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DIREITO PENAL

ART. 213, CP, ESTUPRO:

Os costumes variam com o tempo. A liberdade sexual tem que ser protegida.
Crime hediondo.
A idéia é se coibir à conduta do estupro, pois todos são livres para escolher seus
parceiros. No Brasil tem que haver o emprego da violência ou da grave ameaça
para caracterizar o estupro. Deve se analisar o crime de estupro a luz dos costumes
atuais da sociedade.

Bem jurídico constitucional  por que a CF tem uma série de dispositivos que
trata da liberdade das pessoas, logo no preâmbulo constitucional se busca proteger a
liberdade da pessoa, no artigo 1º, III, CF, diz que a CF trata da dignidade da pessoa,
art. 3º, IV, CF promover o bem de todos sem destinação de sexo, raça, cor, ou seja,
a liberdade da pessoa é tutelada pela CF, logo este é um bem jurídico
constitucional.
O art. 2132, CP é um crime hediondo.
Lei 8072/90, art. 1º, V, diz que o crime de estupro é hediondo.
RT – 488/336 – TJSP.
Estupro é a posse por força ou grave ameaça, supondo dissenso sincero e
impositivo da vítima, não bastando recusa meramente verbal, ou oposição passiva
inerte (deve ter a cópula vagínica e para isso deve ter o dissenso claro da mulher).

Objetividade jurídica  o bem jurídico tutelado pela norma penal é a liberdade


sexual da mulher. Busca-se proteger a liberdade da mulher, primeiro em escolher
seus parceiros, e segundo ter relações sexuais quando bem entender.

Sujeito ativo  só o homem, por que conjunção carnal é a copula vagínica, logo.
precisa de um pênis e de uma vagina.

Sujeito passivo  apenas a mulher. A mulher pode ser co-autora empregando a


violência ou a grave ameaça. A participação é possível com a indução, à instigação
ou o auxilio.
Antigamente alguns autores defendiam que no casamento é um dever conjugal o
sexo, mas atualmente isso não é valido, pois o marido pode cometer o crime de
estupro. Caso a mulher não mais sinta prazer com o marido é só se divorciar.
No caso de travesti operado não é estupro e sim atentado violento ao pudor, art.
214, CP.
Em caso de mulher obrigar o homem à conjunção carnal ela responde por
constrangimento ilegal, art. 146, CP.

Tipo objetivo  constranger (coagir, forçar, compelir através de violência física


ou moral) mulher. Conjunção carnal (é a copula vagínica, podendo ser parcial ou
total). Na conjunção carnal independe de ejaculação para caracterizar o estupro e
este é um crime plurisubsitente, pois se pode fracionar a conduta.
Sempre que se fala em estupro se fala da copula vagínica.

 A doutrina diz que deve haver uma resistência da mulher, a resistência não
precisa ser heróica, a resistência não se resume com a morte.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo especifico, com o fim


especial do agente em satisfazer a concupiscência, satisfazer a libido.

Consumação  se dá com a copula vagínica, ou seja, com a introdução total ou


parcial do pênis na vagina.
Tentativa é possível.
Art. 14, CP.
Ação penal privada.

Causas extintivas da punibilidade.


Art. 107, VII e VIII, CP.
 VII: se a vitima do estupro casa com o estuprador extingue a punibilidade (só
no estupro simples), o capitulo IV não esta prevista, há também a síndrome de
Estocolmo onde a vitima do seqüestro se apaixona pelo seqüestrador (revogado
pela lei 11.106/05).
 VIII: não pode ter violência real ou grave ameaça é o caso da sedução (art. 217,
também revogado pela lei 11.106). A partir do casamento com terceiro a vitima tem
60 dias para decidir se prossegue ou não com a ação, pois este dispositivo tem
caráter recompensatório (revogado pela lei 11.106/05).
É possível concurso de crimes? Há concurso de crimes, pois se tem dois tipos de
crimes distintos, isso para doutrina majoritária.
Art. 130, CP  perigo de contagio venéreo, pode haver concurso com o crime de
estupro.

ART. 214, CP, ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR:

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a liberdade


sexual do homem ou da mulher.

Sujeito ativo  qualquer pessoa.

Sujeito passivo  qualquer pessoa.

