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CADERNO TEMÁTICO III

A demanda potencial e o público-alvo da assistência Estudantil

Leonardo Barbosa e Silva


CADERNO TEMÁTICO III

A demanda potencial e o público-


alvo da assistência Estudantil
Leonardo Barbosa e Silva (UFU)

CADERNO TEMÁTICO III

A demanda potencial e o público-


alvo da assistência Estudantil

Cegraf UFG
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2021
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Cássia Virgínia Bastos Maciel - UFBA
Cesar Augusto da Ros - UFRRJ
Débora Fernandes Coelho - UFCSPA
Elaine Saraiva Calderari - UFU
João Carlos Salles Pires da Silva - UFBA
Leonardo Barbosa e Silva - UFU
Maisa Miralva da Silva - UFG
Marcus David - UFJF
Patricia Vieira Trópia - UFU
Ronaldo Marcos de Lima Araujo - UFPA
Suzi Alves Camey - UFRGS
Sumario
Apresentação........................................................................................................................... 5

Introdução................................................................................................................................ 7

O Tema................................................................................................................................ 7

Metodologia.............................................................................................................................. 8

A Assistência Estudantil......................................................................................................... 10

Definição............................................................................................................................ 10

O Programa Nacional de Assistência Estudantil e o que se define como público alvo..... 12

Perfil Geral de discentes atendidos (as) pela Assistência Estudantil nas IFES................ 19

Onde estão................................................................................................................... 19

Quem são..................................................................................................................... 22

Como se relacionam com os estudos........................................................................... 25

A Demanda Potencial Prioridade PNAES (DPP)................................................................... 37

A DPP por área do PNAES............................................................................................... 54

Alimentação.................................................................................................................. 55

Moradia Estudantil........................................................................................................ 60

Transporte..................................................................................................................... 64

Atenção à Saúde.......................................................................................................... 72

Esporte......................................................................................................................... 78

Cultura.......................................................................................................................... 83

Creche.......................................................................................................................... 86

Inclusão digital.............................................................................................................. 91

Apoio pedagógico......................................................................................................... 92

Acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação.............. 97

Conclusões........................................................................................................................... 100

Referenciais Bibliográficos................................................................................................... 105


Apresentação

É com grande satisfação que o FONAPRACE/ANDIFES publica os Cader-


nos Temáticos resultantes da V Pesquisa de Perfil Socioeconômico e Cultural dos
Graduandos e Graduandas das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES),
realizada de 2018 e publicada em maio de 2019.

Esse relatório explicita o perfil do público estudantil das IFES, passada mais
de uma década de implementação do REUNI (BRASIL, 2007a) e mais de meia
década da instituição da Lei nº 12.711/2012 (BRASIL, 2012), também conhecida
como Lei de Cotas. Nessa edição da Pesquisa, outras expressões da realidade
dos estudantes puderam ser verificadas com a inserção de novas temáticas e
perguntas no questionário, contemplando aspectos ausentes nas pesquisas an-
teriores.

Com o objetivo de aprofundar os dados mais relevantes, identificados nessa


V Pesquisa Nacional, o FONAPRACE e a ANDIFES decidiram pela publicação de
uma série de Cadernos Temáticos, os quais constituem uma coleção de textos
originários de reflexões específicas, recortadas do universo da V Pesquisa Nacional
e, dada sua importância estratégica, escolhidos para aprofundar o conhecimento
acerca da realidade de estudantes dos cursos de graduação presencial de 63
universidades federais e dos CEFETS MG e RJ.

Para definir as temáticas foi fundamental a participação dos membros do


Observatório Nacional de Políticas de Assistência Estudantil do FONAPRACE,
com base no conteúdo da V Pesquisa Nacional. Às pessoas desse coletivo, nosso
reconhecimento e agradecimentos.

Nossos agradecimentos se estendem, igualmente, aos professores que


coordenaram o processo de construção coletiva desses cadernos, Patrícia Vieira
Trópia e Leonardo Barbosa e Silva, e aos pesquisadores/especialistas que ela-
boraram a análise de cada uma das temáticas priorizadas:

1. Juventudes e os desafios universitários, de autoria de Darcilene Gomes


e Sidartha Soria e Silva.

2. A demanda potencial e o público-alvo da assistência Estudantil, de


autoria de Leonardo Barbosa e Silva.

3. Análise regionalizada da expansão das IFES tendo por referência o

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perfil dos graduandos, de autoria de Eduardo Nunes Guimarães e Luís
Fernando Bezerra de Oliveira.

4. Políticas Afirmativas no Ensino Superior, de autoria de Rita de Cássia


Dias Pereira de Jesus e Everson Meireles.

Essa publicação ocorre quando o país e o mundo atravessam uma pande-


mia em saúde pública que já perdura por mais de um ano e provoca uma crise
social, econômica e política crescente e devastadora para a realidade histórica
do Brasil. Adicionada ao ideário neoliberal, negacionista e contrário à ciência, à
política social (educação, saúde etc.) e às universidades, a pandemia produz, no
bojo da crise econômica e suas malfadadas estratégias de enfrentamento desse
momento, muito mais desigualdades, desempregos e vastidão das dificuldades
de sobrevivência, trabalho, estudos e sustento de parte crescente da população
brasileira. Isso não tira o mérito da pesquisa ora analisada em temáticas, mas
coloca o desafio de pensar o quanto mais as desigualdades se intensificaram no
período imediatamente posterior à entrada da pandemia (2020), levando a essa
tragédia humanitária, sanitária e política, em que o Brasil patina para atravessar.

O presente Caderno tem como temática a demanda potencial e o públi-


co-alvo da assistência estudantil. Espera-se que o exame detalhado do perfil do
público-alvo da assistência estudantil, a partir da demanda potencial, contribua
para que a sociedade brasileira conheça os avanços, as trajetórias e os limites
da política de assistência estudantil e, sobretudo, norteie a tomada de decisão
de gestores/as comprometidas com os ideais democráticos, universais, gratuitos
e de uma universidade plural e socialmente inclusiva.

Edward Madureira Brasil


Presidente da ANDIFES

Maisa Miralva da Silva


Coordenadora Nacional do FONAPRACE

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Introdução

O Tema

A temática do presente Caderno é a Demanda potencial e o público alvo da


assistência estudantil. Trata-se de uma síntese daquilo que se pode entender como
o público para o qual as políticas de permanência se destinam, seu volume e seu
perfil, cotejado com a amplitude da cobertura da mesma política, destacando quem
são e quantos (as) estão protegidos (as) socialmente.

Para lograr os resultados pretendidos, definiu-se como trajetória argumentativa


a divisão do texto em duas partes. A primeira dedicada à definição dos critérios para o
estabelecimento da demanda potencial e a segunda comprometida com a descrição
desta demanda vis-à-vis a amplitude da cobertura existente.

Para definir o público alvo, foi feita uma breve imersão no conteúdo do marco
regulatório das ações de assistência estudantil no Brasil, o decreto nº 7.234/2010 que
instituiu o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). É deste programa
que se extraem as condições de acesso à proteção social requerida por estudantes
em vulnerabilidade. Portanto, a construção de um perfil da demanda requer tomar a
métrica do PNAES como referência para o que se pode chamar de público alvo. Uma
vez estabelecida a métrica oficial para o reconhecimento do público alvo, foi apresen-
tado o Perfil geral de discentes atendidos (as) pela Assistência Estudantil, desejando
indicar onde estão, quem são e como se relacionam com os estudos acadêmicos.

O núcleo deste Caderno trata necessariamente da descrição e análise da


demanda potencial e do público alvo das ações de assistência estudantil, indicando
possíveis déficits de cobertura. Considerando que o PNAES estabelece os critérios
de atuação dos órgãos responsáveis por criar as condições de permanência de es-
tudantes das IFES, indicando dez áreas de atuação, optou-se por expor a demanda
potencial de duas formas, uma primeira de maneira geral, utilizando marcadores como
sexo, cor e raça, região geográfica e ingresso via reserva de vagas. Esses marcado-
res são indicativos de vulnerabilidades gerais. Uma segunda maneira, segmenta a
análise de acordo com as áreas do próprio PNAES. Ou seja, uma vez que interessa
saber a demanda potencial, caberia mensurá-la também para cada uma das áreas.

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Deste modo, em dez curtas seções foram levantados os perfis de estudantes
que requerem um serviço, um atendimento, um apoio ou ação dada sua condição
de vulnerabilidade específica. O perfil encontrado foi quantificado, expressando
quantas pessoas estão naquela condição requerendo potencialmente a proteção
social da Assistência Estudantil. Sempre que mensurada, a demanda potencial é
analisada observando-se os desdobramentos da sua condição de vulnerabilidade
sobre seu envolvimento com os estudos.

Assim, a título de exemplo, se ter filhos (as) até cinco anos de idade é uma
condição para estudantes requererem acesso à creche ou à bolsa, buscou-se
conhecer a quantidade de discentes nesta condição e que respondem ao que o
PNAES definiu como sua prioridade. Também se observou se tal condição lhes
priva mais ou menos das condições educacionais adequadas, se lhes priva de
acessar oportunidades ou direitos. E, por fim, pontuou-se a amplitude da cobertura
da proteção social para este grupo. Em síntese, pode-se saber quem são, como
sua vulnerabilidade lhes priva e quantos (as) estão cobertos (as).

Ao final, apresenta-se uma síntese dos perfis da demanda potencial encon-


trados e suas coberturas1.

Metodologia

De certa forma, este Caderno tem a missão de mensurar um problema público


(SECCHI, 2016), qual seja: o volume de estudantes que apresentam ausência de con-
dições para que, nas universidades federais, independentemente de suas vontades,
desfrutem das condições fundamentais para fruir seu direito à educação. A forma para
mensurar o problema é o que se está chamando de metodologia.

Dentre as causas da privação, a Assistência Estudantil tem usado, principalmen-


te as desigualdades sociais. Sem aprofundar as reflexões teóricas acerca do que se
acumulou na ciência sobre esta temática, tomou-se como referência alguns trabalhos
(FRASER, 2006; IANNI, 1980; PIKETTY, 2015) e sua relação com a educação (BOUR-
DIEU; PASSERON, 2018; COSTA; LOPES; CAETANO, 2014), levando em conta as
reflexões sobre as vulnerabilidades sociais e as políticas públicas de proteção social
(BRASIL; CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2004; TANEZINI, 2004).

1 Cabe lembrar que estará ausente a descrição dos equipamentos sociais presentes na Assistência
Estudantil das IFES e duas razões justificam a lacuna. Primeiramente, a base de dados que subsidiou
este estudo não disponibiliza tais informações e, mais importante, o FONAPRACE já possui este le-
vantamento em outra pesquisa realizada e publicada pelo fórum (FONAPRACE/ANDIFES, 2018).

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Para estabelecer aquilo que seria o perfil da demanda potencial e a cobertura
da política de assistência estudantil (na amplitude, na intensidade e na tendência),
foram utilizadas estatísticas descritivas (frequências simples, tabulações cruzadas
e testes de correlação) e para o manuseio do banco de dados da V Pesquisa, o
software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).

E, por fim, a análise foi desenvolvida com o objetivo de se apresentar a


demanda potencial para a Assistência Estudantil. O marco normativo utilizado foi
o Programa Nacional de Assistência Estudantil (BRASIL, 2010), reconhecendo
que ele estabelece seu público alvo de forma abrangente, mas indica também sua
fração prioritária.

Como se sabe, aquilo que o PNAES chama de prioridade se resume ao


público estudantil ingressante com origem em escola pública ou renda per capita
média familiar de até um salário mínimo (s.m.) e meio. Estas duas variáveis (origem
escolar e renda familiar per capita) serão as guias mestras para a definição da DPP,
reforçando sua manifestação nas dez áreas que o Programa indica ações: Mora-
dia estudantil; Alimentação; Transporte; Atenção à saúde; Inclusão digital; Cultura;
Esporte; Creche; Apoio pedagógico; e Acessibilidade. Para a análise da DPP de
forma comparada, serão, sempre que oportuno, produzidas medições de sua de-
manda à luz daquelas com coorte “escola de origem” e coorte “renda mensal familiar
per capita”. Assim vislumbrar-se-á uma dimensão das demandas em separado e
cotejadas, permitindo à gestão universitária maior clareza sobre seu público alvo.

Para tornar didática a análise, serão apresentadas de forma separada para


que a diversidade do público tenha a visibilidade necessária e, ao mesmo tempo, se
possa cotejar com as políticas específicas para a proteção social. Feito isso, será
exibida a cobertura da política, também orientada pela tríade amplitude, intensidade
e tendência. Sendo possível, ao final, cotejar lado a lado a demanda por e a oferta
de assistência estudantil.

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A Assistência Estudantil

Definição

Tomando por base o que sugere o Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos


e Estudantis, pode-se compreender a política de assistência estudantil como

um conjunto de princípios e diretrizes que norteiam a implantação de ações


para garantir o acesso, a permanência e a conclusão de cursos de gradu-
ação dos estudantes das IFES, na perspectiva da inclusão social, formação
ampliada, produção do conhecimento, melhoria do desempenho acadêmico
e da qualidade de vida (FONAPRACE/ANDIFES; PROEX/UFU, 2012).

Deste modo, e antes de tudo, a política de assistência estudantil seria composta


por princípios e diretrizes para ações. Tal como foi definida, no Brasil, nunca houve uma
política nacional de assistência estudantil consolidada em um marco legal qualquer,
somente como programa, não obstante haja projetos de lei em tramitação para este
fim. Desde as primeiras ações neste campo, no ano de 1928 (CARVALHO, 2013),
até o presente, o único documento nacional que orienta as políticas de permanência
é o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Deste modo, não haveria razão para tratarmos de uma política de assistência
estudantil, mas de ações dentro de um programa. Caso houvesse, tal como define
o FONAPRACE, ela se destinaria a garantir acesso, permanência e conclusão de
cursos de graduação. Partindo de uma leitura estrita das finalidades a que se reserva
a política, pode-se compreender o acesso aos cursos de graduação como uma ma-
téria afeita aos órgãos responsáveis pelas políticas de ingresso ao ensino superior.
Hoje, tal como se encontram os órgãos gestores das ações de assistência estudantil,
dificilmente eles são imbuídos de tais responsabilidades, mas sim das ações depois
do acesso, depois do ingresso.

Uma vez vinculado (a) à instituição, o (a) estudante passa a contar com a
proteção social para que permaneça vinculado (a) e conclua seu curso. Logo, dife-
rentemente de uma permanência infinita, há o compromisso expresso de que o curso
seja concluído. Uma observação marginal, mas não irrelevante, deve se ater ao fato
de que a destinação da Política de Assistência Estudantil recorta o público univer-
sitário e atribui foco exclusivo aos cursos de graduação. Seguramente influenciado
pelo próprio texto do PNAES, a definição do Fórum é restritiva e merece reflexão
posterior para a institucionalização de uma política nacional.

