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ORGANIZAÇÕES

INTERNACIONAIS.

M a . G e r m a n a Tr in d ade
1. TEORIA GERAL
As organizações internacionais, também conhecidas como
organismos internacionais ou organizações intergovernamentais
são entidades criadas e formadas por Estados, por meio de
tratado (que funcionam como “ato constitutivo” da
entidade), dotadas de um aparelho institucional permanente e
de personalidade jurídica própria e com o objetivo de administrar
a cooperação internacional em temas de interesse comum.
Surgimento no séc XIX, mas tornaram-se presença comum a
partir da segunda metade do século XX.
Significam a consolidação do multilateralismo como modelo
empregado para o tratamento das questões internacionais, que
antes eram, em geral objeto apenas de negociações bilaterais.
1. TEORIA GERAL

Organização internacional é a associação voluntária de


sujeitos do Direito Internacional, criada mediante tratado e
com finalidades predeterminadas, regida pelas normas do
Direito Internacional, dotada de personalidade jurídica
distinta da dos seus membros, que se realiza em um
organismo próprio e estável, dotado de autonomia e
especificidade, possuindo ordenamento jurídico interno e
órgãos auxiliares, por meio dos quais realiza os propósitos
comuns dos seus membros, mediante os poderes que lhes são
atribuídos por estes. (Mazzuoli)
1. TEORIA GERAL
Carcaterísticas
a) criadas por Estados
b) instituídas por meio de tratados multilaterais
c)são frutos de um acordo de vontade
d)têm capacidade civil e personalidade jurídica própria
e) compõem-se de órgãos de caráter permanente, que são
distintos e independentes dos demais membros da organização
f) seus órgãos têm vontade própria e primam pelos interesses da
organização
g) gozam, junto aos seus órgãos e delegados governamentais
acreditados, dos privilégios e imunidades necessários ao exercício
de suas funções.
1. TEORIA GERAL

Carta (acordo constitutivo) ≠ estatuto interno (não é um


tratado, vez que emana dos órgãos de cúpula da própria
organização. Regulamenta o direito interno da organização).
1.1 NATUREZA JURÍDICA

Possuem personalidade jurídica derivada - vez que são criadas por


Estados, que possuem personalidade jurídica originária.
ONGs - são entes privados (criadas por particulares) com
personalidade jurídica de Direito Interno que, eventualmente, atuam no
âmbito internacional. Algumas ONGs atuam nas organizações
internacionais podendo acompanhar os trabalhos e, eventualmente
manifestarem-se, mas nunca com direito a voto.
Um organismo internacional pode fazer parte de outro.
Os tratados constitutivos das organizações, em regra, são chamados
de Cartas, mas tb podem ter denominações diversas como Constituição
ou Estatuto.
1.1 NATUREZA JURÍDICA
Possuem aparelho institucional permanente - arcabouço de
órgãos e de agentes dedicados às atividades de entidade por
prazo indeterminado.
Organograma (não é igual em toda organização):
a) um órgão plenário, no qual se reúnem todos os seus
membros, dentro do qual são traçadas as grandes linhas do
trabalho da entidade e negociados os tratados.
b)um órgão executivo, normalmente denominado “conselho”,
competente para executar as principais políticas da entidade,
no qual apenas alguns Estados estão representados.
c) um secretariado, com poderes para cuidar dos assuntos
administrativos.
Há tb um funcionário que será o representante máximo da
organização, eleito na forma do ato constitutivo da entidade.
1.1 NATUREZA JURÍDICA
Segundo Resek, dois órgãos são indispensáveis:
1. assembleia geral - onde todos os Estados-membros tenham
voz e voto, em condições igualitárias, e que configure o centro
de uma possível competência legislativa da organização. Que se
reunirá uma vez por ano (ordinária), ou pode ser convocada
em caráter excepcional, quando o exigem as circunstâncias.
2. uma secretaria - órgão de administração, de funcionamento
permanente, integrado por servidores neutros em relação à
política dos Estados-membros - particularmente à de seus
próprios Estados patriais.
Mas outro órgão encontrável é o conselho permanente - exerce
competência executiva, pode ser composto por todos os
estados-membros ou por alguns.
1.1 NATUREZA JURÍDICA
OBS: há tb um funcionário que será o representante
máximo da organização, eleito na forma do ato
constitutivo da entidade.

