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Como lidar adequadamente com pacientes que possuem autismo?

As pessoas precisam conhecer o Autismo para saber ajudar nos momentos necessários, Cada
indivíduo é único e tem suas peculiaridades.

Por Faculdade IDE,
28 de setembro de 2018

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em conjunto à Organização


Mundial da Saúde (OMS), os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) referem-se a um
grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração da interação social,
comunicação e linguagem. Com prejuízos qualitativos associados a comportamento repetitivo
de interesse, e atividades de repertório restrito, e estereotipado. Aparecem na infância e
tendem a persistir na vida adulta. O nível de intelecto das pessoas afetadas pelo TEA varia de
acordo com o caso, e frequentemente podem apresentar condições comórbidas, como
ansiedade, hiperatividade, transtorno de deficit de atenção, e epilepsia. No artigo a seguir,
apresentaremos a importância do tratamento adequado para indivíduos portadores de autismo,
e a relevância da qualificação — por meio de especialização profissional — para lidar
adequadamente com esses pacientes. Continue conosco para conferir!
Principais desafios dos pacientes com autismo
Os sintomas do autismo são resultados de alterações complexas no funcionamento do cérebro,
podendo ocorrer na vida uterina ou logo após o nascimento. O diagnóstico, feito na maioria das
vezes no indivíduo ainda criança, causa impacto na dinâmica familiar, forçando-a a buscar
intervenções terapêuticas adequadas, e inclusão em espaços que possam realizar
acompanhamento eficiente com o portador.   De acordo com a coordenadora do curso de pós-
graduação "Transtorno do Espectro do Autismo com Ênfase na Intervenção Comportamental"
da Faculdade IDE, Alessandra Sales:
"o autismo tem vários níveis, do mais leve aos mais graves. Os desafios dependem da
dificuldade de cada um, alguns conseguem superar algumas barreiras da comunicação e
desenvolvem melhor, outros chegam a ser não verbais. Esse nível vai impactar nas limitações
do paciente".

Algumas das condições que podem estar associadas ao autismo, são:

 dificuldades de coordenação motora;


 dispraxia;
 hiperatividade;
 deficiência intelectual;
 síndrome do deficit de atenção;
 ansiedade;
 agitação;
 distúrbios do sono;
 hipotonia muscular;
 problemas gastrointestinais.
Além dessas condições, indivíduo e família apresentam dificuldades diárias. Seja em conseguir
se adaptar e desenvolver (paciente), ou em encontrar intervenção adequada para inseri-lo e
torná-lo aceito na sociedade (família). O transtorno do autismo causa impactos na vida do
paciente e no modo como ele reage ao tratamento. Por isso, seu atendimento deve ser
personalizado por toda equipe multiprofissional, ressaltando suas necessidades individuais e
baseando-se em conhecimentos específicos adquiridos por meio de especialização como pós-
graduação. Dessa maneira, é possível estimular o paciente a explorar suas capacidades e
adaptar-se às exigências. Por isso, é necessário que o profissional esteja qualificado para
fornecer o melhor tratamento ao paciente.
Formas de se trabalhar o autismo
Em geral, todas as crianças que apresentarem os transtornos do espectro do autismo vão
precisar de tratamento. Profissionais como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pedagogos,
terapeutas ocupacionais, psicólogos e educadores físicos, vão trabalhar a independência
motora e estratégias que facilitem a aprendizagem, além da orientação aos pais e cuidadores.
É recomendado que uma equipe multidisciplinar especializada avalie e desenvolva um
programa de intervenção personalizado seguindo a mesma linha de pensamento. Atualmente a
intervenção mais indicada é a ABA ( Applied Behavior Analysis ou Análise do Comportamento
Aplicada).
ABA - Essa intervenção tem como objetivo construir repertórios socialmente significativos,
reduzir repertórios problemáticos e desenvolver habilidades. O perfil da criança é construído
por meio de avaliações e, a partir dessas informações, desenvolve-se uma programação
individual. Baseada na intervenção comportamental, são várias as técnicas e estratégias de
ensino associadas a essa intervenção que têm se mostrado útil no contexto, incluindo
tentativas discretas, ensino acidental, análise funcional e de tarefas. É importante que todos os
ambientes em que a criança frequente, sigam a mesma linha de tratamento baseado no ABA.
De acordo com a Associação de Amigos do Autista, além da Análise do Comportamento
Aplicada, outros métodos de intervenção também são utilizados para promover o
desenvolvimento social e cognitivo do portador de autismo.

TEACCH - O TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication


Handcapped Children  ou Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com
Deficiências), é uma intervenção psicopedagógica que combina diferentes materiais visuais
para organizar o ambiente de aprendizado da criança, de acordo com seu nível de
compreensão. Utiliza rotinas e sistemas de trabalho, de maneira que o ambiente fique mais
compreensível, tornando a criança mais independente possível e estimulando a relação de
causa e efeito, incentivando a comunicação e respeitando a individualidade.

PECS - O método PECS (Picture Exchange Communication System ou Sistema de


Comunicação por troca de figuras), utiliza comunicação alternativa por meio de figuras
desenvolvidas especialmente para crianças com TEA. O objetivo é ensinar a criança a
comunicar-se por troca de ilustrações de maneira espontânea, no contexto social, facilitando a
comunicação dos portadores de autismo que não desenvolvem a linguagem falada.
Como lidar com pacientes com autismo

Atualmente, com o tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo podem ser diminuídos,
melhorando a qualidade de vida do paciente. É necessário que o portador de TEA seja incluído
pelos familiares, escolas e sociedade. Segundo Alessandra:

"Os indivíduos com Autismo precisam ser incluídos pela escola, pelas famílias e pela
sociedade. As pessoas precisam conhecer o Autismo para saber ajudar nos momentos
necessários, cada indivíduo é único e tem suas peculiaridades".

Desta maneira, um portador de TEA poderá ter suas limitações trabalhadas com apoio e
integração por aqueles que estão à sua volta, permitindo seu convívio e interação social.
A importância de um tratamento adequado

O tratamento adequado melhora a qualidade de vida do paciente e também de seus familiares.


Com profissionais qualificados que vão atuar diretamente nas limitações específicas de cada
caso, o indivíduo recebe o diagnóstico e inicia o tratamento precocemente. A coordenadora
acrescenta:

"A família também faz parte desse processo, ela tem que ser muito orientada e caminhar junto.
A família que segue as indicações dos profissionais, torna-se um diferencial no
desenvolvimento e evolução da criança".

Para as crianças portadoras de TEA o tempo é precioso e quanto antes uma intervenção
direcionada for iniciada, melhores as chances de superar os limites do transtorno — de acordo
com o nível do TEA — e conquistar independência.

A importância da especialização na área

Como citamos, o tempo de terapia vale ouro. Portanto, os pacientes precisam ser bem
atendidos por profissionais capacitados e especializados, que conheçam as intervenções
existentes e busquem melhorar as estratégias para os diferentes casos. Além disso, o
conhecimento qualificado permitirá ao profissional oferecer melhores recursos não só aos
pacientes, mas também aos familiares. Especialistas são capazes de oferecer as ferramentas
necessárias para que os portadores de TEA superem as dificuldades, e tenham uma qualidade
de vida melhor junto à família e à sociedade. Apesar de impor certas limitações, o autismo
pode ser trabalhado por profissionais qualificados que auxiliem no desenvolvimento do
paciente e orientação dos familiares.  Você pôde perceber que a melhor maneira de lidar com
indivíduos portadores de TEA, é investindo no crescimento profissional por meio de cursos de
pós-graduação na área.

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