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Por fim, a definição original compromete a Assistência Estudantil com uma
formação ampliada, com a produção do conhecimento, com a melhoria do desem-
penho acadêmico e com a qualidade de vida. Nitidamente antenada com o que
prevê a Constituição Federal e a LDB quando ambas tratam da educação em geral
e da educação superior em específico. No entanto, fica igualmente claro que tais
compromissos se fazem a partir da constatação de que se vive em uma socieda-
de marcada pela desigualdade social cujas típicas privações de direitos operam
também no ambiente universitário.

Quando se decide observar tal fenômeno das desigualdades sociais na edu-


cação superior federal, os ajustamentos se farão necessários para que a percepção
da natureza da desigualdade, a detecção da população submetida e a formulação de
políticas de reversão do quadro diagnosticado sejam precisas. Com efeito, parece
ser adequado utilizar uma categoria cara ao campo científico e político do serviço
social. Desde sua publicação como portaria em 2007 (BRASIL, 2007b), o Programa
Nacional de Assistência Social (PNAES) instigou gestões universitárias a buscar
captar as várias formas de privação ao direito à educação, que tem encaminhado
a compreensão na direção de defini- as como vulnerabilidades. Um documento
oficial que traz sua definição com bastante rigor e clareza é a Política Nacional de
Assistência Social. Em que pesem as diferenças dos públicos para esta e para o
PNAES, a categoria vulnerabilidades têm sido compartilhada na prática. O enten-
dimento passa pela

situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (au-


sência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre
outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertenci-
mento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiên-
cias, dentre outras) (BRASIL; CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL, 2004).

Todas as condições listadas tornariam a pessoa vulnerável, privada de con-


dições necessárias à vida digna ou marcada por privações de direitos. Para o que
importa neste relatório, as privações poderiam ocorrer na definição do acesso às
oportunidades acadêmicas, do rendimento acadêmico, das condições de evasão
e retenção, nos desejos de mobilidade, na inserção em programas e projetos, na
formação qualificada, entre outras.

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O Programa Nacional de Assistência Estudantil e o que se define
como público alvo

No corpo do Decreto que institui o PNAES é possível encontrar nos seus vários
artigos a definição do público alvo das políticas de permanência. Diferentemente do
desejado, as características foram salpicadas pela inteireza do documento, quando
o melhor seria, para a clareza da gestão universitária, a concentração delas num
único artigo. Esta disposição exigirá um passeio pela totalidade da normativa.

O PNAES está dividido em nove artigos, sendo o primeiro redigido para


definir o órgão de execução e a finalidade do Programa, o segundo para expor os
objetivos, o terceiro para apresentar a forma da execução (articulação e áreas), o
quarto indicando as metas, o quinto estabelecendo as prioridades de atendimento,
o sexto instituindo o compromisso das instituições com as informações demandadas
pelo MEC, o sétimo indicando o fluxo do repasse de recursos, o oitavo apontando as
fontes de recursos e a necessidade de compatibilizar volume empregado e público
atendido e, por fim, o nono com o anúncio da vigência do decreto.

O primeiro artigo está assim redigido: “O Programa Nacional de Assistência


Estudantil – PNAES, executado no âmbito do Ministério da Educação, tem como
finalidade ampliar as condições de permanência dos jovens na educação superior
pública federal”. Note-se que o trecho nomina o Programa, indica o Ministério ao
qual está vinculado e apresenta a sua finalidade. Nesta última fração, pode-se
perceber que a preocupação reside nos jovens. O Estatuto da Juventude (BRASIL,
2013) compreende como jovens as pessoas com idade entre 15 a 29 anos.

De acordo com os dados da V Pesquisa, 85,2% dos (as) estudantes das IFES
estão nesta faixa etária, enquanto 14,8% teria mais do que 29 anos e não seria mais
jovem. Apesar de muito claro, o texto do Decreto que recorta para a juventude as
políticas de assistência, deixando de fora outras idades, não parece ter a intenção
do órgão propositor de produzir a exclusão de não jovens. Observando a totalidade
da norma, o PNAES tem forte compromisso com uma permanência qualificada no
ensino superior, contra todas as desigualdades. Deste modo, não faria sentido excluir
da cobertura estudantes vitimados pelas condições sociais, simplesmente porque
estão fora de uma determinada faixa etária. Por esta incongruência, optou-se por
não considerar como público alvo do PNAES os estudantes jovens, muito embora
seja textual este recorte.

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Na sequência encontra-se o artigo 2º, responsável por trazer à tona o sentido
primeiro do Programa. Ele estabelece como

(...) objetivos do PNAES: I – democratizar as condições de permanência


dos jovens na educação superior pública federal; II - minimizar os efeitos
das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da
educação superior; III - reduzir as taxas de retenção e evasão; e IV - con-
tribuir para a promoção da inclusão social pela educação (BRASIL, 2010).

Deduz-se que o Decreto reconhece a existência de condições desiguais dentro


das IFES e IFs, uma vez que endereça seu esforço contra elas. Permanecer vinculado (a)
à instituição não seria uma tarefa que dependeria somente da escolha do (a) estudante,
mas de situações impeditivas vinculadas às suas origens sociais, condição de classe
(IANNI, 1980), à sua herança cultural (BOURDIEU; PASSERON, 2018), ausência de
reconhecimento (FRASER, 2006) etc. Não por outro motivo, o texto intenciona demo-
cratizar as condições de permanência, elegendo as desigualdades sociais e regionais
como autoras dos impedimentos. Importa destacar que não se trata, exclusivamente,
das desigualdades sociais, mas também de sua versão regional que distribui entre os
vários estados da federação parcelas distintas dos recursos, contribuindo também dis-
tintamente para que estudantes se mantenham vinculados (as) e concluam seus cursos
no tempo adequado. Daqui se depreende que o público alvo do PNAES é composto por
estudantes que foram privados de uma permanência qualificada, de uma diplomação
no tempo adequado e que sofrem de exclusão social.

Já em seu terceiro artigo, o Programa foca na indicação das articulações neces-


sárias para a execução, bem como as áreas de atuação. Na íntegra, tem- se:

O PNAES deverá ser implementado de forma articulada com as atividades


de ensino, pesquisa e extensão, visando o atendimento de estudantes re-
gularmente matriculados em cursos de graduação presencial das institui-
ções federais de ensino superior. § 1o As ações de assistência estudantil do
PNAES deverão ser desenvolvidas nas seguintes áreas: I - moradia estudan-
til; II - alimentação; III - transporte; IV - atenção à saúde; V - inclusão digital;
VI - cultura; VII - esporte; VIII - creche; IX - apoio pedagógico; e X - acesso,
participação e aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos glo-
bais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. § 2o Caberá à
instituição federal de ensino superior definir os critérios e a metodologia de
seleção dos alunos de graduação a serem beneficiados (BRASIL, 2010).

Percebe-se que, a despeito de estabelecer o dever da implementação articulada


do PNAES nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, sugerindo uma formação
mais ampla e qualificada, novamente destaca-se mais uma pista do recorte do público

13
alvo. Desta vez anuncia-se que estarão cobertos (as) somente estudantes vinculados
aos cursos de graduação presencial, excluindo estudantes de Colégios de Aplicação,
Escolas Técnicas, cursos de Graduação em Educação à Distância e todas as modali-
dades de Pós-graduação. Adiante, no mesmo artigo, são apresentadas as dez áreas de
atuação do Programa e, finalmente, a obrigação da instituição de gerar seus critérios e
métodos de seleção de beneficiados (as)2.

A relativa autonomia na montagem dos processos avaliativos não confere


às instituições a liberdade de desrespeitar os critérios de definição do público alvo
presentes no documento, todavia permite a organização de procedimentos espe-
cíficos capazes de responder à particularidade regional.

Avançando ainda sobre os demais artigos, tem-se agora o artigo 4º, destinado
a dar a ancoragem institucional do PNAES. Ele assevera, que

As ações de assistência estudantil serão executadas por instituições fede-


rais de ensino superior, abrangendo os Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia, considerando suas especificidades, as áreas estra-
tégicas de ensino, pesquisa e extensão e aquelas que atendam às neces-
sidades identificadas por seu corpo discente. Parágrafo único. As ações
de assistência estudantil devem considerar a necessidade de viabilizar a
igualdade de oportunidades, contribuir para a melhoria do desempenho
acadêmico e agir, preventivamente, nas situações de retenção e evasão
decorrentes da insuficiência de condições financeiras (BRASIL, 2010).

É bem verdade que o corpo do artigo 4º trata, precisamente, das instituições


nas quais o PNAES será implementado. Anuncia-se as Instituições Federais de
Ensino Superior (IFES) e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
(IFs). Todavia, no trecho acima também se detalha a quem se destinam as ações
dentro das instituições supracitadas.

Exige-se que a gestão universitária considere três situações muito claras


para executar suas ações de assistência. Inicialmente, destaca a necessidade de
viabilizar a igualdade de oportunidades. Ora, toma-se como pressuposto que o
ingresso numa IFES ou num IF não se faz par i passu com a eliminação das desi-
gualdades sociais. Elas “ingressam” junto com o (a) estudante, “cursam” disciplinas,
“frequentam” as bibliotecas, “acompanham” cada passo no processo formativo. E,
por esta razão, interferem nas oportunidades a serem aproveitadas. Não há novi-
dade no fato de que o ambiente universitário reproduz as desigualdades sociais,

2 A gramática do PNAES reflete, nalguns momentos, uma concepção assistencialista, pois vale-se de
termos como “beneficiados”, expressão cuja etimologia será observada mais adiante.

14
com a preferência por aptidões que são típicas dos grupos abastados (BOURDIEU;
PASSERON, 2018). O que o PNAES propõe é a ação de contra tendência, de
correção da distribuição desigual das oportunidades. Deste modo, parece claro
que qualquer estudante que esteja privado de uma oportunidade acadêmica que
deveria ser oferecida em condição de igualdade faz jus às ações do PNAES e se
habilita a compor o público alvo.

Adverte-se que o Decreto, até este momento, não discrimina por qualquer
marcador social (classe, renda, raça, sexo, gênero, orientação sexual etc.) quem
seria o público alvo. Advoga-se que a privação desigual à oportunidade acadêmica
justificaria a ação da assistência estudantil.

Na sequência, o mesmo parágrafo único destaca a necessidade de contri-


buir para a melhoria de desempenho. Subentende-se que caberia à assistência
estudantil observar permanentemente estudantes com desempenho insuficiente,
independentemente de qualquer condição social, e mobilizar seus recursos para
que possam lograr desempenhos melhores.

Finalmente, o trecho salienta que cabe à política de permanência agir ante-


cipadamente às situações de evasão e de retenção decorrentes de insuficiência
de condições financeiras. Pois bem, a evasão e a retenção são fenômenos que,
além de dominarem parte das preocupações do MEC e das Instituições de Ensino,
possuem suas definições e formas de mensuração assentadas em considerável
controvérsia(BAGGI; LOPES, 2011; BARDAGI; HUTZ, 2014; FREITAS, 2016; LIMA;
ZAGO, 2018; RISTOFF, 1999). Deixando de lado o debate teórico e metodológico
que acompanha os termos, tem-se por óbvio que o Decreto pretende intervir nas
situações de perda de vínculo ou atraso na diplomação, tomando-as como proble-
mas institucionais a serem enfrentados.

Contudo e em oposição aos dois pontos anteriores, fica patente que o en-
frentamento se dará quando o fenômeno for decorrente de uma insuficiência das
condições financeiras. Portanto, em que pese a multiplicidade de fatores que o
próprio MEC atribui à causa da evasão e da retenção (COMISSÃO ESPECIAL DE
ESTUDOS SOBRE EVASÃO, 1996), o decreto restringe o objeto da ação a um
fenômeno monocausal, criando um recorte por nível de renda per capita como um
focalizador da ação institucional.

A estranheza não se deve somente à incoerência em relação ao que os estu-


dos sobre evasão e retenção já consagraram. Isto, por si só, já seria um problema

15
do Programa. Mas também causa estranhamento o fato de a lógica dominante no
Decreto ser aquela que reconhece um rol de desigualdades operantes no interior
das instituições, todas elas são ativas na privação da fruição do direito à educação.
Ainda mais, quando se estabelece o compromisso em garantir igualdade nas opor-
tunidades e enfrentar desempenhos acadêmicos inadequados, parece não levar em
consideração que ambos aspectos podem guardar relação direta com a diplomação
no tempo adequado e, portanto, com menores índices de evasão e retenção.

Com efeito, associar a evasão e a retenção a uma única causa e restringir a


ação da assistência estudantil exclusivamente a quem se candidata a evadir ou a
ficar retido (a) em virtude de insuficiente condição financeira expressa incoerência
interna da normativa e tende a comprometer seriamente a eficácia do Programa.

Seja como for, até o instante, está nítido que o PNAES é um Programa en-
dereçado a quaisquer estudantes privados de oportunidades, ou com desempenho
a ser melhorado, ou aos (às) candidatos (as) à evasão e retenção cujo motivador
seja a condição financeira. Combinam-se numa mesma política critérios universais
e focalizados, que incorporam quaisquer estudantes ou que se restringem a um
grupo específico. Ver-se-á, adiante, que o artigo 5º será aquele a que se atribui
a missão de revelar com precisão o público alvo prioritário da política, no qual se
pode ler que:

Serão atendidos no âmbito do PNAES prioritariamente estudantes oriun-


dos da rede pública de educação básica ou com renda familiar per capita
de até um salário mínimo e meio, sem prejuízo de demais requisitos fixa-
dos pelas instituições federais de ensino superior (BRASIL, 2010).

Veja-se que o referido artigo não estabelece, em momento algum, um recorte


exclusivo para o público alvo, porém indica somente o que seria assumido como
prioridade. Entende-se por prioridade a condição do que é o primeiro em tempo,
em ordem ou em dignidade. Ou ainda, aquele que tem preferência, primazia e
preeminência (HOUAISS; DE SALLES VILLAR; DE MELLO FRANCO, 2003).
Conferir prioridade nas políticas de permanência não significa descartar os (as)
demais, excluir a possibilidade de atender a todos (as), mas sim dar a um grupo o
atendimento primeiro.

A prioridade a que faz menção o trecho diz respeito a duas condições não
excludentes e não necessariamente concomitantes: a trajetória no ensino médio
em escola pública e a renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio.

16
Tem-se por certo que o legislador reconhecia que tal origem escolar ou de renda
deveria implicar dificuldades maiores de permanência, justificando a primazia.
Também parece adequado afirmar que não há hierarquia entre as duas condições,
cabendo dar preferência a quem encontra-se em qualquer uma delas, ao mesmo
tempo ou separadamente. Novamente deve-se reforçar que quem estiver fora do
critério de prioridade pode, certamente, ser coberto (a) por ações dentro das dez
áreas dispostas pelo Decreto; apenas não terá a prioridade na cobertura.

