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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS

MATERIAIS
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Profª. Esp. Caroline Penteado Manoel de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a
Formada em Administração com Habilitação em Comércio simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simpli-
Exterior pela UNIVEM de Marília. MBA em Gestão Empresarial ficarmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos
– INBRAPE, Licenciada em Administração. Professora Universi- as despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos
tária. com capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para
que haja a normalização. Ao requisitar uma quantidade desse ma-
terial, o usuário irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número
1. CLASSIFICAÇÃO DE de folhas e formato), o que facilitará sobremaneira não somente
MATERIAIS. sua aquisição, como também o desempenho daqueles que se ser-
vem do material, pois a não simplificação (padronização) pode
confundir o usuário do material, se este um dia apresentar uma
forma e outro dia outra forma de maneira totalmente diferente.
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- • Especificação
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza- Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for- material a ser requisitado.
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação • Normalização
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili-
o serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à na- zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização
tureza dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar
etc.), ou do tipo de demanda, estocagem, etc. e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino-
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar con- e formato.
fusão, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo • Codificação
que seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A clas- É a apresentação de cada item através de um código, com as
sificação, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de ma- informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou
terial ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armaze-
poderão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos en- nados no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande.
tre si. Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo Em função de uma boa classificação do material, poderemos partir
segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com a seme- para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as infor-
lhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e mações necessárias, suficientes e desejadas por meios de números
alteração na qualidade. e/ou letras. Os sistemas de codificação mais comumente usados
O objetivo da classificação de materiais é definir uma cata- são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema de codificação,
logação, simplificação, especificação, normalização, padronização passou-se a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfa-
e codificação de todos os materiais componentes do estoque da numérico e numérico, também chamado “decimal”. A escolha do
empresa. sistema utilizado deve estar voltada para obtenção de uma codifi-
cação clara e precisa, que não gere confusão e evite interpretações
duvidosas a respeito do material.. Este processo ficou conhecido
1.1. ATRIBUTOS PARA CLASSIFICAÇÃO como “código alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codi-
DE MATERIAIS. ficação está a de afastar todos os elementos de confusão que por-
ventura se apresentarem na pronta identificação de um material.
O sistema classificatório permite identificar e decidir priori-
dades referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão
O sistema de classificação é primordial para qualquer Depar- de estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
tamento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento riais.
correto do almoxarifado. Para Viana (2006) um bom método de classificação deve ter
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: algumas características: ser abrangente, flexível e prático.
• Catalogação • Abrangência: deve tratar de um conjunto de caracterís-
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação ticas, em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um con- • Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos
junto de dados relativos aos itens identificados, codificados e ca- tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do ge-
dastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas renciamento do estoque;
da empresa. • Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diver- Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
sidade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.

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Os materiais são classificados em:
1.2. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO - Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra-
1.3. METODOLOGIA DE CÁLCULO balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados
DA CURVA ABC. aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
orientativos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser trata-
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de dos logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são
materiais. os segundos em importância. Os dados aqui classificados corres-
Para o autor Viana (2006, p.52-63) os principais tipos de clas- pondem em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no
sificação são: Por tipo de demanda, materiais críticos, perecibilida- máximo 30% dos itens estudados (esses valores são orientativos e
de, quanto à periculosidade, possibilidade de fazer ou comprar, ti- não são regra).
pos de estocagem, dificuldade de aquisição e mercado fornecedor. - Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de
• Por tipo de demanda: A classificação por tipo de de- movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gera-
manda se divide em materiais não de estoque e materiais de esto- rem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após
que. Materiais não de estoque: são materiais de demanda impre- todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral,
visível para os quais não são definidos parâmetros para o ressu- somente 5% do valor monetário total representam esta classe, po-
primento. Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, rém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores
a inexistência de regularidade de consumo faz com que a compra são orientativos e não são regra).
desses materiais somente seja feita por solicitação direta do usu- A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
ário, na ocasião em que isso se faça necessário. O usuário é que para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
solicita sua aquisição quando necessário. Devem ser comprados prioridades, para a programação da produção.
para uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem fi-
car temporariamente no estoque. A outra divisão são os Materiais
de estoques: são materiais que devem sempre existir nos estoques
para uso futuro e para que não haja sua falta são criadas regras
e critérios de ressuprimento automático. Deve existir no estoque,
seu ressuprimento deve ser automático, com base na demanda pre-
vista e na importância para a empresa.
Os materiais de estoque se subdividem ainda; Quanto à apli-
cação, Quanto ao valor de consumo e Quanto à importância ope-
racional.
• Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais
produtivos que compreendem todo material ligado direta ou indi-
retamente ao processo produtivo. Matéria prima que são materiais
básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte
do processo produtivo. Produtos em fabricação que são também
conhecidos como materiais em processamento que estão sendo
processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no
estoque porque já não são mais matérias-primas, nem no esto- Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é
que final porque ainda não são produtos acabados. Produtos aca- uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes,
bados: produtos já prontos. Materiais de manutenção: materiais desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, se-
aplicados em manutenção com utilização repetitiva. Materiais gundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos impor-
improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo tantes. Assim, economiza-se tempo e recursos.
produtivo da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o
consumo, aplicados em diversos setores da empresa. processo em 6 etapas a seguir:
• Quanto ao valor de consumo: Para que se alcan- 1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques
ce a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para
forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos cada um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o
de valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-
uma ferramenta chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela -up, etc.
determina a importância dos materiais em função do valor expres- 2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são:
so pelo próprio consumo em determinado período. Curva ABC é quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com
um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a
a identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento quantidade pelo custo unitário.
adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, 3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é
em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do preciso organizá-los em ordem decrescente de valor, como mostra
consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, a tabela a seguir:
para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de
importância.

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Custo total Ordem


Item Quant. Média em estoque (A) Custo unitário (B)
(A x B)
Unidades R$/unid. R$
Apontador 5 2.000,00 10.000,00 3º
Bola 10 70,00 700,00 10º
Caixa 1 800,00 800,00 9º
Dado 100 50,00 5.000,00 5º
Esquadro 5000 1,50 7.500,00 4º
Faca 800 100,00 80.000,00 1º
Giz 40 4,00 160,00 11º
Herói 50 20,00 1.000,00 8º
Isqueiro 4 30,00 120,00 12º
Jarro 240 150,00 36.000,00 2º
Key 300 7,50 2.250,00 6º
Livro 2000 0,60 1.200,00 7º
TOTAL 144.730,00

4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.

Quant. Média em Custo unitário Custo total (A Custo total Percen-


Ordem Item
estoque (A) (B) x B) acumulado tuais %
Unidades R$/unid. R$
1º Faca 800 100,00 80.000,00 80.000,00 55,3
2º Jarro 240 150,00 36.000,00 116.000,00 80,1
3º Apontador 5 2.000,00 10.000,00 126.000,00 87,1
4º Esquadro 5000 1,50 7.500,00 133.500,00 92,2
5º Dado 100 50,00 5.000,00 138.500,00 95,7
6º Key 300 7,50 2.250,00 140.750,00 97,3
7º Livro 2000 0,60 1.200,00 141.950,00 98,1
8º Herói 50 20,00 1.000,00 142.950,00 98,8
9º Caixa 1 800,00 800,00 143.750,00 99,3
10º Bola 10 70,00 700,00 144.450,00 99,8
11º Giz 40 4,00 160,00 144.610,00 99,9
12º Isqueiro 4 30,00 120,00 144.730,00 100,0
TOTAL 144.730,00

5º) Construir a curva ABC


Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

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Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados
como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais
e podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da
empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo.
Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis
para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmen-
te substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aque-
les que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à
segurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organi-
zação e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são
fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas
as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa?
Pode ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material
ou seu similar podem ser encontrados facilmente?.
Ainda em relação aos tipos de materiais temos;
6º) Análise dos resultados • Materiais Críticos: São materiais de reposição específi-
Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ca, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como
ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos pro-
mostra algumas indicações para sua elaboração: dutivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não es-
tando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
Classe % itens Valor acumulado Importância A quantidade de material cadastrado como material crítico
A 20 80% Grande dentro de uma empresa deve ser mínimo.
Os materiais são classificados como críticos segundo os se-
B 30 15% Intermediária
guintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material
C 50 5% Pequena importado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de
difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de
Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de
transporte; Críticos por problemas de armazenagem ou transporte
Valor Itens em de materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou
Classe Nº itens % itens
acumulado estoque grandes dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser di-
A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro fícil prever seu uso; Críticos por razões de segurança de materiais
Apontador, de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção.
B 3 25,0% 15,6% Esquadro, • Perecibilidade: Os materiais também podem ser classi-
Dado ficados de acordo com a possibilidade de extinção de suas proprie-
dades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na
Key, Livro, classificação; assim, quando a empresa adquire um material para
Herói, Caixa, ser usado em um período, e nesse período o consumo não ocorre,
C 7 58,3% 4,3%
Bola, Giz, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a
Isqueiro. estocagem por longos períodos. Ex. alimentos, remédios;
• Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação per-
A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista mite a identificação de materiais que devido a suas características
quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos físico-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio,
itens A (apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.
valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque • Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação
dos itens C (sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, visa determinar quais os materiais que poderão ser recondiciona-
reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria dos, fabricados internamente ou comprados:
uma ação mais rentável para a empresa do nosso exemplo. - Fazer internamente: fabricados na empresa;
• Quanto à importância operacional: Esta classificação - Comprar: adquiridos no mercado;
leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade - Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos;
para se obter o material. - Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos
Os materiais são classificados em materiais: a análise de custos.
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com si- • Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classifica-
milares na empresa; dos em materiais de estocagem permanente e temporária.
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, - Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis
com ou sem similar; de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes.
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na - Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri-
empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção. mento, ou seja, é um material não de estoque.

