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AVALIAÇÃO BIMESTRAL
COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa
PROFESSOR: Ricardo Urbano SIlverio
NOME DA ESCOLA: E. E. Cel. Oscar de Castro
SÉRIE/TURMA: 8º ano (802 – 803)
Orientações
Atividade
Corre o mundo uma campanha em defesa do direito dos animais, pregando o fim do seu uso em testes
de laboratório. A imagem que se quer passar é a de que os cientistas são indivíduos sádicos, que usam e
matam cobaias inocentes. Há até quem descreva os centros de pesquisa como campos de concentração
repletos de instrumentos de tortura para animais. Trata-se de uma visão caricatural que contribui para
aumentar ainda mais a ignorância e o preconceito das pessoas diante da ciência.
É provável que essa imagem tenha surgido já no tempo em que Pasteur inoculou a saliva de um cão
com o vírus da raiva no cérebro de outro cão, sadio, e verificou que ele contraiu a doença. Para fazer essa
experiência, Pasteur teve que abrir um orifício no crânio do cão saudável – um procedi-mento de fato
desagradável, tanto para o cão quanto para o espectador. Ele também usou coelhos em seus experimentos
e transmitiu a infecção, sucessivamente de um coelho para outro, 25 vezes – até que o agente da raiva no
cérebro do último desses animais se tornasse incapaz de transmitir a doença. No dia 6 de julho de 1885, um
garoto de 9 anos, chamado Joseph Meister, foi salvo da raiva depois que Pasteur injetou o vírus atenuado
da doença no pequeno paciente, tendo início ali a técnica de produção de vacinas, que salvaria, no futuro, a
vida de milhões de pessoas.
Nenhuma das pesquisas que deram origem às vacinas seria possível sem o uso de animais de la-
boratório. Até hoje, a vacina contra raiva é testada em ratos para verificar se não restou nela nenhum vírus
que possa induzir a doença ou provocar efeitos colaterais. Em apenas uma das etapas da pesqui-sa com
vacinas é possível dispensar o uso de animais, injetando o agente da doença numa cultura de células em vez
de aplicá-lo no organismo das cobaias. Essa técnica é mais rápida, eficaz e econômica. Mas, infelizmente,
não pode ser usada em todas as etapas da pesquisa. O uso de animais ainda é in-dispensável para garantir a
saúde da população vacinada assim como para preservar a segurança de substâncias que compõem os
medicamentos. Diminuir ou mesmo banir irresponsavelmente os testes em animais aumentaria ainda mais
os riscos de quem precisa tomar remédios. Sem essas pesquisas, quem se arriscaria a ir à farmácia?
Há 40 000 anos os homens viviam, em média, 28 anos. Hoje vivem mais de 70. Devemos isso às
pesquisas que utilizam animais. [...]
Garanto que, se os pesquisadores encontrassem outra forma de chegar à cura de doenças, eles
dispensariam o uso de cobaias. Pesquisas com animais são caras e longas. [...] Mas essa substituição levará
tempo e a ciência não pode ser refém da histeria de grupos fanáticos – pessoas que colhem
assinaturas em defesa dos animais usados em laboratório, mas são insensíveis aos seres de sua própria
espécie que precisam de ajuda.
Enfim, não é inaceitável que usemos animais para o benefício humano. Inaceitável é ver o homem
matar e expor os seus semelhantes ao sofrimento por meio de guerras ou pela ignorância que rejeita os
benefícios dos avanços da ciência. É bem provável que os defensores dos direitos dos animais acredi-tem
que é uma arrogância do homem moderno colocar-se no centro do universo – pessoas que, como Pasteur,
priorizaram a vida humana diante da vida de outros animais. Para mim, essa arrogância tem outro nome:
humanismo.
RAW, Isaias. Direitos dos animais, ou você, ou a cobaia. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/defesa-do-
direito-dos-animais-ou-voce-ou-a-cobaia/>. Acesso em: 4 jul. 2018
c) Isaias Raw é um articulista apropriado para debater o uso de animais como cobaias?
Explique sua resposta.
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4. Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa correta.
c) Observe o uso da conjunção que na segunda fala e explique qual é a relação de sentido
estabelecida por ela nessa oração. À qual palavra ela corresponde?