Assim, a exemplo do que advoga o artigo 4º, parágrafo único, também o


artigo 5º indica que o Programa se compromete com duas abordagens em parale-
lo, a universal e a focalizada. A primeira encampa a totalidade dos (as) discentes
vitimados (as) pelas desigualdades de oportunidades ou desempenho insatisfatório,
a segunda cobre candidatos (as) à evasão ou à retenção cuja motivação seja a in-
suficiência financeira ou indica a prioridade nas anteriores a um grupo com origem
escolar ou de renda familiar específicas.

Os demais artigos (6º, 7º, 8º e 9º) não trazem contribuições para a montagem
dos marcadores sociais do público alvo e, por esta razão, dispensam maiores aten-
ções. Exceção feita a uma recomendação de natureza fiscal presente no artigo 8º
e que pode alterar o perfil geral da cobertura. Afirma-se que:

As despesas do PNAES correrão à conta das dotações orçamentárias


anualmente consignadas ao Ministério da Educação ou às instituições
federais de ensino superior, devendo o Poder Executivo compatibilizar a
quantidade de beneficiários com as dotações orçamentárias existentes,
observados os limites estipulados na forma da legislação orçamentária e
financeira vigente (BRASIL, 2010).

O trecho destacado expressa que as dotações orçamentárias que alimentarão


o PNAES serão consignadas ao ministério ou diretamente às instituições de ensino.
Todavia, adverte que os (as) chamados (as) beneficiários (as) serão em volume com-
patível com a dotação orçamentária. Aqui cabem duas observações. Uma marginal
para este estudo, mas relevante no embate semântico de uma política de assistência
estudantil, diz respeito à designação “beneficiário”. Etimologicamente, a expressão
conjuga frações que indicam o “bem” e o “fazer”. Portanto, trata-se de uma pessoa
que recebeu um bem fazer, a quem, por bondade, foi feito algo. Ao valer-se desta
expressão, o Decreto aproxima semanticamente a assistência estudantil do assis-
tencialismo, da dádiva, da caridade e da ajuda, ao mesmo tempo que a afasta da
garantia do direito. A análise acaba apontando a conveniência da ressignificação.

17
Por sua vez, e mais importante para este estudo, o artigo 8º impõe como dever
que cada instituição compatibilize o número de estudantes cobertos (as) e o orçamento
disponível. Do ponto de vista fiscal, tem-se uma medida responsável num contexto de
recursos escassos. Do ponto de vista do direito à educação e dos objetivos últimos
do PNAES, esta exigência leva a gestão universitária a escolher dentre aqueles que
se encontram como público alvo (excluídos (as) social e regionalmente, estudantes
com desempenho insuficiente, candidatos (as) à evasão e à retenção) somente os
(as) que determinado orçamento permite atender.

Ora, deste artigo emergem várias perguntas: 1) a política orçamentária sempre


produz destinações justas de volumes? 2) as matrizes de distribuição de recursos entre
as instituições e para o PNAES levam em consideração critérios de vulnerabilidade?
3) os volumes são historicamente adequados? 4) quantos (as) estudantes têm seu
direito à educação privado, mesmo estando na condição de público alvo da política,
por razões fiscais? 5) qual o impacto para o desenvolvimento social e econômico do
país esta restrição produz? 6) qual o impacto na cobertura da política de permanência
os limites orçamentários têm produzido? E, por fim, 7) quem é realmente o público
alvo da assistência estudantil com as restrições orçamentárias de cada ano?

Sem poder respondê-las a contento, este estudo reconhece que existe um


público alvo ideal das políticas de assistência estudantil, cujo passe-partout foi esta-
belecido pelos artigos 1º a 5º, e outro púbico alvo real, estabelecido e reduzido a partir
do sarrafo estabelecido pelo artigo 8º. Uma vez que se tem por objetivo apresentar
o desenho da demanda potencial, não se levará em consideração o que prescreve
o limite fiscal do Programa, tomando por referência somente os demais definidores
do perfil.

Deste modo e partindo para o fim das considerações acerca da demanda a


ser estimada, constata-se que o público alvo das políticas do PNAES é formado por:

1. Estudantes jovens matriculados em cursos de graduação presencial de


IFES e IFs;
2. Privados (as) das oportunidades acadêmicas;
3. Com desempenho insuficiente;
4. Vítimas das desigualdades sociais e regionais;

5. Candidatos (as) à evasão ou retenção cuja causa seja a insuficiência fi-


nanceira;

18
6. Prioritariamente com origem em escola pública ou com renda per capita
familiar mensal de até um salário mínimo e meio.

Neste Caderno, algumas decisões metodológicas foram tomadas. Primeira-


mente, e como já se anunciara anteriormente, não se levará em consideração a faixa
etária para se estabelecer a demanda potencial para as políticas de permanência.
Além disto, como se trata de uma pesquisa sobre os (as) estudantes das IFES, não
serão feitas quaisquer menções aos (às) discentes dos IFs.

Desta feita, passa-se à mensuração da demanda potencial a partir dos dados


da V Pesquisa. Antes, todavia, é importante informar quem tem sido atendido (a) pela
Assistência Estudantil nas IFES atualmente.

Perfil Geral de discentes atendidos (as) pela Assistência Estudantil nas


IFES

Depois de examinar as definições da Assistência Estudantil e de seu público alvo


a partir do PNAES, cabe observar o perfil de quem hoje tem acesso a tais políticas.
Para tanto, serão levadas em consideração três dimensões importantes: onde estão,
quem são e como se relacionam com os estudos. Para perceber onde estão, foram
mobilizadas as variáveis como IDHM e tipo de campus (se sede ou fora de sede). Para
saber quem são, as variáveis utilizadas foram a faixa etária, o estado civil, o sexo, o
gênero, a cor e raça. Por fim, para vislumbrar a forma como se relacionam com os
estudos, o relatório se valeu das variáveis horas de estudo extraclasse, frequência
semanal na biblioteca, razões para trancamento do curso, expectativas posteriores
à diplomação, pensamento em abandonar o curso, dificuldades que impactam no
desempenho acadêmico e tipos de sofrimento emocional que interferem nos estudos.

Onde estão

Vários estudos (MARQUES; CEPÊDA, 2012; RISTOFF, 2016) têm comprovado


que o processo de expansão capitaneado pelo REUNI (BRASIL, 2007a) desaguou
numa nova realidade, marcada por uma inflexão na lógica de alocação das unidades
do sistema federal de ensino superior. Afinal, passaram a ser contemplados os terri-
tórios não metropolitanos ou com déficits de equipamentos sociais.

Ainda que se deva comemorar a mudança, a maioria absoluta dos (as) estudan-
tes das IFES atendidos pela Assistência Estudantil (62,8%) se encontra em municípios
cujos IDHM são considerados altos.

19
Gráfico 1 - Distribuição de estudantes atendidos pela Assistência Estudantil das IFES por IDHM
do município em que a instituição está alocada em 2018
2.2%

20.8% 14.2%

62.8%

Baixo Médio Alto Muito alto

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).* Os percentuais encontrados para IDHM Muito Baixo foram iguais a zero, pois
são menos de 100 estudantes vivendo nestes municípios.

*Se somados aos percentuais que se encontram nos municípios com


IDH alto e IDH alto e muito alto, o contingente chega a 83,6%. Portanto,
5 de cada 6 estudantes assistidos (as) estudam em IFES instaladas em
municípios de IDH alto ou muito alto, conforme atesta o

Gráfico 1. Os (as) demais encontram-se em municípios de médio IDH (14,2%),


baixo IDH (2,2%) e um número próximo a zero em municípios de muito baixo IDH.
Não obstante esta realidade desigual se imponha e gere o alerta para que uma
dispersão mais intensiva socialmente se faça sentir, a cobertura das ações de as-
sistência estudantil parece ser inversamente proporcional ao IDHM.

20
Gráfico 2 - Percentual de estudantes atendidos por ações de assistência estudantil conforme
IDHM do município em que se encontra a IFES em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

O Gráfico 2 atesta que as coberturas das ações de permanência estão acima


da média (30,0%) em todas as IFES onde o município possui IDHM muito baixo
(41,1%), baixo (38,2%) ou médio (35,0%). Bem como encontra-se muito próximas
da média para os municípios de IDHM alto (29,1%) ou muito alto (29,3%). A dife-
rença entre os IDHMs pode indicar que um município tenha riqueza, educação e
saúde com distribuição per capita superior a outro, deduzindo daí condições de
vida e acesso a serviços e equipamentos sociais em maior volume. Todavia, não
se sabe se tais variáveis municipais estão igualmente distribuídas pelo território.
Caso não estejam, dentro de um mesmo município os IDHs podem variar. Ainda
que se reconheça esta ponderação, tomar-se-á como pressuposto que municípios
de maior IDH devem portar condições de vida melhores para a média da população.
Logo, pode-se reconhecer que a cobertura da assistência estudantil tem variado
na proporção inversa dos IDHM, ou seja, quanto menor o IDHM maior a cobertura
desta ação.

Vale destacar também que os mesmos estudos supracitados fazem forte


menção ao fato de o país ter apresentado um elevado crescimento dos campi fora
de sede, além de ter criado novas IFES. A dinâmica regional da expansão tem nos
campi fora de sede a possibilidade de compor redes de desenvolvimento social e
econômico. Hoje sabe-se que 27,5% dos (as) estudantes das IFES se encontram
matriculados (as) em cursos fora da sede e 72,5% em cursos na sede. Os (as)
primeiros (as), seguramente, vivem em municípios menores e do interior.

21
72,5% em cursos na sede. Os (as) primeiros (as), seguramente, vivem em
municípios menores e do interior.

Gráfico3 3- Percentual
Gráfico - Percentualdedeestudantes
estudantesde
decursos
cursosda
dasede
sedeou
oufora
forade
desede
sedeconforme
conformecobertura
coberturada
da
Assistência Estudantil em 2018Assistência Estudantil em 2018
100.00%

66.5% 71.3%
50.00%

33.5% 28.7%
0.00%
Fora de sede Sede

Com cobertura Sem cobertura

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
A lógica da cobertura para o tipo de campus se assemelha àquela para o
A lógica da cobertura para o tipo de campus se assemelha àquela para
IDHM. As coberturas em campi fora de sede são superiores à média e quase 5 p.p.
o IDHM. Asàscoberturas
superiores em campiem campi fora de sede são superiores à média e quase
da sede.
5 p.p. superiores às em campi da sede.
Quem são

Quem Asão faixa etária de 18 a 24 anos é predominante no ensino superior. Pessoas


com mais de 25 anos são aproximadamente 30% da população estudantil. E uma
fração muito pequena, próxima de 2%, tem 17 anos ou menos. Não há, para as duas
A faixa etáriafaixas
mais representativas de 18 a 24diferença
grande anos é predominante no ensino
no acesso proporcional às superior.
ações de
Pessoas
Assistênciacom mais de
Estudantil, uma25vez
anos
que são
a faixaaproximadamente
majoritária alcança30% da epopulação
30,7% a segunda
mais numerosa
estudantil. E umaatinge 29,5%.
fração A diferença
muito pequena, entre elas oude
próxima entre
2%,elas
teme a17média
anosgeral
ou
(30,0%) Não
menos. é muito
há, pequena, não permitindo
para as duas quaisquer inferências
mais representativas sobre
faixas grande o perfil. no
diferença De
todo o modo, ao menos se pode dizer que a idade não é um marcador social que
acesso proporcional às ações de Assistência Estudantil, uma vez que a faixa
possa ser associado a maior ou menor cobertura da assistência estudantil.
majoritária alcança 30,7% e a segunda mais numerosa atinge 29,5%. A
Já aentre
diferença variável
elasestado civilelas
ou entre trouxe
e adiferença nos patamares
média geral (30,0%) é de atendimentos.
muito pequena,
Entre estudantes solteiros (as) a proteção social da assistência estudantil atinge
não permitindo quaisquer inferências sobre o perfil. De todo o modo, ao menos
30,8%, já entre casados (as) chega a 25,1% e as maiores proporções são alcan-
se pode dizer que a idade não é um marcador social que possa ser
çados por separados (as) e viúvos (as), com 31,1% e 32,7%, respectivamente. As
associado a maior
diferenças entre ou menor
os grupos coberturaglobal
e o percentual da assistência estudantil.
só parece relevante para casados,
pois encontra-se em quase 5,0 p.p. Pode-se deduzir que jovens que não se casaram
podem desfrutar de algumas condições de vulnerabilidade relacionadas à distância
da família, à violência, ao desemprego etc. Neste sentido, o casamento pode se
comportar como um aspecto de redução da vulnerabilidade e, por conseguinte, 28 de

menor demanda por assistência estudantil.

22
Hoje é possível afirmar que da totalidade de estudantes cobertos pela Assis-
tência Estudantil, 58,4% são do sexo feminino e 41,3% do sexo masculino. De forma
geral, o sexo feminino tem uma cobertura superior à sua representatividade
na população (54,6%). Tomando-se o percentual global de cobertura de 30,0%
como referência, percebe que o patamar de cobertura para este sexo é de 32,1%,
enquanto para o sexo masculino é em 27,5%. Não se deve interpretar tal sobrer-
representação como um privilégio. Como se sabe, o sexo é um marcador social
associado a um conjunto de vulnerabilidades, muitas delas com impacto sobre o
acesso à educação, às oportunidades acadêmicas e ao desempenho acadêmico.
Com efeito, uma gestão mais adequada das políticas de permanência deveria pro-
duzir a devida proteção social na proporção das vulnerabilidades, logo, um número
maior de vulnerabilidades sociais associado a um marcador social redundará em
um número de pessoas atendidas com este marcador. Algo semelhante ocorrerá
com outros marcadores.

Do ponto de vista do gênero, a proteção social se divide da seguinte forma:


entre atendidos (as), 50,6% são mulheres cis, 36,1% são homens cis. Os (as)
demais 13,0% são formados por mulheres trans (0,2%), homens trans (0,2%),
não binários (0,8%), Outro (3,2%), prefiro não me classificar (4,3%) e prefiro não
responder (4,6%). Jogando luz sobre a fração coberta em cada público, nota-se,
mais uma vez, que as vulnerabilidades associadas a marcadores sociais de
desigualdade estão ligadas a volumes de cobertura maiores. Afinal, para a
população de mulheres cis, 31,6% encontra- se atendida, já a fração de homens cis
é de 27,0%. As demais designações de gênero apresentaram sempre coberturas
superiores ao percentual geral, com é o caso de mulheres trans (37,6%), homens
trans (35,1), não binários (37,2%) e outros (36,7%).

Veja-se o que ocorre com o marcador cor e raça. A distribuição racial de


estudantes com proteção social nas IFES aponta que, da totalidade de estudantes
nesta condição, 1,9% são da cor amarela, 37,1% da cor branca, 41,1% da cor par-
da, 1,6% são da cor preta e originários (as) de quilombos, 14,3% são da cor preta
e sem origem em quilombos, 0,9% são indígenas aldeados, 0,8% são indígenas
não aldeados e 2,4% não se declararam. Para cada grupo racial, a cobertura da
assistência estudantil atinge patamares diferentes, conforme atesta o Gráfico 4.

23
cada grupo racial, a cobertura da assistência estudantil atinge patamares
diferentes, conforme atesta o Gráfico 4.

