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Fundamentos de Genética aplicados

ao Treinamento de Força

Profa. Dra.Telma Fátima da Cunha Moraes


Genética
Conceitos e Evolução
§  Genética: (do grego genno; fazer nascer) é um campo da biologia que
estuda a forma como as características biológicas são transmitidas de
geração para geração;
§  História da Genética: contribuições de Mendel e outros pesquisadores;
§  Advento da Biologia Molecular: técnicas que aprimoraram o estudo da
genética;
§  Influência da genética no cotidiano e na realização de atividades/
exercícios físicos e no esporte.
Características e a Genética
Fenótipo = Genótipo + Ambiente
§  Indivíduos possuem características morfológicas, fisiológicas,
bioquímicas e comportamentais diferentes (Fenótipo);
§  Fenótipo pode ser alterado pelo ambiente – sol, meio familiar, uso de
agentes químicos;
Características e a Genética
Fenótipo = Genótipo + Ambiente
§  Genótipo: constituição genética do indivíduo – genes que ela possui.
§  Fenótipo e Genótipo: termos criados pelo pesquisador Wilhelm L.
Johannsen em 1909!
Características e Genética

Onde ficam as informações que determinam a


transmissão de características de geração à
geração?
Informação na célula
Célula
§  Menor unidade de vida, contendo as
características morfológicas e fisiológicas
essenciais para a manutenção e reprodução dos
organismos;
§  Composta de subunidades funcionais.
Informação na célula
Células
Informação na célula
Mitocôndria Citoesqueleto Núcleo Retículo
Ribossomos Endoplasmático
Centríolo

Membrana
Plasmática

Citoplasma

Peroxissomo
Complexo de Nucléolo
Golgi
Informação na célula
Material Genético
§  As informações genéticas estão presentes nos cromossomos (23
pares) que ficam no núcleo;
Informação na célula
Material Genético
§  Cromossomo – 23 pares – numerados do maior para o menor
ü  22 pares de autossomos (semelhantes entre homens e
mulheres) e 1 par de cromossomos sexuais ( X e Y);
ü Composto por uma longa molécula de DNA e proteínas;
ü Cariótipo
Informação na célula
Material Genético
§  Cada cromossomo carrega um conjunto de genes dispostos
linearmente no DNA;
§  Genes
ü  Partes das moléculas de DNA que contém informações para
codificar proteínas;
ü Geralmente, um gene codifica
uma proteína.
Cada Gene codifica uma Proteína
Descoberta do DNA
DNA e a nucleína
•  DNA: descoberto em 1869 pelo bioquímico suíco
Johann Friedrich Miescher;
•  Buscava componentes químicos do núcleo celular
em células de glóbulos brancos (núcleos grandes)
contidos no pus (ataduras de ferimentos);
•  Descobriu uma substância ácida, rica em fósforo e
nitrogênio, a qual denominou nucleína.
Composição do DNA
Ácido Nucleico - DNA

§  Bases Nitrogenadas

ü Pirimidinas: citosina (C), timina (T);

ü Purinas: adenina (A) e guanina (G);

§  Fosfato: confere carga negativa ao DNA;

§  Açúcares: desoxirribose.
Composição do DNA
Ácido Nucleico – DNA

Adenina (A)
Guanina (G)

P Base Citosina (C)


nitrogenada Timina (T)

Açúcar

Fosfato
Pentoses
DNA: desoxirribose
Composição do DNA
Ácido Nucleico – DNA
DNA e a informação na célula
DNA – Material Genético da Célula
§  Experimentos (com bactérias, fagos) comprovaram que o DNA era
o material genético;
§  Frederick Griffith: descobriu o princípio transformante.
DNA e a informação na célula
DNA e a informação na célula
DNA – Material Genético da Célula – Princípio Transformante
DNA e a informação na célula
DNA – Material Genético da Célula
§  Avery, McLeod e McCarty: purificaram o princípio transformante e
verificaram que o DNA era esse princípio. Até então, acreditava-se
que o princípio transformante pudesse ser a proteína.
DNA e a informação na célula
DNA – Material Genético da Célula
§  Hershey e Chase – confirmaram que o DNA era o material
genético.
§  Experimentos com bacteriófagos marcados com P (fósforo
radioativo.
DNA e a informação na célula