Tipo objetivo  constranger “alguém”, ato libidinoso (qualquer coisa diferente da


conjunção carnal), para alguns a necessidade de contado físico para outros
doutrinadores não é necessário. O beijo lascivo é ato libidinoso se praticado com
violência ou grave ameaça.
Lei 3.688/41  art. 61 passar a mão na bunda ou nos seios não é crime e sim uma
contravenção penal.
Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo especifico, Mirabette fala
que é dolo genérico, mas para o professor é dolo específico.

Consumação  se dá com o ato libidinoso.


Tentativa é possível.
Ação penal privada.

ART. 223, CP, FORMAS QUALIFICADAS:

Quando se escrever grave se entende graves e gravíssimas, v.g. se em um crime de


estupro há lesão corporal grave a pena vai de reclusão de 8 a 12 anos, e se do
estupro resulta morte a pela é de reclusão de 12 a 25 anos.

ART. 224, CP, PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA:

A presunção da alínea “a” pelo entendimento do ATF é uma presunção absoluta,


porém há entendimentos hoje que diz que é uma presunção relativa. Se a menina
apresentar RG falsificado pode até caracterizar um erro.
A alínea “b” também diz que se presume a violência quando a pessoa é alienada ou
débil mental e o agente deve ter conhecimento das circunstancias.
Alínea “c” não pode por qualquer outra causa oferecer resistência, v.g. embriagues,
alguma substancia entorpecente, v.g. o boa noite Cinderela pode ser caracterizado
como presunção de violência.
O estupro é um crime hediondo, sabendo disso a presunção de violência
caracterizado o crime de estupro é crime hediondo.

ART. 225, CP, AÇÃO PENAL.

Nos crimes dos capítulos anteriores, logo as formas qualificadas não são de ação
penal privada, mas sim de ação penal pública.

As formas qualificadas (art. 223 e 224, CP) são de ação penal pública.

Parágrafo 1º, I, se a vitima não tiver dinheiro à ação penal passa a ser pública
condicional a representação.
II se há uma ascendência entre as pessoas, quase um parentesco, ação penal pública
incondicionada.
Parágrafo 2º, no caso do inciso I, deve haver representação.

Titulo X.
Dos crimes contra a fé pública.
Capitulo I.
Da moeda falsa.

ART. 289, CP, MOEDA FALSA:


Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a fé pública,
onde esta é a presunção de veracidade de determinados fatos, presumi-se que o fato
é verdadeiro, pois eles são oriundos do poder estatal. Tudo que sai da casa da
moeda presumi-se verdadeiro. Busca-se proteger os documentos públicos.
É uma fé que não provem dos sentidos e nem da vontade do individuo e sim da
autorização do Estado. A fé pública é importante pela segurança nas relações
sociais, jurídicas, etc.
Confiança geral de legitimidade, e a falsificação é uma quebra dessa relação de
confiança, pois aquilo que era certo passa a ser incerto. A falsificação não atinge só
o Estado, mas se atinge a toda sociedade. Mesmo se a falsificação atingir uma
pessoa ele atinge o Estado devido à quebra da fé pública.

Espécies de falsidade.

1ª, falsidade externa ou material, nesta hipótese o documento é materialmente


falso, é a chamada contrafação, v.g. preciso de uma certidão de óbito em vez de ir a
cartório o individuo cria o documento pode ocorrer tal alteração ou pela criação.

2ª, falsidade ideológica, nela o documento é verdadeiro, entretanto as informações


nele contido são falsas, v.g. pessoa tem um irmão com nome sujo e este irmão usa
os dados do pai como nº de CPF, pois o nome é o mesmo.
3ª falsidade pessoal, que diz respeito aos atributos ou qualidade da pessoa, v.g.
nome, idade.

ART. 289, CP, MOEDA FALSA (cont.):

O código abraça tanto a falsificação da moeda (de metal), quanto à cédula.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a fé pública, ou


seja, confiança das pessoas na moeda, além do interesse da pessoa prejudicada.

Sujeito ativo  qualquer pessoa.

Sujeito passivo  o Estado, e terceiro prejudicado.

