Sı́ntese - A Estrutura das Revoluções

Cientı́ficas

As crises e a emergência das Teorias Cientı́ficas é o nome do sexto capı́tulo

do livro ”A estrutura das revoluções cientı́ficas”, de Thomas Kuhn. A
emergência de novas teorias é geralmente precedida por um perı́odo de inse-
gurança profissional pronunciada, pois exige a destruição em larga escala de
paradigmas e grandes alterações nos problemas e técnicas da ciência normal”
(KUHN, 1975, p.95). Após a assimilação das novas descobertas os cientis-
tas possuem novas condições para entender e explicar mais fenômenos, sendo
eles novos ou já conhecidos previamente; sendo que esse fato se torna possı́vel
justamente devido a alterações dos paradigmas, ou seja, alguns procedimen-
tos que anteriormente eram aceitos são descartados e no lugar deles novos
procedimentos são assimilados (KUHN, 1975, p.92). Essas mudanças de pa-
radigmas não são ocasionadas apenas pelas descobertas, existem mudanças
mais severas que causam não só a alteração de paradigmas, como também a
invenção de teorias novas (KUHN, 1975, p.93).
O que gera a insegurança profissional é a incapacidade de os “quebra-
cabeças” da ciência normal produzirem aqueles resultados esperados, ou seja,
há uma ineficiência das regras e por isso os cientistas passam a buscar novas
regras. Kuhn ainda afirma que além dessa incapacidade dos quebra cabeças
também existem outros fatores externos que são capazes de influenciar no
fracasso de um paradigma, o autor cita como exemplo a crise da astrono-
mia – “a complexidade da Astronomia estava aumentando mais rapidamente
que sua precisão e que as discrepâncias corrigidas em um ponto provavel-
mente reapareceriam em outro” (KUHN, 1975, p.95), e essa dificuldade só
foi percebida de maneira lenta, pois não havia uma boa comunicação entre os
pesquisadores devido às limitações da época. Em outras palavras, a Astrono-
mia sofreu repetidamente influências externas, pressões sociais, que somadas
ao fracasso técnico do paradigma, causaram o seu próprio fracasso. Um se-
gundo exemplo de mudanças, além das novas descobertas, que são capazes
de provocar invenção de novas teorias é a coexistência de diversas teorias di-
ferentes que visam solucionar um mesmo problema. O autor ilustra tal fato
com a crise da Quı́mica após 1770 “que precedeu a emergência da teoria de
Lavoisier sobre a combustão do oxigênio” (KUHN, 1975, p.97).
1