Você está na página 1de 39

Conteúdo das aulas

Publicado em: Quarta-feira, 8 de Setembro de 2021 18h42min58s BRT

Aula dia 015.09

Barreiras

Os principais componentes do sistema imune são as barreiras físicas e químicas (constituídas pela pele e
epitélios das mucosas), as proteínas do sangue (sistema complemento e mediadores da inflamação), as
citocinas (moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células que regulam e coordenam a
resposta imune), células e órgãos linfoides. Estes últimos são o principal foco desta unidade e serão
abordados ao longo dos próximos capítulos.

A pele, as mucosas respiratórias, gastrointestinais e genitais são os principais sítios de entrada de micro-
organismos. Essas barreiras são barreiras físicas e fisiologicamente impedem a passagem dos micro-
organismos por meio do epitélio evitando assim a colonização desses patógenos nos tecidos. As
barreiras químicas são substâncias produzidas pelas células epiteliais com capacidade de inibir o
crescimento de micro-organismos. Além disso, o próprio pH e o muco produzido nesses locais são
fatores que agem contra os organismos patogênicos.

O sistema tegumentar é composto por pele (epiderme e derme), hipoderme (tela subcutânea), glândulas
anexas (sudoríparas, sebáceas e ceruminosas), pelos e unhas.

Pele
Está dividida em epiderme e derme e é considerada um dos maiores órgãos do corpo humano,
constituindo aproximadamente 20% do peso corporal. A pele reveste quase todo o corpo, com exceção
dos orifícios genitais e alimentares além dos olhos.

A pele também é um tecido de barreiras com uma vasta área de superfície que deve ser protegida de
microrganismos ambientais que têm acesso aos revestimentos externos. O número total de linfócitos na
pele é estimado em aproximadamente 20 × 109, quase duas vezes o número total de linfócitos
circulantes.

Funções da Pele

• Revestimento e proteção (funciona como uma barreira entre o meio externo e o meio interno
corpóreo).

• Regulação da temperatura.

• Sensibilidade: tato, calor, frio e dor são captados pela pele através de receptores especializados:

Camadas da pele:

Camada superficial da pele, que tem a função de proteção contra agentes externos, mas não é uma
camada seletiva. As células de Langerhan estão presentes aqui. Possui uma variação em sua espessura,
dependendo da região do corpo em que estiver situada; na palma da mão, por exemplo, pode chegar a
uma espessura de 1,5 mm, e na pálpebra, a apenas 0,3 mm. A epiderme sofre um processo de constante
renovação, que se apresenta como uma sucessão de transformações ao longo de 28 dias. É dividida em
cinco camadas: •córnea;
• lúcida;

• granulosa;

•espinhosa;

•basal

Camada espinhosa

As células da camada basal começam seus processos de renovação e perdem água, passando para a
camada espinhosa, que é formada por um preenchimento de melanina na queratina.

Camada granulosa.

Formada por proteínas tingidas e grânulos de melanina, que fazem a proteção contra os raios UV.

Camada lúcida

Formada por células que produzem eleidina, substância graxa gordurosa responsável por lubrificar e

hidratar as estruturas. A camada lúcida está presente na pele da palma da mão e da planta do pé.

Camada córnea
Composto por células desidratadas (melanina sem água e corante sem água), o estrato córneo é

formado por células anucleadas rodeadas por queratina amolecida. É através dessa camada que ocorre a
absorção dos cosméticos.

Derme

É a porção mais densa da pele, composta por substância fundamental amorfa (que proporciona uma
característica gelatinosa para a região), rica em carboidratos, vitaminas e enzimas e é o local onde todos
os elementos da derme (órgãos anexos) se alojam. A derme é uma camada de sustentação para a
epiderme (tecido conjuntivo), composta por colágeno e elastina, rica em fibroblastos que fabricam essas
proteínas para a sustentação do tecido. Está dividida em duas camadas:

•papilar: em contato com a epiderme;

•reticular: mais densa e em contato com o tecido celular subcutâneo (hipoderme).

É na derme que se encontram os órgãos anexos da pele, os vasos sanguíneos e linfáticos, o músculo
eretor do pelo, os nervos e os órgãos sensoriais.

Órgãos Anexos

Glândulas sudoríparas
Localizadas na derme e responsáveis pela produção do suor, que tem como função regular a
temperatura da epiderme, por ser secretado diretamente nessa camada (camada córnea). O suor é
composto por água, sais e ureia.

Glândula sebácea

Responsável pela produção do sebo (substância graxa-lipídio), que é secretado no folículo piloso e a
partir dele conduzido até a camada córnea da epiderme (a glândula sebácea está fixada no folículo
piloso), além de ser responsável por lubrificar a camada superficial da pele.

O músculo eretor do pelo está fixado na camada basal e no folículo piloso, que é estimulado quando se
realiza uma contração.

Folículo piloso

É uma invaginação da epiderme (camada basal) na derme, onde são formados os pelos.

Glândula ceruminosa

Está localizada na derme do meato acústico interno (MAI) e realiza a produção do cerume, que tem a
função de proteger os tímpanos contra as agressões externas.
Pelos

Formados a partir do folículo piloso por matérias primas presentes nos alimentos que entram na
circulação sanguínea. Dessa forma, ocorre a formação da haste do pelo.

Os pelos são estruturas formadas por células da epiderme queratinizadas que, por sofrerem diversos
processos de renovação e se multiplicarem constantemente, estão sempre empurrando as células mais
velhas para a camada mais superficial, onde morrem. São importantes no controle da temperatura e
serve como barreira para micro-organismos.

Os sistemas imunes regionais incluem os sistemas imunes das mucosas, que protegem as barreiras das
mucosas gastrintestinal e broncopulmonar, bem como do sistema imune cutâneo (pele). O sistema
imune gastrintestinal é o maior e mais complexo. Considerando duas razões simples, o número de
linfócitos localizados no tecido e a quantidade de anticorpos produzidos lá, o sistema gastrintestinal
supera todas as outras partes do sistema imune combinadas. Estima-se que a mucosa intestinal humana
contenha aproximadamente 50×109 linfócitos. A dedicação de tantos recursos do sistema imune para o
intestino reflete a grande área de superfície da mucosa intestinal, que se desenvolveu para maximizar a
função primária de absorção do tecido, mas que também deve resistir à invasão pelos trilhões de
bactérias do lúmen.

