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Campo Mourão, 11 de janeiro de 2021.
Alunos(as) Italo Roberto Lourenço da Silva e Tamires da Silva Ribeiro.
Atividades de História do Brasil – Valor 10,0
2° Bimestre
Atividade 1
1. Com base na leitura do livro História do Brasil de Boris Fausto, responda às questões
abaixo:
a) Explique como se caracterizava a política mercantilista que marcou a primeira fase da história
do capitalismo no decorrer do Período Moderno. (1,0)
A política mercantilista se pautava nas normas das políticas econômicas, de modo que as
ações eram fundamentadas até propor-se uma teoria. O Estado, nesse caso, não poderia ser o
agente acumulador de riqueza sem que prejudicasse outro, ainda que as formas de acumular
capital centravam-se no acumulo de metais, a qualquer custo, equivalendo-se a maior quantidade.
Com a finalidade de atender seus interesses, os produtos manufaturados deveriam ser
protegidos através da redução de tributos, afim de facilitar a obtenção de matérias-primas para
posteriormente favorecer a exportação dos produtos manufaturados.
Nesse sentido, a política mercantilista que marcou a primeira fase da história do
capitalismo no decorrer do Período Moderno, possuía ampla intervenção estatal nas atividades
econômicas. Onde, a moeda, era símbolo da consolidação do Estado.
Além do controle do Estado na econômica, outras características marcaram esse período,
como: exploração exacerbada, protecionismo, metalismo, a redistribuição da riqueza para
acumular (riqueza), mediante a proteção da economia localmente.
b) Analise o papel desempenhado pelas colônias no quadro mercantilista que caracterizou as
políticas econômicas adotadas pelas nações europeias, entre elas, Portugal, na transição do Modo
de Produção Feudal para o Modo de Produção Capitalista, sobretudo entre os séculos XV e
XVIII. (1,0)
O papel desempenhado pelas colônias estava associado a contribuição para o
desenvolvimento. Em outras palavras, para a autossuficiência da Metrópole, afim de inibir a
concorrência externa. Portanto, para instituir um domínio, se estabeleciam normas, regras e
práticas associadas conforme os anseios mercantilistas. A metrópole, nesse caso, estabelecia uma
relação de poder, exercendo influência sob o comércio das colônias, afim de obter uma balança
comercial que a beneficiaria, através da concentração do monopólio de venda a partir da
exploração das colônias.
Nesse contexto, há adoção de algumas medidas, tais como:
I – Estrangeiros proibidos de transportar mercadorias da colônia;
II – Inibir a produção de mercadorias oriundas da metrópole fossem às colônias em navios
estrangeiros.
Na medida exclusiva colonial, haviam formas que as constituíam, como:
I- Arrendamento.
II- Criação de companhias.
III- Exploração estatal direta.
IV- Benefício aos grupos comerciais da Metrópole.
No século XVI, os principais centros comerciais situavam-se na Holanda, onde, os
holandeses se tornaram um dos principais parceiros comerciais aos portugueses, estabelecendo
transporte e troca de mercadorias.
Já no término do século seguinte, essa exclusividade colonial se desestabilizou, pendendo
à um sistema centralizado e/ou a relativa liberdade. Que, posteriormente, houve a efetivação do
período de liberdade comercial, que perdurou 1530-1571.
c) Explique como se caracterizava o sistema de Plantation que vigorou no Brasil no Período
Colonial, analisando a discussão dos historiadores Francisco Carlos Teixeira da Silva e Ciro
Flamarion Cardoso sobre este tema. (1,0)
O sistema Plantation que vigorou no Brasil no Período Colonial estava associado a
manufatura e o latifúndio. Tem-se, nesse caso, a descoberta de metais, dentre eles, os preciosos, a
organização da produção na colônia, a produção no sistema de monocultura com fins de
exploração. Esses casos estão associados, sobretudo, ao trabalho escravo.
Tal sistema, pauta-se na exploração da mão de obra escrava afim de atender a produção
nos grandes latifúndios, que nesse modo, produziam em larga escala, para abastecer o mercado
externo.
Para Flamarion Cardoso, há uma obsessão direcionada ao conceito “Plantation”,
contribuindo para que fatores da realidade socioeconômica do Brasil.
O projeto plantacionista, conforme pontua Francisco Carlos Teixeira, manteve-se pela
classe dominante no período colonial. Onde, a Coroa, possuía objetivo de diversificar a produção
alimentícia para a colônia.
Na visão de ambos autores, se elucida o trabalho escravo que, apesar da promulgação do
processo abolicionista de 1888 (Lei Áurea), se mantém até os dias atuais. Infelizmente, de acordo
com a Organização Internacional do Trabalho, estimam-se que há no mínimo, 20,9 milhões de
pessoal no mundo vivendo em condições análogas ao trabalho escravo atualmente no mundo.
