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Química

Química é a Ciência que estuda a matéria, as substâncias que a constituem, suas transformações e a
energia envolvida nestes processos.
Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e possui massa.
Energia é a entidade que modifica a matéria ou resulta de sua modificação e que provoca ou anula
movimentos. É a capacidade que um dado sistema tem de realizar trabalho, podendo existir sob várias
formas: energia química, mecânica, potencial, cinética, elétrica, calorífica, solar, eólica e atômica.
1. Matéria é qualquer substância sólida, líquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço e possui massa.
Ex. madeira, ferro, argila, barro etc.
2. Corpo é uma porção limitada de matéria como: uma pedra, um tronco de árvore, uma folha, um
pedaço de madeira.
3. Objeto é um corpo que assume uma forma definida e possui um uso ou utilidade. Ex.: cadeira,
copo, faca, mesa.
Nos fenômenos químicos ocorre a transformação das substâncias contidas na matéria em outras
substâncias diferentes das originais. Esses fenômenos ocorrem com mudança de coloração ou liberação
de gases, o que indica a transformação química. Exemplo: o cozimento de um ovo, uma reação química
como a fotossíntese, a explosão de uma bomba e etc.

Nos fenômenos físicos não ocorre transformação das substâncias, apenas podem mudar de posição ou de
estado físico, mas as substâncias não se alteram. Exemplo derretimento do gelo nas calotas polares, o
movimento dos astros, queda de chuva ou neve etc.

Estados físicos da matéria e suas mudanças

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Gráfico do aquecimento de uma substância impura, isto é, de uma mistura de substâncias.

2
Fusão é a passagem do estado sólido para o líquido.
Vaporização é a passagem do estado líquido para o gasoso(processo lento, espontâneo e natural).
Evaporação é a passagem do estado líquido para o gasoso (processo lento, espontâneo e natural).33
Ebulição é a passagem do estado líquido para o gasoso (processo rápido, forçado).
Sublimação é a passagem direta do estado sólido para o gasoso sem passar pelo estado líquido.
Exemplos: iodo, naftalina e gelo seco.
As substâncias puras apresentam ponto ou temperatura de fusão, ponto ou temperatura de ebulição e
ponto de sublimação constantes e determinadas. Entretanto, as chamadas misturas eutéticas são misturas
sólidas que fundem a uma temperatura constante como, por exemplo, a solda usada em eletrônica
composta de 37% de Pb e 63% de Sn que funde com temperatura constante a 183ºC. Existem também as
chamadas misturas azeotrópicas que entram em ebulição a temperatura constante como a mistura de
álcool 96% e água 4%. São misturas de comportamento especial.
Misturas eutéticas Temperatura de fusão ºC
Chumbo (87%) + antimônio (13%) 246
Bismuto (58%) + estanho (42%) 133
Bismuto (60%) + cádmio (40%) 140

Misturas azeotrópicas Temperatura de ebulição ºC


Álcool etílico (95,5 %)+ água (4,5%) 78,1
Acetona (86,5%) + metanol (13,5%) 56
Álcool etílico (7%) + clorofórmio (93%) 60
Ácido fórmico (77,5%) + água (22,5%) 107,3

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Gás é a substância que em condições ambiente (25ºC e 1atm) se encontra no estado gasoso. Exemplos:
O2, H2, N2, Cl2, NH3.
Vapor é a substância que se encontra no estado gasoso, mas em condições ambiente encontra-se no
estado líquido ou sólido.
A matéria é formada de substâncias puras ou misturas de substâncias constituindo sistemas homogêneos
ou heterogêneos.
Matéria substâncias  moléculas  átomos
Mistura – associação de duas ou mais substâncias constitui uma mistura, ocorra ou não a disseminação de
uma na outra.
Homogênea ou solução 1 só fase, mesmas propriedades em todos os seus pontos.
Mistura {
Heterogênea – mais de uma fase (aspecto distinto de uma mistura)
Ligas metálicas
Misturas de dois ou mais metais obtidas por resfriamento dos metais no estado líquido. Muitas ligas
constituem uma solução, são misturas homogêneas que apresentam as mesmas propriedades em qualquer
ponto. Ex. latão mistura de 67% de cobre e 33% de zinco; bronze 90% de cobre e 10% de estanho.
Sistema é uma porção limitada de matéria que foi escolhida para ser estudada.
Fase é cada aspecto distinto de um sistema que percebemos a olho nu ou com auxílio de lente ou
microscópio.
Sistema homogêneo é aquele que apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão.
Sistema heterogêneo é aquele que não apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua
extensão.

Classificação dos Sistemas

A partir das noções de matéria e energia, podemos classificar os sistemas em função da sua capacidade de
trocar matéria e energia com o meio ambiente.

Sistema Aberto- Tem a capacidade de trocar tanto matéria quanto energia com o meio ambiente. Ex.:
água em um recipiente aberto (a água absorve a energia térmica do meio ambiente e parte dessa água
sofre evaporação).

Sistema Fechado - Tem a capacidade de trocar somente energia com o meio ambiente. Esse sistema pode
ser aquecido ou resfriado, mas a sua quantidade de matéria não varia. Ex.: Um refrigerante fechado.

Sistema Isolado - Não troca matéria nem energia com o sistema.

Obs.: a rigor não existe um sistema completamente isolado.

Ex.: um exemplo aproximado desse tipo de sistema é a garrafa térmica.

