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05/07/2021 Uma revisão bibliográfica sobre abordagens metodológicas da Educação Física.

Como ministrar aulas de Educação Física no ensi…

Uma revisão bibliográfica sobre


abordagens metodológicas
da Educação Física. Como ministrar
aulas de Educação
Física no ensino fundamental
Una revisión bibliográfica sobre
abordajes metodológicos de la Educación Física.
Cómo gestionar las clases
de Educación Física en la escuela primaria
*Discente do Curso de
Educação Física Pedro
Buchrieser Flores*
do Centro
Universitário La Salle, Unilasalle, matriculado
na disciplina de
Trabalho de Conclusão II, 2013/2, sob
pedrobuchrieserflores@yahoo.com.br  
  a orientação da
Prof. M.ª Juliana Ludwig Justo Juliana
Ludwig Justo**
**Docente do Curso de
Educação Física, Mestre em Educação jujusto@unilasalle.edu.br  
pelo Centro
Universitário La Salle, Unilasalle (Brasil)

 
Resumo
         
Devido a crescente preocupação com qualidade das aulas de
Educação Física e seu importante papel na formação integral do aluno, visto
que se destacam
os problemas presentes no cotidiano escolar e bem como a
dificuldade de ação pedagógica dos professores em atingir sua finalidade como
disciplina na escola que
conduziram essa Revisão Bibliográfica, cujo titulo é
Abordagens Metodológicas da Educação Física Escolar, com objetivo de
identificar as abordagens que devem ser
  as mais adequadas para o período de
Escolarização do Ensino Fundamental. Observamos após as leituras onde apontam
que as abordagens renovadoras buscam  
ultrapassar as abordagens tradicionais de
rendimento e aptidão física, pois elas não atendem as mutações que a
sociedade busca de emancipação democrática do
conhecimento no sentido de
formação crítica e reflexiva e de desenvolvimento da autonomia do aluno.
         
Unitermos: Educação
Física escolar. Abordagens pedagógicas da Educação Física.
 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

   
Devido a crescente preocupação com qualidade das aulas de Educação Física
Escolar e a confirmação de Oliveira
(2010), que as aulas desta disciplina nas
escolas devem ser consideradas de muita importância e isso deve ser
atribuído
ao fato de promover o desenvolvimento integral do aluno, a socialização, a
vida saudável, espírito de equipe,
prática de esportes, dentre outros
(OLIVEIRA et al, 2010).

   
Esta preocupação se acentua quando nos inteiramos dos fatos de que a
desvalorização da disciplina se dá, seja
pelos baixos salários, aulas pouco
atrativas, profissionais desmotivados e uma crescente concorrência dos
aparelhos
eletrônicos dentre os jovens que afastam cada vez mais os jovens das
brincadeiras diversificadas e os jogos
tradicionais que se tornam por eles
ultrapassados.

   
Não obstante encontramos a confirmação nas palavras de Freitas (2006) quando
afirma

     
É consensual a afirmação de que a formação de que dispõem os professores
hoje no Brasil não
contribui significativamente para que seus alunos se
desenvolvam como pessoas, tenham sucesso nas
aprendizagens escolares e,
principalmente, participem como cidadãos detentores de direitos e deveres
na
chamada sociedade do conhecimento (FREITAS et al, 2006 apud. FALKENBACH,
2008).

   
Esta necessidade de se reinventar uma Educação Física de qualidade diante
dessa crescente desvalorização que a
Educação de forma geral tem passado que
motivou a pesquisar e revisar neste presente estudo as abordagens
metodológicas
da Educação Física Escolar, ou seja, como ministrar aulas de Educação
Física no Ensino Fundamental,
visando, contudo um maior conhecimento e melhor
preparo que se espera de um bom professor.

