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MAURO RECONHEÇO QUE NÃO PODEREMOS ENTRAR NAS MINÚCIAS

APROFUNDAR, MAS TEREMOS MATERIAL PARA DAR UMA PANORÂMICA LEGAL.

VOU TENTAR ENCADEAR MELHOR E DAR DEFINIÇÕES BEM SUSCINTAS DO QUE


REALMENTE FOR INDISPENSÁVEL, E REMETO PARA VOCÊS. ACHO QUE PARA
DISCURTIREM HOJE, JÁ É UM BOM COMEÇO.

ABRAÇOS A TODOS.

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Prejuízos a Perder de Vista

A experiência do matemático John Allen Paulos, narrada por Marcelo Ferroni, não é considera
por nossa equipe como uma crítica aos modelos e resultados estatísticos, na verdade julgamos
que esta “Dança dos Números” da qual o Dr. Paulos se viu vitimado, contribui para demonstrar a
complexidade do tema. Esta complexidade não resulta dos modelos em si, e sim da forma como
os dados possam ser coletados, tratados e analisados, e “como algumas variáveis não
consideradas podem afetar o resultado final de uma estimativa”.

Assim, para continuarmos nossa exposição, aproveitamos a citação de Ferroni sobre a edição da
Obra “A Mathematician Plays the Stock Market” (Um matemático joga no mercado financeiro),
na qual o Dr. Paulos explica o funcionamento do mercado de ações e, “como foi vítima de todos
os enganos com números e estatísticas ao colocar todas as suas reservas em uma empresa norte-
americana de grande porte que afundou depois de um escândalo de fraude contábil”.

Bem, vamos começar por uma citação de Pring1, que mencionou o seguinte: “não há nenhuma
razão para que uma pessoa não possa obter um lucro substancial no mercado financeiro; mas
existem várias para que este investidor perca dinheiro”. Daí a necessidade de ferramentas para
auxiliar os investidores em suas decisões.
Existem duas abordagens que podem auxiliar o investidor na melhoria da qualidade de suas
operações, uma é a Análise Fundamentalista e a outra a Análise Técnica ou Gráfica.
A primeira, segundo Murphy2, examina todos os fatores relevantes que possam afetar o preço do
ativo com a intenção de determinar o seu valor intrínseco (determinado pela oferta/procura).
Assim a partir daí se o preço do ativo estiver abaixo do valor intrínseco, sub-valorizado, o
indicativo pode ser de compra, e se ao contrário estiver sobre-valorizado o indicativo pode ser de
venda estiver.
A segunda, Técnica ou Gráfica, segundo Murphy 3, concentra-se no “estudo do movimento dos
preços, principalmente por meio do uso de gráficos, com o propósito de prever a tendência dos
preços”. Esta análise baseia-se em três princípios: a) o movimento do mercado reflete tudo;
b) os preços movem-se dentro de uma tendência e esta persiste; c) as ações do mercado se
repetem.
As duas escolas buscam resolver o mesmo problema: o movimento dos preços, para poder decidir
no que investir, vender ou comprar, com abordagens diferentes. Enquanto a fundamentalista
estuda as causas, ou seja, o “porquê” do movimento, a análise técnica estudo o efeito, ou seja,
“como” os preços se comportam. E apesar da oposição entre as escolas, que criticam-se
mutuamente, é indispensável a sua combinação para operar no mercado, pois a primeira pode
ajudar na identificação da oportunidade e a segunda auxiliar na definição do momento de entrada
e saída.
Daí, pegamos um gancho contido na reportagem que cita: ”o feeling do investidor é muito mais
importante ...”. Temos que discordar, pelo menos em parte, pois entendemos que isto também é
importante, mas não diríamos mais importante. A leitura que fazemos é a de que é preciso haver
uma combinação entre as análises e mais a experiência de operadores/investidores, para que se
tenha um bom desempenho no mercado, e considerar, ainda, que não existe “hedge” (modelo de
proteção) perfeito.

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PRING, Martin J.; Technical Analysis Explained: the successful Investtor’s Guide to Spotting
Investment Trends and Turning Points; New York; McGraw-Hill, Inc.; 1985, pág ix
MURPHY, John J.; Technical Analysis of the Futures Markets; New York Institute of Finance;
1986, pg. 5.
MURPHY, John J.; Technical Analysis of the Futures Markets; New York Institute of Finance;
1986, pg. 1.