Simples (um só tipo de átomo: O3, O2, H2, N2, Cl2, I2, S8, P4)
Substâncias
Compostas (mais de um tipo de átomo: H2O, HCl, HNO3, CH4)
Alotropia ocorre quando um elemento químico forma duas ou mais substâncias simples. Estas
substâncias são chamadas de alótropos.
Exemplos: O2 (oxigênio), O3 (ozônio)
Carbono: grafite(Cn)
diamante (Cn)
Carvão ativo (C)
Fulereno (C60)

4
Fósforo: P4 (fósforo branco); reage com o oxigênio do ar, emite luz (quimioluminescência),
funde a 44ºC (d=1,82 g/cm3)
(P4)n (fósforo vermelho), forma uma cadeia, não apresenta quimioluminescência, funde a 72ºC (d=2,38
g/cm3)
Enxôfre: S8 (apresenta duas formas cristalinas diferentes, o rômbico e o monoclínico). O enxofre
monoclínico funde a 119,2 ºC (d= 1,96 g/cm3) e o rômbico a 112,8 ºC (d=2,08g/cm3).
Atomicidade: nº de átomos de um mesmo elemento em uma substância.
Ex. H2O; H2O2; H2SO4; K2O; KMnO4

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Propriedades das substâncias
Massa
Extensão ou volume
Inércia
Propriedades gerais Impenetrabilidade
Compressibilidade: gases  líquidos sólidos
Porosidade
Divisibilidade

 Massa: é a medida da quantidade de matéria.

Obs.: é importante saber a diferença entre massa e peso. O peso de um corpo é a força de atração
gravitacional sofrida pelo mesmo, ou seja, é a força de atração que o centro da terra exerce sobre a massa
dos corpos. O peso de um corpo irá varia em função da posição que ele assumir em relação ao centro da
terra, enquanto a massa é uma medida invariável em qualquer local. Em Química trabalhamos
preferencialmente com massa.

 Extensão: é o espaço que a matéria ocupa, o seu volume.


 Inércia: é a propriedade que os corpos têm de manter o seu estado de movimento ou de repouso
inalterado, a menos que alguma força interfira e modifique esse estado.

Obs.: a massa de um corpo está associada à sua inércia, isto é, a dificuldade de fazer variar o seu estado
de movimento ou de repouso, portanto, podemos definir massa como a medida da inércia.

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 Impenetrabilidade: duas porções de matéria não podem ocupar, simultaneamente, o mesmo lugar
no espaço.
 Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem alterar a sua constituição, até certo limite ao
qual chamamos de átomo.
 Compressibilidade: sob a ação de forças externas, o volume ocupado por uma porção de matéria
pode diminuir.

Obs.: de uma maneira geral os gases são mais compressíveis que os líquidos e estes por sua vez são mais
compressíveis que os sólidos.

 Elasticidade: Dentro de certo limite, se a ação de uma força causar deformação da matéria, ela
retornará à forma original assim que essa força deixar de agir.
 Porosidade: a matéria é descontínua. Isso quer dizer que existem espaços (poros) entre as
partículas que formam qualquer tipo de matéria. Esses espaços podem ser maiores ou menores,
tornando a matéria mais ou menos densa.

Ex.: a cortiça apresenta poros maiores que os poros do ferro, logo a densidade da cortiça é bem menor que
a densidade do ferro.

Propriedades físicas
Propriedades específicas Propriedades químicas
Propriedades organolépticas

Propriedades físicas:
 Ponto ou temperatura de fusão (PF)
 Ponto ou temperatura de ebulição (PE)
 Densidade é a relação entre a massa de uma substância ou um corpo e o volume ocupado por esta
substância ou corpo.
‘d = m/v pode ser expressa em g/cm3 ou g/L
 Calor específico é a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de 1g da
substância.
 Coeficiente de solubilidade (CS) é a quantidade máxima que se pode dissolver da substância em
um determinado solvente a uma determinada temperatura. Expressa em g/cm3 ou g/L.

É a quantidade máxima de uma matéria capaz de se dissolver totalmente em uma porção padrão de outra
matéria (100g, 1000g), numa temperatura determinada.

Ex.: Cs KNO3 = 20,9g/100g de H2O (10° c)

Cs KNO3 = 31,6g/100g de H2O (20° c)

Cs Ce2(SO4)3 = 20,0g/100g DE H2O (0° c)

Cs Ce2(SO4)3 = 10,0g/100g DE H2O (25° c)

 Condutividade elétrica (Siemens/m)


 Condutividade térmica
 Pressão de vapor
 Tenacidade - É a resistência que a matéria apresenta ao choque mecânico, isto é, ao impacto.
Dizemos que um material é tenaz quando ele resiste a um forte impacto sem se quebrar.

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Observe que o fato de um material ser duro não garante que ele seja tenaz; são duas propriedades
distintas. Por exemplo: o diamante, considerado o material mais duro que existe, ao sofrer um forte
impacto quebra-se totalmente.

 Maleabilidade – capacidade de formar lâminas finas (principalmente os metais)


 Ductibilidade – capacidade de formar fios finos (principalmente os metais)
 Dureza é a resistência ao risco (Escala Mohs de 1 a 10)
1. talco
2. gesso (CaSO4. 2H2O)
3. calcita (CaCO3)
4. fluorita (NaF)
5. apatita Ca5(F,Cl,OH) (PO4)3
6. ortoclásio K(Al Si3O8) um mineral do grupo dos feldspatos
7. quartzo (SiO2)
8. topázio
9. coríndon (Al2O3)
10. diamante (C)

Propriedades organolépticas são as que afetam os nossos sentidos:


Cor
Odor
Sabor
Brilho
Substância pura é um material único isento de outros materiais e que apresenta constantes físicas bem
definidas. Determinando-se as propriedades físicas das substâncias pode-se afirmar se estão puras ou não.
Ex.: H2O (líq.incolor; PF = 0ºC; PE = 100ºC, densidade = 1g/cm3 a 4ºC; calor específico = 1 cal/gºC)

Álcool PF =-114,1ºC PE = 78,5º C D = 0. g/cm3


Acetona PF =-94ºC PE = 56,5ºC D = 0,g/cm3
Chumbo (Pb) PF = 327ºC PE = 1740ºC D = 11,4 g/cm3

Separação de misturas

I - ANÁLISE IMEDIATA

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Em função disso, é necessário utilizarmos métodos de
separação se quiséssemos obter uma determinada substância.

Para a separação dos componentes de uma mistura, ou seja, para a obtenção separada de cada uma das suas
substâncias puras que deram origem à mistura, utilizamos um conjunto de processos físicos denominados análise
imediata. Esses processos não alteram a composição das substâncias que formam uma dada mistura.

