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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo


Departamento de Estruturas
Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil

Eduardo Marques Vieira Pereira


Estrutura da apresentação

1. Introdução;
2. Revisão bibliográfica;
3. Metodologia;
4. Resultados e discussões;
5. Conclusões.
INTRODUÇÃO
1. Introdução

• Terremotos como ações solicitantes;


• Irregularidades estruturais e as alvenarias participantes;
• Funções de fragilidade: abordagem probabilística;
• Incertezas!

1
1. Introdução

• Funções de fragilidade:

2
1. Introdução

• Justificativa:
- Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável da ONU;
- Brasil: região tectonicamente estável;

3
1. Introdução

• Justificativa:
- Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável da ONU;
- Brasil: região tectonicamente estável;
- Escassez de funções de fragilidade no contexto brasileiro.

3
1. Introdução

Yepes-Estrada et al. (2016) 3


1. Introdução

• Justificativa:
- Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável da ONU;
- Brasil: região tectonicamente estável;
- Escassez de funções de fragilidade no contexto brasileiro;
- Silva et al. (2020): utilizou funções de fragilidade de outros países.

“Qual seria o efeito dos abalos


sísmicos nas edificações brasileiras?”
4
1. Introdução

• Objetivo geral:

“Desenvolver funções de fragilidade para edificações de concreto


armado com irregularidades estruturais, dimensionadas de
acordo com a normatização técnica brasileira e avaliar o
desempenho dessas edificações através de modelos numéricos
não-lineares e análises probabilísticas.“

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1. Introdução

• Objetivos específicos:
- Reunir importantes referências acerca de análises de fragilidade;
- Conduzir análises dinâmicas para estimar a demanda sísmica;
- Comparar e investigar o efeito das irregularidades;
- Investigar o efeito das alvenarias de vedação participantes;
- Aplicar as funções de fragilidade para estimar a confiabilidade das edificações.

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REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
2. Revisão bibliográfica

• Abalos sísmicos: ruptura de rochas tensionadas em uma falha;


• Brasil: região tectonicamente estável.

7
2. Revisão bibliográfica

• Abalos sísmicos: ruptura de rochas tensionadas em uma falha;


• Brasil: região tectonicamente estável;
• Risco sísmico: ameaça x exposição x vulnerabilidade;
• Vulnerabilidade: funções de fragilidade (FF);
• FF: Aplicação de conceitos de confiabilidade das estruturas.

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2. Revisão bibliográfica

• FF têm sido utilizadas em diversos contextos: avaliação de


estruturas, análises de confiabilidade, análise de risco,
recomendações normativas e validação de resultados;

• Fatores que influenciam na fragilidade: dimensionamento


sismo-resistente, irregularidades e alvenaria participante.

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2. Revisão bibliográfica

• Dimensionamento sismo-resistente: resistência e ductilidade.

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2. Revisão bibliográfica

• Irregularidades estruturais: no plano ou em elevação;


• Concentração de demanda nas regiões das irregularidades;
• Aumento da fragilidade sísmica.

11
2. Revisão bibliográfica

• Alvenarias de vedação participante;

• Aumentam a rigidez e a resistência, modificam a distribuição


do dano, e podem induzir a ruptura por cisalhamento dos
pilares. 12
2. Revisão bibliográfica

• Distribuição irregular desses elementos:

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METODOLOGIA
3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Definição da localização

• Velocidade do vento, tipo de solo e definição da curva de


ameaça sísmica;

• Natal (RN):

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Definição das estruturas

• Coleta de informações de projetos reais;


• Prédios baixos:
- Geralmente mais críticos no dimensionamento;
- São suficientes para explorar o efeito das irregularidades;
- Menor tempo computacional.

• Adotados prédios de 3 e 5 pavimentos;

• 3 ou 4 vãos, a depender da planta.

1
Definição das estruturas

• Tipologias adotadas:
- Edificação regular simétrica sem alvenaria;
- Edificação regular simétrica com alvenaria (duas resistências);
- Edificação simétrica com pilotis (alvenaria também com duas resistências);
- Edificação com um maior pé-direito (1 metro a mais) no térreo (soft-story);
- Edificações com assimetria em planta.