Tipo objetivo  o código fala em falsificar, imitar, fazer passar por autentico
aquilo que ano é, esse falsificar tem dói s meios de execução que é o 1º fabricando
ou o 2º alterando.
Há dois meios de execução que é a fabricação (podendo ser chamada de
contrafação) e a alteração que é a modificação da moeda, quando se trata da
alteração da moeda deve ser por um valor acima. Súmula 73, STJ “a moeda deve
ser a de curso legal do país”.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo genérico.

Consumação  se dá com a efetiva falsificação.


Tentativa é possível, v.g. o individuo é interrompido no ato de falsificar.

Parágrafo 1º  por conta própria, ou seja, má-fé.


Parágrafo 2º  quem, tendo recebido de boa-fé como verdadeira, depois de
descobrir que é falsa e por em circulação, este é um crime tido como privilegiado.
Parágrafo 3º  produz moeda de forma indiscriminada, se cria à inflação, este
crime só pode ser cometido por funcionário publico.

ART. 290, CP, CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA:

1ª hipótese é o individuo pegar várias partes de notas e produzir uma outra, ou seja,
se utilizar de fragmentos.
2ª hipótese é restituir a circulação com o sinal de inutilizarão.
3ª hipótese é restituir a moeda que já se encontra recolhida ou inutilizada.

Parágrafo único  se for cometido por funcionário público.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a fé pública.

Sujeito ativo  qualquer pessoa, parágrafo único só funcionário público.

Sujeito passivo  o Estado, a coletividade e o terceiro prejudicado.

Tipo objetivo  1ª parte formação com fragmentos. 2ª parte é a superação de sinal


de inutilizarão. 3ª parte restituir a circulação.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo genérico na 1º parte e dolo


especifico nas outras duas.

Consumação  na 1ª parte com a formação da moeda, 2ª e 3ª parte com a volta da


circulação da moeda.
Tentativa é possível, quando se pode fracionar a figura.

ART. 297, CP, FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO:

Tudo que não for documento público ou equiparado será falsificação de documento
particular.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a fé pública,


em especial é a autenticidade dos documentos públicos ou equiparados.

Sujeito ativo  qualquer pessoa, se for funcionário público tem uma disposição
específica no parágrafo 1º.

Sujeito passivo  o Estado, a coletividade e um terceiro eventualmente


prejudicado.

Tipo objetivo  falsificar, falsidade material, criar materialmente algo, uma


alteração dos fatos, a falsificação pode ser em todo ou em parte. Contrafação 
pode ser total ou parcial. Contrafação total é a formação global do documento, v.g.
criar um RG, uma CNH, ou seja, criar um documento público. A contrafação
parcial não se cria um documento inteiro e sim acrescentando algo a um documento
já existente, v.g. acrescentando mais informações na certidão, logo não interessa
para qual fim, basta à alteração. Alteração se tem à modificação do documento
verdadeiro.
Essa falsificação não pode ser grosseira, deve ser hábil a enganar um homem
médio,
mas se ela for grosseira ela pode ser hábil suficiente para caracterizar o estelionato.

Documento público, objeto material do crime é o documento publico, o Delmanto


diz que o documento público é o elaborado de acordo com as finalidades legais, ou
seja, é o documento emanado do Estado realizado por um funcionário competente.

Documento escrito, e para ser considerado e-mail como documento ele deve ser
impresso, além disso, o documento deve ter autoria, não pode ser anônimo.
Mirabette diz que o documento público deve atender a alguns requisitos, 1º deve
verificar a qualidade do funcionário, 2º a competência, 3º a formação do ato, 4º a
observância das formalidades legais.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo genérico, basta à falsificação


não há finalidade especifica do agente.

Consumação  se dá com a falsificação no todo em parte e com a alteração.


Tentativa é possível.

Parágrafo 1º  aumento de 1/6 no caso de funcionário publico falsificar


documentos.
 não há modalidade culposa no crime do art. 297, logo não há crime.
Parágrafo 2º  equipara-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, ou seja, paralelo ao Estado.
Ely Lopes diz que as entidades paraestatais são as pessoas jurídicas de direito
privado criadas por lei com dinheiro público ou misto para realizar serviço para o
Estado.
Odete Medauar diz que as autarquias são as pessoas jurídicas públicas e para alguns
autores as paraestatais são as pessoas jurídicas de direito privado onde estes são as
entidades paralelas ao Estado, v.g. o CRECI tinha seu documento considerado
como público.
O título ao portador é transferido pelo endosso, cheque é considerado documento
público por que ele é transmitido pelo endosso, a partir do momento em que ele não
for mais transmitido pelo endosso ele é um documento privado (particular).
Segundo o CP são equiparados a documentos públicos os livros mercantis,
testamentos, as ações de sociedade comercial.

