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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO DA ___VARA

CIVEL DA COMARCA DE NAZARÉ-BA.

Joana, sobrenome, profissão, nacionalidade, estado civil, endereço eletrônico, portadora


do RG n° XXX e XXX, inscrita no CPF sob o n° XXX e XX, filha de Arthur
sobrenome e Juliete Sobrenome, residente e domiciliada na Rua XXX, em Muniz
Ferreira-BA, BEM COMO, Pedro sobrenome, profissão, nacionalidade, estado civil,
endereço eletrônico, portador do RG n° XXX e XXX, inscrito no CPF sob o n° XXX
e XX, filho de Arthur sobrenome e Juliete Sobrenome, residente e domiciliado na Rua
XXX, em Muniz Ferreira-BA, ambos vem por sua advogada in fine, devidamente
constituída mediante instrumento de procuração anexo (doc. 01), profissional
regularmente inscrito na Seção da OAB/XX, com escritório profissional situado XXX,
nº XXX bairro XXX , em XXX telefone: XXX, e-mail: XXX, local onde recebe
intimação, notificação e qualquer outra comunicação dos atos do processo, mui
respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, para propor

AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO

Em face de:

Arthur, sobrenome, profissão, nacionalidade, estado civil, endereço eletrônico,


portador do RG n° XXX e XXX, inscrito no CPF sob o n° XXX e XX, residente e
domiciliado na Rua XXX, em Muniz Ferreira-BA,

Juliete, sobrenome, profissão, nacionalidade, estado civil, endereço eletrônico,


portadora do RG n° XXX e XXX, inscrita no CPF sob o n° XXX e XX, residente e
domiciliada na Rua XXX, em Muniz Ferreira-BA, bem como,

Felipe, sobrenome, profissão, nacionalidade, estado civil, endereço eletrônico,


portador do RG n° XXX e XXX, inscrito no CPF sob o n° XXX e XX, residente e
domiciliado na Rua XXX, em XXX-XX.

PRELIMINARES:

DO CABIMENTO

O imóvel, objeto da presente ação de nulidade do negócio jurídico, encontra-se na


cidade de Muniz Ferreira-BA, conforme prova documental acostada aos autos, a
cidade em aduzida pertence a comarca de Nazaré-BA, o que consequentemente, este é
competente para julgar, bem como diligenciar a presente lide, conforme enseja o
artigo 47 do Código de processo civil.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA:

Requer aos Autores, a concessão do benefício da justiça gratuita eis que sendo pessoas
no estado de vulnerabilidade social, não dispõem de condições financeiras suficiente
para custear a demanda com o pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios sem prejuízo do sustento próprio bem como da sua família, com
fundamento na lei 1.060/50 c/c 7.115/83 e na atual Carta Política.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

No liminar disposto no artigo 319, VII do Código de Processo Civil, vem a parte Autora
informar que tem NÃO tem interesse na audiência de conciliação ou mediação.

I- FATOS:

Pedro e Joana moradores de Muniz Ferreira- Bahia, são filhos de Artur e Juliete,
residentes no mesmo município.

Nesse segmento, Arthur e Juliette, além de serem país Joana e Pedro, são pais de Felipe,
outro filho em comum do casal.

Diante disso, na esperança de ajudar seu filho Felipe que até a presente data não possuía
casa própria promoveu um negócio jurídico, qual seja vendeu-lhe um imóvel sem a
aceitação dos demais descendentes.

A casa fora vendida, com um importe equivalente a R$180.000,00 (cento e oitenta mil
reais).

Nesse diapasão, fora constituído todo trâmite na realização do negócio jurídico, onde
realizaram registro do negócio em escritura pública, junto ao cartório de notas daquele
município, em 15/12/2018.

Acontece que, os autores estão totalmente insatisfeitos, vez que não foram comunicados
a respeito do presente ato, e consequentemente não aceitam a presente venda.
Isto posto, observando que ambos foram desrespeitados, bem como, diante da venda
inferior do imóvel, visto que o valor real do bem é equivalente R$ 380.000,00 (trezentos
e oitenta mil reais). Não restou outra alternativa senão a propositura da presente ação.

III - FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Fora acordado entre os réus o presente contrato de compra e venda, negócio jurídico
este que é anulável, uma vez que o artigo 496 aborda que é fundamentável a
concordância dos descendentes e do cônjuge em razão de venda de bens de ascendente
para descendente, vejamos:

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a


descendente, salvo se os outros descendentes e o
cônjuge do alienante expressamente houverem
consentido.

Diante do fato aduzido, verifica-se que não houve concordância dos descendentes.
Logo, consequentemente, tal negócio jurídico torna-se anulável. No cristalino da
concordância anulável, verificamos o artigo 104, III do código civil, que diz:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Nesse diapasão, vejamos que o mencionado negócio jurídico realizado é invalido,
conforme já fora demostrada o impedimento já mencionado no artigo  496 do Código
Civil.

Urge ressaltar que, a presente nulidade tem como objetivo segurar o direito dos
descendentes que serão consequentemente, prejudicado pelo fato da venda, visto que
apesar de serem herdeiros legítimos do bem, assim como o comprador, a venda sem
anuência dos Autores caracterizaria um prejuízo no que se trata no direito de sucessão.