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"Quando eu era pequena, achava que meu país era o melhor do mundo. Cresci cantando
uma canção chamada "Nada a Invejar" e eu tinha muito orgulho. Na escola, passávamos muito
tempo estudando a história de Kim II-Sung, mas nunca ouvíamos falar muito do mundo lá fora,
exceto que os EUA, a Coréia do Sul e o Japão eram inimigos. Embora eu muitas vezes tivesse
curiosidade a respeito do mundo externo, eu achava que passaria minha vida inteira na Coréia do
Norte, até que tudo mudou de repente.
Quando tinha sete anos, vi pela primeira vez uma execução pública, mas eu achava que a
minha vida na Coreia do Norte era normal. Minha família não era pobre, e eu, particularmente,
nunca tivera a experiência de passar fome.
Mas um dia, em 1995, minha mãe chegou em casa com uma carta da irmã de um colega de
trabalho. Dizia assim, "Quando você ler isso, todos os cinco membros da família não existirão mais
neste mundo, porque nós não comemos faz duas semanas. Estamos deitados juntos no chão, e
nossos corpos estão tão fracos, que estamos prontos para morrer."
Fiquei muito chocada. Esta foi a primeira vez que fiquei sabendo que pessoas no meu país
estavam sofrendo. Pouco tempo depois, quando eu passava por uma estação de trem, vi algo
terrível que não consigo apagar da minha memória. Uma mulher sem vida estava deitada no chão,
enquanto uma criança magra e faminta em seus braços olhava, desamparada, fixamente para o
rosto da mãe. Mas ninguém os ajudava, porque todos estavam muito concentrados em cuidar de
si mesmos e de suas famílias.
Uma vasta escassez de alimento atingiu a Coreia do Norte em meados da década de 1990.
No fim das contas, mais de um milhão de norte-coreanos morreram durante o período de fome, e
muitos só sobreviveram comendo capim, insetos e cascas de árvores. Interrupções no fornecimento
de energia elétrica também se tornaram cada vez mais frequentes, então tudo ao meu redor era
completamente escuro à noite exceto pelo mar de luzes na China, logo do outro lado do rio perto
da minha casa. Sempre me perguntei por que eles tinham luz e nós não. Esta é uma foto de satélite,
mostrando a Coreia do Norte à noite, comparada com os países vizinhos.
Este é o rio Amrok, que delimita parte da fronteira entre a Coreia do Norte e a China. Como
vocês podem ver, o rio é bem estreito em determinados locais, o que permite que norte-coreanos
secretamente atravessem para o outro lado. Mas muitos morrem. Às vezes eu via corpos boiando
rio abaixo. Não posso revelar muitos detalhes sobre como saí da Coréia do Norte, mas só posso
dizer que, durante os anos difíceis de escassez, eu fui mandada para a China para morar com
parentes distantes. Mas eu achei que só ficaria separada da minha família por pouco tempo. Nunca
poderia imaginar que levaríamos quatorze anos até voltarmos a viver juntos.
Na China, era difícil viver sendo uma jovem garota, sem minha família. Eu não fazia ideia de
como seria a vida como uma refugiada norte-coreana, mas logo descobri que isso não é apenas
extremamente difícil, é também muito perigoso, já que refugiados norte-coreanos são
considerados, na China, como imigrantes ilegais. Por isso eu vivia constantemente com medo de
que minha identidade fosse descoberta, e de que eu fosse repatriada e tivesse um destino terrível
de volta à Coreia do Norte. (...)
7. Assinale a opção que preenche, de forma coesa e coerente, as lacunas do texto abaixo.
8. Marque a sequência que completa corretamente as lacunas para que o trecho a seguir seja
coerente.
A visão sistêmica exclui o diálogo, de resto necessário numa sociedade ________ forma de
codificação das relações sociais encontrou no dinheiro uma linguagem universal. A validade dessa
linguagem não precisa ser questionada, ________ o sistema funciona na base de imperativos
automáticos que jamais foram objeto de discussão dos interessados.
a. ( ) em que – posto que
b. ( ) onde – em que
c. ( ) cuja – já que
d. ( ) na qual – todavia
e. ( ) já que – porque