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• Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser clas- • Movimentação desnecessária – estoques obstruem corre-
sificados por suas dificuldades de compra em materiais de difícil dores e inviabilizam a instalação de um arranjo físico mais adequa-
aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem do para os equipamentos produtivos.
advir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais com • Mão de obra – se existe estoque, são necessários funcio-
cronograma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca nários para receber, armazenar, controlar e expedir;
oferta no mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; • Perdas e danos – Estoques estão sujeitos a se deteriorar
Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados se não forem utilizados dentro de um prazo estipulado pelo fabri-
períodos do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência cante. Além disso, podem acontecer acidentes danificando os ma-
de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de trans- teriais estocados, de modo que fiquem inutilizados ou requeiram
porte especial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer consertos;
entraves burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos ex- • Custos – o seguro necessário para os estoques é um custo
ternos. desnecessário.
• Mercado fornecedor: Esta classificação está intima- Manter estoque pode ser viável quando: Há dependência de
mente ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais fatores com variabilidade muito grande, tais como: desembaraço
do mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Ma- alfandegário, condições de tráfego, disponibilidade de frete, etc;
teriais do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Os custos de perda de vendas e de manutenção da fábrica parada
Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais es- por faltas de materiais ou componentes comprados são maiores do
tão desenvolvendo fornecedores nacionais. que o custo de manutenção do estoque; Há previsão de aumentos
consideráveis no preço de compra, tais como desvalorização cam-
bial, escassez no mercado internacional, etc.
2. GESTÃO DE ESTOQUES. Classificação dos estoques os estoques podem se dividir em:
Estoques de Matérias-Primas (MPs); Estoques de Materiais em
Processamento ou em Vias;
Estoques de Materiais Semi acabados; Estoques de Materiais;
A administração de estoques, ou gestão de estoques é, ba- acabados ou Componentes; Estoques de Produtos Acabados (PAs).
sicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor - Estoques de Matérias-Primas (MPs): Constituem os in-
econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de sumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo
material, numa organização. da empresa.
As principais funções do estoque são: - Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias:
a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutrali-
Também denominados materiais em vias - são constituídos de ma-
zando os efeitos de: demora ou atraso no fornecimento de mate-
teriais que estão sendo processados ao longo das diversas seções
riais; sazonalidade no suprimento; riscos de dificuldade no forne-
que compõem o processo produtivo da empresa.
cimento.
- Estoques de Materiais Semi acabados: Referem-se aos
b) Proporcionar economias de escala: através da compra ou
materiais parcialmente acabados, cujo processamento está em
produção em lotes econômicos; pela flexibilidade do processo pro-
algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram
dutivo; pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.
A administração de estoques deverá conciliar da melhor ma- também ao longo das diversas seções que compõem o processo
neira possível, os objetivos dos quatro departamentos (Compras, produtivo.
Produção, Vendas e Financeiro), sem prejudicar a operacionalida- - Estoques de Materiais Acabados ou Componentes: Tam-
de da empresa. bém denominados componentes - referem-se a peças isoladas ou
A função do controle de estoque é : a) determinar “o que” deve componentes já acabados e prontos para serem anexados ao pro-
permanecer em estoque (Número de itens); b) determinar “quan- duto.
do” se devem reabastecer os estoques (Periodicidade); c) determi- - Estoques de Produtos Acabados (PAs): Se referem aos
nar “quanto” de estoque será necessário para um período prede- produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi comple-
terminado; quantidade de compra; d) acionar o Departamento de tado inteiramente.
Compras para executar aquisição de estoque; e) receber, armazenar
e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades;
f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e 3. COMPRAS. 3.1 ORGANIZAÇÃO DO
fornecer informações sobre a posição do estoque; g) manter in- SETOR DE COMPRAS. 3.2 ETAPAS DO
ventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos PROCESSO. 3.3 PERFIL DO COMPRADOR.
materiais estocados; h) identificar e retirar do estoque os itens ob- 3.4 MODALIDADE DE COMPRA.
soletos e danificados. 3.5 CADASTRO DE FORNECEDORES.
Manter estoques é um efeito que encobre ineficiência do pro-
dutor ou do fornecedor. Estoques consomem recursos que pode-
riam aumentar o resultado de uma empresa. Por exemplo:
• Recursos Financeiros – o valor pago pelos itens e esto- O sistema de compras baseia-se em uma ação que envolve
que poderia estar rendendo juros em aplicações financeiras ou re- atividades de pesquisas para a melhor adequação dos objetivos or-
duzindo juros pagos pela empresa por conta de empréstimos; ganizacionais.
• Espaço no chão de fábrica – espaço é um recurso escas- Suas atividades básicas são: analisar ordem de pedido, buscar
so e caro. Gastar dinheiro com aluguéis ou na compra de galpões melhores preços, encontrar fornecedores certos, fontes de forneci-
maiores do que o necessário é uma perda para a empresa; mentos, novos materiais, novos mercados e assim por diante.

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Compras dependem de sistemas de gestão moderna e com uso para o processo de nossa empresa. Sua finalidade é evitar atrasos,
de tecnologia, são fontes geradoras de benefícios e de lucros para problemas para o cliente na entrega do pedido. 4) Desenvolvimento
as empresas. compras deve trabalhar com pesquisa constante em de fornecedores: É o procedimento que possibilita à empresa sele-
todo seu envolvimento. Podemos ressaltar as seguintes ações; cionar os futuros fornecedores sendo os melhores fornecedores do
Suprimentos e de Apoio. mercado e que tenham condições de atender a todas especificações
Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta de pre- e exigências da empresa. 5) Desenvolvimento de novos materiais:
ços; Análise dos preços; Pedido de Compras; Acompanhamento É o procedimento que possibilita à empresa pesquisar e selecionar
do pedido. novos materiais ou materiais alternativos o principal objetivo é
Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores; Desen- estabelecer alternativas econômicas ou técnicas para melhorar o
volvimento de novos materiais; Qualificação de fornecedores; Ne- desempenho dos produtos no mercado. Baseando-se em especifi-
gociação Solicitação de Compras. É o documento que contém as cações e parâmetros fornecidos pelo mercado ou pela engenharia.
informações sobre o que comprar. Pode ser originado por vários 6) Qualificação de fornecedores: É responsabilidade da área de
setores, dependendo do tipo de material: Material processo de fa- engenharia; a área de compras tem um a função de ligação entre o
bricação (matéria-prima, material de manutenção e material auxi- fornecedor e a engenharia, ou seja, pesquisa de mercado. 7) Nego-
liar) – Estoque; Material de uso específico do solicitante, originado ciação: É um procedimento de relacionamento entre a empresa e
nos setores funcionais da empresa. o fornecedor , quando ambas as partes ganham, esse procedimento
O Objetivos da função de compras: Apesar da variedade de é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento
compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos básicos da de fortalecimento dos laços de interesses, de melhorias contínuas e
atividade de compras, que são válidos para todos os materiais e principalmente de aumento dos lucros para ambas empresas.
serviços comprados. Materiais e serviços podem: Ser da qualidade Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de
certa; Ser entregues rapidamente, se necessário; Ser entregues no compras é realizada no lado do suprimento da empresa, estabele-
momento certo e na quantidade correta; Ser capazes de alteração cendo contratos com fornecedores para adquirir materiais e servi-
em termos de especificação, tempo de entrega ou quantidade (fle- ços, ligados ou não à atividade principal.
xibilidade); Ter preço correto. Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a em-
Podemos classificar as mercadorias de uma empresa em três presa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam compre-
tipos, de acordo com a rotatividade de seus estoques: Mercado- ender tanto as necessidades de todos os processos da empresa,
rias de alto giro;Mercadorias de médio giro; Mercadorias de baixo como as capacitações dos fornecedores que podem fornecer pro-
giro. dutos e serviços para a organização. A figura abaixo demonstra as
As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a provocar etapas da interação empresa/fornecedor:
tráfego no salão de vendas. Esse tipo de mercadoria quase sempre
dá pouco lucro, mas exerce um efeito de atração da clientela. Num FORNECEDORES Funçãode
Função decompras
compras Unidade Produtiva
bar, por exemplo, são aquelas que ficam bem à vista do freguês:
cigarro, fósforo, chicletes, balinhas etc. Preparam cotações:
Solicitações

As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que apre- Especificações; Preço e
Prazo, etc.
Prepara
solicitações de
Requisições de
produtos e

sentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem taxas de mar- cotações serviços

cação mais elevadas para compensar a demora de suas saídas.


Como pode ser observado, para analisar se o que você está Cotações Seleciona o Discute com
comprando para vender no varejo são os tipos de mercadorias
fornecedor
preferencial
o requisitante
ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obrigatoriamente, de
levar em consideração a rotatividade dos seus estoques, utilizando
o seguinte roteiro: Agrupamento das mercadorias de acordo com Produz produtos e
Pedido
Prepara pedido de
Discute com
a sua frequência de saída (alta, média ou baixa rotatividade); Le- serviços compra
o requisitante
vantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos,
Entrega produtos e serviços
de acordo com o seu giro; Somatório dos valores encontrados nos Recebe os
produtos e
grupos de mercadorias; Cálculo do percentual correspondente a serviços

cada grupo, em relação ao somatório; Análise dos percentuais en- A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade,
contrados. quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa indústria
Etapas do processo de compra; 1) Coleta de Preços: Docu- dependem muito das condições em que foram adquiridos os insu-
mento de registro da pesquisa de preços que fazemos em função de mos e as matérias-primas. No comércio, as compras de mercado-
ter recebido a solicitação de compra dos fornecedores que temos rias realizadas em melhores condições proporcionam venda mais
aprovado para este material específico. Nele anotamos os dados rápida e, possivelmente, com maior margem de lucro.
recebidos dos fornecedores. 2) Pedido de Compras: É o contrato A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos ne-
formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar todas as gócios. Comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias
condições estabelecidas nas negociações. No pedido deverá cons- e insumos necessários à manutenção, funcionamento e expansão
tar: preço unitário e total, condições de fornecimento, prazo de en- da empresa. As compras são responsáveis por uma margem de
trega, condições de pagamento, especificações técnicas do forneci- 50% a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande im-
mento, embalagens e transporte. 3) Acompanhamento do Pedido: pacto nos lucros.
Conhecido como follow-up, é o procedimento para manter sob Vejamos quais são as modalidades de compras mais utiliza-
controle todos os pedidos, até o momento em que ele é liberado das:

Didatismo e Conhecimento 6
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
• Compras de emergência – realizadas às pressas para
atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é desvantajoso 4. COMPRAS NO SETOR PÚBLICO,
porque reduz seu poder de negociação com o fornecedor e a com- 4.1 MODALIDADES, DISPENSAS E INEXIGI-
petitividade da empresa no mercado. As compras de emergência BILIDADE DE LICITAÇÃO PÚBLICA.
ocasionam aquisição de mercadorias com preços altos e rupturas 4.2 OBJETO DE LICITAÇÃO, 4.3 EDITAL DE
no estoque, além da paralisação da unidade, motivado por falta LICITAÇÃO, 4.4 PREGÃO, 4.5 CONTRATOS E
de controle por parte de quem requisita ou compra. Assim, para COMPRAS e 4.6 CONVÊNIOS, CONTRATOS
reduzir ou anular as compras de emergência, a empresa deve esta- DE GESTÃO E TERMOS SIMILARES.
belecer controle de estoque adequado.
• Compras especulativas – são feitas para especular com
possível alta de preços, geralmente antes da necessidade se apre-
sentar. Esta modalidade é perigosa, pois além de comprometer o Nas empresas estatais e autárquicas, como também no serviço
capital de giro pode acarretar prejuízos para a empresa, se não público em geral, ao contrário da iniciativa privada, as aquisições
acontecer a alta de preços prevista. de qualquer natureza obedecem a Lei nº. 8.666, de 21-6-1993, al-
terada pela Lei nº. 8.883, de 8-6-1994, motivo pelo qual se tornam
• Compras contratadas – realizadas por meio de contra-
totalmente transparentes. Observa-se que a diferença entre os tipos
tos que preveem a entrega dos produtos em épocas preestabeleci- de compras é a formalidade no serviço público e a informalidade
das. Esta modalidade é muito utilizada na indústria, para forneci- na iniciativa privada. Independentemente dessa particularidade, os
mento de matéria-prima e no comércio, para mercadorias espe- procedimentos são praticamente idênticos. O artigo 14 da lei de
ciais, modelos exclusivos ou produtos novos não lançados ainda licitações e contratos administrativos disciplina de forma objetiva:
no mercado. para que a administração efetue qualquer compra, preliminarmen-
te, deve curvar-se a dois princípios fundamentais: 1 - A definição
• Compras de reposição – compras realizadas para adqui-
precisa do seu objeto; 2 - A existência de recursos orçamentários
rir mercadorias que apresentam comportamento estável de vendas. que garantam o pagamento resultante. Assim está determinado no
É muito utilizada no comércio, principalmente em supermercados, citado artigo 14:
onde os produtos de primeira necessidade (pão, leite, arroz, feijão, “Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada ca-
outros produtos alimentícios) e produtos de higiene e limpeza pes- racterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários
soal (sabonete, pasta de dentes e outros) apresentam um comporta- para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilida-
mento de vendas equilibrado, durante o ano todo. de de quem lhe tiver dado causa ”.
Para se caracterizar o objeto da compra deve-se: 1. Avaliar a
Não é tão fácil definir quais os fornecedores que apresentam necessidade (planejamento); 2. Definir o quanto adquirir; 3. Verifi-
todas as condições necessárias: se o preço de aquisição é justo e car as condições de guarda e armazenamento; 4. Buscar atender o
oferece condições de marcar um preço de venda que permita con- princípio da padronização; 5. Obter as informações técnicas quan-
correr no mercado e, ao mesmo tempo, obter uma boa margem do necessárias; 6. Proceder a pesquisas de mercado; 7. Definir a
de lucro; se a qualidade dos produtos oferecidos tem a perfeição modalidade e tipo de licitação ou a sua dispensa / inexigibilidade;
do acabamento exigida pelo consumidor; se a quantidade ofere- 8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a Administra-
cida é suficiente para as necessidades de produção e vendas de ção pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços de mão de obra,
um determinado período; se os prazos de entrega satisfazem as Aquisição de Móveis, etc.
programações de vendas da empresa; se os prazos de pagamento Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no campo tec-
cobrem os prazos médios de vendas e não comprometem o capital nológico, empresarial e social, o Estado não pode ficar à margem,
de giro próprio. apenas como expectador. A ideia de uma Administração Pública
Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são regis- baseada na tradição, na rigorosidade formal, numa ordem burocrá-
tica pesada, está se tornando modelo ultrapassado e nada eficiente.
tradas as informações necessárias sobre os fornecedores (endere-
Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão admi-
ço, número do CNPJ, número da inscrição, objetivos sociais, pes- nistrativa, capaz de realizar a função pública de forma eficiente,
soas para contato, linhas de produtos ou mercadorias, prazo médio moderna, acompanhando a evolução econômica e financeira da
de entrega, condições de pagamento, política de descontos etc). sociedade, sem olvidar dos princípios basilares que orientam a Ad-
As atividades de compras nas pequenas empresas, geralmen- ministração Pública.
te são funções exercidas pelo proprietário. De qualquer modo o Com a crescente demanda por bens, obras, serviços em todo o
País, quando ao Estado cumpre garantir o desenvolvimento econô-
encarregado de compras – seja ele o próprio dono ou um funcio-
mico e social, tornou-se imprescindível adoção de procedimentos
nário – deve conhecer e seguir algumas regras básicas ao bom e mecanismos de controle, que garantam a aplicação do grande
desempenho de suas funções: Ele conhece bem o mercado? Ele volume de recursos disponíveis, com eficiência e transparência.
conhece bem os estoques da empresa? Ele conhece o orçamento Uma das formas eficientes utilizadas pela Administração Pública
da empresa? Ele é cauteloso?Ele acompanha permanentemente é a licitação.
os pedidos? Ele faz os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, nas
possui requisitos para desenvolver suas tarefas (responsabilidade; quais mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Lei Fe-
deral nº 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações e Contratos
paciência; habilidade no trato com pessoas; bom senso e iniciativa;
Administrativos.
capacidade para se comunicar; senso de organização; boa memó-
Para o setor público o instrumento utilizado para compras é a
ria; gosto pela leitura)?.
licitação, como forma de dar transparência à compra pública.