Os diferentes aspectos físicos da mucosa (mole, úmida e quente) e da pele (resistente, seca e fria)
favorecem a colonização e invasão por diferentes tipos de micro-organismos. Portanto, não é de se
surpreender que o sistema imune seja especializado em diferentes formas nesses dois tipos de tecidos.
MALT

O sistema imune nas barreiras epiteliais compartilha uma organização anatômica básica, com uma
camada epitelial externa que previne a invasão microbiana, o tecido conjuntivo subjacente contendo
células de vários tipos que são mediadoras das respostas imunes aos organismos comensais ou
patogênicos que atravessam o epitélio, além da presença de linfonodos drenantes mais distantes, cujas
respostas imunes adaptativas aos micro-organismos invasores são iniciadas e amplificadas. A barreira
epitelial pode ser composta de várias camadas, como na pele, ou uma única camada sobre a membrana
basal, como nos intestinos.

Os tecidos mucosos também contêm tecidos linfoides secundários não encapsulados, mas organizados
sob a barreira epitelial, que incluem linfócitos B e T, células dendríticas e macrófagos. Estas coleções de
células imunes frequentemente denominadas tecido linfoide associado à mucosa (MALT).

GALT

O tecido linfático associado ao intestino ou GALT (do inglês gut-associated lymphoid tissue) é uma
denominação normalmente dada ao tecido imunitário do trato gastrointestinal. Protege o corpo duma
invasão microbiana procedente do intestino. O GALT é um exemplo de tecido linfoide associado às
mucosas (MALT).

O trato digestivo é um importante componente do Sistema imune do corpo. De fato, o intestino possui a
maior massa de tecido linfático do corpo humano. O GALT é constituído por vários tipos de tecido
linfático que armazena células imunitárias, como linfócitos-T e B, que nos defendem dos patogénicos.

As placas de Peyer são grupos de folículos linfoides na mucosa do intestino delgado. As regiões
parafoliculares das placas de Peyer são enriquecidas por células T e estão imediatamente adjacentes aos
folículos, ou zonas de células B, contendo os centros germinativos.
Fonte: Abbas (2015).

BALT

É o tecido linfoide associado ao brônquio BALT (do inglês bronchus-associated lymphoid tissue) é uma
denominação empregada ao sistema imune das vias respiratórias.

NALT

É o tecido linfoide associado à nasofaringe (Nasal-associated lymphoid tissue).

Sistema Complemento

O sistema complemento consiste em várias proteínas plasmáticas que trabalham juntas para opsonizar
os micro-organismos promover o recrutamento de fagócitos para o local de infecção e, em alguns casos,
matar diretamente os micro-organismos. A ativação do complemento envolve cascatas proteolíticas nas
quais uma enzima precursora inativa, chamada de zimogênio, é alterada para se tornar uma protease
ativa que cliva e, assim, induz a atividade proteolítica da próxima proteína do complemento na cascata.
As cascatas enzimáticas resultam em significativa amplificação da quantidade de produtos proteolíticos
que são gerados. Esses produtos realizam as funções efetoras do sistema complemento. Além do sistema
complemento, outras cascatas proteolíticas importantes medicamente incluem as vias da coagulação
sanguínea e o sistema cinina-calicreína que regula a permeabilidade vascular.

O primeiro passo na ativação do sistema complemento é o reconhecimento de moléculas nas superfícies


microbianas, mas não nas células do hospedeiro, o que ocorre de três maneiras, cada uma se referindo a
uma via distinta da ativação do complemento:

-via clássica

-via alternativa

-via da lectina

Via Clássica

A via clássica, assim chamada porque foi descoberta primeiro, utiliza uma proteína plasmática chamada
de C1q para detectar anticorpos ligados na superfície do micro-organismo ou outra estrutura. Uma vez
que C1q tenha se ligado à porção Fc dos anticorpos, duas serinoproteases associadas, chamadas de C1r e
C1s, se tornam ativas e iniciam uma cascata proteolítica envolvendo outras proteínas do complemento.
A via clássica é um dos principais mecanismos efetores do braço humoral das respostas imunes
adaptativas. As proteínas solúveis do sistema imune inato denominadas pentraxinas, também podem se
ligar ao C1q e iniciar a via clássica.

Via alternativa

A via alternativa, que foi descoberta mais tarde, porém é filogeneticamente mais antiga do que a via
clássica, é disparada quando uma proteína do complemento chamada de C3 reconhece diretamente
certas estruturas da superfície microbiana, tais como LPS bacteriano. O C3 também é constitutivamente
ativado em solução a um baixo nível e se liga às superfícies celulares, mas, então,

é inibido por moléculas regulatórias presentes nas células de mamíferos. Pelo fato de os microrganismos
não terem essas proteínas regulatórias, a ativação espontânea pode ser amplificada nas superfícies
microbianas. Assim, esta via pode distinguir o próprio normal de microrganismos estranhos baseando-se
na presença ou ausência das proteínas regulatórias.

Via da lectina

A via da lectina é disparada por uma proteína plasmática chamada de lectina ligante de manose (MBL),
que reconhece resíduos de manose terminal nas glicoproteínas e nos glicolipídios microbianos,
similarmente ao receptor de manose nas membranas dos fagócitos descrito anteriormente. A MBL é um
membro da família de colectina (discutido anteriormente) com uma estrutura hexamérica similar ao
componente C1q do sistema complemento. Após a MBL se ligar aos micro-organismos, dois zimogênios
chamados de MASP1 (serinoprotease 1 associada à manose ou serinoprotease associada à lectina ligante
de manan) e MASP2, com funções similares ao C1r e C1s, se associam à MBL e iniciam passos
proteolíticos na cascata e idênticos à via clássica.

Assistir aos vídeos

Vídeo aula sobre imunidade e mucosas

https://www.youtube.com/watch?v=dGqfVHN7EsU
Vídeo aula sobre o sistema complemento

https://www.youtube.com/watch?v=jePEBDmMc18

Aula dia 01.09

Células do sistema imune.

