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INFECÇÕES EM
CIRURGIA CARDÍACA
DIOGO ASSIS SOUZA
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR – HOSPITAL DE BASE
INTRODUÇÃO
• Foi realizado uma extensa pesquisa em vários Bancos de Dados acadêmicos, a fim de buscar
as evidências mais recentes e atualizadas sobre o tema.
• Dentre os principais Guidelines que envolvem esse conteúdo, três tiveram mais destaque:
• Pré-operatório
• Intraoperatório
• Pós-Operatório
PRÉ-OPERATÓRIO
• Exames complementares
• Covid:
• PCR-COVID: Obter teste de PCR, se disponíveis, em todos os pacientes de cirurgia cardíaca
(recomendação de classe I; nível de evidência = A).
• TC/RX: TC de tórax demonstra características radiográficas típicas em quase todos os pacientes
com COVID-19, incluindo opacidades em vidro fosco, consolidação em placas multifocal e/ou
alterações intersticiais com uma distribuição periférica.
• Hemograma:
• Hb e Ht: além da anemia, baixos níveis de ferritina foram associados a taxas aumentadas de
infecções pós-operatórias.
• Leucócitos: Todas as infecções extratorácicas à distância devem ser tratadas antes de procedimentos
cirúrgicos cardíacos se o procedimento puder ser adiado com segurança (Recomendação de Classe I;
Nível de Evidência = C).
PRÉ-OPERATÓRIO
Antissepsia:
• Higiene das mãos antes e depois do contato com paciente: água e sabão ou desinfetante
alcoólico.
• Profissionais de saúde se sentem mais protegidos e confiantes em agir quando tem as mãos
higienizadas.
• Os produtos AHD têm efeitos antimicrobianos rápidos e são tão eficazes quanto
a clorexidina contra organismos gram-positivos e gram-negativos, bem como patógenos virais,
incluindo influenza.
• Método OMS (6 etapas) é mais efetivo que o Método CDC (3 etapas).
PRÉ-OPERATÓRIO
Antissepsia:
• Luvas reduzem a probabilidade de colonização do profissional de saúde por microrganismos de um
paciente que está colonizado ou infectado por organismos patogênicos.
• O uso de duas luvas e a substituição da luva externa deve ser incentivado para diminuir os riscos
de infecção em todo momento da cirurgia, principalmente ao contato com a pele do paciente,
mesmo após o uso de desinfetantes tópicos.
PRÉ-OPERATÓRIO
Antissepsia:
• Nenhum estudo demonstrou uma associação entre a contaminação de roupas e a transmissão de
patógenos aos pacientes.
Antissepsia:
• Um banho pré-operatório com clorexidina só demonstrou reduzir a contagem de bactérias na
ferida, mas não está associado a níveis significativos de eficácia.
• A limpeza pré-operatória da pele com preparações à base de clorexidina são superiores às
preparações à base de povidona.
• Realize um banho ou ducha de clorexidina na noite anterior à cirurgia (Recomendação de Classe
IIb; Nível de evidência = B).
• Uma meta-análise dos protocolos de preparação e depilação da pele indica que é preferível cortar
a barbear (com uso de lâmina).
• O momento da remoção do cabelo também é importante; as taxas mais baixas de ISC foram
observadas quando o cabelo foi removido imediatamente antes da incisão cirúrgica.
PRÉ-OPERATÓRIO
Antissepsia:
• A área de trabalho da anestesia e as mãos dos anestesistas foram identificadas como fontes de
infecção gram-negativa adquirida em hospital.
• O uso de luvas duplas com a remoção do conjunto superior de luvas imediatamente após a
passagem do tubo endotraqueal reduziu a propagação do corante indicador.
• Um estudo usando corante indicador fluorescente mostrou que o conteúdo oral do paciente se
espalha das mãos do anestesista para a maioria das áreas de superfície de trabalho próximas na sala
de cirurgia dentro de uma hora após a intubação endotraqueal.
PRÉ-OPERATÓRIO
• Dois estudos validam a redução dessas infecções em pacientes recebendo mupirocina. Recomenda-
se que a terapia tópica seja aplicada universalmente.
• Existem dados de nível IA que sugerem que as cefalosporinas com base no peso devem ser
administradas menos de 60 minutos antes da incisão na pele e continuadas por 48 horas após a
conclusão da SC. A incisão cirúrgica deve ser adiada para realizar a administração de antibióticos, se
necessário. Os antibióticos devem ser re-dosados em intervalos apropriados. Quando a cirurgia
dura mais de 4 horas, os antibióticos precisam ser reduzidos.
PRÉ-OPERATÓRIO
• Não use vancomicina como único antibiótico profilático para procedimentos cirúrgicos cardíacos
(recomendação de classe III; nível de evidência = B).
• A vancomicina deve ser administrada por via intravenosa entre 60 e 120 min antes da incisão e no
máximo por apenas 1 dose adicional quando usada com cefalosporina (Recomendação de Classe I; Nível
de Evidência = A).
