apenas asseverar que as formas do tempo e do espaço são universais e Aspectos da Crítica da Razão Pura necessárias, vale dizer, organizam Crítica da razão pura é que inicia o necessária e universalmente o encaminhamento do estatuto geral de conhecimento sensível. sua filosofia. Sobre a questão do Como a apreensão é de fenômenos, e conhecimento, começa Kant sua teoria não de coisas em si, o espaço e o reconhecendo a existência do tempo não são da conta das coisas, conhecimento empírico, aquele que se dá mas sim do sujeito do conhecimento. com base na experiência. Para Kant, não conhecemos, por meio O Apriorismo Kantiano das experiências, as coisas em si, O Apriorismo pode ser uma posição diretamente. Elas não se apresentam a filosófica que fica entre o racionalismo e nós como se fossem a única estrutura o empirismo, enquanto o cada um do nosso conhecimento. As coisas não destas acreditam que só por meio da são entidades plenas, cujas essências razão ou a experiência, respectivamente, pudessem ser vasculhadas nos seus se obtêm o conhecimento, o Apriorismo recônditos. fica no meio termo, ambas razão e Ao contrário da metafísica, para a qual experiência devem trabalhar juntas para seria possível saber a verdade em si de se alcançar o conhecimento. alguma coisa, para Kant, a fim de conhecer a coisa, precisamos de Os Limites do Conhecimento Racional mecanismos, ferramentas e meios que A grande questão é que a metafísica não são da própria coisa, mas sim são não consegue concretizar sua nossos, do sujeito que conhece. Por peregrinação ao seu fim essencial, dando isso, não são as coisas em si, nas suas assim possibilidades para se duvidar de essências brutas, que se nos sua possibilidade, mas, apesar disso, a apresentam. razão humana sempre encontrará Com isso, com a percepção conhecendo limitações sobre aquilo que o transcende, só fenômenos, Kant exclui a possibilidade por isso, todo humano tem dentro de si do conhecimento das coisas em si, uma ideia metafísica. Mas, como pode rejeitando, assim, uma parte da teoria ser que na razão humana possa surgir do empirismo. perguntas que a mesma não pode Kant afirmava posição numa teoria do responder? conhecimento que, embora reconhecendo As tentativas para estudar a metafísica pontes entre sujeito e objeto, dá mais com dogmas, foram fracassadas, porém, ênfase ao sujeito que ao objeto os conceitos que existem na nossa razão pura a priori não chegam ser uma Os Conceitos de Espaço e Tempo metafísica, mas conduzem a ela. A razão pura, de fato, é quem fornece Para Kant, a boa vontade é boa não os princípios do conhecimento a priori, e porque leva à felicidade, nem porque não uma doutrina, pois a sua utilidade atinja um fim desejado por Deus, mas seria para a especulação e não a apenas por si própria. Mesmo que o ampliação desse conhecimento. resultado da boa vontade fosse A ocupação da razão consiste em totalmente obstado pelas circunstâncias, grande e talvez na maior parte, em o querer é suficiente por si mesmo, desmembramentos dos conceitos que já pouco importa seu resultado. temos a respeito dos objetos. Talvez, a metafísica pecou em tentar entender o início daquilo que se acontece, saindo do particular para o universal. As capacidades da razão humana são evidentes, porém, mais evidente ainda, são os danos causados, caso a utilização da razão não seja feita de forma pura e fiel.
Aspectos da Fundamentação da Metafísica dos
Costumes Kant inicia seu livro “Fundamentação da metafísica dos costumes” com uma apreciação muito forte: o fundamento último que leva à moralidade será apenas uma boa vontade. A boa vontade é elevada como eixo instituidor da moralidade kantiana. Trata-se de um querer somente pelo querer. Essa é uma visão da moralidade muito distinta daquela construída pelos antigos ou pelos medievais. Para os antigos, como Aristóteles, a moralidade busca o alcance de um fim. A felicidade é a finalidade última da eticidade clássica. Para os medievais, os deveres são advindos de uma fonte externa ao sujeito, vindos de Deus, e a moralidade, em muitas ocasiões, se dá por meio de uma condicionante finalística: o agir de acordo com o dever é a forma da salvação.