O processo de formação das células sanguíneas é denominado hematopoese. Ele tem início com uma
célula tronco pluripotente que pode tanto autorrenovar-se quanto dar origem a diferentes linhagens
celulares.

O processo de hematopoese ocorre na medula óssea, que representa um ambiente favorável para a
sobrevida, autorrenovação das células tronco e formação das células progenitoras diferenciadas.

A capacidade de autorrenovação das células-tronco é importante, pois faz com que a celularidade geral
da medula óssea mantenha-se constante. A cada divisão mitótica sofrida por essas células, uma célula
filha repõe a célula-tronco, e a outra se compromete em diferenciação (células progenitoras). As células
progenitoras por sua vez, podem responder a fatores de crescimento hematopoéticos, que são
hormônios glicoproteicos responsáveis por regular a proliferação e diferenciação das células
progenitoras e a função das células sanguíneas maduras.

A resposta das células progenitoras aos fatores de crescimento leva à produção de dois tipos de células
multipotentes, as células progenitoras linfoides comuns e as células progenitoras mieloides comuns.

O progenitor linfoide comum dará origem aos precursores de linfócitos B, T, células efetoras da resposta
imune adaptativa, e células matadoras naturais, ou mais conhecidas como natural killer (NK), que apesar
de possuírem mecanismo de ação parecido com o dos linfócitos T, fazem parte da resposta imune inata.

O progenitor mieloide dará origem aos progenitores de linhagem única comprometidos com as linhagens
eritroide, megacariocítica, granulocítica, e monocítica, que por sua vez formarão respectivamente
eritrócitos, plaquetas, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), e monócitos.

Fonte: https://xdocs.com.br/doc/formaao-das-celulas-sanguineas-dokrem1xpq8y

linhagem granulocítica

As células precursoras da linhagem granulocítica dão origem às células denominadas granulócitos, que
compreendem neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os granulócitos são assim chamados por possuírem
grânulos em seu citoplasma que se coram densamente por corantes hematológicos tradicionais e são
também chamados de leucócitos polimorfonucleares devido ao formato diferenciado de seus núcleos.
Os três tipos de granulócitos podem ser identificados pelas diferentes propriedades de coloração dos
grânulos, todos têm um tempo de vida relativamente curto e são produzidos em grande número durante
as respostas inflamatórias.

Neutrófilos

Os neutrófilos constituem os elementos celulares mais numerosos e importantes da resposta inata.


Possuem uma vida média curta, em torno de 6,5 horas, e medeiam as fases iniciais das reações
inflamatórias. São células fagocitárias do sistema imune, que tem como função primária a identificação,
ingestão e destruição de microrganismos. Os neutrófilos circulam como células esféricas seu núcleo é
segmentado em três a cinco lóbulos conectados por um fino filamento, e seu citoplasma contêm
grânulos de dois tipos. Os grânulos específicos, que são finos e preenchidos por enzimas não se coram
fortemente com corantes básicos (hematoxilina) ou ácidos (eosina), esta característica os difere dos
outros granulócitos. O segundo tipo de grânulos contidos nos neutrófilos são os azurófilos, maiores e
mais densos, são lisossomos que contêm enzimas e outras substâncias microbicidas. Apesar de estarem
presentes em grande quantidade no sangue, estão ausentes nos tecidos normais, porém, possuem
capacidade de migração rápida para os tecidos infectados ou inflamados, sendo atraídos para os sítios de
infecção por meio da atuação de quimiocinas.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/neutrofilo

Eosinófilos

Os eosinófilos são muito menos numerosos do que os neutrófilos, constituindo apenas 2-4% do total de
leucócitos. Essas células tem aproximadamente o mesmo tamanho dos neutrófilos. Seu núcleo em geral
é bilobulado com cromatina altamente condensada. A principal característica para a identificação do
eosinófilo é a presença de grânulos citoplasmáticos de granulações ovoides que se coram pela eosina
(granulações acidófilas). Essas granulações são maiores do que as dos neutrófilos, mas assim como elas
são divididas em dois grupos, específicas e primárias. As enzimas de seus grânulos citoplasmáticos
causam danos às paredes celulares de parasitas, mas podem também lesionar tecidos do hospedeiro.

Os grânulos primários são muito parecidos com os encontrados nos outros granulócitos, compostos por
lisossomos. A meia vida dos eosinófilos na circulação fica entre 8 e 18 horas e a grande maioria destas
células fica localizada nos tecidos periféricos, principalmente nos revestimentos das mucosas dos tratos
respiratório, gastrointestinal e genitourinário, podendo aumentar em número em razão do recrutamento
dessas células do sangue em condições inflamatórias.

Os eosinófilos não são células especializadas para a fagocitose de microrganismos, sua atividade
defensiva é realizada pela liberação do conteúdo dos seus grânulos para o meio extracelular.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/eosinofilo

Basófilos

Os basófilos possuem um núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, geralmente com o aspecto
de letra S. O citoplasma é carregado de grânulos maiores do que os dos outros granulócitos. Essas
células constituem menos de 1% dos leucócitos sanguíneos. Por isso, são difíceis de encontrar nos
esfregaços (procedimento realizado para exame), possuem uma capacidade baixa de proliferação e sua
meia vida é estimada como sendo de alguns dias.

Os principais mediadores produzidos pelos basófilos estão divididos em mediadores pré-formados,


mediadores lipídicos sintetizados de novo e as citocinas e quimiocinas. A maior parte dos medidores pré-
formados estocados nos grânulos são compostos por histamina. Nestes grânulos as histaminas formam
complexos com proteínoglicanos e se dissociam após a exocitose.

A função principal dos basófilos permanece desconhecida, porém eles são capazes de infiltrar tecidos
inflamados, particularmente a pele de pacientes com dermatite atópica e o trato respiratório de
pacientes com alergia respiratória.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/basofilo
Mastócitos

O precursor sanguíneo dos mastócitos ainda não está bem definido. Apesar de possuir semelhanças
funcionais e estruturais com os neutrófilos, estudos experimentais demonstraram que essas células
possuem precursores medulares diferentes e sofrem diferenciação nos tecidos.