ART. 298, CP, FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR:

O legislador deu um tratamento diferenciado ao documento público e o particular,


apenando mais severamente a falsificação do documento público.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a fé pública, a


coletividade e terceiro interessado.
Sujeito ativo  qualquer pessoa.

Sujeito passivo  Estado (por que atinge a fé pública) e um terceiro interessado.

Tipo objetivo  falsificar (contrafação total, criação global, parcial é o acréscimo,


ou alterar o documento é mudar), o objeto material é o documento particular.
O que é documento particular? Tudo que não é público (se tem um conceito por
exclusão).
 se o funcionário público no exercício de suas funções confeccionar um
documento esse documento é público, se o funcionário não é competente para
elaborar um instrumento público, esse passa a ser particular.
Segundo a doutrina há requisitos para o documento particular.
1º, tem que ser na forma escrita.
2º, que tenha autor certo, deve haver a autoria um autor determinado.
3º, o conteúdo desse documento deve expressar uma manifestação de
vontade ou uma exposição de fatos (o documento deve servir para alguma coisa,
deve prestar para alguma coisa).
4º, relevância jurídica, ou seja, o documento tem que ter relevância jurídica para
isso deve haver uma manifestação de vontades.
Xerox simples de um documento é considerado como documento particular, porém
a doutrina majoritária entende que não é documento, mas para o professor é um
documento particular.
Pintura, lembrete não são considerados documentos.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo genérico.

Consumação  se dá com a efetiva falsificação do documento.


Tentativa é possível.

ART. 299, CP, FALSIDADE IDEOLÓGICA:

A idéia contida no documento é falsa, e não o corpo dele. A falsidade ideológica


pode ser a missão de documento público ou particular.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a fé pública, a


veracidade do documento.
Sujeito ativo  qualquer pessoa.

Sujeito passivo  o Estado, terceiro ou particular prejudicado.

Tipo objetivo  documento público ou particular desde que perfeito o documento,


o problema é na idéia. Há três núcleos, 1º omitir declaração que devia constar, 2º
inserir, 3º fazer inserir. 1º omitir declaração do documento que deveriam constar, a
omissão é um não fazer, ou seja, não influir no documento, deixa de constar, logo,
isso é a ocultação de uma informação de conteúdo juridicamente relevante. 2º
inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, a declaração falsa é a
informação falsa, ou pode ser diversa da que deveria constar. Esta é uma comissiva,
é uma conduta por ação. Alguns doutrinadores classificam esta modalidade como
falsidade imediata, por que o próprio agente o faz. 3º é fazer inserir declaração falsa
ou diversa, essa hipótese é utilizada uma terceira pessoa daí se fala que esse é um
crime cometido de forma mediata. Essa falsidade deve ser apta a enganar e pelo
próprio código deve ser uma informação juridicamente relevante, que é a
informação que pode trazer uma lesão jurídica a alguém.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo específico. Se não houver o


dolo especifico não há crime. Se a intenção do agente é não pagar tributo neste caso
incide a lei 8.137/90 que trata dos crimes contra a ordem do Estado, não é falsidade
ideológica e sim sonegação.

Consumação  se dá com a efetiva omissão com a inserção ou fazer a inserção.


Tentativa é possível só na inserção e no fazer inserir.

ART. 312, CP, PECULATO:

Nelson Hungria diz que o peculato é o fato do funcionário público que tendo em
razão do cargo posse de bem, valor, objeto, se apropria para si ou para outrem, logo
o individuo se utiliza da sua função para obter o bem.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado pela norma penal é a


administração pública, seja em seu aspecto patrimonial, moral e também com
relação à probidade dessa própria administração.
No caput há o peculato apropriação, na 1ª parte, na parte final se tem o peculato
desvio. No parágrafo 1º há o peculato furto, no parágrafo 2º está o peculato culposo
e no parágrafo 3º está o peculato estelionato.