Quais características permitem ao DNA carregar as


informações hereditárias?
DNA e a informação na célula
DNA
•  Erwin Chargaff e colaboradores (1949 - 1953)
quantificaram cada base nitrogenada em amostras de
DNA de diferentes espécies e de diferentes órgãos de
uma mesma espécie;
•  Verificaram que a composição das bases variava de
uma espécie para outra, mas era constante dentro de
uma mesma espécie.
DNA e a informação na célula
DNA
§  Observaram que a percentagem de timina era sempre
idêntica a de adenina, enquanto a porcentagem de
citosina era idêntica a de guanina.
DNA e a informação na célula
DNA
DNA e a informação na célula
DNA – Dupla Hélice

•  Em 1953, James Watson e Francis Crick


apresentaram o modelo molecular que considerava o
tamanho, a configuração espacial dos nucleotídeos e
os dados da relação entre as bases A e T, C e G
(Chargaff).
DNA e a informação na célula
Estrutura do DNA
§  Em 1953, James Watson e Francis Crick
apresentaram o modelo molecular que
considerava o tamanho, a configuração espacial
dos nucleotídeos e os dados da relação entre as
bases A e T, C e G (Chargaff).
DNA e a informação na célula
Dupla Hélice

P = Fosfato

D = Desoxirribose

Cadeia de
Nucleotídeos
DNA e a informação na célula
Dupla Hélice

P = Fosfato

D = Desoxirribose

Dupla Hélice no
plano
DNA e a informação na célula
Dupla Hélice

Dupla hélice
Nucleotídeos Dupla hélice no plano Dupla hélice
Empacotamento do DNA
§  O DNA das células está
empacotado no núcleo;
§  Esse empacotamento ocorre
pela associação do DNA
com proteínas chamadas
histonas;
§  O DNA empacotado
formará os cromossomos.
DNA Mitocondrial
DNA circular
•  A mitocôndria além de produzir energia para a
célula,, ela tem um DNA prórpio;
•  Esse DNA é circular, como o das bactérias (hipótese
endossimbiótica);
•  Representa cerca de 1 a 2% do DNA total da célula;
•  Codifica 37 genes.
DNA Mitocondrial
Genoma Humano

Genoma
§  Sequencia de DNA de todos os cromossomos e da mitocondria de um
organismo.
DNA – a molécula da vida
Célula humana
§  46 cromossomos;
§  2 metros de DNA;
§  3 bilhões de nucleotídeos de DNA
(bases A, T, C,G);
§  ~ 25.000 genes que codificam para
RNA e proteínas responsáveis
pelas funções biológicas;
§  Contudo, cerca de 1% do genoma
codifica proteína.
DNA – a molécula da vida
DNA – a molécula da vida
Sequências de DNA repetitivo – quase 50% do DNA
§  Sines (elemento nuclear intercalante curto)
§  Ex: Família Alu: tamanho 300 nucleotídeos.
§  Compõem 10 % do genoma humano.
§  Line (elemento nuclear intercalante longo): tamanho
6 Kb.
§  Ocupa 20 % do genoma humano;
§  Regiões centroméricas, teloméricas e transposons.
DNA – a molécula da vida
Sequências de DNA repetitivo – quase 50% do DNA
DNA – a molécula da vida
Micro e minissatélites
DNA – a molécula da vida
A quantidade de DNA não codificador de proteínas está
relacionada a complexidade dos organismos
Como a informação da célula pode ser acossada?
Replicação
Características
§  Semiconservativa: as fitas do DNA a ser replicado servem de
molde para as novas fitas que serão sintetizadas;
§  As fitas do DNA precisam se separar para que ocorra o início
da replicação;
§  A DNA Polimerase III é quem realiza a replicação do DNA.
Replicação
Características
§  Forquilha de replicação
Replicação
Características
§  Sentido 5’- 3'

