proteção
e assistência em relação a todo aquele que detém esse
status.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Entrada do estrangeiro: asilo e refúgio


• REFÚGIO
• A Convenção de 1951 distingue, ainda, entre os que detêm a
qualidade de refugiado, três grupos que se enquadram nas
seguintes cláusulas: “de inclusão”, “de cessação” e “de exclusão”. As
denominadas cláusulas de inclusão constituem os critérios positivos
para o reconhecimento. Ao revés, as de cessação e de exclusão têm
significado negativo. Aquelas indicam as condições em que o
refugiado perde esse status, dado que os motivos pelos quais a
pessoa se tornou refugiada deixaram de existir; essas enumeram as
circunstâncias em que uma pessoa é excluída da proteção
convencional, mesmo que satisfaça os critérios positivos. Assim, por
exemplo, estão excluídos os indivíduos que cometeram crime
contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime
grave de direito comum e que praticaram atos contrários aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.
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Entrada do estrangeiro: asilo e refúgio

ASILO REFÚGIO
• Discricionário do Estado • Direito humano
• Natureza constitutiva • Natureza declaratória
• Não há órgão internacional de • ACNUR
proteção do instituto
• No território do Estado
• Pode ser territorial,
diplomático ou militar. • Princípio do non
• Non refoulement refoulement
• Motivação individual • Motivação coletiva
• Não necessariamente obsta o • Obsta o processo de
processo de extradição extradição
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2 Permanência do estrangeiro
• CF, Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes.”
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Estatuto da Igualdade
• CF, Art. 12 “§ 1º Aos portugueses com
residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro,
salvo os casos previstos nesta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)”
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Estatuto da igualdade
• Tratado de amizade, cooperação e consulta entre Brasil e
Portugal (2000),
• 1) EQUIPARAÇÃO:
• Art. 12: “Os brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil,
beneficiários do estatuto de igualdade, gozarão dos mesmos
direitos e estarão sujeitos aos mesmos deveres dos nacionais
desses Estados, nos termos e condições dos Artigos seguintes.”
• Basta requerer.
• Art. 14: “Excetuam-se do regime de equiparação previsto no
Artigo 12 os direitos expressamente reservados pela
Constituição de cada uma das Partes Contratantes aos seus
nacionais.”
• Com a equiparação, o português pode, por exemplo, exercer
cargos público de regime estatutários, vedados a estrangeiros
em geral.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Estatuto da igualdade
• 2) GOZO DE DIREITOS POLÍTICOS
• Tratado de amizade, cooperação e consulta entre Brasil e
Portugal (2000), Art. 17 (1):
• “O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e
por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que
tiverem três anos de residência habitual e depende de
requerimento à autoridade competente.”
• Autoridade competente: Ministério da Justiça, no Brasil, e
do Ministério da Administração Interna, em Portugal.
• Artigo 16: “O estatuto de igualdade extinguir-se-á com a
perda, pelo beneficiário, da sua nacionalidade ou com a
cessação da autorização de permanência no território do
Estado de residência.”
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Estatuto da igualdade
• Está sujeito à obrigatoriedade do voto e às sanções
correspondentes à omissão.
• Vedação ao duplo gozo de direitos políticos (no
Brasil e em Portugal). Art. 17 (3): “O gozo de direitos
políticos no Estado de residência importa na
suspensão do exercício dos mesmos direitos no
Estado da nacionalidade.”
• Sua condição jurídica não é idêntica, contudo à do
brasileiro naturalizado. O português que goze do
regime da igualdade pode ser expulso do país e
pode ser extraditado para Portugal. Além disso, não
está sujeito ao serviço militar.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Saída do estrangeiro do Brasil


• Voluntária
• Compulsória
– Repatriação (nova lei de migração)
– Deportação
– Expulsão
– Extradição
– Entrega
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Deportação
• Forma de exclusão do estrangeiro.
• NÃO SE DEPORTA BRASILEIRO.
• Reservada a estrangeiro que se encontre no Brasil de
forma clandestina ou irregular.
• ≠ impedimento à entrada.
• Lei 6.815, de 1980:
• “Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de
estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do
território nacional no prazo fixado em Regulamento,
será promovida sua deportação.”
• Prazo para retirada voluntária, art. 98 Decreto 86.715,
de 1981: 8 dias
• Clandestino: 3 dias.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Nova lei de migração


• Art. 48. A deportação é medida decorrente de procedimento
administrativo que consiste na retirada compulsória de imigrante
que se encontre em situação migratória irregular em território
nacional.
• § 1o A deportação será precedida de notificação pessoal ao
imigrante, da qual constem, expressamente, as irregularidades
verificadas e prazo para a regularização não inferior a sessenta dias,
podendo ser prorrogado, por igual período, por despacho
fundamentado e mediante compromisso de o imigrante manter
atualizadas suas informações domiciliares.
• § 2o A notificação prevista no § 1o não impede a livre circulação em
território nacional, devendo o imigrante informar seu domicílio e
suas atividades.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Expulsão
• Forma de exclusão do estrangeiro.
• NÃO SE EXPULSA BRASILEIRO EM NENHUMA
HIPÓTESE.
• Nova lei de migração
• Art. 52. A expulsão consiste em medida
administrativa de retirada compulsória do
migrante do território nacional, conjugada com o
impedimento de reingresso por prazo
determinado.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Expulsão
• Forma de exclusão do estrangeiro.
• NÃO SE EXPULSA BRASILEIRO EM NENHUMA HIPÓTESE.
• Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer
forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou
social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular,
ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos
interesses nacionais.
• Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro
que:
• a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no
Brasil;
• b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele
não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não
sendo aconselhável a deportação;
• c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
• d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para
estrangeiro.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Expulsão
• Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente
da República resolver sobre a conveniência e a
oportunidade da expulsão ou de sua
revogação.
• Decreto 3447/00: Delegou a competência para
decidir sobre expulsão de estrangeiro e sua
revogação ao Ministro da Justiça.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03
Expulsão
• Nova lei de migração
• Art. 53. Não se procederá à expulsão:
• I – se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira;
• II – quando o expulsando:
• a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou
dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa
brasileira sob sua tutela;
• b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem
qualquer discriminação, reconhecido judicial ou legalmente;
• c) tiver ingressado no Brasil até os doze anos de idade,
residindo desde então no País;
• d) for pessoa com mais de setenta anos que resida no País há
mais de dez anos, considerados a gravidade e o fundamento da
expulsão; ou
• e) estiver vivendo no Brasil há mais de quatro anos anteriores
ao cometimento do crime.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

• Imunidades de jurisdição
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidades de jurisdição
• 1) Imunidades soberanas dos Estados
• 2) Imunidades de missões especiais
• 3) Imunidades de organizações internacionais
• 4) Imunidades diplomáticas
• 5) Imunidades consulares

• Imunidades perante os tribunais de outros


Estados, não perante tribunais internacionais.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• Reservada aos Estados e a seus principais
representantes:
• Chefe de Estado, chefe de governo e ministro das
relações exteriores
• Esses representantes têm imunidade absoluta, o que
significa que, quando em viagem oficial, têm
imunidade sobre atos oficiais e particulares.
• Após saírem do cargo, esses indivíduos podem ser
julgados por atos particulares, mas não podem ser
julgados por atos oficiais realizados enquanto estavam
no cargo.
• Essa imunidade inclui as esferas penal, civil e tributária.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• CIJ, Caso Mandado de Prisão, 2002 (Bélgica Vs
RDC)
• Em 2000, a Bélgica havia emitido, e enviado para
a Interpol, mandado de prisão em nome de
Abdulaye Yerodia Ndombasi, ministro das
relações exteriores em exercício da RDC, por
crimes de guerra e crimes contra a humanidade,
cometidos contra tutsis.
• No mesmo ano, o Congo ingressou com ação na
CIJ, pedindo o reconhecimento da violação belga
da imunidade de jurisdição penal e civil da qual
gozava seu ministro das relações exteriores.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• Em 2002, a CIJ proferiu sua decisão.
• A Bélgica invocou sua jurisdição universal para
julgar esses crimes.
• « La Compétence n'implique pas l'absence
d'immunité »
• Reconhecendo a existência de norma costumeira
que confere imunidade de jurisdição aos
ministros das relações exteriores, a CIJ afirmou
que a Bélgica violou o DIP e determinou que
fossem prestadas satisfações como reparação
adequada ao dano.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• Des enseignements utiles peuvent être tirés
de ces conventions sur tel ou tel aspect de la
question des immunités. Elles ne contiennent
toutefois aucune disposition fixant de manière
précise les immunités dont jouissent les
ministres des affaires étrangères. C'est par
conséquent sur la base du droit international
coutumier que la Cour devra trancher les
questions relatives aux immunités de ces
ministres soulevées en l'espèce.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• 54. La Cour en conclut que les fonctions d'un
ministre des affaires étrangères sont telles
que, pour toute la durée de sa charge, il
bénéficie d'une immunité de juridiction
pénale et d'une inviolabilité totales a
I'étranger. Cette immunité et cette
inviolabilité protègent l'intéressé contre tout
acte d'autorité de la part d'un autre Etat qui
ferait obstacle a l'exer- cice de ses fonctions.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• Caso Pinochet
• Pedido de extradição julgado na Câmara dos
Lords do Reino Unido.
• Permitiu-se a extradição do ex-chefe de Estado
por crimes de tortura cometidos durante sua
ditadura.
• Não foi extraditado por decisão do Poder
Executivo.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• Em suma, ex-chefe de Estado, ex-chefe de
governo e ex-ministro das Relações Exteriores
NÃO GOZAM DE IMUNIDADE POR ATOS
PARTICULARES
• NEM POR CRIMES INTERNACIONAIS (Crimes
de guerra, de genocídio e contra a
humanidade).
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


• Decorre do princípio da igualdade soberana dos
Estados.
• Se os Estados são juridicamente iguais, um Estado
não se pode submeter à jurisdição de outro.
• A sociedade internacional é caracterizada por
uma lógica de coordenação.
• Par in parem non habet judicium/imperium:
nenhum Estado soberano pode ser submetido,
sem o seu consentimento, à condição de parte
perante foro doméstico.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade soberana (Estatal)


Imunidade de jurisdição Imunidade de execução
• Imunidade no processo de • Imunidade no processo de
conhecimento execução
• Um Estado não pode ser • Um Estado não pode ter
julgado pelo tribunal de seus bens executados por
outro Estado. outro Estado
• Antigamente, era absoluta, • Continua sendo, via de
hoje, é relativizada para regra, ABSOLUTA
atos de gestão.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade de jurisdição do Estado


estrangeiro
Atos de império Atos de gestão
• Acta iure imperii • Acta iure gestiones
• Medidas tomadas no • Estado age como particular,
exercício de sua soberania. em matéria de ordem
• Apenas Estados podem privada.
realizar esses atos, • Ex: atos de natureza
particulares não o podem. comercial, compra e venda
• Ex: atos de guerra, de de bens móveis e imóveis,
concessão de visto, de questões trabalhistas.
legislação.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade de jurisdição do Estado


estrangeiro
• Essa distinção só se aplica para a imunidade
de jurisdição do Estado estrangeiro, não para
a imunidade de execução.
• Atualmente, o Estado só goza de imunidade
de jurisdição para atos de império.
• NÃO HÁ IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO PARA
ATOS DE GESTÃO, o que significa que o Estado
pode ser submetido a julgamentos de outros
Estados relativos a esses atos.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade de jurisdição do Estado


estrangeiro
• O Brasil segue essa prática desde 1989, quando
foi julgada a Apelação Cívil 9.696 (Caso Genny de
Oliveira) pelo STF. Voto do Ministro Francisco
Rezek.
• Até então, os particulares eram obrigados a
buscar a prestação jurisdicional no Estado
estrangeiro, o que, se parece razoável para uma
grande empreiteira, encontra-se fora do alcance,
por exemplo, de uma auxiliar de serviços.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Imunidade DE EXECUÇÃO do Estado


estrangeiro
• As imunidades de jurisdição e de execução são
AUTÔNOMAS.
• A relativização da imunidade de jurisdição não
implica relativização da imunidade de
execução.
• Mesmo nos casos em que o Estado é julgado
por um ato de gestão, a imunidade de
execução prevalece, porque ela é, via de
regra, ABSOLUTA.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade DE EXECUÇÃO do Estado


estrangeiro
• Para o STF:
• “É da jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal que, salvo renúncia, é absoluta a
imunidade do Estado estrangeiro à jurisdição
executória.”
• Informativo nº 779 (31/março/2015)
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade DE EXECUÇÃO do Estado


estrangeiro
• A jurisprudência do TST, reconhece a
possibilidade de execução de bens de Estado
estrangeiro não afetos às atividades diplomáticas
e consulares.
• Para fins de prova:
• Regra geral é a da imunidade absoluta de
execução.
• Exceção é a relativa aos bens não afetos às
atividades diplomáticas e consulares.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade com relação a graves


violações de DH
• Em 2008, a Alemanha ingressou com ação em face da
Itália na CIJ.
• O caso foi julgado em 2012, e a CIJ entendeu que a
Itália violou as imunidades alemãs.
• « A l’appui de cette conclusion, la Cour ajoute que le
droit de l’immunité revêt un caractère
essentiellement procédural; il régit l’exercice du
pouvoir de juridiction à l’égard d’un comportement
donné, et est ainsi totalement distinct du droit
matériel qui détermine si ce comportement est licite
ou non. »
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidade com relação a graves


violações de DH
• « L’immunité de juridiction permet d’échapper non
seulement à un jugement défavorable mais aussi au
procès lui-même. Elle revêt donc nécessairement un
caractère préliminaire. »
• « Après avoir examiné la pratique étatique et
internationale, la Cour conclut que, en l’état actuel du
droit international coutumier, un État n’est pas privé de
l’immunité pour la seule raison qu’il est accusé de
violations graves du droit international des droits de
l’homme ou du droit international des conflits armés. »
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidades de organizações
internacionais
• Diferentemente da imunidade dos Estados, a
imunidade das OIs decorre de normas
convencionais.
• As normas relativas à imunidade de uma OI
podem estra contidas em seu tratado
constitutivo, em tratado multilateral, ou em
acordo de sede.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidades de organizações
internacionais
• Carta da ONU, Art. 105:
• “1. A Organização gozará, no território de cada
um de seus Membros, dos privilégios e
imunidades necessários à realização de seus
propósitos.
• 2. Os representantes dos Membros das Nações
Unidas e os funcionários da Organização gozarão,
igualmente, dos privilégios e imunidades
necessários ao exercício independente de sus
funções relacionadas com a Organização.”
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidades de organizações
internacionais
• Convenção sobre Privilégios e Imunidades das
Nações Unidas (1946) – promulgada no Brasil em
1950.
• Art. 2, II “A Organização das Nações Unidas, seus
bens e haveres, qualquer que seja sua sede ou o
seu detentor, gozarão da imunidade de jurisdição,
salvo na medida em que a Organização a ela tiver
renunciado em determinado caso. Fica, todavia,
entendido que a renúncia não pode compreender
medidas executivas.”
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Imunidades de organizações
internacionais
• Orientação Jurisprudencial nº 416 da SDI – I do
TST. Imunidade de jurisdição. Organização ou
organismo internacional As organizações ou
organismos internacionais gozam de imunidade
absoluta de jurisdição quando amparados por
norma internacional incorporada ao
ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes
aplicando a regra do Direito Consuetudinário
relativa à natureza dos atos praticados.
Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição
brasileira na hipótese de renúncia expressa à
cláusula de imunidade jurisdicional.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

Estados ou OIs como autores


• Estado ou OI pode recorrer ao Poder Judiciário
no Brasil, mas, se o fizerem, afastarão sua
imunidade de jurisdição, porque se estará
submetendo voluntariamente à jurisdição do
Estado territorial.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 03

• Relações diplomáticas e consulares


DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Relações diplomáticas e consulares


Relações diplomáticas Relações consulares
• Estabelecidas com vistas a • Estabelecidas com vistas a
resguardar assuntos de resguardar interesses
Estado privados deu seus nacionais
no exterior.
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AULA 03

• CVRD, 1961, “Art. 3


• 2. Nenhuma disposição da presente Convenção poderá ser
interpretada como impedindo o exercício de funções
consulares pela Missão diplomática.”
• O agente, nesse caso, não perde as imunidades
diplomáticas.
• CVRC, 1963, “Art. 17
• Prática de atos diplomáticos por funcionários consulares
• 1. Num Estado em que o Estado que envia não tiver missão
diplomática e não estiver representado pela de um terceiro
Estado, um funcionário consular poderá ser incumbido,
com o consentimento do Estado receptor, e sem prejuízo
de seu status consular, de praticar atos diplomáticos. A
prática desses atos por um funcionário consular não lhe
dará direito a privilégios e imunidades diplomáticas.
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Relações diplomáticas
• Estado acreditante: Estado que envia seus
representantes diplomáticos.
• Estado acreditado: Estado que recebe os
representantes do Estado acreditante.
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Relações diplomáticas
• Artigo 2
• “O estabelecimento de relações diplomáticas
entre Estados e o envio de Missões
diplomáticas permanentes efetua-se por
consentimento mútuo.”
• O rompimento de relações diplomáticas, por
sua vez, é ato unilateral.
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Chefe da missão diplomática


• Artigo 1
• a) "Chefe de Missão" é a pessoa
encarregada pelo Estado acreditante de agir
nessa qualidade;
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Chefe da missão diplomática


• Artigo 4
• 1. O Estado acreditante deverá certificar-se
de que a pessoa que pretende nomear como
Chefe da Missão perante o Estado acreditado
obteve o Agrément do referido Estado.
• 2. O Estado acreditado não está obrigado a
dar ao Estado acreditante as razões da negação
do "agrément".
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Chefe da missão diplomática


• Artigo 13
• 1. O Chefe da Missão é considerado como tendo
assumido as suas funções no Estado acreditado no
momento em que tenha entregado suas credenciais ou
tenha comunicado a sua chegada e apresentado as
cópias figuradas de suas credenciais ao Ministério das
Relações Exteriores, ou ao Ministério em que se tenha
convindo, de acordo com a prática observada no
Estado acreditado, a qual deverá ser aplicada de
maneira uniforme.
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Membros do pessoal da missão


• CVRD, 1961, Artigo 1
• b) "Membros da Missão" são o Chefe da Missão e os membros do pessoal
da Missão;
• c) "Membros do Pessoal da Missão" são os membros do pessoal
diplomático, do pessoal administrativo e técnico e do pessoal de serviço
da Missão;
• d) "Membros do Pessoal Diplomático" são os membros do pessoal da
Missão que tiverem a qualidade de diplomata;
• e) "Agente Diplomático" é o Chefe da Missão ou um membro do pessoal
diplomático da Missão;
• f) "Membros do Pessoal Administrativo e Técnico" são os membros do
pessoal da Missão empregados no serviço administrativo e técnico da
Missão; [OFCHANs e ACHANs]
• g) "Membros do Pessoal de Serviço" são os membros do pessoal da
Missão empregados no serviço doméstico da Missão;
• h) "Criado particular" é a pessoa do serviço doméstico de um membro da
Missão que não seja empregado do Estado acreditante;
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Agentes diplomáticos
• CVRD, 1961, Artigo 9
• “1. O Estado acreditado poderá a qualquer momento, e
sem ser obrigado a justificar a sua decisão, notificar ao Estado
acreditante que o Chefe da Missão ou qualquer membro do
pessoal diplomático da Missão é persona non grata ou que
outro membro do pessoal da Missão não é aceitável. O Estado
acreditante, conforme o caso, retirará a pessoa em questão ou
dará por terminadas as suas funções na Missão. Uma Pessoa
poderá ser declarada non grata ou não aceitável mesmo antes
de chegar ao território do Estado acreditado.
• 2. Se o Estado acreditante se recusar a cumprir, ou não
cumprir dentro de um prazo razoável, as obrigações que lhe
incumbem, nos termos do parágrafo 1 deste artigo, o Estado
acreditado poderá recusar-se a reconhecer tal pessoa como
membro da Missão.” [o que significa que não terá mais as
imunidades diplomáticas e, consequentemente, poderá ser
deportada ou expulsa]
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Locais da missão diplomática


• CVRD, 1961, Artigo 22
• “1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do
Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o
consentimento do Chefe da Missão.
• 2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar
todas as medidas apropriadas para proteger os locais da
Missão contra qualquer intrusão ou dano e evitar
perturbações à tranquilidade da Missão ou ofensas à sua
dignidade.
• 3. Os locais da Missão, em mobiliário e demais bens neles
situados, assim como os meios de transporte da Missão,
não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou
medida de execução.”
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Locais da missão diplomática


• Artigo 23
• “1. O Estado acreditante e o Chefe da Missão
estão isentos de todos os impostos e taxas,
nacionais, regionais ou municipais, sobre os
locais da Missão de que sejam proprietários
ou inquilinos, excetuados os que representem
o pagamento de serviços específicos que lhes
sejam prestados.”
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Locais da missão diplomática


• CVRD, 1961, Art. 24:
• “Os arquivos e documentos da Missão são
invioláveis, em qualquer momento e onde
quer que se encontrem.”
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Agentes diplomáticos: imunidades


• Artigo 29
• A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser
objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado
acreditado trata-lo-á com o devido respeito e adotará tôdas as
medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa,
liberdade ou dignidade.
• Artigo 30
• A residência particular do agente diplomático goza da mesma
inviolabilidade e proteção que os locais da missão.
• 2. Seus documentos, sua correspondência e, sob reserva do
disposto no parágrafo 3 do artigo 31, seus bens gozarão igualmente
de inviolabilidade.
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Agentes diplomáticos: imunidades


• Artigo 31
• 1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado
acreditado. Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não
ser que se trate de:
• a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado,
salvo se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os fins
da missão.
• b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a titulo privado e
não em nome do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou
legatário.
• c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial
exercida pelo agente diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais.
• 2. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como
testemunha.
• 3. O agente diplomático não esta sujeito a nenhuma medida de execução a não
ser nos casos previstos nas alíneas " a ", " b " e " c " do parágrafo 1 dêste artigo e
desde que a execução possa realizar-se sem afetar a inviolabilidade de sua pessoa ou
residência.
• 4. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado
não o isenta da jurisdição do Estado acreditante.
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Agentes diplomáticos: imunidades


• Artigo 32
• 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de
jurisdição dos seus agentes diplomáticos e das pessoas
que gozam de imunidade nos termos do artigo 37.
• 2. A renuncia será sempre expressa.
• 3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que goza de
imunidade de jurisdição nos termos do artigo 37 inicia uma
ação judicial, não lhe será permitido invocar a imunidade
de jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada à ação
principal.
• 4. A renuncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações
civis ou administrativas não implica renúncia a imunidade
quanto as medidas de execução da sentença, para as quais
nova renúncia é necessária.
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Agentes diplomáticos: privilégios


• Artigo 33
• 1. Salvo o disposto no parágrafo 3 deste artigo
o agente diplomático estará no tocante aos
serviços prestados ao Estado acreditante,
isento das disposições sobre seguro social que
possam vigorar no Estado acreditado.
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Agentes diplomáticos: privilégios


• Artigo 34
• O agente diplomático gozará de isenção de todos os impostos e taxas, pessoais
ou reais, nacionais, regionais ou municipais, com as exceções seguintes:
• a) os impostos indiretos que estejam normalmente incluídos no preço das
mercadorias ou dos serviços;
• b) os impostos e taxas sobre bens imóveis privados situados no território do
Estado acreditado, a não ser que o agente diplomático os possua em nome do
Estado acreditante e para os fins da missão;
• c) os direitos de sucessão percebidos pelo Estado acreditado, salvo o disposto no
parágrafo 4 do artigo 39;
• d) os impostos e taxas sobre rendimentos privados que tenham a sua origem no
Estado acreditado e os impostos sobre o capital referentes a investimentos em
empresas comerciais no Estado acreditado.
• e) os impostos e taxas que incidem sobre a remuneração relativa a serviços
específicos;
• f) os direitos de registro, de hipoteca, custas judiciais e imposto de selo relativos a
bens imóveis, salvo o disposto no artigo 23.
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Agentes diplomáticos: privilégios


• Artigo 35
• O estado acreditado devera isentar os
agentes diplomáticos de toda prestação
pessoal, de todo serviço público, seja qual for
a sua natureza, e de obrigações militares tais
como requisições, contribuições e alojamento
militar.
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Agentes diplomáticos: privilégios


• Artigo 36
• 1. De acordo com leis e regulamentos que adote, o estado acreditado
permitirá a entrada livre do pagamento de direitos aduaneiros, taxas e
gravames conexos que não constituam despesas de armazenagem,
transporte e outras relativas a serviços análogos;
• a) dos objetos destinados ao uso oficial da missão;
• b) dos objetos destinados ao uso pessoal do agente diplomático ou dos
membros da sua família que com ele vivam, incluídos os bens destinados à
à sua instalação.
• 2. A bagagem pessoal do agente diplomático não está sujeita a inspeção,
salvo se existirem motivos sérios para crer que a mesma contém objetos
não previstos nas isenções mencionadas no parágrafo 1 deste artigo, ou
objetos cuja importação ou exportação é proibida pela legislação do
Estado acreditado, ou sujeitos aos seus regulamentos de quarentena.
Nesse caso a inspeção só poderá ser feita em presença de agente
diplomático ou de seu representante autorizado.
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Agentes diplomáticos: imunidades e


privilégios
• Artigo 37
• 1. Os membros da família de um agente
diplomático que com ele vivam gozarão dos
privilégios e imunidade mencionados nos
artigos 29 e 36, desde que não sejam
nacionais do estado acreditado.
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Membros do pessoal administrativo e


técnico
• Para representar o Brasil: carreiras de oficial de
chancelaria e de assistente de chancelaria.
• Lei 8829/93
• Art. 2º Aos servidores integrantes da Carreira de
Oficial de Chancelaria, de nível de formação
superior, incumbem tarefas de natureza técnica e
administrativa.
• Art. 3º Aos servidores integrantes da Carreira de
Assistente de Chancelaria, de nível de formação
média, incumbem tarefas de apoio técnico e
administrativo.
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Membros do pessoal administrativo e


técnico: imunidades e privilégios
• CVRD, 1961, Art. 37:
• “2. Os membros do pessoal administrativo e técnico da missão, assim
como os membros de suas famílias que com eles vivam, desde que não
sejam nacionais do estado acreditado nem nele tenham residência
permanente, gozarão dos privilégios e imunidades mencionados nos
artigos 29 a 35 com ressalva de que a imunidade de jurisdição civil e
administrativa do estado acreditado, mencionado no parágrafo 1 do
artigo 31, não se estenderá aos atos por eles praticados fora do exército
de suas funções; gozarão também dos privilégios mencionados no
parágrafo 1 do artigo 36, no que respeita aos objetos importados para a
primeira instalação.”
• Resumindo: têm imunidade penal para atos oficias e particulares
(ratione personae) e imunidades civil e administrativa apenas para atos
oficiais (ratione materiae).
• Privilégios: Todos os dos agentes diplomáticos, mas sua bagagem pode
ser inspecionada.
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Membros do pessoal de serviço:


imunidades e privilégios
• CVRD, 1961, Art. 37
• “3. Os membros do pessoal de serviço da Missão, que
não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele
tenham residência permanente, gozarão de
imunidades quanto aos atos praticados no exercício
de suas funções, de isenção de impostos e taxas sobre
os salários que perceberem pelos seus serviços e da
isenção prevista no artigo 33.” [seguro social]
• Têm imunidades penal, civil e administrativa ratione
materiae, vale dizer, APENAS PARA ATOS OFICIAIS.
• Privilégios: previdenciário e tributário sobre o IR.
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Criados particulares
• Imunidades: NENHUMA.
• Privilégios:
• Artigo 33
• 1. Salvo o disposto no parágrafo 3 deste artigo o agente diplomático
estará no tocante aos serviços prestados ao Estado acreditante,
isento das disposições sobre seguro social que possam vigorar no
Estado acreditado.
• 2. A isenção prevista no parágrafo 1 deste artigo aplicar-se-á
também aos criados particulares que se acham ao serviço exclusivo
do agente diplomático, desde que:
• a) Não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham
residência permanente; e
• b) Estejam protegidos pelas disposições sobre seguro social
vigentes no Estado acreditado ou em terceiro estado.
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Criados particulares
• Imunidades: NENHUMA.
• Privilégios:
• Art. 37 (4). Os criados particulares dos membros da
Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado
nem nele tenham residência permanente, estão
isentos de impostos e taxas sobre os salários que
perceberem pelos seus serviços. Nos demais casos, só
gozarão de privilégios e imunidades na medida
reconhecida pelo referido Estado. Todavia, o Estado
acreditado deverá exercer a sua jurisdição sôbre tais
pessoas de modo a não interferir demasiadamente
como o desempenho das funções da Missão.
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Pessoal Imunidades Privilégios

Agentes diplomáticos Penal, civil e administrativa Previdenciários, fiscais,


(chefe da missão + ratione personae (para atos alfandegários e quanto à
membros do pessoal oficiais e particulares) prestação de serviços
diplomático públicos
Pessoal administrativo e Penal ratione personae; Todos os privilégios à
técnico civil e administrativa exceção do art. 36 (2) –
ratione materiae (para atos bagagem pode ser
oficiais) inspecionada
Pessoal de serviço Penal, civil e administrativa Previdenciário e tributário
ratione materiae em relação ao imposto de
renda

Criados particulares Nenhuma Previdenciário e tributário


em relação ao imposto de
renda
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Relações consulares
• Estão atualmente codificadas na Convenção
de Viena sobre Relações Consulares de 1963.
• Promulgada no Brasil em 1967
• Estado de envio: Estado que envia o agente
consular
• Estado receptor ou de acolhimento: Estado
que recebe o agente consular
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Relações consulares
• ARTIGO 1º Definições
• 1. Para os fins da presente Convenção, as expressões abaixo devem ser
entendidas como a seguir se explica:
• a) por "repartição consular", todo consulado geral, consulado, vice-
consulado ou agência consular;
• b) por "jurisdição consular" o território atribuído a uma repartição
consular para o exercício das funções consulares;
• c) por "chefe de repartição consular", a pessoa encarregada de agir nessa
qualidade;
• d) por "funcionário consular", toda pessoa, inclusive o chefe da repartição
consular, encarregada nesta qualidade do exercício de FUNÇÕES
CONSULARES;
• e) por "empregado consular", toda pessoa empregada nos serviços
administrativos ou técnicos de uma repartição consular;
• f) por "membro do pessoal de serviço", toda pessoa empregada no
serviço doméstico de uma repartição consular;
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Relações consulares
• ARTIGO 1º Definições
• g) por "membro da repartição consular", os funcionários
consulares, empregados consulares e membros do pessoal de
serviço;
• h) por "membros do pessoal consular", os funcionários
consulares, com exceção do chefe da repartição consular, os
empregados consulares e os membros do pessoal de serviço;
• i) por "membro do pessoal privado", a pessoa empregada
exclusivamente no serviço particular de um membro da
repartição consular;
• j) por "locais consulares", os edifícios, ou parte dos edifícios, e
terrenos anexos, que qualquer que, seja seu proprietário,
sejam utilizados exclusivamente para as finalidades da
repartição consular;
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Relações consulares
• CVRC, 1963, ARTIGO 5º
• Funções Consulares
• As funções consulares consistem em:
• a) proteger, no Estado receptor, os interesses do Estado que envia e
de seus nacionais, pessoas físicas ou jurídicas, dentro dos limites
permitidos pelo direito internacional;
• b) fomentar o desenvolvimento das relações comerciais,
econômicas, culturais e científicas entre o Estado que envia o
Estado receptor e promover ainda relações amistosas entre eles, de
conformidade com as disposições da presente Convenção;
• c) informar-se, por todos os meios lícitos, das condições e da
evolução da vida comercial, econômica, cultural e científica do
Estado receptor, informar a respeito o governo do Estado que envia
e fornecer dados às pessoas interessadas;
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Relações consulares
• CVRC, 1963, ARTIGO 5º
• d) expedir passaporte e documentos de viagem aos nacionais do Estado que envia, bem como
visto e documentos apropriados às pessoas que desejarem viajar para o referido Estado;
• e) prestar ajuda e assistência aos nacionais, pessoas físicas ou jurídicas, do Estado que envia;
• f) agir na qualidade de notário e oficial de registro civil, exercer funções similares, assim como
outras de caráter administrativo, sempre que não contrariem as leis e regulamentos do Estado
receptor;
• g) resguardar, de acordo com as leis e regulamentos do Estado receptor, os interesses dos nacionais
do Estado que envia, pessoas físicas ou jurídicas, nos casos de sucessão por morte verificada no
território do Estado receptor;
• h) resguardar, nos limites fixados pelas leis e regulamentos do Estado receptor, os interesses dos
menores e dos incapazes, nacionais do país que envia, particularmente quando para eles for
requerida a instituição de tutela ou curatela;
• i) representar os nacionais do país que envia e tomar as medidas convenientes para sua
representação perante os tribunais e outras autoridades do Estado receptor, de conformidade com
a prática e os procedimentos em vigor neste último, visando conseguir, de acordo com as leis e
regulamentos do mesmo, a adoção de medidas provisórias para a salvaguarda dos direitos e
interesses destes nacionais, quando, por estarem ausentes ou por qualquer outra causa, não
possam os mesmos defendê-los em tempo útil; (...)”
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Chefe de repartição consular


