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OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

OPERAÇÃO ENVOLVENDO SÓLIDOS GRANULARES


Para as operações envolvendo sólidos granulares é
necessário caracterizar as partículas sólidas com
relação a forma, ao tamanho, densidade, etc.

Muitas operações unitárias existentes na indústria


química são operações envolvendo partículas
sólidas e sistemas envolvendo sólidos-fluidos.
A classificação do sólido pode ser feita em duas
classes diferentes:

✓ Considerando a partícula isolada;

✓ Sistema de partículas
✓ Mistura de partículas como um todo

A partir daí, deve ser feito a caracterização


granulométrica do sólido. Por exemplo, em operações
envolvendo fragmentação de sólidos como a
moagem, a análise granulométrica é essencial para
determinar o sucesso da operação.
✓ Mistura de partículas como um todo

A moagem é uma operação unitária de fragmentação


ou redução de tamanho, onde o tamanho das
partículas são reduzidos pela aplicação de forças de
impacto, compressão e abrasão. Está operação unitária
aumenta a área superficial do solo do uniformizando
tamanhos e aumentos a eficiência das etapas seguintes
de processamento: moinho de discos, moinho de
martelo, moinho de bolas, moinho de facas.
PARTÍCULAS E DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHOS

É possível fazer a distribuição entre os métodos de


estudo dos sistemas particulados por sua faixa de
operação a sistemas diluídos e sistemas
concentrados.
PARTÍCULAS E DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHOS

Nos sistemas diluídos a atenção é dirigido a fase particulada,


e o estudo das possíveis interações sólido fluido tem por base
o que acontece a uma partícula isolada, uma vez que estão
distantes uma das outras, e os efeitos de concentrações das
partículas são menores. No outro extremo encontram-se os
sistemas concentrados, para os quais os fazem interagir
fortemente, tornando-se mais eficientes a abordagem dos
sistemas por seus parâmetros macroscópicos.
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS ISOLADAS

Consideremos uma amostra de partículas que a cada


uma se possa associar certas propriedades.
Densidade (massa/volume) 𝝆𝒑

Tamanho (dimensão linear) 𝑫𝒑 , 𝑳

Área superficial 𝑺𝒑

Volume 𝑽𝒑

Esfericidade ∅
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS ISOLADAS
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

I. DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS


• Se a partícula tiver forma irregular, admissão será a maior dimensão
na partícula. Exemplo: o maior espaço interno seria o maior
diâmetro.
• A dimensão pode ser definida em função da esfera.

• Seguindo dimensões equivalentes.


CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

a. Diâmetro da esfera equivalente ao diâmetro da partícula que tem o mesmo volume que a partícula.

3
4 3
4 𝑑𝑒 4 ∙ 𝜋 ∙ 𝑑𝑒 3 𝝅 ∙ 𝒅𝒆 𝟑
𝑉𝑝 = 𝑉𝑒 → 𝑑𝑝 = 𝑑𝑒 𝑉𝑒 = ∙ 𝜋 ∙ 𝑟 = ∙ 𝜋 ∙ = 𝑽𝒆 = 𝑽𝒑 = ∴ 𝒅𝒑
3 3 2 24 𝟔

𝟑 𝟔 ∙ 𝑽𝒆
=
𝝅

b. Diâmetro da esfera equivalente ao diâmetro da partícula que tem a mesma área da partícula.

𝑺𝒆
𝑆𝑝 = 𝑆𝑒 → 𝑑𝑝 = 𝑑𝑒 𝑺𝒆 = 𝝅 ∙ 𝒅𝒆 𝟐 = 𝝅 ∙ 𝒅𝒑 𝟐 𝒅𝒆 = 𝒅𝒑 =
𝝅
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

a. Diâmetro segundo a própria dimensão da partida pegar a maior dimensão


(pegar a maior dimensão)

b. Diâmetro segundo as dimensões de uma peneira.


𝒅𝒑

𝒂+𝒃
= 𝒂, 𝒃: 𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑐𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠.
𝟐
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

II. FORMAS DA PARTÍCULA


∅ (esfericidade da partícula): mede quanto a forma da partícula
se afasta ou se aproxima de uma esfera.
𝑺𝒆 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇í𝒄𝒊𝒆 𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂
∅= ฬ =
𝑺𝒑 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇í𝒄𝒊𝒆 𝒅𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒕í𝒄𝒖𝒍𝒂
𝑽𝒆 =𝑽𝒑
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

EXEMPLO: partícula cúbica com 𝐿 = 3 𝑐𝑚 e 𝑉𝑝 = 27 𝑐𝑚3 e 𝑆𝑝 = 54 𝑐𝑚2 .


