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transplan te renal
QUESTÃO COMENTADA
DICAS DE EST UDO
• Importante que todos os testes de múltipla escolha sejam respondidos e
que através dessa prática você melhora sua capacidade de compreensão
e de reposta.

• Indicamos que sempre que você olhe o gabarito para saber se teve êxito,
que você leia o comentário referente a questão. Muitas vezes é através
dessa ferramenta que conseguimos fixar alguns conceitos fundamentais.

• Bons estudos e conte com a equipe para o que precisar.

Aproveite e boa prática!


transplan te renal

PE RGUN T A S
1. É fator de risco para lesão renal:
A) dopamina
B) furosemida
C) manitol
D) hidratação
E) disfunção cardíaca

2. Anestesia para transplante renal:


A) na monitorização transoperatória, a pressão venosa central (PVC) deve ser mantida abai-
xo de 8 mmHg para evitar hipervolemia.
B) o uso de succinilcolina é contraindicado em pacientes com insuficiência renal em fase
terminal.
C) com o intuito de preservar a perfusão do enxerto, deve-se evitar hipotensão arterial no
período intraoperatório.
D) devido ao seu perfil farmacocinético, a meperidina pode ser seguramente utilizada para
o controle pós-operatório da dor.
E) o melhor indicador da função renal é a dosagem de creatinina plasmática.

3. Qual o tempo (em horas) máximo de isquemia fria de rim proveniente de doador ca-
dáver?
A) 3
B) 12
C) 36
D) 48

3 Portal Anestesia
4. Paciente submetido à anestesia para transplante renal apresenta parada cardiorrespi-
ratória imediatamente após a conclusão da anastomose arterial do rim transplantado e
liberação do clampe vascular. Qual é a provável etiologia da parada cardiorrespiratória?
A) Hipercalemia.
B) Hipocalcemia.
C) Hipotensão arterial.
D) Acidose metabólica.

5. Uma mulher de 42 anos com história antiga de diabetes tipo I e doença renal em estágio
terminal, precisando de diálise, recebeu o chamado de que um rim compatível está dispo-
nível para transplante. Ela tem agendado um transplante imediato e chega muito ansiosa,
diretamente da diálise para a área pré-operatória. Ela está em jejum há 4 horas. Os exames
laboratoriais incluem Hb 8,4 g/dL, glicose 183 mg/dL, K+ 5,3 mEq/L. Seus sinais vitais são
PA 112 x 62, FR 104 bpm, SpO2 97%. O plano anestésico é anestesia geral. O agente anes-
tésico que deve ser evitado nesta paciente é:
A) Etomidato
B) N2O
C) Succinilcolina
D) Sevoflurano
E) Vecurônio

6. Uma mulher de 42 anos com história antiga de diabetes tipo I e doença renal em es-
tágio terminal, precisando de diálise, recebeu o chamado de que um rim compatível está
disponível para transplante. Ela tem agendado um transplante imediato e chega muito
ansiosa, diretamente da diálise para a área pré-operatória. Ela está em jejum há 4 horas.
Os exames laboratoriais incluem Hb 8,4 g/dL, glicose 183 mg/dL, K+ 5,3 mEq/L. Seus si-
nais vitais são PA 112 x 62, FR 104 bpm, SpO2 97%. O plano anestésico é anestesia geral. O
cirurgião está preocupado com o risco de um hematoma peridural pós-operatório e pede
que você use opióides pareneterais para analgesia pós-operatória, em vez de colocar um
cateter peridural. Quando conclui o procedimento, o cirurgião expressa preocupação com
o funcionamento do rim transplantado. O opioide que seria mais afetado pela disfunção
renal desta paciente é:
A) Fentanil
B) Hidromorfona
C) Morfina
D) Sufentanil

4 Portal Anestesia
7. Uma mulher de 42 anos com história antiga de diabetes tipo I e doença renal em estágio
terminal, precisando de diálise, recebeu o chamado de que um rim compatível está dispo-
nível para transplante. Ela tem agendado um transplante imediato e chega muito ansiosa,
diretamente da diálise para a área pré-operatória. Ela está em jejum há 4 horas. Os exames
laboratoriais incluem Hb 8,4 g/dL, glicose 183 mg/dL, K+ 5,3 mEq/L. Seus sinais vitais são
PA 112 x 62, FR 104 bpm, SpO2 97%. O plano anestésico é anestesia geral. Qual das seguin-
tes manobras é o meio mais efetivo de prevenir necrose tubular aguda e, assim, facilitar a
imediata função do enxerto nesta paciente?
A) Expansão do volume com solução salina, albumina e/ou sangue
B) Expansão do volume mais manitol
C) Adição de ciclosporina
D) Expansão do volume mais furosemida