5’
3’
Fitas-molde

5’ 5’
3’ 3’

5’
3’
Replicação
Características
§  Sentido 5’- 3’
§  As fitas antiparalelas do DNA são unidas por ligações
chamadas pontes de hidrogênio. Adenina se liga à Timina
através de duas pontes de hidrogênio (A=T) e Citosina se liga
à Guanina através de três pontes hidrogênio (C≡G).
Replicação
Características
§  Sentido 5’- 3’
§  As bases interagem por ligações fosfodiéster, formando
pontes de fosfato entre si;
§  O grupo hidroxila do carbono - 3 da pentose do primeiro
nucleotídeo se une ao grupo fosfato ligado à hidroxila do
carbono - 5 da pentose do segundo nucleotídeo através da
ligação fosfodiéster;
Replicação
Características
§  Sentido 5’- 3’
§  Desta forma, os nucleotídeos se unem, constituindo uma fita
de ácido desoxirribonucleico.
§  Quando observamos o DNA, percebemos que suas duas fitas
não seguem a mesma orientação: é a chamada disposição
antiparalela. É como se uma fita estivesse de “ponta-cabeça”
em relação à outra.
Replicação
§  Sentido 5’- 3’
Replicação
Características
§  Replicação da fita contínua e da fita descontínua

5’
3’
Fitas-molde

5’ 5’
3’ 3’
Movimento da Fita
lead
Forquilha ing

5’
3’
Replicação
Características
§  Fragmentos de Okazaki

5’ 3’ 5’ 3’

3’ 3’

3’
5’
? 3’
5’

3’ 5’ 3’ 5’
3’ 5’ 5’
Fragmento de
Okazaki
E que molécula decodifica a informação contida no
DNA?
RNA e a informação na célula
RNA
§  Fita simples;
§  Possui a ribose como açúcar;
§  Apresenta a uracila (U) no lugar da timina
(T);
§  Permite a transcrição da informação
contida no DNA para a síntese de
proteínas.
RNA e a informação na célula
Transcrição §  Ocorre no núcleo a partir de fita
dupla de DNA e gera fita simples
DNA Fita molde de RNA;
RNA
§  Tr a n s c r i t o p r i m á r i o s o f r e
modificações:
§  Splicing
ü  Íntrons são retirados - regiões não
codificantes de proteínas;
ü  Mantém os exons - regiões
codificantes;
RNA e a informação na célula
Transcrição ü  5’ cap;
ü  Cauda poli-A;
DNA Fita molde §  RNA maduro é enviado para o
RNA
citoplasma, onde ocorrerá a
tradução.
Como ocorre a tradução da informação em proteínas?
Código Genético
Traduzindo informações
§  As informações do RNA são traduzidas na forma de
aminoácidos que formarão as proteínas;
§  Essa tradução ocorre a partir do código genético;
§  O código genético é formado por trincas de 3 nucleotídeos -
códons;
§  Há 64 diferentes códons para 20 aminoácidos, sendo 3 códons
de parada;
§  O código é degenerado, ou seja, mais de um códon pode
corresponder a um mesmo aminoácido.
Código genético
Traduzindo informações
Aminoácidos
Tradução
Etapas
§  A síntese da proteína começa com a associação entre um
RNAt, um ribossomo e um RNAm;
§  Cada RNAt transporta um aminoácido cuja sequência de
bases, chamada anticódon, corresponde ao códon do RNAm.
§  O RNAt trazendo uma metionina, orientado pelo ribossomo,
se liga ao RNAm onde se encontra o códon (AUG)
correspondente dando início ao processo. Em seguida se
desliga e outro RNAt se liga trazendo outro aminoácido.
Tradução
Etapas
§  Essa operação é repetida várias vezes formando a cadeia
polipeptídica, cuja sequência de aminoácidos é determinada
pelo RNAm;
§  Quando enfim o ribossomo chega a região do RNAm onde
há um códon de parada, é determinado o fim do processo.
Tradução
Etapas – tRNA, anticódon, aminoácido e códon
Proteína e a informação na célula
Tradução - ribossomos