• Um aminoglicosídeo deve ser adicionado por 1 pré-operatório e, no máximo, 1 dose adicional para
cobertura de gram-negativos quando a vancomicina é o antibiótico profilático primário. Recomenda-se
uma única dose pré-operatória ou, no máximo, uma segunda dose pós-operatória não superior a 4
mg/kg, pelo risco de Nefrotoxicidade. (Recomendação de Classe IIa; Nível de Evidência = C).
PRÉ-OPERATÓRIO
• Em resumo, recomendamos a
implementação de um pacote de cuidados
para incluir terapias intranasais tópicas para
erradicar a colonização estafilocócica,
infusão de cefalosporina por via intravenosa
dentro de 60 minutos após a cirurgia,
continue para procedimentos de mais de 4
horas e por não mais de 48 horas. A
dosagem com base no peso é recomendada
e a redefinição é indicada para
procedimentos > 4 horas. (Recomendação
de Classe I; Nível de Evidência = A).
PRÉ-OPERATÓRIO
INTRAOPERATÓRIO
Hipertermia:
• Estudos prospectivos de qualidade moderada demonstraram que, durante o reaquecimento com
circulação extracorpórea (CEC), a hipertermia (temperatura central> 37,9 ° C) está associada a
déficits cognitivos, infecção e disfunção renal. Qualquer hipertermia pós-operatória dentro de 24
horas após a cirurgia de revascularização do miocárdio foi associada a disfunção cognitiva em 4 a 6
semanas. O reaquecimento na CEC para normotermia deve ser combinado com o aquecimento
contínuo da superfície. Portanto, recomendamos evitar hipertermia durante o reaquecimento com
circulação extracorpórea (classe III, nível BR).
INTRAOPERATÓRIO
Ácido Tranexâmico:
• As transfusões de hemácias estão associadas a taxas aumentadas de ISC entre pacientes
hospitalizados. a transfusão restritiva (ou seja, em um nível de hemoglobina mais baixo) reduz o
risco de ISC
• Recomenda-se uma dose total máxima de 100 mg/kg. Com base nessa evidência, o ácido
tranexâmico ou ácido épsilon aminocapróico é recomendado durante procedimentos cirúrgicos
cardíacos com CEC (classe I, nível A) . Dosagens mais altas, entretanto, parecem estar associadas a
convulsões.
INTRAOPERATÓRIO
• A fixação esternal rígida traz benefícios em pacientes submetidos à esternotomia e deve ser
especialmente considerada em indivíduos de alto risco, como aqueles com alto índice de massa corporal,
radiação da parede torácica prévia, distúrbio pulmonar obstrutivo crônico grave, ou uso de esteróides. A
fixação esternal rígida pode ser útil para melhorar ou acelerar a cicatrização esternal e reduzir
complicações da ferida mediastinal (classe IIa, nível BR).
INTRAOPERATÓRIO
• O fechamento de um esterno com fraturas múltiplas usando a técnica de tecido Robicsek pode
prevenir deiscência esternal e infecção da ferida (Recomendação de Classe IIa; Nível de Evidência =
B).
PÓS-OPERATÓRIO
Controle Glicêmico:
• Controle glicêmico é recomendado com base em dados randomizados não específicos para
populações submetidas a SC e estudos observacionais de alta qualidade (classe I, nível BR).
• O analgésico não opioide mais seguro pode ser o paracetamol. O paracetamol intravenoso pode ser
melhor absorvido até que a função intestinal seja recuperada no pós-operatório. Quando adicionado aos
opioides, o paracetamol produz analgesia superior, um efeito poupador de opioides e ações antieméticas
independentes. A dosagem de paracetamol é de 1 g cada 8 horas.
• Medidas pós-operatórias, incluindo remoção de curativo estéril em 48 horas e lavagem diária da incisão
com clorexidina, são potencialmente benéficas.
• Antibióticos profiláticos pós-operatórios são administrados por 48 horas ou menos (classe IIa, nível B).
• As decisões sobre a continuação da profilaxia antibiótica não são guiadas pela presença de cateteres de
demora (incluindo drenos torácicos) (classe IIa, nível C).
• Administrar mupirocina intranasal dentro de 24 horas após a cirurgia e continuar por 5 dias em todos os
pacientes na ausência de teste de PCR negativo ou esfregaço nasal negativo para organismos
estafilocócicos (Recomendação de Classe I; Nível de Evidência = B).
• Esponjas de gentamicina reduziram significativamente a incidência de infecções de feridas superficiais e
profundas em 40% no principal estudo sobre o tema, porém é controverso e pouco usado.
• Os agentes antimicrobianos (ou seja, pomadas, géis, soluções, pós, curativos antimicrobianos) aplicados à
incisão cirúrgica fechada não parecem prevenir a ISC.
PÓS-OPERATÓRIO - RECOMENDAÇÕES
• Apesar do tema ser bastante amplo, sua importância permanece entre os principais
tópicos de debate em Cirurgia Cardíaca, sendo atualizado constantemente, necessitando
da reciclagem de práticas e questionar sempre novas hipóteses.
• O avanço na área de Prevenção de Infecções garantiu resultados melhores para cirurgias
muito complexas, dando novas oportunidades a pacientes terem uma sobrevida demaior
qualidade e com o menor número de sequelas possíveis.
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