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Infância

ENFª LÚCIA CASTRO


Histórico
Desde as épocas mais remotas da História, a
criança foi tratada com descaso, sendo considerada
um ser humano inferior aos demais. Ao nascer, podia
ser tanto desprezada, como morta. Em Roma, por
exemplo, o pai era responsável pelo seu destino.
Quando erguia os braços levantando a criança ao colo
significava que ela deveria viver, caso contrário, ela
era atirada aos leões
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PAISC)
1984 foi criado o Programa de Assistência Integral a Saúde da criança
- PAISC
Objetivo geral do programa
Reduzir a morbimortalidade na faixa etária de 0-5 anos
Objetivos específicos
Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento;
Promover o aleitamento materno e orientar quanto a alimentação
correta no 1º ano de vida;
Aumentar os níveis de cobertura vacinal e vitamina A;
Identificar precocemente patologias;
Promover educação em saúde;
Atividades efetivas nos atendimentos
AME e desmame.
Controle das IRA’s
Imunização
Vitamina A;
Controle das doenças diarreicas
Acompanhamento do CD
Enfermagem pediátrica
Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
O desenvolvimento da criança é um processo individual,
que é incluído o desenvolvimento físico (crescimento ) e o
desenvolvimento psíquico ( mente).
Crescimento é o aumento gradual no tamanho do corpo e
seus órgãos. Se uma criança está crescendo bem
provavelmente está sadia e recebendo alimentação
adequada às suas necessidades nutricionais.
Doenças predominantes na infância
Infecções respiratórias agudas –IRA
Doenças Diarréicas agudas – DDA
Febre
Desnutrição;
Problemas Dermatológicos;
Calendário de consultas CD
N° de Dias Meses
Consult
as/idad
e
Até 1 2 4 6 9 12 18 24 36 48 60
15

1° x x x x x x x

2° x x

3° x

4° x

5° x
Estágios de desenvolvimento e crescimento
idade Crescimento Desenvolvimento
Até 1 ano Rápido, o peso ao nascer dobra aos 6 Apresenta resposta a diversos reflexos;
meses e triplica aos 12 meses; Fortalecimento da relação entre a criança e os pais;
Criação de laços afetivos; estabelece ritmos próprios
de sono, alimentação, e excreção;
Alcança , segura e manipula objetos;
Passa de receptor de estímulos a participante ativo;

Até 2 anos Continua rápido, o peso do Primeiros passos;


nascimento quadruplica, a aparência Maior exploração do meio ambiente;
da barriga é volumosa Aquisição da linguagem, primeiras trocas sonoras;
Abrem portas;
Conseguem chutar;
2 a 6 anos Crescimento mais lento, 5 a 6 Aprimoramento das habilidades adquiridas
centímetros por ano, crescimento (comunicação, manuseio de objetos);
principalmente dos ossos longos, Anda e corre com segurança;
aparência longilínea Consegue arremessar, escrever, desenhar;
Participa de jogos simbólicos;
Consegue brincar sozinha;

6 a 12 anos Tamanho e proporção do corpo igual Desenvolvimento continuado das habilidades


para dois sexos, crescimento contínuo físicas; capacidade motora fina;
dos ossos longos, dentes de leite Maior senso de realização;
substituídos pelos permanentes;
Medidas antropométricas
Perímetro cefálico
Em crianças de até 2 anos, deve
ser medido em cada consulta de
puericultura;
Em criança de 2 A 6 anos, deve
ser medido uma vez por ano;
Valores abaixo indicam
fechamento precoce das suturas,
e acima lesões intracranianas;
Medidas antropométricas
Peso – é uma medida essencial, pois além de retratar as condições da criança, é
utilizado como base para cálculo de dosagem de medicamentos pediátricos.
Utilizar a balança para bebês até 2 anos,
Pesar a criança sem sapatos e sem roupa;
Proteger com o papel a balança;
Anotar e grafitar na carteira
Estatura – para criança de até 2 anos, medir a altura na posição deitada,
utilizando tábua de medida;
Para crianças maiores, utilizar a régua fixa;
Perímetro torácico
Colocar a fita na altura dos mamilos
Vitamina A
Administração de vitamina A ocorre de 6 a 59 meses desses ser
suplementadas. Essa vitamina protege a visão, diminui o risco de
diarreia e infecções respiratórias e ajuda no desenvolvimento e
crescimento da criança, fortalecimento do sistema imunológico.
Até 6 meses 100.000ui
+ de ano 200.000ui
Sinais vitais
Os sinais vitais refletem a situação em que as funções orgânicas da criança se encontram,
podendo sinalizar desequilíbrio imediatamente.
Os sinais devem ser verificados a cada consulta e na criança hospitalizada, pelo menos quatro
vezes ao dia.
Sequencia
Respiração
Frequência cardíaca
Temperatura
Pressão arterial
Valores médios
Bebês: 35-50 irpm
Até 1 ano: 30 irpm
De 1 a 2 anos: 25-30 irpm
De 2 a 8 anos: 20-25 irpm
De 8 a 12 anos: 18-20 irpm
Apartir de 12 anos: 14-18 irpm
Frequência cardíaca- A frequência cardíaca em menores de um ano –estetoscópio
Acima de ano palpação radial
Temperatura – pode ser aferida oral, axilar, retal. Axilar é a mais usada, com duração de 3 a 7
minutos, variando de 36 a 37° C.
Pressão arterial – nos mesmos locais do adulto artéria radial, braquial, poplítea
Parâmetros de PA infantil
IDADE MÉDIA VALORES- SÍSTOLE/DIÁSTOLE

