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GEOGRAFIA

1º Ano - Ensino Médio

Geografia

Capítulo I O Universo e seus Astros


Capítulo II Terra no Espaço
Capítulo III Relevo Terrestre
Capítulo IV Elementos e fatores climáticos
Capítulo V Oceanos e mares

Obs.: A cada término de capítulo, resolver os exercícios referentes, ao caderno de


atividades.
GEOGRAFIA

CAPÍTULO - I O UNIVERSO E SEUS ASTROS

Planetas do Sistema Solar


O universo é formado por vários astros, sendo eles planetas, estrelas, satélites, cometas, asteroides,
meteoritos, etc. O Sistema solar, por exemplo, é formado por oito planetas.
Como o Sol é a estrela principal do sistema solar, os planetas giram em torno dele. Os oito planetas do
sistema solar são Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Plutão já integrou esse
sistema, no entanto, em 2.006, ele foi classificado como planeta anão.
As estrelas são astros que tem luz própria, sendo que a mais importante delas é o Sol, pois ilumina todo o
sistema solar.
À noite podemos ver a enorme quantidade de estrelas existentes no universo, elas apresentam diferentes
tamanhos.
Os satélites são Luas, corpos menores do sistema solar e não possuem luz própria. A Lua é o satélite
natural da Terra.
Os cometas são corpos pequenos, compostos por rochas e gelo. Da Terra podemos ver quando um cometa
se move, pois quando passa perto do Sol é aquecido, fazendo com que o gelo que possui vire gás incandescente,
tornando-se luminoso.
Os asteroides são pequenos pedaços de rochas, que também ficam girando na órbita espacial e ao redor do
Sol. São atraídos pela Terra e alguns deles entram na atmosfera em alta velocidade, fazendo com que se aqueçam,
se queimem, podendo ser vistos a olho nu.

Origem do universo
Antes da teoria da relatividade concebia-se um universo estático e imutável. Inspirado na teoria de Einstein,
George Gamow elaborou a teoria do Big Bang (grande explosão), apresentada ao mundo em 1.948.
Segundo essa teoria, o universo surgiu de uma explosão, entre 15 e 20 bilhões de anos atrás. Teve origem
em gigantescas concentrações de energia, gerando uma expansão que dura até hoje.

Galáxias
São regiões do universo onde se aglomeram planetas, estrelas, gases, etc. Todos esses elementos giram em
torno de um mesmo centro. Os cálculos atuais indicam a existência de aproximadamente 100 bilhões de galáxias
que, juntas, formam o universo. As mais famosas são: Via Láctea, onde está localizado o Sistema Solar, e
Andrômeda. Ambas são visíveis a olho nu.

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Astros
São corpos que giram no espaço, classificados de acordo com a luminosidade.
Iluminados ou opacos: não possuem luz própria, recebendo luz das estrelas. São os planetas, asteroides,
satélites naturais, etc.
Luminosos: são geradores da própria luz e do calor, como as estrelas.

Constelações
São agrupamentos fictícios de estrelas definidos pelos seres humanos desde a antiguidade.

Estrelas
São corpos celestes de forma esférica que irradiam luz e calor. São formados por dois gases principais:
hidrogênio e hélio, que entram em reação nuclear.
É possível classificar as estrelas de acordo com seu brilho, que indica também sua idade.

Sistema solar
O sistema solar é composto por nove planetas que giram ao redor do Sol, além de asteroides, meteoros,
cometas e satélites naturais. O Sol desloca-se em direção a lugar não identificado do espaço, levando consigo todo
o Sistema Solar.
O Sol é uma estrela de quinta grandeza e média idade (aproximadamente 5 bilhões de anos). Essencial para
a vida no planeta Terra emite radiação na forma de calor, parte dele visível na forma de luz. O Sol é composto de
hidrogênio e hélio. No centro, o hidrogênio está constantemente sendo transformado em hélio. Uma reação nuclear
libera a energia que se dirige para a superfície do Sol e, depois, para o espaço, na forma de radiação.

Movimentos da Lua
Lua: nosso satélite natural
Com volume 49 vezes menor que nosso planeta, não pode reter atmosfera nem água. Sua força
gravitacional corresponde a 1/6 da gravidade da Terra.
É o astro mais próximo da Terra: em média 384 mil quilômetros.
A Lua é um astro iluminado. Assim, a luminosidade que vemos da Terra é a reflexão da luz do Sol. O
potencial de reflexão, denominado albedo, é de 7%.

Movimentos da Lua
Rotação: realiza-se em torno do próprio eixo, com duração de 27 dias, 7 horas e 43 minutos.
Translação: realiza-se ao redor da Terra em 27 dias, 7 horas e 43 minutos.
Revolução: movimento que a Lua realiza acompanhando a Terra ao redor do Sol, no período de um ano.
A perfeita sincronia entre os movimentos de rotação e translação faz a Lua apresentar sempre a mesma face
voltada para a Terra.

Fases da Lua
De acordo com o movimento de translação da Lua, a face voltada para a Terra é iluminada pelo Sol de
diferentes formas.
Lua nova: posição de conjunção. Não é possível observá-la porque se encontra entre o Sol e a Terra.

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Lua quarto crescente: posição de primeira quadratura. Teoricamente, uma Quarta parte de sua superfície
pode ser observada, das 12 horas até meia noite.
Lua cheia: posição de oposição. Observa-se metade de sua superfície iluminada entre 18 horas e 6 horas.
Lua quarto minguante: posição de segunda quadratura. É possível observá-la da meia-noite até o meio-
dia, em teoria.

Eclipses
Os eclipses acontecem quando Lua, Sol e Terra estão alinhados. Assim, os astros podem provocar eclipses
somente em duas fases da Lua: Lua nova (conjunção) e Lua cheia (oposição).
Quando os três astros estão alinhados num mesmo plano da órbita, um deles pode ser oculto por outro, total
ou parcialmente. O astro oculto pode ser o Sol (eclipse solar) ou a Lua (eclipse lunar).
Eclipse solar: ocorre quando a Lua se encontra entre a Terra e o Sol (conjunção). A Lua projeta um cone
de sombra sobre a Terra.
Eclipse lunar: ocorre quando a Terra se encontra entre o Sol e a Lua (oposição). A terra projeta sua sombra
na Lua impedindo que ela reflita a luz do Sol.

Marés
Os movimentos da Lua e da Terra, bem como a força gravitacional, exercem influência sobre as águas do
planeta. O oceano (menos denso) é atraído pela passagem da Lua, ocasionando sua rápida subida. Esse movimento
denomina-se maré. Além da atração gravitacional da Lua, também há atração do Sol.

A formação do Planeta Terra

A Terra é um planeta que se encontra no sistema solar, está bem próximo ao Sol, cerca de 150 milhões de
quilômetros. Aparentemente é ondulado, porém possui forma elipsoidal, ou seja, possui os pólos achatados por
causa do movimento que realiza em torno de si mesmo. Ainda é ondulado, irregular e matematicamente complexo.
Possui aproximadamente ¾ de sua superfície formada por água e quimicamente é dividido em crosta, manto e
núcleo.
O núcleo, a parte mais interna do planeta, é dividido em núcleo sólido e líquido. O núcleo sólido é
composto predominantemente por ferro e níquel. Possui elevada temperatura em função do seu campo magnético.
O núcleo líquido é composto pelos mesmos componentes do núcleo sólido, porém em estado líquido. A essa parte
do núcleo é que se atribui a formação do campo magnético.
O manto, a parte que se encontra entre o núcleo e a crosta, é formado por silício, ferro e magnésio em
estado pastoso. Apesar de ser encontrado em estado sólido, acredita-se que permanece em estado pastoso em
função das altas temperaturas, 3.400ºC.

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A crosta, também chamada de litosfera, é a parte externa do planeta que se forma a partir do oxigênio,
silício, alumínio, magnésio e ferro. Possui placas tectônicas ou litosféricas que se movimentam de forma lenta e
contínua sobre o manto. Tais movimentações ocorrem por causa das pressões que o manto exerce sobre a crosta, o
que acarreta em deformações na crosta. Também sofre o rompimento de suas camadas rochosas resultantes da
pressão do manto, provocando o vulcanismo, que se dá principalmente em regiões onde existe o encontro de placas
tectônicas; e os terremotos que são vibrações induzidas pelos movimentos das placas litosféricas.
Acredita-se que o planeta Terra é o único a ter vida. O campo magnético formado no núcleo do planeta
juntamente com a atmosfera é que contribui para a vida no planeta, pois juntos protegem o mesmo contra
radioatividade vinda do Sol e das estrelas, além dos meteoros que são destruídos antes que cheguem à superfície.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu


caderno de atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo I – O universo e seus astros.

CAPÍTULO – II TERRA NO ESPAÇO


Terra
A Terra está localizada na galáxia Via Láctea, no Sistema solar. Ela é o terceiro planeta em ordem de
afastamento do Sol. Apresenta obliquidade da eclíptica, ou seja, é inclinada. Possui superfície de 510 milhões de
quilômetros quadrados e tem forma específica de Geoide.
A Terra executa 14 movimentos. Destes, dois são mais importantes: rotação e translação.

Movimento de rotação
É o movimento que a Terra executa em torno de seu eixo polar, ou o tempo que gasta para girar 360º no
sentido oeste-leste.
O tempo gasto para executar esse movimento, é de 23 horas, 56 minutos e 4segundos, denomina-se dia
sideral.
Em decorrência do movimento de rotação, há:
 Movimento aparente do Sol;
 Sucessão de dias e noites;
 Obliquidade dos raios solares durante o dia;
 Desvio dos ventos e dos corpos em queda livre;
 Horários diferenciados (fusos horários);
 Pontos cardeais;
 Abaulamento do Equador e achatamento do pólos.
No estudo das relações Terra - Sol, é comum o período de 24 horas corresponder a uma rotação completa -
dia civil. A velocidade da rotação da Terra no Equador é de 1.666km/h ou 27,76km/min. A linha do Equador é a
circunferência máxima do planeta, com uma extensão de 40 mil quilômetros. Quanto mais próximo dos pólos,
menor a velocidade de rotação, chegando a ser nula nos pólos.