A jurisprudência demostra de forma eficaz a concordância com a anulação do negócio


em decorrência da ausência das anuências’, vejamos:

EMENTA
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATOS
JURÍDICOS CUMULADA COM CANCELAMENTO DE REGISTRO PÚBLICO. VENDA DE
BEM. ASCENDENTE A DESCENDENTE. INTERPOSTA PESSOA. NEGÓCIO JURÍDICO
ANULÁVEL. PRAZO DECADENCIAL DE 2 (DOIS) ANOS PARA ANULAR O ATO. 1. Ação
declaratória de nulidade de atos jurídicos cumulada com cancelamento de registro
público, por meio da qual se objetiva a desconstituição de venda realizada entre
ascendente e descendente, sem o consentimento dos demais descendentes, em
nítida inobservância ao art.  496  do  CC/02. 2. Ação ajuizada em 09/02/2006. Recurso
especial concluso ao gabinete em 03/04/2017. Julgamento:  CPC/73. 3. O propósito
recursal é definir se a venda de ascendente a descendente, por meio de interposta
pessoa, é ato jurídico nulo ou anulável, bem como se está fulminada pela decadência
a pretensão dos recorridos de desconstituição do referido ato. 4. Nos termos do
art.  496  do  CC/02, é anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
5. O STJ, ao interpretar a norma inserta no artigo  496  do  CC/02, perfilhou o
entendimento de que a alienação de bens de ascendente a descendente, sem o
consentimento dos demais, é ato jurídico anulável, cujo reconhecimento reclama: (i)
a iniciativa da parte interessada; (ii) a ocorrência do fato jurídico, qual seja, a venda
inquinada de inválida; (iii) a existência de relação de ascendência e descendência
entre vendedor e comprador; (iv) a falta de consentimento de outros descendentes; e
(v) a comprovação de simulação com o objetivo de dissimular doação ou pagamento
de preço inferior ao valor de mercado. Precedentes. 6. Quando ocorrida a venda
direta, não pairam dúvidas acerca do prazo para pleitear a desconstituição do ato,
pois o CC/02 declara expressamente a natureza do vício da venda – qual seja, o de
anulabilidade (art. 496) –, bem como o prazo decadencial para providenciar a sua
anulação – 2 (dois) anos, a contar da data da conclusão do ato (art. 179). 7. Nas
hipóteses de venda direta de ascendente a descendente, a comprovação da
simulação é exigida, de forma que, acaso comprovada que a venda tenha sido real, e
não simulada para mascarar doação – isto é, evidenciado que o preço foi realmente
pago pelo descendente, consentâneo com o valor de mercado do bem objeto da
venda, ou que não tenha havido prejuízo à legítima dos demais herdeiros –, a mesma
poderá ser mantida. 8. Considerando que a venda por interposta pessoa não é outra
coisa que não a tentativa reprovável de contornar-se a exigência da concordância
dos demais descendentes e também do cônjuge, para que seja hígida a venda de
ascendente a descendente, deverá ela receber o mesmo tratamento conferido à
venda direta que se faça sem esta aquiescência. Assim, considerando anulável a
venda, será igualmente aplicável o art.  179  do  CC/02, que prevê o prazo decadencial
de 2 (dois) anos para a anulação do negócio. Inaplicabilidade dos arts.   167,  § 1º,  I,
e  169  do  CC/02. 10. Na espécie, é incontroverso nos autos que a venda foi efetivada
em 27/02/2003, ao passo que a presente ação somente foi protocolizada em
09/02/2006. Imperioso mostra-se, desta feita, o reconhecimento da ocorrência de
decadência, uma vez que, à data de ajuizamento da ação, já decorridos mais de 2
(dois) anos da data da conclusão do negócio. 11. Recurso especial conhecido e
provido.

Portanto, conforme o dispositivo acima aduzido, em decorrência da venda realizada


entre Ascendente e Descendentes, conclui-se que é obrigatório o consentimento dos
demais descendentes, vez que são herdeiros necessários, sob pena de anulabilidade do
negócio jurídico. Logo, não restou outra alternativa senão propor a presente ação,
diante da ausência da anuência dos descendentes.

V- DOS PEDIDOS
Ante todo exposto requer:
1) A citação das partes contrárias ARTHUR XXX E JULIETE XXX para, querendo,
responder aos termos desta Ação, no prazo legal, sob pena de revelia ou confissão.
2) Manifesta sua opção ao NÃO interesse pela audiência de conciliação e mediação.
3) Requer o deferido ao pedido da justiça gratuita, vez que não tem condições de arcar
com as custas processuais
4.0) Requer subsidiariamente:
4.1) A procedência do pedido dos autores para anular o negócio jurídico proferido
entre os réus, nos termos dos artigos 104, III e artigo 496 do Código Civil e;
4.2) Requer também seja anulada a escritura pública do contrato de compra e venda,
junto ao cartório competente.

5) Procedência da Ação, para que sejam declaradas como nulas as cláusulas abusivas e
ilegais:
6) Condenação dos réus com o ônus de sucumbências, sejam honorários advocatícios e
custas processuais. (com honorários em 20% sob o valor da causa)
8) requer por fim, a inversão do ônus da prova, conforme disposto no artigo  6,
inciso VIII da lei 8.078/90, vez que pelos meios probatórios admitidos em Direito,
bem como, as juntadas de documentos, poderá complementar os fatos aduzidos.
Valor da causa
Atribui-se o valor da causa de R$ 380.000,00 (Trezentos e Oitenta mil reais)
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Local| Data.
Advogada
OAB/XX

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