Possuem formato arredondado ou irregular e alongadas com núcleo ovóide que contêm grânulos
citoplasmáticos abundantes preenchidos por citocinas, histamina e outros mediadores. De modo geral,
mastócitos maduros não são encontrados na circulação, mas estão presentes constitutivamente em
tecidos saudáveis, como pele e no epitélio das mucosas, geralmente próximos a pequenos vasos
sanguíneos e nervos.

São fundamentais para a patogênese das doenças de hipersensibilidade imediata, como também estão
envolvidos na resposta do hospedeiro ao patógeno, doenças autoimunes, fibrose e cicatrização de
feridas. Os mastócitos possuem em sua superfície receptores de alta afinidade que se ligam aos
anticorpos dos linfócitos B.

Os eventos de sinalização intracelular levam a fusão dos grânulos à membrana plasmática e seus
conteúdos são liberados no meio extracelular em minutos. A histamina se dissocia dos proteoglicanos no
fluído extracelular por meio de troca com íons de sódio e tem efeito na contração de músculos lisos,
células endoteliais, terminações nervosas e secreção de muco.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/mastocito

Monócitos

Os monócitos têm origem a partir de células da medula óssea, denominadas monoblastos. Possuem
núcleo em forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico Uma das características mais constantes
dessa linhagem celular é que sua cromatina aparece em arranjo mais frouxo e delicado do que nos
linfócitos. Devido a este arranjo pouco denso de sua cromatina, o núcleo do monócito contém dois ou
três nucléolos. Possuem citoplasma basófilo, com grânulos azurófilos (lisossomos) muito finos, que
podem preenchê-lo por completo, apresentando uma coloração acinzentada. O citoplasma possui
pequena quantidade de polirribossomos e retículo endoplasmático rugoso pouco desenvolvido. Há
muitas mitocôndrias pequenas e o aparelho de Golgi é grande. A superfície celular mostra muitas
microvilosidades e vesículas de pinocitose.

Após sua origem na medula óssea, o monócito passa para o sangue onde permanece por algum tempo,
e, atravessando por diapedese a parede dos capilares e vênulas, penetra nos tecidos, transformando-se
em macrófagos ou células dendríticas, dependendo do estímulo recebido.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/monocito

Macrófagos

Os macrófagos são células de vida relativamente longa e realizam muitas funções diferentes por meio da
resposta imune inata e da resposta imune adaptativa subsequente. Embora seja uma célula imune inata.
Uma de suas funções é a de englobar e matar micro-organismos invasores, mediante a geração
enzimática de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que são tóxicas para os patógenos e da digestão
proteolítica. Esse processo, chamado fagocitose, se divide em duas partes, a aderência da partícula e em
seguida a ingestão ou interiorização da mesma. Geralmente, a partícula a ser fagocitada é envolvida por
duas saliências da superfície celular dos macrófagos, os chamados pseudópodes. Quando os
pseudópodos se fundem ao redor da partícula esta penetra no citoplasma e fica envolvida por parte da
membrana celular que se separa e passa a envolver a partícula, formando o fagosomo, onde ocorrerão
as reações enzimáticas que culminarão na morte do componente fagocitado.

Neste papel fagocítico eles são uma importante defesa de primeira linha na imunidade inata e também
descartam os patógenos, as células alvo infectadas na resposta imune adaptativa, e as células de defesa
mortas nos locais da infecção, participando assim do processo de limpeza após a infecção ou resolução
da lesão tecidual.

Outro papel importante e crucial dos macrófagos é coordenar as respostas imunes por meio da
produção de citocinas. Estas citonas atuam na sinalização celular, ativando outras células e as recrutando
para a resposta imune.

Possuem também uma importante função como células apresentadoras de antígeno (APCs), que
apresentam antígenos aos linfócitos T ativando-os (no linfonodo), e promovem a reparação de tecidos
lesados estimulando o crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e a síntese de matriz
extracelular rica em colágeno (fibrose).

Os macrófagos migram para a cavidade peritoneal e outras cavidades serosas. Dessas cavidades, algumas
dessas células migram pelos vasos linfáticos e destes para a circulação sanguínea, de onde se distribuem
por todo o organismo. Possuem morfologia um pouco diferente de acordo com sua localização nos
tecidos, o que levou a uma denominação diferente para cada região, sendo:

Micróglia ─ sistema nervoso central;

Células de Kuppfer ─ fígado;

Macrófagos alveolares ─ pulmão;

Macrófagos sinusais do baço ─ polpa vermelha do baço;

Macrófagos das serosas ─ peritônio, pericárdio e pleura;


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Macrofago

Células dendríticas

As células dendríticas imaturas são provenientes principalmente dos monócitos circulantes no sangue,
que entram nos tecidos e se diferenciam inicialmente como células dendríticas imaturas, quando
presente na epiderme estas células recebem o nome de células de Langerhans. Sua maturação ocorre
após o encontro com um patógeno potencial levando a sua captura e apresentação aos linfócitos T nos
órgãos linfoides secundários (linfonodos).

O progenitor linfoide comum dá origem a uma subpopulação menor de células dendríticas, porém, como
existem mais células mieloides progenitoras do que progenitores linfoides, a maioria das células
dendríticas do organismo se desenvolvem a partir de progenitores mieloides comuns. O termo células
dendríticas veio de sua forma estrelada, a presença de numerosos prolongamentos citoplasmáticos
longos e contorcidos, como os dendritos das células nervosas. Elas representam uma população variada
de células que residem em quase todos os tecidos, representando de 1 a 2% do número total de células
locais.

Como os macrófagos e neutrófilos, elas degradam os patógenos que capturaram, mas sua principal
função no sistema imune não é a eliminação de microrganismos. São consideradas as APCs mais
potentes, sendo capazes de iniciar a resposta imune adaptativa por meio da ativação de linfócitos T.
Apesar dos macrófagos também serem capazes de atuar como apresentadores de antígenos são as
células dendríticas as mais especializadas nesta função.

