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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RIBEIRÃO PRETO

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE BIOQUIMICA CLINICA

LIPIDOGRAMA PESQUISA LITERÁRIA

Lilian Maria Garcia Ramos 201904070256


Izabela Fernanda Narducci 202002785713

RIBEIRÃO PRETO 2022.1


SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO
2 – OBJETIVO DA AULA
3 – MATERIAIS UTILIZADOS
4 – DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA
5 – RESULTADOS
6–CONCLUSÃO
7– LIPIDOGRAMA- PESQUISA LITERÁRIA
8– BIBLIOGRAFIA
1. INTRODUÇÃO

1.1 Diluição seriada

A diluição em série, é utilizada para determinar a quantidade de uma


determinada substância em uma solução.

A técnica consiste em realizar várias diluições progressivas. Inicia-se com a


solução mais concentrada chegando a soluções menos concentradas,
amplificando o fator de diluição rapidamente. A fonte do material de diluição
(soluto) para cada etapa é proveniente do material diluído da etapa anterior,
como na figura abaixo.

1.2 Espectrofotômetro
A espectrofotometria é uma técnica que consiste em utilizar o espectro
radiante para estudar as soluções biológicas e químicas. Através de um aparelho
chamado espectrofotometro, ele detecta, identifica moléculas e determina suas
concentrações em solução, através da absorção da luz. A fração da luz ao ser
absorvida por uma solução em um determinado comprimento de onda está
relacionada à espessura da camada de absorção (comprimento do caminho) e a
concentração da substância que absorve. Essas duas relações combinadas
formam o método entitulado: Absorção de luz por moléculas : a Lei de Lambert-
Beer.“A absorbância é diretamente proporcional a concentração da solução de
amostra.”

1.3 Curva Padrão


A curva-padrão é a relação gráfica entre os valores de absorbância (A) e os
de concentração. Através da análise gráfica é possível verificar a linearidade da
reação e calcular um fator de conversão de valores de absorbância em
concentração.

Existe uma ferramenta eletrônica para faciliar esse trabalho, ela foi desenvolvida
no excel.
2. OBJETIVOS DA AULA
O objetivo da aula é transmitir conhecimento ao aluno para dominar a
técnica e desenvolver a mesma, ou seja conhecer o funcionamento do aparelho
de espectrofotômetro, conhecer a técnica de titulação (diluição seriada) e assim
conseguir criar a curva padrão, utilizando o gráfico como ferramenta para facilitar
esse trabalho.

3. MATERIAIS UTILIZADOS
3.1 Diluição seriada
-Tubo
-Ponteira
-Micropipeta
- Solução colorida concentrada
- Tubos ou falcons
- Água destilada ou similar

Foto: diluição realizada em aula prática


3.2 Espectrofotômetro
- Espectrofotômetro
- Tubete

Figura: aparelho de espectrofotômetro utilizado em aula prática


Figura: modelo do tubete utilizado em espectrofotômetro

3.3 Construção da Curva Padrão


- Computador com programa Excel ou similar.

Foto: exemplo de planilha eletronica em excel

4. DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA
Por exemplo, se eu tiver uma diluição 1/2, meu fator de diluição é 2. Todas
as diluições seguintes serão multiplicados por 2.
1/2* 2 =1/4* 2 =1/8* 2 =1/16…

Fórmulas
Nos cálculos a seguir, são utilizadas essas fórmulas:
•Volume transferido = Volume do diluente / (Fator de diluição -1);
•Volume total misturado = Volume do diluente + Volume transferido;
Como fazer:
Exemplo: digamos que você quer fazer uma diluição começando com 1/2 para
uma curva padrão com 7 pontos (a partir da amostra pura).

Isso que dizer que teremos 7 tubos identificados da seguinte forma: 1/2, 1/4, 1/8,
1/16, 1/32, 1/64 e 1/128.

1. Determine o volume do diluente para cada etapa: Suponhamos que vamos


precisar de no mínimo 100 uL. Adicione um volume extra, por exemplo 20 uL,
para compensar erros de pipetagem. Desse modo, colocaremos em cada tubo
120 uL de diluente.

2. Calcule o volume a ser transferido de um tubo para outro: Volume transferido


= 120 uL / (2-1) = 120 uL.

3. Calcule o volume total misturado: Volume total misturado = 120 uL + 120 uL =


240 uL.