Movimento de translação
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É o movimento da Terra em torno do Sol, realizando, em órbita elíptica, um percurso de 930 milhões de
quilômetros, com duração de um ano solar ou 365 dias, 5h 48m 9s, arredondada para máximo, afélio
(aproximadamente 152 milhões de quilômetros), ocorre em 4 de julho. O dia 3 de janeiro é o período em que a
Terra mais se aproxima do Sol (cerca de 147 milhões de quilômetros) periélio.

Estações do ano
No dia 21 de dezembro, o hemisfério sul recebe os raios solares perpendiculares ao Trópico de Capricórnio,
ocasionando o solstício de verão no hemisfério sul e o solstício de inverno no hemisfério norte.
Em 21 de junho, o hemisfério norte é que recebe os raios solares perpendiculares ao Trópico de Câncer,
havendo solstício de verão nesse hemisfério e de inverno no sul.
Nos dias 21 de março e 23 de setembro, os raios solares incidem perpendicularmente na região do Equador,
provocando os equinócios de primavera e outono.
Os trópicos de Câncer e Capricórnio marcam o movimento aparente do Sol na esfera celeste. Assim,
localidades ao sul de Capricórnio e ao norte de Câncer jamais recebem luz solar perpendicularmente.

Meios de orientação
Uma forma de orientação comum é a bússola. Ela aponta uma agulha imantada para o pólo norte
magnético.
Pela constância no movimento de rotação da Terra (sempre de oeste para leste), foi possível obter a rosa
dos ventos.
Colocando o braço direito para o leste (onde nasce o Sol) e o esquerdo para o oeste (onde o Sol se põem),
uma pessoa fica de frente para o norte e de costas para o sul. Além dos quatro pontos cardeais, existem os pontos
colaterais e subcolaterais, mais usados na navegação aérea e marinha.

Coordenadas geográficas
Segundo estudos recentes, a Terra possui forma de Geoide, ou seja, forma própria da Terra. Isso se deve ao
achatamento dos pólos e abaulamento da região equatorial. Para facilitar o trabalho na cartografia, essas
imperfeições são consideradas.
A cartografia criou um sistema de linhas imaginárias que servem de base para a localização de qualquer
ponto da Terra. Essas linhas são os paralelos e meridianos.
a) Paralelos: os paralelos são linhas imaginárias que cortam a Terra paralelamente a Linha do Equador.
Eles são em número de 180, metade para o norte e a outra metade para o sul. A partir dos paralelos é possível
determinar as latitudes.
b) Meridianos: os meridianos são linhas imaginárias que cortam a Terra passando pelos pólos (o
principal meridiano é o de Greenwich). Eles são em número de 360, metade para o oeste e a outra metade para o
leste. A partir dos meridianos é possível determinar as longitudes.

Sistema de zona de horas (Fusos horários)


Inicialmente a Inglaterra padronizou a hora em suas fronteiras e estendeu essa medida para o mundo ainda
no século XIX. Em 1884, representantes de 25 países, entre eles o Brasil, reuniram-se em Washington para
Conferência Internacional do Meridiano. Ficou estabelecido que o meridiano de origem do mundo, o de longitude

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0º, seria aquele que passa pelo observatório de Greenwich, nas redondezas de Londres. Além disso, o tempo
universal seria o tempo médio de Greenwich (GMT).
Estabelecidas essas duas referências, criou-se um sistema de zonas de horas por todo o mundo.
Cada faixa ou fuso horário possui uma largura de 15º ou 15 meridianos, delimitada por dois meridianos.
Esse valor foi obtido levando-se em conta que a Terra gira 360º em 24 horas. A cada hora, nosso planeta gira 15º,
consequentemente, uma nova faixa ou fuso passa a ser iluminada pelo Sol, e outra não. Além disso, é possível que
concluir que se cada 15º temos uma hora, a cada 1º temos 4 minutos.
É importante recordar que a Terra gira de oeste para leste. Todas as localidades situadas no leste vêem o
Sol nascer primeiro. Daí, concluiu-se que elas possuem a hora adiantada. O Japão, 12 fusos a leste do Brasil, vê o
nascer do Sol antes, o que significa que os japoneses sempre estão "adiantados" no tempo. De posse desses
conhecimentos e da longitude de um lugar ou do fuso onde se situa, é possível determinar a hora local
Entre os mapas produzidos nos dias atuais podemos citar como exemplos:
 Mapa geomorfológico - representa as características do relevo de uma região.
 Mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região.
 Mapa hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região.
 Mapa biogeográfico - apontam os tipos de vegetação que cobrem um determinado lugar.
 Mapa político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios.
 Mapa econômico - indica as atividades produtivas do homem em determinada região.
 Mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em determinada região.

A evolução da Terra
Estrutura interna da Terra
A estrutura interna da Terra é composta de:
 Litosfera (50 a 60 km de espessura).
 Manto (4.600 km de espessura).
 Núcleo (1.700 km de espessura).
A Terra é constituída por camadas concêntricas e de diferentes materiais. O conhecimento de seu interior é
a chave para compreender a natureza do planeta e, dessa forma, valorizar as forças que operam ali ou na sua
superfície.
A crosta terrestre ou litosfera forma a camada externa da Terra, dividindo-se em duas subcamadas: sial e
sima. O sial, na parte mais externa da crosta terrestre, é rico em silício e alumínio, sua temperatura aumenta
conforme a profundidade. O sima, na porção inferior, além dos minerais silício e magnésio, apresenta rochas
basálticas.
O manto é a camada de transição de grande importância. Nele se produzem correntes de materiais que
ascendem a crosta terrestre. Essas correntes são responsáveis por fenômenos como a formação das montanhas, dos
vulcões e movimentos continentais.
A sismologia admite que, numa certa camada do manto (entre 100 e 350 km de profundidade), existe uma
massa plástica de minerais capaz de se deslocar em estado líquido, a astenosfera, sobre a qual se assentam as
placas tectônicas.
O núcleo, rico em ferro, níquel e minerais de alta densidade (nife), possui temperaturas acima de 6.000ºC.

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Eras geológicas
A Terra tem a idade geológica calculada entre 4,5 e 5 bilhões de anos. A geologia, ciência que se dedica ao
estudo do planeta, divide a idade geológica em eras, épocas, períodos, idades e fases. Durante esse tempo, o planeta
vem sofrendo inúmeras transformações. Os geólogos utilizam-se de rochas e fósseis para estabelecer uma divisão
cronológica da evolução terrestre.

Pontos cardeais e outras referências


Localizar-se, estabelecer caminhos e orientar-se para seguir a direção certa: isso sempre acompanhou a
história do homem na Terra. O que mudou, ao longo do tempo, foram os recursos (equipamentos, instrumentos), as
características do espaço geográfico e, por consequência, os referenciais para localização e para orientação.
Dependendo das características do espaço geográfico, dos aspectos culturais dos povos, da disponibilidade
de equipamentos, recursos, como plantas e mapas, e dos referenciais, a maneira de orientar-se e localizar-se variam.
Pode-se localizar tomando por bases referenciais como ruas, construções, estradas, rios, etc (situação
comum à maioria das pessoas), ou por meio de conhecimentos geográficos, tais como: interpretação de plantas e
mapas; domínio de noções sobre coordenadas geográficas - latitude e longitude -, manuseio e leitura de
equipamentos, como GPS, bússola.

Rosa dos ventos


A rosa-dos-ventos é uma figura nos quais estão presentes:
 Os pontos cardeais: Norte (N), sul (S), Oeste (O, ou West, em inglês) e Leste ou Este (L ou E);
 Os pontos colaterais: Noroeste (NO), nordeste (NE), sudoeste (SO) e sudeste (SE);
 Os pontos subcolaterais, és-nordeste (ENE), nor-nordeste (NNE), su-sudeste (SSE), és-sudeste
(ESE), oés-sudoeste (OSO), su-sudoeste (SSO), nor-noroeste (NNO), oés-noroeste (ONO);
 Os intermediários.
Esses são os pontos que facilitam a orientação na superfície terrestre. A noção a respeito desses pontos de
orientação é fundamental para estabelecer os deslocamentos aéreos e marítimos, por exemplo, ou em locais onde
não há estradas, como regiões desérticas e áreas florestais.
É fundamental também para manusear e utilizar plantas e mapas, determinando-se, por exemplo, a
localização de cidades, estados, regiões, países, continentes, oceanos, tomando-se por referência um certo local ou
elemento: ao afirmamos que o estado de Tocantins está ao norte de Goiás, tomamos como referência este último
estado.