Didatismo e Conhecimento 7
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Licitação é o procedimento administrativo pelo qual uma O princípio da competitividade garante a livre participação a
pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, todos, porém, essa liberdade de participação é relativa, não signifi-
realizar obras ou serviços, segundo condições por ela estipuladas cando que qualquer empresa será admitida no processo licitatório.
previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, Por exemplo, não faz sentido uma empresa fabricante de automó-
a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de veis tencionar participar de um processo de licitação, quando o
parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este pro- objeto do certame seja compra de alimentos.
cedimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado proporcionar A Administração Pública se balizará no princípio da impes-
às entidades governamentais possibilidade de realizarem o negó- soalidade para evitar a preferência por alguma empresa especifi-
cio mais vantajoso; de outro, assegurar aos administrados ensejo camente, cuja não observação implicaria prejuízo para a lisura do
de disputarem entre si a participação nos negócios que as pessoas processo licitatório, e como consequência a decretação da nulidade
do processo.
administrativas entendam de realizar com os particulares.
Como a licitação busca atender ao interesse público, à coleti-
A Administração Pública lançará mão da licitação toda vez vidade, a escolha e julgamento da melhor proposta obedecerão ao
que for comprar bens, executar obras, contratar serviços, ou con- princípio da publicidade, que visa tornar a futura licitação conhe-
ceder a um terceiro o poder de, em seu nome, prestar algum tipo de cida dos interessados e dar conhecimento aos licitantes bem como
serviço público, como é o caso das concessões. à sociedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse princí-
Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municípios, pio é garantir aos cidadãos o acesso à documentação referente à
Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obrigados a licitar, licitação, bem como sua participação em audiências públicas, nas
em obediência às pertinentes leis de licitação, o que é ponto in- hipóteses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93.
controverso. O problema que se põe é saber se as sociedades de A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais barata. Como
economia mista e empresas públicas também se sujeitam ao dever dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Administração Pública
de licitar. deve saber definir quando, quanto, o que e por que vai comprar, a
Inexigibilidade De Licitação: A obrigatoriedade somente não exemplo da situação onde há opção de compra ou locação. É nessa
se aplica em determinados casos descritos a seguir conforme de- análise que o princípio da economicidade se revela, auxiliando a
creto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967: Art. 126. As compras, aplicação dos recursos públicos com zelo e eficiência.
obras e serviços efetuar-se-ão com estrita observância do princípio Modalidades da Licitação: Cinco são as modalidades de li-
da licitação. citação previstas na lei - art. 22 (O § 8’ veda a criação de outras
A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta lei. modalidades licitatórias ou sua combinação): Concorrência - é a
modalidade de licitação própria para contratos de grande valor,
§ 2.0. É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, grave per-
em que se admite a participação de quaisquer interessados, cadas-
turbação da ordem ou calamidade pública; Quando sua realiza- trados ou não, que satisfaçam as condições do edital, convocados
ção comprometer a segurança nacional, a juízo do Presidente da com a antecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade
República; Quando não acudirem interessados à licitação anterior, pelo órgão oficial e pela imprensa particular; Tomada de preços
mantidas, neste caso, as condições preestabelecidas; Na aquisição - é a licitação realizada entre interessados previamente registra-
de materiais, equipamentos ou gêneros que só podem ser forneci- dos, observada a necessária habilitação, convocados com a ante-
dos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, cedência mínima prevista na lei, por aviso publicado na imprensa
bem como na contratação de serviços com profissionais ou firmas oficial e em jornal particular, contendo as informações essenciais
de notória especialização; Na aquisição de obras de arte e objetos da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei apro-
históricos; Quando a operação envolver concessionário de serviço ximou a tomada de preços da concorrência, exigindo a publicação
público ou, exclusivamente, pessoas de direito público interno ou do aviso e permitindo o cadastramento até o terceiro dia anterior
entidades sujeitas ao seu controle majoritário; Na aquisição ou ar- à data do recebimento das propostas; Convite - é a modalidade de
rendamento de imóveis destinados ao Serviço Público; Nos casos licitação mais simples, destinada às contratações de pequeno valor,
de emergência, caracterizada a urgência de atendimento de situa- consistindo na solicitação escrita a pelo menos três interessados
ção que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de do ramo, registrados ou não, para que apresentem suas propostas
pessoas, obras, bens ou equipamentos; Nas compras ou execução no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige publica-
de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal os que ção, porque é feito diretamente aos escolhidos pela Administração
através de carta-convite. A lei nova, porém, determina que cópia
envolverem importância inferior a cinco vezes, no caso de com-
do instrumento convocatório seja afixada em local apropriado,
pras e serviços, e a cinquenta vezes, no caso de obras, o valor do estendendo-se automaticamente aos demais cadastrados da mesma
maior salário mínimo mensal. categoria, desde que manifestem seu interesse até vinte e quatro
Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações também horas antes da apresentação das propostas; Concurso - é a modali-
tem seus princípios norteadores. Discorreremos acerca de alguns dade de licitação destinada à escolha de trabalho técnico ou artís-
deles, ainda que forma bastante simples. tico predominantemente de criação intelectual. Normalmente, há
O princípio da legalidade, como princípio geral previsto no atribuição de prêmio aos classificados, mas a lei admite também a
art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o qual “ninguém será oferta de remuneração; Leilão - é espécie de licitação utilizável na
obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei”, obri- venda de bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também
ga a Administração Pública, quando da compra, obra, contração de de imóveis.
serviços ou alienação, a proceder de acordo com o que a Consti- • Publicação Dos Editais: os editais de concorrência, to-
tuição Federal e Leis preveem. A não observação desse princípio mada de preços, concurso e leilão deverão ser publicados com an-
impregnará o processo licitatório de vício, trazendo nulidade como tecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da União,
consequência. no Diário Oficial do Estado, ou em jornal de grande circulação no
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade no tra- Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Municí-
tamento a todos quantos venham participar do certame licitatório. pio, dependendo da estância da licitação.

Didatismo e Conhecimento 8
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
• Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo mínimo que 3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admitidas
deverá mediar entre a última publicação do edital resumido ou da são ordenadas em função das vantagens que oferecem, na confor-
expedição do convite e o recebimento das propostas será: De qua- midade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital”. Após
renta e cinco dias para: Concurso; Concorrência: do tipo “melhor se confrontar as ofertas, classificam-se as propostas e escolhe-se
técnica” ou “técnica e preço”, ou execução por empreitada inte- o vencedor, a partir das vantagens que oferecem, na conformidade
gral; De trinta dias para: Concorrência, nos casos não especifica- dos critérios de avaliação estabelecidos no edital a quem deverá
dos acima; Tomada de preços, quando a licitação for do tipo “me- ser adjudicado o objeto da licitação.” A classificação se divide em
lhor técnica” ou “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de duas fases: Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “propos-
preços, nos casos não especificados acima; Leilão; De cinco dias ta” entregues pelos participantes do certame. Os envelopes são
úteis para: Convite. abertos em ato público, previamente designado, do qual se lavrará
• Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que com- ata circunstanciada; Na segunda, há o julgamento das propostas,
põem o procedimento terem, cada um, finalidade específica, eles que deve ser objetivo e em conformidade com os tipos de licitação.
têm um objetivo comum: a seleção da melhor proposta. Este ato Critérios de classificação: Existem quatro tipos básicos de licitação
derradeiro do procedimento é um ato unilateral que se inclui dentro (4 critérios básicos para avaliação das propostas): Licitação de me-
nor preço - é a mais comum. O critério do menor preço é, sem dú-
do próprio certame, diferentemente do contrato, que é externo ao
vida, o mais objetivo. É usual na contratação de obras singelas, de
procedimento. “O procedimento da licitação será iniciado com a
serviços que dispensam especialização, na compra de materiais ou
abertura de processo administrativo, devidamente autuado, proto-
gêneros padronizados; Licitação de melhor técnica - esse critério
colado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação
privilegia a qualidade do bem, obra ou serviço proposto em função
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual da necessidade administrativa a ser preenchida. O que a Adminis-
serão juntados oportunamente: “Da Requisição de Compra deverá tração pretende é a obra, o serviço, o material mais eficiente, ma is
constar obrigatoriamente: Justificativa do pedido, endossada pelo durável, mais adequado aos objetivos a serem atingidos; Licitação
titular do órgão; Especificação adequada do produto a ser adqui- de técnica e preço - neste tipo de licitação, combinam-se os dois
rido; Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente fatores: técnica e preço.
confirmado pela Seção de Contabilidade da unidade requisitante; Esse critério pode consistir em que a técnica e preço sejam
Atendimento ao princípio de padronização, sempre que possível avaliados separadamente, de modo a que, após selecionar as pro-
for; Indicação dos fatores a serem considerados e expressamente postas que vierem a alcançar certo índice de qualidade ou de téc-
declarados no Edital, para fins de julgamento das propostas. nica, o preço será o fator de decisão. Pode-se, ainda atribuir pesos,
Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da licita- ou seja, ponderação aos resultados da parte técnica e ponderação
ção à qual se segue a fase externa, que se desenvolve através dos ao preço, que serão considerados em conjunto; Licitação de maior
seguintes atos, nesta ordem: 1. Edital ou convite de convocação lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de
dos interessados; 2. Recebimento da documentação e propostas; 3. direito real de uso (art. 45 § 1’ da Lei 8.666/93). As propostas que
Habilitação dos licitantes; 4. Julgamento das propostas (classifica- estiverem de acordo com o edital serão classificadas na ordem de
ção) 5. Adjudicação e homologação. preferência, na escolha conforme o tipo de licitação. Aquelas que
A modalidade em que todas as fases da licitação se encontram não se apresentarem em conformidade com o instrumento convo-
claramente definidas é a concorrência. catório serão desclassificadas. Não se pode aceitar proposta que
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração leva apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero,
ao conhecimento público a abertura de concorrência, de tomada de ainda que o instrumento convocatório não tenha estabelecido limi-
preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua realização tes mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93).
e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas”. O pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens
Como lei interna da licitação, vincula a Administração e os parti- e serviços comuns em que a disputa pelo fornecimento é feita em
cipantes. sessão pública, por meio de propostas e lances, para classificação e
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação; Iden- habilitação do licitante com a proposta de menor preço.
A grande inovação do pregão se dá pela inversão das fases de
tifica o objeto licitado e delimita o universo das propostas; Cir-
habilitação e análise das propostas. Dessa forma, apenas a docu-
cunscreve o universo dos proponentes; Estabelece os critérios para
mentação do participante que tenha apresentado a melhor proposta
análise e avaliação dos proponentes e das propostas;Regula atos e
é analisada.
termos processuais do procedimento;
Além disso, a definição da proposta mais vantajosa para a Ad-
Fixa cláusulas do futuro contrato. ministração é feita através de proposta de preço escrita e, após,
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada “qua- disputa através de lances verbais.
lificação”, é a fase do procedimento em que se analisa a aptidão Após os lances, ainda pode haver a negociação direta com o
dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação indispensável pregoeiro, no intuito da diminuição do valor ofertado.
para que sua proposta possa ser objeto de consideração, sendo que O pregão vem se somar às demais modalidades previstas na
o licitante pode ser habilitado ou não pelo órgão competente. Lei n.º 8.666/93, que são a concorrência, a tomada de preços, o
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” inexiste convite, o concurso e o leilão. Diversamente destas modalidades,
a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori pelo próprio o pregão pode ser aplicado a qualquer valor estimado de contra-
órgão licitante que escolhe e convoca aqueles que julgam capaci- tação, de forma que constitui alternativa a todas as modalidades.
tados a participar do certame, admitindo, também, eventual inte- Outra peculiaridade é que o pregão admite como critério de julga-
ressado, não convidado, mas cadastrado. mento da proposta somente o menor preço.