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O objetivo desta revisão bibliográfica é identificar as abordagens
metodológicas mais adequadas para serem
ministradas no período de
escolarização do Ensino Fundamental e, portanto desta forma contribuir para
que o
profissional de Educação Física Escolar possa refletir sobre suas
tendências e inclinações definidas pelas suas
convicções ideológicas que
por sua vez configuram a sua prática pedagógica em relação ao que se espera
na
comunidade escolar do professor nesta etapa de escolarização.

   
No âmbito escolar existem diferentes abordagens sobre Educação Física e sua
finalidade como disciplina, contudo,
destacam-se os problemas presentes no
cotidiano escolar, observado através da dificuldade da ação pedagógica dos
professores na escola.

Metodologia

     
Foi feita uma Revisão Bibliográfica selecionando 8 artigos embasados em teses,
livros, revistas e os
desdobramentos dos autores disponíveis na base de dados
do Scielo e Google Acadêmico, que trouxeram
contribuições no esclarecimento e
entendimento das Abordagens Metodológicas da Educação Física entre os anos
de
2008 e 2012. Os descritores utilizados foram: Educação
Física Escolar; Abordagens Pedagógicas da Educação Física,
Metodologia da Educação Física Escolar. Conforme Severino (2004), a Revisão
é uma Pesquisa Bibliográfica com a
finalidade desvendar, recolher e analisar
as contribuições culturais e cientificas sobre um tema. Foram feitos resumo e
mapas conceituais utilizando o software Cmap Tools, versão 5.03. Ao executarmos
este trabalho, confrontamos o que
cada autor disse, a favor ou contra nossas
hipóteses e, a partir desta atividade dialógica, formulamos nossa própria
opinião a respeito do assunto pesquisado (CERVO; BERVIAN, 2002 apud SEVERINO,
2004).

Abordagens
metodológicas da Educação Física escolar

   
Para nos situarmos neste estudo procuramos entender a trajetória das abordagens
que, segundo Correia (2011)
em seus estudos, a Educação Física Escolar a
partir das décadas de 80 e 90 do século passado pode observar a
elaboração
de diferentes perspectivas de analise e/ou abordagens de ensino, a partir de
múltiplas matrizes teóricas ou
epistemológicas (CORREIA, 2011).

   
Já Fernandes nos traz as contribuições de Darido (2003), na busca de romper
com os moldes tradicionais, surgem
várias abordagens, algumas com enfoque mais
psicológico, outras com o enfoque mais sociológico e político e
também
biológico, como a Saúde Renovada. Porém afirma que mesmo com um numero
relevante de propostas, ainda
é nítido a dificuldade de encontrar meios para
que os discursos acadêmicos cheguem até a escola e assim consigam
atingir o
centro da discussão que é o ensino e a formação do aluno (DARIDO, 2003 apud
FERNANDES, 2008).

Teorias
não propositivas

     
As teorias não propositivas são assim denominadas por Cas­tellani Filho
(2009) porque não apresentam uma
metodologia de ensino da Educação Física.
São chamadas de abordagens (CAS­TELLANI FILHO, 2009, apud.
BARBIERI; PORELLI e
MELLO, 2008). São elas:

Abordagem
"Cultural"

   
Principal Teórico desta abordagem é Jocimar Daolio. Compreende a Educação
Física como parte da
cultura humana um conjunto de práticas ligadas ao corpo e
ao movimento criado ao longo da história e
essa cultura é trabalhada na forma
de ginásticas, lutas, danças e esportes. Para isso o professor deve
trabalhar
o respeito a diversas culturas que formarão o corpo que expressa elementos da
sociedade que
faz parte (DAOLIO, 1995 apud. BARBIERI; PORELLI e MELLO, 2008).

Abordagem
Fenomenológica

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Principal Teórico desta abordagem é Silvino Santini e Wagner Wey Moreira, os
autores afirmam que
se trata do estudo das essências do indivíduo e sua
relação com o meio, tempo e objetos. Tem foco no
movimentar-se, tomada de
decisão e autonomia. Práticas lúdicas, cooperação e socialização com
colegas. Diagnosticar, recriar e solucionar a partir dos fatos (MARLEAU-PONTY
apud. BARBIERI;
PORELLI e MELLO, 2008).

