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SOANE LOPES
Há uma relação de domínio exercido pelo sujeito ativo (pessoa) sobre o objeto (coisa).
Não há um sujeito passivo determinado, sendo este, toda a coletividade (ERGA OMNES).
• FUNDAMENTAÇÃO: livro III – arts. 1196 a 1510 CC – Livro “Direito das Coisas”.
DIREITOS REAIS
• Direitos Reais:
• Rol taxativo (NUMERUS CLAUSUS) – só é direito real aquilo que está previsto
no art. 1225 – (propriedade, superfície, servidões, usufruto, uso, habitação,
direito do promitente comprador do imóvel, penhor, hipoteca, anticrese,
concessão de uso especial para fins de moradia, concessão de direito real de
uso e os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à
União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades
delegadas e respectiva cessão e promessa de cessão.
• Caráter permanente;
• Caráter transitório;
• POSSE
• Conceito: posse é exercício de fato pleno ou não, de alguns dos poderes inerentes
à propriedade.
• Conclusão doutrinária: a posse não é um simples fato, mas sim, um direito, um direito
real.
• SUJEITOS DA POSSE: qualquer pessoa física ou jurídica (pode ser representado ou
assistido)
• OBJETO DA POSSE:
• 2ª corrente: qualquer coisa que possa ser objeto de propriedade, também pode sê-lo
da posse. (+ aceitável)
• Direta (1.197 CC) - é a posse em que a pessoa está na coisa, usufruindo dela.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
defender a sua posse contra o indireto.
• Indireta – tem o domínio, mas no momento a posse está diretamente com
outra pessoa. Exemplo: locatário.
• Justa (1.200 CC) - Art. 1.200. É justa a posse que não for:
• Boa Fé (1201 CC) – a pessoa está de boa-fé até o momento em que ela não em
conhecimento da verdade real.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o
obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção
de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente
não admite está presunção.
• Má fé
• Quanto ao tempo
• Posse nova é aquela com menos de um ano e um dia. Na posse nova pode-se
pedir liminar. = 364 dias
• Posse velha é aquela com mais de um ano e um dia. Não se pode pedir
liminar. = 366 dias
OBS: Nesse sentido, sendo a posse nova, aplica-se o rito especial, caso
contrário, sendo posse velha aplica-se o rito comum ordinário. No que tange
ao rito especial é possível o autor em seu pedido requerer liminar para
reintegração ou manutenção de sua posse. Já pelo rito ordinário tal
requerimento se mostra impossível, cabendo, eventualmente, tutela
antecipada.
ATENÇÃO
Possuidor – Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade.
• AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a
propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
• AQUISIÇÃO DERIVADA
• Conceito: é aquela que requer existência de uma posse anterior, ou seja, que é
transmitido ao adquirente.
• Modos:
• Consensual
• NÃO ENSEJA POSSE – segundo o art. 1.208 do Código Civil, “não induzem posse os
atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os
atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a
clandestinidade”.
• ACESSÓRIOS – Art.. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das
coisas móveis que nele estiverem.
EFEITOS DA POSSE
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho,
e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro
direito sobre a coisa.
• RESISTÊNCIA À TOMADA DA POSSE
• O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua
própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
• ALEGAÇÃO DE OUTREM
• Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á
provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de
alguma das outras por modo vicioso.
• AÇÃO DE ESBULHO
• O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o
terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
• NÃO APLICAÇÃO
• O disposto nos itens antecedentes não se aplica às servidões não aparentes,
salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio
serviente, ou daqueles de quem este o houve.
• FRUTOS
• O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
• Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos,
depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também
restituídos os frutos colhidos com antecipação.
• Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que
são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
• O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos,
bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento
em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
• PERDA OU DETERIORAÇÃO
• O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a
que não der causa.
• O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda
que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando
ela na posse do reivindicante.
• INDENIZAÇÃO
• O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-
las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
• Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias;
não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de
levantar as voluptuárias.
• As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento
se ao tempo da evicção ainda existirem.
• O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé,
tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de
boa-fé indenizará pelo valor atual.
PERDA DA POSSE
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o
poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho,
quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido.
• REQUISITOS GERAIS
• Posse mansa (PM); posse pacífica (PP), posse ininterrupta (PI); animus domini
(AD), por determinado tempo.
ESPÉCIES:
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos
e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido
ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Usucapião marital:
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente
e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano
de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja
propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo
possuidor mais de uma vez.
Usucapião indígena:
OBS: a posse precária não dá o direito da usucapião. Somente a posse primária dá direito a
usucapião. Exemplo: relação de locatário e locador.
DIREITO DE PROPRIEDADE
“Propriedade é um poder de senhora que uma pessoa exerce sobre uma coisa, dela
excluindo qualquer atuação de terceiro” – Marco Aurélio B. de Mello
• Gozar
• Reivindicar ou buscar
• Usar ou utilizar
• Dispor ou alienar
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
A partir do momento em que o ordenamento jurídico reconhece que o exercício dos poderes
do proprietário não deveria ser protegido tão somente para a satisfação de seu interesse, a
propriedade tornou-se social, sob três aspectos:
Fundamentação: