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Cidadania
Aula 1

Cidadania e Direitos Humanos

Objetivos:

 Refletir sobre a ideia de Cidadania e Direitos Humanos;

 Conhecer a cidadania como construção .


Caro (a) acadêmico (a), nós professores da Faculdade Alfredo Nasser estamos em uma nova jornada com você!!

Você verá neste material didático o componente curricular “Cidadania”, que se ocupa principalmente em
problematizar as questões mais prementes da sociedade no que tange à prática, sobretudo, dos Direitos Humanos, com
destaque para uma camada da população que historicamente não tem conseguido apropriar-se dos direitos.
Esperamos que este componente curricular possa abrir novas perspectivas em sua trajetória de formação
profissional, bem como contribuir para aumentar o repertório de conhecimentos que cada um adquire ao longo da vida.
Na aula 1 vamos conhecer as concepções sobre Cidadania e Direitos Humanos, ou seja, conhecimento sobre
algo, ideia, conceito.
Um excelente estudo para você!

1. Direitos Humanos e sua representatividade

Os direitos humanos representam reivindicações universalmente válidas,


independentemente do fato de serem reconhecidos ou não pelas leis. Neste sentido, os direitos
humanos são inseparáveis dos seres humanos, e existem até nos contextos mais degradados
nos quais se verificam as piores violações. Mesmo o mais miserável dos indivíduos, aquele
que foi desprovido de todo o resto, não pode ser destituído dos direitos humanos. A
característica revolucionária dos direitos humanos é que eles são igualmente válidos para
todos, e não somente para os poderosos ou os ricos. Os oprimidos do mundo todo sempre têm
a possibilidade de recorrer aos direitos humanos, precisamente porque são humanos.
A dificuldade de apresentar e aprender adequadamente o conceito de direitos humanos
se deve ao fato de que se trata de um conceito interdisciplinar, que fica na interseção entre a
antropologia, a sociologia, a história, a pedagogia, a economia, a filosofia, a teologia, a
política, a psicologia, e o direito.

2. Origem dos Direitos Humanos

O movimento contemporâneo pelos direitos humanos teve origem na reconstrução da


sociedade ocidental ao final da segunda guerra mundial. Neste sentido, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é um marco que veio responder às atrocidades que
aconteceram durante a segunda guerra mundial.
Na verdade, os direitos humanos não surgiram com a declaração universal dos direitos
humanos. Duas histórias podem ser contadas a respeito da sua origem. A primeira história
associa a ideia de direitos humanos a um certo consenso cultural e religioso. De acordo com
essa abordagem, há uma ética ou uma moral comum a todas as culturas e religiões e que pode
ser expressa em termos de direitos.
A segunda história considera os direitos humanos como o resultado de um longo
processo de evolução, que implica numa promessa de progresso e almeja a um futuro feliz.
Esta ideia de progresso inevitável da sociedade humana ganhou força com o debate filosófico
que procedeu e inspirou a Revolução Francesa e resultou na primeira grande declaração de
direitos.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi promulgada em 26 de agosto
de 1789, na França. Ela está intimamente relacionada com a Revolução Francesa. Para ter
uma ideia da importância que os revolucionários atribuíam ao tema dos direitos, basta
constatar que os deputados passaram uma semana reunidos na Assembleia Nacional francesa
debatendo os artigos que compõem o texto da declaração. Isso com o país ainda a ferro e a
fogo após a tomada de Bastilha em 14 de julho daquele mesmo ano. Havia urgência em
divulgar a declaração para legitimar o governo que se iniciava com o afastamento do rei Luís
XVI, que seria decapitado quatro anos depois, em 21 de janeiro de 1793. Era preciso
fundamentar o exercício do poder, não mais na suposta ligação dos monarcas com Deus, mas
em princípios que justificassem e guiassem legisladores e governadores daquele momento em
diante.
No dia 20 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Francesa começou a discutir os
24 artigos rascunhados por um grupo de quarenta deputados. Após seis dias de debates
intensos, os deputados haviam aprovado somente 17 artigos. Diante das medidas urgentes a
serem tomadas, no dia 27 de agosto de 1789 os deputados decidiram encerrar a discussão e
adotar os artigos já aprovados com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Sem mencionar o rei, a nobreza ou o clero, a declaração afirmava que “os direitos
naturais, inalienáveis e sagrados do homem são a fundação de todo e qualquer governo”.
Quem passa a deter a soberania é a nação, e não o rei. Todos são proclamados iguais perante a
lei, eliminando todos os privilégios de nascimento. Termos como “homem”, “homens”, “todo
homem”, “todos os homens”, “todos os cidadãos”, “cada cidadão”, e “todas as sociedade”,
asseguram a universalidade dos direitos afirmados naquele documento.
A reação à sua promulgação foi imediata, chamando a atenção da opinião pública nos
países vizinhos para a questão dos direitos. A reação do inglês Edmund Burke em Reflections
on the Revolution in France, de 1790, constitui inclusive o texto fundador do
conservadorismo.
A importância desse documento nos dia de hoje é ter sido a primeira declaração de
direitos e fonte de inspiração para outras que vieram posteriormente, como a Declaração
Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em
1948. Prova disso é a comparação dos primeiros artigos de ambas:
 O artigo primeiro da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789,
diz: “Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só
podem fundar-se na utilidade comum”.
 O artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948
proclama: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

Importante!