Didatismo e Conhecimento 9
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
O pregão foi instituído exclusivamente no âmbito da União, O pregoeiro faz a leitura dos envelopes com o preço ofertado
ou seja, só pode ser aplicado na Administração Pública Federal, de cada participante, o qual será registrado no sistema informatiza-
compreendidos os três Poderes. Especificamente, alcança os mes- do e projetado em tela, ou, alternativamente, será anotado em qua-
mos órgãos e entidades da Administração Federal sujeitos à inci- dro-negro, assegurando perfeita visualização e acompanhamento
dência da Lei n.º 8.666/93: a administração direta, as autarquias, por todos os presentes.
as fundações, as empresas públicas e as sociedades de economia Nesta etapa é realizada a classificação das propostas cujos
mista. licitantes poderão participar da etapa de apresentação de lances
Bens e Serviços Comuns verbais. A participação só é permitida para aqueles ofertantes cujas
Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desem- propostas por escrito apresentem valor situado dentro de um inter-
penho e qualidades possam ser objetivamente definidas pelo edital, valo entre o menor preço oferecido e os demais. O objetivo é esti-
por meio de especificações usuais no mercado. Trata-se, portanto, mular os participantes a apresentarem propostas compatíveis com
de bens e serviços geralmente oferecidos por diversos fornecedo- a realidade do mercado, punindo a tentativa de inflacionar preços.
res e facilmente comparáveis entre si, de modo a permitir a decisão Assim, o pregoeiro anunciará a proposta por escrito de menor
de compra com base no menor preço. preço e em seguida aquelas cujos preços se situem dentro do inter-
A relação dos bens e serviços que se enquadram nessa tipifica- valo de 10% acima da primeira. Somente estes ofertantes poderão
fazer lances verbais adicionalmente às propostas escritas que te-
ção está contida no Anexo II do Decreto n.º 3.555, de 8 de agosto
nham apresentado.
de 2000, que regulamenta o pregão.
Não havendo pelo menos três propostas de preços nas condi-
Base Legal
ções definidas no parágrafo anterior, o pregoeiro classificará as três
A Lei n.º 10.520, de 17 de julho de 2002, instituiu o pregão melhores, quaisquer que sejam os preços oferecidos.
como nova modalidade de licitação. O Decreto n.º 3.555/00 deta- Lances Verbais
lha os procedimentos previstos na Lei e especifica os bens e ser- Nesta etapa, é franqueada a formulação dos lances verbais,
viços comuns. que necessariamente devem contemplar preços de valor decres-
Etapa Competitiva cente em relação à proposta por escrito de menor valor.
A etapa competitiva transcorre durante a sessão pública do O pregoeiro convidará o participante selecionado que tenha
pregão, que consiste em evento no qual são recebidas as propostas apresentado a proposta selecionada de maior valor, para dar iní-
escritas e a documentação de habilitação, realizada a disputa por cio à apresentação de lances verbais. Os lances serão formulados
lances verbais e o seu julgamento e classificação, seguido da ha- obedecendo à sequência do maior para o menor preço escrito se-
bilitação da melhor proposta e, finalmente, da proclamação de um lecionado.
vencedor. A etapa competitiva poderá ser sucessivamente retoma- Sempre que um licitante desistir de apresentar lance, ao ser
da no caso de descumprimento dos requisitos de habilitação, pelo convidado pelo pregoeiro, será excluído da disputa verbal.
vencedor. A sessão pública será realizada no dia, hora e local que A ausência de lance verbal não impede a continuação da ses-
tenham sido designados no Edital. são para a etapa de julgamento e classificação, que nesse caso exa-
A sequência de procedimentos descrita a seguir deverá ser minará as ofertas escritas.
obrigatoriamente observada na etapa competitiva do pregão. Julgamento e Classificação Final
Credenciamento Esgotada a apresentação de lances verbais, o pregoeiro passa
Os interessados devem comparecer no dia, hora e local pre- ao julgamento da proposta de menor preço. A modalidade pregão
vistos, diretamente ou por seus representantes legais, que deverão prevê a aplicação tão somente da licitação de tipo menor preço,
se identificar e comprovar possuírem os poderes exigidos para a que define como vencedor o licitante que apresente a proposta
formulação de propostas e participação no pregão. mais vantajosa para a Administração Pública.
Recebimentos dos envelopes O pregoeiro procederá à classificação do último lance apre-
Verificadas as credenciais de todos os presentes, é declarada sentado por cada licitante, conforme ordenação crescente de preço.
aberta a sessão pelo pregoeiro, que transcorrerá de forma ininter- No caso de participante que não tenha apresentado lance verbal,
é classificada a proposta por escrito apresentada inicialmente. Da
rupta até o encerramento dos trabalhos.
mesma forma, na hipótese de não haver apresentação de lance ver-
São então recebidas as propostas dos licitantes e respectivas
bal pelos participantes, o pregoeiro classificará as propostas por
documentações de habilitação, em dois invólucros separados, da
escrito.
seguinte forma: Realizada a classificação das propostas, a de menor valor será
1. Envelope contendo a proposta; então examinada em relação a sua aceitabilidade. Este exame com-
2. Envelope contendo a documentação de habilitação do preende a verificação da compatibilidade da proposta com o preço
interessado. estimado pela Administração Pública na elaboração do Edital. O
Importante inovação trazida pelos procedimentos do pregão, pregoeiro poderá negociar diretamente com o licitante, visando
a comprovação documental de atendimento aos requisitos da ha- obter reduções adicionais de preço. Não há obrigação de aceitar
bilitação só será verificada no caso da proposta vencedora. Isto proposta cujo valor seja excessivo em relação à estimativa de pre-
simplifica o processo, evitando o exame demorado e trabalhoso ço previamente elaborada pela Administração.
de extensa documentação apresentada por todos os participantes. O exame de aceitabilidade também considera a compatibilidade
Abertura das Propostas e Classificação dos Licitantes de Me- da proposta com os requisitos definidos no edital, relativamente a:
lhor Oferta 1. Prazos de fornecimento;
Imediatamente após a sua entrega, os envelopes contendo as 2. Especificações técnicas;
propostas de preço são abertos. 3. Parâmetros de desempenho e de qualidade.

Didatismo e Conhecimento 10
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Habilitação Adjudicação e Homologação
A fase de habilitação tem lugar depois de classificadas as pro- A adjudicação do licitante vencedor será realizada pelo prego-
postas e realizado seu julgamento, identificada aquela de menor eiro, ao final da sessão do pregão, sempre que não houver manifes-
preço. tação dos participantes no sentido de apresentar recurso.
Sendo assim, a habilitação ocorre depois do julgamento da Ocorrendo a interposição de recurso, a adjudicação ou o aca-
proposta de menor preço ofertada. tamento do recurso será realizado pela Autoridade Competente,
Depois de encerrada a etapa de competição entre propostas depois de transcorridos os prazos devidos e decididos os recursos.
de preço, o pregoeiro procederá à abertura do envelope contendo A homologação da licitação é de responsabilidade da Autorida-
a documentação de habilitação do licitante que tiver apresentado de Competente e só podem ser realizados depois de decididos os
a melhor proposta julgada, ou seja, aquela de menor preço, consi- recursos e confirmada à regularidade de todos os procedimentos
derada aceitável. Será examinada tão somente a documentação do adotados.
vencedor da etapa competitiva entre preços. O exame constará de
CONTRATOS E COMPRAS
verificação da documentação relativa a:
1. Habilitação jurídica; LEI Nº 8.666 - DE 21 DE JUNHO DE 1993 -
2. Qualificação técnica; DOU DE 6/7/93 - Republicada
3. Qualificação econômico-financeira;
4. Regularidade fiscal; e conformidade com as disposições SEÇÃO V - DAS COMPRAS
constitucionais relativas ao trabalho do menor de idade. Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte-
A habilitação jurídica e a qualificação técnica e econômico- rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para
-financeira obedecerão aos critérios estabelecidos no Edital. seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de
A regularidade fiscal deverá ser verificada em relação à Fa- quem lhe tiver dado causa.
zenda Nacional, a Seguridade Social e o FGTS. Os fornecedores Art. 15. As compras, sempre que possível deverão:
regularmente cadastrados no Sistema de Cadastramento Unifica- I - atender ao princípio da padronização, que imponha com-
do de Fornecedores - SICAF, estão dispensados de apresentar os patibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observa-
documentos de habilitação jurídica, de qualificação econômico- das, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência
-financeira e de regularidade fiscal. Neste caso, o pregoeiro pro- técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
cederá à consulta ao SICAF, que contém registros relativos a estas
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento se-
exigências de habilitação. melhantes às do setor privado;
O exame da documentação ou a consulta ao SICAF podem IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias
resultar na impossibilidade de habilitação do licitante que tenha para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economi-
apresentado a melhor proposta de preço. Neste caso, deverão ser cidade;
examinados em seguida, os documentos de habilitação do segun- V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
do colocado, conforme a classificação e assim sucessivamente, até entidades da Administração Pública.
que um licitante atenda às exigências de habilitação. §1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa
Indicação do Vencedor de mercado.
Será declarado vencedor do pregão o licitante que tiver apre- §2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente
sentado a proposta classificada de menor preço e que subsequente- para orientação da administração, na imprensa oficial.
mente tenha sido habilitado. Qualquer participante pode recorrer, §3º O sistema de registro de preços será regulamentado por
assim que for declarado o vencedor. Não ocorrendo imediata ma- decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se-
nifestação acompanhada da explicitação dos motivos, será confi- guintes condições;
gurada a preclusão do direito de recurso. I - seleção feita mediante concorrência;
Recurso II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos
preços registrados;
A apresentação de recurso não se conclui durante a sessão do
III - validade do registro não superior a um ano.
pregão. Existindo intenção de interpor recurso, o licitante deve- §4º A existência de preços registrados não obriga a adminis-
rá manifestá-la ao pregoeiro, de viva voz, imediatamente após a tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-
declaração do vencedor. A manifestação necessariamente explici- -lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
tará motivação consistente, que será liminarmente avaliada pelo relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
pregoeiro, o qual decidirá pela sua aceitação ou não. Admitido o preferência em igualdade de condições.
recurso, o licitante dispõe do prazo de três dias para apresentação §5º O sistema de controle originado no quadro geral de pre-
do recurso, por escrito, que será disponibilizado a todos os partici- ços, quando possível, deverá ser informatizado.
pantes em dia, horário e local previamente comunicado, durante a §6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço
sessão do pregão. Os demais licitantes poderão apresentar contra constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse
razões em até 3 dias, contados a partir do término do prazo do com o preço vigente no mercado.
recorrente. É assegurado aos licitantes vista imediata dos autos do §7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
pregão, com a finalidade de subsidiar a preparação de recursos e I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi-
de contra razões. cação de marca;
A decisão sobre recurso será instruída por parecer do prego- II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-
eiro e homologada pela Autoridade Competente responsável pela ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-
licitação. O acolhimento do recurso implica tão somente na inva- va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
lidação daqueles atos que não sejam passíveis de aproveitamento. quantitativas de estimação;