Gráfico 4 - Cobertura
Gráfico da Assistência
4 - Cobertura Estudantil
da Assistência das IFES
Estudantil dassegundo cor / raça
IFES segundo corem 2018em 2018
/ raça

Branca 25.7%
Amarela 26.2%
Parda 31.5%
Preta - não quilombola 38.6%
Indígena não aldeado 46.1%
Preta - quilombola 53.3%
Indígena aldeado 70.8%
0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00% 80.00%

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).

Inicialmente, importa
Inicialmente, destacar
importa que o governo
destacar que o federal,
governodesde 2013, implementa
federal, desde 2013,
o Programa Bolsa
implementa Permanência
o Programa (MEC,
Bolsa 2013). Trata-se
Permanência de uma
(MEC, ação
2013). de assistência
Trata-se de uma
estudantil centralizada pelo Ministério da Educação, criada para atender estudantes
ação de assistência estudantil centralizada pelo Ministério da Educação, criada
cotistas de cursos integrais, quilombolas e indígenas aldeados. O primeiro grupo,
para
dada atender estudantes
a restrição cotistasintegral,
da carga horária de cursos
tem integrais,
sido poucoquilombolas
numeroso nas e indígenas
univer-
aldeados. O primeiro
sidades federais e não grupo, dada a restrição
tem importância da carga
para o objeto horária
em tela. integral,
Os dois tem
outros sim.sido
Uma veznumeroso
pouco que há política
nas específica para originários
universidades federais e(as)
nãodetem
quilombos e aldeias
importância
3
,a o
para
tendência de maior cobertura se efetiva, alcançando 53,3% para os (as) primeiros
objeto em tela. Os dois outros sim. Uma vez que há política específica para
(as) e 70,8% para os (as) segundos (as). 3
originários (as) de quilombos e aldeias , a tendência de maior cobertura se
Os demais grupos raciais não gozam de programas específicos e depositam

sua
3
Para expectativa
acessar a bolsa, de proteçãoo programa social nasdentre
exige, IFES,outros
especificamente
documentos, anas ações de
declaração daoutros
Fundação
programas Nacional
como do Índio (Funai)
o PNAES. comprovandodas
A distribuição quecoberturas
o (a) estudante indígena
indica reside em
que populações

branca (25,7%) e amarela (26,2%) possuem os menores percentuais, seguidas pelas
populações parda (31,5%) e preta não quilombolas (38,6%), enquanto indígenas
30
não aldeadas (46,1%) estão em patamares bem acima do percentual geral. Cabe
reconhecer que os grupos mais vulneráveis, pretos (as) e indígenas, são também
aqueles que possuem a maior fração de seu público atendido pela AE.

3 Para acessar a bolsa, o programa exige, dentre outros documentos, a declaração da Fundação Nacional
do Índio (Funai) comprovando que o (a) estudante indígena reside emcomunidade indígena ou com-
provante de residência em comunidade indígena; e SESU / SETEC - MEC; 4. Declaração da Fundação
Cultural Palmares que o estudante quilombola reside em comunidade remanescente de quilombo ou
comprovante de residência em comunidade quilombola”.

24
Como se relacionam com os estudos

Além dos aspectos gerais do perfil, é importante saber como tem se relacionado
com a universidade o estudante que se encontra atendido pelas pró-reitorias de as-
sistência estudantil das IFES. De forma geral, pode-se afirmar que o desejo de trocar
de curso é manifestado por 19,7% entre cobertos (as) e 21,1% entre não cobertos.
Embora pequena, tal diferença expressa a maior intenção de fixação no curso por
parte de quem é coberto. Também poderia indicar um maior envolvimento acadêmico
que, todavia, só deve se confirmar depois de observadas outras variáveis correlatas,
tais como dedicação aos estudos, seja fora dos períodos de aula, seja na frequência
à biblioteca.

O Gráfico 5 apresenta justamente o panorama para a quantidade de horas de


estudo extraclasse para estudantes com e sem cobertura da assistência estudantil. A
apresentação deste gráfico é pouco usual e requer uma atenção especial, pois distribui
a população
perceber entre
que as horas
quanto de estudo,
maior mas o faz
a quantidade decomparando a fração coberta
horas extraclasse, maior com
será a
a fração descoberta.
participação Ao final se poderá
de estudantes perceberàs
com acesso quepolíticas
quanto maior
de apermanência
quantidade deem
horas extraclasse, maior será a participação de estudantes com acesso às políticas
relação
de aos (às)em
permanência demais.
relação aos (às) demais.

Gráfico 5 -5Quantidade
Gráfico de horas
- Quantidade de estudo
de horas extraclasse
de estudo conforme
extraclasse cobertura
conforme da Assistência
cobertura Estudan-
da Assistência
til em 2018 Estudantil em 2018
100%
80% 35.9% 13.0% 7.4% 4.1% 5.3%
34.2%
60%
40%
37.1% 14.3% 8.8% 5.3% 7.0%
20% 27.5%
0%
Menos de 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 a 15 Mais de 15 a 20 Mais de 20 a 25 Mais de 25
horas horas horas horas horas horas

Com Cobertura Sem Cobertura

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

A parcela mais volumosa de todo o público estudantil encontra-se na faixa de


A parcela mais volumosa de todo o público estudantil encontra-se na
tempo de estudo de até dez horas. Entre estudantes sem cobertura, 34,2% estão
faixa de tempo de estudo de até dez horas. Entre estudantes sem cobertura,
na faixa “Menos de 5 horas”, enquanto, entre estudantes com cobertura, são 27,5%.
34,2% estão
Somente nesta na faixa
faixa, “Menossem
estudantes de cobertura
5 horas”,são
enquanto, entre
relativamente estudantes
mais com
numerosos,
cobertura,para
entretanto sãotodas
27,5%. Somente
as outras nesta
não. Mais do faixa, estudantes
que isto, semque
na medida em cobertura
se elevamsão
relativamente mais numerosos, entretanto
25 para todas as outras não. Mais do
que isto, na medida em que se elevam as horas dedicadas, a representação de
as horas dedicadas, a representação de quem é atendido pela AE tem uma proporção
cada vez maior e distante de seus pares sem cobertura. Portanto, pode-se concluir
que estudantes vinculados aos programas de assistência estudantil possuem
uma dedicação em horas de estudo proporcionalmente maior do que aqueles
(as) sem o mesmo vínculo.

Gráfico 6 -6Frequência
Gráfico semanal
- Frequência com com
semanal que estudantes fazemfazem
que estudantes uso dasuso
bibliotecas conformeconforme
das bibliotecas cobertura
da Assistência Estudantil em 2018
cobertura da Assistência Estudantil em 2018
120%
100%
80% 24.1% 18.3% 25.1% 9.0%
23.5%
60%
40%
21.0% 18.1% 30.5% 13.3%
20% 17.1%
0%
Não utilizo Menos do que uma Uma vez Duas ou três vezes Quatro ou mais
vez vezes

Com cobertura Sem cobertura

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Fenômeno semelhante ocorre para a frequência de visitação à biblioteca, com


Fenômeno semelhante ocorre para a frequência de visitação à
marco divisor representado por “Uma vez”. Para os resultados “Não utilizo” e “Menos
biblioteca, com marco divisor representado por “Uma vez”. Para os resultados
do que uma vez”, estudantes sem cobertura são proporcionalmente majoritários. Afinal,
“Não utilizo”
23,5% e “Menos
“Não utiliza” do queenquanto
o equipamento, uma vez”,
24,1%estudantes
o faz “Menos semdo cobertura
que uma vez”são
proporcionalmente
por majoritários.
semana. Seu correlato Afinal,
com cobertura 23,5% “Não
encontra-se utiliza”
com 17,1% o equipamento,
do seu público sem
utilização
enquantoe24,1%
21,0% o comfazvisitação
“Menos inferior
do queauma
uma vez”
vez por
porsemana.
semana. Seu correlato com
cobertura encontra-se
Já a frequência com
“Uma 17,1%
vez” do seuparcelas
por semana público ésem utilizaçãoa mesma
praticamente e 21,0% com
entre
os estudantes
visitação comaeuma
inferior sem cobertura. À medida que aumenta a frequência de utilização
vez por semana.
da biblioteca cresce a diferença entre os que tem e os que não tem cobertura. Com
duas ou Játrêsavisitações,
frequência “Uma vez”
estudantes com por semana
cobertura tem parcelas
30,5% de seué praticamente
público nesta a
mesma entre
condição. E paraosquatro
estudantes com
vezes ou ea
mais, sem cobertura. deste
representação À medida
grupo que
é de aumenta
13,3%. Já a
entre estudantes
frequência sem cobertura,
de utilização a visitação
da biblioteca por duas
cresce ou três vezes
a diferença porque
entre os semana
tem en-
e os
campa
que não25,1%
tem de seu público
cobertura. Come a duas
visitação
ou mais intensa é feita
três visitações, por somente
estudantes 9,0%
com deste.
cobertura
tem 30,5% de seu público nesta condição. E para quatro vezes ou mais, a
representação deste grupo é de 13,3%. Já entre estudantes sem cobertura, a
visitação por duas ou três vezes por semana encampa 25,1% de seu público e
a visitação mais intensa é feita por somente 9,0% deste.
26
Nota-se que quanto maior for a frequência de visitação, mais alto é
Nota-se que quanto maior for a frequência de visitação, mais alto é o per-
centual de estudantes com vínculo a programas de assistência estudantil. Outra
constatação importante diz respeito às faixas de maior concentração de pessoas em
quarto dos estudantes deste grupo. A maioria simples dos (as) estudantes com
cada público. Para estudantes sem cobertura, seu público está bem distribuído em três
cobertura
faixas: “Não (30,5%) encontra-se
utilizo”, “Menos do quena faixa
uma vez”de duas ou
e “Duas outrês
trêsvezes”.
visitações.
Cada faixa possui,
aproximadamente, um quarto dos estudantes deste grupo. A maioria simples dos (as)
Além da associação entre cobertura e quantidade de horas de estudo
estudantes com cobertura (30,5%) encontra-se na faixa de duas ou três visitações.
ou número de vezes em que se frequenta a biblioteca, a participação em
Além da
atividades associação entre
acadêmicas nas cobertura
áreas dee ensino,
quantidade de horasedeextensão
pesquisa estudo ou também
número
de vezes em que se frequenta a biblioteca, a participação em atividades acadêmicas
variou de acordo com a condição de cobertura. É sabido que, em média, 45,1%
nas áreas de ensino, pesquisa e extensão também variou de acordo com a condição
dos (as) estudantes das IFES participaram de alguma oportunidade acadêmica.
de cobertura. É sabido que, em média, 45,1% dos (as) estudantes das IFES participa-
Todavia,
ram quando
de alguma isolados acadêmica.
oportunidade aqueles (as) que estão
Todavia, quandocobertos
isoladospelas políticas
aqueles de
(as) que
permanência,
estão este políticas
cobertos pelas valor sobe
de para 53,7%, ou
permanência, seja,
este mais
valor sobedepara
8 p.p. de diferença
53,7%, ou seja,
mais de 8 p.p.ao
em relação depúblico
diferença em relação ao público geral.
geral.

Tabela 1 - Percentual
Tabela de estudantes
1 - Percentual participantes
de estudantes de atividades
participantes acadêmicas
de atividades extraclasse
acadêmicas conforme
extraclasse
cobertura da Assistência estudantil em 2018
conforme cobertura da Assistência estudantil em 2018
Empresa Júnior

(PIBEXT, PEIC,

(PIBIC, PIBIT)
Estágio Não
Obrigatório

Faz alguma
(Monitoria)

(PIBID/PLI)

acadêmica
Extensão

Pesquisa

atividade
Ensino

Ensino

Outra
etc.)

PET

Público
4,2 8,3 2,4 13,1 8,7 13,2 1,8 10,7 45,1
Geral
Público com
4,4 10,2 3,4 13,9 11,5 16,2 2,5 13,6 53,7
Cobertura
Público sem
4,2 7,5 2,0 12,8 7,5 11,9 1,5 9,4 41,5
cobertura
Fonte:
Fonte: VV Pesquisa
Pesquisa Nacional de Perfil
Nacional de Perfil Socioeconômico
Socioeconômicoe eCultural
Culturaldos
dos (as)
(as) graduandos
graduandos (as)(as)
dasdas
IFES
IFES (2018).
(2018).

Pode-se, assim, afirmar que de forma geral e para cada atividade


Pode-se, assim, afirmar que de forma geral e para cada atividade acadêmica
acadêmica extraclasse em particular, estudantes assistidos (as) por políticas de
extraclasse em particular, estudantes assistidos (as) por políticas de permanência são
permanênciamais
relativamente sãonumerosos
relativamente mais
do que numerosos
aqueles (as) semdo que aqueles
a mesma (as) sem a
assistência.
mesma assistência.
Outros aspectos da trajetória acadêmica, como os trancamentos realizados,
também variam
Outrossegundo
aspectosa condição de cobertura.
da trajetória O Gráfico
acadêmica, como7 apresenta dez alter-
os trancamentos
nativas de razões
realizados, para que
também a matrícula
variam segundo fosse trancada e de
a condição o resultado indica
cobertura. O variação
Gráfico 7
conforme a razão.
apresenta dez alternativas de razões para que a matrícula fosse trancada e o
resultado indica variação conforme a razão.
27
Gráfico 7 -7Percentual
Gráfico dede
- Percentual estudantes
estudantesque efetuaram
que efetuaramtrancamento conforme
trancamento cobertura
conforme dada
cobertura Assis-
tência Estudantil em 2018 Assistência Estudantil em 2018

Com cobertura Sem cobertura

15.9% 8.6% 4.4% 7.3% 2.1%


11.9% 24.9%
24.8%

20.8% 15.0% 5.4% 9.8% 2.5%


9.1% 22.7%
14.7%

SIM, POR SIM, POR SIM, POR MOTIVO SIM, POR SIM, POR LICENÇA SIM, POR SIM, POR RISCO DE SIM, POR OUTRO
INSATISFAÇÃO COM IMPEDIMENTO DE DE TRABALHO IMPEDIMENTO MATERNIDADE DIFICULDADE DE SER JUBILADO MOTIVO
O CURSO SAÚDE FINANCEIRO APRENDER OS
CONTEÚDOS DAS
DISCIPLINAS

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Estudantes
Estudantes com proteção
com social
proteção nas nas
social IFESIFES
trancam menos
trancam seus cursos
menos seus
quando os motivos são “insatisfação com o curso” ou “de trabalho”. Segundo
cursos quando os motivos são “insatisfação com o curso” ou “de
nossa hipótese, a vulnerabilidade em que se encontram pode levar o (a) estudante
trabalho”. Segundo nossa hipótese, a vulnerabilidade em que se encontram
a se apegar à oportunidade com mais vigor e satisfação. Por sua vez, também é
pode levar
comum o (a)
que sua estudante
inserção a se apegar
no mercado à oportunidade
de trabalho seja adiada, com mais ovigor
reduzindo e
impacto
satisfação.
do Por sua
trabalho sobre vez, também
o trancamento. Noéentanto,
comum quando
que suaasinserção no mercado
razões são de ordemde de
saúde,
trabalhofinanceira, dereduzindo
seja adiada, maternidade / paternidade,
o impacto de sobre
do trabalho aprendizado ou de risco
o trancamento. No
de jubilamento,
entanto, quandoseus as trancamentos
razões são de sãoordem
mais numerosos.
de saúde, Ignorando a alter-
financeira, de
nativa genérica/ “outro
maternidade motivo”, de
paternidade, a razão mais representativa
aprendizado ou de riscoé aquela vinculada ao
de jubilamento,
impedimento de saúde. Ela é superior ao impedimento financeiro para este grupo.
seus trancamentos são mais numerosos. Ignorando a alternativa genérica
“outro Para além
motivo”, a dos
razãotrancamentos, mensurar
mais representativa a expectativa
é aquela de futuro
vinculada também diz
ao impedimento
muito sobreEla
de saúde. a trajetória
é superiorestudantil. Durantefinanceiro
ao impedimento o preenchimento dos
para este questionários era
grupo.
possível assinalar mais do que uma alternativa, o que justifica a síntese superior
Para
a cem por além dos trancamentos, mensurar a expectativa de futuro também
cento.
diz muito sobre a trajetória estudantil. Durante o preenchimento dos
questionários era possível assinalar mais do que uma alternativa, o que justifica
a síntese superior a cem por cento.