Apresentam também um importante papel na regulação da resposta imune mediada por linfócitos T,
balanceando as diferentes respostas imunológicas que se desenvolvem. Elas sintetizam citocinas que
influenciam tanto a regulação da resposta imune inata quanto adaptativa.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/fagocito

Megacariócitos

As células progenitoras da linhagem megacariocítica são os megacariócitos que são células gigantes e
poliploides. Durante sua maturação o megacariócito cresce e duplica seu DNA. Uma vez maduro, o
megacariócito inicia a produção de plaquetas. As plaquetas são mantidas dentro do citoplasma dos
megacariócitos e posteriormente liberadas para cumprir sua função nos processos de coagulação e
regeneração dos tecidos.

Plaquetas

As plaquetas ou trombócitos, são corpúsculos anucleados que possuem formato de disco. Sua
concentração normal no sangue é de 200 a 400 mil plaquetas por microlitro de sangue e seu tempo de
vida é de aproximadamente 10 dias, após este período são direcionadas ao baço, onde são destruídas.
Estes corpúsculos possuem um sistema canalicular aberto, que nada mais é do que um sistema de canais
que se comunica com invaginações da membrana plasmática, permitindo um contato direto entre o
interior e o exterior da plaqueta. Esta morfologia é importante para a liberação de moléculas que são
armazenadas nas plaquetas.

http://patoclinta.blogspot.com/2015/10/plaquetas.html

Linhagem linfoide

As células progenitoras linfoides comuns dão origem às células precursoras denominadas linfoblastos, a
partir dos linfoblastos são formados os três tipos de células maduras; NK e os linfócitos B e T. Os
linfócitos T e B constituem as principais células da imunidade adquirida, sendo as únicas células do
sistema imune que expressam receptores altamente diversificados e específicos para determinado
antígeno.

Devido às várias exposições a agentes agressores sofridas pelo corpo humano todo o tempo, o sistema
imune deve ser capaz de gerar uma resposta contra qualquer tipo de patógeno entre uma ampla
variedade existente. Cada linfócito maduro possui uma variante única de um protótipo de receptor de
antígeno, portanto a população de linfócitos em conjunto expressa um grande repertório de receptores
diversificados. Isso torna possível que entre os bilhões de linfócitos circulantes no organismo, em algum
momento, um deles reconheça um antígeno estranho.

Essas células apresentam morfologia arredondada com núcleo esférico e são muito parecidas entre si,
porém, a distinção entre os diferentes tipos de linfócitos pode ser feita por meio da análise de suas
propriedades funcionais e das proteínas de membrana específicas.

Baseados nessas proteínas de membrana específicas expressas pelos linfócitos, criou-se o sistema de
agrupamentos de diferenciação, do inglês cluster of differentiation (CD), que envolve a utilização da
designação CD acompanhada de um número. Este sistema permite que as moléculas de superfície
características de determinadas

Por exemplo, os linfócitos T auxiliares expressam uma proteína de superfície chamada CD4 e os linfócitos
T citotóxicos expressam uma proteína denominada CD8.

Todos os linfócitos passam por processos complexos de maturação por meio dos quais passam a
expressar receptores antigênicos e adquirem características de células maduras. Os locais anatômicos
onde as principais etapas do desenvolvimento dos linfócitos ocorrem são chamados de sítios anatômicos
primários. Os linfócitos que ainda não foram ativados pelo antígeno são chamados de linfócitos virgens e
os linfócitos que já foram ativados por seu antígeno específico, diferenciam-se em linfócitos funcionais
chamados linfócitos efetores. Os linfócitos virgens geralmente morrem dentro de um a três meses se não
reconhecerem um antígeno. Uma das principais características da resposta imune adaptativa é a
capacidade de gerar memória imunológica. Por meio da memória o sistema imune pode responder mais
rápida e eficientemente aos antígenos. A memória imunológica deve-se ao fato de que cada exposição a
um antígeno gera células T ou B de vida longa específicas para o antígeno, que são mais numerosas do
que os linfócitos virgens específicos para aquele antígeno.
Fonte: https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-linfocitos-completo-sanarflix

Video aula 1 sobre a origem das células sanguíneas.

https://www.youtube.com/watch?v=dM24OlxCS88&t=48s

Video aula 2

https://www.youtube.com/watch?v=UQu-h5fVwdo&t=785s

Link do artigo sobre alergia alimentar

https://www.scielo.br/j/jped/a/FBjqzY63JqkBGkPrtYvXL6x/?lang=pt
Aula dia 25.08

Órgãos do Sistema Imune

Objetivos;

-Conhecer os órgãos do sistema imune.

-Identificar o local de origem dos glóbulos brancos.

-Verificar a importância do sistema linfático para a imunidade.

Conceitos iniciais sobre o sistema linfático.

O sistema linfático consiste em uma circulação paralela à circulação sanguínea, composto por uma rede
complexa de órgãos linfáticos, (linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos, capilares e vasos
linfáticos), que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório.
É, portanto, constituído por uma vasta rede de vasos que se distribuem por todo o corpo e recolhem o
líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação
sanguínea. O sistema linfático é um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com
as células do sistema imune para proteção contra bactérias e vírus invasores. Existem células circulantes
no sangue e na linfa. Porém, em sua maioria, encontra-se em órgãos linfoides especializados como os
linfonodos, timo, polpa branca do baço ou nas regiões de mucosas da s vias respiratórias e do trato
digestório.

Figura 1. Distribuição dos órgãos envolvidos na imunidade.


Fonte: Portal Biomédico. Disponível em: <http://portalbiomedico.net/?p=44>. Acesso em: 22 set. 2014.

Os órgãos do sistema imune são divididos em duas instâncias máximas:

Órgãos Primários (Centrais ou Geradores): são assim considerados, pois, são responsáveis pela produção
ou maturação de células. Estes compreendem o fígado fetal, medula óssea e timo.

» Órgãos Secundários: local de encontro entre o antígeno e células específicas do Sistema Imune e
compreende baço e linfonodos encapsulados e pertence ao sistema linfoide sistêmico, entretanto o baço
também faz parte da circulação sanguínea. Tecido linfoide associado à mucosas MALT (ex.: amígdalas,
placas de Peyer no intestino, BALT).