Aminoácido

tRNA Ribossomo

mRNA
Proteína e a informação na célula
Como o tRNA correto é escolhido?
§  Cada tRNA é acompanhado por proteínas assistentes, e somente
o RNAt que é o correspondente perfeito do códon será "liberado
para parear com a sequencia (códon) do mRNA.
§  Uma molécula de armazenamento de energia guanosina
trifosfato (GTP) é utilizada para liberar o RNAt.
Proteína e a informação na célula
Processamento da Informação
“do DNA a proteína” – Dogma da Biologia Molecular
O que pode alterar a moléculas de DNA?
Mutações
Tipos de mutações
§  Grande escala
ü  Ganho/perda de regiões cromossômicas;
ü  Translocação de partes de cromossomos.

§  Pequena escala
ü  Substituição, deleção ou inserção de um nucleotídeo.
Mutações
Natureza das mutações
§  Erros de incorporação de nucleotídeos:
ü Trocar um A com T, por A com G;
§  Modificação química dos nucleotídeos:
ü Perda de bases;
§  Agentes de mutação:
ü Radiação UV e ionizante.
Mutações
Células afetadas
§  Células Somáticas
ü Afeta apenas o indivíduo com a mutação, mas não é
transmitida às gerações futuras;
ü  Maior causa de câncer.
Mutações
Células afetadas
§  Células Germinativas
ü  São transmitidas às gerações futuras.
ü  Maioria das mutações são deletérias e tendem a ser eliminadas
pela seleção natural;
ü  Mutações benéficas são raras, porém são a fonte primária de
variabilidade entre as espécies e evolução dos organismos.
Código genético
Traduzindo informações
Código Genético
Variações

THE FAT CAT ATE THE BIG RAT


Deletando C
THE FAT ATA TET HEB IGR AT
Inserindo A
THE FAT ATA ATE THE BIG RAT
Mutações
Efeitos das mutações
§  Muitas das mutações que ocorrem na sequência de nucleotídeos
(DNA) não afetam a função da proteína, pois acontecem em
regiões não codificantes (íntrons);
§  Em regiões codificantes, as mutações podem acarretar:
ü  Mutação sinônima;
ü  Mutação não sinônima;
ü  Mutação sem sentido;
ü  Mutação códon de parada (por aminoácido).
Mutações
Efeitos das mutações
§  Mutação sinônima:
ü CCC codifica para prolina;
ü A troca da 3ª base C para G (CCG) continua codificando
prolina;
ü  É, normalmente, uma mutação silenciosa, pois não há

alteração na função da proteína.


Mutações
Efeitos das mutações
§  Mutação não sinônima:
ü CUU codifica para leucina;
ü A troca da 2ª base U para A, ou seja, CAU passa a codificar
outro aminoácido, a histidina;
ü  Perda de função da proteína: depende da região afetada.
Mutações
Efeitos das mutações
§  Mutação sem sentido
ü Troca de um códon que codifica para um aminoácido por um
códon de parada (UAA, UAG, UGA);
ü Produz uma proteína menor e, geralmente não funcional.
Mutações
Efeitos das mutações
§  Mutação códon de parada por aminoácido:
ü Troca de um códon de parada por um códon que codifica um
aminoácido;
ü Aumenta o tamanho da proteína;
ü Pode alterar a função dependendo do número de aminoácidos
adicionados (estrutura).
Mutações
Efeitos das mutações
§  Algumas mutações tem efeitos benéficos;
§  Variações no código ou função regulatória, geralmente causam
efeitos deletérios.
Polimorfismo
Desempenho Esportivo
§  Resultado de treinamento físico e nutrição adequada;
ü Estudos demonstraram que esses fatores eram insuficientes
para justificar o desempenho esportivo.
Polimorfismo
Desempenho Esportivo
1)  E a predisposição genética? Seria este um outro fator
importante para o esporte?

2)  Mudanças na sequência de DNA podem alterar a expressão e/


ou a atividade de uma proteína?

3)  Qual seria o papel dos polimorfismos?


