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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES


EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

Aluna: Sheylla Sulamyta monteiro Pinto

Artigo de Opinião sobre o meio cultural do indivíduo

Existe uma fábula muito interessante à respeito de macacos e bananas. Quando


um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de
água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir
a escada, os outros o pegavam e batiam nele. Então, tempo depois, nenhum macaco
subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Os cientistas substituíram um dos
macacos por um novo e sua primeira atitude foi subir a escada. Mas foi retirado pelos
outros, que o surraram. Depois de algumas tentativas, o novo integrante do grupo não
mais subia a escada. E isso ocorreu sucessivamente. Os cientistas, então, ficaram com o
grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam
batendo naquele que tentasse pegar as bananas.

A fábula nos faz refletir sobre os comportamentos que nos são colocados, que
vem de hábitos e culturas passadas de geração em geração. Tudo que o indivíduo faz,
aprendeu com os seus semelhantes que estão imersos na mesma cultura, dificulmente o
aprendizado ocorrerá de imposições originadas fora da cultura. As características
biológicas não são totalmente determinantes das diferenças culturais, por exemplo, se
uma criança brasileira for criada por uma família de ingleses na Inglaterra, ela crescerá
como uma inglesa, e aprenderá a língua, os hábitos, crenças e valores dos ingleses.

Para Edward Tylor, 1871:

“A cultura é um processo acumulativo. O homem recebe conhecimentos e


experiências acumulados ao longo das gerações que o antecederam e, se estas
informações forem adequada e criativamente manipuladas, permitirão
inovações e invenções. Assim, estas não são o resultado da ação isolada de
um gênio, mas o esforço de toda uma comunidade.”

Com essa afirmação, podemos entender que a cultura e conhecimento são


repassados ao longo das gerações, independente se a geração anterior for do mesmo
“laço sanguíneo”. Acredito que o meio de imersão determina o “homem” e suas atitudes
no geral, que são justificáveis, em partes, por conta da cultura e convivências.

Segundo GEERTZ (1973), a cultura não é nunca particular, mas sempre pública.
Assim, entende-se que os elementos que constituem as teias propostas por Weber (que o
homem é um animal amarrado a teia de significados que ele mesmo teceu), não têm
criadores identificáveis. As atitudes inovadores surgem e evoluem numa reprodução
indomável e despercebida dos agentes culturais, podendo ser percebida por quem está
de fora do meio cultural (agentes externos à cultura).

Com isso, chego a conclusão de que a afirmação de LARAIA (2003), que diz:
“O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de
um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas
pelas numerosas gerações que o antecederam. A manipulação adequada e criativa desse
patrimônio cultural permite inovações e as invenções. Esta não são, pois, o produto da
ação isolada de um gênio, mas o resultado do esforço de toda comunidade” possui
fundamentos e fatos de que o homem é resultado de seu meio.

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