As estrelas do céu

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Sem equipamentos é possível orientar-se por alguns astros. Os astros sempre tiveram um papel importante
na orientação de homens e mulheres ao longo da história, em particular nos deslocamentos de longa distância.
Somente mais recentemente, no decorrer do século 20, com o avanço tecnológico mais acelerado, é que
equipamentos, como o GPS, passaram a dispensar, praticamente, os astros na orientação.
No entanto, precisamos pensar que observar o céu numa noite sem nuvens - sobretudo, longe de uma
grande cidade, atentar para a sequência das fases da Lua com o passar das semanas, apreciar um nascer ou um pôr-
do-Sol são momentos de contemplação da natureza benéficos para o corpo e para o espírito, além de serem uma
oportunidade para conhecermos/entendermos mais sobre o mundo que nos cerca e despertar nosso o interesse pelo
estudo de uma série de aspectos que cercam a existência do nosso planeta e demais astros do Universo, além da
nossa própria existência.
Orientação pelos astros
A orientação pelos astros depende de uma série de condições que estão relacionadas, por exemplo, à
situação do tempo atmosférico (é preciso que o céu esteja limpo), à localização do observador no planeta Terra -
distância em relação à linha do Equador -, à época do ano, e sem a utilização complementar de equipamentos
astronômicos, essa orientação não será totalmente precisa. Trata-se de uma orientação aproximada.
A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento aparente - é a Terra que gira em torno do seu próprio
eixo (movimento de rotação da Terra), e é por isso que afirmamos ser um movimento aparente. Esse astro aparece
não exatamente na mesma posição, que varia no decorrer do ano, mas de um mesmo lado, que é o Leste (oriente), e
põe-se no lado oposto, o Oeste (ocidente). Determinando-se um lado, no nascer ou pôr-do-sol, pode-se, de modo
aproximado, utilizar os pontos de orientação e, a partir daí, orientar-se.
É comum afirmar-se que a orientação pela Lua somente pode ser à noite. O geógrafo e astrônomo Paulo
Henrique Sobreira destaca que "independente da fase da Lua e do horário, ela sempre surge no lado Leste e
desaparece no lado Oeste. Os horários de nascer e ocaso da Lua variam principalmente de acordo com suas fases.
Na Lua Cheia, por exemplo, em uma dada localidade, ela nasce por volta das 18h (...) e se põe próximo às 6h. No
dia seguinte, o nascer e o ocaso ocorrerão cerca de 50 minutos mais tarde para aquela mesma localidade. Dessa
forma, a Lua pode ser vista também durante o dia, principalmente nas fases de Crescente e Minguante."

Cruzeiro do Sul
A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) também é possível, mas é necessário, como afirma
Sobreira, que se tenha uma noção básica de entendimento de carta celeste, inclusive para auxiliá-lo na observação.
No caso do Brasil, inclusive para a porção do nosso território que se encontra no hemisfério Norte, é possível
orientar-se pelo Cruzeiro do Sul, uma constelação que é vista em quase todas as noites do ano. A partir de algumas
relações baseadas nessa constelação, é possível determinar, aproximadamente, o ponto Sul. A Estrela Polar, visível
no hemisfério Norte, pode ser utilizada para a determinação aproximada do ponto Norte.

Estrutura geológica da Terra


Qual a origem da Terra?
Muitos cientistas e físicos ao longo do tempo têm formado teorias para explicar a origem da Terra. Os mais
notáveis físicos são de acordo com uma teoria, que é a que se segue:
 Há cerca de 4,6 bilhões de anos, originou-se primeiro o sol através de uma densa nuvem de poeira e
gás que se contraiu, formando não só o sol, mas outros planetas.

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 Com a radioatividade das rochas algumas partes da Terra se derreteram. O níquel e o ferro se
fundiram formando o núcleo, enquanto na superfície ficou um oceano de rochas incandescentes.
 A Terra primitiva sofreu um resfriamento, os vulcões entraram em erupção emitindo gases que
formaram a atmosfera, por sua vez originando matéria orgânica e água.
 Há cerca de 3,5 bilhões de anos, grande parte da crosta terrestre já estava formada, mas bem
diferente da atual.
Para a formação atual, continentes e ilhas, levou-se milhões de anos, pois por volta de 3,5 bilhões de anos
atrás a Terra estava dividida em um só continente.
Geologia é a ciência que estuda a evolução e a constituição da Terra, ela esta dividida em dois ramos:
Geologia física: estudo o subsolo da terra, e analisa as transformações provocadas pelos agentes internos e
externos do relevo.
Geologia histórica: representada pela Paleontologia estuda o desenvolvimento dos vegetais e animais
através dos fosseis, e a Estratigrafia que analisa a sequencia das rochas no tempo.

Escala geológica do tempo


Para se entender a estrutura da Terra é necessário também, o conhecimento do tempo geológico.
A escala geológica do Tempo está dividida em Eras, que se dividem em Períodos, e estes se dividem em
Épocas.
A primeira Era é a chamada Pré-cambriana, que se divide em três períodos:
 Azoica: por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, esse período é marcado pela não existência de vida,
esse período durou bilhões de anos.
 Arqueozoica e Proterozoica: nesse período passaram a surgir os seres unicelulares e invertebrados
(algas e bactérias). Formação das rochas magmáticas. Existência de dois continentes: Árqueo-ártico e Indo-afro-
brasileiro.
A Era Paleozoica está dividida nos períodos: Permiano, Carbonífero, Devoniano, Siluriano, Ordoviciano e
Cambriano.
Nestes períodos houve a existência de rochas sedimentares e metamórficas. Existência de cinco
continentes: Indo, Afro, Brasileiro (Gondwana), Terra Canadense e Terra Siberiana. Surgiram os peixes e os
primeiros répteis.
A próxima Era foi a Mesozoica, dividida pelos períodos Cretáceo, Jurássico e Triássico. Surgiram
mamíferos e aves; répteis gigantescos (dinossauros); grandes florestas; e rochas sedimentares e vulcânicas.
Já na Era Cenozoica existem dois períodos, Quaternário e Terciário. Este último tem cinco épocas:
Plioceno, Mioceno, Oligoceno, Eoceno e Paleoceno. Neste período houve o desenvolvimento dos mamíferos e
fanerógamos. Os répteis gigantes foram extintos, formou-se as bacias sedimentares.
No período do Quaternário existem duas épocas: Holoceno e Pleistoceno. Houve neste período a glaciação
no hemisfério norte; delineamento dos atuais continentes; formação das bacias sedimentares recentes; aparecimento
do homem.

Estrutura da Terra

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A Terra é constituída por materiais sólidos, líquidos e gasosos, que se acham dispostos em camadas
concêntricas.
De dentro para fora, as camadas da estrutura da Terra são: núcleo ou barisfera, manto, sima ou sial que
forma estrutura interna; litosfera, hidrosfera e atmosfera formam a estrutura externa.

Estrutura interna
A estrutura interior da Terra é formada por três camadas principais:
 Camada externa (crosta terrestre).
 Manto (ou camada intermediária).
 O núcleo.

Núcleo
Parte mais interna do planeta. Pode ser dividido em núcleo externo e interno.
O núcleo externo comporta-se como liquido apesar de sua composição metálica, admiti-se que seus
componentes estão em estado de fusão. Estende-se de 2.900 km até 5.100 km.
O núcleo interno vai desde 5.100 km até o centro da Terra.
O núcleo da Terra é constituído por ferro e níquel.
A temperatura atinge a 4.000/5.000 C.

Manto
Trata-se de uma camada intermediária situada acima do núcleo. Tem uma espessura aproximada de 2.900
km, sua composição é de rochas ultrabásicas. Boa parte dos fenômenos que afetam a crosta terrestre tem origem na
parte superior do manto.
* Magma é uma matéria em estado de fusão (pastoso), que constitui boa parte do núcleo e do manto.

Crosta terrestre
Representa apenas 1% da massa do planeta. Sua origem ocorreu a partir do resfriamento do magma; sendo,
portanto, a camada superficial.
Podemos dividir a crosta terrestre (litosfera) em três camadas diferentes:
 Camada sedimentar superficial: constituída por rochas sedimentares que, em certos lugares pode
atingir vários metros de espessura, já em outros desaparece.
 Camada granítica intermediária: é constituída por rochas cuja composição é semelhante ao
granito. Essa camada também é chamada de Sial.
 Camada basáltica inferior: é bastante semelhante ao basalto. É também chamada de Sima.
Estrutura externa

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É formada por: litosfera, hidrosfera e atmosfera.

Litosfera
A litosfera ou crosta terrestre, a parte consolidada da Terra, é formada por rochas e minerais. É todo estrato
e substrato rochoso, que constitui o relevo submarino e os continentes e ilhas.

Hidrosfera
A hidrosfera é formada pelas águas oceânicas e águas continentais, incluindo os lençóis subterrâneos e o
vapor aquoso da atmosfera.

Atmosfera
A atmosfera é a camada de ar ou envoltório gasoso que cobre a Terra.

Agentes estruturais
As modificações que ocorrem no relevo terrestre tem origem na ação de poderosas forças que podem vir do
interior, como da própria superfície do planeta. Essas forças são chamadas de agentes do relevo.
Os agentes do relevo podem ser, dependendo da origem:
 Internos ou estruturais, pois modificam a superfície alterando a sua estrutura.
Estes agem esporadicamente, mas com grande intensidade. São causados pelos movimentos da tectônica de
placas.
 Externos ou esculturais, pois modificam a superfície sem alterar a sua estrutura. Estes são menor
intensidade, mas atuam com mais frequência.

Tectônica de placas
A palavra tectônica vem do radical grego tektoniké, que significa arte de construir. Um nome bem
apropriado, pois essa teoria tem por objetivo demonstrar que a crosta terrestre se movimenta sobre o magma.
Atualmente a crosta terrestre está dividida em doze placas tectônicas. Essas placas acabaram por se “chocar” em
certos pontos, fazendo alterações no relevo ao longo de milhares de anos.
Tectonismo pode ser dito como os movimentos longos e prolongados da crosta terrestre, em virtude dos
movimentos das placas tectônicas.

Rochas
As rochas são associações de partículas de minerais, isto é, substâncias inorgânicas com uma composição
química determinada, constituída de elementos que aparecem naturalmente na crosta terrestre.
Elas classificam-se e simples e compostas: rocha simples é formada por um só tipo de mineral; a composta,
por várias espécies de minerais.
As rochas conforme a origem são: magmáticas ou ígneas, sedimentares ou estratificadas; e metamórficas.
a) Rochas magmáticas ou ígneas
Constituem a base dos continentes. Elas originam-se do magma pastoso ou líquido que é pressionado para a
superfície terrestre, em razão das elevadas temperaturas. Caso se esfrie antes de alcançar a superfície, ou seja,
solidifique-se no interior da Terra, o magma originará minerais cristalizados, como o granito - rocha ígnea intrusiva
ou plutônica, que se consolida nas partes profundas da litosfera. Se atingir a superfície terrestre, por meio de
vulcões ou das dorsais submarinas, causará rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas, formadas pela solidificação do
material das erupções vulcânicas, sendo o basalto a mais comum.

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b) Rochas sedimentares ou estratificadas


São as mais abundantes na superfície terrestre e sua formação provem do acúmulo de partículas de origem
mineral, animal ou vegetal, segundo o processo de sedimentação que as diferenciam.
Detríticas: estão expostas de forma permanente ao desgaste e a destruição, por efeito das chuvas, geleiras,
rios, mares e ventos que transportam seus sedimentos para outros lugares. São rochas detríticas: arenito e saltito.
Químicas: originam-se da evaporação das águas como o sal.
Orgânicas: provem do acúmulo de enormes quantidades de organismos (restos de vegetais e animais),
dentre eles petróleo, carvão e betume.
c) Rochas metamórficas
O nome resulta de metamorfoses, que significa trocar a forma. Essas rochas derivam das transformações
ocasionadas por intenso calor e pressão sobre as rochas ígneas ou sedimentares, que modificam sua metamórfica
composição mineral. Quando o magma atinge a crosta terrestre, suas rochas, em contato com as novas condições de
temperatura ou pressão, modificam-se: o calcário transforma-se em mármore, o arenito em quartzito.

Principais estruturas geológicas da Terra


A crosta terrestre compõe-se essencialmente de rochas. Em razão das grandes transformações no planeta, a
disposição dessas rochas determinou três tipos diferentes de formação: escudos antigos ou maciços cristalinos,
bacias sedimentares, e dobramentos modernos.

Escudos antigos ou maciços cristalinos


São blocos imensos constituídos de rochas cristalinas do tipo magmático-plutônicas, que foram as
primeiras na crosta terrestre, formadas na era pré-cambriana, ou de rochas metamórficas, que são extensões
resistentes, estáveis, bastante desgastadas e geralmente associadas à ocorrência de minerais metálicos, originadas
de material sedimentar paleozóico.
No Brasil, esses escudos ou maciços correspondem a 36% da área total e dividem-se em duas grandes
porções: Escudo das Guianas, ao norte da planície Amazônica, e Escudo Brasileiro, na parte centro-oriental, cuja
grande extensão permite classifica-lo em outros escudos e núcleos.
Os escudos formaram-se durante os períodos: Arqueano e Algonquiano.

Bacias sedimentares
São depressões relativas, ou seja, planos mais baixos encontrados nos escudos, preenchidas por detritos ou
sedimentos das áreas próximas. Esse processo de deposição sedimentar surgiu nas eras Paleozoica, Mesozoica e
Cenozoica e ainda continua. As bacias sedimentares estão associadas à presença de combustíveis fósseis - petróleo,
carvão, xisto e gás natural.
No Brasil, elas correspondem a 64% do território nacional e constituem grandes bacias: a Amazônica, a do
Meio-norte, a do Paraná, o São-Franciscana e a do Pantanal Mato-Grossense; ou pequenas bacias, geralmente
alojadas em compartimentos de planaltos, como as do Recôncavo Baiano, de Curitiba, Taubaté, Resende e São
Paulo.

Dobramentos modernos
São grandes estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes. Forças tectônicas
vigorosas, durante o período Terciário da era Cenozoica a, provocaram o enrugamento dessas estruturas,
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GEOGRAFIA

originando grandes cadeias montanhosas ou cordilheiras, como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes, e o
Himalaia. Nessas áreas instáveis da crosta terrestre, são frequentes os terremotos e as atividades vulcânicas. Não
estão presentes no território brasileiro.

Solos
O estudo do solo é fundamental para o desenvolvimento da agricultura, pois dele os vegetais retiram os
nutrientes necessários para o desenvolvimento. Todos os seres vivos sobrevivem dos recursos encontrados e
desenvolvidos no solo, por isso os estudiosos preocupam-se em desenvolver técnicas inovadoras para aproveitá-lo
melhor, sem causar sua destruição. É necessário garantir a permanência da sua fertilidade para a sobrevivência da
humanidade.
O solo é a camada superficial da crosta terrestre, de espessura variável, resultante da ação do
intemperismo. Nele se encontram elementos e partículas minerais, matéria orgânica, água e oxigênio.
A troca de temperatura constante (calor e frio) produz contração e dilatação das rochas, resultando em
fraturas ou rachaduras que contribuem para acelerar o processo de decomposição.
Os principais tipos de solo encontrados no Brasil são: terra roxa, massapé, de cerrado, da caatinga e da
Amazônia.
Possuem grande fertilidade:
 Terra roxa, resultante da decomposição da rocha magmática vulcânica- basalto - encontrada
principalmente nos estados do Paraná e São Paulo. Nessas áreas, cultivam-se café, cana de açúcar, trigo e soja.
 Massapé, solo argiloso da Zona da Mata nordestina. Origina-se da decomposição de rochas do tipo
granito e calcário. Representou a base econômica do Brasil colonial, pois nele se desenvolveu o cultivo da cana de
açúcar.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo II – Terra no espaço

CAPÍTULO III - RELEVO TERRESTRE

FORMAS DE RELEVO
Dependendo da atuação de agentes internos e externos, o relevo pode apresentar diversas formas. As
principais são: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
Montanhas são aquelas regiões em que ainda hoje os processos internos superam os externos, ou seja, o
soerguimento é mais forte que a erosão. Os Andes, as Rochosas, os Alpes, os Himalaias ainda apresentam falhas,
terremotos e vulcanismos, demonstrando a forte atuação dos agentes internos. É comum, no entanto, considerar
montanhas aquelas áreas que, mesmo antigas, apresentam altitudes superiores a 300 metros.
Planaltos são superfícies elevadas, com ondulações suaves, delimitadas por escarpas que constituem
declives e nos quais os processos de destruição superam os de construção. Entre os fatores externos, predominam
os agentes de desgaste, e não os de sedimentação. Os planaltos típicos são de estrutura sedimentar, mas podem ser
formados pelo soerguimento de blocos magmáticos.

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GEOGRAFIA

Planícies são superfícies que apresentaram pequenos movimentos na crosta, sendo quase completamente
aplainadas. São delimitadas por aclives, e os processos de deposição superam os de desgaste. Podem ser
classificadas em planícies costeiras, quando o agente de sedimentação é o mar; fluviais, quando um rio é
responsável por sua formação: e planícies de origem lacustre, ou seja, formadas pela ação de um lago.
Nas depressões a altitude da superfície é mais baixa que as formas de relevo que as circundam.
Classificam-se em depressões absolutas, quando estão abaixo do nível do mar, e relativas, quando estão acima. Em
geral, as depressões relativas decorrem de intensos processos erosivos ocorridos nas bordas de planaltos. A região
em que se encontra o mar Morto é um exemplo de depressão absoluta. Um vale em um planalto ou entre montanhas
constitui uma depressão relativa de forma alongada.
Cada uma das formas de relevo pode receber denominações diferentes, conforme suas dimensões e
particularidades morfológicas. Assim, por exemplo, uma pequena montanha é chamada, em geral, de morro, um
alinhamento de montanhas de serra. Do mesmo modo, a depressão alongada, denominada vale, em geraI contém
um leito de um curso de água (provavelmente responsável pela erosão do terreno).

Agentes internos ou endógenos


São as forças internas do planeta, causadas pela pressão e altas temperaturas das camadas mais profundas.
Geralmente essas manifestações são violentas e rápidas, como é o caso dos terremotos e vulcões. Esses
movimentos são construtores e modificadores do relevo terrestre, podendo levar milhões de anos ou apenas um dia.
a) Tectonismo
Também denominado diastrofismo (distorção), caracteriza-se por movimentos lentos e prolongados que
acontecem no interior da crosta terrestre, produzindo deformações nas rochas. Esses movimentos podem ocorrer na
forma vertical (epirogênese) ou na horizontal (orogênese).
A epirogênese ou falhamento consiste em movimentos verticais que provocam pressão sobre as camadas
rochosas resistentes e de pouca plasticidade, causando rebaixamentos ou soerguimentos da crosta continental. São
movimentos lentos que não podem ser observados de forma direta, pois requerem milhares de ano para que
ocorram.
A orogênese ou dobramento caracteriza-se por movimentos horizontais de grande intensidade que
correspondem aos deslocamentos da crosta terrestre. Quando tais pressões são exercidas em rochas maleáveis,
surgem os dobramentos, que dão origem às cordilheiras. Os Alpes e o Himalaia, dentre outras, originaram-se dos
movimentos orogênicos.
b) Vulcanismo
Vulcão é uma elevação cônica terminada em cratera, formada por uma fenda na crosta terrestre, por meio
das quais massas rochosas em fusão e gases procedentes do interior da Terra atingem a superfície do planeta, por
um condutor ou canal denominado chaminé.
Os vulcões são comuns em zonas de encontro das placas tectônicas. Existem, no planeta, duas áreas onde
se concentram: uma é a região do Círculo de Fogo do Pacífico (da Cordilheira dos Andes às Filipinas); a outra, o
Círculo de Fogo do Atlântico (da América Central, passando pelas Antilhas, até Açores e Cabo Verde).
Quando um vulcão entra em erupção, ele expele lavas, gases e material piroclástico. Lava é a massa de
rocha fundida à temperatura média de 600 a 1000ºC. A emissão de gases é uma forma encontrada pela natureza
para aliviar as fortes pressões internas. O material piroclástico compõe-se de fragmentos de rochas lançados a
centenas de metros de altura. Principais tipos:

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GEOGRAFIA

 Cinzas: de aspecto arenoso, podem permanecer suspensas na atmosfera por longo tempo. Ao
depositarem-se sobre a superfície terrestre, tornam o solo muito fértil.
 Lapílis: fragmentos de lava que podem chegar à superfície na forma sólida ou pastosa.
 Bombas vulcânicas: grandes blocos de lava que solidificam no ar.
c) Abalos sísmicos
São movimentos vibratórios provocados pelos desmoronamentos internos da crosta terrestre e propagam-se
em todas as direções em forma de ondas sísmicas, que chegam à superfície e podem ser registradas pelos
sismógrafos.
Nos últimos anos, os cientistas voltaram sua atenção para localidades assoladas por terremotos que
causaram grandes danos materiais, além de numerosas vítimas. Terremotos ou sismos são catástrofes naturais ante
as quais não se tem defesa ou proteção.
O ponto do interior da Terra onde se origina o terremoto denomina-se hipocentro ou foco, e o ponto na
superfície terrestre onde ele alcança maior intensidade, epicentro.
Se o epicentro estiver no fundo do mar, forma-se um tsunami, nome japonês dado às ondas gigantescas
(maremotos), que chegam a atingir 30 metros de altura, propagando-se a grandes velocidades e arrasando zonas
litorâneas. Esses fenômenos são frequentes na costa asiática do Pacífico.
No decorrer de um ano, registram-se milhões de abalos sísmicos; aproximadamente 5.000 são percebidos
pelo homem. Os efeitos dos tremores são variados: abrem fraturas no solo, desviam as correntezas dos rios,
destroem parcial ou totalmente cidades, contorcem as vias férreas. No entanto, o efeito mais terrível é a perda de
vidas humanas.
No Brasil os terremotos são raros em razão de o país estar localizado no centro de uma grande placa
tectônica e os abalos ocorrer nos limites das placas.
A intensidade de um terremoto é medida por uma escala numérica crescente. A mais utilizada é a escala de
Richter, com graus de intensidade que variam de 1 a 9. Do ponto de vista científico, um ponto na escala Richter é
imperceptível, não causando danos nem é sentido, entretanto a intensidade de 9 graus pode provocar uma catástrofe
sem precedentes.

Agentes externos ou exógenos


Existem agentes externos, na superfície terrestre, que modificam o relevo, não tão rapidamente como os
vulcões ou terremotos, mas sua ação contínua transforma lenta e ininterruptamente todas as paisagens da Terra. A
ação dos ventos, do intemperismo e da água sobre a crosta terrestre determina a erosão.
A intensidade da erosão é determinada pela resistência das rochas e pela ação e energia do agente
erosivo. Assim, por exemplo, certas regiões desérticas são submetidas a enormes diferenças de temperatura.
Durante o dia ela chega a alcançar mais de 40ºC e à noite, devido à perda de calor, menos de 0ºC. Essas mudanças
bruscas produzem finas aberturas nas rochas, que pouco a pouco, dividem-se em partes e destroem-se.
O vento é outro agente de erosão. Sua ação engloba três fases: a de desgaste da rocha (erosão),
determinando curiosas formas nas paisagens; a de transporte de materiais resultantes dessa erosão e, por fim, a
deposição desses sedimentos, dando origem à outra forma de relevo.
A água, em seus estados líquido e sólido, atua sobre o relevo. As águas da chuva e do degelo, ao deslizarem
pelo solo, assumem grande importância ao transformarem-se em rios torrenciais.

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GEOGRAFIA

A ação erosiva de um rio é extremamente destrutiva em seu curso superior, pois aí se encontram os maiores
declives. O desgaste diminui à medida que se vai aproximando das planícies.
O mar também atua como grande agente do relevo, na formação de praias ou no desgaste de encostas, que
no Brasil são conhecidas como falésias.
Mas, sem sombra de dúvidas, o agente externo que mais tem transformado o relevo tem sido o homem,
através de grandes obras, da mineração, da urbanização, dentre outros fatores. O que a natureza levou bilhões de
anos para formar o homem levas anos ou menos para modificar ou mesmo destruir.

Os agentes modeladores ou modificadores do relevo


Agentes modificadores do relevo
A geomorfologia estuda o relevo. Assim, ela se relaciona intimamente com a geologia e a geografia.
Enquanto a primeira fornece vários conhecimentos relativos às rochas e aos minerais, ao tectonismo, ao
vulcanismo, às estruturas geológicas; a Segunda fornece subsídios importantes sobre o clima e suas relações com as
formas e evolução do relevo, a ocupação humana, a produção do espaço geográfico e suas consequências
ambientais, entre outros.
As irregularidades da superfície da Terra constituem o relevo industrial. Entre os principais conjuntos
fisiográficos ou diferentes aspectos apresentados pelo relevo terrestre podemos distinguir quatro tipos principais:
montanhas, planaltos, planícies e depressões.
O relevo terrestre é o resultado da ação da erosão que agiu no decorrer de milhões de anos. Essas forças
erosivas são chamadas agentes do relevo. Quando essas forças ou agentes agem de dentro para fora da Terra, são
denominados agentes modeladores internos (endogenos), como o tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos.
Quando ocorrem da atmosfera para a litosfera, isto é, de fora para dentro da superfície, temos os agentes
modeladores externos (exógenos) do relevo, como: as chuvas (ação pluviométrica), o gelo (ação glacial), mares
(ação marítima), rios (ação fluviométrica ou hidrométrica), animais e vegetais (ação biológica) e o próprio homem
(ação antrópica) que altera (construindo e/ou reconstruindo) a superfície do planeta.

Intemperismo
Meteorização ou intemperismo é um conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que atuam sobre
as rochas provocando sua desintegração ou decomposição.
A rocha decomposta transforma-se num material chamado manto ou regolito, um resíduo que repousa
sobre a rocha matriz, sem ter ainda se transformado em solo.
As rochas podem partir-se sem que se altere sua composição: é a desintegração física ou mecânica. Nos
desertos, as variações de temperatura entre os dias e as noites chegam ao ponto de partir as rochas.
Nas zonas frias, a água que se infiltra na rachadura das rochas pode congelar, se dilatar e partir a rocha,
num processo denominado gelivação. O intemperismo químico acontece quando a água, ou as substâncias nela
dissolvidas, reage com os componentes das rochas. Nesse processo, as rochas modificam sua estrutura química,
sendo mais facilmente erodidas, com o material sendo levado pelos agentes de transporte (vento, chuva, rios).
O oxigênio que existe na água oxida os minerais que contêm ferro e forma sobre as rochas o que
costumamos chamar de ferrugem. A ação da água sobre o granito, por exemplo, o converte em quartzo e argilas.
Ação das águas das chuvas. Quando as chuvas caem sobre a Terra, suas águas podem seguir três caminhos:
evaporar-se, indo para a atmosfera; infiltrar-se no solo para dentro do lençol freático; e escorrer pela superfície da
Terra, sob a forma de enxurradas e torrentes. É um dos mais eficazes agentes de erosão.

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Rios, os grandes construtores.


A união de várias correntes acaba formando os rios, que são correntes de água com leito definido e vazão
regular. A vazão pode sofrer mudanças ao longo do ano. Essas mudanças devem-se tanto a estiagens prolongadas
quanto a cheias excepcionais, às vezes com efeitos catastróficos sobre as populações e os campos.
Quanto maior for o poder erosivo de um rio, maior será sua vazão e a inclinação do seu leito, que pode
sofrer variações ao longo do percurso.
Em seu curso, os rios realizam três trabalhos essenciais para a construção e modificação do relevo:
 Erosão, ou seja, escavação dos leitos. Quanto maior for o poder erosivo de um rio, maior será sua
vazão e a inclinação do seu leito;
 Transporte dos sedimentos, os chamados aluviões;
 Sedimentação, quando há a formação de planícies e deltas.
Podemos dividir o caminho que o rio percorre da nascente até a foz em três porções que podem ser
comparadas com as três fases da vida humana: alto curso equipara-se à juventude; o curso médio equivale à
maturidade; e o baixo curso, à velhice.
Alto Curso: O curso superior do rio é sua parte mais inclinada, onde o poder erosivo e de transporte de
sedimentos é muito intenso. A força das águas escava vales em forma de V. Se as rochas do terreno são muito
resistentes, o rio circula por elas, formando gargantas ou desfiladeiros.
Curso médio: No curso médio do rio, a inclinação se suaviza e as águas ficam mais tranquilas. Sua
capacidade de transporte diminui e começa a depositar os sedimentos que não pode mais transportar.
Na época das cheias, o rio transborda, depositando nas margens grande quantidade de aluviões. Nessas
regiões formam-se grandes planícies sedimentares, onde o rio descreve amplas curvas, chamadas meandros. A
sedimentação é um processo muito importante para a humanidade. Culturas antigas, como as do Egito,
Mesopotâmia e Índia, são relacionadas à fertilidade dos sedimentos depositados por rios.
Baixo Curso: O curso inferior do rio corresponde às zonas próximas de sua foz. A inclinação do terreno
torna-se quase nula e há muito pouca erosão e quase nenhum transporte. O vale alarga-se e o rio corre sobre os
sedimentos depositados.
A foz pode estar livre de sedimentação ou podem surgir aí acumulações de aluviões que dificultam a saída
da água. No primeiro caso, recebe o nome de estuário e no segundo, formam-se os deltas.

Abrasão Marinha
A ação das águas do mar
O que é? O mar exerce um duplo trabalho nos litorais dos continentes. É um agente erosivo, que desgasta
as costas em um trabalho incessante de destruição chamado abrasão marinha. As águas dos mares e oceanos
desgastam e destroem as rochas da costa mediante três movimentos: as ondas, as marés e as correntes marítimas.
Ao mesmo tempo, o vaivém de suas águas traz sedimentos que são depositados nos litorais, realizando um trabalho
de acumulação marinha.
A ação contínua das ondas do mar ataca a base, os paredões rochosos do litoral, causando o
desmoronamento de blocos de rochas e o consequente afastamento do paredão.
Esse processo dá origem a costas altas denominadas falésias. Algumas falésias são cristalinas, como as de
Torres, no Rio Grande do Sul. No Nordeste do Brasil, encontramos falésias formadas por rochas sedimentares
denominadas barreiras.