Medula Óssea

A medula óssea está localizada na cavidade medular dos ossos. Durante o desenvolvimento fetal, a
geração de todas as células (hematopoiese) ocorre inicialmente no saco vitelino, e mais tarde, no fígado
fetal e no baço. Essa função é assumida gradualmente pela medula óssea, que se torna o único local de
hematopoiese eficaz em seres humanos. Todas as células do sistema são originárias de precursores
indiferenciados na medula óssea denominada células-tronco ou células pluripotentes. A medula produz
cerca de seis bilhões de células por quilo de peso corporal por dia. A existência de micro nichos
ambientais na medula, ligados à secreção de diferentes fatores de crescimento e de diferenciação pelas
células do estroma, garante o desenvolvimento de várias linhagens celulares e o amadurecimento dos
linfócitos B.

A hematopoese constitui um processo altamente dinâmico de produção e diferenciaçãodas células


sanguíneas que incluem as células envolvidas na imunidade inata. O sistema hematopoiético é formado
por órgãos como fígado, baço, medula óssea , linfonodos e timo que atuam nas diferentes fases de
desenvolvimento de um indivíduo na produção, maturação e destruição das células sanguíneas.

Figura 2. Hematopoese.

Fonte: Enfermeiro Jr. Disponível em: <http://enfermeirojr.zip.net/arch2005-07-01_2005-07-31.html>.


Acesso em: 22 set. 2014.

Os primeiros vasos sanguíneos se originam a partir do mesoderma embrionário que reveste


externamente o saco vitelino. Neste local, a partir da terceira semana de gestação formam-se pequenos
acúmulos de células mesenquimais – Ilhotas de Wolff, cuja porção periférica dará origem ao endotélio
dos vasos e a porção central será responsável pela

formação de células sanguíneas primitivas e indiferenciadas. A fase hepatoesplênica ocorre ao final do


terceiro mês de gestação, nesta fase tanto o fígado fetal, quanto o baço, participa da produção de
células. Nesta fase é observada a formação de células brancas.

Ao redor do sétimo mês de vida intrauterina, a medula óssea assume o comando da produção de
células. A medula dos ossos fetais passa a ser o maior sítio de produção sendo gradativamente populada
pelos glóbulos vermelhos, leucócitos, plaquetas e suas

células progenitoras. Durante a vida fetal alguns linfócitos são formados. O fígado e o baço perdem a
função produtiva e passam a participar do processo de destruição das células.

Durante a infância a medula óssea é ativa em todos os ossos. Os ossos permitem o microambiente
apropriado para a proliferação e maturação das células hematopoiéticas; a medida que as células se
tornam maduras e diferenciadas, deixam a medula óssea por
meio de fenestrações citoplasmáticas existentes na monocamada do endotélio vascular e atingem os
sinusoides. Nesta fase ocorre intensa atividade do timo e linfonodos, portanto é comum a sobreposição
do sistema linfoide sobre o mieloide uma vez que a criança está criando imunidade.

Timo

O timo é um órgão bilobado, situado no mediastino anterior, revestido por uma cápsula de tecido
conjuntivo em cada lobo, que emite septos que penetram nos lobos, dividindo-o em um grande número
de lóbulos tímicos. Cada lóbulo consiste de um córtex externo e uma medula interna. O córtex contém
uma densa coleção de linfócitos T enquanto a medula é mais esparsamente povoada por essas células.
O timo surge por volta da sétima semana de gestação e é local de maturação para linfócitos T.

A atuação do timo na hematopoese ocorre durante quase toda a vida fetal e continua no pós-natal,
decaindo em seguida. A partir da sétima semana de vida fetal, os linfócitos-T imaturos já são detectados
no timo. No ser humano o timo encontra-se completamente desenvolvido ao nascimento e sofre
atrofia progressiva com o envelhecimento do indivíduo.

O número de linfócitos T exportados por dia pelo timo duplica no primeiro ano de vida, seguido por um
declínio durante toda a infância. Já o processo de involução tímica inicia-se nos primeiros meses de vida,
sendo maior na puberdade. Cerca de 70% da involução do epitélio tímico ocorre durante os primeiros 20
anos, e é acompanhado por uma expansão simultânea do espaço perivascular e do tecido conjuntivo
adiposo. Este processo resulta em quantidades mínimas de tecido medular e cortical no timo adulto. O
processo de involução do timo é acompanhado por uma redução significativa no tamanho, peso e áreas
funcionais do órgão, coincidindo com uma reduzida exportação de linfócitos T por este órgão.

Timo
Fonte: https://melhorcomsaude.com.br/o-timo-mediador-do-bem-estar-e-do-sistema-imune/

Baço

O Baço pesa cerca de 150g em adultos e está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome. O
baço participa da eliminação de células sanguíneas lesadas ou senescentes e é importante no controle
de infecções sistêmicas de antígenos que estão presentes na circulação. Antígenos que alcançam a
corrente sanguínea são captados pelo baço onde se processa/desenvolve a resposta imune. O baço
contém áreas mais claras, esbranquiçadas, que se dispõem como nódulos chamados polpa branca onde
se

encontram linfócitos e células acessórias imprescindíveis para a resposta imune. O baço é dividido em
duas regiões distintas, a polpa branca e a polpa vermelha. A primeira região é rica em linfócitos T e B e
sofre interferência da idade e das condições gerais do indivíduo, se alterando rapidamente em presença
de infecções ou de estímulos antigênicos. Essa região gera respostas imunes adaptativas contra os
antígenos que são

transportados pelo sangue. Já a polpa vermelha é composta por hemácias, macrófagos, células
dendríticas, linfócitos esparsos e células plasmáticas. Essa região exerce importante função de filtrar o
sangue. Além disso, o órgão é o principal sítio de fagocitose de micro-organismos opsonizados
(recobertos por anticorpos) e os macrófagos dessa região apresentam a capacidade de fagocitar
principalmente bactérias e hemácias lesadas do sangue.

Abaixo segue as funções exercidas pelo baço:

» Função hematopoiética: participa da formação dos componentes sanguíneos principalmente durante o


período de desenvolvimento fetal.
» Função imunológica: como comentamos um pouco anteriormente, o baço participa ativamente das
respostas imunes adquiridas. A presença de linfócitos B e T, de células dendríticas e macrófagos no
mesmo sítio favorece a troca de informação entre essas células, auxiliando a formação de
imunocomplexos. Enquanto os macrófagos fagocitam corpos estranhos, os linfócitos T presentes no baço
têm a capacidade de reconhecer antígenos e de regular a produção de anticorpos por linfócitos B.
Devido aos sérios e permanentes danos ao sistema imunológico, a esplenectomia total tem sido cada vez
menos indicada. A ausência do baço leva a infecções frequentes por bactérias, principalmente
pneumococos e meningococos, além de ser relacionada ao desenvolvimento de doenças autoimunes.