A produção manual, seja em canaviais e/ou outras culturas, são produzidas, em larga
escala, pela classe dominante, que faz o uso de mão de obra barata e pouco qualificada, similar ao
ocorrido no período colonial, que aceitam esse tipo de trabalho para sua subsistência.
O projeto plantation, por sua vez, segundo Boris Fausto, provém da Coroa, isto é, não há
um desinteresse dessa parte para com o plantation, visto que há diferenças existentes.
d) Explique o que foi o Regime do Padroado que caracterizou a relação entre o Estado e a Igreja
no Período Colonial brasileiro. (0,5)
Havendo a subordinação da Igreja ao Estado, tem-se o Regime do Padroado. O
Padroado está relacionado com as extensas concessões da Igreja Romana ao país português. Em
troca, a família real promoverá e garantirá os direitos e a organização da igreja em todas as terras
descobertas.
Mediante ao expansionismo do catolicismo no Brasil, se estabeleceram diretrizes entre a
Coroa Portuguesa e a Igreja Católica, com objetivo de:
I- A construção de Igrejas e a remuneração dos sacerdotes.
II- Expandir os catolicismos em terras conquistadas.
III- Criar dioceses e recolher dízimos.
IV- Nomear bispos.
Pode-se dizer, portanto, que se estabeleceu um tratado entre o Estado e a Igreja, tal como
uma aliança afim de estabelecer direitos e deveres.
e) Elabore um Quadro Resumo contendo as principais instituições administrativas do Brasil no Período Colonial e suas respectivas atribuições. (1,5)
Governantes
Câmara Municipal Governo Geral Governo das Capitanias
Instituições governamentais, com poder No Rio de Janeiro, cria-se os cargos de: Governadores: Detinham os poderes nas
suficiente para destituírem Governadores de I- Vice-Rei. capitanias.
Capitanias. II- Capitão-General de Mar e Terra do Estado
do Brasil. Constituíam a cúpula para:
Constituída por: I- Julgar.
I- Membros que não eram eleitos. Caberia ao Vice-Rei representar o poder da II- Administrar.
II- Membros eleitos indiretamente. Coroa, além disso, uma de suas atribuições, era
o de controle militar.
Votação: Apenas proprietários que residiam na
cidade, vetado os grupos minoritários.
Órgãos Administrativos
Militar Fazenda Justiça
Formada pelos grupos listados a seguir: Instituído o órgão econômico das capitanias. Desempenhavam funções administrativas.
Ordenanças: Por não serem de
serviços obrigatórios, desenvolviam atividades Atribuições: Constituída por:
periódicas, por exemplo, conter tumultos. I- Coletar os impostos. I- Juízes da capitania.
Constituída por: Presidida: Ouvidor da Comarca: Nomeado pelo
I- Homens 18-60 anos. I- Governador de cada Capitania. soberano para três anos de mandato.
A Tropas de Linhas: Com contingente
profissional e permanente.
Constituída por:
I- Contingentes portugueses, com homens
brancos da colônia.
i-
Milicias: Tropas auxiliares, de serviço
obrigatório, entretanto, não era remunerado.
Constituída por:
I- População pobre
Observa-se, nas divisões, a nomeação para cargos de governança e administração das colônias pela Metrópole, sobretudo, grupos com grande
influência e com grande poder aquisitivo. Enquanto isso, a população pobre e os grupos minoritários, eram exclusos de processos, exercendo serviços
obrigatório e não-remunerados. Dessa forma, percebe-se uma divisão não única e igualitária nos serviços, além da desigualdade e segregação social
f) Analise os efeitos das principais medidas tomadas por Marques de Pombal em relação ao Brasil
na segunda metade do século XVIII. (1,0)
Entre as atribuições do Marques de Pombal, se estabelecia o dever de perpetuar o poder
sob domínio da Coroa Portuguesa, promover o desenvolvimento da colônia e inibir a presença
de ingleses no Brasil. Sendo ele, um dos principais responsáveis pela transição das Capitanias
Hereditárias entre privado-público.
Quanto as ações de Marques de Pombal, estava o aprimoramento do sistema de
arrecadação de recursos. Exemplo claro disso, pode ser ilustrado através do propósito de bridar
as tentativas contrabandistas de ouro.
Além disso, Marques empenhou-se para promover a independência, mediante a criação e
manufaturas na metrópole, de Portugal para com sua colônia.
Outros feitos de Marques de Pombal, estão relacionados a criação de companhias
públicas com visando o desenvolvimento da região norte da colônia, através da produção e
exportação de produtos com destino a Europa.