Didatismo e Conhecimento 11
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
III - as condições de guarda e armazenamento que não permi- §1º (Vetado).
tam a deterioração do material. §2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com
§8º O recebimento de material de valor superior ao limite es- pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no
tabelecido no art. 23 desta lei, para a modalidade de convite, deve- estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
rá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros. competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de di- questão contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta lei.
vulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, §3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta-
à relação de todas as compras feitas pela administração direta ou bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e
indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as caracte-
seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor rísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº
e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as 4.320, de 17 de março de 1964.
compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exi-
casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. gida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
compras.
CAPÍTULO III - DOS CONTRATOS §1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES lidades de garantia:
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta lei re- I - caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;
gulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, II - seguro-garantia;
aplicando-se lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos III - fiança bancária.
contratos e as disposições de direito privado. §2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede-
§1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de- nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no § 3º deste
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em artigo.
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se §3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
vinculam. volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá-
§2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida- veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con-
e da respectiva proposta.
trato.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
§4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti-
estabeleçam:
tuída após a execução do contrato, e, quando em dinheiro, atuali-
I - o objeto e seus elementos característicos;
zada monetariamente.
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
§5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao
-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga- Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta lei ficará
ções e a do efetivo pagamento; adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, quanto aos relativos:
de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me-
o caso; tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro-
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
da classificação funcional programática e da categoria econômica; sido previsto no ato convocatório;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execu- II - à prestação de serviços a serem executados de forma con-
ção, quando exigidas; tínua que deverão ter a sua duração dimensionada com vistas à
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida- obtenção de preços e condições mais vantajosas para a Adminis-
des cabíveis e os valores das multas; tração, limitada a duração a sessenta meses;
VIII - os casos de rescisão; III - (Vetado).
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas
de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta lei; de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
conversão, quando for o caso; §1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis- de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial- -financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devi-
mente aos casos omissos; damente autuados em processo:
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
exigidas na licitação. ções de execução do contrato;

Didatismo e Conhecimento 12
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes
ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no con- lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
trato, nos limites permitidos por esta lei; inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta lei e
V - impedimento de execução por fato ou ato de terceiro reco- às cláusulas contratuais.
nhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
ocorrência; contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi-
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Adminis- ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
tração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
diretamente, impedimento ou retardamento na execução do con- para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja
trato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis; o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
§2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es- desta lei.
crito e previamente, autorizada pela autoridade competente para Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos
celebrar o contrato. de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas
§3º É vedado o contrato com prazo de vigência indetermina- e inexigibilidades cujos preços compreendidos nos limites destas
do. duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins- Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis,
tituído por esta lei confere à Administração, em relação a eles, a tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização
prerrogativa de: de compra ou ordem de execução de serviço.
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às §1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou
finalidades de interesse públicos respeitados os direitos do con- ato convocatório da licitação.
tratado; §2º Em carta contrato, nota de empenho de despesa, autori-
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no zação de compra, ordem de execução de serviço ou outros ins-
inciso I do art. 79 desta lei; trumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55
III - Fiscalizar-lhes a execução; desta lei.
§3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta lei e de-
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou par-
mais normas gerais, no que couber:
cial do ajuste.
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
regido, predominantemente, por norma de direito privado.
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-
II - aos contratos em que a Administração for parte como usu-
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó-
ária de serviço público.
tese de rescisão do contrato administrativo. §4º É dispensável o termo de contrato e facultada a substitui-
§1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos ção prevista neste artigo a critério da Administração e independen-
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia temente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata
concordância do contratado. e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações
§2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi- futuras, inclusive assistência técnica.
co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante- Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos
nha o equilíbrio contratual. termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual-
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrati- quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-
vo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, gamento dos emolumentos devidos.
ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já pro- Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa-
duzidos. do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena
dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs-
a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente tas no art. 81 desta lei.
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo- §1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez,
-se a responsabilidade de quem lhe deu causa. por igual período, quando solicitado, pela parte durante o seu
transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Ad-
SEÇÃO II - DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS ministração.
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas §2º É facultado à Administração, quando o convocado não as-
repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico sinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento
dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici-
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins- tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em
trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas-
no processo que lhe deu origem. sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver- com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente
bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto da cominação prevista no art. 81 desta lei.
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% §3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro-
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li-
a desta lei, feitas em regime de adiantamento. berados dos compromissos assumidos.

Didatismo e Conhecimento 13
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
SEÇÃO III - DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS SEÇÃO IV - DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
Art. 65. Os contratos regidos por esta lei poderão ser altera- Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta lei,
I - unilateralmente pela Administração: respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to-
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- tal ou parcial.
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- fiscalizada por um representante da Administração especialmente
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
nos limites permitidos por esta lei; subsidiá-lo de informações pertinentes a esta atribuição.
II - por acordo das partes: §1º O representante da Administração anotará em registro
a) quando conveniente à substituição da garantia de execução; próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con-
b) quando necessária à modificação do regime de execução trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
ou defeitos observados.
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
§2º As decisões e providências que ultrapassarem a competên-
originários;
cia do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va- tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento com Art. 68. O contrato deverá manter preposto, aceito pela Admi-
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente nistração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na exe-
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou cução do contrato.
serviço; Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- reconstruir ou substituir, as suas expensas, no total ou em parte, o
mente entre os encargos do contratado e a atribuição da Adminis- objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, reções resultantes da execução ou de materiais empregados.
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados di-
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, retamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa
ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardado- ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
res ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea interessado.
econômica extraordinária e extracontratual. Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis-
§1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi- tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas do contrato.
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do §1º A inadimplência do contratado, com referência aos en-
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor- cargos estabelecidos neste artigo, não transfere à Administração
ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar
por cento) para os seus acréscimos. o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras
§2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi- e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
tes estabelecidos no parágrafo anterior. §2º A Administração poderá exigir, também, seguro para ga-
§3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços rantia de pessoas e bens devendo essa exigência constar do edital
unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante de licitação ou do convite.
acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § §3º (Vetado).
1° deste artigo. Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí-
§4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar
contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em
trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos cada caso, pela Administração.
de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri- Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
dos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente I - em se tratando de obras e serviços:
decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanha-
§5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados mento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado
ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do
quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com- contratado;
provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela
destes para mais ou para menos, conforme o caso. autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado
§6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria
os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais ob-
por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. servados o disposto no art. 69 desta lei;
§7º (Vetado). II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
§8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajus- a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da
te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com- conformidade do material com a especificação;
pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quanti-
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações dade do material e consequente aceitação.
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, §1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto,
não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos de-
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. mais, mediante recibo.

Didatismo e Conhecimento 14
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
§2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res- XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo
ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, conhecimento, justificados e determinados pela máxima autorida-
nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante
dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato. e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
§3º O prazo a que se refere a alínea b do inciso I deste artigo XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, ser-
não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep- viços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do
cionais, devidamente justificados e previstos no edital. contrato além do limite permitido no § 1º do art. 65 desta lei;
§4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad-
a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em
procedido dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realiza- caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou
dos, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo
anterior à exaustão dos mesmos. prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza-
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza-
seguintes casos: ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado,
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
II - serviços profissionais; das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de-
II, alínea a, desta lei, desde que não se componham de aparelhos, vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne-
equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamen- cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em
to e produtividade. caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen-
feito mediante recibo. são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada
Art. 75. Salvo disposições em contrário constante do edital, a situação;
do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área,
exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje- local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento,
to do contrato correm por conta do contratado. nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
especificadas no projeto;
serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu-
larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
SEÇÃO V - DA INEXECUÇÃO E DA RESCISÂO DOS
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão for-
CONTRATOS
malmente motivados nos autos do processo, assegurado o contra-
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
ditório e a ampla defesa.
rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: I - determinada por ato unilateral e escrita da Administração,
I - não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
projetos ou prazos; II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especi- processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi-
ficações, projetos e prazos. nistração;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração III - judicial, nos termos da legislação;
a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou IV - (Vetado).
do fornecimento, nos prazos estipulados. §1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece-
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne- dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe-
cimento; tente.
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem §2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a
justa causa e prévia comunicação à Administração; XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa- este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou-
ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou ver sofrido, tendo ainda direito a:
parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas I - devolução de garantia;
no edital e no contrato; II - pagamento devido pela execução do contrato até a data
VII - o desatendimento das determinações regulares da autori- da rescisão;
dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim III - pagamento do custo da desmobilização.
como as de seus superiores; §3º (Vetado).
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano- §4º (Vetado).
tadas na forma do 1º do art. 67 desta lei; §5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con-
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente
civil; por igual tempo.
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre-
estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; vistas nesta lei.