• ARTIGO 11º
• Carta-patente ou notificação da nomeação
• 1. O chefe da repartição consular será munido, pelo Estado que
envia, de um documento, sob a forma de carta-patente ou
instrumento similar, feito para cada nomeação, que ateste sua
qualidade e que indique, como regra geral, seu nome completo, sua
classe e categoria, a jurisdição consular e a sede da repartição
consular.
• 2. O Estado que envia transmitirá a carta-patente ou instrumento
similar, por via diplomática ou outra via apropriada, ao Governo do
Estado em cujo território o chefe da repartição consular irá exercer
suas funções.
• 3. Se o Estado receptor o aceitar, o Estado que envia poderá
substituir a carta-patente ou instrumento similar por uma
notificação que contenha as indicações referidas no parágrafo 1 do
presente artigo.
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Chefe da repartição consular


• CVRC, 1963
• “ARTIGO 12
• Exequatur
• 1. O Chefe da repartição consular será admitido
no exercício de suas funções por uma autorização
do Estado receptor denominada "exequatur",
qualquer que seja a forma dessa autorização.
• 2. O Estado que negar a concessão de um
exequatur não estará obrigado a comunicar ao
Estado que envia os motivos dessa recusa.”
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Membros do pessoal consular


• ARTIGO 19º
• Nomeação de membros do pessoal consular
• “1. Respeitadas as disposições dos artigos 20, 22 e 23, o Estado que envia
poderá nomear livremente os membros do pessoal consular.
• 2. O Estado que envia comunicará ao Estado receptor o nome completo, a
classe e a categoria de todos os funcionários consulares, com exceção do
chefe de repartição consular, com a devida antecedência para que o
Estado receptor, se a desejar, possa exercer os direitos que lhe confere o
parágrafo 3 artigo 23.”
• Via de regra, não precisam de exequatur, mas
• “3. O Estado que envia poderá, se suas leis e regulamentos o exigirem,
pedir ao Estado receptor a concessão de exequatur para um funcionário
consular que não for chefe de repartição consular.
• 4. O Estado receptor poderá, se suas leis e regulamentos o exigirem,
conceder exequatur a um funcionário consular que não fôr chefe de
repartição consular.”
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Funcionários (chefe + “cônsules”)


• ARTIGO 23º
• Funcionário declarado "persona non grata".
• 1. O Estado receptor poderá a qualquer momento notificar ao Estado que envia
que um funcionário consular é "persona non grata" ou que qualquer outro
membro da repartição consular não é aceitável.
• Nestas circunstâncias, o Estado que envia, conforme o caso, ou retirará a referida
pessoa ou porá termo a suas funções nessa repartição consular.
• 2. Se o Estado que envia negar-se a executar, ou não executar num prazo razoável,
as obrigações que lhe incumbem nos termos do parágrafo 1º do presente artigo, o
Estado receptor poderá, conforme o caso, retirar o exequatur a pessoa referida ou
deixar de considerá-la como membro do pessoal consular.
• 3. Uma pessoa nomeada membro de uma repartição consular poderá ser
declarada inaceitável antes de chegar ao território do Estado receptor ou se ai já
estiver antes de assumir suas funções na repartição consular. O Estado que envia
deverá, em qualquer dos casos, retirar a nomeação.
• 4. Nos casos mencionados nos parágrafos 1º e 3º do presente artigo, o Estado
receptor não é obrigado a comunicar ao Estado que envia os motivos da sua
decisão.
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• ARTIGO 31º
• Inviolabilidade dos locais consulares
• 1. Os locais consulares serão invioláveis na medida do previsto pelo presente
artigo.
• 2. As autoridades do Estado receptor não poderão penetrar na parte dos locais
consulares que a repartição consular utilizar exclusivamente para as necessidades
de seu trabalho, a não ser com o consentimento do chefe da repartição consular,
da pessoa por ele designada ou do chefe da missão diplomática do Estado que
envia. Todavia, o consentimento do chefe da repartição consular poderá ser
presumido em caso de incêndio ou outro sinistro que exija medidas de proteção
imediata.
• 3. Sem prejuízo das disposições do parágrafo 2 do presente artigo, o Estado
receptor terá a obrigação especial de tomar as medidas apropriadas para proteger
os locais consulares contra qualquer invasão ou dano, bem como para impedir que
se perturbe a tranquilidade da repartição consular ou se atente contra sua
dignidade.
• 4. Os locais consulares, seus móveis, os bens da repartição consular e seus meios
de transporte não poderão ser objeto de qualquer forma de requisição para fins
de defesa nacional ou de utilidade pública.
• Se, para tais fins, for necessária a desapropriação, tomar-se-ão as medidas
apropriadas para que não se perturbe o exercício das funções consulares, e pagar-
se-á ao Estado que envia uma indenização rápida, adequada e efetiva.
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• ARTIGO 32
• Isenção fiscal dos locais consulares
• 1. Os locais consulares e a residência do chefe da
repartição consular de carreira de que for
proprietário o Estado que envia ou pessoa que
atue em seu nome, estarão isentos de quaisquer
impostos e taxas nacionais, regionais e
municipais, excetuadas as taxas cobradas em
pagamento de serviços específicos prestados.
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• ARTIGO 33º
• Os arquivos e documentos consulares serão
sempre invioláveis, onde quer que estejam.
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• ARTIGO 3
• Liberdade de comunicação
• 1. O Estado receptor permitirá e protegerá a liberdade de comunicação da
repartição consular para todos os fins oficiais. Ao se comunicar com o Governo,
com as missões diplomáticas e outras repartições consulares do Estado que envia,
onde quer que estejam, a repartição consular poderá empregar todos os meios de
comunicação, apropriados, inclusive correios diplomáticos e consulares, malas
diplomáticas e consulares e mensagens em código ou cifra. Todavia, a repartição
consular só poderá instalar e usar uma emissora de rádio com o consentimento do
Estado receptor.
• 2. A correspondência oficial da repartição consular é inviolável. Pela expressão
"correspondência oficial" entender-se-á qualquer correspondência relativa à
repartição consular e suas funções.
• 3. A mala consultar não poderá ser aberta ou retirada. Todavia, se as autoridades
competentes do Estado receptor tiverem razões sérias para acreditar que a mala
contém algo além da correspondência, documentos ou objetos mencionados no
parágrafo 4º do presente artigo, poderão pedir que a mala seja aberta em sua
presença por representante autorizado do Estado que envia. Se o pedido for
recusado pelas autoridades do Estado que envia, a mala será devolvida ao lugar de
origem.
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• ARTIGO 36
• Comunicação com os nacionais do Estado que envia
• 1. A fim de facilitar o exercício das funções consulares relativas aos nacionais do
Estado que envia:
• a) os funcionários consulares terão liberdade de se comunicar com os nacionais do
Estado que envia e visitá-los. Os nacionais do Estado que envia terão a mesma
liberdade de se comunicarem com os funcionários consulares e de visitá-los;
• b) se o interessado lhes solicitar, as autoridades competentes do Estado receptor
deverão, sem tardar, informar à repartição consular competente quando, em sua
jurisdição, um nacional do Estado que envia for preso, encarcerado, posto em
prisão preventiva ou detido de qualquer outra maneira.
• Qualquer comunicação endereçada à repartição consular pela pessoa detida,
encarcerada ou presa preventivamente deve igualmente ser transmitida sem
tardar pelas referidas autoridades. Estas deverão imediatamente informar o
interessado de seus direitos nos termos do presente subparágrafo;
• c) os funcionários consulares terão direito de visitar o nacional do Estado que
envia, o qual estiver detido, encarcerado ou preso preventivamente, conversar e
corresponder-se com ele, e providenciar sua defesa perante os tribunais. Terão
igualmente o direito de visitar qualquer nacional do Estado que envia encarcerado,
preso ou detido em sua jurisdição em virtude de execução de uma sentença,
todavia, os funcionário consulares deverão abster-se de intervir em favor de um
nacional encarcerado, preso ou detido preventivamente, sempre que o
interessado a isso se opuser expressamente.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

• Protocolo Facultativo à Convenção de Viena sobre Relações


Consulares sobre Solução de Controvérsias (1963).
• Os Estados-parte no Protocolo aceitam submeter à CIJ
qualquer controvérsia surgida no âmbito da Convenção de
Viena de 1963.
• A jurisdição da CIJ é, portanto, compulsória, nesses casos.
• O Brasil não é parte.
• Os Estados Unidos se retiraram em 2005, após perderem 2
casos na CIJ relativos ao descumprimento do art. 36 da
CVRC (comunicação com nacionais)
• Caso La Grand (Alemanha Vs EUA) 2001. Irmãos La Grand
(alemães) executados.
• Caso Avena (México Vs EUA) 2004: relativo a 54 mexicanos
condenados à morte sem ter acesso à assistência consular
que lhes era devida.
• Os presos não eram informados que tinham direito à
assistência consular.
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PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 03

Funcionários e empregados
consulares: imunidades
• "funcionário consular", toda pessoa, inclusive o chefe
da repartição consular, encarregada nesta qualidade do
exercício de FUNÇÕES CONSULARES
• Art. 43
• Imunidade de Jurisdição
• 1. Os funcionários consulares e os empregados
consulares não estão sujeitos à Jurisdição das
autoridades judiciárias e administrativas do Estado
receptor pelos atos realizados no exercício das
funções consulares.
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Funcionários consulares: imunidades


• ARTIGO 41
• Inviolabilidade pessoal dos funcionário consulares
• 1. Os funcionários consulares não poderão ser detidos ou presos
preventivamente, exceto em caso de crime grave e em decorrência de
decisão de autoridade judiciária competente.
• 2. Exceto no caso previsto no parágrafo 1 do presente artigo, os
funcionários consulares não podem ser presos nem submetidos a
qualquer outra forma de limitação de sua liberdade pessoal, senão em
decorrência de sentença judiciária definitiva.
• 3. Quando se instaurar processo penal contra um funcionário consular,
este será obrigado a comparecer perante as autoridades competentes.
Todavia, as diligências serão conduzidas com as deferências devidas à sua
posição oficial e, exceto no caso previsto no parágrafo 1 deste artigo, de
maneira a que perturbe o menos possível o exercício das funções
consulares. Quando, nas circunstâncias previstas no parágrafo 1 deste
artigo, for necessário decretar a prisão preventiva de um funcionário
consular, o processo correspondente deverá iniciar-se sem a menor
demora.
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• ARTIGO 44
• Obrigação de prestar depoimento
• 1. Os membros de uma repartição consular poderão ser chamados
a depor como testemunhas no decorrer de um processo judiciário
ou administrativo. Um empregado consular ou um membro do
pessoal de serviço não poderá negar-se a depor como
testemunha, exceto nos casos mencionados no parágrafo 3 do
presente artigo. Se um funcionário consular recusar-se a prestar
depoimento, nenhuma medida coercitiva ou qualquer outra sanção
ser-lhe-á aplicada.
• 2. A autoridade que solicitar o testemunho deverá evitar que o
funcionário consular seja perturbado no exercício de suas funções.
Poderá tomar o depoimento do funcionário consular em seu
domicílio ou na repartição consular, ou aceitar sua declaração por
escrito, sempre que for possível.
• 3. Os membros de uma repartição consular não serão obrigados a
depor sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções,
nem a exibir correspondência e documentos oficiais que a elas se
refiram.
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• ARTIGO 45
• Renúncia aos privilégios e imunidades
• 1. O Estado que envia poderá renunciar, com relação a um
membro da repartição consular, aos privilégios e imunidades
previstos nos artigos 41, 43 e 44.
• 2. A renúncia será sempre expressa, exceto no caso do disposto no
parágrafo 3 do presente artigo, e deve ser comunicada por escrito
ao Estado receptor.
• 3. Se um funcionário consular, ou empregado consular, propuser
ação judicial sobre matéria de que goze de imunidade de jurisdição
de acordo com o disposto no artigo 43, não poderá alegar esta
imunidade com relação a qualquer pedido de reconvenção
diretamente ligado à demanda principal.
• 4. A renúncia à imunidade de jurisdição quanto a ações civis ou
administrativas não implicará na renúncia à imunidade quanto a
medidas de execução de sentença, para as quais nova renúncia será
necessária.
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Privilégios
• ARTIGO 49
• Isenção fiscal
• 1. Os funcionários e empregados consulares, assim como os membros de suas
famílias que com eles vivam, estarão isentos de quaisquer impostos e taxas,
pessoais ou reais, nacionais, regionais ou municipais, com exceção dos:
• a) impostos indiretos normalmente incluídos no preço das mercadorias ou
serviços;
• b) impostos e taxas sobre bens imóveis privados situados no território do Estado
receptor sem prejuízo das disposições do artigo 32;
• c) impostos de sucessão e de transmissão exigíveis pelo Estado receptor, sem
prejuízo das disposições do parágrafo b ) do artigo 51;
• d) impostos e taxas sobre rendas particulares, inclusive rendas de capital, que
tenham origem no Estado receptor, e impostos sobre capital, correspondentes a
investimentos realizados em empresas comerciais ou financeiras situadas no
Estado receptor;
• e) impostos e taxas percebidos como remuneração de serviços específicos
prestados;
• f) direitos de registro, taxas judiciárias, hipoteca e selo, sem prejuízo do disposto
no artigo 32.
• 2. Os membros do pessoal de serviço estarão isentos de impostos e taxas sobre
salários que recebam como remuneração de seus serviços.
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Imunidades Privilégios
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Funcionários Penal, civil e Autorização de residência (art. 46);
consulares (chefe + administrativa para atos permissão de trabalho (art. 47);
membros do oficiais. Prisão previdenciários (art. 48); fiscais (art.
pessoal consular) preventiva apenas em 49); alfandegários (art. 50); quanto à
caso de crime grave e prestação de serviços públicos (art.
mediante decisão 52).
judicial

Empregados da Penal, civil e Autorização de residência (art. 46);


repartição (pessoal administrativa para atos permissão de trabalho (art. 47);
administrativo) oficiais. previdenciários (art. 48); fiscais (art.
49); alfandegários (art. 50); quanto à
prestação de serviços públicos (art.
52). Mas a mala pode ser vistoriada

Membro do Nenhuma Autorização de residência (art. 46);


pessoal de serviço permissão de trabalho (art. 47);
previdenciários, fiscais sobre a renda
Membro do Nenhuma Autorização de residência (art. 46);
pessoal privado permissão de trabalho (art. 47);
previdenciários
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Cônsules honorários
• CAPÍTULO III
• Regime aplicável aos funcionários consulares
honorários e às repartições consulares por eles
dirigidas
• Imunidades penais, civis e administrativas para
atos oficiais.
• Art. 58 (3). Os privilégios e imunidades previstos
na presente Convenção não serão concedidos aos
membros da família de funcionário consular
honorário nem aos da família de empregado
consular de repartição consular dirigida por
funcionário consular honorário.
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Cônsules honorários
• Cônsules honorários só têm as imunidades do
art. 43 (penal, civil e administrativo por atos
oficiais)
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Dúvidas e atualidades

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DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO
PROF. PEDRO SLOBODA

CURSO DE REVISÃO – AULA 03

IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO; RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS E CONSULARES

Questão 1

Sobre as imunidades dos principais representantes dos estados, julgue certo (C) ou errado (E) os itens a
seguir:

a) As imunidades diplomáticas do ministro das relações exteriores estão previstas na Convenção de


Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, que codificou o direito costumeiro na matéria.
b) De acordo com a Corte Internacional de Justiça, o ministro das relações em exercícios de um estado
goza de imunidades ratione personae, vale dizer, para atos oficiais e particulares. Essa imunidade
deve ser respeitada mesmo quando a autoridade é acusada de crimes graves, como genocídio e
crimes contra a humanidade.
c) De acordo com o costume internacional contemporâneo, o ex-chefe de estado não goza de
imunidade de jurisdição perante estados estrangeiros por atos particulares cometidos durante sua
gestão.
d) Um ex-chefe de governo pode ser responsabilizado por crimes contra a humanidade, mesmo que
esses crimes tenham sido cometidos no seio de ato oficial.

Questão 2

Sobre as imunidades jurisdicionais dos estados, julgue certo (C) ou errado (E) os itens a seguir:

a) A máxima par in parem non habet judicium se aplica apenas a atos de império. De acordo com o
direito costumeiro atual, para os atos de gestão, o estado estrangeiro não goza de imunidade de
jurisdição nem de execução.
b) A distinção entre acta Iuri imperii e acta iure gestionis não se aplica em casos de crimes contra a
humanidade, crimes de guerra e crimes de genocídio. Mesmo quando praticados como atos oficiais,
esses crimes constituem delicta imperii, e sobre eles não existe imunidade de jurisdição.
c) De acordo com a jurisprudência consagrada do Supremo Tribunal Federal, bens de estados
estrangeiros não afetos a suas relações diplomáticas e consulares podem ser executados.
d) Em caso de reconvenção em ação movida pelo estado estrangeiro, não há imunidade de jurisdição.
A imunidade de execução, porém, não será afetada.

Questão 3

Sobre as imunidades diplomáticas, julgue os itens a seguir:

a) Os agentes diplomáticos gozam de amplas imunidades penais, civis e administrativas, aplicadas para
atos oficiais e para atos particulares. Essas imunidades só podem ser afastadas em caso de
reconvenção, em ação movida pelo próprio agente diplomático e em casos de renúncia expressa do
agente a essas imunidades.

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b) Os agentes diplomáticos não possuem imunidades de jurisdição nem de execução em ação real
sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado.
c) O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha e não pode ser
processado penalmente por ato praticado no exercício de profissão liberal ou atividade comercial
exercida no Estado acreditado fora de suas funções oficiais.
d) A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os
locais da missão e os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozam dos
mesmos privilégios e imunidades do agente diplomático.

Questão 4

Sobre as imunidades e os privilégios diplomáticos, julgue os itens a seguir:

a) Os membros do pessoal administrativo e técnico, representados, nas missões diplomáticas


brasileiras pelos oficiais de chancelaria e assistentes de chancelarias, gozam de imunidades
penais para atos oficiais e também para atos particulares.
b) Assim como os agentes diplomáticos, os membros do pessoal administrativo e técnico gozam de
privilégios tributários, alfandegários, previdenciários e não estão sujeitos a nenhum serviço
público obrigatório no estado acreditado.
c) Os membros do pessoal de serviço da missão gozam de imunidades penais, civis e
administrativas ratione materiae.
d) De acordo com a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, os criados particulares não
gozam de nenhum tipo de imunidades ou privilégios, afinal, enquanto pessoas do serviço
doméstico de um membro da missão, nunca realizarão atos oficiais relacionados à missão.

Quesão 5

Sobre as imunidades e os privilégios consulares, julgue os itens a seguir:

a) O cônsul-geral do Brasil em Nova Iorque goza de imunidades penais, civis e administrativas tão
somente no que diz respeito aos atos oficiais por ele praticados.
b) Os funcionários consulares não poderão ser detidos ou presos preventivamente, exceto em caso de
crime grave e em decorrência de decisão de autoridade judiciária competente.
c) Os membros de uma repartição consular poderão ser chamados a depor como testemunhas no
decorrer de um processo judiciário ou administrativo. Um empregado consular ou um membro do
pessoal de serviço não poderá negar-se a depor como testemunha, exceto sobre fatos relacionados
com o exercício de suas funções. Se um funcionário consular se recusar a prestar depoimento, no
entanto, nenhuma medida coercitiva ou qualquer outra sanção ser-lhe-á aplicada.
d) Os funcionários consulares terão direito de visitar o nacional do estado que envia, que estiver
detido, encarcerado ou preso preventivamente. Ao mesmo tempo, o nacional do estado que envia
titulariza direito de receber assistência consular em processos judiciais nos quais figure como réu.

Questão 6

Sobre jurisdição e imunidade de jurisdição, julgue os itens a seguir:

a) O direito internacional contemporâneo reconhece a jurisdição universal dos estados para julgarem
crimes de guerra, crimes de genocídio e crimes contra a humanidade. Esses são os únicos casos,
portanto, em que um estado pode julgar um estrangeiro por crimes cometidos contra estrangeiros
no exterior.
b) A imunidade de jurisdição das organizações internacionais se aplica à própria organização, a seus
funcionários e aos representantes dos estados membros acreditados na organização. De acordo com
o direito consuetudinário contemporâneo, contudo, essas imunidades não se aplicam em casos de
atos de gestão praticados pelas organizações internacionais, afinal, essas organizações não poderiam
gozar de mais imunidades perante tribunais domésticos do que os próprios estados que as criaram.
c) Os membros de missões especiais gozam de imunidades diplomáticas, conforme previsto na
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas de 1961.
d) Os representantes do estado em missões especiais gozam de imunidades penais, civis e
administrativas ratione personae. Os membros do pessoal técnico e administrativo de uma missão
especial gozam de imunidades penais ratione personae e gozam de imunidades civis e
administrativas ratione materiae. Os membros do pessoal de serviço de uma missão especial, por
sua vez, gozam apenas de imunidades ratione materiae. Os criados particulares dos membros da
missão não possuem, a princípio, imunidades, mas gozam de privilégios tributários sobre seus
salários.

Questão 7

Sobre as imunidades de jurisdição, julgue os itens a seguir:

a) Depois de declarar persona non grata um agente diplomático ou um funcionário consular, o estado
acreditado ou estado receptor não é mais obrigado a reconhecer as imunidades desses agentes,
caso eles não se retirem de seu território dentro de um prazo razoável. Isso se aplica mesmo se o
agente diplomático ou funcionário consular não tiver tido tempo de realizar sua mudança e mesmo
que tenha recebido anteriormente agrément ou exequatur.
b) Os locais consulares, seus móveis, os bens da repartição consular e seus meios de transporte
poderão ser objeto desapropriação para fins de defesa nacional ou de utilidade pública, desde que
sejam tomadas as medidas apropriadas para que não se perturbe o exercício das funções consulares,
e desde que se pague ao estado que envia uma indenização rápida, adequada e efetiva.
c) A Convenção de Viena sobre relações consulares não confere nenhum privilégio e nenhuma
imunidade aos membros da família de funcionário consular honorário.
d) Os diplomatas possuem imunidades ratione personae, vale dizer, para atos oficiais e para atos
particulares. Dessa forma, aluno do Instituto Rio Branco em viagem de férias à Argentina goza de
amplas imunidades penais, civis e administrativas.

GABARITO
1–ECCC
2–EEEC
3–ECCC
4–CCCE
5 -CCCC
6–EEEC
7–CCCE
NOVO CPC

Questão 1

Com relação ao novo Código de Processo Civil, julgue os itens que seguem:

1) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar ação em que o réu, italiano nato, é
domiciliado no Brasil.
2) Em ação de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil, será exclusivamente
competente a autoridade judiciária brasileira.
3) O Poder Judiciário brasileiro pode conhecer de ações decorrentes de relações de consumo quando o
consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil.
4) No que concerne à competência concorrente do Poder Judiciário brasileiro, eventual ação proposta
perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e pode, se for o caso, ser homologada pelo STJ.

Questão 2

Sobre a autonomia da vontade, julgue:

1) O novo CPC passou a reconhecer as cláusulas de eleição de foro em contratos internacionais, o que
não ocorria sob a égide do antigo código, salvo para casos de arbitragem.
2) A cláusula de eleição de foro tem efeitos negativos reconhecidos pelo novo CPC. Isso significa que
um foro que não o eleito deve, enquanto regra, abster-se de julgar o caso.
3) A cláusula de eleição de foro não se aplica para os casos de competência exclusiva do Poder
Judiciário brasileiro.
4) Existe a possibilidade de eleição de foro alternativo. Pode-se, ainda, excluir um único foro para a
solução de eventual controvérsia relacionada a contrato internacional.

Questão 3

Sobre os limites da jurisdição brasileira e a cooperação jurídica internacional, nos termos do novo CPC, jugue
os itens a seguir:

1) Compete exclusivamente à autoridade judiciária brasileira conhecer de ações sobre imóveis situados
no Brasil e sobre inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
2) Enquanto regra, a Autoridade Central no Brasil é o Ministério da Justiça.
3) O novo CPC reconhece expressamente a possibilidade de cooperação por via de auxílio direto, seja
por via administrativa, seja por via judicial.
4) A exceção de ordem pública é aplicável a qualquer modalidade de cooperação jurídica internacional.

Questão 4

Julgue os itens a seguir sobre a homologação de sentença estrangeira conforme o novo CPC:

1) Qualquer decisão judicial estrangeira deve ser homologada para produzir efeitos no Brasil, seja
decisão definitiva, seja decisão interlocutória.
2) O novo CPC tem sido duramente criticado por representar regresso na cooperação jurídica
internacional, ao não permitir a homologação parcial de sentença estrangeira.
3) Admite-se tutela antecipada em sede de homologação de sentença estrangeira.
4) Sentença estrangeira que ofenda a coisa julgada nacional não pode ser homologada no Brasil.
Questão 5

Sobre homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur a carta rogatória, julgue os itens a
seguir com base no novo CPC.

1) Na hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira não se pode homologar


sentença estrangeira. Pode-se, contudo, conceder exequatur a carta rogatória.
2) O novo CPC seguiu a consolidada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de não
admitir a concessão de exequatur a cartas rogatórias executórias.
3) Em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, o Brasil não homologa sentença
estrangeira em que os réus não tenham sido citados, razão pela qual sentenças estrangeiras
proferidas à revelia não são homologadas.
4) O Brasil segue o modelo belga de contenciosidade limitada no que diz respeito à homologação de
sentença estrangeira e à concessão de exequatur a carta rogatória. Nesse sentido, o Superior
Tribunal de Justiça, nesses casos, faz mero juízo de delibação.

5 -EEEC
4–EECC
3–CCCC
2–CCCC
1–CECC
GABARITO

QUESTÕES ANTERIORES

(CACD, 2016). A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias
competem ao Superior Tribunal de Justiça.

(CACD – 2010) Considerando o conceito e o fundamento da extradição, julgue C ou E.

A) O Estado brasileiro autoriza a extradição de brasileiros natos envolvidos na prática de crime de tráfico
de drogas.
B) Fundada em tratado, a demanda extradicional não pode ser sumariamente recusada pelo Estado
requerido.
C) Não haverá extradição nos casos em que não houver processo penal contra o extraditando ou pena a
ser por ele cumprida.
D) O requerimento de extradição terá sempre por fundamento a existência de um tratado entre dois países
envolvidos.

(CACD – 2009) Conhecida do judiciário brasileiro desde o Império, a cooperação jurídica internacional tem
adquirido importância crescente nos últimos anos, ao permitir a tutela jurisdicional, mesmo quando elementos
indispensáveis ao processo se encontrem em jurisdição estrangeira. À luz da prática brasileira de cooperação
jurídica internacional, julgue (C ou E) os itens a seguir.
a) O Estado brasileiro realiza atos de cooperação jurídica internacional em matéria tanto cível quanto
penal, desde que haja, no segundo caso, tratado internacional em vigor que a discipline.
b) A decisão de cooperar com um Estado estrangeiro, prestando-lhe o necessário auxílio, insere-se no
contexto das relações internacionais que devem ser mantidas pelo Presidente da República, nos
termos da Constituição Federal. Portanto, os pedidos de auxílio e as cartas rogatórias devem tramitar
pela via diplomática ou por meio de autoridade central prevista em tratado.
c) A Convenção de Palermo, ratificada pelo Brasil, tem como objetivo promover a cooperação jurídica e
policial no combate e na prevenção do crime organizado transnacional.
d) Mecanismo tradicional de cooperação jurídica em matéria penal, a extradição, no Brasil, só se realiza
após ter sido submetida a julgamento no Supremo Tribunal Federal, órgão que tem a competência
originária para tal.

(CACD 2011) Dois ex-empregados da missão diplomática do Estado X situada no Estado Y ajuizaram contra
aquele Estado reclamação na justiça trabalhista deste Estado, alegando que alguns de seus salários não haviam
sido pagos. Tendo julgado procedente a reclamação, a justiça trabalhista do Estado Y determinou, a fim de
satisfazer os créditos dos ex-empregados, a penhora de bens, incluído o próprio prédio da referida missão
diplomática. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

A) Caso o Estado Y fosse o Brasil, a justiça trabalhista não poderia, de acordo com a jurisprudência do
STF, determinar a penhora de bens do Estado X, por gozar o Estado estrangeiro de imunidade de
execução.
B) A justiça trabalhista do Estado Y não deveria ter conhecido da ação, pois a Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas estabelece a imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro em matéria
trabalhista.
C) A justiça trabalhista do Estado Y não deveria ter conhecido da ação, pois casos que envolvam
imunidade de jurisdição e execução somente podem ser julgados por tribunais internacionais.
D) Caso a penhora recaísse sobre a residência oficial do embaixador, ela seria considerada lícita perante
o direito internacional.
E) Sob o prisma do direito internacional, a penhora do prédio da missão diplomática é lícita.

(CACD – 2015)

A) A concessão de asilo político a estrangeiro é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas
suas relações internacionais, mas, como ato de soberania estatal, o Estado brasileiro não está obrigado
a realizá-lo.
B) A Constituição Federal determina que o brasileiro nato nunca será extraditado e que o brasileiro
naturalizado somente será extraditado no caso de ter praticado crime comum antes da naturalização.

(CACD – 2012) Com relação aos direitos de nacionalidade e a suas variações, previstos na CF, assinale a
opção correta.

A) Estrangeiros são, por vezes, protegidos como os nacionais, a exemplo da vedação de extradição de
estrangeiros por crime político ou de opinião.
B) Os direitos inerentes aos brasileiros são atribuídos a todo cidadão português, ressalvada a limitação
constitucional de verificação de reciprocidade.
C) A perda da nacionalidade originária, diferentemente do que ocorre com a derivada, é medida prevista
como forma extrema de cominação penal.
D) A extradição de brasileiros portadores de nacionalidade não originária é condicionada excepcional e
unicamente a comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins.
E) A concessão de asilo a estrangeiro é prevista como direito civil inalienável no artigo 5.o da Lei Maior,
que cuida de direitos e garantias fundamentais.