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GEOGRAFIA

Ação das ondas


Quando a costa é formada por rochas de diferentes durezas, formam-se reentrâncias (baías ou enseadas) e
saliências no lado escarpado, de acordo com a resistência dessas rochas à erosão marinha. A ação da água do mar
pode transformar uma saliência rochosa do continente em uma ilhota costeira.
Se um banco de areia se depositar entre a costa e uma ilha costeira, esta pode unir-se ao continente,
formando então um tômbolo. Caso um banco de areia se deposite de modo paralelo à linha da costa, fechando uma
praia ou enseada, poderá formar uma restinga e uma lagoa litorânea.
As praias são depósitos de areia ou cascalho que se originam nas áreas abrigadas da costa, onde as
correntes litorâneas exercem menos força. Quando o depósito de areia se acomoda paralelamente à costa, formam-
se as barras ou bancos de areia.

Ação dos ventos


O vento é o agente com menor poder erosivo, pois só pode mover partículas pequenas e próximas do solo.
Ainda assim, ele transporta partículas finas a centenas de quilômetros de seu lugar de origem. A ação erosiva do
vento, que atinge o ponto máximo nas zonas desérticas, secas e de vegetação escassa, também contribui para a
destruição do relevo da Terra. O vento desprende as partículas soltas das rochas e vai polindo-as até transformá-las
em grãos de areia.
A erosão eólica tem dois mecanismos diferentes:
A deflação, que é a ação direta do vento sobre as rochas, retirando delas as partículas soltas;
A corrosão, que é o ataque do vento carregado de partículas em suspensão, desgastando não só as rochas
como as próprias partículas.
O trabalho de movimentação da indumentrologia nuclear pode ser transferido involuntariamente pela areia
até depositá-la nas praias e nos desertos, onde pode formar grandes acumulações móveis conhecidas como dunas.
São enormes montes de areia acumulada pelo vento e que mudam freqüentemente de lugar.
As dunas são elevações móveis de areia, em forma de montes. Em uma duna podem ser distinguidas duas
partes: uma área de aclive suave ou barlavento, pela qual a areia é empurrada, e uma área de declive abrupto ou
sotavento, por onde a areia rola ao cair.
As dunas deslocam-se a velocidades que podem ultrapassar 15 metros por ano. Quando o avanço das dunas
ameaça as populações humanas ou a plantação, colocam-se obstáculos, tais como estacas, muros ou arbustos, para
detê-las.
Os ventos atuam, em especial, no litoral e no deserto, agindo constantemente na formação e transformação
do relevo, essa é denominada de erosão eólica, um exemplo comum são as dunas.

Fatores externos: a erosão da superfície.


Os fatores externos são as chuvas, a água corrente, o vento, o gelo, o calor, além da própria gravidade, que
desgastam e modificam o relevo terrestre, tendendo a uniformizá-lo. Isso só não ocorre por causa da endodinâmica,
isto é, a atuação dos fatores internos. Além disso, o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor
resistência da rocha à erosão. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedimentos originários de outras
rochas, geralmente dispostos em camadas, são menos resistentes à erosão que as rochas magmáticas, originárias da
solidificação do magma, e as metamórficas, que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura.

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GEOGRAFIA

O aplainamento da superfície terrestre principia com os processos intempéricos, que podem ser físicos ou
químicos. Entre os agentes físicos destaca-se o calor, ou melhor, as variações de calor, que provocam desagregação
da rocha por sucessiva dilatação e contração. Essa forma de intemperismo é típica das regiões áridas e semiáridas,
em que há grandes variações de temperatura entre o dia e a noite. Entre os agentes químicos, o principal é a água,
que, dependendo da rocha, pode dissolver alguns de seus minerais. Sua ação pode ser mais sentida nos climas
úmidos.
O intemperismo é seguido nela erosão, transporte e sedimentação, ou seja, deposição dos sedimentos nas
áreas mais baixas do terreno. Isso é feito pelos agentes externos, que podem ser a água das chuvas, dos mares ou
dos rios, o gelo, o vento, além da própria gravidade, por meio de desmoronamentos.
As regiões que há muito tempo não sofrem a influência dos fatores internos apresentam de relevo
considerado antigas, geralmente suave, pois já foram muito desgastadas pela erosão.

ATENÇÃO: Agora coloque em pratica os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo III – Relevo Terrestre

CAPÍTULO IV - ELEMENTOS E FATORES CLIMÁTICOS

O entendimento e a caracterização do clima de um lugar dependem do estudo do comportamento do tempo


durante pelo menos 30 anos: das variações da temperatura e da umidade, do tipo de precipitação (chuvas, neve ou
granizo), da sucessão das estações úmidas e secas etc. Por essa razão, o clima é definido por Max Sorre como uma
"sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado local da superfície terrestre", enquanto o tempo é apenas o
estado da atmosfera de um lugar, num determinado momento.

Conceitos

Elementos climáticos: São grandezas meteorológicas que variam no tempo e no espaço e comunicam, ao
meio atmosférico. Suas características e propriedades peculiares são temperatura, umidade, chuva, vento,
nebulosidade, pressão atmosférica, radiação solar etc.
Fatores climáticos: Influenciam os elementos climáticos, modificando o clima de um local. São eles o
relevo, tipo de solo, latitude, altitude etc.

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GEOGRAFIA

Elementos do Clima
Os elementos do clima são os atributos básicos que servem para definir o tipo climático de uma
determinada região como a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica.

Umidade
Corresponde à quantidade de vapor de água que encontramos na atmosfera. Pode ser expressa em valores
absolutos ou relativos:
A umidade absoluta do ar é a quantidade (em gramas) de vapor d'água.
A umidade relativa do ar é obtida através da relação entre a umidade absoluta (a quantidade de vapor de
água do ar) e o ponto de saturação (a quantidade máxima de vapor de água que o ar consegue reter), em
determinado local e momento. Ela é expressa em porcentagem (%). Quando, na atmosfera, a umidade atinge o
ponto de saturação, ela libera água que cai sobre o solo em forma de chuva ou outros tipos de precipitação.
A umidade é relativa ao ponto de saturação de vapor de água na atmosfera, que é de 4%. Quando a
atmosfera atinge essa porcentagem, ou se satura de vapor, ocorrem às chuvas. Muitas vezes escutamos no jornal
falarem que a umidade relativa do ar é, por exemplo, de 60%. Isto quer dizer que estamos a 60% da capacidade
máxima de retenção de vapor de água na atmosfera. Quando está chovendo, a umidade relativa do ar está em 100%,
ou 4% em termos absolutos. Portanto, quando a umidade relativa do ar está por volta de 60%, está em 2,4% de
vapor em termos absolutos.

Pressão Atmosférica
A pressão atmosférica é a força provocada pelo peso do ar sobre uma superfície, cujo valor é expresso
milibares (mb). Ela depende da latitude, altitude e temperatura.
Quanto maior a altitude, menor a pressão. Quanto menor a latitude, menor a pressão. Nas regiões mais quentes,
região equatorial, o ar se dilata ficando leve, por isso tem uma baixa pressão. Próximo aos pólos, o frio contrai o ar,
deixando mais denso, tendo uma maior pressão. No entanto, em regiões mais elevadas, de menor temperatura,
também há menor concentração de moléculas de ar (ar mais rarefeito) e, neste caso, menor será a pressão.

Temperatura
A temperatura, medida em graus Celsius (ºC), registra o calor da atmosfera de um lugar, cuja variação
depende da sua localização e da circulação atmosférica.

Radiação
É o calor recebido de tudo que rodeia o animal (sol, paredes, outros animais, o solo) etc. Somente 31% da
radiação solar atinge a superfície
terrestre, 30% são refletidas pelas camadas de nuvens e volta para o espaço e 6% são refletidos pelo solo. Cerca de
15% são absorvidas na atmosfera, pelo vapor de água, CO2 e partículas (aerossóis). Aproximadamente 3% são
absorvidos na ionosfera, na formação do ozônio. Cerca de 15% da radiação solar incidente é dispersada pelas
partículas sólidas e gasosas.
Os fatores climáticos são os responsáveis pelas características ou modificações dos elementos do clima e
devem ser analisados em conjunto: uma localidade, por exemplo, pode estar perto do mar e ser seca, ou pode estar
próxima à linha do equador e ser fria.

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GEOGRAFIA

Condições físicas ou geográficas que condicionam o clima interagindo nas condições atmosféricas. Cada
região tem seu próprio clima, isto porque os fatores climáticos modificam os elementos do clima. Os fatores
climáticos são:

Latitude
Refere-se à distância de um determinado ponto na Terra ao Equador, sendo que quanto mais distante menor
a temperatura, devido a menor incidência de luz solar. Quanto mais nos afastarmos do Equador, menor a
temperatura. A Terra é iluminada pelos raios solares com diferentes inclinações. Quanto mais longe do Equador a
incidência de luz solar é menor

Altitude
Altura em referência ao nível do mar. Quanto maior a altitude, menor a temperatura. Isso ocorre porque o
ar se torna rarefeito, ou seja, a concentração de gases e de umidade à medida que aumenta a altitude é menor, o que
vai reduzir a retenção de calor nas camadas mais elevada da atmosfera. Há a questão também que o oceano ou
continente irradiam a luz solar para a atmosfera, ou seja, quanto maior a altitude menos intensa será a irradiação.

Massas de ar
São grandes blocos de ar que se deslocam pela superfície terrestre. Podem ser polares, tropicais ou
equatoriais, apresentando características particulares da região em que se originaram, como temperatura, pressão e
umidade. O encontro de duas massas, geralmente uma fria e outra quente, é denominada de frente. Quando elas se
encontram ocorrem chuvas e o tempo muda. As massas de ar tropicais se formam nos trópicos de Capricórnio e de
Câncer. Elas podem se formar na altura dos oceanos (oceânicas) e serem úmidas; serão secas se forem formadas no
interior dos continentes (continental). As massas polares são frias. Isto porque elas se formam em regiões de baixas
temperaturas, como o nome já diz, nas regiões polares. Elas também são secas, visto que as baixas temperaturas
não possibilitam uma forte evaporação das águas. As massas equatoriais são quentes, se forma próximas à linha do
Equador.

