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ROTEIRO DE LEITURA DOS TEXTOS

Aluna: Maria Luiza C. R. de Q. Carvalho Data: 20/07/2021

Texto: (artigo ou capitulo de livro): MARTINS, Sueli T. F. O Processo Grupal e a


Questão do Poder em Martin-Baró. In: Psicologia e Sociedade; 15 (1): 201-207;
jan./jun. 2003.
Título: O Processo Grupal e a Questão do Poder em Martin- Baró
Público Alvo: Comunidade Acadêmica, Profissionais e Psicólogos que atuam com
grupos.
Assunto Tratado: Aspectos que embasam as relações grupais e de poder.

1. Ideia central do texto


Pensar o processo grupal a parti da correlação entre identidade, atividade grupal, poder
e historicidade.
2. Resumo (breve)
O texto vai trazer em seu cerne as concepções de Martín- Baró acerca da
construção do processo grupal e do poder social por meio do olhar crítico de
Sueli Terezinha Ferreira Martins. A autora do enfoque para a questão do poder e
retoma alguns pressupostos, já discutidos por Sílvia Lane, a respeito dos
aspectos pessoais, as características grupais, a vivência subjetiva e realidade
objetiva e o caráter histórico do grupo.
3. Objetivos
 Retomar, por meio do olhar crítico de Martín- Baró, as concepções
elucidadas por Sílvia Lane a respeito dos elementos que servem como
categoria de analise para se entender o processo grupal.
 Apontar os problemas presentes dentro dos modelos que abordam grupo
dentro da psicologia social e discutir as condições para se superar esses
problemas.
 Diferenciar os grupos primários, funcionais e estruturais a parti das
dimensões de identidade, poder e atividade grupal.
 Apresentar a discussão sobre poder social na perspectiva de Martín-Baró.
4. Caminho percorrido pelo/a autor/as
Sueli Terezinha inicia-se seu texto retomando alguns aspectos, referentes a
concepção do processo grupal, presentes na obra de Lane a parti de uma releitura
de Baró. Nesse sentindo, Sueli, retoma elementos que foram discutidos por
ambos os autores e que são fundamentais para se compreender a dimensão do
processo grupal. Em seguida a autora aborda os tipos de grupos (primários,
funcionais e estruturais) que foram analisados e diferenciados por Martín- Baró.
Por fim, Sueli Terezinha, nos apresenta a discussão sobre o poder social e seus
elementos por meio do olhar crítico de Baró.
5. Destaques
 Se referir ao grupo como processo grupal, pois ele se constitui a parti das
experiências históricas, das vivencias do dia a dia e das contradições, que são
frutos da sua inserção na sociedade.
 Baró, elabora uma teoria dialética, para explicar as contradições presentes no
grupo humano. Exemplo: individual/social, ter/não ter recursos,
competição/interdependência, entre outros.
 Baró faz uma crítica elaborada acerca da tendência da psicologia social de
olhar para o processo grupal a parti de uma perspectiva individualista, a-
histórica e parcial. Para superar esses problemas, ele defende em sua teoria o
caráter histórico dos grupos, o fato da realidade não ser redutível as
características pessoais dos indivíduos e a não diferenciação na hora de se
incluir os pequenos e grandes grupos em sua teoria.
 Existem três parâmetros, dentro da teoria de Baró, para se analisar o
processo grupal: Identidade, Poder e Atividade Grupal (externa e interna).
Ele destaca três pontos importantes acerca da identidade: as determinações
de condições de pertencimento ao grupo, dialética intergrupal e a consciência
de pertencimento ao um certo grupo. É importante ressaltar que ele traz o
trabalho como atividade mais importante, pois a vida humana se articula em
torno desta.
 No grupo primário se tem a presença de vínculos interpessoais, que vão
forma a identidade de cada indivíduo, se tem a atividade grupal acontecendo
a parti da satisfação de necessidades pessoais. Neste grupo, os sujeitos vão
compartilhar uma história comum.
 No grupo funcional, é possível se perceber que o indivíduo vai ter a
construção de sua identidade determinado pelo papel social que ele ocupa. O
poder é direcionado para a capacitação e ocupação social de seus membros.
Logo, percebe-se que os grupos funcionais são aqueles que correspondem a
divisão do trabalho dentro de um sistema social.
 O grupo estrutural é caracterizado por Baró, como um grupo que compartilha
interesses objetivos, que formaram sua identidade, que tem o poder
expressado a parti do controle dos meios de produção e a atividade grupal
expressa a parti da satisfação de grandes grupos e classe.
 O processo grupal estimula a reflexão individual e coletiva, no sentido de
possibilitar que seus membros se conscientizem de sua identidade
psicossocial.
 O poder pode ser entendido como uma relação que está presente na vida
cotidiana e em todos os aspectos que circundam a vida humana. Ele é muito
mais que um sinônimo de violência. Em sua magnitude ele é capaz de
permeia, produzir coisas, induzir aos prazeres, forma saberes e produzir
discurso.
 Processo de socialização envolve três aspectos: as determinações objetivas
que envolve o contexto da pessoa, a formação histórica das necessidades
pessoais que são expressadas em um estilo de vida e a transmissão de um
marco de referência ideológico de normas e valores assumido
psicologicamente como atitudes.
 A “socialização” dos indivíduos, é uma das formas mais eficazes de
ocultação do poder, pois se tem a manutenção do controle social sobre o
pensar, sentir e fazer das pessoas.
 O objeto do estudo de Baró é definir e delimitar o papel do poder na
determinação da ação humana. De acordo com ele, o poder pode influenciar
de duas formas o comportamento das pessoas e do grupo: impondo uma
direção para a ação e configurando e determinando os elementos
constitutivos da ação, do próprio mundo das pessoas.
 Baró traz três elementos fundamentais para se caracterizar o poder:
1- Se dá nas relações sócias por meio de um caráter de oposição e conflito
2- Se baseia na posse de recursos o que irá gerar uma relação de
desequilíbrio
3- Sempre produz um efeito na relação social, seja de obediência ou
submissão.
Relevância para a disciplina
Ter a oportunidade de refletir sobre o processo grupal, primeiro na perspectiva de Lane,
agora no olhar de Baró, nos permite clarificar nosso entendimento sobre as relações
grupais e o papel do poder dentro delas. Entender essas premissas básicas a fundo nos
permite torna, cada vez mais, futuros profissionais capacitados para trabalhar com
grupos e compreender as questões que os atravessam.

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