4. Prepare os tubos, colocando 120 uL de diluente em cada um

5. Prepare a primeira diluição, que será de 1/2, com 120 uL de amostra mais 120
uL de diluente (que já está no tubo).

6. Transfira 120 uL do tubo 1 (diluição 1/2) para o segundo tubo e misture bem.

7. Faça o mesmo para todos os tubos seguintes.

8. Quando chegar no último tubo, retire 120 uL, para não ficar com 240 uL.

Se você tiver certeza que não irá precisar dos 120 uL restantes na pipeta,
pode desprezálos. Caso você venha a precisar deles para dar continuidade na
sua diluição seriada, guarde num tubo identificado. Isso é importante pois você
economiza tempo e não vai precisar começar do zero (da diluição de 1/2).

Após a diluição da amostra:

-Ligar o espectrofotometro antes

- ajustar o comprimento de onda

-Definir o modo de leitura absorbância

- zerar o equipamento, ao adicionar solução branca descrita na bula.

- limpar a cubeta, antes de colocar no equipamento.

– colocar a cubeta branco primeiro, logo em seguida a padrão, controle e


amostra, podendo fazer 3 leituras.

- Atentar para posionar a cubeta diretamente alinhada com a faixa de luz emitida
pelo equipamento para obter a leitura

- zerar o equipamento calibrado

Assim, podemos obter os valores da absorbância e anotar para realizar o


cálculo da concentração dos analitos. Ao obter os valores da absorbância ultilizar
o programa do excel para montar a curva padrão.

Curva de Calibração

- Construir o gráfico usando a dispersão;

- Determinar o R2 e a equação do gráfico;

- Transferir a equação do gráfico para as células do Excel para cálculo (com o


sinal de =)

- Calcular a concentração das amostras de acordo com a absorbância.

No gráfico a concentração em mM é o eixo y e os valores das amostras o eixo x.

5. RESULTADOS
Figura: dados fornecidos pelo professor em aula pratica

Figura: curva realizada em aula pratica


6. CONCLUSÃO

Através da aula prática foi possivel aprender como realizar uma diluição
seriada, sua leitura no espectrofotômetro e a realização da construção da curva
padrão em planilha eletrônica, através de um gráfico para realizar análises e
acompanhamento de doenças como diabetes e colesterol, e no caso de exames
positivados como no caso da VDRL, COOMBS INDIRETO, ASO, PCR, a diluição
seriada é capaz de detectar um último sinal de reatividade da doença e auxiliar
o médico na conduta clínica.

7. LIPIDOGRAMA - PESQUISA LITERÁRIA

Colesterol Total

Este valor indica a quantidade total de colesterol no sangue, ou seja, a


quantidade de colesterol HDL + LDL + VLDL, que quando estão em valores fora
do normal, indicam grande risco para desenvolver doenças cardiovasculares,
como infarto, angina, avc ou pancreatite.
O colesterol total é a união das várias frações de colesterol, LDL, HDL e VLDL.
O exame de colesterol total, ou perfil lipídico, determina a quantidade de
lipidios na circulação sanguinea.
Superior: Entre 200 e 240
Ideal: Menor que 200
Indesejável: Maior que 240