Sujeito ativo  funcionário público, a elementar do tipo se comunica com terceiro


que não seja funcionário público o chamado “extraneus” que é o terceiro que não é
funcionário público, v.g. camelo junto com o porteiro do deposito da prefeitura,
preso por peculato, CP, o “intraneus” é aquele individuo funcionário público.

Sujeito passivo  o Estado, a administração pública, pode ocorrer de haver ter um


terceiro prejudicado.

Tipo objetivo  apropriar-se, é tomar para si (posse vista no sentido mais amplo
possível, v.g. serventuário da justiça que se apropria do valor da fiança ou dos
objetos apreendidos) “animus rem sibi habendi” à vontade de ter para si a coisa.
Desviar é dar destinação diversa daquela para qual o objeto é destinado, v.g. mudar
de direção à coisa, dinheiro apreendido não pode ser emprestado.

Objeto material  apropriar-se de bem móvel ou de valor de que tenha a posse.


NÃO HÁ PECULATO DE USO, mas mesmo assim o funcionário agiu errado,
podendo caracterizar uma infração administrativa.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo específico devendo ser


fundamentado, ou dolo genérico.

Consumação  se dá com a efetiva apropriação ou desvio.


Tentativa é possível.

Parágrafo 1º  peculato furto.


Aplica-se a mesma pena do caput, se o funcionário público a subtrai para si ou para
outrem. Aqui o funcionário público não tem a posse. Prevalece o entendimento que
o bem deve estar em poder da administração e o funcionário público deve se valer
de sua função, caso ele não se prevaleça dessa condição ele pratica o crime de furto,
pois a condição funcionário público é elementar do tipo.

Parágrafo 2º  peculato culposo.


Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outro, ou seja, deve haver
a conduta dolosa de um funcionário público e de outro que ano tomou as cutelas
necessárias para manter a posse do bem.

Parágrafo 3º 
No caso do parágrafo anterior a reparação do dano, o prejuízo antes da sentença
condenatória recorrível, extingue a punibilidade, se lhe é posterior reduz de metade
a pena imposta.

ART. 316, CP, CONCUSSÃO.

A concussão esta para o crime de extorsão assim como o crime de peculato esta
para o furto. O caput fala em exigir para si ou para outrem direta ou indiretamente
ainda que de fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela vantagem
indevida.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado é a administração pública em


especial em seu aspecto moral, regularidade, probidade e também o interesses de
um terceiro eventualmente prejudicado.

Sujeito ativo  funcionário público, podendo estar exercendo o cargo, fora do


cargo ou até mesmo antes de assumir o cargo.

Sujeito passivo  Estado, o terceiro prejudicado.

Tipo objetivo  exigir, impor, reclamar, neste caso se tem à idéia de um


constrangimento, pode ocorrer de um fiscal exigir indevida vantagem para não
lacrar, multar, um estabelecimento nesse caso há um a exigência.
Para caracterizar a concussão deve ter uma idéia de exigência, de constrangimento.
Exigir para si (próprio agente) ou para outrem (terceiro). A exigência pode ser
direta pelo próprio agente ou indireta se utilizar de uma terceira pessoa para fazer a
exigência.
Pode ser qualquer vantagem, mas via de regra é econômica e patrimonial não pode
ser com conotação sexual. A exigência pode ser explicita que é a feita diretamente,
e pode ser implícita que é a feira de forma indireta.

Tipo subjetivo  dolo especifico.

Consumação  se dá com a exigência, pois isto é um crime formal.


Não cabe prisão em flagrante e nem prisão temporária.
Tentativa é possível desde que não seja formal.
Ação penal pública incondicionada.

Art. 316, parágrafo 1º, excesso de exação.


Exação é uma cobrança rigorosa de divida ou imposto.
O crime do art. 316, parágrafo 1º reside no excesso. A pena para esse crime é de
reclusão de 3 a 8 anos e multa.

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado é a administração pública.

Sujeito ativo  funcionário público.

Sujeito passivo  O Estado e terceiro interessado.

Tipo objetivo  1ª hipótese é a cobrança indevida, que ocorre quando o agente


esta cobrando algo que não tem respaldo na lei “sabe”  dolo direto, “deve saber”
 dolo eventual, ainda na primeira hipótese é a cobrança feita acima dos limites
legais, 2ª hipótese é a cobrança vexatória, nesse caso o tributo é devido mais o meio
utilizado é errado, e o meio vexatório é o meio humilhante ou o meio pode ser
gravoso que é aquele que causa maiores despesas ao contribuinte.