GABARITO
1–C
2–ECCE
3–ECCC
4–A
5–CE
6-A
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Professor Pedro Sloboda

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REVISÃO
Aula 04
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Revisão – Aula 04
• Uso da força no direito internacional; solução
pacífica de controvérsias; teoria geral das
organizações internacionais; Organização das
Nações Unidas; jurisdição da Corte
Internacional de Justiça; jurisprudência da CIJ.
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PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Uso da força no DIP: histórico


• Historicamente, o uso da força era meio
legítimo de solução de conflitos.
• Gradativamente, o recurso à força foi sendo
restringido no DIP
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Uso da força no DIP: histórico


• 1902: Doutrina Drago – um Estado não poderia
recorrer à força para cobrar dívidas.
• Resposta ao bloqueio naval imposto por Reino
Unido, Alemanha e Itália contra a Venezuela, pelo
não pagamento de dívidas.
• 1907: Convenção Drago-Porter:
• II Conferência da Paz da Haia, 1907
• Um Estado não poderia recorrer à força para
cobrar dívidas, desde que o devedor não se
recusasse a submeter o caso a arbitragem.
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PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Histórico
• 1919: Pacto da Liga das Nações:
• Art.12. Todos os Membros da Sociedade convêm
que, se entre eles houver um litígio que possa
trazer rompimento, o submeterão ao processo de
arbitragem ou ao exame do Conselho. Convêm
mais que, em nenhum caso, deverão recorrer à
guerra antes de expirar o prazo de três meses
depois da sentença dos árbitros ou do parecer
do Conselho.
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PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Histórico
• 1928: Pacto de Paris (Briand-Kellog) - Tratado
Geral para Renúncia da Guerra como Instrumento
de Política Nacional.
• Chegaram a fazer parte do Tratado 63 Estados
• A proibição à guerra não era geral. O acordo só
era válido entre os Estados-parte e, apesar de o
tratado não conter dispositivo sobre o direito à
legítima defesa, trocas de notas formais entre os
principais signatários, antes de sua conclusão, o
resguardavam.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 04

Histórico
• 1933: Tratado do Rio de Janeiro (Saavedra Lamas)
• Ainda em vigor, proscreve a guerra em seu artigo 1 e
propugna a solução pacífica de controvérsias
internacionais.
• Prevê, no artigo 3, o emprego de meios políticos,
jurídicos e econômicos autorizados pelo Direito
Internacional, como sanções a Estados que violassem o
tratado, desde que não houvesse intervenção
diplomática ou militar.
• Trinta países, incluindo alguns europeus, subscreveram
o tratado, aberto à adesão de todos os Estados.
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AULA 04

DIP contemporâneo
• Até que a guerra foi finalmente proibida enquanto
meio legítimo de solução de controvérsias:
• Carta da ONU, Art. 2(4):
• “Todos os Membros deverão evitar em suas relações
internacionais a ameaça ou o uso da força contra a
integridade territorial ou a independência política de
qualquer Estado, ou de qualquer outra forma
incompatível com os Propósitos das Nações Unidas”
• A CIJ, no caso Atividades Militares no território do
Congo (RDC Vs Uganda, 2005, para. 148), afirmou que
o art. 2(4) é a pedra angular da Carta da ONU.
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Agressão
• Res. 3314, AGNU, 1974 – Definição de Agressão
• Art. 3 “Considerar-se-á ato de agressão qualquer um dos atos a seguir
enuncia dos, tenha ou não havido declaração de guerra, sob reserva das
disposições do artigo 2.° e de acordo com elas:
• a) A invasão ou o ataque do território de um Estado pelas forças
armadas de outro Estado, ou qualquer ocupação militar, ainda que
temporária, que resulte dessa invasão ou ataque, ou qualquer anexação
mediante o uso da força do território ou de parte do território de outro
Estado;
• h) O bombardeamento pelas forças armadas de um Estado, ou o uso de
quaisquer armas por um Estado, contra o território de outro Estado;
• c) O bloqueio dos portos ou da costa de um Estado pelas forças armadas
de outro Estado;
• d) O ataque pelas forças armadas de um Estado contra as forças armadas
terrestres, navais ou aéreas, ou a marinha e aviação civis de outro
Estado;
• (...)
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Uso legítimo da força


• Acontece que o uso da força não é ilegal em
todos os casos.
• A própria Carta da ONU prevê dois casos nos
quais a força pode ser usada.
• 1) Em legítima defesa
• 2) Mediante autorização do CSNU, sob a égide
do Cap. VII da Carta.
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Legítima defesa
• Carta da ONU, Art. 51
• “Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima
defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque
armado contra um Membro das Nações Unidas, até que o
Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias
para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As
medidas tomadas pelos Membros no exercício desse direito de
legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de
Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a
responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para
levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à
manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança
internacionais.”
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Legítima defesa
• A legítima defesa DEVE ser:
• i) Contra um ataque armado;
• ii) Temporário (“até que o Conselho de
Segurança tenha tomado as medidas
necessárias para a manutenção da paz e da
segurança internacionais”)
• iii) Comunicada ao CSNU.
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Legítima defesa
• Em qualquer caso, a legítima defesa deve ser
pautada pelos princípios da necessidade e da
proporcionalidade
• Isso foi reconhecido pela CIJ nos casos Nicarágua
(1986); legalidade do uso e da ameaça de uso de
armas nucleares (1996); Plataforma de Petróleo
(2003); Atividades Militares no território do
Congo (2005).
• Esses princípios não estão previstos na Carta da
ONU, mas são parte do direito costumeiro
internacional.
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Legítima defesa de nacionais


• Vattel - 1758
• Israel – Entebbe, Uganda, (1976)
• EUA – República Dominicana (1965); Granada (1983);
Panamá (1989)
• Reino Unido – Suez (1956); Serra Leoa (2000)
• Rússia – Geórgia, 2008; Crimeia, 2014.
• França – Zaire (1978); Ruanda (1990); Chade (1992)
República Centro Africana (1996); Costa do Marfim
(2002)
• Não é muito aceito pela maioria dos Estados
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Legítima defesa
Legítima defesa antecipatória Legítima defesa preventiva
• Ataque armado iminente • Ataque futuro possível
• Forças armadas inimigas • Ameaça à paz internacional
estão prontas para atacar. • Forças inimigas podem vir
• Ex: Bombardeio de Israel talvez quem sabe um dia a
atacar.
aos aviões egípcios no início
da guerra dos seis dias • Ex: Guerra dos EUA no Iraque
(1967) (2003)
• É ilegal.
• É legal.
• Competência para decidir
sobre ameaças à paz é do
CSNU.
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Legítima defesa coletiva


• Para o exercício de legítima defesa coletiva,
deve haver uma requisição por parte do
Estado atacado.
• “There is no rule permitting the exercise of
collective self-defence in the absence of a
request by the State which regards itself as
the victim of an armed attack”. Corte
Internacional de Justiça, Caso Nicarágua,
1986, § 196.
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CSNU – Cap. VII


• MECANISMO DE SANÇÕES COLETIVAS
• O Cap. VI trata da solução pacífica de
controvérsias
• O Cap. VII trata da solução coercitiva de
controvérsias, que podem incluir o uso da
força.
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CSNU – Cap. VII


• Art. 41
• “O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas
que, sem envolver o emprego de forças armadas,
deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões
e poderá convidar os Membros das Nações Unidas a
aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a
interrupção completa ou parcial das relações
econômicas, dos meios de comunicação ferroviários,
marítimos, aéreos , postais, telegráficos, radiofônicos,
ou de outra qualquer espécie e o rompimento das
relações diplomáticas.”
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CSNU – Cap. VII


• Carta da ONU, Art. 42:
• “No caso de o Conselho de Segurança considerar que
as medidas previstas no Artigo 41 [sanções sem o uso
da força] seriam ou demonstraram que são
inadequadas, poderá levar e efeito, por meio de forças
aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar
necessária para manter ou restabelecer a paz e a
segurança internacionais. Tal ação poderá
compreender demonstrações, bloqueios e outras
operações, por parte das forças aéreas, navais ou
terrestres dos Membros das Nações Unidas.”
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CSNU – Cap. VII


• Na prática, atualmente, há duas hipóteses nas
quais o CSNU faz uso do cap. VII:
• 1) Quando autoriza missões de paz a usar a
força.
• 2) Quando autoriza outro Estado ou grupo de
Estados a usar a força.
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Entidades regionais
• Carta da ONU, Art. 53
• “O conselho de Segurança utilizará, quando
for o caso, tais acordos e entidades regionais
para uma ação coercitiva sob a sua própria
autoridade. Nenhuma ação coercitiva será, no
entanto, levada a efeito de conformidade
com acordos ou entidades regionais sem
autorização do Conselho de Segurança.”
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Uso legítimo da força: casos não


previstos na Carta da ONU
• Existem casos de uso da força que, malgrado não
estarem expressamente previstos na Carta da
ONU, são compatíveis com os propósitos das
Nações Unidas.
• Não violam, portanto, o art. 2(4) da Carta.
• Em particular, merecem destaque:
• 1) Convite;
• 2) Uso da força no exercício legítimo do direito de
autodeterminação.
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Intervenções humanitárias
• Iugoslávia ingressou com 10 ações na CIJ contra os
membros da OTAN, por uso ilegal da força.
• A CIJ, no entanto, não analisou os méritos de nenhum
desses casos, por falta de jurisdição.
• Pouco apoio estatal a essa doutrina
• Bombardeiro unilateral dos EUA à Síria, em 2017 foi
ILEGAL.
• Res. 3314 (1974) Art. 5(1) “Nenhuma consideração, de
qualquer natureza, seja política, econômica, militar,
ou qualquer outra, serve de justificativa para a
agressão.”
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Solução pacífica de controvérsias


internacionais
• Os Estados não podem usar a força para
solucionar suas controvérsias.
• Os Estados têm, portanto, a obrigação de resolver
pacificamente suas controvérsias.
• Carta da ONU, art. 2(3):
• “Todos os Membros deverão resolver suas
controvérsias internacionais por meios pacíficos,
de modo que não sejam ameaçadas a paz, a
segurança e a justiça internacionais.”
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Solução pacífica de controvérsias


internacionais
• Controvérsia internacional:
• Qualquer oposição de teses jurídicas.
Qualquer desacordo em relação a certo
aspecto de direito ou de fato.
• CPJI, Caso Mavrommatis, 1924.
• [Polêmico awareness test do caso Ilhas
Marshall vs Reino Unido, 2016].
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Solução pacífica de controvérsias


internacionais
• Carta da ONU, Art. 33:
• “As partes em uma controvérsia, que possa vir a
constituir uma ameaça à paz e à segurança
internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar
a uma solução por negociação, inquérito,
mediação, conciliação, arbitragem, solução
judicial, recurso a entidades ou acordos regionais,
ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.”
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Meios de Solução pacífica de


controvérsias internacionais

• 1) Meios diplomáticos

• 2) Meios políticos

• 3) Meios jurisdicionais
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Meios de Solução pacífica de


controvérsias internacionais
• 1) Meios diplomáticos
• Negociação, bons ofícios, mediação, conciliação,
inquérito
• 2) Meios políticos
• Há o envolvimento de um órgão político de uma
organização internacional
• Ex: OEA, ONU
• 3) Meios jurisdicionais
• 3.1) arbitragem
• 3.2) meios judiciais
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Meios de Solução pacífica de


controvérsias internacionais
• 1) Meios diplomáticos
• As partes mantêm controle sobre a controvérsia;
a solução não é obrigatória ou vinculante. As
partes podem aceitar ou rejeitar a solução.
• Não há compromisso com o primado do Direito.
O objetivo é solucionar o conflito.
• A solução só é alcançada quando AMBAS AS
PARTES NO LITÍGIO ESTÃO SATISFEITAS.
• São os preferidos pelas partes.
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Meios diplomáticos
• 1.1 Negociações diretas
• Meio mais utilizado.
• Não há qualquer intervenção de terceiros.
• Por serem tão importantes, podem ser utilizadas a qualquer
tempo, durante a utilização de outro meio.
• CIJ: o fato de negociações estarem sendo entabuladas
durante o processo judicial não exclui a competência da
Corte.
• É comum que um caso seja resolvido por negociação
enquanto é apreciado por um tribunal. Ex: Caso incidente
aéreo, Irã Vs EUA – foi resolvido por negociação em 1996.
• O dever de negociar pode estar expresso em um tratado.
• Ex: ESC da OMC exige a fase prévia de consultas.
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Meios diplomáticos
• 1.1.1 Sistema de consultas
• Não deixa de ser uma forma institucionalizada
de negociação.
• Entendimento direto programado; não há
intervenção substancial, ou sequer instrumental
de terceiro.
• As partes consultam-se mutuamente sobre seus
desacordos por assim terem estabelecido
previamente.
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Meios diplomáticos
• 1.2 Bons ofícios – Há intervenção de terceiro, que
simplesmente estabelece contato entre as partes,
oferecendo espaço neutro para negociações.
• O terceiro exerce função instrumental, não
cabendo a ele propor soluções para o conflito. A
solução da controvérsia dar-se-á por
entendimento direto entre os contentores.
• 1.3 Mediação – Há envolvimento substancial de
terceiro, que propõe solução para o conflito; a
proposta, no entanto, não vincula as partes, e só
será aceita se julgada satisfatória por ambas.
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Meios diplomáticos
• 1.4 Conciliação – Possui matizes de mediação e de
inquérito, esclarece os fatos e faz sugestões; é
caracterizada por maior aparato formal; é coletivo seu
exercício: não há um único conciliador, mas comissão de
conciliação, que propõe solução por meio de relatório, que
não vincula as partes.
• Inquérito - Preliminar de instância diplomática, política ou
jurisdicional.
• Comissão de inquérito que faz uma investigação
independente, com a finalidade de apurar a materialidade
dos fatos.
• Convenção de Haia de 1899 já previa uma comissão de
inquérito que podia ser acionada pelas partes em uma
controvérsia.
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Conselho de Segurança
• Artigo 36
• 1. O conselho de Segurança poderá, em
qualquer fase de uma controvérsia da
natureza a que se refere o Artigo 33, ou de
uma situação de natureza semelhante,
recomendar procedimentos ou métodos de
solução apropriados.
• A SOLUÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA.
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Meios políticos
• b) Organizações Regionais
• Certas organizações regionais com vocação
política têm poderes análogos aos da ONU.
Essas OIs servem como foro de consulta e
negociação a situações conflitivas e podem
prever alguns procedimentos como mediação,
bons ofícios, etc. Ex.: OEA; UA; OTAN
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Meios jurisdicionais
• Há compromisso com o primado do direito.
• A solução é vinculante.
• Árbitros e juízes resolvem a controvérsia por
meio da aplicação do direito internacional.
• Não necessariamente as partes ficarão
satisfeitas com a solução.
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Meios jurisdicionais
• 3.1 Arbitragem
• Arbitragem é um meio jurisdicional não judiciário de solução
de controvérsia.
• É mais flexível que os meios judiciais
• O número de árbitros e os árbitros são definidos pelas partes.
• Os árbitros não precisam ser magistrados de carreira. Podem
ser técnicos, políticos, ou qualquer indivíduo à escolha das
partes.
• Procedimento (instruções, prazos) é definido pelas partes.
• Poderes dos árbitros (ex: medidas provisórias) são
determinadas pelas partes.
• Direito material é definido pelas partes. Podem até optar pelo
direito interno de um Estado.
• Nos meios judiciais, tudo isso já está definido pelo Estatuto e
pelo Regulamento do tribunal.
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Meios jurisdicionais: arbitragem


• Laudo arbitral
• “Sentença arbitral”
• São obrigatórios
• Via de regra, são definitivos e inapeláveis
• O órgão arbitral não tem como executar o laudo
• Falta executoriedade.
• São os Estados que devem impor retaliações em
caso de descumprimento do laudo.
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Meios jurisdicionais
• Características da arbitragem:
• (i) Não possui caráter de permanência, é uma
solução ad hoc (para o caso específico);
• (ii) As partes escolhem o(s) árbitro(s);
• (iii) As partes definem os procedimentos, tais
como prazos, formas de manifestação das
partes, etc;
• (iv) As partes definem o direito a ser aplicado.
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Meios jurisdicionais
• 3.2 Meios judiciários
• As partes submetem a questão a um tribunal
internacional permanente.
• Os tribunais podem ter vocação universal ou
regional.
• Além disso, podem ter jurisdição geral ou
específica em função da matéria.
• Ex.: TPI; CEDH; CADH; Tribunal Internacional do
Direito do Mar; CIJ.
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• Organizações Internacionais
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Organizações internacionais
• As organizações internacionais surgiram no século XIX,
como comissões fluviais, para a administração conjunta de
rios internacionais:
• Comissão central do Rio Reno – prevista na ata final de
Viena, 1815, e criada pela Convenção de Mayence, de
1831.
• Comissão europeia do Danúbio – criada pelo Tratado de
Paris de 1856.
• E como instituições técnicas, a regular temas de interesse
comum dos Estados:
• União Telegráfica Internacional – 1865
• União Postal Universal – 1878
• União para a proteção de obras literárias e artísticas - 1883
• União para a Proteção da Propriedade Intelectual – 1883
• União das Ferrovias - 1890
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OI: definição
• Projeto de artigos sobre responsabilidade
internacional das Ois, Art.2:
• “international organization” means an
organization established by a treaty or other
instrument governed by international law and
possessing its own international legal
personality. International organizations may
include as members, in addition to States, other
entities;
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OIs: elementos constitutivos


• 1) Membros
• 2) Instrumento constitutivo
• 3) Têm personalidade jurídica própria.
• Essa personalidade foi reconhecida pela CIJ no
Caso Reparação de Danos, de 1949.
• Com base na teoria dos poderes implícitos, a CIJ
afirmou que a ONU tinha capacidade jurídica
para responsabilizar um Estado.
• A ONU tinha reconhecida, portanto, sua
personalidade jurídica internacional.
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OIs: elementos constitutivos


• A personalidade jurídica das OIs é objetiva, o
que significa que pode ser oponível a
terceiros Estados, mesmos que esses não a
reconheçam.
• Israel, em 1949, não era membro da ONU
• O MERCOSUL tem acordos com Estados não
membros, como Israel.
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OIs: elementos constitutivos


• A personalidade jurídica das OIs é derivada,
secundária ou mediata, porque elas são
criadas pela vontade dos Estados, sujeitos
plenos, primários, originários, imediatos de
DIP.
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ONU: propósitos e princípios


• Artigo 2
• A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos
mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
• 1. A Organização é baseada no princípio da igualdade soberana de todos
os seus Membros.
• 2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os
direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de Membros, deverão
cumprir de boa-fé as obrigações por eles assumidas de acordo com a
presente Carta.
• 3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais
por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a
segurança e a justiça internacionais.
• 4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a
ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a
independência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação
incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
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ONU: propósitos e princípios


• Artigo 2
• A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos
mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
• 5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação
a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de
dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo
preventivo ou coercitivo.
• 6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das
Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto for
necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais.
• 7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a
intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de
qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a
uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não
prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII.
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ONU: membros
• Membros fundadores da ONU ou originais:
• Art. 3 : países que tenham assinado a
Declaração das Nações Unidas, de 1942, ou
que tenham participado da Conferência de
São Francisco, de 1945.
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ONU: admissão de membros


• Artigo 4
• 1. A admissão como Membro das Nações Unidas
fica aberta a todos os Estados amantes da paz
que aceitarem as obrigações contidas na
presente Carta e que, a juízo da Organização,
estiverem aptos e dispostos a cumprir tais
obrigações.
• 2. A admissão de qualquer desses Estados como
Membros das Nações Unidas será efetuada por
decisão da Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
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ONU: admissão de membros


• Segundo a CIJ, são apenas 5 as condições:
• 1) Ser Estado
• 2) Amante da paz
• 3) Aceitar as obrigações da Carta
• 4) Ser capaz de cumpri-las
• 5) Estar disposto a cumpri-las
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ONU: estrutura institucional


• Artigo 7
• 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais
das Nações Unidas: uma Assembleia Geral, um
Conselho de Segurança, um Conselho
Econômico e Social, um conselho de Tutela,
uma Corte Internacional de Justiça e um
Secretariado.
• 2. Serão estabelecidos, de acordo com a
presente Carta, os órgãos subsidiários
considerados de necessidade.
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Assembleia Geral
• Artigo 9
• 1. A Assembleia Geral será constituída por todos os
Membros das Nações Unidas.
• 2. Cada Membro não deverá ter mais de cinco
representantes na Assembleia Geral.
• Funções e Atribuições
• Artigo 10
• A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer questões ou
assuntos que estiverem dentro das finalidades da presente
Carta ou que se relacionarem com as atribuições e funções
de qualquer dos órgãos nela previstos e, com exceção do
estipulado no Artigo 12, poderá fazer recomendações aos
Membros das Nações Unidas ou ao Conselho de Segurança
ou a este e àqueles, conjuntamente, com referência a
qualquer daquelas questões ou assuntos.
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Assembleia Geral
• Art. 11 (2)
• A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer questões
relativas à manutenção da paz e da segurança
internacionais, que a ela forem submetidas por
qualquer Membro das Nações Unidas, ou pelo
Conselho de Segurança, ou por um Estado que não seja
Membro das Nações unidas, de acordo com o Artigo
35, parágrafo 2, e, com exceção do que fica estipulado
no Artigo 12, poderá fazer recomendações relativas a
quaisquer destas questões ao Estado ou Estados
interessados, ou ao Conselho de Segurança ou a
ambos. Qualquer destas questões, para cuja solução
for necessária uma ação, será submetida ao Conselho
de Segurança pela Assembleia Geral, antes ou depois
da discussão.
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Assembleia Geral
• Art. 12 (1)
• Enquanto o Conselho de Segurança estiver
exercendo, em relação a qualquer
controvérsia ou situação, as funções que lhe
são atribuídas na presente Carta, a Assembleia
Geral não fará nenhuma recomendação a
respeito dessa controvérsia ou situação, a
menos que o Conselho de Segurança a
solicite.
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Assembleia Geral
• Artigo 13
• 1. A Assembleia Geral iniciará estudos e fará
recomendações, destinados a:
• a) promover cooperação internacional no terreno
político e incentivar o desenvolvimento progressivo do
direito internacional e a sua codificação;
• b) promover cooperação internacional nos terrenos
econômico, social, cultural, educacional e sanitário e
favorecer o pleno gozo dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais, por parte de todos os povos,
sem distinção de raça, sexo, língua ou religião
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Assembleia Geral
• Artigo 18
• 1. Cada Membro da Assembleia Geral terá um voto.
• 2. As decisões da Assembleia Geral, em questões importantes,
serão tomadas por maioria de dois terços dos Membros presentes
e votantes. Essas questões compreenderão: recomendações
relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais; à
eleição dos Membros não permanentes do Conselho de Segurança;
à eleição dos Membros do Conselho Econômico e Social; à eleição
dos Membros dos Conselho de Tutela, de acordo como parágrafo 1
(c) do Artigo 86; à admissão de novos Membros das Nações Unidas;
à suspensão dos direitos e privilégios de Membros; à expulsão dos
Membros; questões referentes o funcionamento do sistema de
tutela e questões orçamentárias.
• 3. As decisões sobre outras questões, inclusive a determinação de
categoria adicionais de assuntos a serem debatidos serão
aprovados por uma maioria dos membros presentes e que votem.
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Conselho de Segurança
• Artigo 23
• 1. O Conselho de Segurança será composto de quinze Membros das
Nações Unidas. A República da China, a França, a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do norte e os Estados unidos da América serão membros
permanentes do Conselho de Segurança. A Assembleia Geral
elegerá dez outros Membros das Nações Unidas para Membros não
permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em
vista, em primeiro lugar, a contribuição dos Membros das Nações
Unidas para a manutenção da paz e da segurança internacionais e
para os outros propósitos da Organização e também a distribuição
geográfica equitativa.
• 2. Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão
eleitos por um período de dois anos.
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Conselho de Segurança
• Artigo 24
• 1. A fim de assegurar pronta e eficaz ação por
parte das Nações Unidas, seus Membros
conferem ao Conselho de Segurança a
principal responsabilidade na manutenção da
paz e da segurança internacionais e
concordam em que no cumprimento dos
deveres impostos por essa responsabilidade o
Conselho de Segurança aja em nome deles.
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Conselho de Segurança
• Artigo 25
• Os Membros das Nações Unidas concordam
em aceitar e executar as decisões do
Conselho de Segurança, de acordo com a
presente Carta.
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Conselho de Segurança
• CAP. VI - SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
• Artigo 33
• 1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a
constituir uma ameaça à paz e à segurança
internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar
a uma solução por negociação, inquérito,
mediação, conciliação, arbitragem, solução
judicial, recurso a entidades ou acordos regionais,
ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
• 2. O Conselho de Segurança convidará, quando
julgar necessário, as referidas partes a resolver,
por tais meios, suas controvérsias.
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Conselho de Segurança
• CAPÍTULO VII
• AÇÃO RELATIVA A AMEAÇAS À PAZ, RUPTURA DA PAZ E
ATOS DE AGRESSÃO
• Artigo 41
• O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas
que, sem envolver o emprego de forças armadas,
deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões
e poderá convidar os Membros das Nações Unidas a
aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a
interrupção completa ou parcial das relações
econômicas, dos meios de comunicação ferroviários,
marítimos, aéreos , postais, telegráficos, radiofônicos,
ou de outra qualquer espécie e o rompimento das
relações diplomáticas.
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Conselho Econômico e Social


• Artigo 62
(ECOSOC)
• 1. O Conselho Econômico e Social fará ou iniciará estudos e
relatórios a respeito de assuntos internacionais de caráter
econômico, social, cultural, educacional, sanitário e
conexos e poderá fazer recomendações a respeito de tais
assuntos à Assembleia Geral, aos Membros das Nações
Unidas e às entidades especializadas interessadas.
• 2. Poderá, igualmente, fazer recomendações destinadas a
promover o respeito e a observância dos direitos humanos
e das liberdades fundamentais para todos.
• 3. Poderá preparar projetos de convenções a serem
submetidos à Assembleia Geral, sobre assuntos de sua
competência.
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Conselho Econômico e Social


(ECOSOC)
• Artigo 63
• 1.O conselho Econômico e Social poderá
estabelecer acordos com qualquer das entidades
a que se refere o Artigo 57, a fim de determinar
as condições em que a entidade interessada será
vinculada às Nações Unidas. Tais acordos serão
submetidos à aprovação da Assembleia Geral.
• 2. Poderá coordenar as atividades das entidades
especializadas, por meio de consultas e
recomendações às mesmas e de recomendações
à Assembleia Geral e aos Membros das Nações
Unidas.
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Conselho Econômico e Social


(ECOSOC)
• Artigo 71
• O Conselho Econômico e Social poderá entrar
nos entendimentos convenientes para a
consulta com organizações não
governamentais, encarregadas de questões
que estiverem dentro da sua própria
competência.
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Conselho de Tutela
• CAPÍTULO XII
• SISTEMA INTERNACIONAL DE TUTELA
• Artigo 75
• As nações Unidas estabelecerão sob sua autoridade um
sistema internacional de tutela para a administração e
fiscalização dos territórios que possam ser colocados
sob tal sistema em consequência de futuros acordos
individuais. Esses territórios serão, daqui em diante,
mencionados como territórios tutelados.
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Conselho de Tutela
• Artigo 79
• As condições de tutela em que cada território
será colocado sob este sistema, bem como
qualquer alteração ou emenda, serão
determinadas por acordo entre os Estados
diretamente interessados, inclusive a potência
mandatária no caso de território sob mandato de
um Membro das Nações Unidas e serão
aprovadas de conformidade com as disposições
dos Artigos 83 e 85.
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Conselho de Tutela
• Artigo 87
• A Assembleia Geral e, sob a sua autoridade, o Conselho
de Tutela, no desempenho de suas funções, poderão:
• a) examinar os relatórios que lhes tenham sido
submetidos pela autoridade administradora;
• b) Aceitar petições e examiná-las, em consulta com a
autoridade administradora;
• c) providenciar sobre visitas periódicas aos territórios
tutelados em épocas estabelecidas de acordo com a
autoridade administradora; e
• d) tomar estas e outras medidas de conformidade com
os termos dos acordos de tutela
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Conselho de Tutela
• Desde 1994, quando o último território
tutelado, Palau, ficou independente, o
Conselho de Tutela não atua.
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Secretariado
• Art. 97
• “O Secretariado será composto de um
Secretário- Geral e do pessoal exigido pela
Organização. o Secretário- Geral será indicado
pela Assembleia Geral mediante a
recomendação do Conselho de Segurança.
Será o principal funcionário administrativo da
Organização.”
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Secretariado
• Art.99
• O Secretário-Geral poderá chamar a atenção
do Conselho de Segurança para qualquer
assunto que em sua opinião possa ameaçar a
manutenção da paz e da segurança
internacionais.
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Secretariado
• Artigo 102
• 1. Todo tratado e todo acordo internacional, concluídos
por qualquer Membro das Nações Unidas depois da
entrada em vigor da presente Carta, deverão, dentro
do mais breve prazo possível, ser registrados e
publicados pelo Secretariado.
• 2. Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo
internacional que não tenha sido registrado de
conformidade com as disposições do parágrafo 1º
deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nações Unidas.
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Corte Internacional de Justiça


• CAPÍTULO XIV
• CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA
• Artigo 92
• A Corte Internacional de Justiça será o principal
órgão judiciário das Nações Unidas. Funcionará
de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado
no Estatuto da Corte Permanente de Justiça
Internacional e faz parte integrante da presente
Carta.
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CIJ: Competências

• 1. Contenciosa

• 2. Consultiva
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Processo de emenda e de reforma


• Artigo 108
• As emendas à presente Carta entrarão em vigor
para todos os Membros das Nações Unidas,
quando forem adotadas pelos votos de dois
terços dos membros da Assembleia Geral e
ratificada de acordo com os seus respectivos
métodos constitucionais por dois terços dos
Membros das Nações Unidas, inclusive todos os
membros permanentes do Conselho de
Segurança.
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Dúvidas e atualidades

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CURSO DE REVISÃO – AULA 04

Questão 1

Julgue os itens a seguir sobre solução pacífica de controvérsias:

a) Diferentemente do que ocorre em uma solução diplomática ou política, nas soluções jurisdicionais,
aplica-se o direito internacional como ele se apresenta no momento da lide. A solução cria
obrigações inter partes e pode deixar todos os envolvidos insatisfeitos.
b) Em um compromisso arbitral, as partes envolvidas podem escolher como direito aplicável o direito
doméstico de um terceiro Estado.
c) O inquérito, que pode ser preliminar a qualquer meio de solução de conflitos, também pode ser
considerado ele próprio um meio pacífico de solução de controvérsias.
d) O Protocolo de Olivos do MERCOSUL contempla meios diplomáticos, políticos, arbitrais e judiciais de
solução de controvérsias.

Questão 2

Sobre o uso da força no Direito Internacional contemporâneo, julgue:

A) A responsabilidade de proteger, consagrada na declaração final da Cúpula Mundial, é


reconhecido princípio geral de direito internacional e constitui mais uma exceção à proibição de
uso unilateral da força no Direito Internacional contemporâneo.
B) O convite pode legitimar o uso da força por um Estado no território de outro. No entanto, em
casos de guerra civil, existe uma proibição consuetudinária de se intervir, mesmo em favor do
governo constituído.
C) Ainda que essa exceção à proibição do uso da força não esteja prevista na Carta da ONU, é
reconhecido o direito dos povos sob domínio colonial ou sob dominação estrangeira de lutar por
todos os meios necessários no exercício de seu direito de autodeterminação e de
independência.
D) Um Estado que não exerça o seu dever de vigilância e permita, deliberadamente, que seu
território seja usado por grupos terroristas para atacar outro Estado pode ser objeto de uso da
força em legítima defesa por parte do Estado atacado pelo grupo terrorista.

Questão 3

Sobre a Corte Internacional de Justiça, julgue certo (C) ou errado (E) os itens a seguir:

A) A jurisdição ratione materiae da CIJ é ampla, ao passo que sua jurisdição ratione personae depende
do reconhecimento por parte dos Estados, que deve ser feito sempre de modo expresso.
B) Todo Estado que é parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça reconhece a jurisdição
contenciosa da Corte. Dessa forma, ser parte no Estatuto é condição sine qua non para iniciar uma
demanda na CIJ.

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C) Se o exercício da proteção diplomática for indevido, mesmo que a CIJ tenha jurisdição sobre um
determinado caso, ele será inadmissível.
D) Um reconhecimento válido da jurisdição contenciosa da Corte Permanente de Justiça Internacional
implica reconhecimento da jurisdição da CIJ.

Questão 4

Sobre a Corte Internacional de Justiça, julgue certo (C) ou errado (E) os itens a seguir:

A) A CIJ aceita reservas à cláusula Raul Fernandes.


B) O princípio da kompetenz-kompetenz está expressamente previsto no Estatuto da CIJ.
C) A CIJ pode adotar medidas provisórias, mas, em nenhuma hipótese, poderá haver recurso de
revisão. Suas sentenças são definitivas e inapeláveis.
D) O Secretariado das Nações Unidas pode solicitar parecer consultivo à CIJ, mas somente sobre
questões jurídicas surgidas dentro da esfera de suas atividades e mediante autorização da
Assembleia Geral da ONU.

Questão 5

Sobre a jurisprudência da Corte Internacional de Justiça, julgue certo (C) ou errado (E) os itens a seguir:

A) Em desacordo com o entendimento da Câmara de Apelação do Tribunal Penal Internacional para a


Ex-Iugoslávia, a Corte Internacional de Justiça reitera que a atribuição da responsabilidade da
conduta de grupos particulares a um estado deve-se basear em um controle efetivo, não
simplesmente em um controle geral.
B) A ausência de comunicação ao Conselho de Segurança é prova de que a força não foi usada em
legítima defesa.
C) De acordo com a Corte Internacional de Justiça, as imunidades de jurisdição dos Estados
estrangeiros e de seus principais representantes prevalecem mesmo quando há violação de norma
de jus cogens.
D) A existência de uma controvérsia entre dois estados depende da ciência mútua cerca da oposição de
teses jurídicas entre eles.

Questão 6

Sobre a Organização das Nações Unidas, julgue (C ou E) os itens a seguir:

A) O Conselho de Tutela exerceu importante papel na administração dos territórios do Timor Leste e do
Kosovo na década de 1990.
B) Um tratado que não seja registrado no Secretariado da ONU é nulo ab initio e não produz efeitos
jurídicos.
C) As resoluções do Conselho de Segurança adotadas sob a égide do cap. VII são vinculantes para
estados membros e não membros da organização e criam obrigações que prevalecem sobre as
decorrentes de outras fontes de direito das gentes.
D) A Comissão de Direito Internacional é um órgão subsidiário da Assembleia Geral, cuja função é
promover a codificação e o desenvolvimento progressivo do direito internacional.

GABARITO
1–CCCC
2–ECCC
3 – E CE C C
4–CCEC
5 -CCCC
6–EECC

QUESTÕES ANTERIORES

(CACD 2008) O Pacto de Paris de 1928, que passará à história com a conjugação dos nomes de seus
firmatários, os ministros do exterior da França e dos Estados Unidos da América, simboliza importante avanço
do direito das gentes. Acerca do conteúdo jurídico desse documento, julgue (C ou E) os itens a seguir.

a) Esse pacto propugna pela abolição das guerras coloniais e de conquista.


b) Esse documento obriga os países europeus a reconhecerem direitos soberanos dos Neo-Estados
africanos.
c) Esse pacto proscreve a guerra, para considerá-la a violação suprema do direito.
d) Esse documento lança as bases da aliança atlântica e do pacto Anti-Komiterm.

(CACD – 2010) Assinale a opção que apresenta o mecanismo de solução pacífica de controvérsias
internacionais a que corresponde a descrição abaixo.

Quando as negociações diretas mostram-se ineficazes, é utilizado mecanismo que recorre à participação de um
terceiro Estado, que tem como função aproximar os litigantes. A característica principal do mecanismo
consiste em que o Estado harmonizador não tome parte nas negociações entre os contendores nem na solução
da controvérsia, pois seu papel consiste apenas em colocá-los em contato, a fim de que sejam retomadas as
negociações interrompidas.

A) bons ofícios
B) sistema consultivo
C) negociação direta
D) mediação
E) conciliação
(CACD – 2010) Considere a situação hipotética em que o Estado A decide acionar o Estado B, perante a
Corte Internacional de Justiça (CIJ), em razão do descumprimento, por parte do segundo, de tratado sobre
restituição de obras de arte. Com relação a essa situação, julgue C ou E.

A) Julgada a causa, a sentença é obrigatória para as partes em litígio.