Polimorfismo
Conceito
§  Alterações da sequência do DNA que modificam a função ou a
expressão de uma proteína , ocorrendo com uma frequência
igual ou superior a 1% da população
(Housman, 1995).
Polimorfismo
Conceito
§  Variabilidade das respostas mecânicas e biológicas
ü Atletas de modalidades específicas;
ü Possibilita o rastreamento dos “genes candidatos”;
ü 170 seqüências variantes de genes e de marcadores genéticos;
ü Relacionam-se ao desempenho físico e a saúde;
ü  Descoberta de polimorfismos poderia auxiliar na descoberta
de talentos esportivos.
Polimorfismo
ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
§  Enzima conversora de angiotensina (ECA)
§  Regula o sistema renina angiotensina (SRA)
ü Esses sistema regula o controle da homeostase (equilíbrio)
cardiovascular e renal;
ü A ECA converte Angiotensina I em Angiotensina II.
Polimorfismo
ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
§  Angiotensina II é responsável pelos principais efeitos
fisiológicos associados a ação do SRA.
ü  Vasoconstrição;
ü Crescimento celular;
ü  Retenção hídrica;
ü  Ativação simpática.
POLIMORFISMO - ECA
ANGIOTENSINOGÊNIO

RENINA

ANGIOTENSINA I

ECA
ANGIOTENSINA II

RECEPTORES DE ANGIOTENSINA

VASOCONSTRIÇÃO CRESCIMENTO RETENÇÃO DE ATIVAÇÃO


CELULAR SÓDIO E LÍQUIDOS SIMPÁTICA
Polimorfismo
ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
§  Polimorfismo: inserção ou deleção de 287 pares de bases na
sequência do DNA humano;
§  Inserção: menor produção de ECA, promovendo menor
atividade do SRA;
§  Deleção: aumenta produção de ECA e a atividade do SRA.
Polimorfismo
Treinamento aeróbico e ECA
§  Inserção: redução da ECA
ü Aumento do VO2 pico em cardiopatas tratados com
inibidores de ECA;
ü Efeito semelhante do polimorfismo poderia alterar a resposta
cardiopulmonar.
Polimorfismo
Treinamento aeróbico e ECA
§  Inserção: redução da ECA
ü  Aumento de substratos energéticos, melhora do débito
cardíaco, da capilarização, do estoque de ácidos graxos
intramuscular, mudança no tipo de fibra muscular, densidade
mitocondrial.
Polimorfismo
Treinamento aeróbico e ECA
§  Inserção: redução da ECA
ü I ndivíduos com esse polimorfismo apresentam mais
porcentagem de fibras do tipo I (lenta);
ü Porém, não se sabe se o polimorfismo aumenta essa
porcentagem ou se o treinamento físico desencadeia essa
resposta.
Polimorfismo
Treinamento aeróbico e ECA
§  Inserção: redução da ECA
ü Alterações observadas apenas em indivíduos altamente
treinados;
ü  Possível influência do treinamento físico;
ü  Fator genético que contribui para o desempenho esportivo de
atletas.
Polimorfismo
Treinamento de Força e ECA
§  Deleção: aumento da ECA
ü Aumento da força isométrica;
ü  Relação (favorece) com a hipertrofia muscular.
Polimorfismo
Treinamento de Força e ECA
§  Coração: ANGII – crescimento celular
§  Hipertrofia cardíaca – aumento da ECA
ü Cardiopatas: hipertrofia patológica
ü Treinamento de força: hipertrofia fisiológica
Polimorfismo
Treinamento físico e ECA
§  Fator ambiental: treinamento físico
ü  Otimiza resposta fisiológica;
ü Inserção: redução da ECA, relacionada as adaptações ao
treinamento aeróbio;
ü Deleção: aumento da ECA, relacionada às adaptações ao
treinamento de força.
Polimorfismo
AMP Deaminase
§  Provas de curta duração e alta intensidade
ü  Necessidade de reposição eficaz de ATP intracelular;
ü 40% do ATP do músculo esquelético pode ser depletado
durante esses tipos de provas;
ü Acúmulo de ADP, gerando fadiga muscular;
Polimorfismo
AMP Deaminase
ü  Catalisa reação para minimizar o acúmulo de ADP na célula;