A escolha dos melhores métodos para a separação de misturas exige um conhecimento anterior de algumas das
propriedades das substâncias presentes. Assim, se tivermos uma mistura de açúcar e areia, devemos saber que o
açúcar se dissolve na água, enquanto a areia não se dissolve.

Muitas vezes, dependendo da complexidade da mistura, é necessário usar vários processos diferentes, numa
seqüência que se baseia nas propriedades das substâncias presentes na mistura.

Alguns dos métodos de separação são tão comuns que nem pensamos neles como processos de separação, por
exemplo, a "escolha" dos grãos de feijão (catação) e a separação de amendoim torrado das suas cascas
(ventilação), ou ainda as máquinas existentes em bancos, as quais separam as moedas em função de seus tamanhos

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(tamisação). Esse processo é também usado para separar laranjas em diferentes tamanhos ou quando usamos uma
peneira.

Vamos estudar agora, alguns desses principais processos de separação.

01. SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURAS HETEROGÊNEAS

I - SÓLIDO - SÓLIDO

a) Catação: usando a mão ou uma pinça, separam-se os componentes sólidos.

b) Ventilação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de ar.

c) Levigação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de água. A levigação é usada, por exemplo, para
separar areia e ouro: a areia é menos densa e por isso, é arrastada pela água corrente; o ouro, por ser mais denso,
permanece no fundo da bateia.

d) Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse processo é utilizado em larga escala para
separar alguns minérios de ferro de suas impurezas.

e) Cristalização fracionada: todos os componentes da mistura são dissolvidos em um líquido que, em seguida,
sofre evaporação provocando a cristalização separada de cada componente. A cristalização fracionada é usada, por
exemplo, nas salinas para a obtenção de sais a partir da água do mar. A evaporação da água permite a cristalização
de diferentes sais, sendo que o último a ser obtido é o cloreto de sódio (NaCl), usado na alimentação.

f) Dissolução fracionada: um dos componentes sólidos da mistura é dissolvido em um líquido. Por exemplo, a
mistura sal + areia. Colocando-se a mistura em um recipiente com água, o sal irá se dissolver e a areia se depositar
no fundo do recipiente, podendo agora ser separados pelos seguintes processos: a filtração separa a areia (fase
sólida) da água salgada (fase líquida) e com a evaporação da água obteremos o sal.

g) Peneiração: usada para separar sólidos constituintes de partículas de dimensões diferentes. São usadas peneiras
que tenham malhas diferentes. Industrialmente, usam-se conjuntos de peneiras superpostas que separam as
diferentes granulações.

h) Fusão fracionada: Serve para separar sólidos, tomando por base seus diferentes pontos de fusão. Baseia-se,
portanto, em um aquecimento da mistura com controle da temperatura.

i) Sublimação: é usada quando um dos sólidos, por aquecimento, se sublima (passa para vapor), e o outro
permanece sólido. Exemplo: sal e iodo ou areia e iodo (o iodo se sublima por aquecimento).

Obs.: As principais substâncias que podem ser separadas por sublimação são: o iodo, o enxofre e a naftalina
(naftaleno).

II- SÓLIDO - LÍQUIDO

a) Decantação: a fase sólida, por ser mais densa, sedimenta-se, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente.

Obs.: a separação das duas fases pode ser feita de duas maneiras:

 vira-se lentamente a mistura em um outro frasco;


 com o auxílio de um sifão, transfere-se a fase líquida para um outro frasco (sifonação)

b) Centrifugação: é uma maneira de acelerar o processo de decantação, utilizando um aparelho denominado


centrifuga. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, as partículas de maior densidade, por inércia, são
arremessadas para o fundo do tubo.

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c) Filtração simples: a fase sólida é separada com o auxílio de papéis de filtro. A preparação do café e o filtro de
água são dois exemplos do uso da filtração no dia-a-dia.

d) Filtração à vácuo: O processo de filtração pode ser acelerado pela filtração à vácuo, onde uma trompa de vácuo
"suga" o ar existente na parte interior do kitassato, o que permite um mais rápido escoamento do líquido. Observe o
esquema ao lado.

III- LÍQUIDO - LÍQUIDO

Decantação: separam-se líquidos imiscíveis com densidades diferentes; o líquido mais denso acumula-se na parte
inferior do sistema. Em laboratório usa-se o funil de bromo, também conhecido como funil de decantação, ou
ainda, funil de separação. Num sistema formado por água e óleo, por exemplo, a água, por ser mais densa, localiza-
se na parte inferior do funil e é escoada abrindo-se az torneira de modo controlado. A decantação pode ser feita de
uma maneira mais rudimentar, utilizando-se um sifão (sifonação).

IV- GÁS - SÓLIDO

a) Decantação: a mistura passa através de obstáculos, em forma de zigue-zague, onde as partículas sólidas perdem
velocidade e se depositam.

Industrialmente, esse processo é feito em equipamento denominado câmara de poeira ou chicana, conforme o
esquema:

b) Filtração: A mistura passa através de um filtro, onde o sólido fica retido. Esse processo é muito utilizado nas
indústrias, principalmente para evitar o lançamento de partículas sólidas na atmosfera. A filtração é também usada
nos aspiradores de pó, onde o sólido é retido (poeira) à medida que o ar é aspirado.

02 . SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURA HOMOGÊNEA

I- SÓLIDO - LÍQUIDO

Nas misturas homogêneas do tipo sólido-líquido (soluções), o componente sólido encontra-se totalmente dissolvido
no líquido, o que impede a sua separação por filtração. A maneira mais comum de separar os componentes desse
tipo de mistura está relacionada com as diferenças nos seus pontos de ebulição (PE). Isto pode ser feito de duas
maneiras:

a) Evaporação: a mistura é deixada em repouso ou é aquecida até o líquido (componente mais volátil) sofra
evaporação. Esse processo apresenta um inconveniente: a perda do componente líquido.

b) Destilação simples: a mistura é aquecida em uma aparelhagem apropriada, de tal maneira que o componente
líquido inicialmente evapora e, a seguir, sofre condensação, sendo recolhido em outro frasco. Veja como é feita a
destilação em laboratório:

Obs.: A entrada de água corrente no condensador deve ser feita pela parte inferior do aparelho para permitir que seu
tubo externo esteja sempre completamente preenchido por água fria, que irá sair pela parte superior.