0-3 MESES 75/50MMHG


3 MESES-6 MESES 85/65 MMHG
6 MESES-9 MESES 85/65 MMHG
9 MESES-12 MESES 90/70 MMHG
1 ANOS-3 ANOS 90/65 MMHG
3 ANOS-5 ANOS 95/60 MMHG
5 ANOS-7 ANOS 95/60 MMHG
7 ANOS- 9 ANOS 95/60 MMHG
9 ANOS- 11 ANOS 100/60 MMHG
11 ANOS- 13 ANOS 105/65 MMHG
13 ANOS- 14 ANOS 110/70 MMHG
Exame físico

Peles, e cabelos – pele coloração, textura, temperatura, umidade e


turgor.
Unhas –formato, cor, presença de lesões.
Cabelos – coloração, textura, higiene, qualidade, e distribuição;
Lifonodos - devem ser avaliados na
parte do corpo examinado;
tamanho, mobilidade,
temperatura, dor à palpação.
Cabeça e pescoço – palpação para
avaliação das fontanelas. Cavidade
auditiva (higiene, presença de
corpo estranho, secreção);
cavidade nasal (coriza, secreção,
odor e obstrução) olhos ( ptose,
edema, lacrimejamento,
estrabismo, nistagmo) oral ( lábios,
gengiva, língua, hálito)pescoço (
movimentação);
Tórax – avalia-se principalmente o pulmão. Inspeção- frequência,
ritmo, profundidade, Ausculta – investigar o aumento ou diminuição
dos sons, presença de creptações (passagem do ar por líquidos)
sibilos( ar por áreas estreitas)Percussão.
Ao exame do coração: Inspeção, ausculta, palpação.

Abdome – Inspeção, ausculta e palpação.


Genitália masculina – avaliar a glande, o corpo do pênis meato
uretral.
Genitália feminina – pequenos e grandes lábios, meato uretral.
Eliminações – o controle dos esfíncter urinário diurno ocorre
Principais distúrbios na infância
Desnutrição
A desnutrição energético-protéica é um distúrbio pela deficiência de proteínas e
calorias.
É considerada uma das maiores causas de mortalidade em crianças menores de
5 anos.
Fatores que levam a desnutrição:
Má absorção de alimentos oferecidos de forma correta;
Ingestão impropria , tanto na qualidade quanto na quantidade;
Baixo nível sócio econômico;
Baixo nível educacional e cultural de quem cuida da criança;
Tipos
Kwashiorkor – desnutrição úmida é aquela em que a criança ingere pouca quantidade de
proteínas como: carne, peixe, frango, feijão, alimentos construtores.
Sintomas – aparência de gorda, edema no rosto, pés, e mãos;
Rosto redondo;
Braços fracos,
Apatia
Pele ressecada e quebradiça;
Irritada;
Marasmo ou desnutrição seca- é aquela que ocorre quando a
criança consome pouco alimento, é uma desnutrição calórica.
Sintomas
Magreza extrema
Atrofia muscular;
Perda do tecido cutâneo;
Pele frouxa principalmente nas nádegas;
Doença Diarreica aguda DDA