ü É ativada, portanto, durante atividade metabólica intensa do
músculo esquelético;
ü Codificada pelo gene AMPD1;
ü  Presente, principalmente, nas fibras do tipo II;
ü Mutação sem sentido – troca de uma glutamina por um códon
de parada;
Polimorfismo
AMP Deaminase
ü Redução da atividade da enzima;
ü  Acúmulo de ADP;
ü  Pode acarretar câimbras, dores e fadiga prematura durante
exercícios;
ü  Redução do desempenho esportivo.
Polimorfismo
Creatina Quinase
§  Treinamento Aeróbico de longa duração
ü  Induz aumento de VO2máx.;
ü Gene da creatina quinase (CK) – pode influenciar o
desempenho por alterar o VO2máx.;
ü  Apesar de ser importante para atividades anaeróbias;
Polimorfismo
Creatina Quinase
ü CK + creatina fosfato (PCr) – tamponamento metabólico em
células com flutuação da demanda energética (atividades
intensas);
ü  Alta [ ] de PCr e alta atividade da CK – tamponamento do
acúmulo de ADP (atividades intensas);
Polimorfismo
Creatina Quinase
ü M anutenção da relação ATP/ADP durante atividade
metabólica intensa;
ü  CK-M – creatina quinase muscular e mais expressa em fibras
do tipo II;
ü  CK- B (brain) – encontrada no músculo cardíaco;
Polimorfismo
Creatina Quinase
ü  CK-MB – relacionada ao aumento da capacidade oxidativa
pelo aumento de citrato sintase no músculo cardíaco e nas
fibras do tipo I no músculo esquelético;
Polimorfismo
Creatina Quinase
ü  Polimorfismo na CK-M – diminuição de sua atividade;
ü  Melhora da capacidade aeróbica;
ü  Aumento do VO2máx.;
ü  Perfil se assemelharia a CK-MB (mais oxidativa).
Polimorfismo
α-Actinina
§  Componente da linha Z do sarcômero;
ü Realiza ancoramento dos miofilamentos de actina e
manutenção do arranjo miofibrilar;
ü  Há 4 genes α-actinina (ACTN1, 2, 3 e 4);
ü  ACTN2 e 3 constituintes do músculo esquelético.
Polimorfismo
α-Actinina
ü ACTN3 – específica das fibras do tipo II;
§  Mutação sem sentido no gene da ACTN3 – troca de uma
arginina por um códon de parada;
ü  Ausência de ACTN3 (homozigoto para ACTN3) – não causa
fenótipo patológico, como distrofia muscular;
Polimorfismo
α-Actinina
ü ACTN2 – parece compensar a ausência de ACTN3;
§  Desempenho esportivo
ü  Presença de ACTN3 – estaria relacionado a melhor
desempenho em provas de velocidade e força;
Polimorfismo
α-Actinina
§  Desempenho esportivo
ü Ausência de ACTN3 – estaria relacionado a melhor
desempenho em provas de resistência;
ü  ACTN – atuam no metabolismo e vias de sinalização.
Proteínas Candidatas
Conceito
§  Algumas proteínas apresentam características que poderiam
melhorar o desempenho esportivo:
ü  Aumento da síntese proteica e proliferação de células
satélites;
ü Ganho de massa muscular;
ü  Biogênese mitocondrial.
Proteínas Candidatas
Alguns alvos
§  IGF-1;
§  MIOSTATINA;
§  PGC-1α.
Proteínas Candidatas
Características
§  Entendimento da função e efeitos das proteínas.
§  Manipulação genética:
ü  Maior expressão da proteína;
ü Pouca ou nenhuma expressão da proteína;
Proteínas Candidatas

Músculos da pata de camundongos tratados com IGF-I


Vias de Sinalização
IGF-1
q  Fatores de crescimento com estrutura molecular semelhante à
da insulina:
ü IGF-1 e IGF-2;
ü Podem influenciar o crescimento, diferenciação e
metabolismo celulares;
Vias de Sinalização
IGF-1
ü IGF-1 – importante fator anabólico (estimula a síntese
protéica) no músculo esquelético;
ü  relação entre a atividade mecânica (exercício físico e o efeito
local) – exercício físico estimula IGF-1 no músculo
esquelético;
ü  estimula proliferação de células satélites.
Vias de Sinalização

Em camundongos
Aumenta:
ü  Massa muscular;
ü  Força tetânica;
ü  Força específica.