Conforme dito acima, Marques de Pombal buscava centralizar o poder na Coroa. Em
uma de suas ações, expulsou religiosos, acusando-os de tentativas de criarem um novo Estado na
colônia. O propósito de Pombal era a de submeter o poder da Igreja à um Estado instituído pela
burguesia sob o absolutismo.
Posteriormente, ações de Pombal para o desenvolvimento da colônia não avançou frente
as crises da cana-de-açúcar e do ouro.
Entretanto, pode-se dizer que o Marques de Pombal possibilitou um crescimento e
expansão próspero para a colônia, ainda que submetida a Coroa, onde, Maranhão se tornou uma
das regiões mais prósperas a partir da companhia de Pombal.
Em suma, as medidas adotadas pelo Marques de Pombal favoreceram o desenvolvimento
da colônia principalmente com a ascensão da burguesia, retraindo o poder da Igreja, assegurando
o domínio para a Coroa e desenvolvendo as regiões norte e nordeste do país.
g) Explique as razões que levaram à fuga da família real portuguesa para o Brasil e as principais
medidas tomadas por D. João VI quando instalou a Corte portuguesa na colônia. (1,0)
Com Napoleão predestinado a conquistar o continente, a Europa vivenciava um período
de guerras. Na tentativa de derrotar o governo da Inglaterra, Napoleão Bonaparte estabelece um
bloqueio continental. No entanto, Portugal não acata as determinações e prossegue as
negociações com os ingleses.
Frente as invasões à Portugal, Dom João VI determinou a transferência da Coroa
Portuguesa para o Brasil, com 10 mil pessoas da alta classe, tesouros e a biblioteca.
Com a transferência da Coroa, muito se mudou no cenário brasileiro, isto é, em aspectos
culturais. Criaram-se teatros, jornais, academias científicas e bibliotecas, junto a expansão
acelerada da mancha urbana.
Nesse período, tem-se a abertura dos portos para a circulação da manufatura,
principalmente oriundas da Inglaterra. Além disso, os produtores rurais foram beneficiados pela
possibilidade de exportar seus insumos a quem desejassem.
A Inglaterra, que muito se utilizava de mão de obra escrava, passou a impor aos reinos, o
fim da escravatura. Mas essas decisões estão associadas ao auxílio a Portugal que se fixou na
Colônia.
O príncipe, por exemplo, organizou seu exército, aumentou a tributação, garantindo,
dessa forma, o controle do território e sua manutenção por parte da Coroa, que mais tardar,
emergem-se os movimentos revolucionários.
h) Explique o quadro histórico que culminou na independência do Brasil, analisando o papel
desempenhado por D. Pedro I neste processo. (1,0)
Com término da Guerra, a derrota de Napoleão, poucos eram os motivos para que a
Corte Portuguesa continuasse na colônia.
Entretanto, por determinação de Dom João VI, a corte continuaria no Brasil, até o
cenário mudar, em 1820, onde, sob ameaças de perder a Coroa, D. João VI retorna a Portugal,
nomeando seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente.
Mediante ao anseio de se retomar o poder da colônia para a Coroa Portuguesa, através
das normativas dos deputados, ordenaram que o príncipe e as tropas retornassem a Portugal.
Há, nesse momento, um conflito entre correntes, por um lado, a facção portuguesa e o
partido brasileiro (que se organizou e garantiu a permanência de Dom Pedro I no Brasil,
mediante a fidelidade das tropas).
Dom Pedro I nomeia José Bonifácio para o ministério, que procurava manter o sistema
monárquico de governo.
A decisão da permanência de Dom Pedro I, com a Assembleia Constituinte, causou
alvoroço em Lisboa, que exigiu o retorno imediato do príncipe, que não acatando, ocasionou
uma ruptura entre os países, concretizando o ato de Independência do Brasil, em 1822.
Atividade 2
1. Com base na leitura do livro Boris Fausto, História do Brasil, no filme Independência
ou Morte de 1972, e nas aulas ministradas, responda à questão abaixo:
a) Compare a discussão do historiador Boris Fausto sobre o processo de Independência e o
Primeiro Reinado com a abordagem histórica apresentada no filme Independência ou Morte de
1972, analisando o discurso apresentado neste filme produzido durante o Regime Militar
(1964-1984/1989). (2,0)
A partir da leitura do livro do historiador Boris Fausto, “História do Brasil”, e no filme
“Independência ou Morte” de 1972, nota-se, ao que concerne ao processo de Independência e o
Primeiro Reinado, uma similaridade nas duas abordagens desse contexto histórico, isto é, através
do livro e do filme. Entretanto, há particularidades expressas, em cada meio, para constituir a
narrativa.