Abordagem
“Sociológica"

   
Segundo Palafox e Nazari (2007) e Castellani Filho (1999) afirmam que o
principal teórico referente a
essa abordagem é Mauro Betti, autor da obra “Educação
Física e Sociedade”. Têm como objetivo
introduzir o aluno no universo
cultural das Atividades Físicas de modo a prepará-lo para usufruir delas
pela
vida toda. Tem o esporte e o jogo como conteúdo principal, o Vôlei, o
basquete, a dança e
ginástica visando o cidadão futuro que vai partilhar,
produzir, reproduzir e transformar as formas sem
restringir-se ao fazer
mecânico, mas, incorporar atitudes, habilidades conhecimentos que levem os
valores da cultura esportiva. (PALAFOX E NAZARI, 2007 et al, apud. BARBIERI;
PORELLI e MELLO,
2008).

Abordagem
da Saúde Renovada

     
Essa abordagem chamada assim pelos autores Guedes (1997) & Nahas (1992), no
entanto
considerada “mais propositiva” segundo Fernandes (2008). É uma
Educação Física voltada para a saúde,
conhecimentos práticos e teóricos de
Atividade Física, Aptidão Física e para o aluno entender os
benefícios
advindos da prática motora, utiliza os testes antropométricos e seus
subsídios para
verificarem sua saúde (GUEDES E NAHAS apud. BARBIERI; PORELLI e
MELLO, 2008).

Abordagem
baseadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais

     
Fernandes (2008) em sua pesquisa nos trás essa abordagem como uma opção
metodológica que
valoriza as experiências anteriores dos alunos. A interação
professor-aluno e aluno-aluno
progressivamente o aluno passa a dirigir as
situações criando a autonomia em vários campos de
atuação, utiliza a
Cultura Corporal do Movimento em busca da autonomia, a considerar a
possibilidade
de criação do próprio aluno de seu conhecimento e seu próprio
discurso conceitual, atitudinal e
procedimental. (BRASIL, 1997, apud. FERNANDES,
2008).

Abordagem
baseada na Visão Humanista

     
A abordagem Humanista descrita por Oliveira (1985) tem enfoque na valorização
do ser como um
todo, respeitando os limites dos alunos e sua formação
integral. Nesta práxis considera-se também o
potencial criativo dos
aprendizes, sua individualidade, considera o jogo como estratégia de ensino,
exercícios naturais que surgem espontaneamente e a liberdade do aprendiz
(OLIVEIRA, 1985).

   
Sobre isto, é interessante entendermos o que diz Marco Antonio Moreira (1999):

     
A filosofia humanista vê o ser que aprende, primordialmente, como pessoa. O
importante é a autorealização da pessoa, seu crescimento pessoal. O
aprendiz é visto
como um todo – sentimentos, pensamentos e ações – não
só intelecto (MOREIRA, 2009 p.
15).

Teorias
propositivas

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Segundo o autor Castellani Filho (2009) a teoria propositiva é dita assim por
possuírem uma metodologia de ensino
e são chamadas de concepções
(CAS­TELLANI FILHO 2009 apud. BARBIERI; PORELLI E MELLO, 2008).

Concepção
Desenvolvimentista

   
A concepção desenvolvimentista tem como principal referencial teórico Go
Tani. De acordo com esse
autor as aulas de Educação Física devem proporcionar
para os alunos pleno Desenvolvimento Motor até
os 12 anos de idade,
desenvolvendo as habilidades básicas, proporcionar Condicionamento Físico
adequado, desenvolvimento afetivo-social e cognitivo do aprendiz. (TANI, 1998
apud. BARBIERI;
PORELLI e MELLO, 2008).