Didatismo e Conhecimento 15
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado-
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por inte-
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, grantes do respectivo sistema de controle interno.
material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá- § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão
rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta lei; obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui-
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior
Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela de- a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou
vidos; operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública,
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores
dos prejuízos causados à Administração. que um mês.
§1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo
artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida- anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio
de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta. e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo
§2º É permitido à Administração, no caso de concordata do constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de
contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de de- contas do ajuste.
terminadas atividades de serviços essenciais. § 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do
§3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser pre- convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes,
cedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan-
ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso. ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador
§4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior per- dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento,
mite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do
inciso I deste artigo. responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão
CONVÊNIOS, CONTRATOS DE ou entidade titular dos recursos.
GESTÃO E TERMOS SIMILARES.
Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993 LEI Nº 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1998.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, DO CONTRATO DE GESTÃO
aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres
celebrados por órgãos e entidades da Administração. Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade
ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprova- qualificada como organização social, com vistas à formação de
ção de competente plano de trabalho proposto pela organização parceria entre as partes para fomento e execução de atividades re-
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes infor- lativas às áreas relacionadas no art. 1o.
mações: Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo
I - identificação do objeto a ser executado; entre o órgão ou entidade supervisora e a organização social, dis-
II - metas a serem atingidas; criminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder
III - etapas ou fases de execução; Público e da organização social.
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido,
V - cronograma de desembolso; após aprovação pelo Conselho de Administração da entidade, ao
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspon-
da conclusão das etapas ou fases programadas; dente à atividade fomentada.
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenha- Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser ob-
ria, comprovação de que os recursos próprios para complementar servados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão I - especificação do programa de trabalho proposto pela or-
descentralizador. ganização social, a estipulação das metas a serem atingidas e os
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos
dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Mu- critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados,
nicipal respectiva. mediante indicadores de qualidade e produtividade;
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con- II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com re-
formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos muneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas
a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das pelos dirigentes e empregadas das organizações sociais, no exercí-
impropriedades ocorrentes: cio de suas funções.
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades su-
aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla- pervisoras da área de atuação da entidade devem definir as demais
ção aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descen-
tralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de DA EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO DE
controle interno da Administração Pública; GESTÃO
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos Art. 8o A execução do contrato de gestão celebrado por orga-
recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou nização social será fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora
fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamen- da área de atuação correspondente à atividade fomentada.
tais de Administração Pública nas contratações e demais atos prati- § 1o A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entida-
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor de do Poder Público supervisor signatário do contrato, ao término
com relação a outras cláusulas conveniais básicas; de cada exercício ou a qualquer momento, conforme recomende o

Didatismo e Conhecimento 16
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
interesse público, relatório pertinente à execução do contrato de
gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com 5.1 ENTRADA.
os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas
correspondente ao exercício financeiro.
§ 2o Os resultados atingidos com a execução do contrato de
gestão devem ser analisados, periodicamente, por comissão de A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite di-
avaliação, indicada pela autoridade supervisora da área correspon- vidir a função em quatro fases : 1a fase : Entrada de materiais; 2a
dente, composta por especialistas de notória capacidade e adequa- fase : Conferência quantitativa; 3a fase : Conferência qualitativa;
da qualificação. 4a fase : Regularização
§ 3o A comissão deve encaminhar à autoridade supervisora 1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos veículos
relatório conclusivo sobre a avaliação procedida. transportadores efetuada na portaria da empresa representa o iní-
Art. 9o Os responsáveis pela fiscalização da execução do con- cio do processo de Recebimento e tem os seguintes objetivos : a
trato de gestão, ao tomarem conhecimento de qualquer irregulari- recepção dos veículos transportadores; a triagem da documentação
dade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem suporte do recebimento; constatação se a compra, objeto da Nota
pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Fiscal em análise, está autorizada pela empresa; constatação se a
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. compra autorizada está no prazo de entrega contratual; constata-
Art. 10. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo an- ção se o número do documento de compra consta na Nota Fiscal;
terior, quando assim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse cadastramento no sistema das informações referentes a compras
público, havendo indícios fundados de malversação de bens ou autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento; o
recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização re- encaminhamento desses veículos para a descarga.
presentarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou As compras não autorizadas ou em desacordo com a progra-
à Procuradoria da entidade para que requeira ao juízo competente mação de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os moti-
a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o seques- vos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as
tro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou operações de análise de avarias e conferência de volumes é o “Co-
terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano nhecimento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido
ao patrimônio público. quando do recebimento da mercadoria a ser transportada.
§ 1o O pedido de sequestro será processado de acordo com o As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal às circuns-
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações manti- tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do
das pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dos
transportador. O exame para constatação das avarias é feito através
tratados internacionais.
da análise da disposição das cargas, da observação das embala-
§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá
gens, quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
como depositário e gestor dos bens e valores sequestrados ou in-
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser
disponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da
encaminhados ao estoque. Para efeito de descarga do material no
entidade.
estoque, a recepção é voltada para a conferência de volumes, con-
frontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros e controles
de compra. Para a descarga do veículo transportador é necessária
a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: paleteiras, ta-
5. RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM. lhas, empilhadeiras e pontes rolantes.

5.2 CONFERÊNCIA.
Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
a conferência dos materiais destinados à empresa.
As atribuições básicas do Recebimento são: coordenar e
2a fase - Conferência Quantitativa; É a atividade que ve-
controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
rifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota Fiscal
analisar a documentação recebida, verificando se a compra está
autorizada; controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no corresponde efetivamente à recebida. A conferência por acusação
Manifesto de Transporte com os volumes a serem efetivamente também conhecida como “ contagem cega “ é aquela no qual o
recebidos; proceder a conferência visual, verificando as condições conferente aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quanti-
de embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada dade faturada pelo fornecedor. A confrontação do recebido versus
e, se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos faturado é efetuada a posteriori por meio do Regularizador que
documentos; proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos analisa as distorções e providencia a recontagem.
materiais recebidos; decidir pela recusa, aceite ou devolução, con- Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po-
forme o caso; providenciar a regularização da recusa, devolução dem ser contados utilizando os seguintes métodos : Manual : para
ou da liberação de pagamento ao fornecedor; liberar o material o caso de pequenas quantidades; Por meio de cálculos : para o
desembaraçado para estoque no almoxarifado; caso que envolvem embalagens padronizadas com grandes quanti-

Didatismo e Conhecimento 17
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
dades; Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos 5.4 CRITÉRIOS E TÉCNICAS
, porcas, arruelas; Pesagem : para materiais de maior peso ou vo- DE ARMAZENAGEM.
lume, a pesagem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou
ferroviárias; Medição : em geral as medições são feitas por meio
de trenas;
3ª fase - Conferência Qualitativa: Visa garantir a adequação Os Critérios de Armazenagem dependem das características
do material ao fim que se destina. A análise de qualidade efetua- do material, a armazenagem pode dar-se em função dos seguintes
da pela inspeção técnica, por meio da confrontação das condições parâmetros: fragilidade; combustibilidade; volatilização; oxida-
contratadas na Autorização de Fornecimento com as consignadas ção; explosividade; intoxicação; radiação; corrosão; inflamabili-
na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa garantir o recebimento ade- dade; volume; peso e forma.
quado do material contratado pelo exame dos seguintes itens: Ca- Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem a regras
racterísticas dimensionais; Características específicas; Restrições taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser dis-
de especificação; postos no estoque. Por essa razão, devem-se analisar, em conjunto,
4ª fase – Regularização: Caracteriza-se pelo controle do pro- os parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo
cesso de recebimento, pela confirmação da conferência qualitati- de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que
va e quantitativa, respectivamente por meio do laudo de inspeção melhor atenda ao fluxo de materiais: armazenagem por tamanho
técnica e pela confrontação das quantidades conferidas versus fa- esse critério permite bom aproveitamento do espaço; armazena-
turadas. mento por frequência: esse critério implica armazenar próximo da
O processo de Regularização poderá dar origem a uma das saída do almoxarifado os materiais que tenham maior frequência
seguintes situações: liberação de pagamento ao fornecedor ( ma- de movimento; armazenagem especial, onde se destacam: os am-
terial recebido sem ressalvas); liberação parcial de pagamento ao bientes climatizados; os produtos inflamáveis, que são armazena-
fornecedor; devolução de material ao fornecedor; reclamação de dos sob-rígidas normas de segurança; os produtos perecíveis.
falta ao fornecedor; entrada do material no estoque.
A Armazenagem em área externa. Devido à sua natureza,
muitos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o
que diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais
5.3 OBJETIVOS DA ARMAZENAGEM.
que necessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados
nos pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”,
peças fundidas e chapas metálicas. Coberturas alternativas: não
sendo possível a expansão do estoque, a solução é a utilização de
Os objetivos da armazenagem de produtos são vários, o ob-
galpões plásticos, que dispensam fundações, permitindo a armaze-
jetivo primário da armazenagem é o de guardar a mercadoria por
um determinado período, isso quer dizer que a mercadoria deve ser nagem a um menor custo. Independentemente do critério ou méto-
mantida no depósito por certo período, ate que seja o momento de do de armazenamento adotado é oportuno observar as indicações
sua consumação ou comercialização, características importantes contidas nas embalagens em geral.
também levadas em conta são: segurança, extravios e furtos.
Na armazenagem a correta utilização do espaço disponível
5.5. ARRANJO FÍSICO (LEIAUTE).
demanda estudo exaustivo das cargas a armazenar, dos níveis de
armazenamento, das estruturas para armazenagem e dos meios
mecânicos a utilizar.
Indica-se a real ocupação do espaço por meio do indicador
“taxa de ocupação volumétrica”, que leva em consideração o espa- Layout é a disposição física de equipamentos, estoques, fluxo
ço disponível versus o espaço ocupado. de pessoas e de material de forma que tudo se organize harmo-
Para entendermos plenamente a utilização do espaço verti- niosamente, pode ser uma instalação real, um projeto ou um tra-
cal, há que se analisar a utilidade de paletes para a movimentação, balho. O seu estudo busca encontrar a melhor maneira de dispor
manuseio e armazenagem de materiais. A paletização vem sendo fisicamente todos os meios de produção, arrumando o espaço de
utilizada em empresas que demandam manipulação rápida e arma- trabalho a fim de aperfeiçoar a funcionalidade do sistema, reduzir
zenagem racional, envolvendo grandes quantidades. A paletização manuseio, transporte de material e circulação de pessoas.
tem como objetivo realizar, de uma só vez, a movimentação de Faz-se necessário à modificação do layout na empresa quando:
um número maior de unidades. Ao pallet é atribuído o aumento existir máquinas improdutivas, por idade ou obsoletismo; ocorrer
da capacidade de estocagem, economia de mão-de-obra, tempo e acréscimos na demanda e novas máquinas precisa ser instalado;
redução de custos. O emprego de empilhadeiras e pallets já pro- existir ambiente de trabalho inadequado; houver excesso de ma-
porcionaram a muitas empresas economia de até 80 % do capital terial em processo; existir movimentação excessiva de material.
despendido com o sistema de transporte interno. O objetivo principal do arranjo físico é obter operações eco-
Inicialmente os pallets eram empregados na manipulação in- nômicas a fim de: utilizar racionalmente o espaço físico disponí-
terna de armazéns e depósitos e hoje acompanham a carga, da li- vel; reduzir ao mínimo as movimentações de materiais, produtos
nha de produção à estocagem, embarque e distribuição. Em razão e pessoas; obter fluxo coerente de fabricação; oferecer melhores
da padronização das medidas do pallet pelos países como Estados condições de trabalho aos funcionários; evitar investimento desne-
Unidos e Inglaterra, eles passaram a serem utilizados através dos cessário; permitir manutenção; possibilitar supervisão e obtenção
continentes em caminhões, vagões ferroviários e embarcações ma- da qualidade; obter soluções flexíveis, isto é, possíveis de serem
rítimas. modificadas sem maiores atropelos.