Quilomícron

Maior lipoproteína. Sintetizada pelo intestino após uma refeição. Ausente no


plasma normal em jejum.
Principal transportador de triglicerídeos ingeridos na dieta.
O núcleo das partículas é composto predominantemente de triglicérides, que
constituem por volta de 90% do peso total da lipoproteína.
A proporção de colesterol no quilomícron é de apenas 1% a 2% do peso,
variando com a quantidade deste lípide ingerida na refeição. Daí a razão por que,
ao contrário do que acontece com os triglicérides, o colesterol sérico total não
aumenta no estado pós-prandial. Os quilomícrons recém-formados no enterócito
saem para a linfa, passando daí para a circulação sistêmica. Na superfície
endotelial dos capilares ligam-se às moléculas da lipase de lipoproteína
(lipoprotéica) através da apolipoproteína CII (apo CII), que, além de ligar a
lipoproteína à enzima, também estimula a ação enzimática.
Pode se presumir que o efeito sobre o metabolismo dos quilomícrons também
pode ser um dos mecanismos que levam à diminuição de eventos coronarianos.
VLDL
Lipoproteína de densidade muito baixa, sintetizada no fígado.
Principal transportador de triglicerídeos endógenos.
Sofrem o mesmo processo de remoção de lipídios dos quilomícrons pela ação das
lipoproteínas lipase.
ILDL
No processo do VLDL de perder triglicérides e reduzir de tamanho, ele
resultar em ILDL, proteína de densidade intermediaria que ao perder
triglicérides, vai reduzir de tamanho e gerar uma molécula chamada LDL,
lipoproteína de baixa densidade.
HDL
Menor lipoproteína, função protetora.
Transporta o colesterol de tecidos extra-hepáticos até o fígado para excreção.
As partículas de HDL são derivadas tanto do fígado quanto no intestino, essas
partículas atuam como transportadores de ésteres de colesterol que removem o
esterol dos tecidos periféricos e o devolvem ao fígado.
As partículas de HDL são assimiladas diretamente pelo fígado ou indiretamente
através de sua transferência a outras lipoproteínas circulantes que retornam ao
fígado.
Já demontrou-se que altas concentrações de HDL diminuem o risco de doença
cardíaca coronária em um indivíduo.
LDL
Principal transportador de colesterol, e principal forma de incorporação de
colesterol às placas ateromatosas.
O receptor de LDL, a glicoproteína presente na superfície de todas as células,
cruza a membrana celular e é encontrada em invaginações especializadas da
membrana celular. Os receptores são reciclados à superfície celular.
A quantidade e a função dos receptores ditam a concentração de LDL circulante.
Quando a célula apresenta colesterol suficiente, ocorre inibição da síntese de
receptores, quando a célula necessita de colesterol, ocorre aumento da
quantidade de receptores. Defeitos hereditários ou ausência desses receptores
causa a hipercolesterolemia familiar (HF).
APOLIPOPROTEINAS
São proteínas de ligação a lipídeos no sangue, responsáveis pelo
transporte de triacilgliceróis, fosfolipídeos, colesterol e ésteres de colesterol entre
órgãos.
As apolipoproteínas ( “apo” significa livre, separado, designando a proteína em
sua forma livre de lipídeos) se combinam com os lipídeos para formar varias
classes de partículas de lipoproteína, que são agregados esféricos com lipídeos
hidrofóbicos no centro e cadeias laterais hidrofílicas de proteínas e grupos
polares de lipídeos na superfície.
Várias combinações de lipídeos e proteínas produzem partículas de densidades
diferentes, variando de quilomícrons e lipoproteínas de densidade muito baixa
(VLDL), a lipoproteínas de densidade muito alta (VHDL), que podem ser
separadas por ultracentrifugação.
As porções proteicas das lipoproteínas são reconhecidas por receptores nas
superfícies celulares.
Quando a dieta contém mais ácidos graxos do que o necessário imediatamente
como combustível ou como precursores, o fígado os converte em triacilgliceróis,
empacotados com apolipoproteínas especificas formando VLDL. AS VLDL são
transportadas pelo sangue até o tecido adiposo, onde os triacilgliceróis são
removidos da circulação e armazenados em gotículas lipídicas dentro dos
adipócitos.
Atuam na manutenção da integridade estrutural das lipoproteínas, regulação de
certas enzimas que atuam nas lipoproteínas e reconhecimento de receptores.
TRIGLICÉRIDES
São compostos por três ácidos graxos, cada um com em ligação éster com
uma molécula de glicerol. Aqueles que contêm o mesmo tipo de ácido graxo em
todas as três posições são chamados de triacilgliceróis simples, e sua
nomenclatura é derivada do ácido graxo que contêm. Os triacilgliceros simples,
as tripalmitina, triestearina e trioleína, eles armazenam energia e proporcionam
isolamento térmico, e são importantes para fonte de energia para o corpo e para
os músculos.
Em vertebrados, os adipócitos (células especializadas) armazenam grandes
quantidades de triacilgliceróis em gotículas de gordura que quase preenchem a
célula.