II - LIQUIDO - LÍQUIDO

a) Destilação fracionada: consiste no aquecimento da mistura de líquidos miscíveis (solução), cujos pontos de
ebulição (PE) não sejam muito próximos. Os líquidos são separados na medida em que cada um dos seus pontos de
ebulição é atingido. Inicialmente, é separado o líquido com menor PE; depois, com PE intermediário e assim
sucessivamente até o líquido de maior PE. A aparelhagem usada é a mesma de uma destilação simples, com o
acréscimo de uma coluna de fracionamento ou retificação. Um dos tipos mais comuns de coluna de fracionamento
apresenta no seu interior um grande número de bolinhas de vidro, em cuja superfície ocorre condensação dos
vapores do líquido menos volátil, ou seja, de maior ponto de ebulição, que voltam para o balão. Enquanto isso, os
vapores do líquido mais volátil atravessam a coluna e sofrem condensação fora dela, no próprio condensador,
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sendo recolhidos no frasco. Só depois de todo o líquido mais volátil ter sido recolhido é que o líquido menos volátil
passará por evaporação e condensação.

Obs.: Esse processo é muito utilizado, principalmente em indústrias petroquímicas, na separação dos diferentes
derivados do petróleo. Nesse caso, as colunas de fracionamento são divididas em bandejas ou pratos. Esse processo
também é muito utilizado no processo de obtenção de bebidas alcoólicas (alambique).

Existem casos de misturas homogêneas de líquidos que não podem ser separadas por processos físicos como, por
exemplo, a destilação. Isso porque tais misturas destilam em proporções fixas e constantes, como se fossem uma
substância pura. Essas misturas são denominadas misturas azeotrópicas. Assim, o álcool etílico forma com a água
uma mistura azeotrópica (95,5% de álcool e 4,5% de água) que destila à temperatura de 78,1° C.

Então, para obtermos o álcool anidrido ou álcool absoluto (álcool puro) utilizamos processos químicos.
Adicionamos à mistura azeotrópica água e álcool, por exemplo, óxido de cálcio (CaO), que reage com a água
produzindo hidróxido de cálcio Ca(OH) 2. A seguir, submetemos a mistura a uma destilação, pois agora somente o
álcool destila, sendo, portanto, recolhido puro no béquer.

Observe na tabela da página 3, alguns casos de misturas azeotrópicas:

III - GÁS - GÁS

a) Liquefação fracionada: a mistura de gases passa por um processo de liquefação e, posteriormente, pela
destilação fracionada.

Obs.: Uma aplicação desse processo consiste na separação dos componentes do ar atmosférico: N 2 e O2. Após a
liquefação do ar, a mistura líquida é destilada e o primeiro componente a ser obtido é o N 2, pois apresenta menor
PE (-195,8 ° C); posteriormente, obtém-se o O2, que possui maior PE (-183 ° C).

b) Adsorção: Consiste na retenção superficial de gases.

Algumas substâncias, tais como o carvão ativo, têm a propriedade de reter, na sua superfície, substâncias no estado
gasoso. Uma das principais aplicações da adsorção são as máscaras contra gases venenosos.

II - ANÁLISE CROMATOGRÁFICA OU CROMATOGRAFIA

Esse método, utilizado para a separação e identificação dos componentes de uma mistura, é relativamente recente.
Na maioria das cromatografias, os componentes separados são identificados pela sua cor (cromos = cor). A
cromatografia tem a vantagem de permitir até mesmo a separação de componentes em quantidades muito pequenas.
Existem atualmente vários tipos de cromatografia, sendo que a primeira a ser utilizada foi a cromatografia em
papel.

Adiciona-se uma gota da mistura a ser analisada em uma tira de papel de filtro, próximo a uma das extremidades.
Depois que a gota da mistura seca, a tira de papel é colocada em um frasco contendo um solvente apropriado, de tal
modo que o nível do solvente fique abaixo da gota.

O solvente é absorvido gradativamente pela tira de papel e, devido às diferentes solubilidades e aos diferentes
tamanhos das moléculas, os componentes da mistura "sobem" com diferentes velocidades. Com isso, os
componentes se separam em diferentes regiões da tira de papel.

Esse processo, além de permitir a determinação do número de componentes presentes na mistura, permite também
a identificação das substâncias. Para se conseguir essa identificação, comparam-se os resultados obtidos na
cromatografia da mistura com outros resultados obtidos em experiências anteriores, feitas com substâncias puras.

III - TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

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Qualquer transformação sofrida pela matéria é considerada fenômeno, ou ainda qualquer acontecimento na
natureza que podem ser classificados em:

 Fenômenos físicos;
 Fenômenos químicos.

a) FENÔMENOS FÍSICOS

São aqueles que não alteram a natureza da matéria, isto é, a sua composição. Ou ainda:

Fenômeno físico é toda e qualquer transformação sofrida por um material sem que haja alteração de sua
constituição íntima, sendo possível a sua recuperação por métodos elementares.

Ex.: mudanças de estado físico da matéria (estado de agregação); dissolução do açúcar em água; cortar uma árvore;
acender uma lâmpada; uma fruta caindo da árvore, etc.

b) FENÔMENOS QUÍMICOS

São aqueles que alteram a composição da matéria, ou seja, a sua composição. Ou ainda:

Fenômeno químico é toda e qualquer transformação sofrida por um material de modo que haja alteração de sua
constituição íntima, não sendo possível a sua recuperação por métodos elementares.

Ex.: a queima do álcool ou da gasolina, riscar um palito de fósforo (reações de combustão); formação da ferrugem
(reações de oxidação); digestão dos alimentos, etc.

Quando ocorre um fenômeno químico, uma ou mais substâncias se transformam e dão origem a novas substâncias.
Então, dizemos que ocorreu uma reação química.