Uma organização internacional é formada com vistas a


promover a cooperação internacional em temas de
interesse comum.

Função de coordenar e supervisionar a execução dos


tratados - acompanhamento da execução dos tratados
celebrados dentro da entidade e pela tomada de
providências voltadas a responder às eventuais violações
dos compromissos assumidos em seu âmbito.
1.1 NATUREZA JURÍDICA
Nem toda decisão tomada dentro de uma organização
internacional é juridicamente obrigatória, podendo ter
impacto meramente político ou moral ou servir apenas
como orientação.
Quorum de aprovação - maioria mínima fixada
normalmente no ato constitutivo da entidade e que pode
variar entre as organizações. Em regra 2/3.
Outras funções são: influenciar as decisões dos Estados e
estabelecer mecanismos de solução de controvérsias
internacionais.
Também podem atuar através de atos unilateriais.
1.2 PERSONALIDADE
JURÍDICA
Podem: concluir tratados (Mazzuoli - desde que
expressamente conste esta faculdade no convênio
constitutivo da organização, não é posição
majoritária); praticar os atos necessários ao cumprimento
de seus fins (ex. celebrar contratos, contrair empréstimos, e
recrutar funcionários); são responsáveis pelos atos que
praticam e pelas obrigações assumidas; têm capacidade de
auto-organização (podendo estabelecer seus próprios órgãos e
métodos de trabalho); podem exercer o direito de
legação e gozam de imunidade de jurisdição,
normalmente regulada por seus próprios atos constitutivos ou
por tratados específicos, concluídos com os entes estatais com
os quais se relacionam.
1.2 PERSONALIDADE
JURÍDICA
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre
Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações
Internacionais, até o momento ainda não entrou em vigor.
Sendo aplicanda como norma costumeira.
Personalidade internacional das organizações
internacionais - parecer da CIJ que reconheceu à ONU o
direito à reparação pela morte de seu mediador para o
Oriente Médio, Folke Bernadotte, em Jerusalém em 1948.
Adquirem personalidade jurídica no momento em que
efetivamente começam a funcionar.
Independe do reconhecimento dos Estados, impondo-se
mesmo sobre os Estados que não sejam membros do
organismo internacional.
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS
E CARACTERÍSTICAS.
Multilateralidade - no mínimo 3 membros.
Permanência - devem funcionar por prazo indeterminado,
e não de maneira ad hoc, e com um órgão que, de maneira
duradoura e estável, administre a organização, respondendo
por seus direitos e obrigações.
Extinção - por decisão de seus membros, a partir de sua
dissolução ou de sua sucessão por outra organização.
Presença de institucionalização - existência de órgãos
próprios e agentes responsáveis pelas atividades da entidade.
Possuem Poder Regulamentar - de pautar o tratamento de
temas em sua área de atuação.
Princípio majoritário - registra-se que existem
organizações onde as decisões são tomadas por unanimidade
ou por consenso (Mercosul).
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS
E CARACTERÍSTICAS.
Vários sistemas podem ser adotados para que a vontade dos
Estados em processos decisórios de organizações
internacionais se repute válida:
1. Sistema da Unanimidade
2. Sistema da dissidência - deixa de aplicar determinada
resolução para os Estados que não a aprovaram.
3. Sistema do voto ponderado - alguns países podem ter
direito a mais votos que outros. Ex: FMI, Conselho de
Segurança da ONU no tocante ao poder de veto.
4. Sistema da maioria simples (dos votantes) ou da maioria
qualificada (2/3 dos membros votantes)
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS
EExistência
CARACTERÍSTICAS.
de um ordenamento jurídico interno - ou seja,
pela capacidade de regularem as relações que se desenvolvem
em seu âmbito.
Possuem quatro tipos de competências:
a) Competência normativa - interna (regulam suas próprias
atividades) e externa (estabelecem normas dirigidas aos
demais sujeitos de Direito Internacional, envolvendo a
conclusão de tratados, o poder de convocar uma reunião
internacional e de emitir resoluções, que podem ou não ter
caráter obrigatório, dependendo do que defina a própria
organização.
b) competência operacional - capacidade de formular e
executar operações, políticas, e projetos para atingir seus
objetivos.
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS
E CARACTERÍSTICAS.
c) competência de controle - resume-se a supervisionar a
aplicação dos tratados negociados no âmbito da entidade ou
das normas que esta tenha competência de elaborar. Tal
controle pode ser acionado: 1. pelos mecanismos de
acompanhamento da própria organização; 2. por iniciativas de
pessoas ou grupos; 3. a partir de acusações dos Estados.
OBS: o controle pode ser político, técnico ou jurisidicional.