Faz-se necessário ressaltar que os direitos sociais não são mencionados


explicitamente no texto da declaração de 1789. Ela se concentra mais nos direitos
civis, que garantem a liberdade individual – os direitos do homem – e nos direitos
políticos, relativos à igualdade de participação política, de acordo com a defesa dos
revolucionários do sufrágio universal, o que corresponde aos direitos do cidadão.

Ambas as declarações de direitos acima mencionados ecoam a fórmula solene de


Thomas Jefferson na Declaração de Independência de 1776: “Tomamos estas verdades como
auto evidentes, de que todos os homens foram criados iguais, e que foram dotados pelo
Criador de certos direitos inalienáveis, dentre os quais estão a Vida, a Liberdade e a busca
pela Felicidade.”

3. As Declarações de Direitos

As declarações de direitos se apresentam de maneira parecida: após um preâmbulo que


introduz a temática geral do texto, segue uma lista de artigos que explicitam vários direitos.
Faz-se necessário ressaltar, contudo, que uma declaração de direitos é muito mais do que uma
enumeração de direitos.
O preâmbulo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, revela a
intenção dos seus autores: eles “expõem”, “declaram”, “lembram”.
 A Declaração é um ato de reconhecimento: não se trata de um ato
criador. Os direitos por ela enunciados existem, são inerentes à natureza humana. Seria,
portanto, absurdo pretender cria-los. Basta constatar a sua existência. Este fato é importante
porque estabelece a diferença clara entre as declarações de direitos e dos textos legais: uma lei
pode ser revogada pela mesma autoridade que a promulgou, enquanto que um direito não
pode ser eliminado porque ninguém é responsável pela sua criação. O que fazer é constatar a
sua existência e reconhece-los.
 A declaração tem um caráter pedagógico: estes direitos foram
esquecidos ou ignorados. Faz-se necessário torná-los incontestáveis. Para este efeito, um
simples enunciado não bastaria, é preciso uma exposição que forneça explicações que
convençam o leitor. A Declaração propõe uma sistematização das relações entre o homem e a
sociedade. O seu caráter doutrinal, sua intenção pedagógica, contrastada com o empirismo
característico dos documentos mais recentes.
 Nessa declaração de direitos constata-se a ausência de um caráter
efetivador: os constituintes sabiam perfeitamente que a constatação dos direitos humanos não
basta para assegurar o seu respeito. Depois de declará-los, é ainda preciso garanti-los. Trata-
se, contudo, de duas etapas distintas. A Declaração indica os direitos que implicam numa
garantia, mas a efetivação dessa garantia incumbe à Constituição, de acordo com a fórmula do
artigo 16 da própria Declaração: “Toda sociedade na qual (...) a garantia dos direitos não é
assegurada não tem constituição.”
Constata-se aqui que um certo paradoxo cerca a ideia de direitos humanos tal qual
explicitada pelas declarações de direitos. Com efeito, se por um lado trata-se de uma ideia
bastante utópica e sonhadora, por outro lado, a efetivação dos direitos remete a várias
questões práticas que têm influência direta na nossa vida cotidiana. Além disse, como
conciliar a ideia filosófica de que os direitos humanos existem desde sempre, pois estão
inevitavelmente associados à própria existência do ser humano, e a possibilidade de progresso
das condições e da consequente libertação do gênero humano da opressão e das injustiças que
os direitos humanos podem promover na medida em que passam a ser reconhecidos? Este
paradoxo explica porque os direitos humanos foram considerados por muito tempo como um
capricho de sonhadores incorrigíveis.
Confira os artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos:
Artigo 1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade.
Artigo 2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor,
de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de
fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma
distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da
naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou
sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3° - Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4° - Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o
trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5° - Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
Artigo 6° - Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares,
da sua personalidade jurídica.
Artigo 7° - Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção
da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8° - Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais
competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela
Constituição ou pela lei.
Artigo 9° - Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10° - Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos
seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela
seja deduzida.
Artigo 11°
1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua
culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as
garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2. Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da sua prática,
não constituíam ato delituoso face ao direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não
será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso
foi cometido.
Artigo 12° - Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua
família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação.
Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito à proteção da lei.
Artigo 13° -
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no
interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o
seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14°
1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de se beneficiar
de asilo em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente
existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos
princípios das Nações Unidas.
Artigo 15°
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito
de mudar de nacionalidade.
Artigo 16°
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir
família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento
e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros
esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção
desta e do Estado.
Artigo 17°
1. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18° - Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público
como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19° - Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir,
sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.
Artigo 20°
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21°
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu
país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções
públicas do seu país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos e deve
exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio
universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a
liberdade de voto.
Artigo 22° - Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, em harmonia com a
organização e os recursos de cada país.
Artigo 23° -
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições
equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe
permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e
completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar
em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24° - Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente a uma
limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
Artigo 25°
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua
família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário,
ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais
necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na
viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por
circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
Artigo 26°
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é
obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos
estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu
mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos
direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos
raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações
Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o gênero de educação a dar
aos filhos.
Artigo 27°
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos
benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer
produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28°
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma
ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente
Declaração.
Artigo 29°
1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o
livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades, ninguém está sujeito senão
às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o
reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de
satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa
sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e
aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30° - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de
maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a
alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui
enunciados.

