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Roteiro de aprendizagem Aula 7 - Linfoma Hodgkin e suas características

Objetivos educacionais para estudo prévio às atividades do LPF

1. Elencar características clínicas apresentadas por pacientes com linfoma de Hodgkin.

 Aumento assimétrico dos linfonodos superficiais; são firmes, indolores e separados;


 Esplenomegalia discreta;
 Envolvimento mediastinal inicial (característica do tipo esclerose nodular, particularmente
em mulheres jovens. Pode haver derrame pleural e obstrução da VCS;
 Linfoma de Hodgkin cutâneo;
 Sintomas sistêmicos: febre continua ou cíclica, prurido, ingestão de álcool induz dor nas
regiões acometida pela doença, perda de peso, sudorese noturna, fraqueza, fadiga,
anorexia e caquexia.

2. Listar possíveis alterações bioquímicas e hematológicas apresentadas pelos pacientes com


linfoma de Hodgkin.

 Anemia normocítica normocrômica, infiltração medular é incomum;


 Neutrofilia, eosinofilia;
 Na doença avançada há linfopenia e perda da imunidade celular
 A contagem de plaquetas é normal ou aumentada durante a fase inicial e diminuída nas
fases tardias
 A velocidade de sedimentação globular (VSG) e a proteína C reativa, em geral aumentadas
 Desidrogenase láctica é alta

3. Comentar sobre os achados histopatológicos característicos dos linfonodos


comprometidos para o diagnóstico de linfoma de Hodgkin clássico.

A célula de Reed-Sternberg (RS) distintiva, multinucleada e poliploide é fundamental para o


diagnóstico, e as células mononucleadas de Hodgkin. Essas células se coram com CD15 e CD30,
porém são negativas para expressão de antígenos B.

Os componentes inflamatórios consistem em linfócitos, histiócitos, neutrófilos, eosinófilos,


plasmócitos e fibrose variável.

Tem uma associação com a infecção por EBV


4. Citar a classificação do linfoma de Hodgkin não clássico e clássico e caracterizá-los.
Não clássico – Linfocítica nodular

5. Explicar a importância do estadiamento clínico e comentar sobre o prognóstico.

O estadiamento do linfoma de Hodgkin cumpre quatro objetivos: 1. auxilia na seleção da


abordagem terapêutica mais adequada; 2. tem valor prognóstico; 3. assegura a identificação
de todas as áreas acometidas, que deverão ser reavaliadas ao final do tratamento para a
comprovação da remissão completa; e 4. permite a comparação dos resultados entre
diferentes instituições e entre diferentes tratamentos.

A seleção do tto apropriado depende de estadiamento preciso

O prognóstico para a doença em estágios iniciais (I-A c II-A) é excelente e um importante


cuidado é evitar um tratamento excessivo com risco de complicações futuras. Duas opções
amplas são: somente quimioterapia ou combinação de quimioterapia com radioterapia. A
combinação alcança melhor controle da doença a curto prazo, porém, a longo prazo, não leva
a aumento significativo da sobrevida.

Doença em estágio avançado

Usa-se quimioterapia cíclica para estágios III c IV. A mais usada consiste em 6 a 8 cursos de
ADVB. Seis cursos de BEACOPP podem ser feitos para atingir proporções mais altas de
remissão completa, mas a expensas de maior toxicidade. Se persistirem linfonodos residuais >
1,5 cm de diâmetro, ou menores, mas se mantiverem TEP positivos, faz-se radioterapia
subsequente ou são irradiados sítios originalmente de doença volumosa.

6. Citar as formas de tratamento e relacioná-las com possíveis manifestações tardias.

É feito apenas com quimioterapia ou pela combinação de quimioterapia.

O acompanhamento a longo prazo de pacientes mostrou, nos anos que sucedem o


traramento, uma carga considerável de doença tardia. Tumores malignos secundários, como
câncer de pulmão e de mama, parecem ser relacionados à radioterapia, ao passo que
mielodisplasia e leucemia mieloide aguda estão mais associadas ao uso de agentes alquilantes.
Outros linfomas e diversos tumores também ocorrem com maior frequência do que em
controles. Complicações não malignas incluem esterilidade, problemas intestinais, doença
arterial coronária e outras complicações cardíacas e pulmonares da radiação mediastinal e da
quimioterapia com bleomicina. Vimblastina pode causar neuropatia permanente. Essas
consequências são a principal razão para a atual pesquisa em busca de regimes de tratamento
menos agressivos para a doença.

Objetivos desenvolvidos durante a aula

1. Analisar a lâmina para exame histológico de linfonodo (figura 1).


a) Identifique as células apontadas na lâmina.