d) competência impositiva - capacidade do organismo impor


suas decisões, o que dependerá do que for estabelecido a
respeito pelo ato constitutivo da organização. Capacidade de
impor sanções àqueles que violem suas normas ou os tratados
que foram elaborados em seu âmbito.
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS
E CARACTERÍSTICAS.
• As sanções devem esta previstas em tratado (via
de regra no que constituiu a organização), e
podem incluir a suspensão da participação na
entidade ou em alguns de seus órgãos, a expulsão
do organismo, reparações financeiras ou até
mesmo ações militares (como no caso da ONU).
• A suspensão atinge somente direitos e privilégios
e não as obrigações do Estado.
1.4 ESPÉCIES
a) Quanto à abrangência, alcance ou base territorial:
1. regionais
2. universais - aceitam membros de qq lugar do mundo, sem
restrições.
Obs: as regras de um organismo regional não podem contrariar as
regras de uma organização universal.

a.1) Quanto à participação de Estados:


1. abertas
2. abertas limitadas (regionais)
3. fechadas (não permitem o ingresso de nenhum Estado que não
participou originalmente de sua criação).
1.4 ESPÉCIES
b) Quanto aos seus fins:
1. gerais
2. especiais/de fins específicos - cuidam de temas
específicos.
Rezek:
1. vocação política - voltadas a ampla gama de temas, que
consagram sobretudo à paz e a segurança, embora
cuidem de outros propósitos.
2.vocação específica - voltadas primordialmente a um fim
econômico, financeiro, cultural ou estritamente técnico.
1.4 ESPÉCIES
c) Quanto à natureza dos poderes exercidos:
1. Intergovernamentais - baseiam-se na
coordenação, seus órgãos são formados por
representantes dos Estado, e suas decisões são
tomadas pela unanimidade ou maioria qualificada.
2. Supranacionais - subordinam os Estados
membros. Os órgãos agem em nome próprio e não
como representantes estatais, e suas decisões são
imediatamente executáveis no interior dos Estados
mebros. Ex. União Europeia.
1.4 ESPÉCIES
d) Quanto aos poderes recebidos ou quanto às estruturas
institucionais
1. cooperação - procuram coordenar as atividades dos membros com
o objetivo de alcançar interesses comuns.
2. integração - têm capacidade de impor as suas decisões, razão
porque também são conhecidas como de subordinação.
e) Quanto à sua independência
1. Independentes - devem respeito apenas às regras do DIP.
2. Dependentes - além de observar as normas do DIP, devem
obedecer determinadas regras de alguma ordem jurídica estatal. Ex.
União Postal Universal, cujo o convênio constitutivo lhe impõe a
superior fiscalização do Governo da Confederação Suíça.
1.5 INFORMAÇÕES
ADICIONAIS
ADMISSÃO - via de regra é regulada a admissão de novos
membros por meio do ato constitutivo, e geralmente está
condicionada à anuência de seu órgão competente e/ou à
concordância de pelo menos parte dos membros da
organização, bem como ao cumprimento de certos
requisitos e à adesão do Estado interessado ao tratado que
criou a entidade.