0>∅>1

3 6 ∙ 𝑉𝑝 3 6 ∙ 27
𝑑𝑝 = = → 𝑑𝑒 = 𝑑𝑝 = 3,72 𝑐𝑚 𝑆𝑒 = 𝜋 ∙ 𝑑𝑒 2
𝜋 𝜋

2 2
𝑆𝑒 43,5
= 𝜋 ∙ 3,72 = 43,5 𝑐𝑚 ∅= = = 0,806
𝑆𝑝 54
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
III. POROSIDADE (𝑬) E SUPERFÍCIE ESPECÍFICA (𝒂𝒏 e 𝒂𝒗 )

𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒐𝒄𝒖𝒑𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒇𝒍𝒖𝒊𝒅𝒐


𝑬= 𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑆ó𝑙𝑖𝑑𝑜 + 𝑉𝐹𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜
𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍

𝑉𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑉𝐹𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜
1= + → 𝟏= 𝑪
ด𝑽 + 𝑬

𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑑𝑜 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

𝑨𝒓𝒆𝒂 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝑨𝒓𝒆𝒂 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍


𝒂𝒎 = 𝒂𝒗 =
𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒊𝒄𝒖𝒍𝒂 𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 𝒅𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒊𝒄𝒖𝒍𝒂
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
IV. GRANULOMETRIA DE PARTÍCULAS DE TAMANHO DIFERENTES
(AMOSTRAS)
• Diâmetro médio de comprimento:

σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑
𝒅𝒑 = 𝒏 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑎 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑢
σ𝒏

(𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎)
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
Exemplo:

𝑑𝑝 (𝜇𝑚) 𝑛 σ 𝑛 ∙ 𝑑𝑝 2 ∙ 2 + 6 ∙ 4 + 8 ∙ 10
𝒅𝒑 = = = 𝟔, 𝟕𝟓 𝝁𝒎
2 2 σ𝑛 2 + 4 + 10
6 4
8 10
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

• Diâmetro médio de superfície:

𝟐 σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑 𝟐
𝒅𝒑 =
σ𝒏

• Diâmetro médio de volume:

𝟑 σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑 𝟑
𝒅𝒑 =
σ𝒏

• Diâmetro médio de volume e superfície:

σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑 𝟑
𝒅𝒑 =
σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑 𝟐
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

EXEMPLO: Calcular os diâmetros médios de superfícies, volume, e volume-


superfície para a seguinte análise de frequência de argila:

𝑑𝑝 (𝜇𝑚) 𝑛
1,2 2
2,0 5
2,4 7
3,4 10
4,8 12
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
• Diâmetro médio de volume:

3
3 σ 𝑛 ∙ 𝑑𝑝
𝒅𝒑 =
σ𝑛

3 2 ∙ 1,23 + 5 ∙ 2,03 + 7 ∙ 2,43 + 10 ∙ 3,43 + 12 ∙ 4,83


=
2 + 5 + 7 + 10 + 12

𝒅𝒑 = 𝟑, 𝟕𝟐𝟓 𝝁𝒎
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
• Diâmetro médio de superfície:

2 σ 𝑛 ∙ 𝑑𝑝 2
𝒅𝒑 =
σ𝑛

2 2 ∙ 1,22 + 5 ∙ 2,02 + 7 ∙ 2,42 + 10 ∙ 3,42 + 12 ∙ 4,82


=
2 + 5 + 7 + 10 + 12

= 𝟑, 𝟓𝟔 𝝁𝒎
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
• Diâmetro médio de volume por superfície:

σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑 𝟑
𝒅𝒑 = 𝟐
σ 𝒏 ∙ 𝒅𝒑

2 ∙ 1,23 + 5 ∙ 2,03 + 7 ∙ 2,43 + 10 ∙ 3,43 + 12 ∙ 4,83


=
2 ∙ 1,22 + 5 ∙ 2,02 + 7 ∙ 2,42 + 10 ∙ 3,42 + 12 ∙ 4,82
= 𝟒, 𝟎𝟖 𝝁𝒎
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

V. DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE
TAMANHOS DAS PARTÍCULAS
Existe 3 tipos de representações gráficas:
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

• Histograma
𝑫 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
𝒙 = 𝑓𝑟𝑎çã𝑜

OBS.: A análise granulométrica é através de gráficos


CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS

• Frequência

* MAIS USUAL *

Peneiramento:
𝑃𝑃𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎
𝑥 (%) = (𝑡𝑎𝑟𝑎𝑟 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠)
𝑃𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS E SISTEMAS PARTICULADOS
• Curvas Cumulativas
Análise cumulativa: apresenta em função de cada 𝐷𝑖 , a fração a
acumulada de partículas. Pode ser de 2 tipos:
Fração acumulada de grossos: apresenta em função de cada 𝐷𝑖 ,
somando a fração retida na peneira 𝑖 as frações retidas em todas as
peneiras anteriores.
Fração acumulada de finos: relaciona 𝐷𝑖 com a fração
acumulada que passa pela peneira, (1 − 𝑥𝑖 ).

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