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MÓDULO DE DIREITOS HUMANOS

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 1 Declaração Universal dos Direitos Humanos


(Resolução 217-A (III) – da Assembleia Geral das Nações Unidas, 1948). 2 Regras
mínimas da ONU para o tratamento de pessoas presas. 3 Decreto nº 7.037/2009
(Programa Nacional de Direitos Humanos). 4 Decreto nº 8.243/2014 (Política
Nacional de Participação Social).

1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Durante a Segunda Guerra Mundial trouxe consigo a memória viva das


grandes atrocidades experimentadas em um conflito tão sangrento e de grandes
proporções. O grande movimento imposto pelos nazistas, consolidada sobre a
lógica da “supremacia racial”, fez com que o mundo se colocasse diante de
situações de absoluta desumanidade, em que os direitos mais básicos do ser
humano foram negligenciado. Entretanto, a consolidação das potências bélicas,
resultou no encabeçamento de um movimento que traria respeito e segurança aos
direitos humanos, garantindo-lhes proteção.
A Organização das Nações Unidas (ONU) é composta por 58 Estados-
Membros em sua origem, entre eles o Brasil, em 10 de dezembro de 1948 instituiu
por meio da Resolução 217 A (III), a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH).
A Resolução foi elaborada a priori apenas como uma recomendação, assim,
não possuindo força vinculante. No entanto, décadas depois, a Resolução que
criou a DUDH, os Tribunais Internacionais consideram que poderia ser tida como
proteção internacional dos Direitos Humanos.
O documento é constituído por 30 artigos, traz a defesa dos direitos básicos
para a promoção da dignidade humana, sem distinção de cor, nacionalidade,
orientação sexual, política ou religiosa. O grande objetivo da Resolução é
impedir as arbitrariedades dos indivíduos e dos Estados que firam os
Direitos Humanos.
Após analisar esse pequeno cenário quanto da elaboração da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, nota-se que o edital cobrado pelo cebraspe foi
bem direto, levando ao estudo bem adstrito a letra de lei, pois teoria nenhuma foi
cobrada, apenas institutos taxativos e quando assim é cobrado, as bancas
avaliadoras tendenciosas a cobrar o texto legal.
Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros


da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
liberdade, da justiça e da paz no mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram


em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de
um mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença
e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado
como a mais alta aspiração do ser humano comum,

Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo


império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à
rebelião contra a tirania e a opressão,

Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas


entre as nações,

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos
direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana
e na igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o
progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,

Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em


cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades
fundamentais do ser humano e a observância desses direitos e liberdades,

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da


mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos
Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas
as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo
sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da
educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção
de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu
reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos
dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua
jurisdição.

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com
espírito de fraternidade.

Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de
um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.

Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento,
não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não
será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era
aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar
ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser
humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a
esse regressar.

Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar
asilo em outros países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente
motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de
mudar de nacionalidade.

Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça,
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua
dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos
nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção
da sociedade e do Estado.

Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público
ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui
a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto
secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à
realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a
organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e
culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua
personalidade.

Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e
satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para
proteção de seus interesses.

Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das
horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à
sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em
caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda
dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas
as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção
social.

Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução
superior, esta baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser
humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão,
a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será
ministrada a seus filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus
benefícios. 
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os
direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser
plenamente realizados.

Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito
apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem
e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de
uma sociedade democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer
qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer
dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
2. REGRAS MÍNIMAS DA ONU PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS
PRESAS
Mais popularmente chamado de Regras de Mandela, criada em 1955 e
atualizado em 2015. O tratamento da pessoa em privação de liberdade, a
dignidade do preso deve ser preservada, independente do crime que cometeu.
Lembre-se que dentre as finalidades da pena, a ressocialização se encontra
presente e deve ser cumprida, tudo baseado na proteção da vida, saúde e
dignidade de forma geral.
As regras que a seguir se enunciam não pretendem descrever em
pormenor um modelo de sistema prisional. Procuram unicamente, com base no
consenso geral do pensamento atual e nos elementos essenciais dos sistemas
contemporâneos mais adequados, estabelecer o que geralmente se aceita como
sendo bons princípios e práticas no tratamento dos reclusos e na gestão dos
estabelecimentos prisionais.
Tendo em conta a grande variedade de condicionalismos legais, sociais,
económicos e geográficos em todo o mundo, é evidente que nem todas as regras
podem ser aplicadas em todos os locais e em todos os momentos. Devem,
contudo, servir para estimular esforços constantes com vista a ultrapassar
dificuldades práticas na sua aplicação, na certeza de que representam, no seu
conjunto, as condições mínimas aceites como adequadas pela Organização das
Nações Unidas.
Por outro lado, as regras abrangem uma área relativamente à qual o
pensamento evolui constantemente. Não visam impedir experiências e práticas,
desde que as mesmas sejam compatíveis com os princípios e tentem incrementar
a realização dos objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste espírito, a
administração prisional central poderá sempre justificar uma autorização de
afastamento das regras.
A primeira parte das regras trata de matérias relativas à administração geral
dos estabelecimentos prisionais e é aplicável a todas as categorias de reclusos,
dos foros criminal ou civil, em regime de prisão preventiva ou já condenados,
incluindo os que estejam detidos por aplicação de “medidas de segurança” ou que
sejam objeto de medidas de reeducação ordenadas por um juiz. A segunda parte
contém as regras que são especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de
cada secção. Contudo, as regras da secção A, aplicáveis aos reclusos
condenados, serão também aplicadas às categorias de reclusos a que se referem
as secções B, C e D, desde que não sejam contraditórias com as regras
específicas destas secções e na condição de representarem uma melhoria de
condições para estes reclusos.
As presentes regras não têm como objetivo regular a administração de
instituições criadas em particular para jovens, como reformatórios ou centros
educativos, mas, em geral, a primeira parte destas regras mínimas aplica-se
igualmente a tais instituições. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer
caso, incluir os menores que dependem da jurisdição dos Tribunais de Menores.
Como regra geral, os jovens delinquentes não devem ser condenados a penas de
prisão.
São 122 regras instituídas e daremos prioridades as que possuem mais
probabilidades de caírem em prova. No entanto, não podemos analisar essas
regras isoladamente, assim, há a necessidade de analisar Declaração Universal
de Direitos Humanos, a Convenção Americana de Direitos Humanos e a
Constituição Federal, alguns institutos que se relacionam com a proteção ao
direito do preso.
Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Artigo 3ºTodo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal.
Artigo 5ºNinguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo
cruel, desumano ou degradante.
Convenção Americana de Direitos Humanos:
Art. 4º (Direito a vida), II
Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só
poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença
final de tribunal competente e em conformidade com lei que estabe-leça tal pena,
promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua
aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
Art. 5º (Direito a integridade pessoal), II
Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis,
desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
Constituição Federal:
Art. 5ºTodos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Art. 5º, XLVII
Não haverá penas
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;Art. 5º, IIINinguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;Art. 5º, X LIXÉ assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral.

REGRAS MÍNIMAS DA ONU


Acomodações
Regra 12
1) As celas ou quartos destinados ao descanso noturno não devem ser
ocupados por mais de um preso. Se, por razões especiais, tais como superlotação
temporária, for necessário que a admi-nistração prisional central faça uma
exceção à regra, não é recomendável que dois presos sejam alojados em uma
mesma cela ou quarto. 2) Onde houver dormitórios, estes deverão ser ocupados
por presos cuidadosamente selecionados como sendo capazes de serem alojados
juntos. Durante a noite, deve haver vigilância regular, de acordo com a natureza
do estabelecimento prisional.
Regra 13
Todos os ambientes de uso dos presos e, em particular, todos os quartos,
celas e dormitórios, devem satisfazer as exigências de higiene e saúde,
levando-se em conta as condições climáticas e, particularmente, o conteúdo
volumétrico de ar, o espaço mínimo, a iluminação, o aquecimento e a ventilação.
Regra 14
Em todos os locais onde os presos deverão viver ou trabalhar: a) As janelas
devem ser grandes o suficiente para que os presos possam ler ou trabalhar com
luz natural e devem ser construídas de forma a permitir a entrada de ar fresco
mesmo quando haja ventilação artificial; b) Luz artificial deverá ser suficiente para
os presos poderem ler ou trabalhar sem prejudicar a visão.
Regra 15
As instalações sanitárias devem ser adequadas para possibilitar que todos
os presos façam suas necessidades fisiológicas quando necessário e com higiene
e decência.
Regra 16
Devem ser fornecidas instalações adequadas para banho, a fim de que todo
preso possa tomar banho, e assim possa ser exigido, na temperatura apropriada
ao clima, com a frequência necessária para a higiene geral de acordo com a
estação do ano e a região geográfica, mas pelo menos uma vez por semana em
clima temperado.
Regra 17
Todos os locais de um estabelecimento prisional frequentados regularmente
pelos presos deverão ser sempre mantidos e conservados minuciosamente
limpos.
Higiene pessoal
Regra 18
1) Deve ser exigido que o preso mantenha sua limpeza pessoal e, para
esse fim, deve ter acesso a água e artigos de higiene, conforme necessário para
sua saúde e limpeza.
2) A fim de que os prisioneiros possam manter uma boa aparência,
compatível com seu autorrespei-to, devem ter à disposição meios para o cuidado
adequado do cabelo e da barba, e homens devem poder barbear-se regularmente.
Vestuário próprio e roupas de cama

Regra 19

1) Todo preso que não tiver permissão de usar roupas próprias deve receber
roupas apropriadas para o clima e adequadas para mantê-lo em boa saúde. Tais
roupas não devem, de maneira alguma, ser degradantes ou humilhantes.
2) Todas as roupas devem estar limpas e ser mantidas em condições adequadas.
Roupas íntimas devem ser trocadas e lavadas com a frequência necessária para a
manutenção da higiene.
3) Em circunstâncias excepcionais, sempre que um preso se afastar do
estabelecimento prisional, por motivo autorizado, deverá ter permissão de usar
suas próprias roupas ou outra que seja discreta.