SAÍDA - voluntariamente (por meio da denúncia) ou pela


expulsão (violação de regras da entidade). Em ambos os
casos não são afetados os compromissos assumidos
quando ainda era membro da organização e enquanto tais
medidas não geraram efeitos.
1.5 INFORMAÇÕES
ADICIONAIS
SEDE - em regra, tem sede em um dos Estados-membros,
porém nada impede que a sede fique em Estado não-membro.
Poderá ter mais de uma sede.

ACORDO SEDE

IMUNIDADES E PRIVILÉGIOS - poderão ser definidos


através de tratados, no geral é semelhante ao status das
missões diplomáticas e dos diplomatas no exterior.
1.5 INFORMAÇÕES
ADICIONAIS
FINANCIAMENTO - definido pela própria organização, em
regra tem-se a “cotização”, que consiste no pagamento de
contribuição em valor que normalmente corresponde à
capacidade contributiva de cada ente Estatal. Mas podem
existir outras formas de financiamento, como a captação de
recursos no mercado financeiro e a venda de produtos e
serviços.

AGENTES OU FUNCIONÁRIOS INTERNACIONAIS - são


recrutados de acordo com os critérios estabelecidos por cada
organização e que representam os interesses desta, devendo ser
neutros em relação a seus Estados de origem, dos quais não
podem receber instruções.
1.5 INFORMAÇÕES
ADICIONAIS

Os representantes dos Estados junto às


organizações internacionais e as respectivas
sedes de suas missões ou delegações também
gozam de privilégios e imunidades diplomáticas.

funcionário internacional ≠ diplomata.


2. ONU

É a principal referência dentre as entidades do tipo, por


ser um organismo de caráter universal, bem como por
ter sido um marco no desenvolvimento do Direito
Internacional.
2.1 HISTÓRICO

Foi criada por ocasião da Conferência de São Francisco em


26.06.45, quando foi firmada a Carta das Nações Unidas, e
iniciou suas atividades em 24.10.45.
Sede em NY, e sede europeia em Genebra (Suíça), possuindo
diversas sedes, órgãos e representações distribuídos pelo
mundo.
Sucedeu a Liga das Nações, tb conhecida como Sociedade das
Nações (1919 -1947), e que tinha sede em Genebra. E que
fracassou por adotar a regra da unanimidade para a aprovação
das principais decisões da entidade, pela não participação dos
EUA e por não ter sido capaz de evitar a II Guerra Mundial.
2.1 HISTÓRICO
O principal documento da ONU é a Carta das Nações Unidas, mas
outro documento importante é Declaração do Milênio - aprovada
em 2000 - que tem como objetivo adaptar a ONU às necessidades do
novo século, reafirmando os objetivos e princípios das Nações
Unidas e indicando as metas a alcançar diante de antigos e novos
desafios da sociedade internacional.
Declaração do Milênio definiu como valores essenciais no século
XXI: a liberdade, a igualdade, a solidariedade, a tolerância, o
respeito à natureza e a responsabilidade comum.
8 objetivos: 1. reduzir a pobreza, 2. universalizar o ensino básico, 3.
promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, 4.
reduzir a mortalidade infantil, 5. melhorar a saúde materna, 6.
combater doenças como a AIDS e a malária, dentre outras, 7.
garantir a sustentabilidade ambiental, e 8. estabelecer uma parceria
para o desenvolvimento.
2.2 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
• OBJETIVOS, art. 1º da Carta das Nações Unidas:

manter a paz e a segurança internacionais e,


para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os
atos de agressão ou qualquer ruptura da paz e
chegar, por meio pacíficos e de conformidade
com os princípios da justiça e do Direito
Internacional, a um ajuste ou solução das
controvérsias ou situações que possam levar a
uma pertubação da paz.
2.2 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
a ONU deve agir orientada pelos princípios estabelecidos no
art. 2º da Carta da ONU.