Estão presentes em vários alimentos, principalmente os carboidratos, a maior
parte que circula no sangue é produzido pelo nosso organismo, pelo fígado. São
encontrados na corrente sanguínea de forma livre ou através do VLDL,
lipoproteína de densidade muito baixa, e portanto contribuem para os níveis de
colesterol total.
As triglicérides é fator desencadeante para doença cardiovascular, e tem relação
direta com síndromes metabólicas como obesidade, diabetes, resistência
insulínica, risco cardiovascular, hipertensão arterial e dislipidemia, incluindo a
hipertrigliceridemia.
Normal <150mg/dl
Pouco elevado 200-499mg/dl
Muito elevado >500mg/dl
Excesso de carboidratos pode causar hipertrigliceridemia, falta de atividade física
pode contribuir para aumentar os níveis de triglicérides, pode ocorrer também
por mutação genética. A elevação desses níveis não causa nenhum sinal ou
sintoma, mas como há aumento do risco cardiovascular, pode ter sintomas como
obstrução dos vasos sanguíneos, que podem levar a tontura, dor no peito e até
um AVC e infarto.
A mudança de hábitos como exercício físico é essencial para reduzir as taxas
elevadas de triglicérides no sangue, assim como alimentação saudável e
consumo de ômega 3, presente em peixes e oleaginosas.
Em alguns casos é necessário o uso de medicamentos para controlar os níveis
de triglicérides.
Papel do Lipidograma nas dislipidemias
O lipidograma completo também chamado de perfil lipídico, é um conjunto
de exames laboratoriais que indicam os níveis de colesterol no sangue, e
possíveis níveis alterados de lipídios, que são fatores de risco para doenças
cardiovasculares. Esses níveis alterados de lipídios não apresentam sintomas.
O médico pede o lipidograma completo para medir os níveis de triglicerídeos e
dos diferentes tipos de colesterol no sangue. Esse exame faz parte da rotina
check-up e costuma ser solicitados em média a cada 5 anos, porém só é
solicitado em intervalos menores para pessoas com tendências a níveis de
colesterol ruim, o LDL, aumentados. Principalmente em homens e jovens com
histórico familiar de dislipidemias, ou pessoas com estilos de vida que predispõe
a isso, como sedentários, obesos, diabéticos, ou que fazem uso de alta ingestão
de carboidratos e carne vermelha, álcool e que usam anabolizantes.
A dislipidemia é um distúrbio que altera os níveis séricos dos lipídeos,
como por exemplo a hipertensão, que é um dos fatores de risco a doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares, como a aterosclerose (espessamento e
perda da elasticidade das paredes das artérias), infarto agudo do miocárdio,
doença isquêmica do coração (diminuição da irrigação sanguínea no coração) e
AVC (derrame).
Quanto aos tipos de alterações dos níveis séricos de lipídeos, a dislipidemia é
classificada como: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada,
hiperlipidemia mista e HDL-C baixo.
O lipidograma total mostra diversas taxas como Colesterol total, LDL, HDL, VLDL
e triglicérides. É feito a partir da coleta de amostra de sangue.
Para o preparo o paciente deve evitar atividades físicas que não sejam habituais,
nas duas semanas que antecedem o exame. A alimentação podem ser mantidas,
e o consumo de bebidas alcoólicas suspenso três dias antes da coleta. O jejum
não é obrigatório.
O lipidograma é contra indicado para grávidas, sendo liberado somente três
meses após o parto.
Para adultos (acima de 20 anos), os valores referenciais considerados ideais
são:
- Colesterol Total abaixo de 190 mg/dl, sendo a taxa limítrofe entre 190 e
240 mg/dl e, acima de 240 mg/dl, considerada de risco;
- LDL abaixo de 130 mg/dl, sendo a taxa limítrofe entre 130 e 160 mg/dl e,
a partir de então, de risco;
- HDL acima de 40 mg/dl, sendo aceitável entre 35 e 40 mg/dl e, menor
que 35 mg/dl, de risco;
- Triglicerídeos abaixo de 150 mg/dl, sendo limítrofe entre 150 e 200 mg/dl
e, acima de 200 mg/dl, considerada de risco.
Conhecer as taxas de colesterol total e triglicérides permite prevenir doenças
cardiovasculares silenciosas, e varias complicações associadas, esse é o
principal papel do lipidograma nas dislipidemias.

8 - BIBLIOGRAFIA

1- DISPONIVEL EM : NELSON,D.;COX,M.Princípios de Bioquímica de Lehninger.6

Edição.Artmed,2014.

2- DISPONIVEL EM : GAW,A;MURPHY,M.;SRIVASTAVA,R.;COWAN,R.;O'REILLY,

D.Bioquímica Clínica.5 Edição.Churchill livingstone.abril de 2015.

3- DISPONIVEL EM : Roteiros de aula pratica de Estágio Obrigatório

4- DISPONIVEL EM : https://www.laboratoriocarloschagas.com. br/

principaisdiferencas-entre-hdl-e-ldl-conheca-as-funcoes-do-colesterol/

5- DISPONIVEL EM : METABOLISMO DOS QUILOMÍCRONS E RISCO DE

DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA Dr. Raul C.


Maranhão Instituto do Coração (InCor) HCFMRP

6- DISPONIVEL EM : Nelson L. D. et al, Princípios de Bioquímica de


Lehninger, 6º Edição. Porto Alegre, Artmed, 2014

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