VISUALIZAÇÃO DE UM FENÔMENO QUÍMICO OU REAÇÃO QUÍMICA

Uma maneira bem simples de reconhecermos a ocorrência de um fenômeno químico é a observação visual de
alterações que ocorrem no sistema. A formação de uma nova substância está associada a:

1. Mudança de cor. Exemplos: queima de papel; cândida ou água sanitária em tecido colorido; queima de fogos de
artifício.

2. Liberação de um gás (efervescência). Exemplos: antiácido estomacal em água; bicarbonato de sódio (fermento
de bolo) em vinagre.

Às vezes, uma única substância, ao ser aquecida, transforma-se em outras, antes de atingir uma temperatura que
possibilite sua mudança de estado. Assim, o aquecimento do carbonato de cálcio, existentes nas rochas calcárias,
não leva à fusão, mas à sua decomposição, na qual se obtém um gás:

CaCO3 ----------------> CaO + CO2


carbonato de cálcio   Óxido de cálcio (cal) gás carbônico
(sólido)   (sólido) (gás)

3. Formação de um sólido (formação de precipitado). Ao misturar dois sistemas líquidos ou um sistema líquido e
um gás, poderá ocorrer a formação de uma nova substância sólida, que chamamos de precipitado. Com o tempo o
sólido formado se deposita no fundo do recipiente, isto é, sofre decantação. Exemplos: líquido de bateria de
automóvel + cal de pedreiro dissolvida em água; água de cal + ar expirado pelo pulmão (gás carbônico).

4. Outra forma de reconhecermos se ocorreu uma reação química é a alteração da quantidade de energia na
reação.

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Quando colocamos magnésio metálico em ácido clorídrico, além de observarmos a saída de gases, notamos que o
recipiente em que eles foram misturados fica aquecido, isto é, há liberação de calor para o ambiente. As
combustões são reações que liberam calor.

Efeitos térmicos acompanham as reações químicas; quanto a eles as reações podem ser:

 Exotérmicas: liberam calor para o ambiente.


 Endotérmicas: absorvem calor do ambiente.

As leis ponderais (início da Química como Ciência) século XVIII.


1) A Lei de Lavoisier (Lei de Conservação da Massa) por volta de 1790.
Reação química:
A+ B (reagentes)  C + D (produtos)
A  C+ D
H2O H2 + O2
C+ O2  CO2
AgNO3 + NaClAgCl + NaNO3
50 g 50 g
“No interior de um recipiente fechado a massa total não varia, quaisquer que sejam as transformações que
venham a ocorrer”.

“Soma das massas antes da reação é igual à soma das massas após a reação. Ou a soma das massas dos
reagentes é igual à soma das massas dos produtos”.

“Na natureza nada se cria, nada se perde, a matéria apenas se transforma”.

2) A Lei de Proust ou Lei das proporções fixas ou definidas (1801)


“Uma determinada substância composta é formada por substâncias mais simples, unidas sempre na
mesma proporção em massa”. Isto independe da origem ou modo de preparação do composto.
C+ O2 CO2
3g8g 11g 3+8 = 11 Lei de Conservação da Massa.
6g 16g22g 6+16= 22 Lei de Conservação da Massa.
Os números mudam, mas a proporção é a mesma.
3 =6= 0,375
8 16
2 Hg + O2 2 HgO

200g 16g 216g


20g 1,6g 21,6 g
200=20= 12,5
16 1,6
2ª Conclusão da Lei de Proust: “Nas substâncias as proporções entre os átomos ou elementos
químicos é constante, fixa e definida”.
H2O; H2O2; Na2CO3; HCl

Evolução dos modelos atômicos


1 – Modelo Atômico de Dalton (1808), pelas observações e resultados das experiências de Lavoisier e
Proust, Dalton considerou os átomos como esferas sólidas, maciças e indivisíveis. Tentativa de
explicar as experiências de Lavoisier (1790) e Proust (1801).

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2- Modelo Atômico de Thomson (1903). Benjamin Franklin em 1770 descobre que a matéria podia
assumir cargas positivas e negativas. Em 1875, William Crookes descobre os raios catódicos em suas
experiências com a chamada Ampola de Crookes, onde um gás a baixa pressão é colocado sob a
diferença de potencial elétrico entre as placas de um catodo (pólo positivo) e um anodo (pólo
negativo). Pela experiência de Crookes chega-se a conclusão da existência dos elétrons. Um
aperfeiçoamento da ampola de Crookes, realizado pelo cientista Eugene Goldstein em 1886,
descobre-se os raios anódicos (com carga positiva se dirigiam para o catodo), constituídos de
partículas positivas que na realidade eram os resíduos dos átomos que perdiam as cargas negativas
(raios catódicos ou elétrons).

Descoberta da radioatividade
Em 1896, o cientista francês Henri Becquerel descobre que o elemento químico urânio emitia
radiações, daí o nome radioatividade. Mais tarde, o casal Maria e Pierre Curie descobre os elementos
radioativos Po (Polônio) e Ra (Rádio).
Em 1898, Ernest Rutherford verificou que as emissões radioativas se subdividiam quando submetidas
a um campo elétrico.

Estudando os resultados das experiências acima Thomson elabora o seu modelo atômico. Modelo de
Thomson é chamado (por ele mesmo) de pudim de passas (1903). O átomo seria uma esfera maciça
com carga positiva e elétrons com cargas negativas dispersos nesta massa positiva, conferindo
neutralidade ao átomo.

3- Modelo de Rutherford (1911)


Ernest Rutherford (físico neo-zelandês) utilizando o elemento radioativo Polônio (partículas positivas
alfa) bombardeia uma placa de ouro finíssima (0,0001 cm) e observou que a maior parte das partículas
alfa atravessava a lâmina de ouro. Algumas eram desviadas. Concluiu que o átomo era formado por
núcleos pequenos, densos e positivos cercado por uma eletrosfera, na qual os elétrons giravam em
órbitas circulares sem cessar.