15
Definição das estruturas

• Plantas:

Planta 1 Planta 2
16
Definição das estruturas

• Plantas:

Planta 3 Planta 4
17
Definição das estruturas
Alv. Forte Alv. Fraca

Planta 1
s/ soft-story c/ soft-story

Alv. Forte Alv. Fraca

18
3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Dimensionamento

• Estruturas dimensionadas utilizando o CAD/TQS V21;


• Concreto C25, aço CA-50, cobrimento de 3 cm;
• Velocidade básica do vento de 30m/s;
• Cargas verticais permanentes de acordo com a NBR 6120;
• Não foi considerado dimensionamento sismo-resistente.

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Modelagem numérica
Software OpenSees

Relações constitutivas:
- Concreto: Chang & Mander (1994);
- Aço: Giuffré-Menegotto-Pinto;
- Alvenaria: Huang et al. (2020);

Não foi considerado:


- Interação solo-estrutura;
- Comportamento da alvenaria no
plano e fora do plano.

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Análise probabilística de demanda sísmica

• Cloud analysis;
• IM: Sa(T=1s) e Sa(T=T1);
• Média geométrica das duas componentes da IM;
• EDP: distorção angular dos pavimentos (IDR) resultante;
• Incertezas dos materiais consideradas através de Latin
hypercube sampling;
• Total de 120 análises

21
Análise probabilística de demanda sísmica

• Variáveis aleatórias consideradas:

22
Análise probabilística de demanda sísmica

• Relativas à alvenaria:

Azevedo et al. (2019)

• Prismas de três blocos (9cm x 19cm x 19cm), 8 furos,


assentados na horizontal.

23
Análise probabilística de demanda sísmica

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Registros de acelerações

• Preferencialmente de ambientes tectonicamente similares;


• Para R≤100km, magnitudes baixa a moderada (M < 6) e
camadas superiores do solo coerentes (i.e., Vs30).

25
3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Definição do modelo da capacidade

• Três estados limites: Ocupação imediata (IO), Segurança à


Vida (LS) e Prevenção ao Colapso (CP):

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Funções de fragilidade

• Geradas através da fórmula fechada:

• βM = 0,3 (Wen et al. 2004);

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Curva de ameaça sísmica

• Curva de ameaça sísmica (5°48’00.0”S 35°12’0.00”O)

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3. Metodologia

Definição das estruturas Definição da localização

Dimensionamento

Registros de aceleração
Modelagem em elementos
finitos
Análise probabilística
de demanda sísmica Definição do modelo
de capacidade

Funções de fragilidade Curva de ameaça sísmica

Probabilidade de falha
Probabilidade de falha

• Teorema da confiabilidade (Melchers & Beck, 2018):

Priyadarshini et al. (2013)

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RESULTADOS E
DISCUSSÕES
Análises de fragilidade

• 3 pavimentos (Planta 1):

30
Análises de fragilidade

• 3 pavimentos (Planta 1):

31
Análises de fragilidade

• 5 pavimentos (Planta 4):

32
Análises de fragilidade

• 5 pavimentos (Planta 4):

33
Análises de fragilidade

• c/ soft-story:

34
Análises de fragilidade

• Plantas irregulares (2 e 3):

35
Análises de probabilidade de falha

Pórtico βIO βLS βCP


REG1_3_S/ALV 2,94 3,22 3,53
REG1_3_ALV1 2,99 3,24 3,70
REG1_3_ALV2 3,15 3,43 3,95
REG1_3_PIL1 2,87 3,14 3,44
REG1_3_PIL2 2,86 3,14 3,43
IRREG1_3_S/ALV_SOFT 2,84 3,11 3,40
IRREG3_3_S/ALV_ASSIM 2,96 3,25 3,57
IRREG3_3_ALV1_ASSIM 2,97 3,22 3,68
IRREG3_3_ALV2_ASSIM 3,10 3,37 3,90
REG4_5_S/ALV 2,98 3,26 3,57
REG4_5_ALV1 2,97 3,19 3,61
REG4_5_ALV2 3,06 3,30 3,75
REG4_5_PIL1 2,93 3,19 3,47
REG4_5_PIL2 2,89 3,15 3,43
IRREG4_5_S/ALV_SOFT 2,93 3,20 3,50
IRREG3_3_S/ALV_L 2,95 3,23 3,55
36
Análises de probabilidade de falha