Seta vermelha: Célula de Reed-Sternberg

Seta verde: Célula de Hodgkin

2. Ler o caso clínico e responder as questões solicitadas.

Caso clínico

Homem de 45 anos de idade, casado, pai de 3 filhos, pedreiro, foi atendido pelo serviço de
hematologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco apresentando
massas cervical e axilar duras e não dolorosas ao toque. PA 140/90 mmHg, queixa de febre,
sudorese, perda de peso e falta de apetite. Após a anamnese e avaliação clínica, o médico
solicitou vários exames. O resultado do exame histológico dos linfonodos acometidos
revelou células RS, células Hodgkin e infiltrado linfocitário. O paciente foi diagnosticado com
linfoma de Hodgkin.

a) Caracterize as células RS e as células Hodgkin reveladas no exame histológico.

As CÉLULAS ATÍPICAS de Reed-Sternberg (bi- ou multinucleadas) e as de Hodgkin


(mononucleadas) estão esparsas entre as células inflamatórias. Só as células atípicas são
neoplásicas. As células inflamatórias são consideradas reativas.
CÉLULA RS (CÉLULAS DE REED-STERNBERG) : O aspecto mais característico é uma célula
binucleada com nucléolos grandes e eosinófilos, dando o clássico aspecto em olho de coruja. O
citoplasma é abundante e eosinófilo. Pode haver exemplos tri- ou polinucleados. Só as células
de Reed-Sternberg são consideradas diagnósticas da doença de Hodgkin, ou seja, seu encontro
é obrigatório para fechar o diagnóstico.

CÉLULAS DE HODGKIN : O núcleo com nucléolo proeminente é igual ao das células de Reed-
Sternberg, mas as células são mononucleadas. Por si sós não permitem o diagnóstico definitivo
de doença de Hodgkin.

b) O linfoma apresentado pelo paciente foi do tipo com predominância linfocítica nodular?
Justifique.

Não, pois o paciente possui as células de RS, já no tipo com predominância linfocítica nodular
são encontradas variantes das células de Reed-Sternberg.

O linfoma de Hodgkin é classificado em dois tipo os clássicos e não clássicos, o linfoma de


Hodgkin clássico está subdivido em 4 subtipos:

-Esclerose nodular. Este é o tipo mais comum da doença. Ocorre principalmente em pessoas
mais jovens, igualmente em homens e mulheres. Tende a começar nos linfonodos do pescoço
ou tórax.

-Celularidade mista. Este é o segundo tipo mais comum e é visto na maior parte em adultos
mais velhos. Pode começar em qualquer linfonodo, mas na maioria das vezes ocorre na
metade superior do corpo.

-Predomínio linfocitário. Este subtipo ocorre geralmente na metade superior do corpo e


raramente é encontrado em mais do que alguns nódulos linfáticos.

-Depleção linfocitária. Esta é a forma menos comum de doença de Hodgkin. É visto


principalmente em pessoas idosas. A doença tem maior probabilidade de ser avançada,
quando diagnosticada nos linfonodos do abdome, baço, fígado ou medula óssea.

UM A PARTE :

Tipo predominante do linfócito nodular

De acordo com a classificação atual, o linfoma nodular de Hodgkin predominante do linfócito


não é incluído como um formulário do linfoma de Hodgkin clássico. A diferença preliminar
entre o este e formulários clássicos da doença de Hodgkin é que poucas pilhas de Reed-
Sternberg estão consideradas muito no tipo predominante do linfócito nodular. Outras pilhas
anormais referidas como da “pilhas pipoca” estão igualmente atuais. No diagnóstico, somente
um grupo de nós de linfa é afetado e o linfoma tende a ser um crescimento mais lento do que
no linfoma de Hodgkin clássico. O subtipo predominante do linfócito nodular esclarece
somente ao redor 5% de caixas do linfoma de Hodgkin. Pode ocorrer em toda a idade, embora
seja mais comum entre uns indivíduos mais velhos e mais comum entre homens do que entre
mulheres.

c) Em qual classificação clínica (A ou B) esse paciente está inserido?

B
d) Cite o resultado laboratorial esperado acerca de:

hemograma: anemia normocítica normocrômica, presença de leucocitose (neutrofilia e


eosinofilia) > 15.000/mm3) e linfopenia (< 600/mm3)

VHS: tende a estar aumentada;

Proteína C reativa: aumentada

Desidrogenase láctica: aumentada

e) Quais os exames de imagem solicitados para o estadiamento clínico?

Radiografia de tórax, tomografia computadorizada (geralmente é útil para diagnosticar linfoma


de Hodgkin na região do pescoço , tórax, abdome e pelve), ressonância magnética, tomografia
por emissão de pósitrons (PET Scan que ajuda a dizer se um gânglio linfático aumentado
contém linfoma ou é uma alteração benigna) e cintilografia óssea que só é utilizado se o
paciente apresentar dores ósseas ou tem resultados de exames de sangue que sugerem que o
linfoma possa ter atingido os ossos.

f) Comente sobre os possíveis resultados laboratoriais que indicariam melhor prognóstico


para esse paciente.

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