Elemento normativo  a expressão “que a lei não autoriza” é o elemento


normativo do tipo, pois este é todo aquele que existe uma valoração, ou seja, uma
interpretação.

Tipo subjetivo  dolo genérico, o Mirabette entende que o “deve saber” se


presume a culpa, mas não é culpa.
Consumação  se dá com a exigência e com o emprego de meio não autorizado
(vexatório ou gravoso).
Tentativa é possível em tese.
A cobrança, a exigência indevida é para o próprio Estado.
O Estado mesmo sendo o beneficiário ele é o sujeito passivo, pois ele deve zelar
pela lei.
Se a cobrança, a exigência for para o próprio funcionário ou para outrem se
enquadra no parágrafo 2º à pena é de reclusão de 2 a 12 anos e multa.
 se o desvio é após o recolhimento aos cofres públicos ai é peculato.

ART. 317, CP, CORRUPÇÃO PASSIVA.

Para corrupção passiva de um lado há o correspondente na corrupção ativa.


O caput diz solicitar, receber ou aceitar, para si ou para outrem vantagem indevida,
no exercício da função ou fora dela.
Magalhães Noronha quis dizer que a partir do momento que o funcionário aceita a
corrupção ele esta se prostituindo afetando assim a moralidade do Estado.

Objetividade jurídica  administração pública em seu aspecto geral (moralidade,


normalidade).
Sujeito ativo  o funcionário público ainda que fora da função, ou antes, de
assumi-la, mas em razão de sua função.

Sujeito passivo  o Estado e um terceiro eventualmente prejudicado.

Tipo objetivo  solicitar, receber e aceitar promessa.

No art. 333, CP traz o crime de corrupção ativa, onde em seu núcleo diz oferecer ou
prometer. A bilateralidade ocorre aos tipos objetivos, receber e aceitar promessa,
pois eles têm correspondentes no art. 333, da corrupção ativa, onde os tipos são
oferecer e prometer.
Se o funcionário público solicitar não há um correspondente para caracterizar a
bilateralidade. Pode ocorrer de ter a corrupção passiva sem ter a corrupção ativa.

Tipo objetivo  solicitar é pedir, procurar, buscar, neste solicitar se tem uma
iniciativa do agente.
Receber é aceitar, obter, alcançar, conseguir, quando o individuo recebe a iniciativa
é do particular.
Aceitar processa é consentir com a proposta, neste caso a iniciativa também é do
particular.
O CP fala em vantagem indevida, ilegal, que não deveria ter sido recebida à
vantagem pode ser patrimonial ou econômica para alguns autores (Nelson
Hungria), para outros além da vantagem econômica ou patrimonial pode ter outra
vantagem tirando as de natureza sexual. A lei não especifica por isso pode ser
qualquer vantagem.
O agradinho, presentinho não caracteriza o crime, pelo princípio da insignificância
(são as lesões tão insignificantes que é desnecessário a utilização do direito penal).
Este princípio não tem previsão em lugar nenhum, isso é uma construção
jurisdicional. A vantagem pode ser para si ou para outrem. Pode ser direta pelo
próprio agente, e indiretamente quando se utiliza uma terceira pessoa para obter a
vantagem econômica. A solicitação pode ser explicita ou implícita.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo especifico.

Consumação  se dá quando da solicitação ou do recebimento ou da aceitação da


promessa.
Tentativa em tese é possível.

Parágrafo 1º, forma qualificada.

Aumento de pena de 1/3, onde o funcionário em deixar de fazer (praticar) o seu ato
de oficio ou retarda um veiculo. O funcionário pode também praticar o ato
infringindo dever funcional, nesse caso ele pode acelerar.

Parágrafo 2º, privilegiado.

O agente atende a um pedido.


ART. 319, CP, PREVARICAÇÃO:

Retardar ou deixar de praticar indevidamente ato, para satisfazer interesse próprio


ou alheio ou sentimento pessoal. A prevaricação é a infidelidade do dever de oficio
a simples preguiça.

Objetividade jurídica  administração pública.

