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Faculdade de Ciências Médicas de Maricá, Curso Superior de Enfermagem
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Orientadora, Professora Assistente do Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências
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Orientador, Coordenador do Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas de Maricá.
Doutor em enfermagem - UFRJ/EEAN
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Abstract
This is a reflective study about the effects caused by remote teaching, adopted during the
Coronavirus pandemic period (SARS-CoV-2), on the mental health of undergraduate nursing
students at the Faculty of Medical Sciences of Maricá. From the contextualization of the
emergence and advances of the disease in Brazil, the study discusses the impacts experienced
by students from the adoption of the remote modality as an alternative for continuing
education. Using the phenomenological perception method, issues about stress, emotional
pressure, family environment and anxiety were discussed. When considering the entire
subjectivity of the university student, such as emotional, social and cultural aspects, one can
observe differences in the perception of remote learning and its psychological impacts.
Keywords: Academic Mental Health, Mental Health; Corona Virus, EAD; College students.
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Resumo
Trata-se de estudo reflexivo a respeito dos efeitos causados pelo ensino remoto, adotado
durante o período de pandemia do Coronavírus (SARS-CoV-2), na saúde mental de
estudantes de graduação em enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas de Maricá. A
partir da contextualização do surgimento e avanços da doença no Brasil, o estudo discute os
impactos vivenciados pelos discentes à partir da adoção da modalidade remota como
alternativa pra continuidade do ensino. Usando o método de percepção fenomenológica,
foram discutidas questões sobre estresse, pressão emocional, ambiente familiar e ansiedade.
Ao considerar toda a subjetividade do estudante universitário, como aspectos emocionais,
sociais e culturais, pode- se observar a diferenças na percepção sobre o ensino remoto e seus
impactos psicológicos.
Descritores: Saúde Mental Acadêmica, Saúde Mental, Corona Vírus, EAD, Universitários.
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Introdução
A pandemia causada pelo Sars-CoV-2 consiste em uma das maiores crises sanitárias
da humanidade. Sua mortalidade foi calculada inicialmente em até 14,8% em pessoas com
mais de 80 anos, e 1,3% para pessoas com idade superior há 50 anos 1. Demonstrando que a
idade avançada indicaria fator de risco para o desenvolvimento grave da doença. Atualmente
a taxa de mortalidade brasileira é de 256,5 óbitos por cem mil habitantes, registrando 2,8% de
letalidade2.
países pobres a se prepararem para combater a doença em seus territórios, de modo a evitar
fevereiro do mesmo ano4, e após um mês já contabilizava 2.988 casos e 77 mortes.5 Devido
suspenderam as aulas antes de registrar o primeiro caso da doença. A maioria dos estados
brasileiros (AC, AM, CE, DF, GO, MG, MS, MT, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC, SE)
suspenderam as aulas até o registro do décimo caso. Porém alguns estados (AL, BA, ES, SP)
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§ 1º O período de autorização de que trata o caput será de até trinta dias,
prorrogáveis, a depender de orientação do Ministério da Saúde e dos órgãos de
saúde estaduais, municipais e distrital.
§ 2º Será de responsabilidade das instituições a definição das disciplinas que
poderão ser substituídas, a disponibilização de ferramentas aos alunos que permitam
o acompanhamento dos conteúdos ofertados bem como a realização de avaliações
durante o período da autorização de que trata o caput.
§ 3º Fica vedada a aplicação da substituição de que trata o caput aos cursos de
Medicina bem como às práticas profissionais de estágios e de laboratório dos
demais cursos.7
presencial e o período pandêmico. Uma vez que existe dificuldade em conter os hábitos que
podem propagar a doença, além da estrutura das salas que em muitos casos se encontram
continuidade das aulas durante este período9. O Brasil seguiu este exemplo e a partir da
sentimentos negativos, independente de classe social ou aparato cultural 10. Porém quando ao
observar a classe universitária, que teve que se manter atuante e capaz de absorver
professores, que não possuem preparo ou capacitação para o uso de suportes tecnológicos. O
nos alunos.12
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trazer um reflexão acerca da tematica proposta. O acúmulo das atividades acadêmicas
destinavam muito tempo em frente ao computador para assistir as aulas, para participar de
Sendo assim, esse artigo é uma reflexão sobre a transição do ensino presencial ao remoto,
Contextualização teórica
15 a 25% dos universitários irão apresentar algum transtorno mental durante o período
acadêmico13. Tamanha incidência pode ser relacionada com a fase da vida que o universitário
ansiedade e o stress é menor em jovens não universitários 14, demonstrando relação entre a
vez que a escolha do curso e sua conclusão influenciarão em todos os aspectos da vida
acadêmica gera o contato com realidades e literaturas diferentes, sendo um novo meio social,
um desafio aos ingressantes. O próprio método pedagógico que se difere dos períodos de
formações anteriores pode ser considerado um fator estressor, uma vez que a ansiedade é
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eminente18, pois quando uma situação nova é vivenciada, o cérebro não possui mecanismos
constatações se tornam ainda mais preocupantes considerando que 15% das pessoas em
estados depressivos correm risco de morrer por suicídio 20, sendo essa a segunda maior causa
de mortes universitárias21.