28
Gráfico
Gráfico 88 -- Expectativa
Expectativa estudantil
estudantil quanto
quanto ao
ao futuro
futuro depois
depois da
da diplomação
diplomação segundo
segundo a
a condição
condição
de cobertura da Assistência Estudantil em 2018
de cobertura da Assistência Estudantil em 2018

Com cobertura Sem cobertura

57.0% 52.6% 50.7% 46.6%


12.0% 11.4% 10.6% 12.2%

TRABALHAR OUTRO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NÃO SEI


GRADUAÇÃO

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).

Poucos
Poucos(as) são
(as) osos
são (as) estudantes
(as) estudantesindecisos (as)
indecisos ou ou
(as) interessados (as)(as)
interessados em
outra graduação.
em outra Os valores
graduação. são são
Os valores substanciais parapara
substanciais o trabalho e para
o trabalho a pós-
e para gra-
a pós-
duação. Em ambas expectativas, estudantes com cobertura são mais numerosos
graduação. Em ambas expectativas, estudantes com cobertura são mais
(as). É plenamente compreensível o desejo de ingresso no mercado de trabalho,
numerosos (as). É plenamente compreensível o desejo de ingresso no
afinal esta é uma das oito finalidades do ensino superior de acordo com a LDB
mercado de trabalho, afinal esta é uma das oito finalidades do ensino superior
(BRASIL, 1996). Contudo, chama a atenção o fato de estudantes com passagem
de acordo
pelas comde
políticas a LDB (BRASIL,serem
permanência 1996).percentualmente
Contudo, chama maisa atenção o fato en-
numerosos de
estudantes
tre quem deseja comcontinuar
passagem pelas na
os estudos políticas de permanência
pós-graduação. Uma vez queserem
é de
amplo conhecimentomais
percentualmente de que a ciência brasileira
numerosos entre é, fundamentalmente,
quem produzida
deseja continuar os
em universidades
estudos públicas e, Uma
na pós-graduação. dentro
vezdelas,
que énos programas
de amplo de pós-graduação,
conhecimento de que a
este interesse revela uma associação entre o atendimento pelos programas de
ciência brasileira é, fundamentalmente, produzida em universidades públicas e,
permanência e a procura pela prática científica, pela produção e divulgação de
dentro delas, nos programas de pós-graduação, este interesse revela uma
conhecimento (outra finalidade importante do ensino superior também ratificada
associação
pela entre o atendimento pelos programas de permanência e a procura
lei supramencionada).
pela prática científica, pela produção e divulgação de conhecimento (outra
No que concerne à ideação de abandono do curso, todavia, estudantes com
finalidade importante do ensino superior também ratificada pela lei
acesso às ações da assistência estudantil são proporcionalmente mais numerosos
supramencionada).
(as).

No que concerne à ideação de abandono do curso, todavia, estudantes


com acesso às ações da assistência estudantil são proporcionalmente mais
numerosos (as).

Tabela 2 - Percentual de estudantes que pensaram em abandonar seus cursos e suas razões
conforme cobertura da Assistência Estudantil em 2018
Estudantes que pensaram em abandonar sus cursos e Com Sem Público
as razões cobertura cobertura geral
Pensou em abandonar o curso 56,8% 51,1% 52,8%
29
Dificuldade em conciliar trabalho e estudo 11,1% 13,0% 12,5%
Pelo campo profissional 11,0% 10,1% 10,3%
Tabela 2 - Percentual de estudantes que pensaram em abandonar seus cursos e suas razões
conforme cobertura da Assistência Estudantil em 2018
Estudantes que
pensaram em
Com cobertura Sem cobertura Público geral
abandonar sus cursos
e as razões

Pensou em abandonar
56,8% 51,1% 52,8%
o curso

Dificuldade em
conciliar trabalho e 11,1% 13,0% 12,5%
estudo

Pelo campo
11,0% 10,1% 10,3%
profissional

Dificuldades
27,4% 12,9% 17,3%
financeiras

Dificuldades de
relacionamento no 12,4% 9,1% 10,1%
curso

Nível de exigência 19,1% 14,3% 15,7%

Problemas de saúde
14,8% 9,7% 11,2%
(físico ou mental)

Problemas familiares 12,2% 6,8% 8,4%

Incompatibilidade com
9,1% 10,3% 9,9%
o curso

Insatisfação com a
9,5% 9,8% 9,7%
qualidade do curso

Assédio, bullying,
perseguição,
4,0% 1,9% 2,5%
discriminação ou
preconceito
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

A tabela 2 apresenta informações importantes sobre a ideação de abandono


do curso (não se trata do abandono propriamente dito). Pode concluir que a maioria
do público discente, nalgum momento de seu curso, pensou em abandoná-lo. Entre-
tanto, estudantes com cobertura da AE são mais suscetíveis a cogitar o abandono,

30
pois 56,8% já o fizeram, enquanto aqueles (as) sem cobertura, apesar de também
numerosos, são relativamente menos representativos (51,1%).

Para três razões o público com cobertura é relativamente menor: para “Difi-
culdade em conciliar trabalho e estudo”, “Incompatibilidade com o curso” e “Insa-
tisfação com a qualidade do curso”. Ora, já se sabia algo semelhante quando se
observou os trancamentos, portanto tais dados não trazem surpresa. Também não é
surpreendente a principal razão apontada por estudantes cobertos ser a dificuldade
financeira (27,4%), mais de 10 p.p. distante do percentual global, pois a vulnera-
bilidade de renda é uma das condicionantes do acesso à política de permanência.

Todavia, chama a atenção o fato deste público apresentar relativa distância per-
centual global para as dificuldades de relacionamento no curso (12,4% versus 10,1%),
para o nível de exigência (19,1% versus 15,7%), para os problemas de saúde (14,8%
versus 11,2%), para os problemas familiares (12,2% versus 8,4%), e para o assédio,
bullying, perseguição, discriminação ou preconceito (4,0% versus 2,5%). Desta feita,
dificuldades na sociabilidade interna e externa à IFES, dificuldades de aprendizagem
e de saúde, para as quais há ferramentas de enfrentamento no PNAES, são mais
frequentes para quem tem cobertura.

Tais razões, a exemplo daquelas listadas para os trancamentos, trazem a percep-


ção de que um conjunto de elementos sociais, pedagógicos, fisiológicos e emocionais
podem guardar relação com a forma como o (a) estudante desempenha seu papel. Isto
pode ser melhor ilustrado sobre os dados acerca das dificuldades sociais ou emocionais
que impactam no desempenho acadêmico. As primeiras estão expressas na Tabela 3.

31
Tabela 3 - Dificuldades que impactam no desempenho acadêmico conforme cobertura da assis-
tência estudantil em 2018
Dificuldades e suas
Com cobertura Sem cobertura Média Geral
naturezas
Violência sexual 1,0% 0,6% 0,7%
Violência física 1,1% 0,7% 0,8%
Maternidade ou
3,6% 2,5% 2,8%
paternidade
Conflitos de valores /
4,1% 2,5% 3,0%
Religiosos
Violência psicológica
5,7% 2,9% 3,7%
/ assédio moral
Discriminações e
7,5% 3,4% 4,6%
preconceitos
Problemas de saúde 8,3% 4,9% 5,9%
Não tenho
9,4% 15,9% 13,9%
dificuldades
Carga horária
9,7% 13,8% 12,6%
excessiva de trabalho
Relações amorosas /
11,5% 8,8% 9,6%
conjugais
Dificuldades de
acesso a materiais e 13,1% 6,7% 8,6%
meios de estudo
relação professor (a) -
15,3% 11,3% 12,5%
estudante
Relacionamento
17,6% 12,2% 13,8%
social / interpessoal
Dificuldade de
18,7% 11,1% 13,4%
aprendizado
Relacionamento
19,0% 13,5% 15,2%
familiar
Tempo de
deslocamento para a 21,7% 17,7% 18,9%
universidade
Adaptação a novas
22,1% 13,4% 16,0%
situações
Carga excessiva de
28,2% 21,7% 23,7%
trabalhos estudantis
Falta de disciplina /
28,9% 28,1% 28,4%
hábito de estudo
Problemas
30,1% 21,0% 23,7%
emocionais
Dificuldades
38,6% 18,8% 24,7%
financeiras
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

32
Note-se que, entre estudantes com cobertura, 9,4% responderam “Não
tenho dificuldade”. Deste modo, 9 em cada 10 dizem ter alguma. Com exceção
da dificuldade “Carga horária excessiva de trabalho”, em todas as demais os (as)
estudantes atendidos pela assistência estudantil apresentam participação maior do
que o percentual geral e do seus correlatos sem cobertura4. As cinco mais repre-
sentativas são as dificuldades financeiras (38,6%), acompanhadas dos problemas
emocionais (30,1%), da falta de disciplina (28,9%), da carga excessiva de trabalhos
estudantis (28,2%), da adaptação às novas situações (22,1%).

A seleção das dificuldades mais representativas é capaz de indicar que os


maiores desafios para ampliar o desempenho acadêmico de estudantes da
assistência estudantil passaria pela ampliação das transferências diretas
(bolsas), da cobertura das ações de saúde mental e acompanhamento peda-
gógico e das ações de acolhimento.

No entanto, uma outra forma de analisar os mesmos dados pode encami-


nhar outras reflexões. Se for interessante balizar as dificuldades de estudantes
com cobertura em relação às dificuldades de estudantes sem cobertura, pode-se
compreender quais dificuldades os (as) aproximam e quais os (as) afastam5. É o
que apresenta o Gráfico 9.

4 As diferentes dificuldades são apresentadas em ordem crescente para a primeira coluna de valores,
deste modo se pode identificar mais claramente quais são aquelas que afligem mais o público atendido
5 Para se chegar aos resultados do Gráfico 9, foi utilizada a seguinte operação
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 − 1

33
Gráfico
Gráfico99- -Diferença
Diferençapercentual entre
percentual estudantes
entre cobertos
estudantes e não
cobertos cobertos
e não pelapela
cobertos Assistência Es-
Assistência
tudantil para as dificuldades que interferem no desempenho acadêmico em 2018
Estudantil para as dificuldades que interferem no desempenho acadêmico em 2018
140.00%

120.6%
105.3%
96.6%
95.5%
120.00%

100.00%

69.4%
68.5%
66.7%
64.9%
64.0%
57.1%
80.00%

44.3%
44.0%
43.3%
40.7%
35.4%
60.00%

30.7%
30.0%
22.6%
40.00%
2.8%

20.00%

0.00%

-20.00%
-29.7%
-40.9%

-40.00%

-60.00%

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Observa-se a diferença entre os dois grupos de estudantes. Entre as difi-
Observa-se a diferença entre os dois grupos de estudantes. Entre as
culdades de discentes cobertos que superam em mais de 50% as dificuldades de
dificuldades de discentes cobertos que superam em mais de 50% as
estudantes não cobertos, identificam-se: discriminações e o preconceito (120,6%),
dificuldades financeiras
dificuldades de estudantes não violência
(105,3%), cobertos,psicológica
identificam-se: discriminações
/ assédio e o
moral (96,5%),
preconceitode
dificuldades (120,6%),
acesso adificuldades financeiras
materiais e meios (105,3%),
de estudo (95,5%),violência
problemaspsicológica
de saúde /
(69,4%),
assédio dificuldades de aprendizado
moral (96,5%), dificuldades(68,5%), violência
de acesso sexual (66,7%),
a materiais e meiosadaptação
de estudo
às novas situações (64,9%), conflitos de valores / religiosos (64,0%) e violência
(95,5%), problemas de saúde (69,4%), dificuldades de aprendizado (68,5%),
física (57,1%)6.
violência sexual (66,7%), adaptação às novas situações (64,9%), conflitos de
valores / religiosos (64,0%) e violência física (57,1%)6.
6 Frisa-se para não deixar dúvidas de que não se tratam, necessariamente, das maiores dificuldades
sofridas, mas daquelas cujas diferenças entre cobertos e não cobertos são maiores percentualmente.


6 34
Frisa-se para não deixar dúvidas de que não se tratam, necessariamente, das maiores
dificuldades sofridas, mas daquelas cujas diferenças entre cobertos e não cobertos são
Um último aspecto relevante para concluir o perfil do (a) estudante atendi-
do (a) pela assistência estudantil, diz respeito ao perfil do sofrimento emocional
capaz de interferir negativamente sobre o desempenho acadêmico, tal como está
apresentado na Tabela 47.

Tabela 4 - Sofrimento emocional que impacta no desempenho acadêmico conforme cobertura


da assistência estudantil em 2018

Sofrimento
Com cobertura Sem cobertura Média Geral Δ p.p. Δ%
emocional

Pensamento
10,7% 7,6% 8,5% 3,1% 40,7%
suicida

Nenhuma 11,8% 18,5% 16,5% -6,7% -36,2%

Ideia de morte 13,5% 9,6% 10,8% 3,9% 40,6%

Problemas
15,5% 10,9% 12,3% 4,6% 42,2%
alimentares

Medo/pânico 16,9% 12,1% 13,5% 4,8% 39,6%

Timidez
18,6% 15,1% 16,2% 3,5% 23,1%
excessiva
Desatenção/
desorientação/
26,5% 20,1% 22,1% 6,4% 31,8%
confusão
mental
Tristeza
28,1% 20,7% 22,9% 7,4% 35,7%
persistente

Solidão 29,2% 21,1% 23,5% 8,1% 38,3%

Desamparo/
35,0% 25,3% 28,2% 9,7% 38,3%
desespero
Insônia/
alterações no 38,8% 30,2% 32,7% 8,6% 28,4%
sono
Desânimo/
50,9% 43,3% 45,6% 7,6% 17,5%
desmotivação

Ansiedade 69,5% 61,0% 63,6% 8,5% 13,9%

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

7 A Tabela 4 está organizada de acordo com a ordem crescente dos percentuais da primeira coluna de
valores e traz a lista de sofrimentos emocionais que tem impacto negativo sobre o desempenho aca-
dêmico nos (as) estudantes das IFES.