Sujeito ativo  funcionário público (Capez diz que só pode ser o funcionário
público não cabendo co-autoria, Damásio entende que cabe co-autoria).
Participação é mais fácil de ver na forma de auxilio ou incentivo. Neste crime o
funcionário público é condição elementar do tipo.

Tipo objetivo  retardar (condutas omissivas e comissivas, omissão ou ação)


indevidamente ato de oficio, realizar ato contrario a lei ou deixar de praticar, é não
fazer, omitir conduta omissiva.
Ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, ou seja, ele realiza o ato mais da
forma errada.
Ato de oficio é aquele que ele tem obrigação legal, ou seja, o ato administrativo ou
judicial. O interesse pode ser material ou moral podendo ter valor econômico.

Tipo subjetivo  dolo especifico.

Consumação  se dá com o efetivo retardamento, omissão ou pratica irregular.


Tentativa é possível.

Crimes Praticados Por Particular Contra A Administração Em Geral:

ART. 329, CP, RESISTÊNCIA:

Crime material. Opor-se à execução de ato legal.

Objetividade jurídica  administração pública.

Sujeito ativo  qualquer pessoa incluindo funcionário público.

Sujeito passivo  o Estado em primeiro lugar, em 2º o funcionário público e 3º


aquele que esteja prestando auxilio ao funcionário público.

Tipo objetivo  ato legal é aquele que tem suporte em lei, e para ele ser
considerado legal deve se cumprir os requisitos extrínsecos e intrínsecos, v.g.
mandado de busca, os requisitos intrínsecos são as informações necessárias para o
mandado e os requisitos extrínsecos são relacionados no momento do cumprimento.
A resistência se caracteriza com a violência ou a ameaça.
Não confundir legalidade ou ilegalidade com justiça ou injustiça.
 se a ordem for ilegal é fato atípico.
Opor-se é resistir, não fazer e essa oposição se dá através de violência ou ameaça.
A fuga pode caracterizar resistência? Não. A resistência passiva também não
caracteriza o crime. A violência ou ameaça deve ser dirigida a pessoa e não a coisa,
isso segundo doutrina majoritária. Se a violência causar um grande prejuízo
caracteriza um dano.

Tipo subjetivo  dolo especifico, que é opor-se à ordem legal.


Pode ocorrer concorrência entre resistência e lesão corporal grave ou gravíssima e
em sendo lesão corporal leve a resistência absorve.

Consumação  se dá com a oposição a ato legal mediante violência ou ameaça.


Tentativa em tese é possível.

Parágrafo 1º  se o ato em razão da resistência não se executa, pena de reclusão


de 1 a 3 anos, o parágrafo 1º é um exaurimento do crime, esse parágrafo é uma
forma qualificada.
Parágrafo 2º  as penas desse ar. São aplicáveis em concorrência (concurso)
quando houver lesão grave ou gravíssima, se for lesão corporal leve a resistência
absorve.

ART. 330, CP, DESOBEDIÊNCIA:

Desobedecer à ordem de funcionário público detenção de 15 dias a 6 meses e


multa. Não há violência ou grave ameaça, neste caso o agente simplesmente não
cumpre a ordem do funcionário público.

Objetividade jurídica  administração pública.

Sujeito ativo  qualquer pessoa.

Sujeito passivo  o Estado.

Tipo objetivo  desobedecer é descumprir, desacatar a ordem legal do


funcionário público e ordem (ato) é diferente de pedido, se for um pedido não
caracteriza crime.

Tipo subjetivo  elemento subjetivo do tipo é o dolo especifico, com o fim de


desobedecer.

Consumação  se dá com a desobediência, podendo ser com a ação ou omissão.


 a desobediência é um crime formal.
O crime de mera conduta não tem resultado. O crime formal tem resultado,
mas não precisa ser alcançado. O crime material o resultado deve ser
alcançado.

ART. 331, CP, DESACATO:


Desacatar, ofender, atingir o vestígio da administração pública.
 não existe desacato à autoridade.

Objetividade jurídica  administração pública, em especial o respeito à função


pública.

Sujeito ativo  qualquer pessoa.