Continentalidade
A extensão dos continentes é um fator climático. A relação entre o volume de terras e a proximidade de
grandes quantidades de água exerce influência na temperatura. Isso porque a água demora a se aquecer, enquanto
os continentes se aquecem rapidamente. Por outro lado, ao contrário dos continentes, a água demora a irradiar a
energia absorvida. Por isso, o Hemisfério Norte tem invernos mais rigorosos e verões mais quentes, devido à
quantidade de terras emersas serem maior, ou seja, sofre influência da continentalidade. Áreas costeiras tendem a
ser mais frias que as áreas continentais.

Correntes Marítimas
São as massas de água que circulam pelo oceano. Tem suas próprias condições de temperatura e pressão e
exercem grande influência no clima.
Relevo
A topografia pode facilitar ou dificultar a circulação das massas de ar, influenciando na temperatura. No
Brasil, por exemplo, as serras no Centro-Sul do país formam uma “passagem” que facilita a circulação da massa
polar atlântica e dificulta a massa tropical atlântica.

Vegetação

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GEOGRAFIA

Impede a incidência direta dos raios solares na superfície, amenizando o aquecimento. Por isso, com o
desmatamento há diminuição de chuvas, visto a umidade diminuir, e há um aumento da temperatura na região.

O Fator Humano
A história da Terra registra grandes alterações climáticas, antes mesmo da presença humana. A condição
para o desenvolvimento da vida nas terras emersas do planeta dependeu, inclusive, de modificações na composição
química da atmosfera. Mas estas mudanças ocorreram em grandes espaços de tempo.
Atualmente as alterações climáticas e os problemas que elas projetam para o futuro são resultantes,
principalmente, das atividades humanas. A poluição atmosférica tem aumentado em escala progressiva há mais de
dois séculos, a partir da Revolução Industrial. A industrialização inaugurou o uso em grande escala dos
combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), principais responsáveis pelas mudanças climáticas que
ameaçam o planeta na atualidade.
A sociedade de consumo baseada no aumento da produção e oferta de bens materiais é outra consequência
da "civilização industrial". No século 20, o automóvel representou a face mais visível dos valores desta sociedade,
hoje é o principal responsável pela poluição atmosférica nas grandes cidades.
A dilapidação dos recursos naturais, o desmatamento, a deterioração dos rios, a construção de represas e
muitas outras realizações humanas, exercem também influências negativas sobre o clima. Lidar com estas questões
e propor soluções estão entre os desafios a ser enfrentados no século 21.

Os principais tipos de clima.


Grandes Tipos de Climáticos
No mundo há uma grande diversidade de climas por causa de vários fatores existentes que influenciam as
características do clima de uma região. Fatores como pressão, umidade, temperatura das massas de ar, latitude,
altitude, correntes marítimas, continentalidade, maritimidade e vegetação é que determinam as condições
atmosféricas predominantes do clima.
Dentre os mais variados tipos de clima existentes, os principais são:

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GEOGRAFIA

 Clima Equatorial: Com temperatura média de 25ºC, é caracterizado por períodos quentes e chuvosos
durante quase todo o ano.
 Clima Tropical: Possui variação de temperatura, sendo que o inverno é marcado por temperaturas
médias acima dos 20ºC, com períodos de seca; e verão com temperatura média superior a 25ºC, com período de
chuvas abundantes.
 Clima Subtropical: Possui variação de temperatura, sendo que o verão é marcado por temperaturas
entre 15 e 20ºC e o inverno marcado por temperaturas entre 0 a 10ºC.
 Clima Desértico: Possui temperaturas médias entre 20ºC e 30ºC. É caracterizado por ser bastante seco.
 Clima Temperado: Possui boa definição das estações do ano, porém sofre alteração em regiões
próximas aos oceanos e mares, onde o inverno é menos rigoroso e o verão mais ameno.
 Clima Mediterrâneo: Possui temperaturas médias superiores a 25ºC com verão quente e seco e inverno
chuvoso.
 Clima Frio: Possui temperaturas médias negativas pelo fato do inverno ser mais longo e rigoroso. O
verão ocorre em um período curto de forma amena.
 Clima de Montanhas: Possui temperatura variável de acordo com a altitude, ou seja, quanto maior a
altitude menor é a temperatura. Mesmo em regiões tropicais, o clima de montanha é predominante nesse relevo.
 Clima Polar: Possui temperaturas abaixo de zero constante. O inverno é longo, o verão muito seco e
curto.
 Clima semiárido: Possui temperatura elevada com baixa umidade atmosférica.

ATENÇÃO: Agora coloque em pratica os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo IV – Elementos e Fatores Climáticos.

CAPÍTULO V - OCEANOS E MARES

Oceanos e mares formam ondas propícias para a prática de esportes.


Os oceanos e mares são de fundamental importância para o nosso planeta, pois contribuem para o
equilíbrio climático, além de ser muito importante para a economia dos países. Tendo em vista que a maioria dos
fluxos comerciais (exportação e importação) ocorre através dos oceanos.
Esses recursos hídricos oferecem também peixes, que são pescados e comercializados gerando renda. Seu
subsolo pode abrigar enormes jazidas de petróleo.
No passado, os oceanos e mares serviram de vias para que os navegadores atingissem terras desconhecidas, como

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GEOGRAFIA

por exemplo, as Américas. Atualmente são considerados como oceanos: Pacífico, Atlântico, Índico, Ártico e
Antártico.
Os oceanos são gigantescas massas de água salgada que abrangem uma enorme parte da superfície
terrestre, superando as de terras emersas. Entre os oceanos não existe separação geográfica, isto é, todos se
encontram interligados em uma só massa de água.
As partes dos oceanos que se encontram perto de áreas continentais ou dentro dos mesmos são consideradas mares,
que apresentam pouca profundidade e são influenciados por elementos oriundos das áreas continentais, como as
águas de rios que neles desembocam.
Os mares são classificados em: mares abertos, mares interiores e mares fechados; organizados de acordo
com a sua disposição no espaço e suas características geográficas.
 Mares abertos: são mares ligados com oceanos vizinhos.
 Mares interiores: são mares ligados com oceanos vizinhos por meio de estreitos.
 Mares fechados: são aqueles mares que não possuem nenhum tipo de ligação direta com o oceano.
Os oceanos e seus mares adjacentes somam juntos, mais de 90% do volume total de água da Terra; cobrem,
aproximadamente, 75% de sua superfície; e exercem um papel fundamental sobre o equilíbrio da biosfera
remanescente - a pequena camada de ar, água e terra que suporta a vida: determinando o clima, através das
interações dinâmicas entre a atmosfera e os oceanos, e regulando a temperatura do planeta.
Na maior parte dos quatro bilhões de anos desde a origem da vida, os organismos dominantes eram algas
azuis - esverdeadas microscópicas que cobriam e preenchiam os oceanos. Então, há 600 milhões de anos, o poder
monopolizante das algas foi quebrado e emergiu uma proliferação de novas formas de vida - um evento chamado
explosão cambriana. Após a explosão, a evolução desses novos organismos ocorreu a uma velocidade espantosa.
Em rápida sucessão, apareceram o primeiro peixe e o primeiro vertebrado; plantas anteriormente restritas aos
oceanos, iniciaram a colonização da Terra.
Os primeiros insetos evoluíram, e seus descendentes tornaram-se os pioneiros na colonização da Terra
pelos animais; surgiram insetos alados juntamente com os anfíbios, criaturas semelhantes aos peixes com pulmões,
capazes de sobreviver tanto na terra como na água; apareceram as primeiras árvores e os primeiros répteis; os
dinossauros evoluíram; emergiram os mamíferos e então os primeiros pássaros; as primeiras flores desabrocharam;
os dinossauros se tornaram extintos; os primeiros cetáceos, ancestrais dos golfinhos e das baleias, surgiram no
mesmo período que os primatas - antepassados dos macacos, gorilas e homens. E, então, há mais ou menos 10
milhões de anos, as primeiras criaturas parecidas com seres humanos evoluíram, acompanhadas por um aumento
espetacular no tamanho do cérebro, resultando, assim, nos seres humanos de hoje.
Conforme a Terra gira em torno do sol, os oceanos são aquecidos e a água se evapora formando nuvens.
Elas fluem com os ventos que sopram em todos os lugares, distribuindo a água por todo o planeta, como o coração
que bombeia o sangue pelo corpo humano. Depois, água volta aos oceanos pelos rios e geleiras, ou através das
chuvas, formando um sistema fechado, contínuo e infinito (ciclo hidrológico).
Além de garantir condições para o suporte da vida em todo o planeta, os oceanos também são de
importância vital aos seres humanos, do ponto de vista biológico, social e econômico. Cerca de 60% de toda
população mundial vive na zona costeira, isto é, aproximadamente 3 bilhões de pessoas. As águas costeiras e
oceânicas são regiões de alta produtividade primária (fitoplânctons) e, respondem por cerca de 90% das reservas de
pescado do mundo. Delas, obtemos o oxigênio que respiramos, sal, água (dessalinização), peles, pérolas, alimentos
(cerca de 90 milhões de toneladas de peixes e moluscos todos os anos), etc. Das ondas, correntes e marés,