Musaro et al. Nature Genetics, vol. 27 Feb 2001


Vias de Sinalização
Miostatina
§  Miostatina é membro da familia TGFβ;

§  Inibe a proliferação de mioblastos (ação principal pré natal) e


crescimento muscular;

§  Repressor do crecimento celular.


Vias de Sinalização
Miostatina
Camundongos knockout para
miostatina:
ü  Grande aumento da massa
muscular por hiperplasia
(principal fator) e hipertrofia.
Vias de Sinalização
Miostatina
§  Proliferação de células satélites:
§  Ganho de massa muscular por hiperplasia – aumento do númeo de
células;
§  Pequena contribuição da hipertrofia – aumento do tamanho (área) da
células.
Vias de Sinalização
Miostatina

Belgian Blue Bull – mutação natural da miostatina (cerca de 20%


mais massa muscular)
Vias de Sinalização
Miostatina
§  Mutação sem sentido – códon de parada no
lugar de um aminoácido;
§  Aos 7 meses de idade com um extraordinário
crescimento muscular;
§  Aos 4 anos de idade, ele conseguia segurar 3
kg de peso em suas mãos com os braços
estendidos.

Schuelke et al. N Engl J Med. 2004 Jun 24;350(26):2682-8.


Vias de Sinalização
MUTAÇÃO NA MIOSTATINA?

Richard Sandrak
Vias de Sinalização
Miostatina
§  Inibidores de miostatina:
ü  Atrofia;
ü  Regeneração após dano muscular;
ü  Ganho de massa muscular (esporte).
Vias de Sinalização
IGF-1 e Miostatina
§  Aumento demasiado da massa muscular:
ü Sobrecarga sobre tendões e ossos;
ü  Lesões por aumento dessa sobrecarga;
ü  Problemas cardíacos (miostatina), por aumento do coração.
Vias de Sinalização
PGC-1α
§  Ativa fatores que promovem a transcrição;
§  Participa da regulação:
ü Biogênese mitocondrial;
ü Metabolismo oxidativo;
ü Determinação do tipo de firbra (perfil oxidativo).
Vias de Sinalização
PGC-1α
§  Modelos animais
ü  Em modelos de atrofia sua expressão está reduzida;
ü Quando sua expressão é aumentada (transgênicos), PGC-1α
protege os músculos da perda de massa muscular.
Vias de Sinalização
PGC-1α
§  Treinamento Físico
ü  Aeróbico: induz aumento do número e volume de
mitocondrias, capacidade oxidativa e mudança no tipo de
fibra (II para I);
ü  Características relacionadas à ação de PGC-1α.
Vias de Sinalização
PGC-1α
ü Aumento na expressão de PGC-1α com o treinamento;
ü PGC-1α ativaria fatores de transcrição que promoveriam
adaptações ao treinamento físico aeróbico (mitocôndria,
capacidade oxidativa e tipo de fibra).
Vias de Sinalização
LEMBRAR
§  O organismo necessita da interação de muitos genes/proteínas
para manter o equilíbrio;
§  O estudo de determinados genes/proteínas mostram possíveis
alvos para a investigação e desenvolvimento de tratamentos ou
de protocolos que melhorem o desempenho esportivo.
Referências Bibliográficas
1.  A dinâmica celular. In: . Lpdish et al., Biologia Celular e
Molecular, 2002.
2.  Genoma Humano: Estrutura Genética e Função. In: Genética
Médica. Nussbaum, McInnes, Willard. 7 ed. Rio de Janeiro:
Elsevir, 2008.
3.  Organização do Genoma Humano.Genética Molecular
Humana. Strachan, Red. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

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