A princípio, o historiador Boris Fausto procura caracterizar o cenário político brasileiro
da época, pontuando que a Revolução Pernambucana confinada ao Nordeste fora derrotada, o
desejo da Coroa em integrar Portugal e Brasil em partes do mesmo reino, o fim da guerra na
Europa, em 1814, com a derrota de Napoleão, não havendo, portanto, razoes para a Corte
Permanecer no Brasil. Enquanto isso, no filme, é retratado a rebela do povo contra o Imperador,
afim de instituir uma Constituição, com um novo ministério com uma nova junta governativa.
Ainda, o filme destaca a pressão sob Dom João VI para seu retorno a Portugal, cena com
destaque para a rainha Carlota Joaquina, que defende o retorno da Corte, caracterizando o Brasil
como “Terra Maldita”.
Nesse meio-tempo, Fausto relata profundamente o processo de Independência, as
influencias internas e externas, as revoluções ocorridas em Portugal em 1820, destacando os
movimentos revolucionários liberais, que estabelecem uma junta provisória para governar
Portugal em nome do Rei e exigindo seu retorno à Metrópole, descrevendo a repercussão do
movimento revolucionário no Brasil, a partir das tropas que se rebelaram em Belém, Salvador e
Rio de Janeiro. Ao que se relaciona ao retorno de Dom João VI à Portugal, Boris Fausto relata o
embate político, isto é, pela facção portuguesa (altas patentes militares, burocratas e comerciantes
interessados em subordinar o Brasil à Metrópole) versus o partido brasileiro (grandes
proprietários rurais das capitanias próximas a capital, comerciantes ajustados ao livre comercio e
investidores de terra e propriedades urbanas).
Verifica-se uma unanimidade entre o filme e o texto de Fausto, ao retratar as articulações
políticas que aconteceram em lojas maçônicas.
Fausto disserta a respeito do retorno de Dom João VI à Portugal, explicando o episódio
sob uma perspectiva descritiva (retornando em abril de 1821, com mais de quatro mil
portugueses, deixando seu filho, Dom Pedro como regente e etc.), enquanto no filme, o episódio
é retratado de modo dramatizado, com o impasse entre Leopoldina que defende a permanência
de Dom Pedro I no Brasil, enquanto Carlota contrária a isso, profere ao filho que sua
permanência provocará reações desastrosas em Portugal, recomendando que Dom Pedro se
preparasse para isso. Há cenas entre Dom João VI e o filho, onde, o Rei argumenta que sua
partida seria o primeiro passo para independência do Brasil, aconselhando-o, caso houvesse uma
separação entre Portugal e Brasil, que Dom Pedro reivindicasse a coroa antes que “um
aventureiro” a tomasse.
As eleições para as Cortes no Brasil, meticulosamente retratadas por Boris Fausto, pouco
são elucidadas no filme Independência ou Morte. Assim como as Assembleias Constituintes, que
pequenos trechos são introduzidos no filme, diferente de Fausto, que detalha o ocorrido.
Ao transcorrer da história, são apresentados os decretos de Lisboa revogaram as decisões
do Príncipe regente, determinando seu regresso a Lisboa, acusando os ministros de traição, o que
favoreceu o rompimento definitivo, conforme retratado em Boris Fausto. No filme, essa
narrativa é complementada também pelo discurso de Dom Pedro I: “À Clemente Pereira, declara:
Se como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico”.
Posteriormente, no clímax do enredo histórico, A Princesa Leopoldina e José Bonifácio
enviaram às pressas as notícias ao príncipe, em viagem a caminho de São Paulo que, ao recebe-la,
às margens do Riacho Ipiranga, em 07 de setembro de 1822, Dom Pedro proferiu o Grito do
Ipiranga “Independência ou Morte”, de modo a instituir a independência o Brasil.
Fausto conclui suas posições quanto a Independência do Brasil com a manutenção
monárquica de governo e destacando que esse episódio, isto é, de uma figura originária da
Metrópole assumia o comando do novo país, causaria reações estranhas. Enquanto no filme, a
trama se desenrola mediante a Dom Pedro I, com seu lance amoroso com a amente Domitila de
Castro, a morte de Leopoldina, os embates para com José Bonifácio, findando com seu retorno a
Portugal, em 07 de abril de 1831, confiando a Bonifácio a educação de seu filho, Dom Pedro II,
o novo imperador do Brasil.
Analisando o texto de Boris Fausto e o filme Independência ou Morte de 1972, se nota
grandes familiaridades nesse processo histórico, sendo possível de se compreender através do
filme, as colocações de Fausto. Quanto as disparidades, são justificáveis mediante a forma em que
o contexto é narrado, nesse caso, a leitura do texto e assistir ao filme, são duas formas
complementares. Portanto, o que é proposto no livro e o que é discutido no filme, em grande
parte do caso, se assemelham na narrativa do processo de Independência do Brasil.