   
O autor Go Tani (1988), afirma que todo comportamento humano pertence a um dos
três domínios:
Domínio Cognitivo, Domínio Afetivo-Social e Domínio Motor,
sendo que a maioria dos comportamentos
existe a participação dos três
domínios portanto o professor precisa compreender suas características de
Crescimento, Desenvolvimento e Aprendizagem. Visto que a não observância
delas, conduz a conteúdos
inapropriados (TANI, 1998, apud. FERNANDES, 2008).

Concepção
Construtivista

   
A concepção construtivista tem como principal teórico João Batista Freire.
De acordo essa concepção
a Educação Física deve contribuir com o
Desenvolvimento Motor dos alunos. Os jogos e brincadeiras que
estimulam a
cognição, motricidade e utilização de materiais alternativos são conteúdos
privilegiados nas
aulas de Educação Física pautadas nessa concepção
metodológica. Palafox e Nazari (2007) destacam
como conteúdo básico trabalhar
inicialmente a cultura do próprio aluno de modo a tornar o
conhecimento
significativo (PALAFOX E NAZARI, 2007 apud. BARBIERI; PORELLI E MELLO, 2008).

   
Como foco afirma ter além da Motricidade Humana, a Educação do Símbolo e
Educação dos Sentidos.
Conteúdos principais como: brincadeiras populares,
jogo simbólico e jogo de regras. Com finalidade de
construir o conhecimento
através do resgate do que o aluno já conhece para a solução de problemas
(VALDANHA NETTO, 2006 apud. BARBIERI; PORELLI E MELLO, 2008).

Concepção
de Educação Física “Plural”

     
Os principais autores dessa concepção são Jocimar Daolio e Tarcísio Mauro
Vago e originou-se da
abordagem “Cultural”. Para Daolio (1996) a proposta de
Educação Física Plural tem como condição que
as aulas atinjam todos os
alunos, sem discriminação dos menos hábeis, ou das meninas, dos gordinhos,
baixinhos ou mais lentos (DAOLIO, 1996, apud. BARBIERI; PORELLI e MELLO, 2008).

     
Essa concepção parte do pressuposto que os alunos são diferentes recusando o
binômio
igualdade/desigualdade para compará-los, afirma que isso vem
acontecendo com as aulas mistas, onde
o professor lida com as diferenças entre
meninos e meninas. Visa proporcionar a sistematização e
reconstrução do
conhecimento pelos alunos proporcionando oportunidades motoras, explorando sua
capacidade de movimentar-se, permitindo que o aluno descubra expressões
corporais e domine seu
corpo (DAOLIO, 1996, apud. BARBIERI; PORELLI e MELLO,
2008).

Concepções
de “Aulas Abertas”

     
A concepção de metodologia de ensino denominada “Aulas abertas” tem como
idealizador Reiner
Hildebrandt e de acordo com Hirai e Cardoso (2006) aponta
para aulas orientadas no processo de
problematização e comunicação. O
professor deixa de ser o papel central nas aulas de Educação Física,

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sendo o
ensino orientado ao aluno (HIRAI E CARDOSO, 2006 apud. BARBIERI; PORELLI e
MELLO,
2008).

   
Já Mezzaroba, Coelho e Cardoso (2007), chamam essa concepção de método de
“aulas abertas” às
experiências, com as principais características: 1 -
Ação simultânea do professor e aluno no processo de
aprendizagem. 2 - O
esporte é determinado como uma peça modificável. 3 - O modo de transferir
conhecimentos deve deixar espaço para um jogo de ações, permitindo que o
aluno aja autonomamente,
visando o desenvolvimento de sua criatividade,
cooperação e comunicação. 4 - O aluno é sujeito de seu
processo de
aprendizagem (MEZZAROBA; COELHO E CARDOSO, 2007 apud. BARBIERI; PORELLI e
MELLO,
2008).