14
O modelo de Rutherford pode ser comparado ao sistema solar (o Sol seria o núcleo e os planetas
seriam os elétrons girando em órbitas circulares). Pelos seus cálculos o átomo é 10.000 a 100.000
vezes maior que o núcleo. Como uma bola de futebol no centro de um estádio como o Maracanã.
“dátomo = 10-8cm ,dnúcleo = 10-12 a 10-13 cm.

Em 1932, James Chadwick provou a existência de partículas sem cargas elétricas e massa igual à do
próton, provenientes do elemento radioativo berílio (Be). Chadwick bombardeou os átomos de Berílio
com partículas alfa e obteve carbono e nêutrons segundo a reação:
2α 4
+ 4Be9→6C12 + 0n1
Estudos foram realizados visando estabelecer as massas e as intensidades das cargas elétricas relativas
umas às outras.
Partícula Massa relativa Carga elétrica Massa absoluta Massa em u
-27
Próton 1 +1 1,672649 x 10 kg 1,0072765
Nêutron 1 0 1,67493 x 10-27 kg 1,0086649
-31
Elétron 1/1836 -1 9,109 x 10 kg -
Número atômico (Z) é o número de prótons existentes no núcleo de um átomo.
Np = Ne (no átomo neutro o número de prótons é igual ao número de elétrons)

Número de massa (A) é a soma do número de prótons + o número de nêutrons (N) de um átomo.
A = Np + Nn = Z + N
A
Elemento químico é o conjunto de átomos com o mesmo número atômico (Z). zX
Íons são átomos carregados eletricamente.
A+ cátions (carga positiva, número de prótons maior que o de elétrons, o átomo perdeu elétrons)
B- ânions (carga negativa, número de elétrons maior que o número de prótons, o átomo ganhou
elétrons)
Isótopos são átomos com mesmo número de prótons (Z) e diferente número de massa (A).
Exemplos:1H1 1H2 1H3; 8O16 8O17 8O18; 17Cl
35
(75%) 17Cl
37
(25%)
Os isótopos possuem propriedades químicas iguais (depende da eletrosfera) e propriedades físicas
diferentes.
Isóbaros são átomos de diferente número de prótons (Z), elementos diferentes, mas possuem mesmo
número de massa (A).
40 40
Exemplos: 19K 20Ca (A=40)
42 42 42
20Ca 21Sc 22Ti (A=42)
Os isóbaros possuem propriedades químicas e físicas diferentes.

Isótonos são átomos de diferente número de prótons, diferentes número de massa, porém com mesmo
número de nêutrons (N). Ex.: 17Cl37 20Ca40
Os isótonos possuem propriedades químicas e físicas diferentes.

Átomos Isótopos Isóbaros Isótonos

15
Z (Np =Ne) =  
A  = 
N   =
Propriedades químicas =  
Propriedades físicas   

Isoeletrônicos são átomos ou íons com o mesmo número de elétrons. Os átomos neutros (que não são
íons) que sejam isótopos entre si são obviamente isoeletrônicos.
1 +2 +3 +4
1H , 3Li , 4Be , 5B . (estes exemplos são chamados de espécies hidrogenóides).

4- Modelo atômico de Rutherford-Bohr (1913)


O modelo de Rutherford foi aperfeiçoado por Niels Bohr, físico dinamarquês (1885-1962), dois
anos mais tarde.
Falhas do modelo de Rutherford:
- o elétron não apresenta, na verdade, trajetória circular ao redor do núcleo como se fosse um satélite. Pela
Física Clássica o elétron perderia energia e atingiria o núcleo. O modelo de Rutherford foi muito criticado
pela Física Clássica.
- o modelo não explica porque o elétron apresenta energia constante.
- o modelo não explica satisfatoriamente a eletrosfera de átomos com muitos elétrons.
Teoria de Bohr (3 postulados)
O modelo atômico de Rutherford-Bohr se fundamenta em três postulados. Rutherford dizia que as leis da
Física Clássica não se aplicavam ao átomo.
1. Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas circulares, com energia fixa e determinada, chamadas
órbitas estacionárias. Ao girarem não perdem nem ganham energia.
2. Os elétrons movimentam-se nas órbitas estacionárias e, nesse movimento, não emitem energia
espontaneamente.
3. Quando um elétron recebe energia suficiente do exterior ele salta para outra órbita. Após receber esta
energia o elétron tende a voltar à sua órbita original, devolvendo a energia na forma de luz ou calor. A
energia recebida e devolvida é igual à diferença das energias das órbitas em que o salto ocorreu.
Os elétrons estão distribuídos em órbitas estacionárias chamadas de camadas ou níveis de energia,
onde a energia do elétron é constante. Estas órbitas poderiam ser circulares e elípticas de diferentes
excentricidades. Associado a cada camada ou nível existem também sub-níveis com energia própria e
fixa. O elétron se for excitado, por uma fonte de energia térmica, elétrica ou luminosa (calor, radiação ou
eletricidade), pode passar de uma camada para outra absorvendo energia (um quantum de energia) e ao
retornar devolve esta mesma quantidade de energia (quantum), em geral sob a forma de radiação
eletromagnética (luz) numa quantidade chamada de fóton ou calor.
As camadas, à medida que se afastam do núcleo, vão ficando cada vez mais próximas umas das
outras.

