Introdução:

“A teoria da plasticidade estuda o comportamento dos

materiais a níveis de deformação em que já não se
verifica a Lei de Hooke” (DIETER, 1981)
→ Ponderações:
- Lei de Hooke é obedecida até uma determinada tensão
 Não é um processo reversível como a (𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 0, 𝜎0 )
deformação elástica;
- A partir desse valor, ocorre deformação plástica;
 A deformação elástica depende apenas do
estado inicial e final de tensão e deformação; - A maioria dos metais encrua na região (𝜎0 )
 A deformação plástica depende da maneira maiores deformações necessitam de valores mais
segundo a qual é exercida a solicitação altos de tensão do que a tensão inicial de escoamento.
mecânica para se atingir o estado final; Nota: Nem toda deformação remanescente é
 Na deformação plástica não existe uma considerada deformação plástica permanente - uma
constante facilmente mensurável relacionando pequena quantidade pode ser perdida com o tempo
tensão e deformação (Ex. o módulo de Young na (𝜀2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜀3 ) - conhecido como comportamento
deformação elástica); anelástico
 Fenômeno de encruamento, anisotropia
𝜀1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜀2 – Deformação elástica recuperável
plástica, histerese elástica, etc. não é
facilmente identificado e abordados como no 𝜀2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜀3 – Deformação plástica
comportamento elástico; II.
Projeto: a plasticidade é aplicada à previsão de carga
máxima que pode ser imposta a um corpo sem causar
escoamento excessivo.
Curva de escoamento
→ Curvas tensão-deformação verdadeiras típicas
para um metal dúctil:
- Curva não linear e não paralela à porção elástica da
I. curva tensão-deformação durante o descarregamento
( a partir da deformação plástica);
- No recarregamento, a curva irá dobrar-se à medida
que a tensão se aproxima do valor original no qual
ocorreu o descarregamento;
- Uma pequena deformação plástica adicional, a curva
tensão-deformação se torna uma consideração
daquela que seria obtida caso não houvesse ocorrido
descarregamento.
III.
- Com a deformação plástica de um corpo de prova
além do limite de escoamento, em tração e depois de
descarregado até a tensão zero e então recarregado
em compressão (direção oposta) – limite de
escoamento em compressão será inferior ao de
tração;
Efeito Bauschinger: é dependência da tensão de
escoamento quanto ao caminho e direção do
carregamento.
→ Curvas de escoamento idealizadas:
Curva tensão-deformação verdadeira ou curva de
escoamento fornece a tensão necessária para causar
o escoamento plástico do metal a qualquer nível de
deformação.
I. Material plástico rígido ideal
- Curva de escoamento característica de um metal
rígido – perfeitamente plástico;
- Exemplo de um corpo de prova de tração
completamente rígido até tensão O, 𝜎0 (deformação
elástica nula);
- A partir de 𝜎0 o material escoa plasticamente a uma
tensão constante (encruamento nulo);
- Comportamento de um metal dúctil em condições de
elevada deformação a frio.
II. Material plástico ideal com região elástica
- Possui uma região elástica, característica de um
material perfeitamente plástico;
- Elongação bem definida em relação ao limite de
escoamento;
- Exemplo: aço-carbono
III. Material apresentando encruamento linear
- Condição mais realística – Aproximação da curva
plástica através de duas linhas retas (região elástica e
plástica);
- Exemplo: tratamento matemático complexo.
Deformação verdadeira
→ Deformação elástica:
 As variações dimensionais são pequenas
 Conceito convencional de deformação linear
unitária: variação em comprimento em relação
ao comprimento unitário original;
 Aplicação para deformações elásticas com
∆𝐿 muito pequeno
𝐿

∆𝐿 1
𝑒 = 𝐿 = 𝐿 ∫𝐿𝑜 𝑑𝐿
𝑜 𝑜
→ Deformação plástica
 As variações dimensionais podem ser grandes
(grandes variações no comprimento do corpo
de prova durante o ensaio mecânico);
 Ludwik foi o primeiro a propor a definição de
deformação verdadeira (deformação natural);
 Considera-se a variação no comprimento com
o comprimento instantâneo do corpo de prova
em vez do comprimento original.
𝐿1−𝐿0 𝐿2−𝐿1
 𝑒 = ∑ 𝐿𝑜 + 𝐿𝑜 …
Tensão verdadeira
→ Tensão verdadeira: é a carga a cada instante,
dividida pela área da seção transversal sobre a qual ela
é aplicada (𝜎).
→ Tensão de engenharia ou tensão convencional: é a
carga dividida pela área inicial (s).
Critério de escoamento para
metais dúcteis
→ Critério de Von Mises:
 O limite de escoamento em torção é menor que
em tração uniaxial
 O escoamento não depende da tensão normal
ou cisalhante particular;
 O escoamento depende da função dos valores
das três tensões cisalhantes principais;
 Vantagem: como a formula possui termos
quadrados, o resultado independe dos sinais de
cada tensão – facilidade por não ser
obrigatório o conhecimento da maior ou menor
tensão principal para que se possa aplicas este
critério;
 O escoamento se daria quando o segundo
invariante da tensão-desvio (J2) excedesse
um determinado valor crítico.
→ Critério de tresca ou tensão cisalhante máxima:
 O escoamento ocorre quando a tensão de
cisalhamento máxima atinge o valor da tensão
de cisalhamento no ensaio uniaxial de tração.
 Matematicamente é considerado um critério
menos complicado do que o critério de Von
Mises;
 Muito utilizado em projetos de engenharia;
 Não leva em consideração a tensão principal
intermediaria;
 Necessidade de conhecimento das tensões
principais máxima e mínima;
 Forma geral do critério da tensão cisalhante
máxima é muito mais complicada do que a do
critério de Von Mises;
 Critério de Von Mises é mais utilizado em
trabalhos teóricos.
Relações plásticas de tensão-
deformação
→ Região elástica:
 Deformações são determinadas, através da Lei
de Hooke;
 Leva em consideração unicamente as tensões,
sem considerar como foi alcançado o estado
de tensões.
→ Região plástica:
 Deformações não são determinadas
unicamente pelas tensões;
 Leva em consideração toda a história do
carregamento mecânico;
 Necessidade de se determinar as diferenciais
ou incrementos de deformação plástica em
cada instante do carregamento, para então se
obter através de integração ou somatório e
deformação total.
→ categorias gerais de relações plásticas entre
tensão e deformação:
 Teorias de escoamento ou incrementais –
relacionam as tensões aos incrementos de
deformação plástica;
 Teorias de deformação total -relacionam as
tensões à deformação plástica total.
*facilidade na solução dos problemas de
plasticidade

NOTA: Em geral as deformações plásticas não podem

ser consideradas independentes da história do
carregamento