Concepção
Crítica-Emancipatória

   
Tem seu principal autor Eleonor Kunz, e tem o foco na aprendizagem das
modalidades esportivas,
contribuindo para a formação do aluno, e usa o
movimento e os jogos para desenvolver função social e
política que é
inerente a toda ação pedagógica. Visa considerar os fatores individuais,
biológicos, sociais,
históricos, culturais que envolvem e determina a
relação do aluno com a prática de Educação Física. De
acordo com Kunz
(1996) a Educação Física deverá permitir que a linguagem e a comunicação
desenvolvam-se para além dos esportes, práticas esportivas, levando para
conhecimentos de ordem
política, social, econômica, cultural e relacionado à
saúde (KUNZ, 1996 apud BARBIERI; PORELLI e
MELLO, 2008).

   
Já Fernandez (2008) afirma em sua pesquisa que essa é uma abordagem que
enfatiza a libertação
das falsas ilusões impostas pela coerção ditadas pelo
consumismo. Intenciona libertar-se do velho papel
do professor e do sistema
escolar que deve desenvolver competências de autorreflexão (KUNZ, 1994
FERNANDES, 2008).

Teorias
propositivas sistematizadas

   
Segundo Castellani Filho (2009) as teorias propositivas sistematizadas são
chamadas de perspectivas: Perspectiva
de Aptidão Física e Perspectiva Crítico
Superadora (CAS­TELLANI FILHO 2009, apud. BARBIERI; PORELLI e MELLO,
2008).

   
Já segundo Fernandes (2008), essa metodologia chama-se Abordagem Sistêmica.
Conforme aponta Betti (1991), o
ensino nessa perspectiva é formal e baseado no
comando, com a finalidade do resultado, competição, onde a
resolução dos
conflitos se dá por meio externo de controle, regras rígidas e a vitória é o
objetivo central. Afirma o
autor que esse discurso já deveria ter sido superado
por não ser o que o corpo escolar busca. E questiona sobre essa
a prática
ainda estar presente atualmente na Educação Física Escolar e se ela
desenvolve autonomia dos alunos
(BETTI 1991 apud. FERNANDES, 2008).

Perspectiva
da Aptidão Física

   
Essa perspectiva tem como principal teórico Vitor Matsudo fundamentada nas
ciências biológicas, de
grande importância para o estabelecimento e
manutenção da sociedade capitalista. Para a formação de
um homem forte,
ágil e empreendedor, adaptado aos mecanismos exigidos por esse sistema. Tem o
esporte como conteúdo principal sendo o volei, basquete, futebol e handebol
privilegiados (PALAFOX;
NAZARI, 2007; SOARES; TAFFAREL; VARJAL ET AL. 1992;
MELLO, 2009 apud. BARBIERI; PORELLI e
MELLO, 2008).

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O autor esclarece em uma tabela os principais pontos da metodologia de ensino e
objetivo da
Educação Física Escolar na perspectiva de Aptidão Física.

Tabela
1. Principais pontos da metodologia de ensino e objetivo da
Educação Física Escolar na perspectiva da Aptidão Física

Perspectiva
Crítico-Superadora

     
A perspectiva Crítico-Superadora foi explicitada no ano de 1992 com a
publicação do livro
“Metodologia de Ensino de Educação Física” escrito
por Soares, Taffarel, Varjal, Bracht, Castellani filho e
Escobar, grupo
conhecido como “Coletivo de Autores”. Suas raízes teóricas são a
perspectiva
materialista-histórica de Karl Marx e entende a Educação Física
como prática pedagógica escolar,
determinadas por atividades expressivas
corporais como: Jogo, esporte, dança, ginástica, estas são
chamadas de
Cultura Corporal (SOARES, TAFFAREL; VARJAL et al. 1992, apud. BARBIERI; PORELLI
e
MELLO, 2008).