Pórtico βIO βLS βCP


REG1_3_S/ALV 2,94 3,22 3,53
REG1_3_ALV1 3,24 3,70
REG1_3_ALV2
2,99
3,15 3,43 3,95 β > 2,5
REG1_3_PIL1 2,87 3,14 3,44
REG1_3_PIL2 2,86 3,14 3,43
IRREG1_3_S/ALV_SOFT 2,84 3,11 3,40
IRREG3_3_S/ALV_ASSIM 2,96 3,25 3,57
IRREG3_3_ALV1_ASSIM 2,97 3,22 3,68
IRREG3_3_ALV2_ASSIM 3,10 3,37 3,90
REG4_5_S/ALV 2,98 3,26 3,57
REG4_5_ALV1 2,97 3,19 3,61
REG4_5_ALV2 3,06 3,30 3,75
REG4_5_PIL1 2,93 3,19 3,47
REG4_5_PIL2 2,89 3,15 3,43
IRREG4_5_S/ALV_SOFT 2,93 3,20 3,50
IRREG3_3_S/ALV_L 2,95 3,23 3,55
36
Análises de probabilidade de falha

Pórtico βIO βLS βCP


REG1_3_S/ALV 2,94 3,22 3,53
REG1_3_ALV1 2,99 3,70
REG1_3_ALV2 3,15
3,24
3,43 3,95 β > 3,0
REG1_3_PIL1 2,87 3,14 3,44
REG1_3_PIL2 2,86 3,14 3,43
IRREG1_3_S/ALV_SOFT 2,84 3,11 3,40
IRREG3_3_S/ALV_ASSIM 2,96 3,25 3,57
IRREG3_3_ALV1_ASSIM 2,97 3,22 3,68
IRREG3_3_ALV2_ASSIM 3,10 3,37 3,90
REG4_5_S/ALV 2,98 3,26 3,57
REG4_5_ALV1 2,97 3,19 3,61
REG4_5_ALV2 3,06 3,30 3,75
REG4_5_PIL1 2,93 3,19 3,47
REG4_5_PIL2 2,89 3,15 3,43
IRREG4_5_S/ALV_SOFT 2,93 3,20 3,50
IRREG3_3_S/ALV_L 2,95 3,23 3,55
36
Análises de probabilidade de falha

Pórtico βIO βLS βCP


REG1_3_S/ALV 2,94 3,22 3,53
REG1_3_ALV1 2,99 3,24
REG1_3_ALV2 3,15 3,43
3,70
3,95 β > 4,0
REG1_3_PIL1 2,87 3,14 3,44
REG1_3_PIL2 2,86 3,14 3,43
IRREG1_3_S/ALV_SOFT 2,84 3,11 3,40
IRREG3_3_S/ALV_ASSIM 2,96 3,25 3,57
IRREG3_3_ALV1_ASSIM 2,97 3,22 3,68
IRREG3_3_ALV2_ASSIM 3,10 3,37 3,90
REG4_5_S/ALV 2,98 3,26 3,57
REG4_5_ALV1 2,97 3,19 3,61
REG4_5_ALV2 3,06 3,30 3,75
REG4_5_PIL1 2,93 3,19 3,47
REG4_5_PIL2 2,89 3,15 3,43
IRREG4_5_S/ALV_SOFT 2,93 3,20 3,50
IRREG3_3_S/ALV_L 2,95 3,23 3,55
37
CONCLUSÕES
Conclusões

• O Brasil apresenta um histórico de abalos de magnitude baixa


a moderada;

• As irregularidades estruturais e a alvenaria participante


fornecem considerável influência no comportamento
estrutural;

38
Conclusões

• Dimensionamento sismo-resistente é necessário na cidade de


estudo;

• As funções de fragilidade geradas podem ser aplicadas


futuramente em outros estudos;

• Estudos futuros: muita coisa a ser estudada ainda.

39
Agradecimentos

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