B) Segundo o Estatuto da CIJ, a matéria em litígio não é de sua competência.
C) A ação somente pode ser conhecida se ambos os Estados tiverem aceito a cláusula facultativa de
jurisdição obrigatória.
D) Caso nenhum juiz da CIJ seja nacional dos dois Estados em questão, esses Estados poderão indicar
juízes ad hoc previamente aprovados pelo Conselho de Segurança.

(CACD – 2010) Considera-se que a organização internacional — em sentido moderno — surgiu no século
XIX, com a Administração Geral de Concessão da Navegação do Reno. Desde então, as organizações
internacionais alcançaram importância inegável na vida contemporânea, a ponto de se afirmar que não há
atividade humana que não seja — direta ou indiretamente — influenciada pelo trabalho de, pelo menos, uma
organização internacional. À luz das normas de direito internacional aplicáveis ao tema, julgue C ou E.

a) Todos os atos adotados no seio de uma organização internacional são juridicamente obrigatórios para
seus Estados-membros; caso violados, podem acarretar a responsabilidade internacional do Estado.
b) O tratado constitutivo de uma organização internacional está sujeito às normas da Convenção de
Viena sobre o Direito dos Tratados (1969).
c) Em atendimento ao princípio da igualdade soberana dos Estados, toda decisão de uma organização
internacional deve ser adotada por unanimidade ou consenso.
d) O MERCOSUL é uma organização dotada de personalidade jurídica de direito internacional.

(CACD 2013) É agência especializada da ONU

A) o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.


B) a Organização Mundial do Comércio.
C) o Tribunal Penal Internacional.
D) a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
E) a Organização Internacional do Trabalho.

GABARITO
1–EECE
2-A
3–C EEE
4–ECEC
5–E
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REVISÃO
Aula 05
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Revisão – Aula 05
• Sistema internacional de proteção dos direitos
humanos; Sistemas regionais de proteção dos
direitos humanos; justiça penal internacional.
Jurisprudência.
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Direitos Humanos: sistema


internacional
• 1) Direito Internacional dos DH (DIDH)
• 2) Direito internacional humanitário
• 2.1) Direito de Genebra
• 2.2) Direito de Haia
• 2.3) Direito de Nova Iorque
• 2.4) Direito de Roma
• 3) Direito Internacional dos refugiados
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Direitos Fundamentais da pessoa humana, no
âmbito internacional.
• Aplicáveis em tempos de paz
• Início de uma sistematização com a Carta da
ONU.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos: histórico
• Considera-se que, em 1945, os direitos
humanos saíram do domínio reservado dos
Estados.
• A proteção dos DH, até então, era,
principalmente, realizada por documentos
normativos estatais.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos: histórico
• Direitos civis e políticos (OUTRORA chamados de direitos humanos
de primeira geração)
• Direitos de liberdade - exigem uma abstenção do Estado
• Paradigma do Estado Liberal
• Direitos à vida, à dignidade, à liberdade de expressão, à liberdade
de associação.
• Ex: Magna Carta, 1215
• Declaração de Direitos, Inglaterra, 1689
• Declaração de independência dos EUA, 1776
• Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, França, 1789
• Constituição Francesa de 1791
• Constituição Francesa de 1793
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos: histórico
• Direitos Econômicos, sociais e culturais
(OUTRORA chamados de direitos humanos de
segunda geração)
• Direitos de igualdade – exigem prestações
positivas do Estado.
• Paradigma do Estado social
• Direito à educação, à saúde, à previdência
• Ex: Constituição Mexicana de 1917
• Constituição de Weimar de 1919
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos: histórico
• Direitos Difusos (OUTRORA chamados de
direitos humanos de terceira geração)
• Direitos de fraternidade
• Direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio
ambiente sadio, à autodeterminação.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Hoje, não se devem segmentar os direitos
humanos em gerações.
• Atualmente, os direitos humanos são
indivisíveis, inter-relacionados e
interdependentes, como prevê, em especial, a
Declaração de Viena de 1993.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos: histórico
• Carta da ONU
• Art. 1(3)
• Os propósitos das Nações Unidas são:
• “Conseguir uma cooperação internacional para
resolver os problemas internacionais de caráter
econômico, social, cultural ou humanitário, e para
promover e estimular o respeito aos direitos
humanos e às liberdades fundamentais para todos,
sem distinção de raça, sexo, língua ou religião;”
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Carta da ONU
• Art. 55
• With a view to the creation of conditions of stability
and well-being which are necessary for peaceful and
friendly relations among nations based on respect for
the principle of equal rights and self-determination of
peoples, the United Nations shall promote:
• Universal respect for, and observance of, human
rights and fundamental freedoms for all without
distinction as to race, sex, language, or religion.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Carta da ONU
• Art. 56
• “Para a realização dos propósitos enumerados no
Artigo 55, todos os Membros da Organização se
comprometem a agir em cooperação com esta,
em conjunto ou separadamente.”
• A ONU e seus Estados membros têm a obrigação
de promover os direitos humanos.
• A partir de 1945, há uma tendência evolutiva à
humanização no DIP – Jorge Miranda.
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Humanos
• Em 1946, o ECOSOC criou a Comissão de Direitos Humanos da ONU
(1946-2006).
• 53 membros eleitos pelo ECOSOC
• Quando foi criada, tinha competência para produzir estudos, fazer
recomendações e preparar projetos de tratados no campo dos DH.
• Não tinha, originalmente, competência para investigar violações de
DH. O Art. 2(7) da Carta era interpretado no sentido de vedar essa
competência.
• Com base nos trabalhos da Comissão, seriam elaborados a Declaração
Universal de Direitos Humanos (1948), o Pacto Internacional sobre
Direitos Civis e Políticos (1966) e o Pacto Internacional sobre Direitos
econômicos, sociais e culturais (1966).
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Humanos
• Declaração Universal de Direitos Humanos (1948)
• Aprovado pela Resolução 217 A (III) da AGNU, por 48 votos a
favor, nenhum voto contra, 8 abstenções e 2 ausências.
Adotada, portanto, por consenso.
• Dispõe sobre direitos civis e políticos (arts. 2 a 21), bem
como direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28).
• Do ponto de vista formal, não possui natureza jurídica
vinculante. Sua força era apenas moral.
• Isso deve-se, mais uma vez, ao impasse entre o bloco
capitalista e o bloco comunista.
• O objetivo era servir de base para um documento futuro
juridicamente vinculante.
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Humanos
• Os trabalhos da Comissão de DH continuaram, a
fim de produzir um documento juridicamente
vinculante.
• Em função do mesmo impasse entre os blocos
capitalista , no entanto, a Comissão decidiu, em
1951, elaborar 2 pactos, em lugar de 1 apenas.
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
(1966). Em vigor em 1976
• Pacto Internacional sobre Direitos econômicos,
sociais e culturais (1966). Em vigor em 1976.
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Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
(1966)
• Composto, majoritariamente, por normas de
aplicabilidade imediata, que criam obrigações
negativas (de abstenção).
• Ex: Art. 6 – “Ninguém pode ser arbitrariamente
privado da vida.”
• Contava, originalmente, com órgão de
monitoramento (Comitê de Direitos Humanos) –
arts. 28 e seguintes.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
(1966)
• O Comitê de Direitos Humanos fiscaliza apenas o
cumprimento do Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos.
• Não se confunde com o Conselho de Direitos Humanos
(membros são representantes dos Estados-parte da
ONU), que fiscaliza o cumprimento dos direitos
humanos de maneira geral.
• Art. 28 PIDCP “Os membros do Comitê serão eleitos e
exercerão as suas funções a título pessoal.” Não
representam os Estados.
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Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966)
• “Artigo 40
• Os Estados-Signatários no presente Pacto comprometem-se
a apresentar relatórios sobre as disposições que tenham
adotado e que tornem efetivos os direitos reconhecidos no
Pacto e sobre a evolução realizada no que se refere ao gozo
desses direitos:
a) No prazo de um ano a contar da data de entrada em
vigor do presente Pacto no que diz respeito aos Estados-
Signatários interessados;
b) Seguidamente, cada vez que o Comitê o solicite.”
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Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966)
• Comunicações de Estados
• “Artigo 41.
• 1 - De acordo com o presente artigo, todo o Estado-Signatário no
presente Pacto poderá declarar em qualquer momento que
reconhece a competência do Comitê para receber e analisar as
comunicações em que um Estado alegue que outro Estado-
Signatário não cumpre as obrigações que lhe impõe este Pacto. As
comunicações efetuadas em virtude do presente artigo só poderão
ser admitidas e analisadas se apresentadas por um Estado-
Signatário que tenha feito uma declaração na qual reconheça, no
que se refere a si próprio, a competência do Comitê. O Comitê não
admitirá qualquer comunicação relativa a um Estado-Signatário que
não tenha feito essa declaração.”
• O Brasil não reconhece essa competência do Comitê.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos (1966)
• Protocolo Facultativo I sobre petições
individuais (1966, em vigor desde 1976)
• Protocolo Facultativo II sobre a proibição da
pena de morte. (1989, em vigor desde 1991).
• Brasil é parte dos dois protocolos desde 2009.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos econômicos, sociais
e culturais (1966)
• Normas não são autoaplicáveis. Não possuem
aplicação imediata.
• Normas de aplicação progressiva.
• Ex: “Artigo 13 - 1. Os Estados-partes no presente Pacto
reconhecem o direito de toda pessoa à educação.”
• Originalmente, não contava com órgão de
monitoramento.
• Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais é
criado apenas em 1985: competência para analisar
relatórios dos Estados.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Pacto Internacional sobre Direitos
econômicos, sociais e culturais (1966)
• Protocolo Adicional para petições individuais (
2009, em vigor desde 2013).
• Brasil não é parte.
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Direito Internacional dos Direitos


Humanos
• Em 2006, a Comissão de Direitos Humanos foi
substituída pelo atual Conselho de Direitos
Humanos da ONU (Res. 50/201 – AGNU).
• 47 membros eleitos pela AGNU
• Os membros podem ter sua participação
suspensa
• Mecanismo de revisão periódica universal –
relatórios a cada quatro anos e meio.
• Princípios da universalidade, imparcialidade e
não seletividade.
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Direito Humanitário
• Antigamente, estudado em direito dos conflitos
armados.
• Jus in bello: direito NA guerra
• Não se confunde com o jus ad bellum: direito À
guerra.
• Conjunto de normas dotadas de caráter
humanitário, aplicáveis em tempos de guerra.
• Visam a minimizar o impacto humanitário dos
conflitos armados (legais ou ilegais)
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Direito Humanitário
• Divide-se em:
• Direito de Genebra
• Direito de Haia
• Direito de Nova Iorque
• Direito de Roma
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Direito de Genebra
• Protege NÃO COMBATENTES (incluindo ex-
combatentes).
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Direito de Genebra: Histórico


• 1859: Batalha de Solferino
• Henry Dunan: Memórias de Solferino
• 1863: Criação do Comitê Internacional da Cruz
Vermelha
• 1864: Convenção de Genebra – CICV torna-se sujeito
de DIP
• “É a primeira introdução dos direitos humanos na
esfera internacional.” Comparato
• “Hospitais e ambulâncias militares são reconhecidos
como neutros” Art.1
• “Militares feridos serão recolhidos e tratados” Art. 6
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Direito de Genebra: Histórico


• 1929: Convenção de Genebra relativa a
prisioneiros de guerra.
• Regula a captura, o cativeiro, a organização
dos campos de prisioneiros, o trabalho dos
prisioneiros de guerra, suas relações com o
mundo exterior e o fim do cativeiro.
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Direito de Genebra: convenções de


1949
• I Convenção sobre feridos em guerras
terrestres
• II Convenção sobre feridos em guerras
marítimas e náufragos
• III Convenção de Genebra Relativa ao
Tratamento dos Prisioneiros de Guerra
• IV Convenção de Genebra relativa à proteção
das pessoas civis em tempo de guerra
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Direito de Genebra
• Convenções de Genebra de 1949 aplicam-se, via de regra, a
CONFLITOS INTERNACIONAIS.
• O art. 3 comum às 4 convenções aplica-se a guerras de caráter não
internacional
• Inspirado na Cláusula Martens, inserida no preâmbulo da II
Convenção da Haia de 1899, por sugestão do delegado russo
Fyodor Fyodorovich Martens:
• ‘Until a more complete code of the laws of war has been issued, the
High Contracting parties deem it expedient to declare that, in cases
not included in the Regulations adopted by them, the inhabitants
and the belligerents remain under the protection and the rule of
the principles of the law of nations, as they result from the usages
established among civilized peoples, from the laws of humanity,
and the dictates of the public conscience. They declare that it is in
this sense especially that Articles 1 and 2 of the Regulations must
be understood’
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Direito de Genebra
AULA 05

• Artigo3.
No caso de conflito armado que não apresente um carácter internacional e que
ocorra no território de uma das Altas Partes Contratantes, cada uma das Partes no
conflito será obrigada, pelo menos, a aplicar as seguintes disposições:
• 1) As pessoas que não tomem parte diretamente nas hostilidades, incluindo os
membros das forças armadas que tenham deposto as armas e as pessoas que tenham
sido postas fora de combate por doença, ferimentos, detenção ou por qualquer outra
causa, serão, em todas as circunstâncias, tratadas com humanidade, sem nenhuma
distinção de carácter desfavorável baseada na raça, cor, religião ou crença, sexo,
nascimento ou fortuna, ou qualquer outro critério análogo.
• Para este efeito, são e manter-se-ão proibidas, em qualquer ocasião e lugar,
relativamente às pessoas acima mencionadas:
• a) As ofensas contra a vida e a integridade física, especialmente o homicídio sob
todas as formas, mutilações, tratamentos cruéis, torturas e suplícios;
• b) A tomada de reféns;
• c) As ofensas à dignidade das pessoas, especialmente os tratamentos humilhantes e
degradantes;
• d) As condenações proferidas e as execuções efetuadas sem prévio julgamento
realizado por um tribunal regularmente constituído, que ofereça todas as garantias
judiciais reconhecidas como indispensáveis pelos povos civilizados.
• 2) Os feridos e doentes serão recolhidos e tratados. Um organismo humanitário
imparcial, como a Comissão da Cruz Vermelha, poderá oferecer os seus serviços às
Partes no conflito.
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Direito de Genebra
• Protocolo Adicional I de 1977: sobre conflitos
internacionais
• Protocolo Adicional II de 1977 destina-se a
conflitos de caráter não internacional.
• Brasil é parte nos 2 protocolos desde 1992.
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Direito de Haia
• Regula:
• 1) Meios – algumas armas são proibidas por tratados, e não
podem ser utilizadas na condução das hostilidades.
• Ex:
• Convenção de 1972 sobre a proibição do desenvolvimento,
produção e estocagem de armas bacteriológicas (armas
biológicas);
• Convenção sobre a proibição do desenvolvimento, produção e
estocagem de armas químicas e sobre a destruição das armas
químicas existentes no mundo (1993);
• Convenção de Otawa sobre a proibição de uso, armazenagem,
produção e transferência de minas antipessoais (1997);
• Convenção de Oslo sobre Munição de Fragmentação (2008).
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Direito de Haia

• 2) Métodos – Mesmo o uso de armas permitidas


deve pautar-se pelo:
• Princípio da humanidade: Deve-se evitar
sofrimento desnecessário
• Princípio da necessidade: Os ataques devem
corresponder a objetivos militares.
• Princípio da proporcionalidade: efeitos colaterais
não podem ser desproporcionais à vantagem
militar.
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2.3 Direito de Nova Iorque


• As normas de Direito Internacional de Direitos
Humanos, atualmente, estendem-se a tempos
de conflitos armados.
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2.4 Direito de Roma


• Conjunto de normas que visa a punir violações de
Direito Internacional Humanitário.
• Principal instrumento normativo, hoje, é o
Estatuto de Roma, de 1998.
• O Estatuto criou o Tribunal Penal Internacional,
que entrou em funcionamento em 2002.
• O TPI julga indivíduos acusados de crimes de
guerra, crimes de genocídio e crimes contra a
humanidade (agressão ainda não).
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3. Direito Internacional dos Refugiados


• Fundamentos: Convenção relativa ao Estatuto
dos Refugiados/1951; Brasil parte desde 1960
• Emendado pelo protocolo de 1967. Brasil parte
desde 1972.
• No âmbito internacional, o Alto Comissariado da
ONU para Refugiados (ACNUR), criado em 1950 –
antes do Estatuto – é responsável por assistir as
vítimas de perseguição em seu país de origem.
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3. Direito Internacional dos Refugiados


• “A Convenção [sobre o estatuto dos refugiados] distingue, ainda, entre os
que detêm a qualidade de refugiado, três grupos que se enquadram nas
seguintes cláusulas: “de inclusão”, “de cessação” e “de exclusão”. As
denominadas cláusulas de inclusão constituem os critérios positivos para
o reconhecimento. Ao revés, as de cessação e de exclusão têm significado
negativo. Aquelas indicam as condições em que o refugiado perde esse
status, dado que os motivos pelos quais a pessoa se tornou refugiada
deixaram de existir; essas enumeram as circunstâncias em que uma
pessoa é excluída da proteção convencional, mesmo que satisfaça os
critérios positivos. Assim, por exemplo, estão excluídos os indivíduos que
cometeram crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a
humanidade, crime grave de direito comum e que praticaram atos
contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.” Márcio Garcia.
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Convenção de 1951
• Art. 1:
• A. Para os fins da presente Convenção, o termo
"refugiado" se aplicará a qualquer pessoa:
• 2) Que, em conseqüência dos acontecimentos ocorridos
antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser
perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade,
grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do
país de sua nacionalidade e que não pode ou, em
virtude desse temor, não quer valer-se da proteção
desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se
encontra fora do país no qual tinha sua residência
habitual em conseqüência de tais acontecimentos, não
pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele.
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Refúgio na América Latina


• 1984 - Declaração de Cartagena
• Amplia o conceito de refugiado, incluindo aqueles que
fogem da violência generalizada em suas regiões,
conflitos, desrespeito aos preceitos básicos de Direitos
Humanos e outras condições similares.
• Adoptado por el "Coloquio Sobre la Protección
Internacional de los Refugiados en América Central,
México y Panamá : Problemas Jurídicos y
Humanitarios", celebrado en Cartagena, Colombia, del
19 al 22 de noviembre de 1984
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Refúgio na América Latina


• Tercera. Reiterar que, en vista de la experiencia recogida con motivo de la
afluencia masiva de refugiados en el área centroamericana, se hace
necesario encarar la extensión del concepto de refugiado, teniendo en
cuenta, en lo pertinente, y dentro de las características de la situación
existente en la región, el precedente de la Convención de la OUA (artículo
1, párrafo 2) y la doctrina utilizada en los informes de la Comisión
Interamericana de Derechos Humanos. De este modo, la definición o
concepto de refugiado recomendable para su utilización en la región es
aquella que además de contener los elementos de la Convención de
1951 y el Protocolo de 1967, considere también como refugiados a las
personas que han huido de sus países porque su vida, seguridad o
libertad han sido amenazadas por la violencia generalizada, la agresión
extranjera, los conflictos internos, la violación masiva de los derechos
humanos u otras circunstancias que hayan perturbado gravemente el
orden público.
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3. Direito Internacional dos Refugiados


• No Brasil, o tema é disciplinado pela Lei nº
9.474/97 (Estatuto dos refugiados).
• Lei 9.474 criou o Conselho Nacional para os
Refugiados (CONARE), no âmbito do Ministério
da Justiça.
• O CONARE analisa, em primeira instância, os
pedidos de refúgio.
• De decisão denegatória, cabe recurso ao Ministro
da Justiça.
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3. Direito Internacional dos Refugiados


• Na lei brasileira, existem cláusulas de inclusão (art. 1º) e
exclusão (art. 3º):
• Cláusulas de inclusão: Art. 1º Será reconhecido como
refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados
temores de perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-
se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não
queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo
nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua
residência habitual, não possa ou não queira regressar a
ele, em função das circunstâncias descritas no inciso
anterior; III - devido a grave e generalizada violação de
direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de
nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
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3. Direito Internacional dos Refugiados


• Cláusulas de exclusão: Art. 3º Não se beneficiarão da
condição de refugiado os indivíduos que: I - já desfrutem de
proteção ou assistência por parte de organismo ou
instituição das Nações Unidas que não o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados – ACNUR; II - sejam
residentes no território nacional e tenham direitos e
obrigações relacionados com a condição de nacional
brasileiro; III - tenham cometido crime contra a paz, crime
de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo,
participado de atos terroristas ou tráfico de drogas; IV -
sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e
princípios das Nações Unidas.
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3. Direito Internacional dos Refugiados


• Refugiado ambiental
• Era até pouco tempo, mera proposta
acadêmica.
• Mas começa a se tornar soft law...
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• SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO


DOS DIREITOS HUMANOS
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Sistema europeu de DH
• Sistema de monitoramento INICIAL
Comissão Europeia de Direitos Humanos (criado em 1954, com base no
Estatuto do Conselho da Europa) → competência “semijudicial”; análise de
queixas e comunicações apresentadas pelos Estados-
membros/indivíduos/ONGs/grupos de indivíduos sobre uma eventual violação
da Convenção; juízo de admissibilidade das petições protocoladas (instrumento
de filtragem); proposta de soluções pacíficas; aplicação de medidas
preliminares; competência para submeter o caso à Corte Europeia.
Corte Europeia de Direitos Humanos (Seção II, CEDH) → competência judicial;
aplicação da Convenção sobre casos concretos; aplicação de sanções aos
Estados violadores de DH´s; juízo de mérito. The number of judges on the Court
is the same as that of the States Parties to the Convention (47); The judges are
elected by the Parliamentary Assembly of the Council of Europe.
Comitê de Ministros (Estatuto do Conselho da Europa) → órgão de supervisão
das decisões da Corte; fiscaliza a execução dos termos da decisão.
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Sistema europeu de DH
• Comitê Europeu de Direitos Sociais:

• Criado no âmbito da Carta Social Europeia (1961), reformada em 1996.


• Direitos econômicos, sociais e culturais.
• FORA DA JURISDIÇÃO DA CORTE EUROPEIA DE DH!!!

• Sistemática de monitoramento da Carta Social:

• Sistema de relatórios (realizados pelo próprio Estado)


• Sistema reclamações coletivas – a partir de petições de algumas ONGs com
relação aos Estados-parte no Protocolo Adicional de 1995.
• A ONG não precisa ter sido vítima da violação, e não é necessário o
esgotamento de recursos internos.
• Sistema COMPLEMENTAR ao sistema judicial da Corte.
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Sistema europeu de DH
• O sistema europeu de DH´s foi reformulado com o Protocolo nº 11/1994 (vigência: 1998)
→ Extinção das antigas Comissão e Corte Europeia; substituídas pela nova Corte Europeia de
Direitos Humanos, permanente, com funções de juízo de admissibilidade e análise de mérito.
→ Indivíduos/ONGs/grupos de indivíduos passam a ingressar na Corte Europeia de DH´s
Autorização automática, sem a necessidade de órgão preliminar p/ analisar a admissibilidade da
petição
*Originalmente, o direito de petição individual só era admitido se o Estado requerido houvesse
declarado (art. 25) que reconhecia a competência da Comissão para receber tais petições. Depois da
entrada em vigor do Protocolo XI, esse direito é automático”.
*Aumento do acesso à justiça do sistema europeu de DH´s.
“Expansão da jurisdição internacional” - Cançado Trindade
*A primeira Corte a permitir petição de indivíduos foi a Corte Centro-americana de Justiça (1907-
1917)
Qualquer Estado-signatário pode ajuizar ação contra outro Estado-signatário perante a CEDH.
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Corte Europeia de DH
• Competências da CEDH

1. Contenciosa (sentenças juridicamente vinculantes)

Queixa estatal (Estado signatário)

Queixa individual (indivíduos; grupos de indivíduos; ONGs)

• 2. Consultiva (pareceres consultivos juridicamente não-vinculantes)

Protocolo 2, de 1963 (vigente a partir de 1970) → Dispõe sobre a função consultiva da Corte
Europeia de Direitos Humanos, a pedido do Comitê de Ministros.

Protocolo 16, de 2013 (ainda não em vigor) → Dispõe sobre a possibilidade de Cortes Supremas dos
Estados signatários da CEDH solicitarem opinião consultiva perante a Corte Europeia de DH.
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Competência contenciosa - CEDH


• Jurisdição ratione materiae
• Convenção europeia,
• ARTICLE 32
• Jurisdiction of the Court
• 1. The jurisdiction of the Court shall extend to all
matters concerning the interpretation and application
of the Convention and the Protocols thereto which are
referred to it as provided in Articles 33, 34, 46 and 47. 2.
In the event of dispute as to whether the Court has
jurisdiction, the Court shall decide.
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Competência contenciosa - CEDH


• Jurisdição ratione personae
• ARTICLE 33
• Inter-State cases
• Any High Contracting Party may refer to the Court any
alleged breach of the provisions of the Convention and
the Protocols thereto by another High Contracting Party.
• É incomum. Ex: Geórgia vs Rússia.
• The case concerned the alleged existence of an
administrative practice involving the arrest, detention
and collective expulsion of Georgian nationals from the
Russian Federation in the autumn of 2006.
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Competência contenciosa - CEDH


• Jurisdição ratione personae
• Individual applications
• The Court may receive applications from any person,
nongovernmental organisation or group of individuals
claiming to be the victim of a violation by one of the
High Contracting Parties of the rights set forth in the
Convention or the Protocols thereto. The High
Contracting Parties undertake not to hinder in any way
the effective exercise of this right.
• A grande maioria dos casos.
• A nacionalidade da vítima não importa, mas o indivíduo
deve, em qualquer hipótese, provar que foi vítima.
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• “The recognition of the direct access of


individuals to international justice reveals, at
the beginning of the XXIst century, the new
primacy of the raison d’humanité over the
raison d’État, inspiring the process of
humanization of international law”.
• Cançado Trindade, The access of individuals to
international justice. P.16
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Competência contenciosa - CEDH


• Jurisdição ratione personae

• Polo passivo:
• Sempre em face de um Estado!!!
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Corte Europeia de DH
• “Tribunal de Estrasburgo” (1998-)

• JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIA SOBRE ESTADOS-


MEMBROS (diferentemente da antiga corte).
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Corte Europeia de DH
• Condições de admissibilidade (art. 35)
a) esgotamento das vias de recurso interno (no âmbito da jurisdição do
Estado-parte);
b) não ser anônima a petição;
c) não ser a petição idêntica a outra anteriormente analisada pela Corte
ou já submetida a outra instância internacional de inquérito ou de
decisão e não contiver fatos novos capazes de ensejar uma nova
apreciação (requisito da inexistência de litispendência internacional);
d) não ser a petição incompatível com o disposto na Convenção ou em
seus Protocolos (inexistência de incompatibilidade ratione temporis,
personae e materiae);
e) não ser manifestamente infundada ou de caráter abusivo.
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Corte Europeia de DH
Medidas provisórias
• Regulamento da Corte
• Rule 39 – Interim measures
• 1. The Chamber or, where appropriate, the President of the
Section or a duty judge appointed pursuant to paragraph 4 of this
Rule may, at the request of a party or of any other person
concerned, or of their own motion, indicate to the parties any
interim measure which they consider should be adopted in the
interests of the parties or of the proper conduct of the
proceedings. 2. Where it is considered appropriate, immediate
notice of the measure adopted in a particular case may be given to
the Committee of Ministers.
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Corte Europeia de DH
• Protocol No. 14, whose aim is to guarantee the
long-term efficiency of the Court by optimising
the filtering and processing of applications,
provides in particular for new judicial formations
to deal with the simplest cases, for a new
admissibility criterion (that of “significant
disadvantage”) and for judges’ terms of office to
be extended to nine years without the possibility
of re-election.
• This Protocol entered into force on 1 June 2010.
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Corte Europeia de DH
• Em sua jurisprudência, a CEDH entende que a
Convenção europeia evolui conforme evolui a
sociedade internacional e a respectiva forma
de se conceberem os direitos humanos.
• Método evolutivo de interpretação de
tratados.
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Corte Europeia de DH
• O princípio da margem de apreciação
• “As particularidades culturais e socioeconômicas entre
Estados Contratantes garantem-lhes certa margem
para diferir uns dos outros na aplicação e interpretação
da Convenção, o que deve ser levado em consideração
pelo tribunal quando da análise de um caso. Assim,
uma situação que configure violação a direitos
humanos em um país pode ser considerada aceitável
em outro, mesmo que ambos tenham ratificado a
mesma Convenção”.
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Sistema interamericano
• Duas bases jurídicas fundamentais:
• Carta da OEA - 1948
• Convenção Americana de Direitos Humanos
(Pacto de São José da Costa Rica), 1969
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Sistema interamericano
• Carta da OEA (abril de 1948)
• Art. 106: provisão quanto a um órgão de
monitoramento – Comissão Interamericana de Direitos
Humanos (Washington)
• A Comissão não estava, originalmente, na Carta da
OEA. Ela foi criada em 1959, e começou a operar em
1960.
• Indivíduos, grupos de indivíduos e organizações não
governamentais têm acesso à Comissão.
• Carta da OEA é complementada pela Declaração
Americana sobre Direitos e Deveres dos Homens
(1948).
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Sistema interamericano
• CONVENÇÃO AMERICANA DE DH
• Obriga 25 dos 35 membros da OEA.
• Criou uma Corte Interamericana de Direitos
Humanos.
• Sete juízes que exercem o cargo a título
pessoal (Art. 52 CADH)
• Cinco juízes são necessários para deliberações
• Deliberações por maioria simples.
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Sistema interamericano
• A Convenção Americana de Direitos Humanos
resguarda basicamente direitos civis e
políticos.
• Os direitos econômicos, sociais e culturais são
protegidos pelo Protocolo de São Salvador,
adicional à CADH, de 1988, em vigor desde
1999.
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Sistema interamericano
• Comissão americana de Direitos Humanos
• Pode receber petições de indivíduos, grupos de
indivíduos ou ONGs (Art. 44 CADH)
• Pode receber comunicações interestatais. Estados
devem reconhecer essa competência da
Comissão (art.45). Brasil não fez a declaração
reconhecendo essa competência da Comissão.
• Para que uma petição ou comunicação seja
apresentada, os recursos internos devem ter sido
esgotados (art. 46 CADH).
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Sistema interamericano
• A Corte pode condenar um Estado mesmo em
dissonância com decisões de seus tribunais
superiores.
• Sentenças da Corte equivalem a títulos
executivos judiciais.
• Competência ratione personae: apenas
Estados e a Comissão Interamericana de DH
podem acioná-la.
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Sistema interamericano
• Corte Interamericana de DH
• Competência ratione materiae:
• A Corte pode julgar com base na CADH, nos
arts. 8 (1) (a) e 13 do Protocolo de São
Salvador, na Convenção Interamericana para
prevenir e punir a tortura e na Convenção
Interamericana sobre o desaparecimento
forçado de pessoas.
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Sistema interamericano
• Competência ratione temporis:
• A Corte pode conhecer de casos relativos a violações de Direitos
Humanos ocorridas no territórios (ratione loci) dos Estados que
aceitem sua jurisdição posteriormente a esse reconhecimento.
• O Brasil reconhece a jurisdição da Corte desde 1998, nos termos do
art. 62 do Pacto.
• Brasil fez a declaração sob condição de reciprocidade.
• Decreto 4.463, de 2002
• “Art. 1o É reconhecida como obrigatória, de pleno direito e por
prazo indeterminado, a competência da Corte Interamericana de
Direitos Humanos em todos os casos relativos à interpretação ou
aplicação da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de
São José), de 22 de novembro de 1969, de acordo com art. 62 da
citada Convenção, sob reserva de reciprocidade e para fatos
posteriores a 10 de dezembro de 1998.”
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Sistema interamericano
• CADH, Art. 63 (2)
• Em casos de extrema gravidade e urgência, e
quando se fizer necessário evitar danos
irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos
de que estiver conhecendo, poderá tomar as
medidas provisórias que considerar
pertinentes.
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Os indivíduos e a CtADH
• Os indivíduos não têm capacidade postulatória
para ingressar com a ação na CtADH.
• CADH:
• Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a
Comissão têm direito de submeter um caso à
decisão da Corte.
• Mas os indivíduos podem participar de casos
perante a Corte de algumas formas:
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Sistema interamericano
• A Corte Interamericana também tem
competência consultiva.
• Qualquer Estado membro da OEA – parte ou
não na Convenção – pode solicitar pareceres
relativos à interpretação da CADH e de outros
tratados concernentes à proteção dos direitos
humanos nos Estados-parte.
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Sistema interamericano
• Brasil foi condenado pela Corte Interamericana
em alguns casos:
• Caso Ximenes Lopes Vs Brasil (2006)
• Damião Ximenes Lopes, após tratamento
degradante em estabelecimento psiquiátrico,
veio a falecer.
• O Brasil foi condenado por violação do direito à
vida, à integridade pessoal e às garantias
judiciais.
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Sistema interamericano
• Caso Nogueira de Carvalho Vs Brasil (2006)
• Caso Escher e outros Vs Brasil (2009)
• Interceptação telefônica ilegal. Brasil condenado por
violação do direito à vida privada e à honra.
• Caso Garibaldi Vs Brasil (2009)
• Relativo ao homicídio do Senhor Sétimo Garibaldi,
ocorrido em 27 de novembro de 1998, uma operação
extrajudicial de despejo das famílias de trabalhadores
sem terra, que ocupavam uma fazenda no Município
de Querência do Norte, Estado do Paraná
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Sistema interamericano
• Caso Gomes Lund e outros (Guerrilha do
Araguaia) Vs Brasil (2010)
• Brasil foi condenado por violação dos direitos
à vida, à integridade pessoal, à liberdade
pessoal, a garantias judicias, e à liberdade de
pensamento e de expressão.
• Desaparecimento forçado é crime continuado.
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Sistema interamericano
• por unanimidade, que:
• 3.As disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a
investigação e sanção de graves violações de direitos
humanos são incompatíveis com a Convenção Americana,
carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir
representando um obstáculo para a investigação dos fatos
do presente caso, nem para a identificação e Punição dos
responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante
impacto a respeito de outros casos de graves violações de
direitos humanos consagrados na Convenção Americana
ocorridos no Brasil.
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Sistema interamericano
• por unanimidade, que:
• 9.O Estado deve conduzir eficazmente, perante a jurisdição
ordinária, a investigação penal dos fatos do presente caso a fim de
esclarecê-los, determinar as correspondentes responsabilidades
penais e aplicar efetivamente as sanções e consequências que a lei
preveja, em conformidade com o estabelecido nos parágrafos 256 e
257 da presente Sentença.
• 10. O Estado deve realizar todos os esforços para determinar o
paradeiro das vítimas desaparecidas e, se for o caso, identificar e
entregar os restos mortais a seus familiares, em conformidade com
o estabelecido nos parágrafos 261 a 263 da presente Sentencia.
• 11.O Estado deve oferecer o tratamento médico e psicológico ou
psiquiátrico que as vítimas requeiram e, se for o caso, pagar o
montante estabelecido, em conformidade com o estabelecido nos
parágrafos 267 a 269 da presente Sentença.
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Sistema interamericano
• A jurisprudência da Corte é consolidada no sentido de
atribuir ao desaparecimento forçado de pessoas o
caráter de crime continuado.
• Caso paradigmático: Velasquez Rodriguez Vs Honduras
(1989)
• Desaparecimento forçado de pessoas viola normas de
jus cogens.
• Caso Gomes Lund vs Brasil (2010)
• Leis de anistia são incompatíveis com a CADH e
configuram ilícito internacional, sendo sua revogação
forma de reparação não pecuniária.
• Ex: Caso Barrios Altos (Peru), 2001.
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Sistema interamericano
• Caso Fazenda Brasil Verde vs Brasil (2015)
• Brasil condenado em razão de trabalho
escravo no Pará.
• Caso Favela Nova Brasília (2016)
• Brasil condenado em razão de chacina em
favela do Rio de Janeiro.
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O Brasil e o Sistema Interamericano