» Destruição se células do sangue: função importante por filtrar o sangue. Está relacionada ao tempo
médio de vida das hemácias. No decorrer da sua sobrevida (em torno de 100 dias), essas células vão
passando pelo baço, aonde vão sofrendo dano estrutural. As células envelhecidas que já sofreram
alterações suficientes vão então ser fagocitadas pelos macrófagos ali residentes.

» Auxílio na fisiopatologia das hemácias: o baço exerce importantes funções para manutenção do
funcionamento adequado das hemácias. A remodelagem da membrana eritrocitária externa é realizada
pelos macrófagos localizados no baço com o objetivo de retirar o excesso de membrana das hemácias
recém saídas da medula óssea. Esse processo é denominado remodeling ou polishing. Quando as
hemácias estão no limite máximo de sobrevida ou em ocasiões de anormalidade das mesmas, tais
células são retiradas da circulação pelos macrófagos para serem então destruídas. Processo esse
denominado culling. Já as hemácias que apresentam material estranho em seu interior (restos de
hemoglobina ou parasitas) sofrem ação também dos macrófagos, que retiram apenas essas partículas
estranhas, sem destruir a célula. Esse processo é conhecido como pitting.

» Reservatório: essa função se deve principalmente por o órgão ser rico em sangue. Aproximadamente
um terço do total de plaquetas do homem está armazenado no baço. A esplenocontração serve como
estímulo para liberação de plaquetas para a circulação periférica. Além da liberação de plaquetas jovens,
o estímulo levará a liberação de reticulócitos e granulócitos.

Baço

Fonte: https://www.tuasaude.com/baco/
Linfonodos

Os linfonodos, também chamados gânglios linfáticos ou nódulos linfáticos, têm a forma aproximada de
um grão de feijão e encontram-se distribuídos ao longo dos vasos linfáticos que drenam as diversas
regiões do organismo. A rede de linfonodos funciona como uma armadilha para a captura de moléculas
estranhas e é o local onde se encontram os linfócitos que são ativados quando seus receptores
específicos ligam-se aos seus alvos. Uma vez ativados, os linfócitos proliferam-se, diferenciam-se e
produzem moléculas capazes de eliminar o antígeno.

Linfonodos

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-sao-linfonodos.htm

Assistir ao filme do link abaixo sobre sistema imune:

https://www.youtube.com/watch?v=JzaQaFVNi3o
Assistir à vídeo-aula sobre o sistema linfático

https://www.youtube.com/watch?v=4eekxipeXkc

Leitura de material sobre o sistema linfático

https://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/7Linfat.pdf

Aula dia 18.08

Objetivos.

1- Definir imunologia.

2- O que o sistema imune combate?

3- O que são imunidade inata e adaptativa?


4- Conhecer as células da imunidade inata e adaptativa.

5- Diferenciar Infecção de infestação.

Assistir ao filme O garoto da bolha de plástico

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=GfLpKXovD6Q

Filme completo e dublado.

Filmle aborda a história da criança que nasceu com uma doença rara em que não há resposta do sistema
imune.

Assistir o filme é fundamental para a compreensão do conteúdo da aula do dia 16.09.

Introdução ao Sistema Imune

O sistema imune é uma rede complexa de células e mediadores cuja finalidade é manter em equilíbrio a
tarefa de proteger hospedeiros contra ameaças invasivas, incluindo microrganismos patogênicos,
parasitas, células transformadas e toxinas, mantendo a tolerância aos autotecidos e dos micróbios
comensais. A ampla diversidade de micro-organismos aos quais os seres humanos estão expostos, assim
como sua rápida capacidade de mutação e de subverter as respostas imunes, aumenta a necessidade de
um sistema imune altamente dinâmico e adaptável com uma sofisticada rede de comunicação. Mesmo
assim, muitos micróbios encontrados na vida cotidiana não são patogênicos devido à baixa capacidade
para invadir ou para infectar os hospedeiros, e para o funcionamento apropriado do sistema imune para
limitar sua patogenicidade. As respostas imunes ativas podem ser tóxicas para os tecidos do corpo
humano e exigem muita energia e nutrientes para expandir as populações de células efetoras e sintetizar
os mediadores imunes. Esses fatores criam pressões seletivas sobre o sistema imune para gerar
respostas somente quando os indivíduos forem colocados em situação de perigo, para particularizar a
reação e melhorar o confronto e neutralizar o agente causativo, e para interromper a atividade a partir
da eliminação do perigo. Sistemas imunes com funcionamento adequado protegem a homeostase por
meio da sensibilidade de quando e como responder a situações ameaçadoras e através do uso de
sistemas sofisticados de pontos de verificação.

Sob a perspectiva clínica, muitas doenças e condições mantêm uma ligação óbvia com o funcionamento
inadequado do sistema imune. Respostas imunes insuficientes poderão produzir infecções agudas e
crônicas incontroláveis. Entretanto, respostas manifestas do sistema imune a infecções, como aquelas
observadas nos casos de choque séptico ou da síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA),
também podem ter consequências fatais. Provavelmente, as respostas desnecessárias a materiais
estranhos inócuos ou aos autoantígenos sejam os deflagradores subjacentes de alergias e
autoimunidade, respectivamente. Além do papel clássico desempenhado nessas doenças infecciosas e
inflamatórias, o sistema imune tem também uma participação importante na vigilância e no controle de
tumores, doenças cardiovasculares, complicações da saúde relacionadas à obesidade, doenças
neuromusculares, depressão e algumas formas de demência. Consequentemente, o conhecimento do
papel desempenhado pela imunidade em processos de doença está se tornando cada vez mais
importante na maior parte dos aspectos ou mesmo em todos os aspectos da prática clinica.