8. Um homem de 74 anos está se submetendo a uma ressecção transureteral da prósta-


ta com irrigação de sorbitol com anestesia espinal. Aproximadamente 1 hora depois do
início da ressecção, ele começa a se queixar de dificuldade para respirar. Ele fica progres-
sivamente mais confuso, taquicárdico e hipertenso. A concentração sérica de sódio é de
114 mEq/L. Ao mesmo tempo em que o cirurgião é informado e alertado para concluir o
procedimento rapidamente, o passo seguinte mais apropriado seria:
A) Administrar labetalol
B) Pedir que o cirurgião altere a solução de irrigação para solução salina normal
C) Administrar furosemida
D) Induzir anestesia endotraqueal geral
E) Administrar 3% de cloreto de sódio

5 Portal Anestesia
transplan te renal

R ES P OS T A S
Questão 1:
Resposta E
O planejamento anestésico deve ser dirigido para a prevenção de falência renal, sendo assim
todos os fatores de risco para lesão renal devem ser identificados no pré-operatório. São
considerados fatores de risco: hipertensão arterial, diabete melito, disfunção cardíaca, sepse,
icterícia obstrutiva, cirrose hepática e idade avançada. A causa mais comum de insuficiência
renal (IRA) perioperatória é a pré-renal (90%), sendo a necrose tubular aguda a causa mais
frequente. A otimização da função cardiovascular e do volume intravascular é a estratégia
mais importante nesse contexto. A dopamina, furosemida, manitol e hidratação adequada
são estratégias para prevenir a IRA.
Referência:
Módolo NSP, Navarro LHC Prevenção da Insuficiência Renal Aguda Perioperatória, em:
Cangiani LM, Posso IP, Poterio GMB et al - Tratado de Anestesiologia, 6ª Ed, São Paulo,
Ateneu, 2006; 827-839.
O Hara Jr JF, Cywinski JB, Monk TG The Renal System and Anesthesia for Urologic Surgery,
in: Barash PG,Cullen BF, Stoelting RK- Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott
Williams & Wilkins, 2006;1022-1024.
Malhotra V, Sudheendra V, Diwan S Anesthesia and the Renal System and Genitourinary
Systems, in: Miller, RD - Miller s Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2005; 2187.

Questão 2:
Resposta C
Manutenção de pressão de perfusão adequada no rim transplantado é essencial para a função
do enxerto. Episódios de hipotensão arterial devem ser evitados. A PVC deve ser mantida
entre 10 e 15 mmHg para otimizar o débito cardíaco e fluxo sanguíneo renal. A pressão de ar-
téria pulmonar > 20mmHg também resulta em melhor funcionamento do enxerto. O uso de
succinilcolina não é contraindicado em pacientes com insuficiência renal em fase terminal.
O aumento da concentração de potássio após sua administração em dose usual para intuba-
ção é de cerca de 0,6 mEq.L-1, um aumento que pode ser tolerado sem risco cardiovascular
significativo mesmo com concentrações plasmáticas iniciais de potássio maiores que 5 mE-
q.L-1. Em relação ao o controle pós-operatório da dor, a meperidina deve ser utilizada com
prudência em pacientes nefropatas, pois um de seus metabólitos ativos depende de excreção
renal e pode sofrer acúmulo. O melhor indicador da função renal é o clearence de creatinina.

6 Portal Anestesia
Referências:
Baker J, Yost CS, Niemann CU. Organ Transplantation. In: Miller: Miller’s Anesthesia, 6th
ed., 2005; 2237-39.
Csete M, Glas K. Anesthesia for organ transplantation. In: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, 2006; 1363.
Hirata ES, Alves Filho G. Anestesia para Transplante Renal, em: Tratado de Anestesiologia -
Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al, 6a Ed, São Paulo, 2006; 1881-1884.

Questão 3:
Resposta C
O tempo de isquemia tolerável para os rins cadáveres é de até 36 horas.
Referência:
Csete M, Glas K - Transplant Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK et al - Cli-
nical Anesthesia, 6th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2009; 1393 -1417.

Questão 4:
Resposta A
Na literatura, já foi descrita parada cardíaca após a conclusão da anastomose arterial do rim
transplantado e liberação do clampe vascular. Sua ocorrência súbita se deve, mais provavel-
mente, à hipercalemia secundária à eliminação da solução preservadora (que contém potás-
sio) proveniente do rim recém-perfundido.
Referência:
MalhotraV, Sudheendra V,O Hara J,Diwan S – Anesthesia and the Renal and Genitourinary
Systems, em: Miller RD Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s
Anesthesia 7th Ed, Philadelphia, Elsevier, 2010;2105-2134

Questão 5:
Resposta D
O sevoflurano é raramente usado para transplante renal decorrente de preocupações quanto
à toxicidade do fluoreto e composto A. embora a maioria dos estudos com humanos não
tenha demonstrado efeitos prejudiciais do sevoflurano nos rins, muitos autores acreditam,
dada a incerteza que envolve o agente e as alternativas de segurança disponíveis, que ele deve
ser evitado em pacientes de transplante renal. Deve ser observado que foi demonstrado que
o sevoflurano tem efeitos anti-inflamatórios no tecido renal que podem ser protetores contra
lesão de isquemia-reperfusão. O etomidato é bem tolerado em pacientes comprometidos