psicológicos, sendo constatado que universitários da área da saúde apresentam maior índice
relacionados a emoções negativas como angústia e tristeza 23, enquanto alunos com altos
níveis de altos níveis de autoeficiência tendem a traçar estratégias mais efetivas, que facilitam
como fator depreciativo da qualidade do sono. Logo, universitários dormem menos e por isso
Caminho metodológico
A reflexão proposta teve como base a percepção fenomenológica, fundada por Husserl
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como “o estudo das formas como algo aparece ou se manifesta, em contraste com estudos que
estar certo de sua consonância com as coisas que existem em si, de as ‘atingir’ ?”26. Devido sua
cabendo assim a utilização do método para a produção do conhecimento proposto por essa
pesquisa.
inserido nesse contexto observa seus iguais falecerem, tem acesso a notícias sobre novos
casos da doença, crise do sistema de saúde (no caso brasileiro), em uma cobertura de mídia
massiva. Gerando um campo de excesso de informações, que por muitas vezes são
adoecimento psicológico27.
grande preocupação para os sistemas de saúde, que podem não possuir capacidade para
abrigar todos os casos. O colapso logo chegou à Manaus, que por falta de planejamento
governamental não possuía oxigênio suficiente para abastecer seus respiradores 28, também
foram observadas instalação de frigoríficos em hospitais para abrigar os óbitos da covid, além
da construção de valas comunitárias para o enterro destes cidadãos 29. Em suma, nesse
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momento o brasileiro era bombardeado de informações ruins sobre a pandemia. O colapso da
saúde e do sistema funerário faziam surgir indagações como: Se eu adoecer vou conseguir
Sabendo que “a morte é a única certeza que todo e qualquer ser humano tem e sabe
que irá acontecer, cedo ou tarde.”30, é natural que ao observar o colapso do sistema de saúde,
população. Entretanto observar a morte de milhares de cidadãos é ainda, mais ameno do que
enfrentar o luto, pois “Nada se compara à morte do próximo, de alguém com quem estamos
marido”30.
implementado como alternativa para reter a circulação do vírus é um grande fator de risco
para ter uma vida plena e completa necessita estar inserido em sociedade 31. Logo ao se privar
da circulação e do convívio próximo com seus iguais, o indivíduo estará mais suscetível a
de violência doméstica, uma vez que o homem está mais presente na casa e a mulher afastada
pessoa humana, bem maior do homem, por isso o Estado tem o dever de prover condições
indispensáveis ao seu pleno exercício33. Uma vez que há o entendimento que a educação é um
direito social básico do cidadão brasileiro, e que ela perpassa por toda a formação e
organização social do indivíduo desde o nascer34, é imprescindível que o acesso a esse direito
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não seja interrompido no período pandêmico. Por isso ao observar a questão do ponto de vista
direito pétreo. Neste sentido, o sistema educacional teve que se adequar ao período
pandêmico e às medidas restritivas, pois não é possível prever quando a pandemia terá fim. O
sistema educacional brasileiro aderiu ao EAD como alternativa para dar continuidade no
ensino.
mesmo que todos os lares ou municípios fossem providos para acesso à internet, a educação
contato próximo) por métodos e situações não convencionais, onde o espaço e tempo não são
próprios36. (Tabela 1)
O retorno das aulas por meio remoto obedece a orientações jurídicas e sanitárias,
tendo impacto positivo no tempo dependido pelo aluno para conclusão de sua graduação.
Solucionando algumas angústias dos universitários quanto seu futuro acadêmico, porém
para o desenvolvimento das aulas exige ao aluno organização e disciplina. Uma vez que os
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conteúdos serão ministrados pelo ambiente virtual, o mesmo motivo que torna o EAD
funcional como medida de enfrentamento a COVID-19, é o que aponta suas falhas no que
tange a universalidade; já que para o acesso ao meio virtual necessita do uso de computador
perpassa por questões sociais de classe. O serviço não é oferecido em todo território com a
mesma qualidade, ou não é oferecido em algumas regiões; o que limita o EAD a uma opção
viável apenas à uma parcela da população. Desta forma a pandemia se tornou um agente de
estresse para os estudantes, já que as adaptações feitas no sistema de ensino ainda não são de
acesso homogêneo pra toda a população. O que causa uma forte pressão psicológica nos
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Figura 1. Porcentagem de domicílios com acesso à internet no Brasil
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FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa
momento pode ter sido encarada como um alívio, uma vez que os jovens não teriam
decisão retirou dos estudantes seu ambiente social, e a interação com seus iguais, os
mantendo isolados. O que pode ser uma experiência desagradável, pois o tédio, distância dos
entes queridos, incerteza sobe a real situação da doença e perda de liberdade, podem
Ainda, o EAD possui características únicas (tabela 1), que o difere dos métodos de
Considerações finais
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circulação e o aumento de violências domésticas estão entre os principais motivos por trás da
A população acadêmica necessita de atenção especial quanto a isso. Uma vez que fora
pressões externas quanto a seu sucesso, os fazem suscetíveis a desenvolver tais transtornos.
social, rompe com a rotina dos graduandos, limitando o contato pessoal no meio
universitário, o que também pode ser considerado um fator estressor. Devido a necessidade
do uso de aparelhos tecnológicos e internet para o acompanhamento das aulas, pode causar
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14
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ANEXOS
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pessoal; a educação como andamento de um curso de
instrumento de formação integral EaD; é necessária para p
do indivíduo. estudante dê continuidade
aos seus estudos e garanta
pleno êxito em qualquer
área, já que domi-na o
“aprender a aprender.”
Fonte: Retirado de Costa, I. T. L. G. Metodologia do ensino a distância / Inês Teresa Lyra
Gaspar da. Costa: - Salvador: UFBA, 2016 106 p. iI, p,17.
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