a paz deve ser fundamentada em determinadas condições de


vida e de respeito aos direitos humanos, por isso as ações da
ONU favorecerão :a) níveis mais alto de vida e de trabalho
efetivo e condições de progresso e desenvolvimento
econômico e social; b) a solução dos problemas econômicos,
sociais, sanitários e conexos; c) a cooperação internacional,
da caráter cultural e educacional; e d) o respeito universal e
efetivo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais
para todos, sem distinção de sexo, raça, língua ou religião.
2.2 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
A ONU veio consolidar uma série de noções fundamentais
para as relações internacionais da atualidade, como a
autodeterminação dos povos, a proibição do uso da força
nas relações internacionais, a solução pacífica de
controvérsias e a atribuição de prioridade à proteção dos
direitos humanos.

Admissão - por meio de decisão de sua Assembleia Geral


mediante recomendação do Conselho de Segurança.

Membros: originais ou originários (participaram da


Assembleia de São Francisco ou da Declaração das Nações
Unidas, em 1942) e os admitidos.
2.2 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
Um estado membro pode ter suas atividades suspensas, por decisão
da Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de
Segurança, caso seja objeto de ação preventiva ou coercitiva por parte
do Conselho de Segurança. Tal suspensão poderá ser cancelada por
ato do Conselho de Segurança.

Expulsão - em caso de violação persistente dos princípios que


inspiram a ONU, através decisão da AG, após recomendação do
Conselho de Segurança.

A Carta da ONU pode ser objeto de emenda, através de votos de 2/3


dos membros da AG e ratificada por 2/3 dos membros, incluindo-se
todos os membros permanentes do Conselho de Segurança (China,
EUA,França, Reino Unido e Rússia)
2.2 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS

Línguas oficiais: árabe, chinês, espanhol,


francês, inglês e russo.
2.3 ÓRGÃOS
2.3.1 Assembleia Geral
• ASSEMBLEIA GERAL

Não é órgão permanente, reunido-se ordinariamente uma vez por


ano, em sessão que começa em setembro e termina em dezembro, na
sede da ONU em NY.

Reunir-se-á extraordinariamente por convocação do Secretário-


Geral, a pedido do Conselho de Segurança ou da maioria dos
membros.

Discute qq tema que esteja dentro das finalidades da Carta da ONU.

Poderá fazer recomendações a qq membro ou Conselho de


Segurança.
2.3.1 Assembleia Geral
Poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações
que possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais.

As deliberações da Assembleia Geral adotam, em regra, a forma de


resolução, que normalmente têm o caráter de meras recomendações.

O quorum para as resoluções importantes é de 2/3 dos


membros presentes e votantes. São importantes: as relativas à
paz e segurança e ao funcionamento do sistema de tutela; a eleição
dos membros não permanentes do Conselho de Segurança, do
Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela; admissão,
suspensão e expulsão; e orçamento.

Quorum para as demais aprovações - maioria dos membros


presentes e votantes.
2.3.2 Conselho de Segurança
detém a principal responsabilidade pela manutenção
da paz e da segurança internacionais.

é competente para determinar a existência de qualquer


ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, e para
proferir recomendações ou decidir medidas que
possam manter ou restabelecer a paz e a segurança
internacionais.