• Casos que foram objeto de medidas
provisórias pela Corte:
• Presídio de Urso Branco (2002-2011)
• Complexo de Tatuapé (SP) da FEBEM (2005-
2008)
• Penitenciaria "Dr. Sebastião Martins Silveira"
em Araraquara, São Paulo (2006 – 2008)
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Casos atualmente na Corte


• Fase de mérito:
• Caso Vladmir Herzog e outros vs Brasil (2016)
• Caso povo indígena Sucuru vs Brasil (2016)
• Medidas provisórias:
• Complexo penitenciário de Pedrinhas (2014)
• Complexo penitenciário de Curado (2014)
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Sistema interamericano
• Casos perante a Comissão Interamericana de DH
• Caso Maria da Penha
• Com base em recomendações feitas pela Comissão no
Relatório 50, de 2001, o Brasil aprovou a Lei Maria da
Penha (lei 11.340, de 2006), para coibir a violência
doméstica contra a mulher.
• Caso Belo Monte
• Em 2011, a Comissão recomendou que o Brasil
suspendesse as obras de construção da usina de Belo
Monte, no Xingu.
• O Brasil considerou a atitude da Comissão uma
intervenção em assuntos internos e uma violação da
soberania brasileira.
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Sistema interamericano
• A Corte Interamericana de DH tem uma consolidada
jurisprudência de proteção dos direitos das minorias
indígenas no continente.
• Caso Comunidade Awas Tingni Vs Nicarágua (2001)
• Nicarágua queria realizar concessão de área indígena
sem consultar a comunidade.
• Condenado a demarcar as terras, o que foi concluído
em 2008
• Caso Comunidade indígena Yakye Axa Vs Paraguai
(2005)
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Sistema Africano
• Sob a égide da Organização para a Unidade Africana
(criada em 1963 e transformada em União Africana em
2002), foi celebrada a Carta Africana de Direitos
Humanos e dos Povos (Carta de Banjul, 1981), em vigor
desde 1986.
• A Carta de Banjul contém não apenas direitos civis e
políticos, mas também direitos econômicos sociais e
culturais.
• Inclui, ainda, direitos dos povos, que alguns autores
denominam direitos humanos de terceira geração.
• Ex: Direitos ambientais.
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Sistema Africano
• A Carta de Banjul criou uma Comissão Africana de
Direitos Humanos e dos Povos, mas não criou uma
Corte.
• Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos:
em funcionamento em Banjul, Gâmbia, desde 1987.
• Formada por 11 membros, eleitos para mandato de 6
anos renovável.
• Competências: reunir documentação, realizar estudos,
interpretar a carta, cooperar com outras instituições.
• Suas competências são de caráter recomendatório.
• ACEITA PETIÇÕES INDIVIDUAIS.
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Sistema Africano
• Corte Africana de Direitos Humanos e dos
Povos
• Criada pelo Protocolo à Carta Africana de
Direitos Humanos e dos Povos, celebrada em
Ouagadougou, capital de Burkina Faso, em
1998.
• Entrou em vigor em 2004.
• 11 juízes, mandato de 6 anos renovável um
única vez.
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Sistema Africano
• Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos
• Protocolo, Article 3 JURISDICTION
• 1. The jurisdiction of the Court shall extend to all
cases and disputes submitted to it concerning the
interpretation and application of the Charter, this
Protocol and any other relevant Human Rights
instrument ratified by the States concerned.
• 2. In the event of a dispute as to whether the
Court has jurisdiction, the Court shall decide.
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Sistema Africano
• Podem submeter casos à Corte (art. 5(1) do protocolo
adicional):
• 1) A Comissão Africana
• 2) O Estado-parte que submeteu o caso à Comissão
• 3) O Estado-parte contra o qual o caso na Comissão foi
submetido
• 4) O Estado-parte cujo cidadão foi vítima da violação
de direitos humanos.
• 5) Organizações intergovernamentais africanas.
• Além desses, os Estados podem reconhecer a
competência da Corte para receber casos submetidos
por indivíduos e por ONGs com status de observadora
perante a Comissão (Art. 34(6) do Protocolo adicional)
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Sistema Africano
• Protocolo, Article 4 ADVISORY OPINIONS
• 1. At the request of a Member State of the
OAU, the OAU, any of its organs, or any
African organization recognized by the OAU,
the Court may provide an opinion on any legal
matter relating to the Charter or any other
relevant human rights instruments, provided
that the subject matter of the opinion is not
related to a matter being examined by the
Commission.
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Mundo Árabe
• Embrionário “sistema regional árabe” de
proteção dos direitos humanos.
• No âmbito da Liga Árabe (criada em 1945)
• Carta Árabe de Direitos Humanos.
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Mundo Árabe
• Carta Árabe de Direitos Humanos
• Celebrada em 1994, não chegou a entrar em
vigor.
• Foi, então, revisada em 2004, e entrou em
vigor em 2008.
• Objeto de críticas. Não é um instrumento
laico, submete sua interpretação à Shariah e
condena o sionismo como forma de racismo.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Corte Árabe de Direitos Humanos


• Article 16
• Jurisdiction of the Court
• 1. The Court shall have jurisdiction over all cases
and litigation arising from the application and
interpretation of the Arab Charter on Human
Rights or any other Arab treaty in the field of
human rights to which the disputing States are
party.
• 2. The Court shall settle any dispute that may
arise over its jurisdiction to hear a complaint,
petition or case.
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• JUSTIÇA PENAL INTERNACIONAL


DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Direito Penal Internacional: histórico


• Proposta de criação de jurisdição penal internacional permanente
feita pela primeira vez em 1872, por Gustav Moynier, um dos
fundadores do CICV, para julgar os crimes cometidos durante a
Guerra Franco-Prussiana.
• Crimes de lesa-humanidade foram mencionados pela primeira vez
em 1915, quando da declaração feita por França, Inglaterra e Rússia
com relação ao massacre turco na Armênia.
• Foi criada, em 1919, uma comissão para apurar a responsabilidade
por esse massacre.
• Essa comissão recomendou que os alemães e seus aliados,
especialmente os turcos, fosse levados a juízo por crimes contra as
leis e costumes da guerra e contra as leis da humanidade.
• Os EUA alegaram que esses crimes não existiam, o que impediu que
os responsáveis fossem julgados.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Direito Penal Internacional: histórico


• Tratado de Sèvres, de 1920, incorporava, em seus
arts. 226 a 228, a previsão de punição por
violação das leis e costumes da guerra e, em seu
art. 230, previa o julgamento dos responsáveis
pelos massacres cometidos durante o estado de
guerra em território turco por um tribunal criado
pela Liga das Nações, mas esse tratado nunca foi
ratificado por nenhum Estado.
• Tratado de Lausanne, de 1924, anistiou os
responsáveis.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
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Direito Penal Internacional: histórico


• Tratado de Versalhes estabeleceu que o Kaiser
Guilherme II deveria ser julgado, e que deveria
ser estabelecido um tribunal internacional para
julgar os criminosos de guerra alemães.
• Kaiser se abrigou na Holanda, que se recusou a
extraditá-lo, por considerar que seus crimes eram
crimes políticos.
• Também não foi criado o tribunal internacional
previsto em Versalhes e a própria Corte Suprema
Alemã julgou os responsáveis.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Tribunal de Nuremberg
• Em 1943, foi criada a Comissão das Nações Unidas
sobre Crimes de Guerra, para investigar os crimes que
porventura estivessem acontecendo durante a IIGM.
• Criado por acordo entre as potências vencedoras da
IIGM: França, Reino Unido, Estados Unidos e URSS, por
meio do
• Acordo de Londres – Carta do Tribunal Internacional
Militar
• Embora se denominasse “militar”, apenas os juízes
soviéticos eram militares. O termo era uma forma de
os EUA driblarem o princípio da anterioridade, previsto
em seu direito penal comum, mas não no penal militar.
• Julgou os alemães.
• Julgou de 1945 a 1946.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Tribunal de Nuremberg
• Competência ratione materiae:
• Crime de associação, crimes de guerra, crimes
contra a paz e crimes contra a humanidade
• Competência ratione personae:
• Julgou pessoas físicas e jurídicas (SS, SA,
Gestapo, Direção do Partido Nacional
Socialista)
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Tribunal de Nuremberg
• Críticas:
• Violação do princípio da reserva legal
• Condenação ex post facto – violação do princípio do juiz
natural (deve haver regras objetivas de
competência jurisdicional, garantindo a independência e
a imparcialidade do órgão julgador.).
• Führerprinzip: apenas Hitler tinha conhecimento integral
das ações praticadas pelos nazistas.
• Respostas: havia diversos tratados que proibiam a
Alemanha de recorrer à guerra (vedavam crimes contra a
paz). Ex: Pacto Briand-Kellog (1928); Pacto Ribbentrop-
Molotov (1939).
• O princípio do juiz natural é princípio de justiça. Seria
injusto absolver culpados com base nesse princípio. Kelsen.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
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Tribunal de Tóquio
• Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente.
• Criado por decisão do General Douglas MacArthur, em
1945, com base nos acordos de rendição japoneses.
• Era mais democrático.
• Havia juízes de 11 nacionalidades
• O Tribunal não absolveu nenhum acusado.
• Juiz indiano votou pela absolvição de todos (foi voto
vencido), entendendo ser o tribunal incompetente para
conhecer dos casos, nos termos da capitulação.
Entendeu, ainda, que haveria violação do princípio da
legalidade.
• Carta do Tribunal de Tóquio estava baseada no Acordo
de Londres.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal de Tóquio
• Competência ratione materiae:
• Crimes contra a paz, contra a humanidade e de guerra.
• Competência ratione personae:
• Apenas indivíduos foram julgados.
• Julgou de 1946 a 1947
• Pena máxima: pena de morte
• Por questões políticas, o imperador Hirohito não foi
julgado. Foi mantido à frente do governo, com sua
autoridade submetida ao Comandante Supremo das
Forças Aliadas.
• Sofreu as mesmas críticas do tribunal de Nuremberg.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Crime de genocídio
• Nomen iuris criado por Rafael Lemkin, aceito gradativamente no mundo
jurídico.
• Em 1948, pela RES. 260, a AGNU aprovou a Convenção para a Prevenção e
Punição do Crime de Genocídio.
• Art. 2: “Para os efeitos da presente Convenção, entende-se por
"genocídio", qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, praticado
com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico,
racial ou religioso, enquanto tal:
• a) Homicídio de membros do grupo;
• b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
• c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar
a sua destruição física, total ou parcial;
• d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do
grupo;
• e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.”
• Não foram acatadas as sugestões de Lemkin de incluir os conceitos de
genocídio cultural ou político.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 05

Crime de genocídio
• Convenção para a Prevenção e Punição do
Crime de Genocídio:
• Os acusados de genocídio serão julgados por
tribunais do Estado onde o crime ocorreu ou
por tribunal penal internacional que tenha
competência para conhecer do crime – Art. 6
• Menciona, mas não exige a criação de um
Tribunal penal internacional.
• Genocídio não pode ser considerado crime
político para fins de extradição – Art. 7
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

• Projeto para a criação de um Tribunal Penal


Internacional Permanente se arrastou durante
toda a Guerra Fria, tendo sido
deliberadamente postergado.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional para a ex-


Iugoslávia
• Tribunal ad hoc localizado em Haia
• Criado pela Resolução 808 do CSNU
• Estatuto criado pela Resolução 827
• Ainda em funcionamento
• Mladic
• Julga somente indivíduos
• Não há julgamento in absentia, pois só se inicia
com a presença física do acusado.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional para a ex-


Iugoslávia
• Competência ratione materiae
• Crimes de guerra, crimes de genocídio e
crimes contra a humanidade.
• Pena máxima: prisão perpétua
• Caso Tadic: critério do overall control.
• 3 Câmaras de Julgamento e 1 Câmara de
Apelação.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional para


Ruanda
• Tribunal ad hoc
• Res. 955 (1994) CSNU
• Estatuto criado pela mesma resolução
• Encerrou suas atividades em 31 de dezembro
de 2015.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional para


Ruanda
• Competência ratione materiae
• Crimes de genocídio, crimes contra a
humanidade e violações das Convenções de
Genebra e de seu Protocolo II
• 3 Câmaras de Julgamento e 1 de Apelação
• Pena máxima: prisão perpétua
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional


• Criado pelo Estatuto de Roma de 1998, entrou
em funcionamento em 2002, com a entrada
em vigor do Estatuto (30 dias após o depósito
do 60º instrumento de ratificação).
• É UM TRIBUNAL PERMANENTE.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Jurisdição ratione materiae
• Estatuto de Roma, Artigo 5
• Crimes da Competência do Tribunal
• 1.A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais
graves, que afetam a comunidade internacional no seu
conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal terá
competência para julgar os seguintes crimes:
• a) O crime de genocídio;
• b) Crimes contra a humanidade;
• c) Crimes de guerra;
• d) O crime de agressão.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Crime de genocídio
• Artigo 6
• Crime de Genocídio
• Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio",
qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção
de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou
religioso, enquanto tal:
• a) Homicídio de membros do grupo;
• b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
• c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar
a sua destruição física, total ou parcial;
• d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do
grupo;
• e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

• Artigo 7
• Crimes contra a Humanidade
• 1.Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crime
contra a humanidade", qualquer um dos atos seguintes, quando
cometido no quadro de um ataque generalizado ou sistemático,
contra qualquer população civil, havendo conhecimento desse
ataque [elemento subjetivo]:
• a) Homicídio;
• b) Extermínio;
• c) Escravidão;
• (...)
• i) Desaparecimento forçado de pessoas;
• j) Crime de apartheid;
• h) Por "crime de apartheid" entende-se qualquer ato desumano
análogo aos referidos no parágrafo 1°, praticado no contexto de um
regime institucionalizado de opressão e domínio sistemático de
um grupo racial sobre um ou outros grupos nacionais raciais e
com a intenção de manter esse regime;
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Crimes contra a humanidade


• Realizados em larga escala.
• Conduta implica cometimento de múltiplos atos contra
a população civil em conformidade com uma política
estatal ou de uma organização.
• Jurisprudência do ICTY consolidou o entendimento, em
DIP, de que tipo penal implica violência de natureza
contínua e persistente.
• É necessário uma intencionalidade especial, já que os
perpetradores têm conhecimento do contexto do
ataque.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Crimes de guerra
• Artigo 8
• Crimes de Guerra
• 1.O Tribunal terá competência para julgar os crimes de guerra, em particular
quando cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou
como parte de uma prática em larga escala desse tipo de crimes.
• 2.Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crimes de guerra":
• a) As violações graves às Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de 1949, a
saber, qualquer um dos seguintes atos, dirigidos contra pessoas ou bens
protegidos nos termos da Convenção de Genebra que for pertinente:
• (...)
• b) Outras violações graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos armados
internacionais no âmbito do direito internacional, a saber, qualquer um dos
seguintes atos:
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Crimes de guerra
• Art. 8 (2)
• “c) Em caso de conflito armado que não seja de
caráter internacional, as violações graves do artigo 3
comum às quatro Convenções de Genebra, de 12 de
Agosto de 1949, a saber, qualquer um dos atos que a
seguir se indicam, cometidos contra pessoas que não
participem diretamente nas hostilidades, incluindo os
membros das forças armadas que tenham deposto
armas e os que tenham ficado impedidos de continuar
a combater devido a doença, lesões, prisão ou
qualquer outro motivo: (...)”
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Crime de agressão
• Art. 5(2)
• “O Tribunal poderá exercer a sua competência em
relação ao crime de agressão desde que, nos
termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma
disposição em que se defina o crime e se
enunciem as condições em que o Tribunal terá
competência relativamente a este crime. Tal
disposição deve ser compatível com as
disposições pertinentes da Carta das Nações
Unidas.”
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Em 06/2010, na Conferência de Revisão de Kampala, foi definido o crime de
agressão:
• Artículo 8 bis
• «Crimen de agresión
• 1. A los efectos del presente Estatuto, una persona comete un “crimen de
agresión” cuando, estando en condiciones de controlar o dirigir
efectivamente la acción política o militar de un Estado, dicha persona
planifica, prepara, inicia o realiza un acto de agresión que por sus
características, gravedad y escala constituya una violación manifiesta de la
Carta de las Naciones Unidas.
• 2. A los efectos del párrafo 1, por “acto de agresión” se entenderá el uso de la
fuerza armada por un Estado contra la soberanía, la integridad territorial o la
independencia política de otro Estado, o en cualquier otra forma
incompatible con la Carta de las Naciones Unidas. De conformidad con la
resolución 3314 (XXIX) de la Asamblea General de las Naciones Unidas, de 14
de diciembre de 1974, cualquiera de los actos siguientes, independientemente
de que haya o no declaración de guerra, se caracterizará como acto de
agresión: (…)»
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Crime de agressão
• A jurisdição do TPI sobre esse crime só pode
ser ativada mediante nova decisão dos
Estados-parte, a ser tomada a partir de janeiro
de 2017.
• No que concerne à jurisdição temporal, o TPI
somente atuará com relação aos crimes
ocorridos um ano após o depósito do 30º
instrumento de ratificação das emendas.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Estatuto de Roma, Artigo 11
• Competência Ratione Temporis
• 1.O Tribunal só terá competência relativamente aos
crimes cometidos após a entrada em vigor do
presente Estatuto. [01/07/2002]
• 2.Se um Estado se tornar Parte no presente Estatuto
depois da sua entrada em vigor, o Tribunal só poderá
exercer a sua competência em relação a crimes
cometidos depois da entrada em vigor do presente
Estatuto relativamente a esse Estado, a menos que este
tenha feito uma declaração nos termos do parágrafo 3
do artigo 12.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Princípio da irretroatividade da lei penal.
• Artigo 24
• Não retroatividade ratione personae
• 1.Nenhuma pessoa será considerada
criminalmente responsável, de acordo com o
presente Estatuto, por uma conduta anterior à
entrada em vigor do presente Estatuto.
• 2.Se o direito aplicável a um caso for modificado
antes de proferida sentença definitiva, aplicar-se-
á o direito mais favorável à pessoa objeto de
inquérito, acusada ou condenada.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Jurisdição ratione loci
• Artigo 12
• Condições Prévias ao Exercício da Jurisdição
• 2.Nos casos referidos nos parágrafos a) ou c) do artigo
13, o Tribunal poderá exercer a sua jurisdição se um ou
mais Estados a seguir identificados forem Partes no
presente Estatuto ou aceitarem a competência do
Tribunal de acordo com o disposto no parágrafo 3:
• a) Estado em cujo território tenha tido lugar a
conduta em causa, ou, se o crime tiver sido cometido a
bordo de um navio ou de uma aeronave, o Estado de
matrícula do navio ou aeronave;
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Jurisdição ratione personae
• Artigo 12
• Condições Prévias ao Exercício da Jurisdição
• 2.Nos casos referidos nos parágrafos a) ou c) do artigo
13, o Tribunal poderá exercer a sua jurisdição se um ou
mais Estados a seguir identificados forem Partes no
presente Estatuto ou aceitarem a competência do
Tribunal de acordo com o disposto no parágrafo 3:
• (...)
• b) Estado de que seja nacional a pessoa a quem é
imputado um crime.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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AULA 05

Tribunal Penal Internacional: jurisdição


• Artigo 13
• Exercício da Jurisdição
• O Tribunal poderá exercer a sua jurisdição em relação a qualquer
um dos crimes a que se refere o artigo 5, de acordo com o disposto
no presente Estatuto, se:
• a) Um Estado Parte denunciar ao Procurador, nos termos do
artigo 14, qualquer situação em que haja indícios de ter ocorrido a
prática de um ou vários desses crimes;
• b) O Conselho de Segurança, agindo nos termos do Capítulo VII
da Carta das Nações Unidas, denunciar ao Procurador qualquer
situação em que haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou
vários desses crimes; ou
• c) O Procurador tiver dado início a uma investigação sobre tal
crime, nos termos do disposto no artigo 15.
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• O TPI emitiu mandado de prisão em nome do


Bashir não por ter jurisdição universal, mas
pelo fato de a situação ter sido remetida pelo
CSNU.
• O CSNU também remeteu a situação na Líbia,
em 2011, ao TPI.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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TPI: admissibilidade
• Pode acontecer de o TPI ter jurisdição para
julgar um caso, mas o caso seja inadmissível.
• Princípio da complementaridade (Arts. 1 e
17)
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TPI: admissibilidade
• Artigo 17
• Questões Relativas à Admissibilidade
• 1.Tendo em consideração o décimo parágrafo
do preâmbulo e o artigo 1, o Tribunal decidirá
sobre a não admissibilidade de um caso se:
• a) O caso for objeto de inquérito investigação
ou de procedimento criminal por parte de um
Estado que tenha jurisdição sobre o mesmo,
salvo se este não tiver vontade de levar a cabo o
inquérito ou o procedimento de forma genuína,
ou não tenha capacidade para o fazer;
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TPI: Admissibilidade
• Artigo 20
• Ne bis in idem
• 1.Salvo disposição contrária do presente Estatuto, nenhuma pessoa
poderá ser julgada pelo Tribunal por atos constitutivos de crimes pelos
quais este já a tenha condenado ou absolvido.
• 3.O Tribunal não poderá julgar uma pessoa que já tenha sido julgada por
outro tribunal, por atos também punidos pelos artigos 6, 7 ou 8, a menos
que o processo nesse outro tribunal:
• a) Tenha tido por objetivo subtrair o acusado à sua responsabilidade
criminal por crimes da competência do Tribunal; ou
• b) Não tenha sido conduzido de forma independente ou imparcial, em
conformidade com as garantias de um processo equitativo reconhecidas
pelo direito internacional, ou tenha sido conduzido de uma maneira que,
no caso concreto, se revele incompatível com a intenção de submeter a
pessoa à ação da justiça.
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• Estatuto de Roma, Artigo 27


• Irrelevância da Qualidade Oficial
• 1.O presente Estatuto será aplicável de forma igual a
todas as pessoas sem distinção alguma baseada na
qualidade oficial. Em particular, a qualidade oficial de
Chefe de Estado ou de Governo, de membro de Governo ou
do Parlamento, de representante eleito ou de funcionário
público, em caso algum eximirá a pessoa em causa de
responsabilidade criminal nos termos do presente Estatuto,
nem constituirá de per se motivo de redução da pena.
• 2.As imunidades ou normas de procedimento especiais
decorrentes da qualidade oficial de uma pessoa, nos
termos do direito interno ou do direito internacional, não
deverão obstar a que o Tribunal exerça a sua jurisdição
sobre essa pessoa.
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• Estatuto de Roma
• Artigo 29
• Imprescritibilidade
• Os crimes da competência do Tribunal não
prescrevem.
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• Estatuto de Roma, Artigo 98


• Cooperação Relativa à Renúncia à Imunidade e
ao Consentimento na Entrega
• 1.O Tribunal poderá decidir não formular um
pedido de entrega ou de auxílio por força do qual
o Estado requerido devesse atuar de forma
incompatível com as obrigações que lhe
incumbem à luz do direito internacional, em
matéria de imunidade dos Estados ou de
imunidade diplomática de pessoa ou de bens de
um terceiro Estado, a menos que obtenha,
previamente, a cooperação desse terceiro Estado
com vista à suspensão da imunidade.
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• Art. 98
• 2.O Tribunal poderá decidir não dar andamento a um
pedido de entrega por força do qual o Estado
requerido devesse atuar de forma incompatível com as
obrigações que lhe incumbem em virtude de acordos
internacionais à luz dos quais o consentimento do
Estado de envio seja necessário para que uma pessoa
pertencente a esse Estado seja entregue ao Tribunal, a
menos que o Tribunal consiga, previamente, obter a
cooperação do Estado de envio para consentir na
entrega.
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• Artigo 120
• Não são admitidas reservas a este Estatuto.
• Artigo 127
• Retirada
• 1.Qualquer Estado Parte poderá, mediante notificação
escrita e dirigida ao Secretário-Geral da Organização
das Nações Unidas, retirar-se do presente Estatuto. A
retirada produzirá efeitos um ano após a data de
recepção da notificação, salvo se esta indicar uma data
ulterior.
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Estrutura institucional do TPI


• Câmaras Preliminares – instrução
• Câmaras de Julgamento
• Câmaras de Apelação
• Gabinete do Procurador – órgão de acusação
• Secretaria – órgão administrativo
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Tribunais Híbridos
• “They are essentially domestic courts applying
domestic law, but with a heightened
international element in terms, for example,
of their function or origins, the basis of their
applicable law or the use of international
experts.”
• Shaw, p. 418.
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Tribunais Híbridos
• Corte Especial para Serra Leoa
• Acordo com a ONU (2002)
• Composta por Câmaras de julgamento e de apelação;
um procurador (nomeado pelo Secretário-Geral da
ONU) e uma Secretaria.
• Julga indivíduos acusados de violarem o direito
humanitário internacional e o direito de Serra Leoa,
desde 1996.
• Competência concorrente com os tribunais internos,
mas com prevalência sobre eles.
• Julgamento de Charles Taylor (ex-presidente da Libéria)
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Tribunais Híbridos
• Câmaras Extraordinárias para o Camboja
• Para julgar os crimes cometidos pelo Kmer
Rouge.
• Criadas por acordo com a ONU
• Julga violações ao direito humanitário
internacional e a leis do Camboja cometidas
entre 1975 e 1979.
• Secretário-Geral da ONU nomeia 7 juízes, a
Corte Suprema do Camboja, 5.
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Tribunais Híbridos
• Grupos de julgamento do Kosovo
• Criados pela Regulação 64, de2000, da UNMIK
• Grupos de 3 juízes, sendo 2 internacionais.
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Tribunais Híbridos
• Grupos especiais para o Timor Leste
• Criados pela UNTAET para julgar crimes de
genocídio, de guerra e contra a humanidade.
• 2 juízes internacionais e 1 juiz nacional.
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Tribunais Híbridos
• Câmara de Crimes de Guerra da Bósnia
• Criada por recomendação do Tribunal
Internacional para a ex-Iugoslávia, para julgar
crimes de sua competência que tenham sido
cometidos acusados de menor relevância.
• Grupos de julgamento são compostos por 2
juízes internacionais e 1 nacional.
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Tribunais Híbridos
• Tribunal Especial para o Líbano
• Criado pela resolução 1757, de 2007 do CSNU,
após um acordo com o governo do Líbano,
para julgar o assassinato do primeiro ministro
Rafiq Hariri e os crimes que ocorreram
posteriormente ao assassinato.
• Lei aplicável é a lei libanesa.
• Jurisdição concorrente à dos tribunais
libaneses, mas com primazia sobre este.
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Tribunais Híbridos
• Alto Tribunal do Iraque
• Criado pelo Conselho de Administração do Iraque, após
a invasão de 2003, para julgar crimes de genocídio, de
guerra e contra a humanidade, de acordo com as
definições do Estatuto de Roma, recém-incorporado ao
direito iraquiano, cometidos durante a era Saddam
Hussein.
• Jurisdição concorrente à do poder judiciário iraquiano,
mas com primazia.
• Juízes e procuradores iraquianos, mas auxiliados por
expertos internacionais.
• Impunha pena de morte. Ex: Saddam Hussein.
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Tribunais Híbridos
• Câmaras Africanas Extraordinárias
• Criadas por acordo entre a União Africana e o
Senegal (2012).
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• CHAD 30 MAY 2016


• Chad's Hissene Habre jailed for crimes against
humanity
• Former military ruler Hissene Habre found
guilty of crimes against humanity by Senegal
court in landmark case.
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Dúvidas e atualidades

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CURSO DE REVISÃO – AULA 05

Questão 1

Sobre o Direito Internacional dos Direitos Humanos, julgue:

1) Os direitos humanos saem do domínio reservado dos estados em 1945, porque, até então, não havia
nenhuma norma que protegesse direitos do indivíduo em âmbito internacional, fosse em tempos de
guerra, fosse em tempos de paz.
2) O Comitê de Direitos Humanos monitora a Carta Internacional de Direitos Humanos por meio de
relatórios, comunicações interestatais e petições individuais. Para que os estados possam ser objeto
de monitoramento, contudo, devem reconhecer a competência do Comitê para tanto. O Brasil, por
exemplo, apenas reconhece a competência do Comitê para receber relatórios sobre a situação dos
direitos humanos no país.
3) No último relatório do Conselho de Direitos Humanos, na terceira edição do mecanismo de Revisão
Periódica Universal, o Brasil foi instado a melhorar as condições de seu sistema prisional, a se
empenhar na promoção da igualdade racial e de gênero, a demarcar terras indígenas e a sancionar,
na íntegra, a nova lei de migração. Caso o Brasil não acate as decisões do Conselho, poderá ser
responsabilizado internacionalmente.
4) O Direito de Nova Iorque é aplicado exclusivamente em tempos de paz. Em termos de guerra, aplica-
se apenas o jus in bello, vale dizer, o direito internacional humanitário, conhecido como Direito de
Genebra ou Direito de Haia.

Questão 2

Sobre o Direito Internacional Humanitário, julgue os itens a seguir:

1) As represálias beligerantes são proibidas pelo Protocolo Adicional I de 1977 às Convenções de


Genebra de 1949, e, de acordo com a Câmara de Apelação do Tribunal Internacional Penal ad hoc
para a Ex-Iugoslávia, também pelo direito costumeiro internacional, por mais que não se possa dizer
que, nesse caso, o elemento material do costume esteja presente, uma vez que não há prática
abstencionista geral e reiterada na matéria.
2) O Direito de Genebra aplica-se a conflitos armados internacionais, não se aplicando senão
subsidiariamente a guerras que não tenham caráter internacional.
3) A cláusula Martens é reconhecida pela Corte Internacional de Justiça como parte do direito
costumeiro internacional e se aplica, em especial, ao direito internacional humanitário.
4) O direito de Haia proíbe o uso de armas que atingem indiscriminadamente combatentes e não
combatentes. Por isso, são proibidos a produção, a estocagem e o uso de armas de destruição em
massa, como armas químicas, armas biológicas e armas nucleares.

Questão 3

Sobre o direito internacional dos refugiados, julgue os itens a seguir:

1) O Estatuto dos Refugiados no Brasil possui mais cláusulas de inclusão que a Convenção Internacional
de 1951. Isso porque o Brasil adotou uma das recomendações da Declaração de Cartagena, de 1984,

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incluída na declaração final do colóquio por influência da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos.
2) O Protocolo Adicional de 1967 eliminou a limitação temporal da Convenção Internacional de 1951.
Quanto à limitação geográfica prevista na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados, o Brasil a
levantou unilateralmente no final da década de 1980.
3) O non refoulement pode ser considerado parte do direito costumeiro internacional e impede que um
estado rechace um refugiado não apenas para o seu estado de origem, mas também para qualquer
outro estado em que sua vida ou liberdade estejam correndo risco.
4) O refúgio diplomático é costume regional latino-americano e é concedido em sedes de missões
diplomáticas àqueles que estejam sendo perseguidos por crime político ou de opinião. No Brasil, o
Conare é o órgão responsável por conferir o refúgio definitivo, uma vez em território nacional. O
senador boliviano Pinto Molina, por exemplo, goza, no Brasil, do status de refugiado concedido pelo
Conare.