5. Modelo de Sommerfeld (1916)


Com o avanço tecnológico, aparelhos mais sofisticados foram usados na espectroscopia,
evidenciando linhas mais finas do espectro que indicavam a existência de órbitas eletrônicas com níveis
de energia muito próximos.
Em 1916, Arnold Johannes Wilhelm Sommerfeld (1868-1951), cientista alemão, sugeriu que os
níveis de energia seriam formados por sub-camadas (sub-níveis) uma circular e as outras elípticas. Neste
modelo temos um elétron descrevendo uma órbita circular e dois outros com órbitas elípticas de
excentricidades diferentes. Estes três elétrons com diferentes conteúdos energéticos podem pertencer à
mesma camada. Surgiu a idéia de níveis e sub-níveis.
6- Modelo atômico Quântico -1927
16
Este modelo deve-se a vários cientistas, dentre eles o francês De Broglie (1892-1987), o alemão
Werner Heisenberg (1901-1976), o alemão Max Planck e Erwin Schrödinger. Desenvolveram a mecânica
quântica que é a mecânica que se aplica aos átomos e suas partículas, em distinção da mecânica clássica.
Em 1924 De Broglie elabora o conceito de partícula–onda para o elétron que teria um caráter dual
partícula-onda.
Em 1926, Werner Heisenberg elabora o Princípio da incerteza:
“É impossível determinar com precisão, simultaneamente, a posição exata e velocidade do elétron num
dado instante”. Em outras palavras, quanto mais precisamente conhecermos a posição do elétron menos
precisamente conheceremos a sua velocidade. O princípio de incerteza reafirma o conceito de orbital. Isso
levou os cientistas a considerar mais fácil estudar o elétron em função de sua energia do que por sua
posição.
O movimento do elétron ao redor do núcleo foi descrito por Erwin Schrödinger (1887-1961),
físico austríaco em 1927, por meio de uma equação matemática que relaciona a natureza corpuscular
(partícula), a energia, a carga e a massa do elétron.
As soluções numéricas para esta equação são denominadas números quânticos, e permitem que
cada elétron seja caracterizado pela sua quantidade de energia.
Números quânticos são códigos matemáticos associados à energia do elétron.
A identificação dos elétrons por seu conteúdo de energia levou aos chamados quatro números quânticos:
- nº quântico principal n (associado à energia do elétron no nível ou camada).
- nº quântico secundário ou azimutal l (associado à energia do elétron no sub-nível)
- nº quântico magnético m (associado à orientação do orbital no espaço)
- nº quântico de spin ms (associado à rotação do elétron em torno de si mesmo)
Num mesmo átomo não existem 2 elétrons com os mesmos quatro nº quânticos.

a) nº quântico principal (n). Indica o nível de energia do elétron.


‘n = 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 onde n = nível eletrônico ou camada.
b) nº quântico secundário ou azimutal (l). Indica a energia do elétron no sub-nível. O nº quântico l pode
assumir qualquer número inteiro entre 0 e n-1.
L varia de o até n-1.
‘n = 1l = 0 → 1º nível de energia só um sub-nível S.
‘n = 2l = 0, 1→ 2º nível de energia só um sub-nível S, P.
‘n = 3l = 0, 1,2 → 3º nível de energia só um sub-nível S, P, D.
‘n = 4l = 0, 1, 2, 3 → 4º nível de energia só um sub-nível S, P, D, F.
Sub-nível S → l = 0
Sub-nível P → l = 1
Sub-nível D → l = 2
Sub-nível F → l = 3
O orbital é a região de maior probabilidade de se encontrar um elétron, um orbital seria uma
nuvem eletrônica. O elétron se movimentaria no átomo como uma hélice de avião. Em um orbital cabem
no máximo dois elétrons.


S (sphere) 1 orbital, 2 elétrons.

P (pound)  3 orbitais, 6 elétrons



D 5 orbitais, 10 elétrons

17

F 7 orbitais, 14 elétrons
Os sub-níveis g, h, i seriam apenas teóricos para os níveis 5, 6 e 7, mas na realidade não formam
encontrados.
O número máximo de elétrons permitidos em cada sub-nível pode ser determinado pela expressão:
2(2l+1)
Sub-nível S → l = 02(2.0 +1) = 2 s2.
Sub-nível P → l = 12(2.1 +1) = 6 p6.
Sub-nível D → l = 22(2.2 +1) = 10 d10.
Sub-nível F → l = 32(2.3 +1) = 14 f14.
Sub-nível L Nº de orbitais Nº máximo de elétrons
S 0 1 2
P 1 3 6
D 2 5 10
F 3 7 14
c) nº quântico magnético (m ou ml)
O nº quântico magnético (m) indica a orientação dos orbitais no espaço. Os valores de m variam de – l a
+l.
‘m = -l,....., 0, ........, +l.

Sub-nível L Valores de m Quantidade de orbitais Nº máximo de elétrons


S 0 0 2

P 1 -1, 0, +1 6

D 2 -2, -1, 0, +1, +2 10

F 3 -3, -2, -1, 0, +1,+2, +3 14

d) nº quântico de spin (ms)
Cada orbital comporta no máximo dois elétrons. Se os elétrons possuem carga negativa por que
não se repelem. Os elétrons giram formando campos magnéticos opostos que se atraem. Esta rotação é
chamada de spin (em inglês, girar, rodar).
Princípio da exclusão de Pauli (cientista austríaco Wolfgang Pauli 1901-1958)
“Um orbital comporta no máximo 2 elétrons, com spins contrários, opostos chamados spins anti-
paralelos”
‘ms = - ½ ms = + ½
A representação dos elétrons nos orbitais é feita por meio de uma seta. Por convenção a seta para
cima representa o spin negativo, que é o 1º elétron a ocupar o orbital. Cada elétron da eletrosfera é
identificado pelos seus quatro números quânticos.

18
Regra de Hund
“Em um mesmo sub-nível, de início, todos os orbitais devem receber seu primeiro elétron e só depois
cada orbital irá receber seu 2º elétron”. Em outras palavras, um orbital só receberá seu 2º elétron depois
que todos os demais orbitais estiverem com pelo menos 1 elétron.
Exemplos: 1ºelétron

2º elétron
↑ ↑
3º elétron
↑ ↑ ↑
4º elétron
↑↓ ↑ ↑

Exemplo: Identificar os 4nºs quânticos do elétron a seguir: 3p1.