35
Inicialmente vale destacar que o percentual de estudantes com qualquer
tipo de dificuldade é muito grande, seja para a média geral ou para os recortes de
cobertura da AE.

Em segundo lugar, também é importante dar relevo para o fato de que para
estudantes com cobertura os cinco mais frequentes sofrimentos emocionais com
rebatimento no desempenho são: a ansiedade (69,5%), o desânimo (50,9%), a in-
sônia (38,8%), o desamparo (35,0%) e a solidão (29,2%). Na outra ponta, entre os
sofrimentos menos frequentes estão o pensamento suicida (10,7%) e a ideação de
morte (13,5%). Em que pese a condição minoritária, sua natureza fatal deve alertar
as equipes de profissionais das pró-reitorias afeitas à política de permanência.

Por fim, observando a distância percentual entre a manifestação dos sofri-


mentos entre estudantes com cobertura e sem cobertura pode-se concluir que: a)
para todos os sofrimentos os (as) estudantes com cobertura são proporcionalmente
mais numerosos (as) do que os (as) sem cobertura; e b) as variações já não são
tão grandes como das dificuldades que ilustram o Gráfico 9.

Sobre este segundo aspecto, pode-se afirmar que nenhuma das diferenças
chega aos 50% (patamar acima do qual se deu destaque a algumas dificuldades).
Todavia, aquelas que afastam mais os dois grupos (com ou sem cobertura) encon-
tram-se próximas da casa dos 40%, como é o caso dos problemas alimentares
(42,2%), pensamento suicida (40,79%), da ideação de morte (40,63%) e o medo /
pânico (39,67%).

36
A Demanda Potencial Prioridade PNAES (DPP)

Neste momento, já se tem importante conhecimento acerca do Programa


Nacional de Assistência Estudantil, seus critérios de execução e o perfil de quem o
utiliza. Resta, no entanto, estabelecer aquilo que se chamou de Demanda Potencial
Prioridade PNAES (DPP) e descrever o perfil deste público. Inicialmente importa
quantificá-la. Chama-se de DPP todo (a) estudante que se encontra numa das
duas condições denominadas de prioritárias para o artigo 5º do PNAES, ou seja,
discente que teve sua trajetória no ensino médio feita em instituições públicas ou
tem renda per capita mensal familiar de até um salário mínimo e meio. Seguindo o
texto do programa, não se exigirá que ambas as condições sejam atendidas, mas,
no mínimo, uma delas8.

A V Pesquisa mostrou que 60,6% dos (as) discentes das IFES têm origem
exclusivamente em escolas públicas, dentre os quais 84,8% encontram- se dentro
da faixa de renda estabelecida pelo PNAES como referência para cobertura das
políticas de assistência estudantil. O restante (15,2%), muito embora guarde a
condição de prioridade de origem escolar, não a teria para o quesito renda. Deste
modo, a maioria absoluta dos (as) estudantes originários de escolas públicas possui
renda per capita mensal familiar (RCMF) até o limite da prioridade estabelecido pelo
Programa.

Gráfico 10 - Estudantes das IFES com origem exclusivamente em escolas públicas segundo a
faixa de renda per capita mensal familiar em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

8 Sempre que oportuno, será utilizada a DPP em paralelo ao público que atende uma ou outra condição de
prioridade, ou renda ou origem escolar. Assim, se espera jogar mais luz sobre o tamanho e a natureza
da demanda.

37
O Gráfico 10 comprova que a maioria dos (as) estudantes das IFES que
tiveram origem em escolas públicas se encontram na menor faixa de renda
O Gráfico 10 comprova que a maioria dos (as) estudantes das IFES que tiveram
(Até meio SM) e que na medida em que se buscam rendas maiores, menor é a
origem em escolas públicas se encontram na menor faixa de renda (Até meio SM)
participação
e que na medidadeste
em grupo. Assim se
que se buscam podemaiores,
rendas dizer que estudantes
menor de originários
é a participação deste
(as)
grupo.daAssim
redesepública sãoque
pode dizer mais representativos
estudantes quanto
de originários (as)menor
da redeapública
sua RCMF.
são
mais representativos
Quando se inverte aquanto menor ea se
perspectiva suaparte
RCMF.daQuando
faixa deserenda
invertedoa (a)
perspectiva
estudante
e se parte da faixa de renda do (a) estudante e se busca a origem escolar, tem-se
e se busca a origem escolar, tem-se o que está exposto no Gráfico 11.
o que está exposto no Gráfico 11.
Gráfico
Gráfico 11
11 --Percentual
Percentualdedeestudantes
estudantesdede
variadas faixas
variadas de renda
faixas per capita
de renda mensal
per capita familiar
mensal que
familiar
se originaram de escolasque
públicas em 2018 de escolas públicas em 2018
se originaram
90.00% 82.7%
80.00%
69.7%
70.00%
60.6%
60.00% 54.4%

50.00%

40.00% 33.3%
30.00%

20.00%

10.00%

0.00%
Até meio SM de meio a 1 SM de 1 a 1 e meio SM Mais de 1 e meio Total
SM

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).

Com
Com efeito,
efeito, parapara a menor
a menor faixa
faixa de rendade(Até
renda
meio(Até
SM),meio
82,7% SM), 82,7%
dos (as) dos
estu-
dantes
(as) vieram da vieram
estudantes rede pública. Para
da rede a segunda
pública. Paramenor faixa de
a segunda renda,faixa
menor este de
volume
renda,
cai para 69,7%m seguido de 54,4% para a terceira menor. Por fim, entre estudantes
este volume cai para 69,7%m seguido de 54,4% para a terceira menor. Por fim,
com renda que não lhes credencia se candidatar às ações de assistência estudantil
entre estudantes com renda que não lhes credencia se candidatar às ações de
em razão da renda, 33,3% tem origem em escolas públicas.
assistência estudantil em razão da renda, 33,3% tem origem em escolas
Ora, como se pode perceber, tanto para o Gráfico 10, quanto para o Gráfico
públicas.
11, é nítido que há estudantes que encontram-se satisfazendo ambos critérios de
prioridade do PNAES,
Ora, como semas também
pode há quem
perceber, tantosatisfaça
para o somente
Gráfico 10um deles. Com
, quanto para o
efeito, quem está fora do quesito de renda, pode estar dentro no quesito origem
Gráfico 11, é nítido que há estudantes que encontram-se satisfazendo ambos
escolar, bem como o contrário seria verdadeiro.
critérios de prioridade do PNAES, mas também há quem satisfaça somente um

38
44
outro critério? Como atesta o Gráfico 12, chegou-se à constatação de que 80,7%
dos (as) estudantes, por terem origem exclusivamente em escolas públicas de
Neste sentido cabe indagar: qual a Demanda Potencial Prioritária PNAES
ensino médio ou por auferirem renda per capita mensal familiar de até um
total? Ou seja, qual o total de estudantes que ingressaram por um ou outro critério?
salário mínimo e meio, podem ser chamados (as) de demandantes potenciais
Como atesta o Gráfico 12, chegou-se à constatação de que 80,7% dos (as) estudan-
prioritários
tes, por teremdoorigem
PNAES. Isto reserva
exclusivamente a apenas
em escolas 1/5 de
públicas dosensino
(as) médio
estudantes
ou por a
condição renda
auferirem de prescindir
per capitapotencial e prioritariamente
mensal familiar dasmínimo
de até um salário políticas de podem
e meio, proteção
ser chamados (as) de demandantes potenciais prioritários do PNAES. Isto reserva a
social.
apenas 1/5 dos (as) estudantes a condição de prescindir potencial e prioritariamente
dasGráfico
políticas
12 de proteção social.
- Participação percentual do público correspondente à Demanda Potencial do
PNAES (DPP), ao perfil de renda do programa (ER) e à origem escolar (EOE) em 2018
Gráfico 12 - Participação percentual do público correspondente à Demanda Potencial do PNAES

(DPP), ao perfil de renda do programa (ER) e à origem escolar (EOE) em 2018
DPP Exclusivamente Renda Exclusivamente Origem
Escolar

19.3 29.8 39.6

80.7 70.2 60.4

Fora da DPP DPP Até 1 e meio SM mais de 1 e meio SM Somente em escola pública Outras

Fonte:
Fonte:VVPesquisa
Pesquisa Nacional de Perfil
Nacional de PerfilSocioeconômico
Socioeconômico e Cultural
e Cultural dosdos
(as)(as) graduandos
graduandos (as) (as)
das das
IFES
IFES(2018).
(2018).

Enquanto o Gráfico 12 mostra a distribuição dos (as) estudantes de


Enquanto o Gráfico 12 mostra a distribuição dos (as) estudantes de acordo
acordo
com com osde
os critérios critérios de DPP,
DPP, renda renda
e origem e origem
escolar, escolar,
o Gráfico o Gráfico
13 inclui 13 inclui
a cobertura da a
cobertura da
assistência assistência
estudantil para estudantil para cada
cada um destes um de
públicos destes públicos
demanda de demanda
potencial. Se a
lente for dirigida
potencial. Se apara o público
lente discente
for dirigida paraemo DPP, tem-se
público que 65,19%
discente em DPP, encontram-se
tem-se que
sem cobertura e 34,81% cobertos (as). As coberturas para os demais recortes são
65,19% encontram-se sem cobertura e 34,81% cobertos (as). As coberturas
similares. Para estudantes cujo recorte é exclusivamente de renda, a cobertura
para os demais recortes são similares. Para estudantes cujo recorte é
atinge 37,3% e, quando o recorte é exclusivamente a origem escolar, a cobertura
exclusivamente
chega a 38,4%. de renda, a cobertura atinge 37,3% e, quando o recorte é
exclusivamente a origem escolar, a cobertura chega a 38,4%.

45

39
Gráfico 13 - Participação percentual do público correspondente à Demanda Potencial do
Gráfico
PNAES13(DPP),
- Participação
ao perfilpercentual do programa
de renda do público correspondente
(ER), à origemàescolar
Demanda Potencial
(EOE) do PNAES
e a cobertura da
(DPP), ao perfil de renda do programa (ER), à origem escolar
Assistência Estudantil em 2018(EOE) e a cobertura da Assistência
Estudantil
em 2018

DPP Exclusivamente Renda Exclusivamente Origem


Escolar

34.8%
37.3% 38.4%
61.6%
65.2%
62.7%

EOE com cobertura


DPP com cobertura
EOE sem cobertura
DPP sem cobertura ER com cobertura ER sem cobertura

Fonte:VVPesquisa
Fonte: PesquisaNacional
Nacionalde
dePerfil
PerfilSocioeconômico
Socioeconômicoe eCultural
Cultural dos
dos (as)
(as) graduandos
graduandos (as)
(as) das
das
IFES (2018).
IFES (2018).

Seja qual for o critério utilizado, a proteção social não atinge 40%
Seja qual for o critério utilizado, a proteção social não atinge 40% da
da demanda potencial. Não se pode conhecer quanto da demanda potencial
demanda potencial. Não se pode conhecer quanto da demanda potencial seria
seria demanda
demanda real, oudesta
real, ou quanto quanto desta demanda
demanda real tambémrealfoitambém foisem
frustrada frustrada sem
cobertura.
O cobertura.
que se sabe O com
que os
se dados
sabe com os dados
disponíveis disponíveis
é que a maioriaé absoluta
que a maioria absoluta
do público es-
tudantil das IFES
do público está contido
estudantil na DPP
das IFES está econtido
a cobertura
na DPPdeste
e agrupo está estendida
cobertura deste grupoa
menos de quatro estudantes
está estendida a menos deaquatro
cada dez.
estudantes a cada dez.
EstaEsta
faixafaixa
da DPP atendida
da DPP é formada,
atendida em suaem
é formada, maioria, por estudantes
sua maioria, com as
por estudantes
menores RCMF. Sabe-se, de acordo com o Gráfico 14, que a população estudantil
com as menores RCMF. Sabe-se, de acordo com o Gráfico 14, que a população
DPP com acesso à assistência estudantil é hoje composta por 45,8% de discentes
estudantil DPP com acesso à assistência estudantil é hoje composta por 45,8%
com RCMF “até meio SM”, seguida de 36,0% na faixa “de meio a um SM”, na se-
de discentes
quência compara
por 13,2% RCMF “até“de
a faixa meioumSM”,
a umseguida de 36,0%
e meio SM” e, porna
fim,faixa “de meio
somente 4,9%a
umestudantes
para SM”, na sequência
acima da por
faixa13,2% paratomada
de renda a faixacomo
“de um a um
limite parae estabelecimento
meio SM” e, por
dafim,
prioridade
somentede ação
4,9% do PNAES.
para estudantes acima da faixa de renda tomada como
limite para estabelecimento da prioridade de ação do PNAES.