Questão 4

Sobre o sistema europeu de direitos humanos, julgue os itens a seguir:

1) A Comissão Europeia de Direitos Humanos recebe petições de indivíduos de quaisquer


nacionalidades acerca de alegadas violações de direitos humanos por parte dos membros do
Conselho da Europa e faz recomendações aos estados.
2) A jurisdição da Corte Europeia de Direitos Humanos é compulsória para todos os estados membros
da União Europeia. No exercício de sua competência contenciosa, julga somente estados em casos
iniciados sempre por indivíduos.
3) A Corte Europeia de Direitos Humanos pode julgar violações à Convenção Europeia de Direitos
Humanos e Liberdades Fundamentais, de 1953, a seus protocolos adicionais e à Carta Social
Europeia, de 1961.
4) O esgotamento dos recursos internos é condição de admissibilidade de um caso na Comissão
Europeia de Direitos Humanos e na Corte Europeia de Direitos Humanos.

Questão 5

Sobre o sistema interamericano de direitos humanos, julgue os itens a seguir:

1) O sistema interamericano de direitos humanos é dual, porque pode estar baseado no Pacto de São
José da Costa Rica, de 1969, com o eventual monitoramento da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, ou apenas na Carta da OEA e na Declaração Americana de Direitos e Deveres dos Homens,
de 1948, sob o olhar da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
2) A Corte de São José, cuja jurisdição é compulsória para os estados partes na Convenção Americana
de Direitos Humanos, que só recebe petições de estados e da comissão, pode julgar violações à
Convenção, a alguns poucos dispositivos do Protocolo de São Salvador, e às convenções
interamericanas contra a tortura e contra o desaparecimento forçado de pessoas.
3) A última condenação do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos foi no caso Gomes
Lund e outros, no qual a corte determinou que as disposições da lei de anistia que impedem a
investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção
Americana, carecem de efeitos jurídicos.
4) No caso Maria da Penha vs Brasil, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil a
indenizar a vítima e a aprovar uma lei que punisse a violência doméstica contra a mulher. Essa foi a
origem da lei 11.340/2006, chamada Lei Maria da Penha.
Questão 6

Sobre os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos, julgue os itens a seguir:

1) A Comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos podem adotar medidas provisórias.


2) A Corte Europeia e a Corte Interamericana de Direitos Humanos possuem competência consultiva,
embora, historicamente, tenham feito uso dessa jurisdição em raríssimas ocasiões.
3) A Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos pode ser acionada pela Comissão africana, por
estados, por organizações intergovernamentais africanas e, se os estados reconhecerem a
competência da corte para tanto, também por indivíduos e por ONGs.
4) O Estatuto da Corte Árabe de Direitos Humanos prevê o exercício da jurisdição ratione materiae
relativa à aplicação e interpretação da Carta Árabe de Direitos Humanos e sobre qualquer outro
tratado árabe relativo a direitos humanos.

6- CECC
5 -CEEE
4–EEEE
3–CCCE
2–CCCE
1–EEEE
GABARITO

QUESTÕES ANTERIORES

(CACD – 2009) Em 2009, comemoram-se 60 anos da assinatura das quatro Convenções de Genebra de 1949,
as quais, juntamente com seus dois protocolos adicionais de 1977, são consideradas os principais instrumentos
do direito internacional humanitário. Acerca desse ramo do direito internacional público, julgue (C ou E) os
seguintes itens.

A) A assistência humanitária, na forma de ações de socorro emergencial de índole humanitária, imparcial


e não- discriminatória, é direito previsto pelo direito internacional humanitário, que pode ser levado a
cabo por Estados, organizações internacionais e organizações não- governamentais.
B) As Convenções de Genebra de 1949 estabelecem normas de conduta para combatentes em conflitos
armados internacionais e, subsidiariamente, em conflitos armados de caráter não-internacional.
C) A reciprocidade é um dos mecanismos de implementação de normas humanitárias ao facultar, a uma
das partes em combate, a inobservância das obrigações assumidas na exata proporção da violação
sofrida.
D) Ao contrário do direito internacional dos direitos humanos, o direito internacional humanitário não se
vale de tribunais para sua implementação, já que não se espera que partes em conflito aberto
submetam-se a decisões judiciais.
(CACD – 2010) Em relação ao direito internacional dos direitos humanos, julgue C ou E.

A) O direito de Haia, assim chamado por ter seus fundamentos nas quatro convenções internacionais
ocorridas nessa cidade, destina-se à proteção das vítimas de conflitos armados — feridos, enfermos,
prisioneiros de guerra, náufragos, população civil e militares que estejam fora de combate.
B) O Direito Internacional Humanitário, campo das ciências jurídicas com o objetivo de prestar
assistência às vítimas de guerra, surgiu, efetivamente, com a primeira convenção de Genebra, em
1864.
C) Atualmente, a garantia da eficácia dos direitos humanos compete principalmente à Corte Europeia dos
Direitos Humanos, com sede em Estrasburgo, na França, e à Corte Interamericana de Direitos
Humanos, sediada em São José da Costa Rica.
D) A Corte Interamericana de Direitos Humanos profere sentenças recorríveis pelos interessados, as
quais declaram eventual violação de direito protegido por tratado, não lhe competindo, no caso
concreto, determinar pagamento de indenização à parte lesada.

GABARITO
1–CCEE
2–ECEE
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REVISÃO
Aula 06
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Revisão – Aula 06
• Direito da União Europeia; Direito do
Mercosul; Direito do Comércio Internacional.
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Modelos de integração
• Área de livre comércio: há livre circulação de mercadorias
entre as partes. Ex: Nafta (não tem personalidade jurídica
internacional).
• União aduaneira: além da livre circulação de mercadorias
há tarifa externa comum (TEC) para produtos que entram
no bloco. É o caso do MERCOSUL.
• Mercado comum: para além das características da união
aduaneira, há livre circulação de fatores produtivos (capital
e trabalhadores). Benelux é exemplo.
• União econômica e monetária: há unificação de políticas e
instituições econômicas monetárias. A União Europeia é o
único exemplo.
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AULA 06

Integração Europeia: gênese


• BENELUX – Bélgica, Holanda e Luxemburgo
• Convenção de Londres, de 1944, em vigor em
1948, criou uma união aduaneira.
• Tratado de Haia, de 1958, em vigor em 1960,
criou uma mercado comum.
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Integração Europeia: gênese


• Tratado de Paris, 1951:
• Criou a Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço
• Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e
Luxemburgo.
• Entrou em vigor em 1952. A comunidade foi
criada para durar 50 anos.
• Dessa forma, o tratado foi extinto em 2002.
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Integração Europeia: gênese


• Tratados de Roma de 1957
• Criaram a Comunidade Econômica Europeia
(CEE) e a Comunidade Europeia de Energia
Atômica (Euratom).
• Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e
Luxemburgo.
• Entraram em vigor em 1958
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Integração Europeia: gênese


• Tratado de Fusão, de 1965 (Bruxelas)
• Entrou em vigor em 1967
• Unificou administrativamente as 3 comunidades.
• As duas Comissões e os três Conselhos de
Ministros foram substituídos por uma única
Comissão e um único Conselho.
• Orçamento único
• Cada comunidade manteve, no entanto, sua
personalidade jurídica própria.
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Integração Europeia: gênese


• Acordo de Schengen - 1985
• Estabelecido fora do âmbito da CEE, porque, à
época, não foi possível chegar a um consenso
quanto à abolição do controle de fronteiras na
comunidade.
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Integração Europeia: gênese


• Ato Único Europeu 1986: promoveu as
adaptações necessárias para a consolidação
de um mercado comum até 1992.
• Aumentou o papel do Parlamento, a fim de
minimizar o déficit democrático do processo
de integração.
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Integração Europeia: gênese


• The founding treaties have been amended on
several occasions, in particular when new
Member States acceded in 1973 (Denmark,
Ireland, United Kingdom), 1981 (Greece), 1986
(Spain, Portugal) and 1995 (Austria, Finland,
Sweden).
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Integração Europeia: gênese


• Tratado de Maastricht (1992): criou a União
Europeia
• 'The Maastricht Treaty changed the name of
the European Economic Community to simply
"the European Community".
• Criou o sistema de co-decisão entre o
Conselho e o Parlamento
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Integração Europeia: gênese


• Tratado de Maastricht
• Instituiu os pilares da UE
• 1) Pilar comunitário
• 2) Pilar de Política Exterior e de Segurança
• 3) Pilar da Cooperação em matéria de Justiça e
de Assuntos Internos
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Integração Europeia: gênese


• Tratado de Amsterdã, 1997
• Aumentou o número de temas deliberados
por co-decisão entre o Conselho e o
Parlamento;
• Incorporou o acordo de Schengen à UE.
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Integração Europeia: gênese


• Pacto de Estabilidade, 1997
• Estabelecia metas macroeconômicas para a
adoção do euro, que entraria em circulação
em 2002.
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Integração Europeia: gênese


• Tratado de Nice, 2001
• Ajustes no processo decisório para a entrada do leste
europeu
• The main changes it brings relate to limiting the size
and composition of the Commission, extending
qualified majority voting, a new weighting of votes
within the Council and making the strengthened
cooperation arrangements more flexible. In addition to
discussions on these four key issues, other institutional
questions were tackled: simplification of the treaties,
the definition of powers, the integration of the Charter
of Fundamental Rights and the role of the national
parliaments.
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Tratado de Lisboa
• Celebrado em 2007, entrou em vigor em 2009.
• Altera o Tratado da União Europeia e o Tratado que
institui a Comunidade Europeia
• A Constituição da UE (2004) não entrara em vigor,
porque fora rejeitada, por referendo, na França e na
Holanda (2005).
• “la operación de Lisboa consistió en meter por la
puerta de atrás lo que no pudo entrar por la de
delante. Esto es, se mantuvo prácticamente intacto el
cuerpo de la Constitución Europea, la cual fue
desnudad, eso sí, de revestimiento constitucional.”
Alonso García.
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Tratado de Lisboa
• Estabeleceu competências:
• Exclusivas (ex: comércio)
• Partilhadas – competências originalmente do
Estado e subsidiariamente da UE (ex: agricultura,
meio ambiente, energia)
• De apoio – competência do Estado que não pode
ser delegada. O Estado só pode receber apoio da
UE (ex: cultura e educação)
• Criou o cargo de Alto Representante da UE para
política externa e de segurança (desde 2014,
ocupado por Frederica Mogherini – Itália).
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Tratado de Lisboa
• Artigo 1:
• O Tratado da União Europeia é alterado nos termos do
presente artigo.
• O artigo 1 é alterado do seguinte modo:
• b) O terceiro parágrafo passa a ter a seguinte redacção:
• “A União funda-se no presente Tratado e no Tratado
sobre o Funcionamento da União Europeia (a seguir
designados “os Tratados”). Estes dois Tratados têm o
mesmo valor jurídico. A União substitui e sucede à
Comunidade Europeia.”
• Esse dispositivo conferiu PERSONALIDADE JURÍDICA À
UE.
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Tratado de Lisboa
• Art. 49, TUE
• “Qualquer Estado europeu que respeite os valores referidos
no artigo 2 [respeito pela dignidade humana, da liberdade,
da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do
respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das
pessoas pertencentes a minorias] e esteja empenhado em
promovê-los pode pedir para se tornar membro da União.
O Parlamento Europeu e os Parlamentos nacionais são
informados desse pedido. O Estado requerente dirige o seu
pedido ao Conselho, que se pronuncia por unanimidade,
após ter consultado a Comissão e após aprovação do
Parlamento Europeu, que se pronunciará por maioria dos
membros que o compõem. São tidos em conta os critérios
de elegibilidade aprovados pelo Conselho Europeu.”
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Tratado de Lisboa
• Art. 50 TUE
• 1. Qualquer Estado-Membro pode decidir, em conformidade com as
respectivas normas constitucionais, retirar-se da União.
• 2. Qualquer Estado-Membro que decida retirar-se da União notifica
a sua intenção ao Conselho Europeu. Em função das orientações do
Conselho Europeu, a União negocia e celebra com esse Estado um
acordo que estabeleça as condições da sua saída, tendo em conta o
quadro das suas futuras relações com a União. Esse acordo é
negociado nos termos do n.o 3 do artigo 218 do Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia. O acordo é celebrado em nome
da União pelo Conselho, deliberando por maioria qualificada,
após aprovação do Parlamento Europeu.
• 3. Os Tratados deixam de ser aplicáveis ao Estado em causa a partir
da data de entrada em vigor do acordo de saída ou, na falta deste,
dois anos após a notificação referida no n.o 2, a menos que o
Conselho Europeu, com o acordo do Estado-Membro em causa,
decida, por unanimidade, prorrogar esse prazo.
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Tratado de Lisboa
• As instituições da União são:
• — o Parlamento Europeu,
• — o Conselho Europeu,
• — o Conselho,
• — a Comissão
• — o Tribunal de Justiça da União Europeia,
• — o Banco Central Europeu,
• — o Tribunal de Contas.
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Parlamento
• 1. O Parlamento Europeu exerce, juntamente com o Conselho, a
função legislativa (desde a década de 1990) e a função orçamental.
O Parlamento Europeu exerce funções de controlo político e
funções consultivas em conformidade com as condições
estabelecidas nos Tratados. Compete-lhe eleger o Presidente da
Comissão.
• 2. O Parlamento Europeu é composto por representantes dos
cidadãos da União. O seu número não pode ser superior a
setecentos e cinquenta, mais o Presidente. A representação dos
cidadãos é degressivamente proporcional, com um limiar mínimo
de seis membros por Estado-Membro. A nenhum Estado-Membro
podem ser atribuídos mais do que noventa e seis lugares.
• Os membros do Parlamento Europeu são eleitos, por sufrágio
universal directo, livre e secreto, por um mandato de cinco anos.
(desde 1979).
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Conselho Europeu
• O Conselho Europeu dá à União os impulsos necessários ao
seu desenvolvimento e define as orientações e prioridades
políticas gerais da União.
• O Conselho Europeu não exerce função legislativa.
• 2. O Conselho Europeu é composto pelos Chefes de Estado
ou de Governo dos Estados-Membros, bem como pelo seu
Presidente e pelo Presidente da Comissão. O Alto
Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a
Política de Segurança participa nos seus trabalhos.
• Órgão intergovernamental
• 3. O Conselho Europeu reúne-se duas vezes por semestre,
por convocação do seu Presidente.
• Manifesta-se por consenso
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Conselho (da UE ou de Ministros)


• O Conselho exerce, juntamente com o Parlamento Europeu, a função
legislativa e a função orçamental. O Conselho exerce funções de definição
das políticas e de coordenação em conformidade com as condições
estabelecidas nos Tratados.
• 2. O Conselho é composto por um representante de cada Estado-Membro
ao nível ministerial, com poderes para vincular o Governo do respectivo
Estado-Membro e exercer o direito de voto.
• 3. O Conselho delibera por maioria qualificada, salvo disposição em
contrário dos Tratados.
• 4. A partir de 1 de Novembro de 2014, a maioria qualificada corresponde
a, pelo menos, 55 % dos membros do Conselho, num mínimo de quinze,
devendo estes representar Estados-Membros que reúnam, no mínimo, 65
% da população da União.
• Serve-se de 21 formações diferentes, que “vão da agricultura ao turismo,
passando pelo meio ambiente ou a pesca” Jean-Baptiste Mattei
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Comissão Europeia
• Órgão executivo
• Controla a aplicação do direito da União, sob a
fiscalização do Tribunal de Justiça da União Europeia.
• A Comissão executa o orçamento e gere os
programas. Exerce funções de coordenação, de
execução e de gestão em conformidade com as
condições estabelecidas nos Tratados.
• Com excepção da política externa e de segurança
comum e dos restantes casos previstos nos Tratados,
a Comissão assegura a representação externa da
União. Toma a iniciativa da programação anual e
plurianual da União com vista à obtenção de acordos
interinstitucionais.
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Comissão Europeia
• 2. Os actos legislativos da União só podem ser
adoptados sob proposta da Comissão, salvo
disposição em contrário dos Tratados.
• 3. O mandato da Comissão é de cinco anos. Os
membros da Comissão são escolhidos em função
da sua competência geral e do seu
empenhamento europeu de entre
personalidades que ofereçam todas as garantias
de independência.
• A Comissão exerce as suas responsabilidades
com total independência.
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Tribunal de Justiça da UE
• O Tribunal de Justiça da União Europeia inclui o
Tribunal de Justiça, o Tribunal Geral e tribunais
especializados. O Tribunal de Justiça da União Europeia
garante o respeito do direito na interpretação e
aplicação dos Tratados.
• Os Estados-Membros estabelecem as vias de recurso
necessárias para assegurar uma tutela jurisdicional
efectiva nos domínios abrangidos pelo direito da
União.
• O Tribunal de Justiça é composto de um juiz por cada
Estado-Membro. O Tribunal de Justiça é assistido por
advogados-gerais.
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Órgãos consultivos da UE
• TUE, Artigo 300
• 1. O Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão são
assistidos por um Comité Económico e Social e por um
Comité das Regiões, que exercem funções consultivas.
• 2. O Comité Económico e Social é composto por
representantes das organizações de empregadores, de
trabalhadores e de outros actores representativos da
sociedade civil, em especial nos domínios socioeconómico,
cívico, profissional e cultural.
• 3. O Comité das Regiões é composto por representantes
das autarquias regionais e locais que sejam quer titulares
de um mandato eleitoral a nível regional ou local, quer
politicamente responsáveis perante uma assembleia eleita.
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Normativa europeia
• Normas primárias
• 1) Tratado da União Europeia = tratado de
Maastricht com as alterações de Amsterdã,
Nice e Lisboa
• 2) Tratado de Funcionamento da União
Europeia = Tratado de Roma (1957) com todas
as alterações posteriores. Recebeu esse nome
em Lisboa.
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Normativa europeia
• Normas secundárias (derivadas)
• TUE Artigo 288
• “Para exercerem as competências da União, as
instituições adoptam regulamentos,
directivas, decisões, recomendações e
pareceres.
• As recomendações e os pareceres não são
vinculativos.
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Normativa europeia
• Normas secundárias (derivadas)
• O regulamento tem carácter geral. É obrigatório
em todos os seus elementos e directamente
aplicável em todos os Estados-Membros.
• A directiva vincula o Estado-Membro destinatário
quanto ao resultado a alcançar, deixando, no
entanto, às instâncias nacionais a competência
quanto à forma e aos meios. [Caso Francovich Vs
Itália, 1990 – Itália responsabilizada por não
respeitar diretiva]
• [Instrumento de harmonização das legislações e
regulamentações nacionais.
• Não têm, enquanto regra, efeito direto.]
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Diretivas

• Em princípio, as diretivas não são diretamente


aplicáveis, mas o Tribunal de Justiça da União
Europeia decidiu que determinadas disposições
podiam, a título excecional, produzir efeitos
diretos num Estado-Membro mesmo que este
não tenha adotado um ato de transposição,
sempre que: a) a transposição para o direito
interno não tenha sido efetuada ou o tenha sido
incorretamente; b) as disposições da diretiva
sejam imperativas e suficientemente claras e
precisas; e c) as disposições da diretiva confiram
direitos aos particulares.
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Caso Francovich e Bonifaci vs Itália


• Após a adoção de Diretiva relativa à proteção dos trabalhadores
assalariados em caso de insolvência do empregador (Diretiva
80/987, hoje Diretiva 2008/94/CE) os Estados-Membros eram
obrigados a adotar medidas no seu direito interno que garantissem
um nível mínimo de proteção aos assalariados cujos salários não
tinham sido pagos pelo empregador insolvente. Era devido ao Sr.
Francovich uma soma de 6 milhões de liras pela empresa CDN
Elettronica, e ao Sr. Bonifaci tal como a 33 de seus colegas uma
soma de 253 milhões de liras pela empresa Gaia Confezioni. Ambas
as empresas entraram em processo de insolvência. A diretiva, que
deveria ter sido transposta em 1983, não o tinha sido 5 anos após
esse prazo. Depois das empresas terem sido completamente
liquidadas, os trabalhadores não chegaram a receber qualquer
soma. Diante dessas circunstâncias, eles decidem recorrer contra o
Estado Italiano alegando que os prejuízos deviam ser pagos pelo
fato de a Directiva não ter sido transposta.
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Normativa europeia

• A decisão é obrigatória em todos os seus


elementos. Quando designa destinatários, só
é obrigatória para estes.”
• Sentido estrito; medidas de execução
administrativa, destinadas a aplicar, em casos
individuais, uma competência comunitária.
Efeito direto em relação aos destinatários
desde a notificação.
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Processo legislativo
• “Artigo 289
• 1. O processo legislativo ordinário consiste na
adopção de um regulamento, de uma directiva ou
de uma decisão conjuntamente pelo Parlamento
Europeu e pelo Conselho, sob proposta da
Comissão. Este processo é definido no artigo
294.”
• Princípio da subsidiariedade: os Parlamentos
nacionais são notificados dos projetos de normas
secundárias. A intervenção de diversos
parlamentos nacionais pode impedir a adoção de
normas derivadas.
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Processo legislativo
• Iniciativa popular.
• Um milhão, pelo menos, de cidadãos da União,
nacionais de um número significativo de Estados-
Membros, pode tomar a iniciativa de convidar a
Comissão Europeia a, no âmbito das suas
atribuições, apresentar uma proposta adequada
em matérias sobre as quais esses cidadãos
considerem necessário um acto jurídico da União
para aplicar os Tratados.
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TJUE
• 3 “jurisdições”:
• 1) Tribunal de Justiça
• 2) Tribunal Geral
• 3) Tribunais especializados, nos quais se
enquadra o Tribunal da Função Pública.
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Sistema de solução de controvérsias


• Os indivíduos não entram em todo e qualquer caso no
TJUE porque isso sobrecarregaria o tribunal.
• Art. 267 do Tratado sobre o Funcionamento da UE –
REENVIO PREJUDICIAL
• O indivíduo promove a ação perante os tribunais
internos. Caso a autoridade judiciária observe que há
uma normativa europeia envolvida, ela envia a questão
para o Tribunal de Justiça da UE, que determina como
se aplica a norma.
• A interpretação do Tribunal de Justiça da UE é
obrigatória e deve ser incorporada à decisão do
tribunal interno.
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Tratado de Funcionamento da UE
• Artigo 267
• O Tribunal de Justiça da União Europeia é competente para decidir, a título
prejudicial:
• a) Sobre a interpretação dos Tratados;
• b) Sobre a validade e a interpretação dos actos adoptados pelas
instituições, órgãos ou organismos da União.
• Sempre que uma questão desta natureza seja suscitada perante qualquer
órgão jurisdicional de um dos Estados-Membros, esse órgão pode, se
considerar que uma decisão sobre essa questão é necessária ao
julgamento da causa, pedir ao Tribunal que sobre ela se pronuncie.
• Sempre que uma questão desta natureza seja suscitada em processo
pendente perante um órgão jurisdicional nacional cujas decisões não
sejam susceptíveis de recurso judicial previsto no direito interno, esse
órgão é obrigado a submeter a questão ao Tribunal.
• Se uma questão desta natureza for suscitada em processo pendente
perante um órgão jurisdicional nacional relativamente a uma pessoa que
se encontre detida, o Tribunal pronunciar-se-á com a maior brevidade
possível.
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TJUE: ações
• 1) Interpretação da legislação (decisões prejudicais) - os tribunais
nacionais dos países da UE devem velar pela correta aplicação da
legislação da UE, mas os tribunais dos vários países podem
interpretá-la de formas diversas. Se uma jurisdição tem dúvidas
sobre a interpretação ou a validade de um ato legislativo europeu,
pode pedir esclarecimentos ao Tribunal. O mesmo mecanismo pode
ser utilizado para determinar se uma dada lei ou prática nacional é
compatível com a legislação da UE.
• 2) Aplicação da legislação (ações por descumprimento) – processo
desencadeado quando um país da UE não respeita a legislação
europeia. Este tipo de ação pode ser iniciado pela Comissão
Europeia ou por um país da UE. Se o incumprimento é constatado,
o país deve imediatamente pôr termo ao mesmo, caso contrário
corre o risco de lhe ser intentada uma segunda ação e de lhe ser
imposta uma multa.
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TJUE: ações
• 3) Anulação de atos legislativos europeus (recurso de anulação) -
se considerarem que um ato legislativo infringe os tratados da UE
ou os direitos fundamentais, o Conselho da UE, a Comissão
Europeia ou, em certos casos, o Parlamento Europeu, podem
solicitar ao Tribunal a anulação do ato em questão.
Um particular pode também solicitar ao Tribunal a anulação de um
ato da UE que lhe diga diretamente respeito.
• 4) Obrigação de ação (ações por omissão): o Parlamento, o
Conselho e a Comissão são instados a agir em determinadas
circunstâncias. Se não o fizerem, os governos nacionais, as outras
instituições europeias ou (em certos casos) os particulares podem
recorrer ao Tribunal.
• 5) Aplicação de sanções às instituições da UE (ações de
indemnização): qualquer pessoa ou empresa cujos interesses
tenham sido lesados na sequência de ação ou inação da UE ou do
seu pessoal pode recorrer ao Tribunal.
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• Competência Ratione materiae


• Direito da União Europeia
• Competência Ratione personae
• Estados membro (ação por descumprimento e ação por
omissão)
• Órgãos da UE (ação por descumprimento, recurso de
anulação e ação por omissão
• Jurisdições nacionais (Reenvio prejudicial)
• Pessoas jurídicas (empresas) – ação de anulação e de
omissão
• Indivíduos (recurso de anulação; ação de indenização e, em
alguns casos, ação por omissão)
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Integração americana: Gênese


• ALAC: Tratado de Montevidéu, 1960
• Art. 1
• Pelo presente Tratado, as Partes Contratantes estabelecem uma
zona de livre comércio e instituem a Associação Latino-Americana
de Livre Comércio (doravante denominada "Associação"), cuja sede
é a cidade de Montevidéu (República Oriental do Uruguai).
• Art. 2
• A zona de livre comércio estabelecida nos termos do presente
Tratado se aperfeiçoará num período não superior a 12 (doze) anos,
contado a partir da data de sua entrada em vigor
• Seria, posteriormente, prorrogado por 8 anos.
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Integração americana: Gênese


• ALADI: Tratado de Montevidéu, 1980
• Artigo 1º
• Pelo presente Tratado, as Partes Contratantes dão prosseguimento
ao processo de integração encaminhado a promover o
desenvolvimento econômico-social, harmônico e equilibrado, da
região e, para esse efeito, instituem a Associação Latino-Americana
de Integração (doravante denominada "Associação"), cuja sede é a
cidade de Montevidéu, República Oriental do Uruguai.

