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BOX 01
E aí, brother! Tudo certo?
AULA 01
S U PE RIO R I DA D E
A superioridade é o um dos itens do Tripé da Comédia, que é basicamente
um conjunto de três coisas que fazem uma piada ser engraçada.
Você já reparou que toda piada tem um “alvo”? Não no sentido de que
alguém vai ser atacado, mas sim da coisa, do “objeto” sobre o qual é a
piada. Muitas dessas piadas criam a graça pelo estereótipo: português
burro, judeu pão duro…
Mas por que que você acha graça desses “objetos”? Por causa dessa
primeira teoria do tripé: a superioridade.
R:
Tripé da comédia
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Vamos pensar: se você fosse usar essa técnica, que história (ou
histórias) você contaria, ou o que você falaria do seu corpo,
personalidade…?
R:
Falar umas tretas da vida é uma boa para começar um texto e já ganhar
seu público, e como você sabe bem da história toda, é mais fácil ainda de
falar sobre isso e começar seu texto a partir dali.
Além disso, tem também o lance de que você, quando fala mal de si
mesmo, “ganha o direito” de falar mal dos outros! Você já entra quebrando
todas as expectativas, falando, por exemplo, o que as pessoas viram em
você de cara.
Tripé da comédia
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Quando a graça é zoar você mesmo, tem uma conexão com a plateia,
fica todo mundo mais próximo e você conquista muito mais a galera,
porque eles percebem que você não está nesse pedestal, se achando.
Você também faz suas cagadas.
Daí vem a autodepreciação. Deu ruim? Vai ser incrível no show, e todo
mundo vai adorar. Principalmente se alguém ferrou você, porque daí a
ideia é somar a sua treta com a pessoa que fez isso. A plateia compra e
vocês vão juntos na história.
Tripé da comédia
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AULA 02
I N CO NGRUÊ N C I A
A incongruência é o segundo pé do Tripé da Comédia. Ela acontece,
basicamente, quando você acha que algo vai terminar de um jeito, mas ele
termina de outro e o final que você imagina nem existe.
Quanto mais inesperado for o final da história, mais as pessoas vão rir.
Pense: você está lá, contando a história com o final mais óbvio da vida
toda e, no fim, não é aquilo. Essa virada é o que gera a comicidade, sacou?
É a quebra da expectativa, quando o trem sai do caminho esperado.
Isso é algo bem usado pelos humoristas “one liner” (aqueles que fazem
piadas curtas, de uma linha, sem precisar de “links” entre elas), porque
você não precisa de tanto texto ou de uma história longa para criar essa
incongruência.
Vale dizer que para isso funcionar, o melhor é contar toda a história da
maneira mais natural possível, assim ninguém percebe que você vai dar a
virada, entendeu?
Um exercício aqui:
Tripé da comédia
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Qual foi a última coisa que aconteceu na sua vida que não acabou
como você esperava?
R:
Dá pra criar uma piada com ela, usando esse conceito da incongruência?
Aliás, se ela for uma treta meio tensa, dá pra unir a superioridade aqui
também, hein?
A preparação da piada
“Eu também, quando era solteiro, saía toda noite e deixava as mulheres
alucinadas..”
O melhor é que isso ainda combina com a pegada do Daniel, que fica
zoando o tempo todo no palco a aparência e o jeito com as mulheres
(lembra da superioridade?) e funciona super bem.
DICA DE LIVRO
Vale procurar!
Tripé da comédia
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Fusão e contraste
O contraste é algo que sempre gera graça. Você pode usar um exagero,
ou algo que realmente gere um contraste entre a realidade e como as
pessoas pensam naquilo, entendeu?
Outro ponto é a fusão, que envolve conectar algo que todo mundo
conhece com uma quebra de expectativa no final. É uma nova versão do
original para gerar outra reação, na maioria das vezes contrária.
Diz aí: teve alguma ideia de contraste ou fusão que você achou boa?
Escreve!
R:
AULA 03
P RO IBIDO
O terceiro pé do Tripé da Comédia é o proibido.
Vamos começar com uma dica de livro: Sigmund Freud - O chiste e sua
relação com o inconsciente. Lá, ele fala sobre a motivação do riso mais
histérico, que era notado em uns momentos que normalmente não se
deveria dar risada.
Para o Freud, o chiste envolve as barreiras sociais que não podem ser
quebradas. É a ideia de rir quando alguém peida em público, ou o lance
de gente pelada onde a sociedade não respeitaria.
Conta aí: qual foi a situação mais absurda em que você já riu, mas
não deveria?
R:
Quem nunca riu de alguma coisa meio ruim? Nem que seja tomar um
tombo gigante?
Freud descreve esse riso como um “bocejo cerebral”, algo para aliviar o seu
organismo da tensão que aquilo causa, dissipar o riso incontrolável.
Como ninguém julga isso certo e zoaria o chefe, ele não só gera a
comicidade, mas também traz todo o público para perto dele, porque ele
disse algo que todo mundo queria dizer, mas nunca fez.
Isso acontece porque ele diz que é comediante, ganha a “licença” para fazer
essa brincadeira e o público apoia. Pensa: ele faz uma piada sobre o seu chefe
que você sempre quis fazer. Não é um alívio pode, pelo menos, rir daquilo?
Anota aí: do que você sempre quis rir, fazer piada, mas não pôde?
R:
Tripé da comédia
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Por isso tem gente que gosta tanto desse tipo de comédia. Toda essa
questão de limites, do “gente, mas até onde ele vai?”, com a questão
do que é politicamente correto e tudo o mais, gera uma confusão
mental que faz com que aquilo seja engraçado.
Porém, vale uma ressalva aqui, brother! Quando a gente fala de piada
“pesada” a ideia não é liberar piadas preconceituosas, que podem
configurar crime. É muito importante tomar cuidado para não fazer
nenhum tipo de texto racista, homofóbico ou que normalize ou
defenda a pedofilia.
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Pense na piada mais maluca e absurda que puder. Uma que você
talvez nunca tivesse coragem de contar para alguém, e escreve aqui:
R:
Agora pense nela com tudo isso que falamos nessa aula. Dá uma outra
visão, não é mesmo?
A comédia e a censura
A comédia tem uma função de censura, afinal, ninguém quer ser alvo de
riso, não é mesmo? Se você sai com uma roupa e todo mundo fala que é
ridícula, e riem de você, isso funciona como um toque do tipo “não saia
assim de novo!”