Fonte: https://www.medicinanet.com.br/

Fonte: https://www.brooklynallergydr.com/blog/entry/healthy-immune-system-healthy-you

A imagem acima exemplifica bem o sistema de defesa do nosso corpo que funciona como um escuto
contra invasores.

Imunidade Inata.

A imunidade inata (também denominada imunidade natural ou nativa) fornece a primeira linha de
defesa contra micro-organismos. Ela consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que
estão em vigor mesmo antes da infecção e são preparados para responder rapidamente a infecções.
Esses mecanismos reagem aos produtos dos micro-organismos e

células lesionadas, e elas respondem essencialmente da mesma forma para exposições repetidas. Os
mecanismos da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns a grupos de micro-
organismos relacionados e podem não distinguir pequenas diferenças entre os micro-organismos. Os
principais componentes da imunidade inata são:

barreiras físicas e químicas, tais como epitélio e agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies
epiteliais;

células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas e células assassinas naturais (NK, do
inglês natural killer) e outras células linfoides;

(3) proteínas sanguíneas, incluindo membros do sistema complemento e outros mediadores da


inflamação.

Fonte: https://cradlewise.com/blog/baby-immune-system-boosters-pregnancy-birth/

A figura acima com o bebê dentro de uma bolha (campo de força) não faz alusão ao filme que assistiram
(o garoto da bolha de plástico) mas sim refere-se ao sistema imune inato.

Reparem que diversas formas de micro-organismos estão tentando chegar ao bebê, mas o campo de
força não permite.

Imunidade adaptativa
Contrapondo-se à imunidade inata, existem outras respostas imunes que são estimuladas pela exposição
a agentes infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição
subsequente a um microrganismo particular. Pelo fato de esta forma de imunidade se desenvolver como
uma resposta à infecção e se adaptar à infecção, ela é chamada de imunidade adaptativa (também
denominada imunidade adquirida ou específica). O sistema imune adaptativo reconhece e reage a um
grande número de substâncias microbianas e não microbianas. As características que definem a
imunidade adaptativa são a habilidade de distinguir entre diferentes substâncias, chamada
especificidade, e a habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo
microrganismo, conhecida como memória. Os componentes exclusivos da imunidade adaptativa são
células denominadas linfócitos e seus produtos secretados, tais como anticorpos. Substâncias estranhas
que induzem as respostas imunes específicas ou são reconhecidas pelos linfócitos ou anticorpos
chamam-se antígenos.

A figura do bebê com um filhote de cachorro ilustra o conceito popular de que temos de manter contato
com o ambiente para desenvolvermos a imunidade.

Conceitos básicos de imunidade.

Vídeo sobre conceitos básicos de imunologia. Assistir ao vídeo, é crucial para o andamento da aula.

Caso não consiga abrir o vídeo, copie o link e cole diretamente na barra de endereços do google chrome
ou mozila.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=5HqHC7V4CqA
Leitura obrigatória do Artigo.

Análise de variáveis relacionadas à evolução letal do escorpionismo em crianças e adolescentes no


estado de Minas Gerais no período de 2001 a 2005

Link: https://www.scielo.br/j/jped/a/FcJk6S4Z3DyhxGKdxDWPgkC/?lang=pt

Após atingirmos os pbjetivos propostos, faremos exercícios de fixação.

Bom estudo a todos.

Publicado por: prof. Igor Duarte de Almeida prof_GERAL

Publicado para: Imunologia - E_ (Mat) _SM_UCS

Cronograma da disciplina

Publicado em: Quarta-feira, 11 de Agosto de 2021 12h41min36s BRT

CRONOGRAMA – Imunologia

Data

Conteúdo
Agosto

11/08

Introdução à imunologia: Apresentação do Plano de Ensino, focando objetivos, conteúdos, estratégias,


avaliação e bibliografia. Introdução à Imunologia.

18/08

Propriedades gerais da Resposta Imune: Diferenciar as respostas imunes inata, adaptativa (celular e
humoral).

25/08

Fisiologia do Sistema Imune: órgãos linfoides: conceituar órgãos primários e secundários.

Setembro

01/09

Fisiologia do Sistema Imune: órgãos linfoides: conceituar órgãos primários e secundários.

08/09

Células do sistema imune: características e principais funções efetoras.


15/09

Resposta Imune Inata ou Natural: Primeiras barreiras (peles, mucosas, enzimas). Segunda barreira
(fagocitose, inflamação aguda, sistema complemento)

22/09

Citocinas: Principais Citocinas da imunidade inata e adquirida

29/09

Imunoglobulinas ou anticorpos: Estrutura e funções das classes e subclasses. Esquematizar a secreção


das Ig. Caracterizar os anticorpos presentes nas respostas imunes primárias e secundárias quanto a
classe e afinidade. Trabalho

outubro

06/10

Avaliação A2 Imunologia (vale 3 pontos)

13/10

Vista de prova.

Imunoglobulinas ou anticorpos:
Sequenciar, de acordo com a concentração, as classes de Ig humana nas diversas secreções corpóreas.

20/10

Apresentação de antígeno e Complexo de Histocompatibilidade.

Descrever estruturalmente as moléculas do CPH (MHC), distinguindo as de Classe I e Classe II.

Descrever a participação do MHC no processo de reconhecimento de antígenos pelo linfócito T.

27/10

Resposta Imune Celular: Enumerar as células apresentadoras de antígeno ao linfócito T. Descrever os


subtipos de linfócitos T e suas principais funções efetoras.

Novembro

03/11

Hipersensibilidade e Autoimunidade: Descrever os mecanismos e tipos.

10/11

Transplantes: Rejeição de transplantes de órgãos.

17/11
Imunodiagnósticos: Descrever as principais técnicas de imunodiagnóstico (ELISA, Soroaglutinação,
Imunofluorescência e Imunohistoquímica)

24/11

Estudo dirigido, conteúdo para a avaliação A1.

Dezembro

01/12

Avaliação Regimental A-1 (vale 5 pontos)

08/12

Vista de provas e Orientações para AF

15/12

Avaliação Final

21/12

Término do ano letivo


O cronograma poderá sofrer alterações ao longo do semestre.

Avaliações:

Prova parcial valendo até 3,00 pontos + 2 trabalhos valendo 1 ponto cada feitos em sala de aula.

Você também pode gostar