• Esse processo terá como objetivo a longo prazo o estabelecimento,


em forma gradual e progressiva, de um mercado comum latino-
americano.
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Propósitos
• Tratado de Assunção, 1991
• Artigo 1 - Os Estados Partes decidem constituir um
Mercado Comum, que deverá estar estabelecido a 31 de
dezembro de 1994, e que se denominará "Mercado Comum
do Sul" (MERCOSUL).
• Este Mercado Comum implica:
• A livre circulação de bens, de serviços e de fatores
produtivos entre os países, através, entre outros, da
eliminação dos direitos alfandegários restrições não
tarifárias à circulação de mercado de qualquer outra
medida de efeito equivalente;
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Propósitos
• O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de
uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou
agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros
econômico-comerciais regionais e internacionais;
• A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os
Estados Partes - de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal,
monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de
transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de
assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados
Partes; e
• O compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações,
nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de
integração.
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Estrutura Institucional
• Protocolo de Ouro Preto, 1994
• Artigo 1
• A estrutura institucional do Mercosul contará com os seguintes
órgãos:
I. O Conselho do Mercado Comum (CMC);
• II. O Grupo Mercado Comum (GMC);
• III. A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM);
• IV. A Comissão Parlamentar Conjunta (CPC);
• V. O Foro Consultivo Econômico-Social (FCES);
• VI. A Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM).
Parágrafo único - Poderão ser criados, nos termos do presente
Protocolo, os órgãos auxiliares que se fizerem necessários à
consecução dos objetivos do processo de integração.
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Estrutura Institucional
• Artigo 2
• São órgãos com capacidade decisória, de natureza
intergovernamental, o Conselho do Mercado Comum, o Grupo
Mercado Comum e a Comissão de Comércio do Mercosul.
• Artigo 3
• O Conselho do Mercado Comum é o órgão superior do Mercosul
ao qual incumbe a condução política do processo de integração e a
tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos
estabelecidos pelo Tratado de Assunção e para lograr a constituição
final do mercado comum.
• Artigo 4
• O Conselho do Mercado Comum será integrado pelos Ministros das
Relações Exteriores; e pelos Ministros da Economia, ou seus
equivalentes, dos Estados Partes.
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Estrutura Institucional
• Artigo 5
• A Presidência do Conselho do Mercado Comum será exercida por
rotação dos Estados Partes, em ordem alfabética, pelo período de
seis meses.
• Artigo 6
• O Conselho do Mercado Comum reunir-se-á quantas vezes estime
oportuno, devendo fazê-lo pelo menos uma vez por semestre com
a participação dos Presidentes dos Estados Partes.
• Artigo 7
• As reuniões do Conselho do Mercado Comum serão coordenadas
pelos Ministérios das Relações Exteriores e poderão ser convidados
a delas participar outros Ministros ou autoridades de nível
ministerial.
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Estrutura Institucional
• São funções e atribuições do Conselho do Mercado Comum:
I. Velar pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e
dos acordos firmados em seu âmbito;
• II. Formular políticas e promover as ações necessárias à conformação do
mercado comum;
• III. Exercer a titularidade da personalidade jurídica do Mercosul.
• IV. Negociar e assinar acordos em nome do Mercosul com terceiros países,
grupos de países e organizações internacionais. Estas funções podem ser
delegadas ao Grupo Mercado Comum por mandato expresso, nas
condições estipuladas no inciso VII do artigo 14;
• V. Manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam elevadas pelo Grupo
Mercado Comum;
• VI. Criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre os acordos que lhe
sejam remetidos pelas mesmas;
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Estrutura Institucional
• VII. Criar os órgãos que estime pertinentes, assim como modificá-
los ou extingui-los;
• VIII. Esclarecer, quando estime necessário, o conteúdo e o alcance
de suas Decisões;
• IX. Designar o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul.
• X. Adotar Decisões em matéria financeira e orçamentária;
• XI. Homologar o Regimento Interno do Grupo Mercado Comum;
• Artigo 9
• O Conselho do Mercado Comum manifestar-se-á mediante
Decisões, as quais serão obrigatórias para os Estados Partes.
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Estrutura Institucional
• Artigo 10
• O Grupo Mercado Comum é o órgão executivo do
Mercosul.
• Artigo 11
• O Grupo Mercado Comum será integrado por quatro
membros titulares e quatro membros alternos por país,
designados pelos respectivos Governos, dentre os
quais devem constar necessariamente representantes
dos Ministérios das Relações Exteriores, dos
Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos
Bancos Centrais. O Grupo Mercado Comum será
coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores.
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Estrutura Institucional
• São funções e atribuições do Grupo Mercado Comum:
I. Velar, nos limites de suas competências, pelo cumprimento do Tratado de
Assunção, de seus Protocolos e dos acordos firmados em seu âmbito;
• II. Propor projetos de Decisão ao Conselho do Mercado Comum;
• III. Tomar as medidas necessárias ao cumprimento das Decisões adotadas pelo
Conselho do Mercado Comum;
• IV. Fixar programas de trabalho que assegurem avanços para o estabelecimento do
mercado comum;
• V. Criar, modificar ou extinguir órgãos tais como subgrupos de trabalho e reuniões
especializadas, para o cumprimento de seus objetivos;
• VI. Manifestar-se sobre as propostas ou recomendações que lhe forem submetidas
pelos demais órgãos do Mercosul no âmbito de suas competências;
• VII. Negociar, com a participação de representantes de todos os Estados Partes,
por delegação expressa do Conselho do Mercado Comum e dentro dos limites
estabelecidos em mandatos específicos concedidos para esse fim, acordos em
nome do Mercosul com terceiros países, grupos de países e organismos
internacionais. O Grupo Mercado Comum, quando dispuser de mandato para tal
fim, procederá à assinatura dos mencionados acordos. O Grupo Mercado Comum,
quando autorizado pelo Conselho do Mercado Comum, poderá delegar os
referidos poderes à Comissão de Comércio do Mercosul;
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Estrutura Institucional
• VIII. Aprovar o orçamento e a prestação de contas anual apresentada pela
Secretaria Administrativa do Mercosul;
• IX. Adotar Resoluções em matéria financeira e orçamentária, com base nas
orientações emanadas do Conselho do Mercado Comum;
• X. Submeter ao Conselho do Mercado Comum seu Regimento Interno;
• XI. Organizar as reuniões do Conselho do Mercado Comum e preparar os
relatórios e estudos que este lhe solicitar.
• XII. Eleger o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul;
• XIII. Supervisionar as atividades da Secretaria Administrativa do Mercosul;
• XIV. Homologar os Regimentos Internos da Comissão de Comércio e do
Foro Consultivo Econômico-Social;
• Artigo 15
• O Grupo Mercado Comum manifestar-se-á mediante Resoluções, as quais
serão obrigatórias para os Estados Partes.
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Estrutura Institucional
• Artigo 16
• À Comissão de Comércio do Mercosul, órgão encarregado de assistir o
Grupo Mercado Comum, compete velar pela aplicação dos instrumentos
de política comercial comum acordados pelos Estados Partes para o
funcionamento da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar os
temas e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns, com o
comércio intra-Mercosul e com terceiros países.
• Artigo 17
• A Comissão de Comércio do Mercosul será integrada por quatro membros
titulares e quatro membros alternos por Estado Parte e será coordenada
pelos Ministérios das Relações Exteriores.
• Artigo 18
• A Comissão de Comércio do Mercosul reunir-se-á pelo menos uma vez por
mês ou sempre que solicitado pelo Grupo Mercado Comum ou por
qualquer dos Estados Partes.
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Estrutura Institucional
• Artigo 19
• São funções e atribuições da Comissão de Comércio do Mercosul:
• I. Velar pela aplicação dos instrumentos comuns de política comercial intra-
Mercosul e com terceiros países, organismos internacionais e acordos de
comércio;
• II. Considerar e pronunciar-se sobre as solicitações apresentadas pelos Estados
Partes com respeito à aplicação e ao cumprimento da tarifa externa comum e dos
demais instrumentos de política comercial comum;
• III. Acompanhar a aplicação dos instrumentos de política comercial comum nos
Estados Partes;
• IV. Analisar a evolução dos instrumentos de política comercial comum para o
funcionamento da união aduaneira e formular Propostas a respeito ao Grupo
Mercado Comum;
• V. Tomar as decisões vinculadas à administração e à aplicação da tarifa externa
comum e dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados
Partes;
• VI. Informar ao Grupo Mercado Comum sobre a evolução e a aplicação dos
instrumentos de política comercial comum, sobre o trâmite das solicitações
recebidas e sobre as decisões adotadas a respeito delas;
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Estrutura Institucional
• VIII. Propor a revisão das alíquotas tarifárias de itens específicos da tarifa
externa comum, inclusive para contemplar casos referentes a novas
atividades produtivas no âmbito do Mercosul;
• IX. Estabelecer os comitês técnicos necessários ao adequado cumprimento
de suas funções, bem como dirigir e supervisionar as atividades dos
mesmos;
• X. Desempenhar as tarefas vinculadas à política comercial comum que lhe
solicite o Grupo Mercado Comum;
• XI. Adotar o Regimento Interno, que submeterá ao Grupo Mercado
Comum para sua homologação.
• Artigo 20
• A Comissão de Comércio do Mercosul manifestar-se-á mediante Diretrizes
ou Propostas. As Diretrizes serão obrigatórias para os Estados Partes.
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Estrutura Institucional
• Artigo 28
• O Foro Consultivo Econômico-Social é o órgão de
representação dos setores econômicos e sociais e
será integrado por igual número de
representantes de cada Estado Parte.
• Artigo 29
• O Foro Consultivo Econômico-Social terá função
consultiva e manifestar-se-á mediante
Recomendações ao Grupo Mercado Comum.
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Estrutura Institucional
• Artigo 31
• O Mercosul contará com uma Secretaria Administrativa como órgão de apoio
operacional. A Secretaria Administrativa do Mercosul será responsável pela
prestação de serviços aos demais órgãos do Mercosul e terá sede permanente na
cidade de Montevidéu.
• Artigo 32
• A Secretaria Administrativa do Mercosul desempenhará as seguintes atividades:
• I. Servir como arquivo oficial da documentação do Mercosul;
• II. Realizar a publicação e a difusão das decisões adotadas no âmbito do Mercosul.
Nesse contexto, lhe corresponderá:
• i) Realizar, em coordenação com os Estados Partes, as traduções autênticas para os
idiomas espanhol e português de todas as decisões adotadas pelos órgãos da
estrutura institucional do Mercosul, conforme previsto no artigo 39.
• ii) Editar o Boletim Oficial do Mercosul.
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Estrutura Institucional
• III. Organizar os aspectos logísticos das reuniões do Conselho do
Mercado Comum, do Grupo Mercado Comum e da Comissão de
Comércio do Mercosul e, dentro de suas possibilidades, dos demais
órgãos do Mercosul, quando as mesmas forem realizadas em sua
sede permanente. No que se refere às reuniões realizadas fora de
sua sede permanente, a Secretaria Administrativa do Mercosul
fornecerá apoio ao Estado que sediar o evento.
• IV. Informar regularmente os Estados Partes sobre as medidas
implementadas por cada país para incorporar em seu ordenamento
jurídico as normas emanadas dos órgãos do Mercosul previstos no
Artigo 2 deste Protocolo.
• V. Registrar as listas nacionais dos árbitros e especialistas, bem
como desempenhar outras tarefas determinadas pelo Protocolo de
Brasília, de 17 de dezembro de 1991;
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Estrutura Institucional
• VII. Elaborar seu projeto de orçamento e, uma vez
aprovado pelo Grupo Mercado Comum, praticar todos os
atos necessários à sua correta execução;
• VIII. Apresentar anualmente ao Grupo Mercado Comum a
sua prestação de contas, bem como relatório sobre suas
atividades;
• Artigo 33
• A Secretaria Administrativa do Mercosul estará a cargo de
um Diretor, o qual será nacional de um dos Estados Partes.
Será eleito pelo Grupo Mercado Comum, em bases
rotativas, prévia consulta aos Estados Partes, e designado
pelo Conselho do Mercado Comum. Terá mandato de dois
anos, vedada a reeleição.
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Estrutura Institucional
• Artigo 22
• A Comissão Parlamentar Conjunta é o órgão representativo
dos Parlamentos dos Estados Partes no âmbito do
Mercosul.
• Artigo 23
• A Comissão Parlamentar Conjunta será integrada por igual
número de parlamentares representantes dos Estados
Partes.
• Artigo 24
• Os integrantes da Comissão Parlamentar Conjunta serão
designados pelos respectivos Parlamentos nacionais, de
acordo com seus procedimentos internos.
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Estrutura Institucional
• Artigo 34
• O Mercosul terá personalidade jurídica de
Direito Internacional.
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Fontes jurídicas do MERCOSUL


• POP, Artigo 41
• As fontes jurídicas do Mercosul são:
• I. O Tratado de Assunção, seus protocolos e os
instrumentos adicionais ou complementares;
• II. Os acordos celebrados no âmbito do Tratado de
Assunção e seus protocolos;
• III. As Decisões do Conselho do Mercado Comum, as
Resoluções do Grupo Mercado Comum e as Diretrizes
da Comissão de Comércio do Mercosul, adotadas
desde a entrada em vigor do Tratado de Assunção.
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Fontes jurídicas do MERCOSUL


• Artigo 40
• A fim de garantir a vigência simultânea nos Estados Partes das normas
emanadas dos órgãos do Mercosul previstos no Artigo 2 deste Protocolo,
deverá ser observado o seguinte procedimento:
• i) Uma vez aprovada a norma, os Estados Partes adotarão as medidas
necessárias para a sua incorporação ao ordenamento jurídico nacional e
comunicarão as mesmas à Secretaria Administrativa do Mercosul;
• ii) Quando todos os Estados Partes tiverem informado sua incorporação
aos respectivos ordenamentos jurídicos internos, a Secretaria
Administrativa do Mercosul comunicará o fato a cada Estado Parte;
• iii) As normas entrarão em vigor simultaneamente nos Estados Partes 30
dias após a data da comunicação efetuada pela Secretaria Administrativa
do Mercosul, nos termos do item anterior. Com esse objetivo, os Estados
Partes, dentro do prazo acima, darão publicidade do início da vigência das
referidas normas por intermédio de seus respectivos diários oficiais.
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Protocolo de Ouro Preto


• Artigo 48
• O presente Protocolo, parte integrante do
Tratado de Assunção, terá duração indefinida
e entrará em vigor 30 dias após a data do
depósito do terceiro instrumento de
ratificação. O presente Protocolo e seus
instrumentos de ratificação serão depositados
ante o Governo da República do Paraguai.
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Parlamento do MERCOSUL
• Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL, 2005
• ARTIGO 1
• Constituir o Parlamento do MERCOSUL, doravante o Parlamento,
como órgão de representação de seus povos, independente e
autônomo, que integrará a estrutura institucional do MERCOSUL.
• O Parlamento substituirá à Comissão Parlamentar Conjunta.
• O Parlamento estará integrado por representantes eleitos por
sufrágio universal, direto e secreto, conforme a legislação interna
de cada Estado Parte e as disposições do presente Protocolo. O
Parlamento será um órgão unicameral e seus princípios,
competências e integração se regem de acordo com o disposto
neste Protocolo.
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Parlamento do MERCOSUL
• Artigo 2 São propósitos do Parlamento:
• 1. Representar aos povos do MERCOSUL, respeitando sua pluralidade
ideológica e política.
• 2. Assumir a promoção e defesa permanente da democracia, da liberdade
e da paz.
• 3. Promover o desenvolvimento sustentável da região com justiça social e
respeito à diversidade cultural de suas populações.
• 4. Garantir a participação dos atores da sociedade civil no processo de
integração.
• 5. Estimular a formação de uma consciência coletiva de valores cidadãos e
comunitários para a integração.
• 6. Contribuir para consolidar a integração latino-americana mediante o
aprofundamento e ampliação do MERCOSUL.
• 7. Promover a solidariedade e a cooperação regional e internacional.
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Parlamento do MERCOSUL
• Artigo 4
• Competências
• O Parlamento terá as seguintes competências:
• 1. Velar, no âmbito de sua competência, pela observância das normas do
MERCOSUL.
• 2. Velar pela preservação do regime democrático nos Estados Partes, de acordo
com as normas do MERCOSUL, e em particular com o Protocolo de Ushuaia sobre
Compromisso Democrático no MERCOSUL, na República da Bolívia e República do
Chile.
• 3. Elaborar e publicar anualmente um relatório sobre a situação dos direitos
humanos nos Estados Partes, levando em conta os princípios e as normas do
MERCOSUL.
• 4. Efetuar pedidos de informações ou opiniões por escrito aos órgãos decisórios e
consultivos do MERCOSUL estabelecidos no Protocolo de Ouro Preto sobre
questões vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração. Os pedidos
de informações deverão ser respondidos no prazo máximo de 180 dias.
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Parlamento do MERCOSUL
• 12. Com o objetivo de acelerar os correspondentes procedimentos internos para a entrada em vigor das
normas nos Estados Partes, o Parlamento elaborará pareceres sobre todos os projetos de normas do
MERCOSUL que requeiram aprovação legislativa em um ou vários Estados Partes, em um prazo de noventa
dias (90) a contar da data da consulta. Tais projetos deverão ser encaminhados ao Parlamento pelo órgão
decisório do MERCOSUL, antes de sua aprovação.
• Se o projeto de norma do MERCOSUL for aprovado pelo órgão decisório, de acordo com os termos do
parecer do Parlamento, a norma deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao seu respectivo
Parlamento, dentro do prazo de quarenta e cinco (45) dias, contados a partir da sua aprovação.
• Nos casos em que a norma aprovada não estiver em de acordo com o parecer do Parlamento, ou se este
não tiver se manifestado no prazo mencionado no primeiro parágrafo do presente literal a mesma seguirá
o trâmite ordinário de incorporação. Os Parlamentos nacionais, segundo os procedimentos internos
correspondentes, deverão adotar as medidas necessárias para a instrumentalização ou criação de um
procedimento preferencial para a consideração das normas do MERCOSUL que tenham sido adotadas de
acordo com os termos do parecer do Parlamento mencionado no parágrafo anterior.
• O prazo máximo de duração do procedimento previsto no parágrafo precedente, não excedera cento
oitenta (180) dias corridos, contados a partir do ingresso da norma no respectivo Parlamento nacional.
• Se dentro do prazo desse procedimento preferencial o Parlamento do Estado Parte não aprovar a norma,
esta deverá ser reenviada ao Poder Executivo para que a encaminhe à reconsideração do órgão
correspondente do MERCOSUL.
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Parlamento do MERCOSUL
• 13. Propor projetos de normas do MERCOSUL para consideração
pelo Conselho do Mercado Comum, que deverá informar
semestralmente sobre seu tratamento.
• 14. Elaborar estudos e anteprojetos de normas nacionais,
orientados à harmonização das legislações nacionais dos Estados
Partes, os quais serão comunicados aos Parlamentos nacionais com
vistas a sua eventual consideração.
• 15. Desenvolver ações e trabalhos conjuntos com os Parlamentos
nacionais, a fim de assegurar o cumprimento dos objetivos do
MERCOSUL, em particular aqueles relacionados com a atividade
legislativa.
• 16. Manter relações institucionais com os Parlamentos de terceiros
Estados e outras instituições legislativas.
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Parlamento do MERCOSUL

• Artigo 5
• Integração
• 1. O Parlamento integrar-se-á de acordo com o
critério de representação cidadã.
• 2. Os integrantes do Parlamento, doravante
denominados Parlamentares, terão a qualidade
de Parlamentares do MERCOSUL.
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Parlamento do MERCOSUL
• Artigo 6
• Eleição
• 1. Os Parlamentares serão eleitos pelos cidadãos dos respectivos Estados Partes,
por meio de sufrágio direto, universal e secreto.
• 2. O mecanismo de eleição dos Parlamentares e seus suplentes reger-se-á pelo
previsto na legislação de cada Estado Parte, e que procurará assegurar uma
adequada representação por gênero, etnias e regiões conforme as realidades de
cada Estado.
• 3. Os Parlamentares serão eleitos conjuntamente com seus suplentes, que os
substituirão, de acordo com a legislação eleitoral do Estado Parte respectivo, nos
casos de ausência definitiva ou transitória. Os suplentes serão eleitos na mesma
data e forma que os Parlamentares titulares, para idênticos períodos.
• 4. Por proposta do Parlamento, o Conselho do Mercado Comum estabelecerá o
"Dia do MERCOSUL Cidadão", para a eleição dos parlamentares, de forma
simultânea em todos os Estados Partes, por meio de sufrágio direto, universal e
secreto dos cidadãos.
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Parlamento do MERCOSUL
• Artigo 9
• Independência
• Os membros do Parlamento não estarão sujeitos a mandato imperativo e
atuarão com independência no exercício de suas funções.
• Artigo 10
• Mandato
• Os Parlamentares terão um mandato comum de quatro (4) anos, contados
a partir da data de assunção no cargo, e poderão ser reeleitos.
• Artigo 13
• Opiniões Consultivas
• O Parlamento poderá solicitar opiniões consultivas ao Tribunal
Permanente de Revisão.
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Parlamento do MERCOSUL
• Artigo 21
• Sede
• 1. A sede do Parlamento será a cidade de Montevidéu, República Oriental do
Uruguai.
• 2. O MERCOSUL celebrará com a República Oriental do Uruguai um Acordo Sede
que definirá as normas relativas aos privilégios, às imunidades e às isenções do
Parlamento, dos parlamentares e demais funcionários, de acordo com as normas
de direito internacional vigentes.
• Artigo 22
• Adesão e denúncia
• 1. Em matéria de adesão ou denúncia, reger-se-ão como um todo, para o presente
Protocolo, as normas estabelecidas no Tratado de Assunção.
• 2. A adesão ou denúncia ao Tratado de Assunção significa, ipso jure, a adesão ou
denúncia ao presente Protocolo. A denúncia ao presente Protocolo significa ipso
jure a denúncia ao Tratado de Assunção.
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Parlamento do MERCOSUL
• A partir de 2011 o Parlamento está operando de
acordo com o critério da proporcionalidade
atenuada, aprovado pelo Acordo Político para a
Consolidação do Parlamento, em 2010, segundo
o qual o número de representantes de cada
Estado membro deve ser proporcional à sua
população, mas, no caso específico do
MERCOSUL, de maneira atenuada, de sorte a
minimizar as graves assimetrias presentes no
bloco econômico.
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Sistema de Solução de Controvérsias


• Um membro pode, ao formular uma
reclamação, decidir submetê-la ao SSC da
OMC ou de um outro esquema preferencial de
de comércio.
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• Protocolo de Olivos (2002), Art. 1


• 2. As controvérsias compreendidas no âmbito de
aplicação do presente Protocolo que possam também
ser submetidas ao sistema de solução de controvérsias
da Organização Mundial do Comércio ou de outros
esquemas preferenciais de comércio de que sejam
parte individualmente os Estados Partes do MERCOSUL
poderão submeter-se a um ou outro foro, à escolha da
parte demandante. Sem prejuízo disso, as partes na
controvérsia poderão, de comum acordo, definir o foro.
• Uma vez iniciado um procedimento de solução de
controvérsias de acordo com o parágrafo anterior,
nenhuma das partes poderá recorrer a mecanismos de
solução de controvérsias estabelecidos nos outros
foros com relação a um mesmo objeto, definido nos
termos do artigo 14 deste Protocolo.
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Sistema de Solução de Controvérsias -


MERCOSUL
• Protocolo de Olivos
• 1) Negociação direta
• 2) Recomendações do GMC
• 3) Tribunal Arbitral ad hoc
• 4) TPR
• 5) Fase de implementação
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Sistema de Solução de Controvérsias -


MERCOSUL
• Artigo 4
• Negociações
• Os Estados Partes numa controvérsia procurarão resolvê-la, antes
de tudo, mediante negociações diretas.
• Artigo 5
• Procedimento e Prazo
• 1. As negociações diretas não poderão, salvo acordo entre as partes
na controvérsia, exceder um prazo de quinze (15) dias a partir da
data em que uma delas comunicou à outra a decisão de iniciar a
controvérsia.
• 2. Os Estados partes em uma controvérsia informarão ao Grupo
Mercado Comum, por intermédio da Secretaria Administrativa do
MERCOSUL, sobre as gestões que se realizarem durante as
negociações e os resultados das mesmas.
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Sistema de Solução de Controvérsias -


MERCOSUL
• Intervenção do Grupo Mercado Comum
• Artigo 6
• Procedimento Opcional ante o GMC
• 1. Se mediante as negociações diretas não se alcançar um
acordo ou se a controvérsia for solucionada apenas
parcialmente, qualquer dos Estados partes na controvérsia
poderá iniciar diretamente o procedimento arbitral
previsto no Capítulo VI.
• 2. Sem prejuízo do estabelecido no numeral anterior, os
Estados partes na controvérsia poderão, de comum acordo,
submetê-la à consideração do Grupo Mercado Comum.
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Sistema de Solução de Controvérsias -


MERCOSUL
• Protocolo de Olivos, Art. 6 (3):
• “A controvérsia também poderá ser levada à
consideração do Grupo Mercado Comum se
outro Estado, que não seja parte na
controvérsia, solicitar, justificadamente, tal
procedimento ao término das negociações
diretas. Nesse caso, o procedimento arbitral
iniciado pelo Estado Parte demandante não será
interrompido, salvo acordo entre os Estados
partes na controvérsia.”
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Sistema de Solução de Controvérsias -


MERCOSUL
• Artigo 7
• Atribuições do GMC
• 1. Se a controvérsia for submetida ao Grupo Mercado
Comum pelos Estados partes na controvérsia, este
formulará recomendações que, se possível, deverão
ser expressas e detalhadas, visando à solução da
divergência.
• 2. Se a controvérsia for levada à consideração do Grupo
Mercado Comum a pedido de um Estado que dela não
é parte, o Grupo Mercado Comum poderá formular
comentários ou recomendações a respeito.
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Sistema de Solução de Controvérsias -


MERCOSUL
• Protocolo de Olivos – Procedimento arbitral ad hoc
• Artigo 9
• Início da Etapa Arbitral
• 1. Quando não tiver sido possível solucionar a
controvérsia mediante a aplicação dos procedimentos
referidos nos Capítulos IV e V, qualquer dos Estados
partes na controvérsia poderá comunicar à Secretaria
Administrativa do MERCOSUL sua decisão de recorrer
ao procedimento arbitral estabelecido no presente
Capítulo.
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Questão 05
• Protocolo de Olivos, Artigo 15
• “Medidas Provisórias
• 1. O Tribunal Arbitral Ad Hoc poderá, por solicitação
da parte interessada, e na medida em que existam
presunções fundamentadas de que a manutenção da
situação poderá ocasionar danos graves e irreparáveis
a uma das partes na controvérsia, ditar as medidas
provisórias que considere apropriadas para prevenir
tais danos.
• 2. O Tribunal poderá, a qualquer momento, tornar sem
efeito tais medidas.”
• 3 árbitros
• Questões de fato e de direito
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MERCOSUL
• Art. 22
• “1. O Tribunal Permanente de Revisão poderá confirmar, modificar ou revogar a
fundamentação jurídica e as decisões do Tribunal Arbitral Ad Hoc. [SÓ ANALISA
QUESTÕES DE DIREITO]
• 2. O laudo do Tribunal Permanente de Revisão será definitivo e prevalecerá sobre
o laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc.
• Artigo 23
• Acesso direto ao Tribunal Permanente de Revisão
• 1. As partes na controvérsia, culminado o procedimento estabelecido nos artigos 4
e 5 deste Protocolo, poderão acordar expressamente submeter-se diretamente e
em única instância ao Tribunal Permanente de Revisão, caso em que este terá as
mesmas competências que um Tribunal Arbitral Ad Hoc, aplicando-se, no que
corresponda, os Artigos 9, 12, 13, 14, 15 e 16 do presente Protocolo.
• 2. Nessas condições, os laudos do Tribunal Permanente de Revisão serão
obrigatórios para os Estados partes na controvérsia a partir do recebimento da
respectiva notificação, não estarão sujeitos a recursos de revisão e terão, com
relação às partes, força de coisa julgada.”
• 5 árbitros
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MERCOSUL
• Artigo 26
• Obrigatoriedade dos Laudos
• 1. Os laudos dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc são obrigatórios para os
Estados partes na controvérsia a partir de sua notificação e terão, em
relação a eles, força de coisa julgada se, transcorrido o prazo previsto no
artigo 17.1 para interpor recurso de revisão, este não tenha sido
interposto.
• 2. Os laudos do Tribunal Permanente de Revisão são inapeláveis,
obrigatórios para os Estados partes na controvérsia a partir de sua
notificação e terão, com relação a eles, força de coisa julgada.
• Artigo 27
• Obrigatoriedade do Cumprimento dos Laudos
• Os laudos deverão ser cumpridos na forma e com o alcance com que
foram emitidos. A adoção de medidas compensatórias nos termos deste
Protocolo não exime o Estado parte de sua obrigação de cumprir o laudo.
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MERCOSUL
• Art. 28
• Recurso de Esclarecimento
• 1. Qualquer dos Estados partes na
controvérsia poderá solicitar um
esclarecimento do laudo do Tribunal Arbitral
Ad Hoc ou do Tribunal Permanente de Revisão
e sobre a forma com que deverá cumprir-se o
laudo, dentro de quinze (15) dias
subsequentes à sua notificação.
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do MERCOSUL: implementação
• Art. 29
• 1. Os laudos do Tribunal Ad Hoc ou os do Tribunal Permanente de
Revisão, conforme o caso, deverão ser cumpridos no prazo que os
respectivos Tribunais estabelecerem. Se não for estabelecido um
prazo, os laudos deverão ser cumpridos no prazo de trinta (30) dias
seguintes à data de sua notificação.
• 2. Caso um Estado parte interponha recurso de revisão, o
cumprimento do laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc será suspenso
durante o trâmite do mesmo.
• 3. O Estado parte obrigado a cumprir o laudo informará à outra
parte na controvérsia, assim como ao Grupo Mercado Comum, por
intermédio da Secretaria Administrativa do MERCOSUL, sobre as
medidas que adotará para cumprir o laudo, dentro dos quinze (15)
dia contados desde sua notificação.
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do MERCOSUL: implementação
• Artigo 31
• “Faculdade de Aplicar Medidas Compensatórias
• 1. Se um Estado parte na controvérsia não cumprir total ou parcialmente o
laudo do Tribunal Arbitral, a outra parte na controvérsia terá a faculdade,
dentro do prazo de um (1) ano, contado a partir do dia seguinte ao
término do prazo referido no artigo 29.1, e independentemente de
recorrer aos procedimentos do artigo 30, de iniciar a aplicação de medidas
compensatórias temporárias, tais como a suspensão de concessões ou
outras obrigações equivalentes, com vistas a obter o cumprimento do
laudo.
• 2. O Estado Parte beneficiado pelo laudo procurará, em primeiro lugar,
suspender as concessões ou obrigações equivalentes no mesmo setor ou
setores afetados. Caso considere impraticável ou ineficaz a suspensão no
mesmo setor, poderá suspender concessões ou obrigações em outro
setor, devendo indicar as razões que fundamentam essa decisão. ”
• [Não há necessidade de pedir autorização para a aplicação de
contramedidas]
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MERCOSUL
• Artigo 32
• Faculdade de Questionar Medidas Compensatórias
• 2. Caso o Estado Parte obrigado a cumprir o laudo
considere excessivas as medidas compensatórias
aplicadas, poderá solicitar, até quinze (15) dias depois
da aplicação dessas medidas, que o Tribunal Ad Hoc ou
o Tribunal Permanente de Revisão, conforme
corresponda, se pronuncie a respeito, em um prazo
não superior a (trinta) 30 dias, contado a partir da sua
constituição.
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MERCOSUL
• Artigo 33
• Jurisdição dos Tribunais
• Os Estados Partes declaram reconhecer como
obrigatória, ipso facto e sem necessidade de acordo
especial, a jurisdição dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc
que em cada caso se constituam para conhecer e
resolver as controvérsias a que se refere o presente
Protocolo, bem como a jurisdição do Tribunal
Permanente de Revisão para conhecer e resolver as
controvérsias conforme as competências que lhe
confere o presente Protocolo.
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MERCOSUL
• Artigo 34
• Direito Aplicável
• 1. Os Tribunais Arbitrais Ad Hoc e o Tribunal Permanente de Revisão
decidirão a controvérsia com base no Tratado de Assunção, no
Protocolo de Ouro Preto, nos protocolos e acordos celebrados no
marco do Tratado de Assunção, nas Decisões do Conselho do
Mercado Comum, nas Resoluções do Grupo Mercado Comum e nas
Diretrizes da Comissão de Comércio do MERCOSUL, bem como nos
princípios e disposições de Direito Internacional aplicáveis à
matéria.
• 2. A presente disposição não restringe a faculdade dos Tribunais
Arbitrais Ad Hoc ou a do Tribunal Permanente de Revisão, quando
atue como instância direta e única conforme o disposto no artigo
23, de decidir a controvérsia ex aequo et bono, se as partes assim
acordarem.
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MERCOSUL
• Protocolo de Olivos
• 1) Negociação direta – Art. 4 e 5
• 2) Recomendações do GMC - Opcional
• 3) Tribunal Arbitral ad hoc - Opcional
• 4) TPR
• 5) Fase de implementação
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MERCOSUL
• Protocolo de Olivos
• Artigo 24
• Medidas Excepcionais e de Urgência
• O Conselho do Mercado Comum poderá
estabelecer procedimentos especiais para
atender casos excepcionais de urgência que
possam ocasionar danos irreparáveis às Partes
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MERCOSUL
• Com base nesse artigo, foi aprovada a Decisão CMC 23, de 2004
• Art. 2 - Qualquer Estado Parte poderá recorrer ao Tribunal Permanente de
Revisão (TPR) sob o procedimento estabelecido na presente Decisão
sempre que se cumpram os seguintes requisitos:
• a.- que se trate de bens perecíveis, sazonais, ou que por sua natureza e
características próprias perderam suas propriedades, utilidade e/ou valor
comercial em um breve período de tempo, se foram retidos
injustificadamente no território do país reclamado; ou de bens que
estivessem destinados a atender demandas originadas em situações de
crise no Estado Parte importador;
• b.- que a situação se origine em ações ou medidas adotadas por um
Estado Parte, em violação ou descumprimento de normativa MERCOSUL
vigente;
• c.-que a manutenção dessas ações ou medidas possam produzir danos
graves e irreparáveis;
• d.- que as ações ou medidas questionadas não sejam objeto de uma
controvérsia em curso entre as partes envolvidas.
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MERCOSUL
• Protocolo de Olivos, 2002
• Capítulo XI
• Reclamações de Particulares
• Artigo 39
• Âmbito de Aplicação
• O procedimento estabelecido no presente Capítulo aplicar-se-á
às reclamações efetuadas por particulares (pessoas físicas ou
jurídicas) em razão da sanção ou aplicação, por qualquer dos
Estados Partes, de medidas legais ou administrativas de efeito
restritivo, discriminatórias ou de concorrência desleal, em violação
do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos
protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção,
das Decisões do Conselho do Mercado Comum, das Resoluções do
Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão de Comércio
do MERCOSUL.
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MERCOSUL
• Particular recorrer à seção nacional do GMC, que
entabula negociações com a seção nacional do
GMC do Estado violador.
• GMC – convoca grupo de especialistas
• Se o grupo de especialistas considerar, por
unanimidade, que houve violação de normativa
MERCOSUL, qualquer Estado-parte poderá exigir
a interrupção da prática e medidas corretivas.
• Se essas não forem adotadas em 15 dias, pode
ter início o procedimento arbitral.
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Competência consultiva do TPR


• Protocolo de Olivos, art.3
• O Conselho do Mercado Comum poderá
estabelecer mecanismos relativos à solicitação
de opiniões consultivas ao Tribunal
Permanente de Revisão definindo seu alcance
e seus procedimentos
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Competência consultiva do TPR


• “Trata-se de poder formula, a pedido das mais
altas instâncias judiciais dos estados-
membros, de seus governos ou de instituições
comuns do bloco, opiniões consultivas sobre
questões específicas decorrentes de casos
concretos.”
• Jorge Fontoura.
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Competência consultiva do TPR


• Regulamento do Protocolo de Olivos (DEC. CMC 37, DE
2003)
• Artigo 2. Legitimação para solicitar opiniões consultivas
• Poderão solicitar opiniões consultivas ao Tribunal
Permanente de Revisão (doravante TPR) todos os
Estados Partes do MERCOSUL, atuando
conjuntamente, os órgãos com capacidade decisória
do MERCOSUL e os Tribunais Superiores dos Estados
Partes com jurisdição nacional, nas condições que se
estabeleçam para cada caso.
• [E o Parlamento]
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Competência consultiva do TPR


• Regulamento do Protocolo de Olivos (DEC. CMC 37, DE
2003)
• Artigo 3. Tramitação da solicitação dos Estados Partes do
MERCOSUL e dos órgãos do MERCOSUL
• 1.Todos os Estados Partes do MERCOSUL, atuando
conjuntamente, o CMC, o GMC ou a Comissão de Comércio
do MERCOSUL (doravante CCM) poderão solicitar opiniões
consultivas sobre qualquer questão jurídica compreendida
no Tratado de Assunção, no Protocolo de Ouro Preto, nos
protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de
Assunção, nas Decisões do CMC, nas Resoluções do GMC e
nas Diretrizes da CCM.
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Competência consultiva do TPR


• Cabia aos Estados regulamentar o procedimento para
requerimento de pareceres consultivos ao TPR.
• Uruguai – 2007
• Paraguai e Argentina – 2008
• Brasil – 2012 – Emenda 48 ao Regimento interno do
STF
• O juiz da causa ou uma das partes podem requerer ao
STF o encaminhamento da solicitação de opinião
consultiva ao TPR.
• A opinião deve relacionar-se à vigência ou à
interpretação jurídica do direito integracionista.
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Competência consultiva do TPR


• “Quer pela natureza intergovernamental do
MERCOSUL, onde não há supranacionalidade,
quer pela letra dos tratados, resta pacífico que
opiniões consultivas não são mandamentais,
em nada assemelhadas ao reenvio prejudicial
do direito europeu”
• Jorge Fontoura
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Competência consultiva do TPR


• Regulamento do Protocolo de Olivos:
• “Artigo 11. Efeito das opiniões consultivas
• As opiniões consultivas emitidas pelo TPR não serão
vinculantes nem obrigatórias.”
• De qualquer forma, a competência consultiva do TPR é
uma forma de harmonizar a aplicação do direito
mercosulino.
• “A ausência de imperium, ou de obrigatoriedade formal
não desabilitam tais manifestações colegiadas, erigidas
com auctoritas, a constituir valiosa ferramenta de
cooperação judiciária na aplicação do direito.” Jorge
Fontoura.
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Adesão de novos membros ao