Regra 20

Se os presos tiverem permissão de usar suas próprias roupas, devem-se adotar


procedimentos adequados na sua entrada no estabelecimento prisional para
assegurar que elas estejam limpas e próprias para uso.
Regra 21

Todo prisioneiro deve, de acordo com os padrões locais e nacionais, ter uma cama
separada, e roupas de cama suficientes que devem estar limpas quando
distribuídas, ser mantidas em boas condições e ser trocadas com a frequência
necessária para garantir sua limpeza
Alimentação

Regra 22
1) Todo preso deve receber da administração prisional, em horários regulares,
alimento com valor nutricional adequado à sua saúde e resistência, de qualidade,
bem preparada e bem servida.
2) Todo preso deve ter acesso a água potável sempre que necessitar.

Exercício e esporte
Regra 23

1) Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo menos uma hora
diária de exercícios ao ar livre, se o clima permitir.
2) Jovens presos, e outros com idade e condições físicas adequadas,
devem receber treinamento físico e de lazer durante o período de exercício.
Para este fim, espaço, instalações e equipamentos devem ser providenciados.

Serviços de Saúde
Regra 24
1) O provimento de serviços médicos para os presos é uma
responsabilidade do Estado. Os presos devem usufruir dos mesmos padrões
de serviços de saúde disponíveis à comunidade, e os serviços de saúde
necessários devem ser gratuitos, sem discriminação motivada pela sua situação
jurídica. 2) Os serviços de saúde serão organizados conjuntamente com a
administração geral da saúde pública e de forma a garantir a continuidade do
tratamento e da assistência, inclusive nos casos de HIV, tuberculose e outras
doenças infecciosas, abrangendo também a dependência às drogas.

Regra 25

1) Toda unidade prisional deve contar com um serviço de saúde incumbido de


avaliar, promover, proteger e melhorar a saúde física e mental dos presos,
prestando particular atenção aos presos com necessidades especiais ou
problemas de saúde que dificultam sua reabilitação. 2) Os serviços de saúde
devem ser compostos por equipe interdisciplinar, com pessoal qualificado
suficiente, atuando com total independência clínica, e deve abranger a experiência
necessária de psicologia e psiquiatria.

Regra 26

1) Os serviços de saúde devem elaborar registros médicos individuais,


confidenciais e precisos e mantê-los atualizados para todos os presos, que a eles
devem ter acesso garantido, sempre que solicitado. O preso poderá indicar uma
terceira parte para acessar seu registro médico.
2) O registro médico deve ser encaminhado para o serviço de saúde da unidade
prisional para a qual o preso for transferido, e estar sujeito à confidencialidade
médica.

Regra 27

1) Todos os estabelecimentos prisionais devem assegurar o pronto acesso


à atenção médica em casos urgentes. Os presos que necessitem de tratamento
especializado ou de cirurgia devem ser transferidos para instituições
especializadas ou hospitais civis. Se as unidades prisionais possuírem instalações
hospitalares, devem contar com pessoal e equipamento apropriados para prestar
tratamento e atenção adequados aos presos a eles encaminhados.

2) As decisões clínicas só podem ser tomadas pelos profissionais de saúde


responsáveis, e não podem ser modificadas ou ignoradas pela equipe prisional
não médica.

Regra 28

Nas unidades prisionais femininas, deve haver acomodação especial para todas
as necessidades de cuidado e tratamento pré e pós-natais. Devem-se adotar
procedimentos específicos para que os nascimentos ocorram em um hospital fora
da unidade prisional. Se a criança nascer na unidade prisional, este fato não deve
constar de sua certidão de nascimento.

3 DECRETO Nº 7.037/2009 (PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS


HUMANOS)

Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) é um programa


do Governo Federal do Brasil, e foi criado, com base no art. 84, inciso IV, da
Constituição, pelo Decreto n° 1904 de 13 de maio de 1996, "contendo diagnóstico
da situação desses direitos no País e medidas para a sua defesa e promoção, na
forma do Anexo deste Decreto". Existem três versões do PNDH, as versões I e II
foram publicadas durante o governo FHC, e a última, ou PNDH III, foi publicada no
final de 2009, no governo Lula.
Em 1993, uma convenção realizada em Viena orientou que os Estados
membros das Nações Unidas constituíssem, objetivamente, programas nacionais
de direitos humanos. O Brasil foi um dos primeiros países a promover essa
formulação. No ano de 1996, a primeira versão do programa foi feita. Na segunda
versão, os direitos econômicos e sociais foram inclusos, tais como o direito a
moradia e alimentação.
Em síntese o PNDH são ações governamentais futuras de políticas
públicas, onde o poder executivo federal diante da sua função típica de
administrar, instituiu algumas recomendações através do PNDH-3, o que está
vigente atualmente.
O administrador tem a principal missão de identificar o problema e pensar
nas possíveis saídas e logicamente, instituir metas futuras, programas a serem
seguidos. Antes de tudo, é muito importante saber algumas características e
momentos marcantes em cada plano. Verifique a seguir:

Dos outros planos antigos, basicamente o que precisamos saber, você


acabou de analisar através da imagem. E é com o PNDH-3 que iremos nos
preocupar e saber os eixos e metas mais cobrados em provas.

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