   
Essa perspectiva tem três características de reflexão pedagógica: é
Diagnóstica, pois constata e lê os
diagnósticos da realidade. Judicativa,
pois julga essa constatação de acordo com os interesses do
Projeto
Pedagógico. E é Teológica, pois tem um objetivo específico. O conhecimento
deve ser tratado
desde sua origem, permitindo que o ser se entenda com sujeito
histórico capaz de inferir na sociedade
(PALAFOX; NAZARI, 2007; SOARES;
TAFFAREL; VARJAL et al. 1992; MELLO, 2009 apud BARBIERI;
PORELLI e MELLO, 2008).

     
A seguir estão apresentados os principais pontos metodológicos propostos, bem
como o objetivo
norteador de uma aula pautada nessa perspectiva.

Tabela
2. Principais pontos da metodologia de ensino e objetivo da
Educação Física na perspectiva Critico-Superadora

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Discussão
e considerações finais

   
No que se refere a abordagens e autonomia Fernandes (2008) identifica que
algumas abordagens concordam com
a autonomia como finalidade de ensino na
Educação Física Escolar, a partir do Ensino Fundamental.

   
Segundo a pesquisa de Fernandes (2008), os autores cada um com sua linha de
pensar e tratar das abordagens
mesmo com diferenças entre as propostas, em
comum todas elas buscam superar as pedagogias tradicionais
fundamentadas no
tecnicismo e no rendimento. Este autor confirma a presença até hoje das
metodologias tradicionais
predominando nas escolas brasileiras, ao encontro de
Resende (1995) em suas ideologias, quando afirma que as
tendências renovadoras
relacionadas ao movimento de críticas ao ensino vigente enfrentam a
predominância das
teorias tradicionais de alto rendimento neste contexto
profissional (RESENDE, 1995, apud. FERNANDES, 2008).

     
Este autor ainda contesta as idéias de Crum (1993) quando afirma que as
ideologias ideais são a Biologicistas:
Centradas na formação do corpo. E
ideologias Pedagogicistas: Que tem caráter de recreio supervisionado e
entretenimento (CRUM, 1993 apud. FERNANDES, 2008).

     
O autor Fernandes (2008) confirma que essas metodologias não levarão o aluno
ao conhecimento real dos
conteúdos da Educação Física, não permitindo uma
apreciação crítica das manifestações corporais (FERNANDES,
2008).

   
Sobre isto, é interessante entendermos o que diz Oliveira, Galdino e Nassar
(2008):

     
Dentro das aulas de Educação Física Escolar no ensino Fundamental, duas
situações podem
atrapalhar a boa formação dos alunos: a repetição dos
conteúdos ano após ano, e a especialização
precoce. Isso acontece por
intermédio das aulas livres ou através de aulas mecanicistas, baseadas em
quatro modalidades esportivas coletivas, sendo que os alunos desta faixa
etária deveriam estar
descobrindo o corpo com suas ações naturais e, ao
contrário, acabam pulando fases importantes
(OLIVEIRA; GALDINO E NASSAR, 2008
p. 27).

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Conforme afirma Daolio (1995), a concepção de corpo estritamente “Naturalizante”
e “Biologizante” – “Corpo
Matéria Prima” – não é mais
sustentável diante das mutações da sociedade que busca um processo amplo de
emancipação democrática e subsidiada por uma analise sociocultural mais
criteriosa proposta no termo “Corpo
Cidadão” (DAOLIO, 1995 apud. CORREIA,
2012).

   
Apesar de alguns estudos apontarem para um aprendizado mais rápido pelo método
tecnicista, ele exclui os menos
habilidosos e mais fracos, ao contrário do que
defende a Concepção de Educação Física “Plural”, sendo ideal também
para o Ensino Fundamental que as aulas sejam direcionadas para a inclusão, ou
mesmo na Concepção de “Aulas
Abertas”, onde o professor deixa de ter o
papel central nas aulas, ambas contribuem para a autonomia, pois ele deixa
de
ser mero coadjuvante e passa a ser autor de seu próprio conhecimento.