A QUESTÃO DEMOCRÁTICA E OS DIREITOS HUMANOS: ENCONTROS,


DESENCONTROS E UM CAMINHO.

Fábio F. B. de Freitas
ffreitasdh@uol.com.br

A associação imediata entre democracia e direitos humanos na sociedade


contemporânea, e especialmente no Brasil, não decorre de um consenso. Pelo contrário, é
corrente a afirmação de que estamos “em plena democracia”, uma vez que temos voto
universal e eleições periódicas, que os poderes constitucionais funcionam e não existe censura
nem presos políticos. Quanto aos direitos humanos, é conhecida a manipulação do conceito,
visando a identificá-los como “direitos dos bandidos”.
A seguir algumas reflexões a partir de algumas questões que consideramos cruciais:
 O que são direitos humanos, com especial destaque para a questão da
igualdade;
 As complexas relações entre direitos humanos e regime democrático;
 A educação para a democracia, como caminho para se enfrentar a
discriminação e o preconceito por intermédio de uma nova “cultura
democrática”.
 Direitos Humanos: Uma aproximação ao conceito

Direitos Humanos são, literalmente, os direitos que se têm simplesmente como ser
humano. Como tal, trata-se de direitos iguais e inalienáveis: iguais porque somos todos
igualmente seres humanos; inalienáveis porque, não importa quão desumanos nós sejamos em
nossos atos ou na forma de sermos tratados, não podemos ser nada além de seres humanos.
Para fins didáticos e de compreensão histórica, costuma-se classificar os direito
humanos em três gerações, as quais, de certa forma, corresponderiam àqueles ideais da
Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. A primeira geração, englobando os
direitos civis e políticos e as liberdade individuais, é fruto da longa marcha das ideias liberais
e tem sua inserção histórica marcada pelas conquistas da “democracia americana” . A segunda
geração, correspondente aos direitos econômicos e sociais – basicamente vinculados ao
mundo do trabalho -, permanece associada às lutas operárias e sociais na Europa, e sempre
referidas ao ideal da igualdade. A terceira geração, entendida como o conjunto de direitos
decorrentes do ideal da fraternidade e da solidariedade (alguns falam até em “solidariedade
planetária”) corresponde ao direito à autodeterminação dos povos e passou a incluir, mais
recentemente, o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente
saudável, ao usufruto dos bens qualificados como “patrimônio comum da humanidade”.
Em relação ao conteúdo de cada geração vale lembrar que determinadas sociedades,
mesmo se afirmando democráticas, enfatizam prioridades ou simplesmente recusam certos
direitos – o que já compromete a “universidade”. Os liberais conservadores, por exemplo,
apegam-se aos direitos da primeira geração e denunciam sua violação por parte dos regimes
autoritários, mas sempre tiveram sérias dificuldades para aceitar, como direitos fundamentais,
os de segunda geração, os direitos sociais.

Caro (a) acadêmico (a),

Ao término desta aula, percebemos que a Declaração Universal dos Direitos


Humanos foi uma inspiração e uma orientação para o crescimento da sociedade com o
principal objetivo de fazer com que os seres humanos fossem iguais e livres. Pela
primeira vez, princípios fundamentais sistemáticos da conduta humana foram
livremente aceitos pela maioria dos habitantes do planeta. E você, concorda com essa
concepção?

Vamos para o próximo conteúdo? Ah, mas antes temos uma dica: consultem
sempre a Constituição Brasileira!!!

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