1º Nelson Hungria diz que o funcionário público não pode cometer o crime por que
ele não é particular.
2º Bento de Faria diz que pode cometer o crime se for contra o superior hierárquico.
3º pode segundo autores recentes, pois no momento da ofensa ele se equipara ao
particular.
Advogados podem cometer crime de desacato? Segundo o estatuto da OAB (lei
8.906/90) no art. 7º trata dos direitos do advogado, no parágrafo 2º, diz que o
advogado tem imunidade, porém não pode utilizar a expressão desacato devido à
previsão do STF, sendo assim o advogado pode responder por desacato.

Sujeito passivo  o Estado atingido em seu prestigio e também funcionário


público.

Tipo objetivo  desacatar, faltar com o respeito, ofender, humilhar, menosprezar.


Nelson Hungria diz que o desacato é a grosseira falta de acatamento podendo
constituir em palavras caluniosas, vias de fato, etc.
O desacato sempre se dá com a idéia de menosprezar o funcionário.
 critica não é desacato.
Mesmo que o funcionário público não se sinta ofendido há crime.
Ação penal pública condicionada.
Bêbado comete desacato? Se ele esta completamente bêbado não comete desacato.
Obs: lembrar da parte grela que trata da embriaguez.
Este é um crime de forma livre.

Tipo subjetivo  dolo especifico, pois a o fim de desprestigiar a administração


pública.

Consumação  se dá com o ato, gesto, escrito, obsceno e deve chegar ao


conhecimento do funcionário, por outro ou por terceiro.
Tentativa em tese é possível.
Na forma oral não há tentativa.

ART. 333, CP, CORRUPÇÃO ATIVA:

Objetividade jurídica  administração pública, na sua probidade, moralidade.

Sujeito ativo  qualquer pessoa, exceto funcionário público no exercício de sua


função.

Sujeito passivo  o Estado, e eventual terceiro interessado.


Tipo objetivo  oferecer ou promoter, oferecer é por a disposição, pode ser
oferecido algo através de escritas, palavras ou gestos, prometer, é comprometer-se a
dar, fazer promessa. Não precisa ter aceitação do funcionário para caracterizar o
crime.
Vantagem indevida é a vantagem ilícita a funcionário público, podendo ser direta
ou indireta. Para determinar a pratica, fazer algo, omitir e não fazer e retardar ou
atrasar.

Tipo subjetivo  dolo especifico.

Consumação  se dá com a oferta ou a promessa de vantagem indevida.


Tentativa é possível em tese.

Parágrafo único  aumento de 1/3 esse aumento é para o exaurimento da pena. O


caput basta oferecer ou prometer com o fim de..., e se for alcançado o objetivo ai
cai no parágrafo único que é um mero exaurimento do crime.

ART. 334, CP, CONTRABANDO OU DESCAMINHO:

Objetividade jurídica  bem jurídico tutelado é a administração pública no


aspecto da arrecadação, no aspecto da saúde pública, na entrada e saída de produtos
ilegalmente.

Sujeito ativo  qualquer pessoa, se o sujeito ativo for funcionário público pode
caracterizar o crime de facilitação de contrabando ou descaminho.

Sujeito passivo  o Estado.

Tipo objetivo  importar é fazer entrar no território nacional, exportar e fazer sair
do território nacional de qualquer maneira. Mercadoria é qualquer coisa móvel
comercializável. Proibida, não é permitida pelas leis brasileiras, e a proibição pode
ser total, absoluta, v.g. remédio, parcial é quando a mercadoria é permitida com
restrições, v.g. cigarro é permitido no Brasil, mas aquele que não paga imposto é
proibido.
2ª parte trata do descaminho, iludir, ludibriar, fraudar. Se for em pequena
quantidade trata-se do crime de bagatela, sendo assim um fato atípico.

Tipo subjetivo  dolo especifico, pois o fim do agente é de iludir.

Consumação  se dá com a exportação ou a importação da mercadoria no


território nacional.
Tentativa é possível.

Parágrafo 1º.
Navegação de cabotagem é a navegação entre pontos do mesmo pais, fora dos casos
permitidos em lei.
“b” tem que verificar se há zona especial com tributação especifica.
“c” vender, expor a venda ou manter em deposito.
“d” adquirir, receber ou ocultar, esta alínea trata de uma hipótese de descaminho
especifico.

Parágrafo 2º.
Pode ser uma barraca de camelo.

Parágrafo 3º.
Pena em dobro se praticado o crime por transporte aéreo.

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