‘n = 3l = 1 m = -1 ms = - ½

4p3
1º elétron: n = 4l = 1 m = -1 ms = - ½
2º elétron: n = 4l = 1 m = 0 ms = - ½
3º elétron: n = 4l = 1 m = +1 ms = - ½

5s2
1º elétron: n = 5l = 0 m = 0 ms = - ½
2º elétron: n = 4l = 0 m = 0 ms = + ½

5B (boro) 1s2, 2s2, 2p1


n = 2l = 1 m = -1 ms = - ½

Sc (escândio) 1s2,2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d1


21
n = 3 l = 2 m = -2 ms = - ½

Cl (cloro) 1s2,2s2, 2p6, 3s2, 3p5


17
‘n = 3l = 2 m = 0 ms = - ½
Os sub-níveis são chamados de s, p, d, f.
A energia dos sub-níveis varia da seguinte maneira: s< p< d <f, isto é, f> d> p>s.
Número máximo de elétrons por sub-nível: s2, p6, d10, f14.
K L MN O P Q

Núcleo

Camada Nível Distribuição em sub-níveis Número máximo de elétrons por camada
K 1 1s2 2
L 2 2s2, 2p6 8
M 3 3s2, 3p6, 3d10 18
19
N 4 4s2, 4p6, 4d10, 4f14 32
O 5 5s2, 5p6, 5d10, 5f14 32
P 6 6s2, 6p6, 6d10 18
Q 7 7s2, 7p6 8
Diagrama de Pauling
Como ocorrem inversões no preenchimento das camadas o químico americano chamado Linus
Pauling criou um diagrama para indicar a correta ordem de distribuição eletrônica ou configuração
eletrônica, segundo suas energias.
1s2
2s2, 2p6
3s2, 3p6, 3d10
4s2, 4p6, 4d10, 4f14
5s2, 5p6, 5d10, 5f14
6s2, 6p6, 6d10
7s2, 7p6
1s2,2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s2, 4d10, 5p6, 6s2, 4f14, 5d10, 6p6, 7s2, 5f14, 6d10, 7p6.

Elementos e substâncias paramagnéticas e diamagnéticas


Átomos ou substâncias com pelo menos 1 elétron desemparelhado → são atraídas por um ímã →
paramagnéticas ou ferromagnéticas (Fe, Ni, Co)
Átomos ou substâncias com todos os elétrons emparelhados →não são atraídas por um ímã →
diamagnéticas (O2)

ONDAS ELETROMAGNÉTICAS E ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO


As ondas eletromagnéticas primeiramente forma “vistas” por James Clerk Maxwell e depois
confirmadas por Heinrich Hertz. Maxwell notou as ondas a partir de equações de eletricidade e
magnetismo, revelando sua natureza e sua simetria. Faraday mostrou que um campo magnético variável
no tempo gera um campo elétrico, Maxwell mostrou que um campo elétrico variável com o tempo gera
um campo magnético, com isso há uma auto-sustentação entre os campos elétricos e magnéticos. A luz é
um conjunto de ondas eletromagnéticas.
De acordo com as equações de Maxwell, a variação de um campo elétrico gera um campo
magnético e vice-versa. As ondas eletromagnéticas são uma combinação de um campo elétrico e de um
campo magnético que se propagam simultaneamente através do espaço transportando energia. A luz
visível cobre apenas uma pequena parte do espectro da radiação eletromagnética possível. O conceito de
ondas eletromagnéticas foi postulado por Maxwell e confirmado experimentalmente por Heinrich Hertz.
A radiação eletromagnética compõe-se de um campo elétrico e um magnético, que oscilam
perpendicularmente um ao outro e à direção de propagação de energia. Uma de suas principais aplicações
é a radiotransmissão.
Modelo de onda
Um importante aspecto da natureza da luz é a freqüência. A freqüência de uma onda é sua taxa de
oscilação e é medida em Hertz, a unidade do Sistema Internacional (SI) de freqüência, onde um Hertz é
igual a uma oscilação por segundo. A frequência é inversamente proporcional ao comprimento de onda,
de acordo com a equação: v = f. λ
Onde v é a velocidade da onda, no caso da luz = 300.000 km/s e λ (lambda) é o comprimento de onda
normalmente expresso em nm (nanômetros = 10-9 m).
Dado: E=h.f f= ν/λ onde:
f é a frequência da radiação em Hz (s-1)
20
h= Constante de Planck = 6,62606896 x 10-34 J.s

O espectro eletromagnético é classificado normalmente pelo comprimento de onda, como as ondas de


rádio, as microondas, a radiação infravermelha, a luz visível, os raios ultravioleta, os raios X até a
radiação gama (γ). O comportamento da onda eletromagnética depende do seu comprimento de onda e
relacionado com a frequência (f). Em frequências altas as ondas são curtas, em frequências baixas as
ondas são longas. O espectro eletromagnético pode ser definido como o conjunto de ondas
eletromagnéticas de diversos comprimentos de onda. Cada onda eletromagnética transporta determinada
quantidade de energia, chamada de fóton. A energia contida em cada fóton é calculada pela equação de
Planck.
E = h. f onde E é a energia transportada, h é a constante de Planck e f é a frequência.
E = energia do fóton, denominada quantum.
h = 6,6260693 x 10-34J.s = 4,13566743 x 10-15eV.s = 6,6 x 10-27ergs.s

O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

Observa-se que à medida que o comprimento de onda aumenta a energia e freqüência da onda diminuem.

Anexo 1 - Vidrarias e aparelhagens de laboratório

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balão volumétrico balão de fundo chato balão de fundo redondo

almofariz bico de bunsen

bureta dessecador erlenmeyer

estante para tubos de ensaio cadinho

cápsula de porcelana

22
pisseta condensador funil ou ampola de decantação

pipeta pipeta volumétrica proveta

suporte metálico tela de amianto tripé

Aparelhagem de destilação simples

23
Aparelhagem de destilação simples(J)e de destilação fracionada (K).

24
25
Bibliografia:
Feltre, Ricardo. Química. Editora Moderna. São Paulo. 6ª Ed. 2004. Volumes 1, 2 e 3.
Canto, Eduardo Leite; Peruzzo, Francisco Miraia (Tito). Química. Editora Moderna. São Paulo. 3ªEd.
2003. Volumes 1, 2 e 3.
Usberco, João; Salvador, Edgar. Química. Editora Saraiva. São Paulo. 11ª Ed. 2005. Volumes 1, 2 e 3.
Sardela, Antônio. Curso de Química. Editora Ática. São Paulo. 25ª Ed. 2002. Volumes 1, 2 e 3.

26

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