Podendo o Conselho agir de ofício ou a partir de


solicitações da AG, do Secretário Geral ou de qq
Estado, membro ou não da ONU.
2.3.2 Conselho de Segurança
O Conselho é competente para decidir a respeito de qq
ação que possa debelar tais ameaças, bem como para
articular as ações que serão implementadas (meras
recomendações à interrupção completa ou parcial das
relações econômicas, dos fluxos de transportes e de
comunicações e das relações diplomáticas, bem como
ações militares).

As forças ou missões de paz da ONU são formadas por


tropas de Estados-membros a partir de determinação
do Conselho de Segurança e por meio de acordo entre a
ONU e seus membros.
2.3.2 Conselho de Segurança
é o principal órgão responsável pela administração do mecanismo de
segurança coletiva criado pela ONU.
As resoluções do Conselho podem ou não serem vinculantes.
emite recomendações à AG quanto à admissão, à indicação do
Secretário-Geral, e à suspensão e expulsão de membros.
Possui 15 membros, sendo 5 permanentes (China, França, Rússia,
EUA, e Reino Unido), e 10 eleitos pela AG para mandatos de 2 anos,
(não podendo serem reeleitos), com base no princípio da
distribuição geográfica equitativa.
Grã-Bretanha é uma ilha que abriga a Inglaterra, a Escócia e o País de
Gales ≠ Reino Unido (congrega os países da Grã-Bretanha + Irlanda
do Norte)
Funciona durante todo o ano.
2.3.2 Conselho de Segurança
Enquanto outros órgãos das Nações Unidas fazem recomendações aos
governos, só o Conselho tem o poder de tomar decisões que os
Estados-Membros são obrigados por força da Carta a realizar.

Cada membro do Conselho tem direito a um voto. As decisões sobre


questões de procedimentos são tomadas pelo voto afirmativo de pelo
menos nove dos 15 membros.

As decisões sobre questões IMPORTANTES (a definição de uma


matéria como importante é tb considerada “questão importante”)
exigem nove votos, incluindo os votos afirmativos de todos os cinco
membros permanentes. Esta é a regra conhecida como “unanimidade
das grandes potências” ou poder de “veto”.
2.3.2 Conselho de Segurança

função do veto - evitar a saída da ONU de potências


que eventualmente fossem contrariadas.

Veto x Princípio da Igualdade entre Estados.

O Estado que for parte em uma controvérsia se


absterá de votar. Um Estado que for parte em uma
controvérsia e não pertencer aos quadros do Conselho
de Segurança ou da própria ONU poderá participar das
deliberações, ainda que sem direito a voto, e dentro das
condições estabelecidas pelo próprio conselho
2.3.3 Secretaria Geral

é o principal órgão administrativo da ONU, é chefiado


pelo Secretário-Geral (Ban Ki-moon - Corea do Sul,
com mandato até 2017), que é eleito pela AG, mediante
recomendação do Conselho de Segurança, para um
mandato de 5 anos, permitida uma recondução para o
período subsequente.

Tem papel diplomático, além de alertar o Conselho de


Segurança para situações de instabilidade.
2.3.4 OUTROS ÓRGÃOS

• Conselho Econômico e Social - ECOSOC - é


composto por 54 membros da ONU, eleitos pela
AG para um mandato de 3 anos, permitida a
reeleição, com a eleição de 18 membros por ano.
• É competente para fazer estudos e relatórios a
respeito de assuntos internacionais de caráter
econômico, cultural, educacional, sanitário e
conexos, como o desenvolvimento, e para
promover a observância dos direitos humanos.
2.3.4 OUTROS

• Conselho de Tutela

• Corte Internacional de Justiça - É órgão jurisdicional da ONU. Só


Estados podem ser partes nos litígios perante o Tribunal.

• Conselho de Direitos Humanos, sucessor da Comissão de Direitos


Humanos
2.4 Organismos especializados
do Sistema da ONU
Organizações independentes conhecidas como "organismos
especializados" estão vinculados à ONU mediante acordos de
cooperação. Poderão ter suas atividades coordenadas pelo Conselho
Econômico e Social da ONU - ECOSOC.