40
Gráfico 14 - Participação das faixas de renda na composição da cobertura da Assistência
Estudantil sobre a DPP em 2018

Gráfico
Gráfico1414
- Participação dasdas
- Participação faixas de renda
faixas 4.9%
na composição
de renda da cobertura
na composição da Assistência
da cobertura Estu-
da Assistência
dantil sobre a DPP em 2018 13.2%
Estudantil sobre a DPP em 2018

4.9% 45.8%
13.2%

36.0%
45.8%

36.0%
Até meio SM de meio a 1 SM de 1 a 1 SM e meio Mais de 1 SM e meio

Fonte: V Pesquisa Nacionalde meio a 1 SM


Até meio SM de Perfil Socioeconômico e CulturalMais de 1 SM e meio
de 1 a 1 SM e meio dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: Fica claro
(2018).
Pesquisa que,depara
Nacional Perfil a DPP, as ações
Socioeconômico de assistência
e Cultural estudantil
dos (as) graduandos nas
(as) das
IFES (2018).
IFES priorizam estudantes com rendas per capita mensal familiares mais
Fica claro que, para a DPP, as ações de assistência estudantil nas IFES prio-
baixas eFica claro que,
somente para aoDPP,
estendem as açõesdedeestudantes
atendimento assistênciafora
estudantil nasde
da faixa
rizam estudantes com rendas per capita mensal familiares mais baixas e somente
IFES
renda priorizam estudantes
de oprioridade para commais
não rendas
do per 5%
capita mensal familiares mais
Portanto,paraexiste
estendem atendimento de estudantes foraque
da faixa dosrenda
de casos.
de prioridade
baixas
umamais
não e do
somente
inclinação
que 5% estendem
evidente oPortanto,
das
dos casos. atendimento
políticas de de estudantes
permanência
existe uma fora
para
inclinação da faixa
dasde
atendimento
evidente
renda dede
políticas prioridade
de estudantes permanênciapara para
de maior não atendimento
mais do quede
vulnerabilidade 5%
de dos entre
casos.
estudantes
renda a Portanto,
de existe
maior vulnera-
DPP.
bilidade de rendaevidente
uma inclinação entre a DPP.
das políticas de permanência para atendimento
O fenômeno acima foi observado buscando-se a composição de renda
de estudantes de acima
O fenômeno maior foi
vulnerabilidade de rendaaentre
observado buscando-se a DPP. de renda da
composição
da população em DPP coberta. Se analisarmos todas as faixas de renda da
população em DPP coberta. Se analisarmos todas as faixas de renda da população
O fenômeno acima foi observado buscando-se a composição de renda
população
DPP, DPP,
chega-se ao chega-se ao resultado
resultado expresso expresso
no Gráfico 15. no Gráfico 15.
da população em DPP coberta. Se analisarmos todas as faixas de renda da
Gráfico 15
população15 --DPP,
Estudantes
Estudantes DPP
DPPpor
chega-se por
aofaixa dede
faixa renda conforme
renda
resultado cobertura
conforme
expresso da Assistência
nocobertura
Gráfico Estudantil
da. Assistência
15 Estudantil
em 2018 em 2018

Gráfico 15 - Estudantes DPP porCom cobertura


faixa de renda conforme cobertura da Assistência Estudantil
Sem cobertura
em 2018

Com cobertura Sem cobertura

52.6% 63.2% 78.1% 84.9%


47.4% 36.8%
52.6% 63.2% 21.9% 15.1%
78.1% 84.9%
ATÉ MEIO SM DE MEIO A 1 SM DE 1 A 1 SM E MEIO MAIS DE 1 SM E MEIO
47.4% 36.8% 21.9% 15.1%
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: ATÉ MEIO SM DE MEIO A 1 SM DE 1 A 1 SM E MEIO MAIS DE 1 SM E MEIO
V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018). 41
IFES atendam majoritariamente a demanda prioritária com as menores
faixas de renda, ainda assim não alcançam a metade deste público. Entre
estudantes do primeiro
O gráfico demonstra estrato de renda
que, quanto peracapita
menor renda mensal familiar
do público DPP, (até
maiormeio
a
faixa
SM), de estudantes de
o percentual protegidos
cobertos(as).
(as)Muito
chegaembora as políticas
a 47,4%. de AE
Do segundo das IFES
estrato (entre
atendam
meio e um majoritariamente
SM) são 36,8% ade demanda
atendidosprioritária
(as), do com as menores
terceiro (de um afaixas
um e demeio
renda, ainda assim não alcançam a metade deste público. Entre estudantes do
SM) o índice cai ao patamar de 21,9% e, encerrando, se cobre 15,1% de quem
primeiro estrato de renda per capita mensal familiar (até meio SM), o percentual
se encontra fora da faixa de renda prioritária (acima de um e meio SM). Deste
de cobertos (as) chega a 47,4%. Do segundo estrato (entre meio e um SM) são
modo, de
36,8% pode-se reconhecer
atendidos que a fração
(as), do terceiro (de um da DPP
a um comSM)
e meio menor faixa
o índice caide
aorenda
pa-
tamar
ainda de
tem21,9% e, encerrando,
a maioria se cobresem
de seu público 15,1% de quem
acesso se encontra fora da faixa
à AE.
de renda prioritária (acima de um e meio SM). Deste modo, pode-se reconhecer
Até este
que a fração momento,
da DPP tomou-se
com menor faixaode
tamanho da demanda
renda ainda potencial
tem a maioria e sua
de seu
respectiva
público sem proteção
acesso à social.
AE. Cabe agora procurar algumas especificidades. Já
se tem Até como ponto de
este momento, partidao tamanho
tomou-se a amplitude da DPP
da demanda (80,7%)
potencial e suae res-
suas
decomposições
pectiva nos Cabe
proteção social. recortes exclusivamente
agora procurar de renda (70,2%)
algumas especificidades. Já se tem e
como ponto de partida
exclusivamente a amplitude
de origem escolarda DPP (80,7%)
(60,4%). e suaspasso
O próximo decomposições nos
é identificar seu
recortes
perfil. O exclusivamente de renda (70,2%) e exclusivamente de origem escolar
Gráfico 16 distribui os públicos DPP, exclusivamente de renda (ER) e
(60,4%). O próximo passo é identificar seu perfil. O Gráfico 16 distribui os públicos
exclusivamente de origem escolar (EOE) de acordo com o ano de ingresso do
DPP, exclusivamente de renda (ER) e exclusivamente de origem escolar (EOE)
(a) acordo
de estudante.
com oEmanoparalelo, traz do
de ingresso também o progresso
(a) estudante. do percentual
Em paralelo, geralode
traz também
cobertura do
progresso daspercentual
políticas de assistência
geral de coberturaestudantil.
das políticas de assistência estudantil.

Gráfico16
Gráfico 16--Percentual
Percentual de
de estudantes
estudantesdas
dasIFES
IFEScomo
comoDemanda
DemandaPotencial
Potencialdo do
PNAES e dentro
PNAES e dentro
do perfil de renda do programa de acordo com ano de ingresso
do perfil de renda do programa de acordo com ano de ingresso
100.00% 83.2%
79.4% 80.8% 82.8% 82.5%
74.9% 77.4%
80.00% 76.0% 75.3%
70.5% 72.6% 74.9%
64.7% 67.9% 63.0% 63.3% 63.6%
60.00% 55.8% 58.5% 60.2%
53.4%
40.00% 35.3%
30.7% 33.7% 34.1% 33.3%
27.7%
20.00% 18.9%
0.00%
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

DPP Renda exclusivamente Cobertura AE Escola Pública

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

É possível perceber
É possível que que
perceber quanto mais mais
quanto recente é o anoéde
recente ingresso,
o ano maior
de ingresso,
é o percentual
maior de estudantes
é o percentual com origem
de estudantes com emorigem
escolasem públicas
escolasoupúblicas
RCMF deou
até um salário mínimo e meio, ao menos até o ano de 2017, pois o percentual

42 48
o percentual apresenta leve queda em 2018 para o perfil de renda, rebatendo
também no patamar da DPP. Já o percentual de estudantes cobertos (as)
apresenta uma tendência distinta. Os valores crescem para os anos de
apresenta leve queda em 2018 para o perfil de renda, rebatendo também no pata-
ingresso
mar atéJá2014
da DPP. e na sequência
o percentual apresentam
de estudantes umaapresenta
cobertos (as) queda ininterrupta. As
uma tendência
razões para
distinta. a queda
Os valores da cobertura
crescem para ospodem estar
anos de associadas
ingresso ao e
até 2014 crescimento da
na sequência
apresentam
demanda num umapatamar
queda ininterrupta.
distinto doAscrescimento
razões para aorçamentário
queda da cobertura podeme
entre 2014
estar
2016.associadas
Todavia, aao crescimento
partir de 2017da o demanda
orçamentonum
do patamar
PNAES distinto do crescimento
teve redução nominal
orçamentário entre 2014 e 2016. Todavia, a partir de 2017 o orçamento do PNAES
(BRASIL, 2017, 2018), o que pode justificar a redução expressiva da cobertura
teve redução nominal (BRASIL, 2017, 2018), o que pode justificar a redução ex-
aos (às) da
pressiva ingressantes mais(às)
cobertura aos recentes.
ingressantes mais recentes.

OO Gráfico17
Gráfico inaugurauma
17inaugura uma série
série de de recortes
recortes queque serão
serão utilizados
utilizados para
para ana-
lisar as demandas
analisar as demandaspotenciais. Inicialmente
potenciais. o sexual.
Inicialmente o sexual.

Gráfico 17 -- Estudantes
Gráfico 17 Estudantes das
das IFES
IFES com
com perfil
perfilde
deDemanda
DemandaPotencial
Potencialdo
doPNAES
PNAES(DPP)
(DPP)e eperfil
perfil
de renda (ER) oude origem escolar
renda (ER) ou (EOE)
origemsegundo sexo em
escolar (EOE) 2018 sexo em 2018
segundo
100.00% 82.2% 74.7% 79.0%
69.4%
61.1% 59.5%
50.00% 36.7% 32.3%

0.00%
Feminino Masculino

DPP ER EOE Cobertura AE DPP

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
As pessoas do sexo feminino representam 54,7% do total de estudantes
das IFES. AsEntre elas, 82,2%
pessoas são DPP
do sexo (a média
feminino geral é 80,7%),
representam 74,7%
54,7% do são ER de
total (a
média geral é 70,2%) e 61,1% são EOE (a média geral é 60,4%). Percebe-se que,
estudantes das IFES. Entre elas, 82,2% são DPP (a média geral é 80,7%),
entre os critérios para estabelecer o público alvo prioritário da política de assistên-
74,7% são ER (a média geral é 70,2%) e 61,1% são EOE (a média geral é
cia estudantil, as pessoas do sexo feminino são sempre proporcionalmente
60,4%).
mais Percebe-se que,
representativas entre
do que os critérios
a média para estabelecer
geral, principalmente o público
quando alvo
o critério é
prioritário
a da política
renda. Quando de assistência
se observa estudantil,
a cobertura as pessoas
da assistência do sexo
estudantil para feminino
o público
DPP
são levando
sempreem consideração o sexo,mais
proporcionalmente tem-se que para o sexo feminino
representativas do que a aproteção
média
atinge
geral, 36,7%, enquanto quando
principalmente para o sexo masculino
o critério é aé renda.
de 32,3%, sendo se
Quando queobserva
o percen-a
tual geral de cobertura é de 34,81%. Deste modo, as pessoas do sexo feminino
cobertura da assistência estudantil para o público DPP levando em
também são percentualmente mais representativas entre as que se encontram com
consideração o sexo, tem-se que para o sexo feminino a proteção atinge
proteção social pelo PNAES.
36,7%, enquanto para o sexo masculino é de 32,3%, sendo que o percentual
A variável cor ou raça também foi objeto de análise para se construir o perfil
da demanda por ações de permanência. O Gráfico 18 apresenta uma combinação

43 49
combinação rica de cruzamentos envolvendo esta variável com as demandas
potenciais e a taxa de cobertura.
rica de cruzamentos envolvendo esta variável com as demandas potenciais e a
taxa de18
Gráfico cobertura.
- Estudantes das IFES com perfil de Demanda Potencial Prioritária do PNAES (DPP)
e perfil de renda, origem escolar e cobertura da AE do programa segundo cor / raça em 2018
Gráfico 18 - Estudantes das IFES com perfil de Demanda Potencial Prioritária do PNAES (DPP)
e perfil de renda, origem escolar e cobertura da AE do programa segundo cor / raça em 2018

88.4%

96.0%
93.0%
85.4%

91.7%
84.5%

98.5%
97.4%
90.6%

91.6%
87.0%
80.7%
100.00%
78.2%

76.0%
74.8%

73.9%
72.1%

70.8%

70.1%

68.6%
90.00%

61.0%
80.00%

50.7%
49.7%

70.00%
60.00% 48.1%
50.00%
40.00%
71.1%
30.00% 54.8% 48.5%
20.00% 34.4% 41.0% 34.0%
30.8% 32.3%
10.00%
0.00%
Amarela Branca Parda Preta - Preta - não Indígena Indígena Sem
quilombola quilombola aldeado não declaração
aldeado

Cobertura AE DPP DPP Exclusivamente Renda Exclusivamente origem escolar

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).

OOgráfico demonstra
gráfico que, considerando
demonstra que a DPPque
que, considerando em geral se encontra
a DPP em geralnum se
patamar
encontradenum80,7%patamar
do públicodediscente
80,7%total,
do quem se autodeclara
público de cor quem
discente total, ou raça se
amarela (78,2%), branca (70,8%) e sem declaração (76,0%) posiciona-se abaixo
autodeclara de cor ou raça amarela (78,2%), branca (70,8%) e sem declaração
daquele nível. Isto indica que tais pessoas não são aquelas com maior presença
(76,0%)
na DPP. Aposiciona-se abaixoPrioridade
Demanda Potencial daquele nível.
PNAESIsto indica
é mais que tais
volumosa pessoas
entre pessoas não
são aquelas
pardas com
(88,4%), maior
pretas presença(96,0%),
quilombolas na DPP. A Demanda
pretas Potencial
não quilombolas Prioridade
(91,7%), in-
dígenas
PNAES aldeadas (98,5%) e entre
é mais volumosa indígenas não aldeadas
pessoas (91,6%). Pode
pardas (88,4%), pretasafirmar que
quilombolas
quase
(96,0%),todos (as) não
pretas negros (as) ou indígenas
quilombolas (91,7%),fazem jus, prioritariamente,
indígenas aldeadas (98,5%) às e
políticas de assistência estudantil.
indígenas não aldeadas (91,6%). Pode afirmar que quase todos (as) negros
Raciocínio
(as) ou similar
indígenas fazempodejus,
ser feito para a demanda
prioritariamente, àsproveniente
políticas do
de recorte por
assistência
renda e por origem escolar. Novamente, pessoas brancas e / ou amarelas posicio-
estudantil.
nam-se abaixo do percentual geral, enquanto pretos (as) e indígenas acima deste
percentual.

Quanto à proteção social, são mais cobertos (as) estudantes indígenas al-
deados
(as) (71,1%), pretos (as) quilombolas (54,8%), indígena não aldeados (as)50
(48,5%), pretos (as) não quilombolas (41,0%), pardos (as) (34,4%), sem declaração
(34,0%), brancos(as) (32,3%) e amarelos (as) (30,8%). Apesar de apresentar con-

44
sideráveis déficits de cobertura em relação à Demanda Potencial Prioridade
PNAES, a assistência estudantil nas IFES tem protegido percentualmente
mais os grupos raciais vulneráveis.

Até aqui a análise dos dados se deteve alguns dos marcadores sociais que
tradicionalmente estão associados às desigualdades. É necessário, ainda, observar
sua distribuição no território nacional. Inicialmente, pode-se recortar o mapa nacional
distribuindo sobre o território o percentual de estudantes presentes na Demanda
Potencial Prioridade PNAES, tal como está na Figura 1 - Percentual de estudantes
contidos (as) na DPP por Unidade da Federação em 2018 Figura 1.

Figura 1 - Percentual de estudantes contidos (as) na DPP por Unidade da Federação em 2018

84,4%

86,5%
81,1%
85,5%
88,4%

57,1%

77,1%

76,0%

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

45 da Federação (UFs) tem seu piso em


A amplitude entre as Unidades
57,1% e seu teto em 93,1%, o que demonstra uma enorme disparidade
A amplitude entre as Unidades da Federação (UFs) tem seu piso em 57,1%
e seu teto em 93,1%, o que demonstra uma enorme disparidade entre os estados.
De partida, é possível afirmar que a UF que possui a menor fração de seu público
estudantil como demanda potencial prioritária do PNAES contém quase 60% em
DPP, o que, por si só, já seria algo considerável.