MERCOSUL
• Tratado de Assunção
• Artigo 20 - O presente Tratado estará aberto à
adesão, mediante negociação, dos demais países-
membros da Associação Latino-Americana de
Integração, cujas solicitações poderão ser
examinadas pelos Estados Partes depois de cinco
anos de vigência deste Tratado.
• A aprovação das solicitações será objeto de
decisão unânime dos Estados Partes.
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Denúncia
• Tratado de Assunção, Artigo 21 - O Estado Parte que desejar desvincular-
se do presente Tratado deverá comunicar essa intenção aos demais
Estados Partes de maneira expressa e formal, efetuando no prazo de
sessenta (60) dias a entrega do documento de denúncia ao Ministério das
Relações Exteriores da República do Paraguai, que o distribuirá aos demais
Estados Partes.
• Artigo 22 - Formalizada a denúncia, cessarão para o Estado denunciante os
direitos e obrigações que correspondam a sua condição de Estado Parte,
mantendo-se os referentes ao programa de liberação do presente Tratado
e outros aspectos que os Estados Parte, juntos com o Estado denunciante,
acordem no prazo de sessenta (60 ) dias após a formalização da denúncia.
Esses direitos e obrigações do Estado denunciante continuarão em vigor
por um período de dois (2) anos a partir da data da mencionada
formalização.
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Suspensão
• Protocolo de Ushuaia sobre compromisso com a
Democracia no MERCOSUL (1998)
• ARTIGO 1
• A plena vigência das instituições democráticas é condição
essencial para o desenvolvimento dos processos de
integração entre os Estados Partes do presente Protocolo.
• ARTIGO 2
• O presente Protocolo se aplicará às relações que decorram
dos respectivos Acordos de Integração vigentes entre os
Estados Partes do presente protocolo, no caso de ruptura
da ordem democrática em algum deles.
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Suspensão
• ARTIGO 5
• Quando as consultas mencionadas no artigo anterior resultarem
infrutíferas, os demais Estados Partes do presente Protocolo, no âmbito
específico dos Acordos de Integração vigentes entre eles, considerarão a
natureza e o alcance das medidas a serem aplicadas, levando em conta a
gravidade da situação existente.
• Tais medidas compreenderão desde a suspensão do direito de participar
nos diferentes órgãos dos respectivos processos de integração até a
suspensão dos direitos e obrigacões resultantes destes processos.
• ARTIGO 6
• As medidas previstas no artigo 5 precedente serão adotadas por consenso
pelos Estados Partes do presente Protocolo, conforme o caso e em
conformidade com os Acordos de Integração vigentes entre eles, e
comunicadas ao Estado afetado, que não participará do processo
decisório pertinente. Tais medidas entrarão em vigor na data em que se
faça a comunicação respectiva.
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Suspensão
• ARTIGO 7
• As medidas a que se refere o artigo 5
aplicadas ao Estado Parte afetado cessarão a
partir da data da comunicação a tal Estado da
concordância dos Estados que adotaram tais
medidas de que se verificou o pleno
restabelecimento da ordem democrática, que
deverá ocorrer tão logo o restabelecimento
seja efetivo.
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Suspensão
• Protocolo de Montevidéu sobre o compromisso com a democracia (2011)
– Ushuaia II
• ARTIGO 6
• Em caso de ruptura ou ameaça de ruptura da ordem democrática em uma
Parte do presente Protocolo, os Presidentes das demais Partes -ou na falta
destes seus Ministros das Relações Exteriores em sessão ampliada do
Conselho do Mercado Comum-, poderão estabelecer, dentre outras, as
medidas que se detalham a seguir:
• a.- Suspender o direito de participar nos diferentes órgãos da estrutura
institucional do MERCOSUL.
• b.- Fechar de forma total ou parcial as fronteiras terrestres. Suspender ou
limitar o comércio, o tráfico aéreo e marítimo, as comunicações e o
fornecimento de energia, serviços e abastecimento.
• c.- Suspender a Parte afetada do goze dos direitos e benefícios emergentes
do Tratado de Assunção e seus Protocolos, e dos Acordos de integração
celebrados entre as Partes, conforme couber.
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• d.- Promover a suspensão da Parte afetada no âmbito de outras
organizações regionais e internacionais. Promover junto a terceiros países
ou grupos de países a suspensão à Parte afetada de direitos e/ou
benefícios derivados dos acordos de cooperação dos que for parte.
• e.- Respaldar os esforços regionais e internacionais, em particular no
âmbito das Nações Unidas, encaminhados a resolver e a encontrar uma
solução pacífica e democrática para a situação ocorrida na Parte afetada.
• f.- Adotar sanções políticas e diplomáticas adicionais.
• As medidas guardarão a devida proporcionalidade com a gravidade da
situação existente; não deverão pôr em risco o bem-estar da população e
o goze efetivo dos direitos humanos e liberdades fundamentais na Parte
afetada; respeitarão a soberania e integridade territorial da Parte afetada,
a situação dos países sem litoral marítimo e os tratados vigentes.
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• Protocolo de Assunção sobre Compromisso com
a Promoção e a Proteção dos Direitos Humanos
do Mercosul (2005, em vigor em 2010)
• ARTIGO 1
• A plena vigência das instituições democráticas e o
respeito dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais são condições essenciais para a
vigência e evolução do processo de integração
entre as Partes.
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Suspensão
• ARTIGO 3
• O presente Protocolo se aplicará em caso de que se registrem graves e
sistemáticas violações dos direitos humanos e liberdades fundamentais
em uma das Partes em situações de crise institucional ou durante a
vigência de estados de exceção previstos nos ordenamentos
constitucionais respectivos. A tal efeito, as demais Partes promoverão as
consultas pertinentes entre si e com a Parte afetada.
• ARTIGO 4
• Quando as consultas mencionadas no artigo anterior resultarem
ineficazes, as demais Partes considerarão a natureza e o alcance das
medidas a aplicar, tendo em vista a gravidade da situação existente.
• Tais medidas abarcarão desde a suspensão do direito a participar deste
processo de integração até a suspensão dos direitos e obrigações
emergentes do mesmo.
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Suspensão
• ARTIGO 5
• As medidas previstas no artigo 4 serão adotadas por consenso pelas
Partes e comunicadas à Parte afetada, a qual não participará no
processo decisório pertinente. Essas medidas entrarão em vigência
na data em que se realize a comunicação respectiva à Parte
afetada.
• ARTIGO 6
• As medidas a que se refere o artigo 4 aplicadas à Parte afetada,
cessarão a partir da data da comunicação a dita Parte de que as
causas que as motivaram foram sanadas. Tal comunicação será
transmitida pelas Partes que adotaram tais medidas.
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Direito do Comércio Internacional


• Em 1946, foi celebrada a Carta de Havana, que
deveria criar a Organização Internacional do
Comércio.
• A OIC seria um dos três pilares da nova ordem
econômica criada após o fim da IIGM (FMI, BIRD,
OIC)
• A OIC, no entanto, que seria criada pelo Tratado
de Havana, não chegou a entrar em vigor, porque
o Senado dos EUA não o aprovaram.
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Direito do Comércio Internacional


• Provisoriamente, enquanto a Carta de Havana não
entrava em vigor, foi assinado um acordo executivo, o
GATT (Acordo Geral sobre Comércio e Tarifas).
• O GATT não precisava passar pela aprovação dos
Poderes Legislativos.
• No Brasil, o GATT nunca passou pelo Congresso.
• Para evitar eventual inconstitucionalidade, no entanto,
o Congresso Nacional aprovou a Lei 313 de 1948, que
“Autoriza o Poder Executivo a aplicar, provisoriamente,
o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio;
reajusta a Tarifa das Alfândegas, e dá outras
providências.”
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Direito do Comércio Internacional


• GATT – TRATADO celebrado em 1947, com o
objetivo de promover a redução de tarifas, por
meio de alguns princípios:
• 1. Nação mais favorecida
• 2. Proibição de restrições quantitativas
• 3. Tratamento nacional
• 4. Reciprocidade
• 5. Transparência
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GATT 47 – Sistema de Solução de


Controvérsias
• Até 1950, as controvérsias eram resolvidas
exclusivamente pela via diplomática.
• A partir de 1950, começou-se a recorrer a
grupos especiais (painéis), indicados pelo
Secretariado do GATT.
• Os relatórios dos painéis eram submetidos ao
Conselho de Representantes do GATT e devia
ser aprovado por unanimidade.
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GATT 47
• “pode-se dizer que o antigo sistema do GATT
repousava na prevalência do pragmatismo, em
detrimento do legalismo, predominando a prática
diplomática do poder orientado, que segue a
teoria de que o direito, na melhor das hipóteses,
serviria como pano de fundo para uma discussão
diplomática com vistas a solucionar um conflito”.
Ana Cristina Paulo Pereira.
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OMC
• Na Rodada Uruguai, decidiu-se pela criação de
uma nova ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
• O Acordo de Marraqueche põe fim à Rodada
Uruguai e cria a OMC.
• A OMC começa a funcionar em 01 de janeiro
de 1995.
• Natureza jurídica de ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL
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Direito Material da OMC


Sistema da subscrição integral (single undertaking) – acabou com o “Gatt à
la Carte”
Os acordos multilaterais são obrigatórios para TODOS OS MEMBROS DA
OMC

• Tarifas e Comércio (GATT 1994) • Medidas Sanitárias e Fitossanitárias


• Entendimento sobre Solução de • Barreiras Técnicas ao Comércio
Controvérsias • Defesa Comercial
• Agricultura • Inspeção Pré-Comercial
• Têxteis e Vestuário • Regras de Origem
• Comércio de Serviços (GATS) • Antidumping
• Direitos de Propriedade • Valoração Aduaneira
Intelectual (TRIPS) • Procedimentos para o
• Investimento (TRIMS) Licenciamento de Importações
• Mecanismo de Exame de Políticas
Comerciais(TPR)
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Direito Material da OMC


• Os acordos comerciais plurilaterais, no
entanto, não vinculam todos os membros:
• Carne Bovina -(extinto em 1997)
• Compras Governamentais –Brasil não adere
• Comércio de Aeronaves Civis–Brasil não adere
• Produtos Lácteos–Brasil não adere (extintos
em 1997)
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OMC - Membros
• Para ser membro da OMC, não é necessário
ser Estado.
• UE é membro
• Taiwan e Hong Kong são membros (como
territórios alfandegários)
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• ESC – Entendimento sobre Solução de Controvérsias
(Anexo 2 do Tratado de Marraqueche)
• OSC – Órgão de Solução de Controvérsias é o principal
órgão do SSC da OMC.
• OSC é formado por um representante de cada membro
da OMC.
• Tem a mesma composição do Conselho Geral da OMC
(espécie de Assembleia Geral)
• É um órgão político, portanto.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• É um sistema híbrido, que envolve fases e
órgãos de natureza jurídica e de natureza
política.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• Acontece que, na prática, não é o OSC que
decide, mas os órgãos técnicos, em razão do
CONSENSO NEGATIVO, que passou a ser adotado
no OSC.
• Por isso,
• Com a criação da OMC, houve substancial ganho
de juridicidade, uma vez que os órgãos jurídicos
passaram a prevalecer sobre o órgão político.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• O Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) é
composto pelos representantes de todos os
membros da OMC.
• Ele é o Conselho Geral da OMC, órgão político
da organização, investido nessa função.
• NÃO JULGA A CONTROVÉRSIA (isso cabe aos
grupos especiais e ao OPA)
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• OSC é o órgão executivo. Cabe a ele:
• 1) Estabelecer grupos especiais quando lhe é solicitado
por um dos membros da OMC;
• 2) Adotar os relatórios elaborados pelos painéis e pelo
OPA;
• 3) Fiscalizar a implementação das decisões e
recomendações adotadas;
• 4) Autorizar a aplicação de contramedidas pela parte
vencedora contra a parte recalcitrante.
• Adota o método do consenso negativo (ou consenso
invertido): uma decisão para bloquear qualquer das
etapas do procedimento deve ser adotada por consenso.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• As recomendações do grupo especial (painel) e
do OPA não constituem sentença arbitral ou
judicial.
• Só adquirem valor jurídico após sua adoção
pelo OSC.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• Competência ratione personae:
• O SSC é reservado aos MEMBROS da OMC.
• Dessa forma, os conflitos, via de regra, serão
submetidos por ESTADOS.
• Particulares não podem recorrer ao sistema.
• Indivíduos e ONGs têm sido aceitos como
amicus curiae.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• Membros que tenham interesse concreto na
questão, embora não tenham sido afetados pela
medida contestada, possuem legitimidade para
participar como terceiras partes.
• Esses terceiros podem ser ouvidos pelo painel e
apresentar comunicações escritas, ora suportando
o reclamante, ora o reclamado, de acordo com
seus próprios interesses.
• Não possuem legitimidade, no entanto, para
apelar, comentar os relatórios dos especialistas,
nem retaliar.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• Etapas:
• 1) consultas;
• 2) grupo especial;
• 3) recurso ao OPA;
• 4) aprovação da recomendação pelo OSC;
• 5) implementação da recomendação;
• 6) controle sobre a implementação;
• 7) aplicação de contramedidas em caso de não
implementação;
• 8) arbitragem sobre a adequação da contramedida
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 1) Consultas
• Procedimento prévio e obrigatório
• A grande maioria dos casos é resolvida nessa fase.
• Pedido de consultas deve ser feito por escrito e
notificado ao OSC e aos Conselhos e Comitês
relativos à matéria de consulta.
• Parte consultada tem 10 dias para responder e 30
dias para proceder à consulta.
• Se não responder, o reclamante pode solicitar, por
escrito, ao OSC, o estabelecimento de um painel.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• 1) Consultas
• Documentos fornecidos são confidenciais.
• Se, em 60 dias (os prazos podem ser mais curtos
para casos de emergência, como os que envolvem
produtos perecíveis), não se chegar a um acordo, o
reclamante pode solicitar, por escrito, ao OSC, o
estabelecimento de um painel.
• Uma vez concluídas as consultas, NÃO HÁ PRAZO
PARA FAZER O PEDIDO DE ESTABELECIMENTO DO
PAINEL.
• NÃO HÁ PRESCRIÇÃO.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 2) Grupo especial (painel)
• Se o Estado que requereu consultas não estiver satisfeito
com elas, pode solicitar ao OSC o estabelecimento de
um grupo especial (art. 6)
• OSC só pode se recusar a estabelecê-lo por consenso
negativo (todos os membros devem votar contra o
estabelecimento do grupo especial ou se abster).
• 3 integrantes (ou 5, se as partes preferirem) que não
poderão ter a nacionalidade de nenhuma das partes.
• Confidencialidade, imparcialidade e independência.
• Analisa questões DE FATO e DE DIREITO.
• Não pode apreciar extra petita a questão.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 2) Grupo especial (painel)
• Competência ratione materiae:
• É delimitada pelo termo de referência, explicitado no
requerimento ao OSC para a instalação do painel.
• Não pode analisar medidas adotadas posteriormente ao
termo de referência.
• Apenas o relatório definitivo será encaminhado aos
membros da OMC e se tornará público.
• Se nenhuma das partes manifestar sua intenção de
apelar, o relatório definitivo será encaminhado para a
adoção do OSC.
• Até lá, não possui valor jurídico, sendo considerado
como “não adotado”.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 3) Recurso ao Órgão Permanente de Apelação
(OPA)
• Qualquer das partes pode recorrer em 60 dias
ao OPA.
• Recurso exclusivo do reclamado e do
reclamante.
• Terceiro interessado não pode apelar.
• OPA se limita as matérias arguidas no grupo
especial.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 3) Recurso ao Órgão Permanente de Apelação
(OPA)
• OPA é composto por 7 juízes, que atuam de modo
independente. (inovação com relação ao SSC do
GATT)
• Critério geográfico. Não podem ter a nacionalidade
das partes. Não podem ter vínculos com os
governos.
• Para cada caso, são designados 3 juízes.
• Deliberam por maioria.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• 3) Recurso ao Órgão Permanente de Apelação
(OPA)
• Pode confirmar, modificar ou revogar as decisões
do grupo especial.
• Só analisa questões DE DIREITO ou de
interpretação jurídica.
• Não analisa questões de fato, como, por exemplo,
se houve ou não prejuízo.
• Recomendações prolatadas em até 60 dias,
prorrogáveis por mais 30.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 3 ou 4) Adoção do relatório do grupo especial
ou do OPA pelo OSC
• Consenso negativo (grande inovação com
relação ao GATT)
• Autorização, na prática, é quase automática.
• Com a adoção, o relatório passa a ser
obrigatório para as partes em litígio.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• 4 ou 5) Implementação do relatório
• A partir da adoção do relatório pelo OSC, o
membro ao qual se destina a decisão deverá
informar, em 30 dias, sua intenção de
implementar as recomendações formuladas.
• Se o membro não puder cumpri-las
imediatamente, pode propor um prazo aceito
pelo OSC ou pelas partes.
• O prazo será definido por arbitragem, se não
houver acordo.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 4 ou 5) Implementação do relatório
• Período máximo para a implementação
costuma ser de 15 meses, mas pode ser
estendido, dependendo do caso concreto.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 5 ou 6) Controle sobre a implementação
• Se a parte lesada considerar que a parte faltosa
não está cumprindo a decisão, pode requerer
instauração de novo grupo especial.
• O ideal é que o grupo seja composto pelos
mesmos especialistas que analisaram o litígio.
• Da decisão do grupo especial cabe recurso ao OPA.
• Se for constatado que a decisão não foi cumprida,
a parte lesada pode exigir reparação pelos
prejuízos sofridos desde a adoção do relatório pelo
OSC.
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 5 ou 6) Controle sobre a implementação
• Verificado que não houve implementação:
• I - O membro derrotado pode oferecer medidas
compensatórias em outro setor.
• II – Ou ...
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 6 ou 7) Aplicação de contramedidas
• Caso a parte faltosa se recuse a reparar o dano, ou se a
parte vencedora recusar as medidas compensatórias
oferecidas, a parte lesada pode pedir autorização ao
OSC para impor retaliações (contramedidas) - 20 dias
após o fim do prazo razoável.
• Regra do consenso negativo.
• As contramedidas não têm caráter punitivo, mas
compensatório e instrumental.
• Visam a compensar o dano sofrido pelo
descumprimento da decisão e a forçar o estado faltoso a
cumpri-la.
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• 6 ou 7) Aplicação de contramedidas
• DEVEM SER PROPORCIONAIS ao prejuízo sofrido. Não
pode ser causado, ao membro derrotado, um prejuízo
maior que o causado ao membro vencedor.
• São temporárias.
• Em primeiro lugar, o membro buscará suspender
concessões ou obrigações relativas ao mesmo setor
econômico em que foi constatada a infração.
• Em segundo lugar, outros setores abrangidos pelo
mesmo acordo.
• Em terceiro lugar, em qualquer outro setor ou acordo.
(Retaliação cruzada)
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• 6 ou 7) Aplicação de contramedidas
• A retaliação cruzada será adotada, portanto,
em casos excepcionais, quando uma retaliação
no mesmo setor econômico for ineficaz ou
impraticável.
• Não existe retaliação coletiva, o que pode
dificultar a implementação de decisões por
parte de países de menor desenvolvimento
relativo.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Sistema de solução de controvérsias da


da OMC
• 7 ou 8) Arbitragem sobre a adequação das
contramedidas
• Caso o reclamado considere desproporcionais ou de
outro modo inadequadas as contramedidas, poderá
recorrer à arbitragem.
• O ideal é que o comitê de arbitragem seja composto
pelos mesmos especialistas que compuseram o grupo
especial de implementação.
• O comitê de arbitragem limita-se a determinar se o nível
das contramedidas é proporcional.
• Decisão é proferida em até 60 dias e é definitiva.
• Enquanto a arbitragem não chegue a seu termo,
nenhuma contramedida pode ser aplicada.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Sistema de solução de controvérsias


da OMC
• A QUALQUER MOMENTO do procedimento, as
partes podem, de comum acordo, suspender os
trabalhos, a fim de negociar uma solução para
o conflito.
• Podem, ainda, a qualquer momento, solucionar
a questão por meio de bons ofícios (art.5 ESC)
• Podem também, a qualquer momento e de
comum acordo, submeter a questão à
ARBITRAGEM. Art. 25 do ESC
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Caso do Algodão (Brasil Vs EUA) DS-267


• Encerramento do Contencioso entre Brasil e Estados Unidos sobre o
algodão na OMC (DS267)
• 01/10/2014 - O Brasil e os Estados Unidos assinaram hoje, em
Washington, Memorando de Entendimento relativo ao Contencioso do
Algodão (DS 267), dando por encerrada, de forma exitosa, uma disputa
que se estendia há mais de uma década.
• Nos termos do Memorando assinado hoje, os Estados Unidos se
comprometeram a efetuar ajustes no programa de crédito e garantia à
exportação GSM-102, que passará a operar dentro de parâmetros
bilateralmente negociados, propiciando, assim, melhores condições de
competitividade para os produtos brasileiros no mercado internacional. O
entendimento bilateral inclui pagamento adicional de US$ 300 milhões,
com flexibilização para a aplicação dos recursos, o que contribui para
atenuar prejuízos sofridos pelos cotonicultores brasileiros.
• O acordo firmado se restringe apenas ao setor cotonicultor e preserva
intactos os direitos brasileiros de questionar ante a OMC, caso necessário,
a legalidade da Lei Agrícola norte-americana quanto às demais culturas.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Brasil vs Indonésia (DS-484) – carne de frango

• On 16 October 2014, Brazil requested consultations


with Indonesia concerning certain measures imposed
by Indonesia on the importation of meat from fowls of
the species Gallus domesticus and products from fowls
of the species Gallus domesticus.
• On 22 February 2016, Brazil requested the Director-
General to compose the panel. On 3 March 2016, the
Director-General composed the panel.
• On 31 August 2016, the Chairperson of the panel
informed the DSB that the panel expected to issue its
final report to the parties by early April 2017, in
accordance with the timetable adopted after
consultation with the parties.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Brasil vs Indonésia (DS-506) – Carne bovina

• On 4 April 2016, Brazil requested


consultations with Indonesia regarding certain
measures imposed by Indonesia on the
importation of meat from cattle of the species
Bos taurus.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
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Brasil vs Tailândia (DS-507) – açúcar

• On 4 April 2016, Brazil requested


consultations with Thailand regarding the
alleged subsidies provided by Thailand to the
sugar sector.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
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Japão vs Brasil (DS-497)


• On 2 July 2015, Japan requested consultations with Brazil
with respect to certain measures concerning taxation and
charges in the automotive sector, the electronics and
technology industry, and tax advantages for exporters.
• Following the agreement of the parties, the panel was
composed on 29 September 2015.
• On 22 October 2015, the Chairperson of the panel notified
the DSB that the panel in this dispute was composed with
the same persons as the panel in DS472. The Chairperson
also notified the DSB that pursuant to Article 9.3 and in
agreement with the parties, this dispute and DS472
are
following a harmonized procedure.
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PROFESSOR PEDRO SLOBODA
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UE Vs Brasil (DS-472)
• Dez. 2013 – pedido de consultas relativas ao sistema de
tributação de automóveis e eletrônicos (IPI reduzido) e à Zona
Franca de Manaus.
• 2014 – “União Europeia denuncia formalmente Brasil na
Organização Mundial do Comércio”.
• Panel established, but not yet composed on 17 December 2014.
https://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds472_
e.htm
• Questiona, principalmente, o Programa Inovar Auto, que tem
validade até 2017, e que oferece descontos de IPI a montadoras
que se comprometem com planos de investimento no Brasil.
• Exigência de conteúdo local – UE considera as medidas
discriminatórias.
• UE desistiu de questionar as vantagens fiscais concedidas à ZFM.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
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UE Vs Brasil (DS-472)
• 11/11/16:
• ”A Organização Mundial do Comércio (OMC) condena
a política industrial brasileira e exige que políticas de
incentivos fiscais e redução de IPI (imposto sobre
produtos industrializados) adotados ainda pelo
governo de Dilma Rousseff sejam abandonadas, pelo
menos da forma que são aplicadas. O governo
brasileiro poderá recorrer da decisão. Mas a decisão é
um dos maiores golpes já sofridos pelo Brasil no
organismo internacional.”
• Fonte: Estadão
• Relatório do Grupo Especial
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
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UE Vs Brasil (DS-472)
• As regras da OMC estabelecem exceções para
estímulo à inovação tecnológica e a
instrumentos de proteção ao meio ambiente.
• A defesa brasileira foca nesses aspectos.
• Por isso, a ZFM foi deixada de fora. Ela
consiste em uma forma de promover
crescimento econômico e justiça social,
mantendo a floresta em pé.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 06

Brasil vs EUA (DS-514) - laminados

• On 11 November 2016, Brazil requested


consultations with the United States
concerning the imposition of certain
countervailing measures imposed by the
United States with respect to cold- and hot-
rolled steel flat products from Brazil, and
certain aspects of the investigations
underlying those measures.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 06

Brasil vs Canadá (DS-522) – aviões


• On 8 February 2017, Brazil requested consultations with
Canada with respect to measures concerning trade in
commercial aircraft.
• Brazil claimed that the measures appear to be inconsistent
with:
• Articles 3.1(a), 3.1(b), 3.2, 5(c), 6.3(a), 6.3(b), 6.3(c), 6.4 and
6.5 of the SCM Agreement.
• On 23 February 2017, Japan requested to join the
consultations. On 24 February 2017, the European Union
and the United States requested to join the consultations.
Subsequently, Canada informed the DSB that it had
accepted the requests of the European Union, Japan and
the United States to join the consultations.
DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO – REVISÃO
PROFESSOR PEDRO SLOBODA
AULA 06

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DIREITO INTERNACIONAL AVANÇADO
PROF. PEDRO SLOBODA

CURSO DE REVISÃO – AULA 06

Mercosul/União Europeia/OMC

Questões inéditas

Questão 1

Sobre o funcionamento da União Europeia, julgue (C ou E) os itens a seguir:

a) A Comissão Europeia e o Conselho Europeu são os órgãos com poder legiferante no direito da União
Europeia, atuando, no mais das vezes, em sistema de co-decisão.
b) O Parlamento Europeu é o órgão de representação dos cidadãos da União Europeia e, desde 1979, é
composto por parlamentares eleitos por voto direto, secreto e universal. Apesar do nome, contudo,
o Parlamento não tem poder decisório, salvo para questões orçamentárias.
c) As diretivas são parte da normativa derivada da União Europeia e, em razão da supranacionalidade
que pauta o processo de integração europeu, têm aplicabilidade imediata no direito interno dos
estados.
d) De acordo com o Tratado da União Europeia, o acordo de retirada de qualquer membro entrará em
vigor após ser ratificado por todos os estados partes, de acordo com os respectivos procedimentos
constitucionais.

Questão 2

Sobre o Tribunal de Justiça da União Europeia, julgue (C ou E) os itens subsequentes:

a) O Tribunal de Justiça da União Europeia é formado por três jurisdições: o Tribunal de Justiça, o
Tribunal Geral e o Tribunal da Função Pública.
b) O Tribunal de Justiça da União Europeia decide, a título prejudicial, a pedido dos órgãos
jurisdicionais nacionais, sobre a interpretação do direito da União ou sobre a validade dos atos
adotados pelas instituições.
c) É admitida ação de omissão no TJUE diante de inércia injustificada por parte das instituições
comunitárias.
d) Pessoas físicas e jurídicas têm acesso direto ao Tribunal de Justiça da União Europeia.

Questão 3

Sobre a estrutura institucional do Mercosul, julgue os itens a seguir:

a) O Conselho Mercado Comum é o órgão superior do Mercosul e é a ele que cabe exercer a
titularidade da personalidade jurídica da organização.
b) São órgãos com capacidade decisória, de natureza intergovernamental, o Conselho do Mercado
Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de Comércio do Mercosul.
c) No Dia do Mercosul Cidadão deve haver, de forma simultânea em todos os estados partes do
Mercosul, a eleição, por voto direto, secreto e universal, dos deputados no Parlasul.

professorpedrosloboda@gmail.com
d) O Parlamento pode solicitar pareceres consultivos ao Tribunal Permanente do Mercosul mediante
autorização do Grupo Mercado Comum.

Questão 4

Sobre o sistema de solução de controvérsias do Mercosul, julgue os itens a seguir:

a) Diferentemente do procedimento perante o Grupo Mercado Comum, as negociações diretas


constituem fase obrigatória no sistema de solução de controvérsias no Mercosul.
b) Estados membros suspensos do Mercosul não podem recorrer ao sistema de solução de
controvérsias, principalmente em razão da limitação ratione materiae limitada a comércio das
instâncias jurisdicionais da organização.
c) Os Tribunais Arbitrais Ad Hoc e o Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul podem julgar uma
controvérsia ex aequo et bono, se as partes com isso concordarem.
d) O procedimento especial para medidas de urgência nunca foi invocado perante o Tribunal
Permanente de Revisão.

Questão 5

Com relação à OMC, julgue os itens a seguir:

a) Apenas estados podem ser membros da OMC.


b) O sistema da subscrição integral, criado pela Rodada Doha, foi abandonado na mesma rodada, em
razão de sua ineficácia.
c) A cláusula de nação mais favorecida, que não comporta exceções, foi inserida no direito material da
OMC como importante inovação com relação ao GATT 47.
d) Recentemente, o Brasil logrou importante vitória em controvérsia iniciada por União Europeia e
Japão no sistema de solução de controvérsias da OMC.

Questão 6

Sobre o sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio, julgue (C ou E) os itens a


seguir:

a) Os relatórios dos painéis da OMC têm natureza jurídica de laudo arbitral.


b) No sistema de solução de controvérsias de natureza híbrida da OMC, a regra do consenso negativo
assegura a prevalência do legalismo sobre o pragmatismo, em contraste com o que ocorria no
âmbito do GATT de 1947.
c) A faculdade de aplicar medidas compensatórias é reservada a todos os estados que se sintam
lesados com a violação de uma norma de direito material da OMC.
d) Embora não tenham acesso direto ao sistema de solução de controvérsias da OMC, indivíduos e
ONGs podem atuar como amicus curiae no Órgão Permanente de Apelação.

6- ECEC
5 -EEEE
4–CECE
3–CCCE
2–CCCC
1–EEEE
GABARITO
QUESTÕES ANTERIORES

(CACD 2008) Segundo a doutrina da integração regional, que se desenvolve com a disseminação e o
aprofundamento dos blocos econômicos, o MERCOSUL recebe a classificação de união aduaneira imperfeita.
Tal classificação justifica-se porque:

A) há expressa previsão legal a esse respeito, conforme definido no preâmbulo do Código Aduaneiro do
MERCOSUL.
B) há um regime de exceções tributárias decorrente das assimetrias internas que impede a aplicação de
um único imposto aduaneiro, comum a todos os países-membros do bloco regional.
C) essa união aduaneira não dispõe de personalidade jurídica internacional, sendo reconhecida apenas no
MERCOSUL como um todo, conforme previsto no Protocolo de Ouro Preto.
D) não existe, no MERCOSUL, livre circulação de trabalhadores, com direito de estabelecimento, como
ocorre na União Européia.
E) sua tarifa externa comum (TEC) é ainda muito elevada e incompatível com os padrões internacionais
de liberalização comercial.

(CACD 2008) O Brasil é um dos mais freqüentes usuários do sistema de solução de controvérsias da
Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual foi dinamizada e fortalecida com a adesão recente de
importantes países. Com relação à OMC, julgue (C ou E) os itens subseqüentes.

A) O sistema de solução de controvérsias da OMC corresponde à forma arbitral de composição de


conflitos e, como tal, não é passível de pedido recursal.
B) As decisões contidas nos relatórios dos panels só se aplicam mediante a manifestação favorável de
todos os membros da organização, levando-se em consideração a regra basilar do direito internacional
público, que é o consenso.
C) As conclusões dos relatórios finais dos panels conformam decisões estritamente jurídicas e
independem de qualquer convalidação política.
D) Cuba e a República Popular da China, membros plenos da OMC, submetem-se ao sistema de solução
de controvérsias dessa organização.

(CACD 2011) Assinale a opção correta a respeito da atuação diplomática brasileira na condução de
contenciosos internacionais, em particular no que concerne às controvérsias no âmbito da Organização
Mundial do Comércio (OMC).

A) A cláusula que dispõe sobre a nação mais favorecida, avanço introduzido na transição do Acordo
Geral de Tarifas e Comércio para a OMC, constitui um dos princípios diretores do sistema
multilateral de comércio.
B) Os relatórios dos painéis, com poder de decisão arbitral, são, além de irrecorríveis, compulsórios a
todos os Estados- membros da OMC.
C) No caso das aeronaves regionais, que envolveu a Empresa Brasileira de Aeronáutica e a empresa
canadense Bombardier, as partes não exerceram o direito de retaliação que lhes foi garantido pela
OMC.
D) Ainda debutante na máxima instância do sistema multilateral de comércio, a China, apesar de sua
atuação agressiva na busca de novos mercados e de inserção internacional, ainda não participou de
nenhum caso no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC.
E) O consenso invertido, regra adotada na instauração da OMC, favoreceu, não obstante seus propósitos
de legalidade, a prevalência de decisões políticas sobre decisões jurídicas.

(CACD 2014) Acerca da tipologia normativa e da forma de aplicação do direito da União Europeia, julgue (C
ou E) os próximos itens.

A) Considerados os critérios distintivos do alcance e da abrangência, os regulamentos são normas


genéricas e de caráter multilateral que obrigam pessoas, empresas e Estados, ao passo que as diretivas
são normas de natureza bilateral, com preceitos direcionados a um específico Estado-membro.
B) Regulamentos têm características de primazia, de efeito direto e de aplicação imediata.
C) O direito da União Europeia é aplicado, com exclusividade, pelo Tribunal de Justiça da União
Europeia, que prolata decisões vinculantes com relação a todos os Estados-membros.
D) O direito da União Europeia apresenta, além de normas originárias, representadas pelos tratados
instituidores, as normas derivadas, das quais se destacam os regulamentos e as diretivas por serem os
mais empregados.

GABARITO
1–B
2–EEEC
3–C
4–ECEC

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