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GEOGRAFIA

produzimos energia; do seu subsolo, extraímos minerais e óleo; e por fim, os ambientes marinhos nos propiciam
fontes de turismo e lazer.
Os oceanos e seus mares adjacentes somam, juntos, mais de 90% do volume total de água da Terra;
cobrem, aproximadamente, 75% de sua superfície; e exercem um papel fundamental sobre o equilíbrio da biosfera
remanescente - a pequena camada de ar, água e terra que suporta a vida: determinando o clima, através das
interações dinâmicas entre a atmosfera e os oceanos, e regulando a temperatura do planeta.
Na maior parte dos quatro bilhões de anos desde a origem da vida, os organismos dominantes eram algas
azuis-esverdeadas microscópicas que cobriam e preenchiam os oceanos. Então, há 600 milhões de anos, o poder
monopolizante das algas foi quebrado e emergiu uma proliferação de novas formas de vida - um evento chamado
explosão cambriana. Após a explosão, a evolução desses novos organismos ocorreu à uma velocidade espantosa.
Em rápida sucessão, apareceram o primeiro peixe e o primeiro vertebrado; plantas anteriormente restritas aos
oceanos, iniciaram a colonização da Terra.
Os primeiros insetos evoluíram, e seus descendentes tornaram-se os pioneiros na colonização da Terra
pelos animais; surgiram insetos alados juntamente com os anfíbios, criaturas semelhantes aos peixes com pulmões,
capazes de sobreviver tanto na terra como na água; apareceram as primeiras árvores e os primeiros répteis; os
dinossauros evoluíram; emergiram os mamíferos e então os primeiros pássaros; as primeiras flores desabrocharam;
os dinossauros se tornaram extintos; os primeiros cetáceos, ancestrais dos golfinhos e das baleias, surgiram no
mesmo período que os primatas - antepassados dos macacos, gorilas e homens. E, então, há mais ou menos 10
milhões de anos, as primeiras criaturas parecidas com seres humanos evoluíram, acompanhadas por um aumento
espetacular no tamanho do cérebro, resultando, assim, nos seres humanos de hoje.
Conforme a Terra gira em torno do sol, os oceanos são aquecidos e a água se evapora formando nuvens.
Elas fluem com os ventos que sopram em todos os lugares, distribuindo a água por todo o planeta, como o coração
que bombeia o sangue pelo corpo humano. Depois, água volta aos oceanos pelos rios e geleiras, ou através das
chuvas, formando um sistema fechado, contínuo e infinito (ciclo hidrológico).

Bacias Hidrográficas
A bacia hidrográfica é usualmente definida como a área na qual ocorre a captação de água (drenagem)
para um rio principal e seus afluentes devido às suas características geográficas e topográficas.
A história do homem sempre esteve muito ligada às bacias hidrográficas: a bacia do Rio Nilo foi o berço da
civilização egípcia; os mesopotâmicos se abrigaram no valo dos Rios Tigre e Eufrates; os hebreus, na bacia do Rio
Jordão; os chineses se desenvolveram as margens dos rios Yang – Tse e Huang Ho; os hindus, na planície dos Rios
Indo e Ganges. E isso, apenas para citar os maiores exemplos.
Os principais elementos componentes das bacias hidrográficas são os “divisores de água” – cristas das
elevações que separam a drenagem de uma e outra bacia, “fundos de vale” – áreas adjacentes a rios ou córregos e
que geralmente sofrem inundações, “sub-bacias” – bacias menores, geralmente de alguma afluente do rio principal,
“nascentes” – local onde a água subterrânea brota para a superfície formando um corpo d’água, “áreas de descarga”
– locais onde a água escapa para a superfície do terreno, vazão, “recarga” – local onde a água penetra no solo
recarregando o lençol freático, e “perfis hidrogeoquímicos” ou “hidroquímicos” – características da água
subterrânea no espaço litológico.
Às vezes, as regiões hidrográficas são confundidas com “bacias hidrográficas”. Porém, as bacias
hidrográficas são menores – embora possam se subdividir em sub-bacias (por exemplo: a bacia amazônica contém

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GEOGRAFIA

as sub-bacias hidrográficas dos rios Tapajós, Madeira e Negro), e as regiões hidrográficas podem abranger mais de
uma bacia.
De acordo com a Resolução CNRH n.º32 de 15/10/03, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, o
Brasil está dividido em regiões hidrográficas denominadas: região hidrográfica Amazônica, região hidrográfica do
Tocantins-Araguaia, do Atlântico Nordeste Ocidental, do Parnaíba, Atlântico Nordeste Oriental, do São Francisco,
do Atlântico Leste, do Atlântico Sudeste, do Paraná, do Uruguai e a região hidrográfica do Atlântico Sul.
Já as bacias hidrográficas são inúmeras, mas as quatro principais bacias hidrográficas do Brasil são: a bacia
Amazônica, do Tocantins, bacia Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) e a bacia do rio São Francisco. Juntas, elas
cobrem cerca de 80% do território brasileiro, porém de forma bastante irregular.
A Bacia Amazônica responde sozinha por 70% da disponibilidade de recursos hídricos no Brasil enquanto
que as bacias da região sudeste respondem por apenas 6%. Assim, as bacias da região sudeste estão sendo usadas
no seu limite uma vez que abastecem mais de 42% da população brasileira.
A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas é ainda, a maior e mais extensa rede hidrográfica do mundo com
uma área total de 6.110.000 km² desde sua nascente nos Andes peruanos até sua foz no Atlântico na região norte do
Brasil. Ela é considerada uma bacia continental por se estender sobre diversos países da América do Sul.
Outras bacias hidrográficas importantes do mundo são a bacia hidrográfica do Rio Saint Lawrence, que faz divisa
dos EUA com o Canadá e dá origem ao maior sistema de lagos interiores do mundo, os “Grandes Lagos”; e a bacia
dos rios Tigre e Eufrates consideradas o berço da civilização.

Lagos
Um lago é uma depressão natural na superfície da Terra que contém permanentemente uma quantidade
variável de água. Essa água pode ser proveniente da chuva, duma nascente local, ou de curso de água, como rios e
glaciares geleiras que desaguem nessa depressão.
A quantidade de água que um lago contém depende do clima regional. As dimensões dos lagos são muito
variáveis, desde alguns metros até várias centenas de quilómetros, como são os Grandes Lagos da América do
Norte ou os Grandes lagos Africanos. A sua profundidade também varia desde alguns centímetros até várias
centenas de metros - o Lago Baikal, na Sibéria, é o mais profundo do mundo, com 1680m.

Origem dos lagos


A origem dos lagos é variável e depende da geomorfologia do terreno. Em zonas como a Antártida, podem
existir lagos sub-glaciares , isto é, debaixo do gelo, como o Lago Vostok.
Geologicamente, a maior parte dos lagos da Terra é recente. Os resultados naturais da erosão tendem a
eliminar pelo menos um dos lados da bacia que contém o lago, tal como acontece no lago Baikal, que se estima ter
entre 25 e 30 milhões de anos. Há um número de processos naturais que formam os lagos. Um levantamento
tectónico recente de uma cordilheira pode criar depressões que acumulam água e formam os lagos. O avanço e
recuo dos glaciares pode também formar depressões na superfície. Tais lagos são comuns na Escandinávia, Sibéria
e Canadá. Os lagos podem também ser formados por meio de deslizamento de terras ou por bloqueios glaciares.
Um exemplo deste último ocorreu durante a última Idade do Gelo no estado norte-americano de Washington,
quando um enorme lago se formou.
Os lagos salgados formam-se onde não existe escoamento natural ou onde a água se evapora rapidamente.
Exemplos destes são o Grande Lago Salgado, o Mar Cáspio, o Mar de Aral e o Mar Morto.

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GEOGRAFIA

Os lagos pequenos com forma de arco ou crescente poderão formar-se nos vales de cursos de água como
resultado da existência de meandros. Rios com baixa velocidade da água tomam formas sinuosas e os lados
externos das curvas são erodidos mais rapidamente que os internos. Eventualmente uma forma semelhante a uma
ferradura é formada e o rio muda o seu leito por uma nova passagem, fazendo surgir na zona da antiga passagem
um lago arqueado.
O lago Vostok é um lago subglacial da Antartica, possivelmente o maior do mundo. A pressão do gelo e da
composição química interna sugerem que se o lago fosse furado, poderia resultar numa fissura que daria origem a
um geyser.
Alguns lagos, como o Baikal e o Tanganica estão em zonas de rift continental, e são criados por
subsidência da crosta à medida que duas placas tectónicas são friccionadas. Estes são os lagos mais antigos e mais
profundo do mundo, e tornar-se-ão oceanos dentro de milhões de anos. Por exemplo, julga-se que o Mar Vermelho
teve origem num lago de vale de rift continental.
Também os vulcões podem criar lagos. Um exemplo é a Caldeira das Sete Cidades, nos Açores.

Tipos de Lagos
Os lagos são classificáveis em função da sua origem. Alguns tipos são:
 Lagos tectônicos - águas acumuladas nas deformações da crosta terrestre;
 Lagos de origem vulcânica - águas que ocupam antigas crateras de vulcões extintos;
 Lagos residuais - que correspondem a antigos mares (água salgada);
 Lagos de depressão - águas acumuladas em depressões do relevo;
 Lagos de origem mista - resultante da combinação de diversos fatores capazes de represar certa
quantidade de água.
Também podemos enumerar os lagos artificiais, a exemplo do que foi formado com a barragem de
Sobradinho, no rio São Francisco.
É importante não confundir um lago com uma planície de inundação, que tem uma origem e uma dinâmica
diferente. À volta dum lago, no entanto, pode existir uma planície de inundação.
Os lagos artificiais, quando derivados da construção de uma barragem, são muitas vezes designados por
albufeiras, embora este termo também se use para algumas formações aquáticas na zona costeira marítima (por
exemplo a Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra).
Normalmente, a água dos lagos é água doce, mas existem no mundo alguns importantes lagos salgados,
como o Grande Lago Salgado da América do Norte ou o Mar Morto no Médio Oriente (Israel e Palestina).

ATENÇÃO: Agora coloque em pratica os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo V – Oceanos e Mares.

BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA Lúcia Marina Alves de RIGOLIN Tércio Barbosa Geografia – Série Novo Ensino Médio,
Editora Ática volume único.
TERRA Lygia, COELHO Marcos de Amorim, Geografia do Brasil - Espaço natural, territorial e
socioeconômico brasileiro, Editora Moderna, volume 1º ano, Ensino Médio.

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GEOGRAFIA

TERRA Lygia, COELHO Marcos de Amorim, Geografia Geral - O espaço natural e socioeconômico,
Editora Moderna, volume 1º ano, Ensino Médio.

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