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Essas quatro leis podem ser aplicadas para tornar qualquer comportamento mais
fácil (e a inversão de cada lei pode ser aplicada para tornar qualquer comportamento
mais difícil). Quando aplicados à criação dos filhos, esses mesmos princípios podem
ser usados para ajudar crianças e famílias a estabelecer hábitos mais eficazes.
Antes de entrarmos nos detalhes, vale a pena notar que os conceitos abordados
em Hábitos Atômicos devem funcionar bem com crianças e pais. No entanto, há uma
diferença fundamental: a maioria das pessoas lê Hábitos Atômicos com a intenção
de trabalhar nos próprios hábitos. Mas quando você está pensando em como aplicar
as ideias com seus filhos, está moldando os hábitos de outra pessoa. Essa diferença
apresenta desafios adicionais, e esta seção fornecerá exemplos específicos de como
aplicar as ideias à criação dos filhos.
Ofereço essas ideias apenas como ponto de partida. Cada família é diferente, e
você precisa estar disposto a experimentar as Quatro Leis para descobrir como se
adaptam à sua vida e circunstâncias. Se continuar a voltar para as ideias que apresento
em Hábitos Atômicos, acredito que perceberá que as aplicações são quase infinitas.
A 1ª LEI
As salas de aula do jardim de infância são projetadas para tornar bem claro onde
as coisas devem ficar e o que fazer com elas. Segundo Morgenstern, existem cinco
características principais:
Por exemplo, se uma criança for designada para o Grupo de Leitura Azul, seus
livros serão colocados no cesto azul, as crianças se sentam à mesa azul e assim por
diante. Em outras palavras, esse método torna muito claro o que fazer e onde.
Você pode empregar métodos semelhantes em sua casa com etiquetas codificadas
por cores, notas adesivas diferentes ou outros marcadores claros. Considere o hábito
de escovar os dentes. “Olivia pega a escova de dentes verde. Michael, a vermelha.”
Outra opção é ajudar seu filho a criar as próprias pilhas de hábitos (um conceito
discutido no Capítulo 5 de Hábitos Atômicos). Se o seu filho tem dificuldade com
os hábitos de estudo ou de lição de casa, você pode usar o empilhamento de hábitos
para iniciar uma rotina melhor de estudos.
•• Assim que voltar da escola, vou tirar o dever da mochila e colocá-lo na mesa.
•• Assim que eu sair do carro vindo do treino, vou tirar minhas chuteiras sujas
e colocá-las na garagem.
•• Assim que terminar o jantar, vou enxaguar meu prato e colocá-lo na lava-louça.
Lembre-se, esses hábitos devem ser pequenos e fáceis de executar. Mesmo que
seu objetivo real seja realmente fazer com que seu filho passe uma hora trabalhando
em sua lição de casa, comece criando pilhas de hábitos que preparem o ambiente
para facilitar o dever.
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Além disso, você pode usar o empilhamento de hábitos como forma de incentivar
o comportamento desejado. Por exemplo: Depois de praticar piano por 10 minutos,
vou jogar videogame.
As pilhas de hábito são formas simples e eficazes de deixar claro e óbvio quando
um novo hábito deve ocorrer.
A 2 ª LEI
legas ele conviverá. Pode escolher em qual bairro moram, qual escola frequentam,
quais atividades extracurriculares praticam e mais... e é nesses ambientes que eles
conhecem seus pares.
Para resumir a ideia de uma forma simples: se quiser que seus filhos achem de-
terminados hábitos atraentes, insira-os em ambientes e grupos em que seus colegas
também os pratiquem. Ou, como coloco em Hábitos Atômicos: junte-se a um grupo
em que o comportamento desejado seja o padrão.
Quando uma criança vê seus amigos executando um hábito, ele se torna uma
coisa muito atraente de se fazer.
Outra coisa inerentemente atraente é a liberdade e a autonomia. Especialmente
com crianças mais novas, os hábitos podem se tornar mais atraentes quando elas
exercem poder sobre eles.
Aqui está um exemplo de Janet Lansbury, a autora de No Bad Kids [sem publi-
cação no Brasil]:
Então, quando ele disser: “Não, não quero colocar o pijama”, fique calmo.
“Ah, tudo bem. Você não quer colocar o pijama. O que gostaria de usar na
cama? Ou talvez: “Qual destes (2) pijamas você quer usar?” Ou “Entendo
que não queira vestir o pijama. Perfeitamente compreensível. Mas não
teremos tempo para ler um livro se você não o vestir nos próximos cinco
minutos.” Ou “Você gostaria de colocá-lo agora ou em cinco minutos?”
A chave é continuar a encorajar sua autonomia e oferecer opções para
que a criança não se sinta cumprindo ordens. Continue no comando sem
esforço. Não se sinta ameaçado. No pior cenário: a criança dorme com
suas roupas normais.1
É a mesma coisa que ser obrigado a ler um livro para a aula de inglês versus es-
colher ler o livro por conta própria. O mesmo hábito pode passar de desinteressante
a atraente dependendo de quem está no controle.
1 Lansbury, Janet. No Bad Kids: Toddler Discipline Without Shame (pg. 58). JLML Press. Edição Kindle.
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A 3ª LEI
um produto do ambiente. Se quer que seus filhos desenvolvam certos hábitos, tor-
ne-os a opção conveniente e fácil dentro do ambiente.
É muito mais fácil criar um hábito de leitura quando não há televisores por perto.
A 4ª LEI
Veja o que Janet Lansbury tem a dizer, dessa vez fornecendo um bom exemplo
de como deve ser “ignorar o mau” em um contexto do mundo real. Ela recomenda
dar uma resposta banal, que é uma reação comedida:
A ideia básica é a seguinte: sempre que possível, use o reforço positivo em vez
do negativo.
Uma maneira criativa de fazer isso que ouvi é criar um sistema de “fichas” ou
um sistema de “pagamento” para seus filhos. Mas a chave é apenas acrescentar um
valor ou ficha quando seu filho faz algo bom, não retirar nada quando faz algo ruim.
A mesada normal é retirada como punição quando uma criança quebra as re-
gras. Mas pode ser mais eficaz considerar como você pode incentivar bons hábitos
acrescentando valor a ela. Por exemplo, se a criança escolher ler um livro por uma
hora em vez de assistir à televisão, ela receberá outra ficha. Ou pode ganhar fichas
cumprindo tarefas, obtendo boas notas ou praticando outros hábitos valiosos.
Em última análise, a ideia é tornar satisfatório fazer a coisa certa.
É isso! Espero que tenham gostado deste bônus. Para ver mais ideias sobre como
aplicar as Quatro Leis da Mudança de Comportamento e criar hábitos melhores
(tanto em crianças quanto em adultos), leia Hábitos Atômicos.
2 Lansbury, Janet. No Bad Kids: Toddler Discipline Without Shame (pg. 50). JLML Press. Edição Kindle.