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hemodinamicamente, o que é particularmente importante em pacientes diabéticos com neu-
ropatia autonômica. O óxido nitroso possui efeitos colaterais preocupantes mínimos nestes
pacientes, sem toxicidade renal e eliminação rápida. Succinilcolina pode ser usada para fa-
cilitar a indução com sequência rápida em pacientes com estômago cheio, gastroparesia ou
doença de refluxo ácido. Como K+ sérico pode aumentar 0,5 mEq/L com a sua administra-
ção, ele deve ser usado com precaução em pacientes com insuficiência renal que possuem
uma concentração de potássio pré-operatória elevada (> 5,5 mEq/L). A manutenção do re-
laxamento da musculatura pode ser proporcionada com bloqueadores neuromusculares não
despolarizantes que não dependem dos rins para eliminação, como cisatracúrio, rocurônio
ou vecurônio. Embora metabolizados no fígado, o acúmulo dos metabólitos excretados pelos
rins pode prolongar a sua duração, se forem usadas doses grandes.
Referência:
Longnecker DE, et al., eds. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 1097-8.

Questão 6:
Resposta C
Todos os opioides devem ser usados com precaução em receptores de transplante renal,
particularmente se o enxerto não estiver funcionando apropriadamente. Um metabólito de
morfina, morfina-6-glicuronídeo, possui atividade agonista opioide e é excretado pelos rins.
Ele pode se acumular na insuficiência renal e causar depressão respiratória com o uso pro-
longado. O metabolismo da hidromorfona produz um composto neuroexcitatório que pode
se acumular na insuficiência renal. Entretanto, a hidromorfona foi usada amplamente em
pacientes com insuficiência renal sem efeitos adversos. Em contraste, um metabólito de me-
peridina, a normoperidina, pode-se acumular em quantidades significativas em pacientes
com insuficiência renal, e este composto pode causar convulsões. Os farmacocinéticos e far-
macodinâmicos de fentanil, sufentanil, alfentanil e remifentanil não são alterados significati-
vamente pela doença renal.
Referência:
Longnecker DE, et al., eds. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 1098.

Questão 7:
Resposta B
A função imediata do enxerto leva à melhora do enxerto e à sobrevivência do paciente. A
expansão do volume, a manutenção da resistência vascular periférica com vasopressores e a
diurese são todos úteis. Manitol, quando combinado com expansão do volume, demonstrou
diminuir a incidência de necrose tubular aguda no rim transplantado. O mecanismo pelo
qual ele faz isso pode estar relacionado com a redução do inchaço tubular pelo seu efeito

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osmótico, sua ação como um comedor de radicais livres ou enxaguando as células tubulares
renais antes que elas possam causar lesão por obstrução secundária. Embora a furosemida
possa ser administrada para melhorar a diurese, ela não demonstrou reduzir a incidência de
necrose aguda no rim transplantado.
Referência:
Longnecker DE, et al., eds. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 1099.

Questão 8:
Resposta C
A RTU de próstata (RTUP) é realizada pela ressecção do tecido prostático com a alça de um
cautério introduzido por um cistoscópio especial. Durante a ressecção, são abertos seios ve-
nosos, e o líquido de irrigação pode ser absorvido à circulação sistêmica. Em consequência,
pode-se desenvolver uma complicação conhecida como Síndrome de RTUP com sintomas
relacionados com a sobrecarga de fluidos, hiposmolaridade e hiponatremia. Durante a RTUP,
a absorção sistêmica das soluções de irrigação é influenciada pela duração da exposição, o
número e tamanho dos seios venosos abertos, o extravasamento do fluido nos tecidos fora da
bexiga ou cápsula prostática e a pressão hidrostática do fluido. Quando grandes volumes de
fluido são absorvidos, o resultado pode ser hiponatremia severa, levando a edema cerebral.
Além disso, também podem ocorrer manifestações neurológicas em razão das ações tóxicas
diretas de alguns solutos usados na irrigação. Quando existe suspeita de síndrome RTUP, o
procedimento deve ser interrompido. O sódio sérico, o potássio e a osmolaridade devem ser
medidos para diferenciar entre a verdadeira hiposmolaridade e hiponatremia na presença de
solutos circulantes, como glicina. A hemoglobina deve ser medida porque ela é um índice
da extensão da absorção dos fluidos. A hiponatremia não precisa ser tratada agressivamente
quando não estiver acompanhada por hiposmolaridade ou na ausência de sintomas neuroló-
gicos. Se a hiponatremia precisar ser tratada, deve ser evitada correção rápida, porque pode
causar mielinólise pontinha. Deve ser usada solução salina hipertônica somente na presença
de manifestações que ameacem a vida, como coma e convulsões. Caso contrário, os níveis de
sódio podem ser aumentados pela administração de solução salina normal em combinação
com um diurético de alça ou manitol. A correção do sódio nunca deve exceder 1 a 1,5 mE-
q/L/h.
Referência:
Longnecker DE, et al., eds. Anesthesiology, 2nd ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 1139-40;
514-5.

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