Didatismo e Conhecimento 18
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
No estudo do layout alguns cuidados devem ser tomados du- O sistema de distribuição é composto de diversos tipos de
rante o projeto do layout de um estoque, de forma que se possa movimentação denominado modal. Podemos destacar os seguin-
obter as seguintes condições: máxima utilização do espaço; efetiva tes modais:
utilização dos recursos disponíveis ( mão de obra e equipamentos • Transporte Rodoviário: destinado a cargas que exigem
); pronto acesso a todos os itens; máxima proteção aos itens esto- prazos relativamente rápidos de entrega.
cados; boa organização; satisfação das necessidades dos clientes. • Transporte Ferroviário: destinado a cargas maiores, cujo
fator tempo para a entrega não será preponderante.
• Transporte Hidroviário e Marítimo: destinado a carga
cujo tempo de entrega não seja fator preponderante no encareci-
6. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS. mento do produto.
• Transporte Aeroviário: destinado a cargas, cujo prazo de
entrega seja imperioso.
• Transporte Intermodal: o transporte intermodal requer
Distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua tráfego misto, envolvendo várias modalidades, com parte do per-
as entregas de seus produtos, estando, por consequência, intima-
curso podendo ser feita mediante um método e parte mediante
mente ligada à movimentação e transporte.
outro, motivo pelo qual o intermodal constitui solução ideal para
O sistema de distribuição de produtos de uma empresa sempre
atingir locais de difícil acesso ou de extrema distância.
foi importante e complexo, pois transporte é um considerável ele-
mento de custo em toda a atividade industrial e comercial. Entre esses modelos, qual seria o mais vantajoso? Como po-
A utilização do sistema de distribuição não representa somen- deremos avaliá-lo? Para cada localidade podem existir vários mo-
te um custo adicional para a empresa, mas também fator relevante dais ou às vezes um só, porém, deveremos efetuar uma análise
na formação do preço final do produto. criteriosa de custos, em que não somente será visto o custo de peso
A necessidade de se possuir um bom sistema de controle de por quilometragem, seguros, manipulação e estocagem (custos
custos na distribuição física é consequente de duas determinantes tangíveis), mas também todos os intangíveis (rapidez, facilidade,
básicas: confiabilidade segurança, rastreabilidade, garantia, perfeição e
a) A distribuição física representa uma despesa, ou seja, não satisfação). A análise do custo-benefício é fator determinante na
agrega nenhuma melhoria ou valor do produto; escolha do melhor modal de distribuição de nossos produtos.
b) A distribuição física é um custo que consome certa per- Existem também fatores restritivos em certos modais. Por
centagem do valor das vendas. exemplo: aeronaves não transportam produtos com risco de explo-
Dependendo da situação, a distribuição pode ser classificada são, mesmo que em concentrações pequenas. Produtos químicos
como: só são aceitos se encaminhados por empresas especializadas em
1. Distribuição interna: trata-se de distribuição de matérias- coleta e embalagem especiais (térmicas, antivazamentos, etc.).
-primas, componentes ou sobressalentes para manutenção, do al- No Brasil, a utilização dos modais de transportes está assim
moxarifado ao requisitante, para continuidade das atividades da distribuída: rodoviário, 57,5%; ferroviário, 21,2%; hidroviário,
empresa. 17,4%; duto viário, 3,5%; e aéreo 0,3%.
2. Distribuição externa: trata-se da entrega dos produtos da
empresa a seus clientes, tarefa que envolve o fluxo dos produtos/
serviços para o consumidor final, motivo pelo qual adota a deno-
minação de distribuição física. 6.2. ESTRUTURA PARA DISTRIBUIÇÃO.
O Canal de Distribuição é o caminho pelo qual os produtos
passam, desde o pedido até o cliente final, sendo principalmente os
centros de distribuição, atacadista e varejista. Corresponde, por-
tanto, a uma ou mais empresas que participam do fluxo do produto Entre as muitas formas existentes para estruturar a distribui-
em toda a sua cadeia. ção física, deve-se mencionar a mais adequada às condições e
necessidades de nosso mercado, a qual envolve e contempla os
seguintes segmentos:
6.1. CARACTERÍSTICAS DAS MODALIDA- a) Depósitos regionais e de mercadorias em trânsito: recebi-
DES DE TRANSPORTE. mento, armazenagem e expedição de materiais.
b) Movimentação de materiais: manuseio interno dos depó-
sitos, movimentação interna e externa dos depósitos e terminais e
Transporte refere-se aos vários métodos para movimentar centros de distribuição.
produtos. A administração da atividade de transporte geralmente c) Transportes e fretes: determinação de roteiros para utili-
envolve decidir quanto ao método de transporte, aos roteiros e à zação dos serviços de transporte da forma mais econômica e efi-
utilização da capacidade dos veículos. ciente.
À medida que o transporte fica mais barato e de fácil acesso, d) Embalagem e acondicionamento: embalagem de proteção
contribui para aumentar a competição no mercado, garantir a eco- e acondicionamento, material de embalagem, serviços de carpinta-
nomia de escala e reduzir os preços das mercadorias. Na falta de ria, mecanização de embalagem e enchimento.
um bom sistema de transporte, o mercado fica limitado à produção e) Expedição: preparação de cargas, determinação das condi-
local, e, com melhores serviços de transporte, o custo de mercados ções de transporte, carregamento, expedição e controle cronológi-
distantes pode ser bastante competitivo. co das remessas.

Didatismo e Conhecimento 19
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
O transporte, como se pode concluir, faz parte da engrenagem O tombamento consiste na formalização da inclusão física de
do abastecimento e representa o fim da linha, ou seja, é o setor em um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um
que o tempo torna-se mais curto entre a colocação de uma enco- único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma sequ-
menda, sua produção e seu uso, motivo pelo qual deve ser efetuado ência de registros patrimoniais quando for por lote, que é denomi-
no menor prazo possível e ao menor custo. nado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se uma
conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada material, de
acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem
7. GESTÃO PATRIMONIAL. a ser registrado é o valor constante do respectivo documento de
incorporação (valor de aquisição).
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de
plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual con-
O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi- terá o número de registro patrimonial.
ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes
seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação
elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo por meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do
econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele- bem; evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que
mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a possam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes
uma entidade que vise alcançar determinados fins. que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremidades
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado ou sobre alguma indicação importante do bem.
uma riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes
coletiva, sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do
que sob o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ati- órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua
vo =Passivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também
se utiliza o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados
visualiza o patrimônio de forma qualitativa. em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conheci- de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en-
da como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus ar- costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao
tigos 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo
público. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da
móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado deverá
não poderá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
lei autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de pre- A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação
vidência social, geral e própria dos servidores. de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, arquivos e bens
Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior
ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior di-
despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas- reita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes, sempre
sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incre- com relação a quem olha o móvel; b) mesas e bens semelhantes: a
mento de outro ativo, com a realização de despesas de investimen- plaqueta deve ser fixada na parte frontal central, contrária à posi-
to, de forma a manter preservado o valor do patrimônio público. ção de quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho e/
ou àqueles móveis que foram projetados para ficarem encostados
em paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de fá-
cil visualização; c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte
7.1. TOMBAMENTO DE BENS. fixa inferior do motor; d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta
deve ser fixada no lado externo direito, em relação a quem opera
a máquina; e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso
a plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por cour-
O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento vin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segu-
dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con- rança. A plaqueta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte
ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de en- mais sólida; f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes:
trada do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, em aparelhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na par-
o responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de te mais fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível
Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e ou na carcaça; g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve
outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros ser fixada na parte lateral direita do painel de direção, em relação
de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto- ao motorista, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em aces-
que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saída sórios; h) quadros e obras-de-arte: a colocação da plaqueta, neste
deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem
Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino diminua seu valor comercial; i) esculturas: nas esculturas a plaque-
final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio, ta deve ser fixada na base. Nos quadros ela deve ser colocada na
juntamente com os demais documentos do processo de empenho. parte de trás, na lateral direita; j) quadros magnéticos: nos quadros

Didatismo e Conhecimento 20
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
magnéticos a plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior
direita, caso não seja possível a colagem neste local, colar nesta 7.2. CONTROLE DE BENS.
mesma posição na parte posterior do quadro; e k) fixação de pla-
quetas em outros bens: entende-se como outros bens aqueles mate-
riais que não podem ser classificados claramente como aparelhos,
máquinas, motores, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
base, na parte onde são manuseados. conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba- no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/ material permanente recém-adquirido, de acordo com a destinação
série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac- dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor A movimentação de qualquer bem móvel será feita median-
histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres- te o preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá
so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras); conter no mínimo, as seguintes informações: número do Termo
classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data de de Responsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo
emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e também o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabi-
ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, lidade; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação
comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, se é plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados
no Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura
Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome
do responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo.
do fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa
A transferência é a operação de movimentação de bens, com a
de manutenção); localização (identificação do centro de responsa-
consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe-
bilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em como- ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato,
dato, em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito por meio das providências preliminares. É importante destacar que
para triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para a transferência de responsabilidade com movimentação de bens
alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita-
de conservação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor.
histórico do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos
existir. Tal informação permitirá o acompanhamento da manuten- ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste
ção dos bens e identificação de todos os problemas ocorridos nes- caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve-
tes números do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não -o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o
plaquetável. Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o rece- do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
bimento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis
procederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico, depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo de baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que
imóvel; denominação do imóvel; características (descrição de- uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser
talhada do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma de fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
ingresso (compra, doação, permuta, comodato, construção, usu- visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
capião, desapropriação, cessão, outras); classificação contábil/ acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabili-
patrimonial; número do empenho e data de emissão; fonte de re- dade entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão
curso; número do processo de aquisição e ano; tipo/número do do- ser observados os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito,
cumento de aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia do interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente;
de Produção Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo “de acordo” do setor cedente com a autorização de transferência
de Cessão em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); ; solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para
localização (identificação do centro de responsabilidade); situação emissão do Termo de Responsabilidade; após a emissão do Termo
de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao
do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, em manuten-
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e
ção, em depósito para manutenção, em depósito para triagem, em
do recebedor.
depósito para redistribuição, em depósito para alienação, em sin-
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois
dicância, desaparecido, baixado, outros); estado de conservação
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados os
(bom, regular, precário, inservível); data da incorporação; unidade seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado em
da federação; tipo de logradouro; número; complemento;bairro/ receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do setor
distrito; município; cartório de registro; matrícula; livro; folhas; cedente com a autorização de transferência e anuência das unida-
data do registro; data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor des de controle do patrimônio e do titular do órgão; solicitação do
do aluguel; valor do arrendamento; valor de utilização; valor de agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo
atualização; moeda de atualização; data da atualização; reavalia- de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do Termo
dor; e CPF/CNPJ do reavaliador. de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao agente

Didatismo e Conhecimento 21
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e do rece- momento, visando atender uma finalidade específica. É um ins-
bedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem ocorrer trumento de controle para verificação dos saldos de estoques nos
sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mudança da almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens em uso
responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, desde que no órgão ou entidade, informando seu estado de conservação, e
não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser observa- mantendo atualizados e conciliados os registros do sistema de ad-
dos os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Humanos ministração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema fi-
(ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio có- nanceiro. Além disso, o inventário também pode ser utilizado para
pia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes, detec-
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o tar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis.
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido Através do inventário pode-se confirmar a localização e atri-
o Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, buição da carga de cada material permanente, permitindo a atua-
que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; lização dos registros dos bens permanentes bem como o levanta-
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma mento da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando
das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade.
encaminhada ao Setor de Patrimônio. Podem-se verificar também no inventário as necessidades de ma-
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi- nutenção e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens
mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen- móveis, possibilitando maior racionalização e minimização de
dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de custos, bem como a correta fixação da plaqueta de identificação.
conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro Na Administração Pública, o inventário é entendido como o ar-
centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente rolamento dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública,
autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta feito periodicamente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos
deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro valores que são registrados na contabilidade e que formam o Ativo
servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma- e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade
nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os
ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resul- diversos tipos de inventários são realizados por determinação de
tará na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manuten- autoridade competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimô-
ção, que tomará todas as providências para proceder à assistência nio e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor
de bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios.
de carga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamen-
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamen-
te ou a qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública
to de bens entre órgãos por um período determinado de tempo,
devem ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de
sem envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser
disposição legal, mas também como medida de controle, tendo em
evitado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos
vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa físi-
devem manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a de-
ca, mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quais-
volução do bem na mesma condição em que estava na ocasião do
quer danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório,
empréstimo. Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao
pois a legislação estabelece que o levantamento geral de bens mó-
poder público é vedado, salvo exceções previstas em leis.
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam- veis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade
bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res- gestora e os elementos da escrituração sintética da contabilidade
paldo legal. (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimo-
niais, bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam
7.3. INVENTÁRIO. tais bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário
mediante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para
fins de atualização física e monetária e de controle, a época da
inventariação será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-
O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque -responsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confir-
e em processos, para comparar a quantidade física com os dados mação dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e
contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepân- término da gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsá-
cias que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o veis, no caso de bens móveis.
que realmente existe em estoque. Os bens serão inventariados pelos respectivos valores histó-
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é ricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores cons-
elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com tantes de inventários já existentes, com indicação da data de aqui-
a contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário sição.
rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve-
tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos
grupo de itens em determinados períodos. endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante
Inventário na administração pública: Inventário são a dis- autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do
criminação organizada e analítica de todos os bens (permanentes dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Co-
ou de consumo) e valores de um patrimônio, num determinado missão de Inventário de Bens.