   
Segundo os autores Almeida, Valentini e Berleze (2009), destacam a importância
e a responsabilidade do professor
de Educação Física compreender as
dificuldades e necessidades das crianças e jovens durante o planejamento e
execução das Atividades Físicas; desenvolver atividades desafiadoras e
significativas; utilizar rotineiramente
estratégias adequadas de encorajamento
e feedback; promover a auto-superação evitando situações de
humilhação
ou de excessiva comparação (ALMEIDA; VALENTINI E BERLEZE, 2009).

   
Conforme afirma Darido (2005) o professor deve usar estratégias que permitam
trabalhar a autonomia dos alunos,
como permitir que escolham os times,
participem da construção dos materiais, modificação das regras,
participação
das discussões e reflexões nas aulas (DARIDO, 2005 et al. apud.
FERNANDES, 2008).

     
Conforme Antunes e Gebran (2010) os avanços da área, a abordagem dada ao
conhecimento e a grande
importância das propostas pedagógicas na valorização
do aluno como um ser humano inserido em uma sociedade
(dotado de cultura);
inclui, também, o respeito ao desenvolvimento da criança (as características
de cada fase de
desenvolvimento, cognitivo, motor, considerando o contexto em
que vive e seus conhecimentos anteriores, o
movimento corporal (jogo, esporte,
dança, ginástica, luta) inserido no universo da criança, o conteúdo como uma
forma de comunicação com o mundo, a cooperação para repensar a competição
e a melhoria da qualidade de vida
que pode ser proporcionada pela Educação
Física (ANTUNES e GEBRAN, 2010).

   
Sobre isto, é interessante entendermos o que diz Perrenoud (2002):

     
Uma nova proposta pensada como um “elixir” que solucionará todas as
dificuldades e lacunas do
processo de ensino-aprendizagem presente na prática
docente, a nosso ver, está fadado ao fracasso, já
que existe a necessidade
de interação entre as novas idéias com a prática, considerar as
experiências
dos docentes, bem como todo o conhecimento até então produzido
(PERRENOUD, 2002 apud. ANTUNES
e GEBRAN, 2010, p. 129).

     
Portanto não há dúvidas que o professor deve aplicar as abordagens
renovadoras buscando o conjunto de sua
fundamentação teórica na busca pela
qualidade das aulas, pois elas se agregam em seus conhecimentos e estimula
dentro das possibilidades o ser crítico e reflexivo, participativo e autônomo.
Foi observado que é importante que as
aulas percam seu caráter de rendimento
apenas, onde os mais fracos são excluídos e os mais fortes são
especializados
precocemente, deixando o aluno vulnerável a lesões e desistências. Para que o
aluno desenvolva suas
habilidades básicas e descubra seu corpo, precisa
encontrar um ambiente favorável e flexível, acolhedor e diferente da
rigidez
militar, sem esquecer a inclusão de alunos com deficiências físicas que
contribuem com valores humanos e a
cooperação de todos. Contudo isso se
fundamenta de forma indiscutível a permanência da Educação Física no
currículo escolar para que o professor seja um verdadeiro agente transformador
educando em conjunto com a
comunidade e as famílias dos alunos.

Referências
bibliográficas

https://www.efdeportes.com/efd189/abordagens-metodologicas-da-educacao-fisica.htm 8/9
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ALMEIDA,
Gustavo de; VALENTINI, Nadia Cristina; BERLEZE, Adriana. Percepções de
Competência: Um Estudo
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jan./mar. 2009.

ANTUNES,
Alan Rodrigues; GEBRAN, Raimunda abou. Educação Física no Contexto
Escolar: trajetória e
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Prática da Educação, v. 13, n. 2, p. 123-130, mai/ago. 2010.

BARBIERI,
Aline Fabiane; PORELLI, Ana Beatriz Gasquez; MELLO, Rosângela Aparecida.
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CORREIA,
Walter Roberto. Educação Física Escolar: saberes docentes. Ensaio, Rev.
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Digital · Año 18 · N° 189 | Buenos Aires,
Febrero de 2014
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