Todos são organizações internacionais, não sendo meros


departamentos da ONU.

Os acordos constitutivos que criam organismos especializados tem


natureza jurídica de tratados internacionais, cuja elaboração fica a
cargo do Conselho Econômico e Social.

2.4 Organismos especializados
do Sistema da ONU

• Essas organizações internacionais ligadas ao sistema da ONU são


dotadas, efetivamente, de considerável autonomia: possuem sede
diversa da Organização das Nações Unidas; seus membros podem
ou não pertencer à ONU; a estrutura administrativa independe da
estrutura da ONU.

A vinculação entre os organismos especializados da ONU e a


organização nasce com o tratado constitutivo que os cria e perdura
ininterruptamente.
2.4 Organismos especializados
do Sistema da ONU

Os principais organismos especializados são:


1. OMS (Organização Mundial da Saúde)
2. FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação)
3. UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura)
4. OIT
2.4 Organismos especializados
do Sistema da ONU

as organizações "técnicas": (Organização da Aviação Civil Internacional


- OACI, Organização Marítima Internacional - OMI, União
Internacional de Telecomunicações - UIT, Organização Mundial da
Propriedade Intelectual - OMPI, Organização Meteorológica Mundial -
OMM, União Postal Universal - UPU, Fundo Internacional para o
Desenvolvimento Agrícola - FIDA, Organização das Nações Unidas para
o Desenvolvimento Industrial - ONUDI).

as organizações financeiras: (Banco Mundial ou Banco Internacional


para a Reconstrução e o Desenvolvimento - BIRD e Fundo Monetário
Internacional - FMI)
2.4 Organismos especializados
do Sistema da ONU
diversos organismos menores (Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados - ACNUR, Comissão Econômica para a América
Latina - CEPAL, Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS,
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD,
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA,
Programa das Nações Unidas sobre o HIV/AIDS - UNAIDS, Fundo de
População da ONU - UNFPA, Programa das Nações Unidas para
Assentamentos Humanos - UM-HABITAT, Fundo das Nações Unidas
para as Crianças - UNICEF, Fundo das Nações Unidas para as Mulheres
- UNIFEM e Escritório das Nações Unidas para as Drogas e o Crime -
UNODOC).
2.5 Funcionamento do mecanismo de
segurança coletiva da ONU
Conselho de Segurança poderá convidar as partes interessadas a que
aceitem as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou
aconselháveis ao caso.

Posteriormente fará recomendações ou decidirá que medidas deverão


ser tomadas a fim de se restabelecer a paz.

adotará medidas de caráter não militar

poderá levar a cabo a ação que julgar necessária, utilizando-se de


forças aéreas, navais ou terrestres, que poderão efetuar bloqueios,
demonstrações e outras operações militares.

direito à legitima defesa - apenas diante de um efetivo ataque armado.

arts. 43, 44 e 48 da Carta ds ONU.


2.5.1 A iniciativa R2P

Foi lançada em 2005, por ocasião da Cúpula Mundial da ONU.

Responsability to protect - Responsabilidade de Proteger = visa


atribuir aos Estados a responsabilidade de proteger as pessoas que
estão sob sua jurisdição contra grandes atrocidades (crimes de guerra,
crimes contra a humanidade, genocídio, e a limpeza étnica).

Abrange, inicialmente, a necessidade de previnir, devendo a sociedade


internacional também cooperar com os Estados para aumentar as
respectivas capacidades de proteger suas populações e deverá assisti-
los antes de situações de crise.
2.5.1 A iniciativa R2P

Dentro da iniciativa R2P é possível o emprego da força, em última


instância, desde que as autoridades nacionais falhem em proteger as
populações dos respectivos Estados, e não tendo os meios pacíficos
para solucionar os conflitos obtido êxito, os Estados poderão agir
coletivamente. a partir de determinação do Conselho de Segurança.

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