Assim, com o que mencionamos até agora, sem citar, ainda, os tipos de análises possíveis, que
podemos fazer sinteticamente mais adiante ( análise gráfica de gráficos de linha, gráficos de barra
(Candlestick), gráficos de Ponto e Figura, a Teoria de Dow, Teoria de ondas de Elliot, Números
de Fibonacci, Estudo de Formações (Análise de Linhas de Suporte e Resistência, Topos e Fundos
Duplos, Ombro cabeça Ombro, etc), Estudo de Figuras Gráficas, GAPS,

Estas análises terão que estar, ainda, aliadas a indicadores de alerta, de confirmação e de previsão
como complemento, combinados a Rastreadores (representados por médias móveis simples,
modificadas, ponderadas, exponenciais, podendo utilizar-se o cruzamento de médias, inclusive e
identificando os possíveis falsos sinais, Keltner channel e Bollinger Bands, Moving Average
Convergence/Divergence - MACD) e também Osciladores (em número de nove).

Bem, infelizmente, por não ser o objeto de nosso estudo não teremos como aprofundar, mas
diante de tantos mecanismos, a reportagem simplista realmente não nos esclarece muito, e
infelizmente passa a impressão que matemática ou estatística podem iludir. Do que discordamos,
pois podemos notar aqui, que o que é exigido realmente é que se estude para realmente saber ao
que se está propondo, estando apto a operar os mecanismos disponíveis, para não se ver
“enganado”.

-Nossas escusas aos autores, da reportagem e do livro, mas é basicão: a) nunca colocar/apostar
todos os ovos numa cesta só, o macete é pulverizar riscos, mesmo que isto signifique menores
ganhos, b) desconhecemos qualquer estatística que aconselhe: aposte tudo! E aposte em um só, c)
se fizéssemos um besteira destas não contaríamos para ninguém, d) existem “n” modelagens
operacionais para podermos operar no mercado de ações, p.ex.: bolinger, clandestik, números de
Fibonacci, etc. etc. etc., mas nenhuma estratégia dispensa a análise fundamentalista de mercado
(que de forma simplificada seria: a interpretação do comportamento de fatores que explicam,
fundamentam e influenciam dado mercado), e) mesmo em conjunto as duas “não garantem”
100%. Porquê? Simples, por quê mesmo juntas não conseguem captar e analisar as inúmeras
ocorrências ou variáveis que possam influenciar o Mercado ou um de seus segmentos, por
estarem camufladas, surgirem repentinamente ou serem de difícil captação (ex. fatos, tendências
ou escândalos políticos, econômicos, etc.)
Bem, o que fazer então? Ora você quer especular, quer ganhar, não quer? Então assuma riscos,
analise o melhor momento para entrar, calcule o quanto você pode arriscar, e manda ver. Só não
seja teimoso: vá só até o seu limite de perdas inicialmente delimitado, no máximo, e mais, nunca
vá contra o Mercado. O que é isto? É o seguinte: se todos pararem, pare! Sem demora. Se todos
correrem, corra, também e sem demora. Bobeou, crau! E não culpe a estatística ou a matemática.
volatilidade

Por certo a comparação com o Banco Imobiliário foi só uma alegoria, pois seria inconcebível
comparar-se um jogo de tão poucas variabilidades, na maioria comportamentais entre os
jogadores, com algum segmento de Mercado pela complexidade e as inúmeras variáveis deste
último.

Em qualquer situação, seja para a explicação de um fato ou comportamento já ocorrido, para os


quais os dados ou históricos possam ser coletados a organizados, seja para uma previsão de
resultado, dados absolutos ou tendências que possam mostrar-se enviesados podem comprometer
seriamente a condução e o resultado de uma estatística, significando descrédito a quem elaborou
a pesquisa, podendo até resultar em prejuízos econômicos.

Desta forma, o defeito ou equívoco não é do modelo adotado, mas pode resultar da ausência de
variáveis significativas e ou até da interpretação equivocada dos resultados. Por exemplo, podem
ser coletados dados sobre as ações de uma empresa e analisar-se o comportamento das suas
cotações de acordo com algumas variáveis julgadas importantes (que impliquem na variabilidade
dos preços destas ações, p.ex.). Assim, todos os dados importantes que possam relacionar-se com
a variação das cotações poderão ser analisados, e testados de forma a fornecerem o nível de
influência que exercem sobre a variável principal. Contudo, fraudes em balanços ou maquiagem
contábil, não estão disponíveis em anuário algum no mercado, mas são determinantes no
resultado final de um investimento. Assim, a partir da freqüência com que estes eventos (fraudes)
têm se apresentado, os modelos estatísticos passaram a considerar também o “rating” das
empresas e sua matriz de risco, de forma a melhor as estimativas de determinado ativo, para
serem utilizados na composição de carteiras de investimento e ou índices.

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