Didatismo e Conhecimento 22
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados so- permanentes inservíveis: quando for constatado serem os bens da-
bre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou con- nificados, obsoletos, fora do padrão ou em desuso devido ao seu
tábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento estado precário de conservação; e b) bens móveis permanentes ex-
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos cedentes ou ociosos: quando for constatado estarem os bens em
componentes patrimoniais. perfeitas condições de uso e operação, porém sem utilização.
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O sim- ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando
ples arrolamento não interessa para a contabilidade se não for proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados,
completado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrola- exceto nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
mento serve apenas para controle da existência dos componentes
patrimoniais.
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compre- 7.5 ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS.
ende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação,
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac-
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avalia- do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de
ção: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe-
patrimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimo- rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente
niais devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O
componentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. em outro bem.
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; co-
7.4 ALIENAÇÃO DE BENS. modato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro.
Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa
definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do servi-
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende- ço público. As orientações administrativas devem ser obedecidas,
-se como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou em cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de
gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga- gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessa-
mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. da. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela em utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condi-
Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas. ções de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do
Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que órgão deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para
a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem- tanto, o detentor da carga deverá preencher formulário próprio
bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, criado pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente
que institui normas para licitações e contratos da Administração que poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantró-
Pública 37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licita- picas reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas
ção específica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre ou bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição,
a alienação por leilão. se existe interesse pelos bens. Se houver interesse, a autoridade
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor- competente deverá efetuar o Termo de Doação. Enquanto isso, o
dinada à existência de interesse público devidamente justificado. bem a ser baixado permanecerá guardado em local apropriado, sob
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse pú- a responsabilidade de um servidor público, até a aprovação de bai-
blico e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos pre- xa, ficando expressamente proibido o uso do bem desde o início da
vistos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada tramitação do processo de baixa até sua destinação final.
por comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no
para a Administração Pública. Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados:
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie- número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando se
nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo de
Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo; baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi-
sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial,
seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão visto- faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de
riados in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá
no próprio órgão, os quais, observando o estado de conservação, por processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patri-
a vida útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando mônio verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do
laudo de avaliação dos bens, classificando-os em: a) bens móveis comprovante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida,

Didatismo e Conhecimento 23
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
procederá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o 4) Sobre a Administração de Materiais, considere as seguin-
Termo, o Setor de Patrimônio providenciará o documento de qui- tes afirmativas:
tação de responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem I. Controle de produção, compras, controle de estoque, movi-
detinha a responsabilidade do bem. mentação de materiais, tráfego, recebimento, embarque e armaze-
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao nagem são funções relacionadas a ela.
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que II. Seu enfoque fundamental é determinar o que, quanto e
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou como adquirir ao menor custo - desde o momento de sua concep-
desfazimento. ção até seu consumo final - para repor o estoque.
III. Atingir o equilíbrio Ideal entre estoque e consumo é meta
EXERCÍCIOS primordial; portanto, deve existir uma integração das atividades,
como Compras, Recepção e Estocagem desses materiais, com o
1) Os materiais que devem permanecer em estoque, o volu- Sistema de Abastecimento, que, juntamente com outros compo-
me de estoque que será necessário para um determinado período e nentes do Sistema, necessitam de uma coordenação específica de
quando os estoques devem ser reabastecidos são pressupostos que forma a permitir a racionalização de sua manipulação.
fundamentam: IV. Tem como finalidade gerir e coordenar esse aglomerado
a) o sistema de produção contínua. de atividades, insumos materiais e estabelecer normas, critérios e
b) o dimensionamento de estoques. rotinas operacionais de modo que tudo funcione regularmente.
c) a classificação de materiais. São verdadeiras:
d) o arranjo físico. a) I, II, III e IV.
e) o sistema de produção em lotes. b) Somente a I.
c) Somente a I e a II.
2) Com relação aos conceitos e às normas atinentes ao in- d) Somente a I, a II e a III.
ventário, julgue os itens que se seguem em (C) CERTO ou (E)
ERRADO. 5) Na gestão patrimonial; móveis, equipamentos, compo-
a) O inventário físico é um importante instrumento de contro- nentes, sobressalentes, acessórios, utensílios, veículos em geral e
le administrativo e serve para atualizar os registros contábeis, mas outros bens utilizados ou passível de utilização são considerados:
não é indicado para a aferição do estado dos materiais nem para a) materiais.
avaliar a adequação dos bens às unidades a que foram destinados. b) suprimentos.
b) Material permanente controlado é aquele sujeito ao tomba- c) bens de aquisição parcelada.
mento, requerendo controle estrito de uso e responsabilidade pela d) materiais de consumo.
sua guarda e manutenção.
c) Material considerado inservível para o órgão ou entidade 6) A função de compras de uma empresa tem grande impor-
deve ser classificado como ocioso quando, em perfeitas condições tância para a administração, em especial para a administração pú-
de uso, não estiver sendo utilizado plenamente, circunstância em blica. São objetivos típicos da função de compras, EXCETO o de:
que deverá ser vendido. a) obter serviços e mercadorias na quantidade e qualidade ne-
cessárias.
3) O inventário físico consiste na contagem física dos itens b) obter serviços e mercadorias ao menor custo possível.
de estoque com o intuito de avaliar as alterações e ajustar as dife- c) garantir a entrega do produto ou serviço por parte do for-
renças entre o inventário e o controle de estoques. Para isso, o in- necedor.
ventário físico é efetuado de duas maneiras: periódico ou rotativo. d) garantir a armazenagem correta dos produtos.
Significa dizer que: e) desenvolver novos fornecedores.
a) O periódico é realizado na contagem física dos estoques
em determinados períodos e o rotativo é realizado na contagem 7) A “Análise ABC” é uma das formas mais usuais de se
física dos estoques permanentemente. examinar estoques. Sobre a Análise ABC é correto afirmar:
b) O periódico é realizado na contagem física dos estoques a) Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do
de forma permanente e o rotativo é realizado na contagem física valor ou quantidade, dá-se a denominação itens classe A.
dos estoques em determinados períodos. b) Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percen-
c) O periódico é realizado na contagem física dos estoques tual do total dos itens que pertencem à classe A, B, ou C.
em determinados períodos e o rotativo é realizado na contagem c) Aos itens menos importantes de todos, segundo a ótica do
física dos estoques somente em períodos de fiscalização. valor ou quantidade, dá-se a denominação itens classe C.
d) O periódico é realizado na contagem física dos estoques d) Consiste na verificação, em certo espaço de tempo, do con-
somente em períodos de fiscalização e o rotativo é realizado na sumo do estoque, em valor monetário ou quantidade.
contagem física dos estoques a todo momento em que ocorre en- e) Todas as afirmativas estão corretas.
trada e saída de itens do estoque.

Didatismo e Conhecimento 24
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
8) (COPEVE-UFAL - 2011) O patrimônio é o objeto adminis- II - O indicador “acurácia dos controles de estoque” mede a
trado que serve para propiciar às entidades a obtenção de seus fins. porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em va-
Como tal, são atribuições do setor de patrimônio, exceto a opção: lor.
a) extrair, encaminhar e controlar os Termos de Responsabi- III - O indicador “giro de estoques” mede quantas vezes, por
lidade dos bens móveis dos diversos centros de responsabilidade unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou.
do órgão. IV - O indicador “cobertura de estoques” mede o número de
b) encaminhar às unidades de controle patrimonial os inven- unidades de tempo; por exemplo, dias que o estoque será suficiente
tários de bens pertencentes ao órgão. para cobrir a demanda média.
c) auxiliar os analistas de planejamento durante a elaboração V - A “localização dos estoques” é uma forma de endereça-
da previsão da receita orçamentária. mento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente
d) efetuar as identificações patrimoniais, por meio de plaque- localizados.
tas (metálicas ou adesivas altamente colantes), fixadas nos bens Assinale a alternativa correta.
móveis de caráter permanente. a) Todas as proposições estão corretas.
e) registrar as transferências de bens quando ocorrer mudança b) As proposições I, II e V estão corretas.
física deles ou quando houver alterações do responsável. c) As proposições I, III e IV estão corretas.
d) As proposições II,III e V estão corretas.
9) Sobre aquisição de materiais, temos que:
e) As proposições II,III e IV estão corretas.
I. As empresas não são autossuficientes, por isso dependem de
terceiros para se abastecer.
12) Os estoques constituem parcela considerável dos ativos
II. O conceito de compras envolve todos os processos de loca-
das empresas. São classificados, principalmente, para efeitos con-
lização de fornecedores e fontes de suprimento, além da aquisição
tábeis em cinco grandes categorias. Assinale a afirmativa correta
de materiais.
de acordo com a classificação usual dos estoques:
III. A aquisição de materiais assegura que as matérias-primas
exigidas pelo setor de produção estejam nas quantidades certas, a) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos pinta-
nos períodos desejados. dos, estoque de produtos acabados, estoques de produtos compra-
IV. O grande objetivo da aquisição de materiais e insumos é dos e estoques em consignação.
comprar aos menores preços. b) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos em
V. Na aquisição de materiais, intenciona-se procurar, sempre elaboração (processo), estoque de produtos pintados, estoques de
dentro de uma negociação justa e honrada, as melhores condições produtos exportados e estoques em consignação.
para a empresa, principalmente em condições de pagamento. c) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos em
a) Apenas as alternativas I, II e III estão corretas. elaboração (processo), estoque de produtos acabados, estoques de
b) Apenas as alternativas II e IV estão corretas. produtos em trânsito e estoques em consignação.
c) Apenas as alternativas I, II, III e V estão corretas. d) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos despa-
d) Apenas a alternativa II está correta. chados, estoque de produtos acabados, estoques de produtos pinta-
e) Todas as alternativas estão corretas. dos e estoques em consignação.
e) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos com-
10) As compras de entidades públicas devem observar, por prados, estoque de produtos pintados, estoques de produtos em
força da lei, alguns princípios. São eles: trânsito e estoques em consignação.
I. impessoalidade;
II. moralidade; 13) Um bom processo de compras deve levar em considera-
III. publicidade; ção proposições trazidas pelas áreas financeira, de produção e de
IV. pontualidade na entrega. vendas, com o objetivo de maximizar o resultado de uma organiza-
As afirmativas corretas são: ção. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.
a) apenas I e II. a) A qualificação dos fornecedores não se torna relevante para
b) apenas II e III. a análise, visto que o menor preço sempre é o que melhor atenderá
c) apenas I, II e III. os interesses da empresa compradora.
d) apenas I e IV.
b) As sociedades de economia mista e as empresas públicas,
e) todas as afirmativas.
por serem de direito privado, não precisam fazer licitações para
fazerem suas aquisições.
11) (TJ-SC - 2011 Analista Administrativo). A gestão de es-
c) O setor de compras e o contábil não mantêm qualquer tipo
toques constitui uma série de ações que permitem ao administrador
de comunicação, sendo setores totalmente independentes entre si
verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localiza-
na realização de suas atividades.
dos em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados
e bem controlados. Analise as proposições abaixo: d) Atualmente, a função de comprador não é mais a de ano-
I - O inventário físico consiste na contagem física dos esto- tador de pedidos, mas sim a de um conhecedor das mercadorias e
ques. dos fornecedores e um bom negociador.

Didatismo e Conhecimento 25
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Gabarito
ANOTAÇÕES
1 B
2 E, C, E
3 A
4 A —————————————————————————
5 A —————————————————————————
6 D —————————————————————————
7 A —————————————————————————
8 C
—————————————————————————
9 C
—————————————————————————
10 C
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11 A
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12 C
13 D
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ANOTAÇÕES —————————————————————————
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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

ANOTAÇÕES

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