É a perda aumentada de água e eletrólito nas fezes, provocada por


agente infeccioso (vírus, bactéria, protozoário)
Sintomas
Aumento do volume e frequência das evacuações;
Diminuição da consistência das fezes;
Vomito
Febre
Avaliação e classificação do tipo de
diarreia
Sinais de desidratação
Desidratação grave desidratação Sem desidratação
Presença de pelo menos Inquieta ou irritada
dois dos sinais abaixo: Olhos fundos
Letárgica ou inconsciente Bebe avidamente com sede
Olhos fundos Pele volta lentamente após
Não consegue beber sinal de prega;
Pele volta muito
lentamente após sinal da
prega
Como proceder? Plano A com diarreia e
sem sinais de desidratação
Fornecer líquidos adicionais, inclusive SRO, conforme
aceitação da criança;
Não suspender a alimentação da criança;
Oferecer líquidos adicionais sempre que a criança evacuar;
Sucos naturais de preferencia da criança
Se houver piora, procurar os serviços de saúde;
Plano B criança com diarreia e
desidratação
A criança deve receber de 50 a 100 ml de SRO por kg em 4
horas, em intervalos de 15 a 20 minutos;
Monitorar a criança
Espera-se que os sinais desapareçam em 4 horas;
Se houver piora no estado da criança , deve-se suspender a
TRO e iniciar o plano C;
Plano C criança com diarreia e desidratação
grave

Requer atendimento hospitalar


Administração de sora intravenoso,
Oferecer SRO assim que a criança consegui beber;
Reavaliar o estado de hidratação da criança a cada 30 minutos;
Distúrbios respiratórios na infância
Pneumonia- é um processo inflamatório agudo que pode ser
causado por vírus, bactérias, ou aspiração de substâncias;
Sinais
Dificuldade de respirar
Taquipneia;
Tiragem intercostal, coriza, batimentos das asas do nariz;
Gemido;
Prostação;
Tapotagem
É uma técnica utilizadas com
objetivo de descolar da
secreção.
Com a mão em forma de
concha, bater ritmicamente
sobre o tórax da criança que
deve estar coberto com roupa
ou lençol. Os punhos deverão
está relaxados e o movimento
deve ser suave, adaptando-se ao
tamanho do tórax de cada
criança. Em bebês usa-se as
pontas dos dedos.
Asma
É uma doença crônica que causa crises reversíveis de obstrução
brônquica por broncoespasmo;
Fatores desencadeantes:
Infecções respiratórias virais;
Agentes irritantes: morfo, poeira, animais,
Perfumes, cigarro, poluição e odores fortes;
Mudança climática;
Sinais
Tosse seca e irritativa;
Respiração irregular,
Acúmulo de secreções e sibilos
Bronquite
É um processo inflamatório da mucosa brônquica,
precedida por uma infecção das vias aéreas superiores,
como por exemplo o nariz. Causada pelos mesmos agentes
dos resfriados comuns.
Sintomas
coriza,;
Tosse;
Sibilos
Administração de medicamentos em pediatria
A administração de
medicamentos em neonatologia
e pediatria é uma tarefa
complexa desafiadora , pois a
maioria dos medicamentos
disponíveis não possui
apresentação e dosagens
específicas para crianças. Além
disso, a formulação é
desenvolvida e testada em
adultos e jovens.
Administração por via oral
É a via de primeira escolha e a
preferida para pais e crianças ,
por não causar dor. Porém
muitas vezes é necessário triturar
comprimidos e diluir para
administrar. Prescrição 12mg
40mg --------4ml
12mg---------x
Administração por via otológica
É a aplicação de medicamento no ouvido.
Lembrar que o canal auditivo de crianças menor de 3 anos é
praticamente reto.
Menor que 3 anos puxar o pavilhão para frente e pra trás
Maior que três anos para cima e pra trás.
Administração nasal

É a aplicação de gotas na mucosa


nasal.
Deitar a criança no colo da mãe;
Instilar o medicamento em uma
das narinas.
Permanecer deitada por alguns
minutos
Administração por via ocular
É a aplicação de gotas ou pomada.
Cabeça inclinada para trás, puxar a pálpebra para
baixo, e aplicar
Não aplicar diretamente no globo ocular,
Administração retal
Geralmente supositórios ou clister no reto, é a
via de melhor absorção depois da intravenosa.
Posicionar a criança de lado;
Afastar as nádegas com polegar e indicador;
Introduzir o supositório e aguardar por 5
minutos;
No caso de clister, lubrificar a ponta do frasco,
e introduzir lentamente, aguardar 5 minutos;
VIA INTRADÉRMICA, SUBCUTÂNEA, INTRAMUSCULAR E
INTRAVENOSA

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