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AULA 1

O direito de família está mais perto do direito


público do que do privado, pois o interesse do Estado é
maior do que o direito individual. É de caráter de
ordem pública, logo, derrogam os contratos ou acordos
entre as partes.

Família
Estrutura do Direito de Família:

• Pessoal (casamento, dissolução,


parentesco, filiação);
• Patrimonial (Regime de bens, usufruto dos
filhos, alimentos e bem de família).
• Assistencial ( Tutela e Curatela)

Natureza – A família constitui a célula básica da


sociedade. (art. 226 C.F.)
Conceito –
A família em lato senso - é o conjunto de
pessoas que descendem de tronco ancestral comum,
acrescentando-se o cônjuge e os filhos dos cônjuges
(enteados), os conjugues dos filhos (genros e noras), os
conjugues dos irmãos e irmãos dos cônjuges
(cunhados). Caio Mario e Venosa.
Pessoas ligadas pelo parentesco e pelo casamento.

A família em senso estrito – pais e filhos.

Em um conceito sociológico a família é


composta por pessoas que vivem sob um mesmo teto.

Espécies de Família:
# Pelo Casamento Civil ou Religioso– art. 226, § 1º e 2º,
da CF
# Pela União Estável – art. 226, § 3º, da C.F.
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# Pelo Pai ou mãe e seus filhos – art. 226, § 4º, da C.F.

Outras Espécies:
= Homoafetiva (art. 1º, III, CF).
= Recomposta
= Anaparental
= Poli Amore

Objeto do Dir. de Família – regular relações


entre pessoas integradas no agrupamento familiar,
formando os institutos do casamento, da filiação, do
pátrio poder, da tutela, curatela e da ausência.

PRINCÍPIOS:
A família é uma instituição. É uma coletividade
humana subordinada à autoridade e condutas sociais,
com direitos e deveres.
O direito de família regula as relações pessoais,
patrimoniais e assistenciais.
= Dignidade humana – Art. 1º , III, CF
= Isonomia dos cônjuges – Art. 226§5º CF e 1511
CC
= Solidariedade –
= Pluralidade Familiar – Art. 226 CF
= Igualdade dos filhos = Art. 227, § 6º CF 1596 CC
= Afetividade – 1584, § 6º CC

CARACTERÍSTICAS:
A sociedade procura regular e tutelar a família de
forma mais aceitável possível no tempo e no espaço.
O Estado intervêm na estrutura da família em prol
da preservação da célula que a sustenta.(natureza)

O juiz de família deve ter um perfil diverso dos


demais, que visam dirimir conflitos patrimoniais. Nem
sempre uma sentença termina com os conflitos
familiares, devendo o julgador, ser antes de tudo, um
conciliador, mediador e com assessoria de profissionais
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(psicólogos, sociólogos, assistentes sociais) para se


chegar a uma decisão que melhor atenda a família.
Não se pode esquecer que os advogados também
deverão ter um perfil conciliador e não de litigante.
O Juiz, MP e advogados devem acompanhar a
evolução da sociedade.
Existem direitos que são irrenunciáveis (alimentos)
e imprescritíveis (filiação).
Existem também direito de natureza
personalíssima que são intransferíveis, intransmissíveis
e irrenunciáveis.
O pátrio poder e a filiação são irrenunciáveis.
Ninguém pode ceder o direito de pedir alimentos
(intransferíveis).

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.

A constituição Federal de 1988 destacou 3 pontos


relevantes: “entidade familiar”, “planejamento
familiar” e “assistência direta a família” (art. 226, § 3°
à 8°). Ex. Reconhecimento de união estável,
reconhecimento da entidade familiar composta por
qualquer dos pais e seu descendentes; os direitos e
deveres à sociedade conjugal são exercidos igualmente
pelo homem e pela mulher; o casamento civil poderá
ser dissolvido pelo divórcio; o planejamento familiar é
de livre decisão do casal; o Estado assegurará a
assistência à família, coibindo a violência no âmbito de
suas relações.

ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FAMÍLIA.

A família ocidental viveu largo período sob a forma


patriarcal, desde a Roma antiga, que tinha o princípio
da autoridade.

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O pater era o chefe político, sacerdote e juiz.


Exercia sobre os filhos direitos de vida e morte; podia
impor pena corporal, como por exemplo: vende-los.
A mulher vivia sob a autoridade marital e nunca
teve autonomia.
Somente o pater adquiria bens.
A família era organizada em função de idéia
religiosa.
Com o passar dos tempos essa idéia foi se diluindo
como, por exemplo, o direito dos filhos em ter
patrimônio próprio (bens adquiridos nas guerras).
A partir do século IV, o imperador Constantino
instalou a concepção cristã da família, no Direito
Romano, com base na ordem moral.
Após a evolução romana veio o direito germânico
com o cunho cristão.
Houve, assim, a substituição da organização
aristocrática com orientação para a democracia afetiva
(compreensão e amor).
O pátrio poder foi se transformando em poder-
dever em lugar do poder-direito.
Os filhos podem adquirir bens; a mulher forma seu
patrimônio reservado; cooperação da mulher na
administração do lar, repartindo com o homem as
decisões e as responsabilidades.
No Direito Canônico (até o Séc. XVIII) era
constituído por normas imperativas, inspiradas na
vontade de Deus ou na vontade do Monarca. O
casamento era fundamental, que por sua vez
consumado, era comandado pelo marido.
Nesse preceito, o casamento era indissolúvel.

O DIREITO DE FAMÍLIA NO CÓDIGO DE 1916.

A partir do Séc. XIX foram editadas normas sobre o


direito de família. Naquela época a sociedade era
praticamente rural e patriarcal. A mulher se dedicava
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aos afazeres domésticos e a lei não dava os mesmos


direitos dos homens. O marido era o chefe,
administrador e representante da sociedade conjugal.
O Estado absorveu a regulamentação da família e
do casamento do direito canônico.
A partir do séc. XX o legislador foi vencendo
barreiras e resistências, conquistando alguns direitos
da mulher e dos filhos. Ex. Lei 4.121/62 Estatuto da
mulher casada (eliminou a incapacidade da mulher);
Direitos aos filhos ilegítimos; Estatuto da criança e do
adolescente (8.069/90).
O direito de família, por ser extremamente
dinâmico, desde o Código de 1916, vem sofrendo
diversas mudanças, seja pelas leis esparsas como pela
Constituição Federal.
Quando da promulgação do Código de 2002, a
parte referente ao direito de família, já necessita de
alterações, como previsto no anteprojeto 6960/2002.

A FAMILIA MONOPARENTAL

A definição de família monoparental é quando um


adulto, homem ou mulher se encontra
desacompanhado, sem cônjuge ou companheira,
vivendo apenas com os filhos (Conceição A. Mousiner)
(art. 226, §4° CF).
Pela nova ótica constitucional, onde o homem e a
mulher são iguais perante a lei (art. 226, §5° e art. 5°,
inciso 1°, CF), a família monoparental pode ser
constituída por exemplo pelo pai e seus filhos,
preservando-se, sempre, a teoria do melhor interesse
dos filhos, quando forem menores.
Algumas causas da monoparentalidade:
- maternidade solteira.
- adoção.
- separação ou divórcio.
- viuvez.

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A FAMÍLIA SÓCIO-AFETIVA.

Comunidade formada por pessoas (sem vínculo de


parentesco) porém unidas pelos laços de afeto.

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