Antes de avançar sobre estas reflexões, é necessário matizar a diferença


de percentuais entre os entes federados. A distribuição dos percentuais entre os
estados parece indicar quatro comportamentos distintos. O primeiro, de isolamen-
to com demanda bem menor do que o percentual geral, o segundo, de demanda
menor do que o percentual geral, o terceiro, de demanda próximo ao percentual
geral (inferior ou superior) e, finalmente, o quarto, com demanda muito superior ao
percentual geral.

O primeiro comportamento pode estar representado pelo valor de piso (57,1%)


que está associado ao Distrito Federal. Dada sua renda per capita reconhecida-
mente elevada, ele tem aparecido noutros estudos com destaque menor quando se
busca volumes mais elevados de estudantes em vulnerabilidade em todo o banco
de dados da V Pesquisa. Esta UF está isolada das demais, uma vez que sua dis-
tância para o segundo bloco (de demanda menor do que o percentual geral) seria
de, ao menos, 13 p.p.

O segundo grupo é formado pelas UFs com DPPs menores do que o per-
centual geral, composto por Santa Catarina e São Paulo, com 70,1% e 71,5% de
estudantes na condição de demandantes potenciais, respectivamente. O terceiro
bloco, representado pelas UF com DPPs próximas ao percentual geral (estabelecida
a diferença de até 5%) seria representado por RJ, ES, PR, MG, RS, PE, MT, BA,
GO, MTS, CE, RN. Por fim, aqueles estados em que o público discente em DPP
está acima do percentual geral: AL, AP, PB, MA, SE, PI, RR, TO, PA, RO e AC.

Quando agregadas por região geográfica, observa-se que a região Norte


é aquela que possui a maior parte de seu público estudantil em DPP (90,24%),
seguida da região Nordeste (85,37%), Centro-Oeste (76,4%)9, Sudeste (75,8%) e
Sul (75,83%).

9 Importa salientar que caso se considere a região Centro-Oeste sem o Distrito Federal, a média de DPP
salta de 76,4% para 82,83%, fazendo-a muito mais próxima da região Nordeste do que da Região
Sudeste.

46
Os agrupamentos por regiões geográficas devem indicar à gestão do Ministério
da Educação que as desigualdades produzem uma composição demográfica nas
universidades distinta para cada estado da federação quando se busca a DPP. Sem
que se sacrifique quaisquer outros entes, o que o diagnóstico parece recomendar
passa pela implementação de políticas orçamentárias e de pessoal sensíveis
à composição demográfica das IFES em cada UF. A utilização de métricas únicas
para distribuir recursos entre as IFES sem se atentar para o tamanho do desafio
que cada uma precisa enfrentar tenderá a reproduzir as desigualdades regionais
tal como se encontram hoje.

O levantamento da demanda potencial com Recorte Exclusivamente de Ren-


da (ER) permitiu conhecer o valor geral entre todas as IFES (70,2%). Observando
a participação de cada UF, constata-se uma divisão regional. Todas as Unidades
da Federação que possuem um ER acima do percentual geral são das regiões
Norte e Nordeste (com a presença de duas do Centro- Oeste), conforme se pode
perceber na Tabela 5. Abaixo estão os estados da região Sudeste e Sul, mais o
Distrito Federal.

O que mudaria caso o enfoque fosse a demanda potencial com recorte exclu-
sivamente na origem escolar (EOE)? Levando em consideração que o percentual
geral agora é de 60,4%, as Unidades da Federação que se encontram acima deste
percentual são, predominantemente, mas não absolutamente, das regiões Norte
e Nordeste. A dispersão dos estados é um pouco maior, sem escamotear ainda a
concentração já conhecida. Além dos estados que já figuravam acima do percentual
geral quando o quesito era a renda, para o quesito origem escolar inclui-se o RS e
PR. Abaixo do percentual geral, estados que anteriormente encontravam-se entre
aqueles de volume maior de ER, agora não replicam a condição para origem escolar,
como é o caso da BA, RN, PI, GO, PB, CE, AL e PE. A constatação deve servir de
alerta para a produção de políticas de permanência de dimensões nacionais. Elas
não poderiam tratar o país como um todo uniforme.

Para não perder o padrão da análise adotada em todo o relatório, convém


observar o perfil da demanda em paralelo ao perfil da oferta de assistência estudantil.
Neste caso, também é possível lançar o olhar para a disparidade da distribuição
regional da cobertura da proteção social, conforme expressa a Figura 2. A amplitude
registrada encontra seu piso em 17,2% e seu teto em 41,0% do público estudantil.

47
Figura22- -Percentual
Figura Percentualde
deestudantes
estudantes DPP
DPP cobertos (as)
(as) pelas
pelas políticas
políticasde
deAssistência
AssistênciaEstudantil
Estudantil
por Unidade da Federação em 2018
por Unidade da Federação em 2018

36,4%

30,9%
37,2%

25,3%
23,7%

38,6%

39,3%

36,3%

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Tomando por referência o percentual geral de cobertura das políticas de AE
Tomando
para o público DPPporemreferência o percentuala geral
34,81% e observando figura de
quecobertura
apresentadas políticas
a cobertura
de
porAE para odapúblico
Unidade DPP éem
Federação, 34,81%algumas
possível e observando a figuraPrimeiramente,
constatações. que apresentaháa
um hiato entre
cobertura por percentual
Unidade geral demanda potencial
da Federação, (80,2%)
é possível e da oferta
algumas (percentual
constatações.
de cobertura da há
Primeiramente, AEumem hiato
34,81%).
entreEm segundo geral
percentual lugar, demanda
a dispersão das coberturas
potencial (80,2%)
percentuais não está alinhada com a dispersão da Demanda Potencial, seja ela
e da oferta (percentual de cobertura da AE em 34,81%). Em segundo lugar, a
em DPP, ER ou EOE. A lógica das demandas potenciais indicava uma concentra-
dispersão
ção de DPP das coberturas
elevadas percentuais
nas regiões Norte não está alinhada
e Nordeste, com a dispersão
principalmente, seguidas deda
Demanda Potencial,
perto pela região seja ela (sem
Centro-Oeste em DPP, ERFederal)
Distrito ou EOE. A lógica
e, com algumadas demandas
distância, às
regiões Sudeste
potenciais e Sul.
indicava uma Dependendo do tipo
concentração de demanda
de DPP elevadas potencial observada,
nas regiões Norte ae
concentração
Nordeste, poderia ser mais
principalmente, ou menos
seguidas rigorosa
de perto quanto
pela às Centro-Oeste
região regiões, mas a(sem
ten-
dência estava posta.
Distrito Federal) e, com alguma distância, às regiões Sudeste e Sul.
Dependendo do tipo de demanda potencial observada, a concentração poderia
ser mais ou menos rigorosa quanto às 48
regiões, mas a tendência estava posta.
Para o caso a cobertura das ações de Assistência Estudantil para estudantes
em DPP, nota-se que a lógica regional sucumbiu ao ponto de que quase todas as
regiões possuem estados entre aqueles com percentuais superiores ou inferiores
ao percentual nacional, exceto a região Sul. A região Norte, que em geral (32,66%)
tem percentual um pouco menor do que o padrão nacional, possui três UFs no bloco
superior ao percentual nacional: Roraima (44,2%), Acre (38,7%) e Rondônia (38,5%).
A região Nordeste encontra-se com cobertura de 30,9%, mas possui quatro UFs
acima do percentual nacional. É o caso do Ceará (40,5%), Pernambuco (37,2%),
Bahia (36,7%) e Rio Grande do Norte (36,4%).

Por seu turno, a região Centro-Oeste, com 31,5% de cobertura, possui o


Distrito Federal (38,6%) e o estado de Goiás (37,8%) com patamares acima do
percentual do país. Já região Sudeste encontra-se 3 p.p. acima do que se registrou
nacionalmente e tem sido capitaneada por Minas Gerais (42,4%), seguida do Es-
pírito Santo (39,3%) e do Rio de Janeiro (36,3%). Por fim, a região Sul apresenta
todos seus estados com patamares de cobertura acima de 34,8%.

Não se pode dizer muito sobre a dispersão da proteção social entre as Uni-
dades da Federação uma vez que não se aprofundou o estudo sobre um conjunto
de aspectos fundamentais para consolidar um diagnóstico, tais como o volume or-
çamentário (geral e per capita), os mecanismos de seleção para acesso às ações,
a divulgação dos programas, a capacidade e o compromisso da gestão, a natureza
e a especificidade das demandas do corpo estudantil, a idade da instituição e a
consolidação de seus programas e equipamentos, a rede de proteção social dos
municípios, os equipamentos sociais públicos etc. Todos esses aspectos interferem
diretamente na amplitude e na intensidade da cobertura, e precisariam ser conhe-
cidos para instrumentalizar alguma análise. Sem este conhecimento, não se pode
ir muito além do que se fez aqui.

Neste sentido, é urgente e estratégico que o FONAPRACE tenha às mãos


estudos que indiquem, analisem, monitorem e avaliem políticas de assistência
estudantil e que possam associar aquele conjunto de condicionantes das po-
líticas de permanência aos resultados obtidos, ou, na melhor das hipóteses,
descobrir os nexos causais entre as políticas e seus resultados.

Os argumentos trazidos até o momento sobre a regionalidade da demanda


potencial prioritária e da oferta por assistência estudantil foram apresentados a
miúde e acompanhados de figuras com o mapa do Brasil. Para uma consulta con-
densada, sugere-se a Tabela 5. Nela se tem a distribuição percentual por unidade da

49
federação da Demanda Potencial Prioridade PNAES (DPP), da Demanda Potencial
com Recorte Exclusivamente de renda (ER), da Demanda Potencial com Recorte
Exclusivamente de Origem Escolar (EOE) e da Cobertura da Assistência Estudantil
para os estudantes da DPP (AE DPP), da ER (AE ER), da EOE (AE EOE) e do
público estudantil total das IFES (AE TOTAL).

Tabela 5 - Estudantes das IFES como demanda potencial do PNAES e cobertura da Assistência
Estudantil por unidade da federação em 2018
UF DPP ER EOE AE DPP AE ER AE EOE AE TOTAL

AC 93,1% 83,4% 85,2% 38,7% 40,0% 40,8% 36,7%

AL 85,5% 80,2% 54,3% 25,3% 25,9% 28,3% 22,8%

AM 86,8% 75,7% 71,9% 23,5% 24,1% 25,0% 21,6%

AP 85,5% 74,5% 71,2% 31,6% 34,0% 33,6% 28,2%

BA 82,4% 75,1% 60,0% 36,7% 38,3% 41,6% 31,8%

CE 84,0% 78,6% 55,5% 40,5% 41,4% 46,0% 35,8%

DF 57,1% 44,7% 41,6% 38,6% 45,0% 43,2% 25,8%

ES 77,1% 65,8% 56,0% 39,3% 43,1% 44,9% 31,4%

GO 83,0% 74,0% 58,7% 37,8% 39,3% 40,6% 33,8%

MA 87,0% 79,1% 64,8% 18,9% 19,7% 21,4% 17,2%

MG 78,6% 68,2% 59,4% 42,4% 45,8% 46,6% 35,4%

MS 83,4% 72,3% 64,3% 28,2% 30,1% 29,7% 25,5%

MT 82,1% 69,3% 64,2% 21,7% 23,6% 23,4% 19,3%

PA 91,6% 85,7% 70,4% 25,4% 26,2% 28,2% 23,8%

PB 86,5% 80,9% 58,3% 30,9% 31,9% 35,6% 27,7%

PE 81,1% 74,5% 54,1% 37,2% 38,8% 43,6% 31,4%

PI 89,0% 84,1% 58,7% 29,2% 29,5% 34,8% 26,7%

PR 78,3% 64,1% 61,0% 42,7% 48,1% 45,3% 35,9%

RJ 76,0% 63,6% 54,9% 36,3% 39,2% 40,5% 29,9%

RN 84,4% 76,4% 59,0% 36,4% 38,6% 41,6% 31,8%

RO 92,4% 80,8% 82,9% 38,5% 42,4% 39,4% 36,1%

RR 90,8% 80,7% 79,5% 44,2% 46,8% 45,4% 41,0%

RS 79,1% 61,1% 66,2% 39,1% 44,9% 41,2% 34,0%

SC 70,1% 54,2% 54,5% 38,6% 44,3% 41,7% 31,3%

SE 88,4% 81,5% 64,7% 23,7% 24,7% 27,8% 21,5%

SP 71,5% 55,1% 52,8% 33,8% 38,8% 36,8% 27,4%

TO 91,5% 81,2% 81,1% 26,7% 28,2% 27,6% 25,0%

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

50
Para finalizar a abordagem regional, uma última observação parece relevante.
Observando as coberturas da AE para DPP, ER e EOE, pode-se apreender que a
AE para DPP é sempre menor do que a ER e EOE, deixando nítido que as IFES
nos vários estados da Federação optaram por atender um dos recortes prioritários
possíveis no texto do PNAES, ou renda ou escola pública. Caso as IFES tivessem
atendidos ambos os critérios, a AE DPP não estaria aquém das demais. Isto denota
uma preferência da instituição gestora por algum recorte ou por uma das condições.
Dos 27 estados e o Distrito Federal, 16 Unidades da Federação têm uma cobertura
da Demanda Potencial com Recorte Exclusivamente de Origem Escolar superior
à cobertura da Demanda Potencial com Recorte Exclusivamente de Renda. Dito
de outro modo...

A experiência com as Pró-reitorias de Assistência Estudantil tem mostrado


que existe uma tendência entre gestores (as) de priorizar o critério de renda sobre
todos os demais para condicionar o acesso às ações de permanência. Todavia,
o que os dados revelam é que a cobertura para o ER é menor do que para EOE.
A princípio, o contraste entre a vivência e os dados não indica nada grave, pois
seria necessário saber se o atendimento tal como é feito hoje contempla mais10 do
que se a demanda potencial por critério exclusivamente de renda obtivesse maior
atenção. Novamente é necessário reconhecer que não se tem, neste estudo, as
condições para responder à inquietação proposta, porém ela pode se somar a
outras que exigiram outras pesquisas.

Buscando analisar também outras variáveis relevantes para a composição


do perfil proposto a este caderno, não se pode perder de vista a modalidade de
ingresso nas IFES, ou seja, se o acesso foi conseguido com ou sem as reservas
de vagas garantidas pela Lei nº 12.711/2012. Como se sabe, hoje as vagas reser-
vadas nas universidades federais respeitam a proporção de 50% para estudantes
de trajetória em instituições públicas de ensino. Dentro deste percentual reservado,
a metade deve se fazer somente para estudantes cujas famílias possuam renda
per capita mensal de até um meio SM. Tem-se por este procedimento dois grupos
iniciais, estudantes com trajetória em escola pública acima ou abaixo do marco
de RCMF. Em ambos os grupos deve-se ter uma composição demográfica igual
àquela existente na Unidade da Federação em que a IFES se insere para cor ou
raça e para pessoas com deficiência (PCD).

10 Levando em consideração a justiça, a equidade, a eficiência etc.

51
Há uma grande interlocução entre os critérios estabelecidos pela Lei de Cotas
e os critérios estabelecidos pelo PNAES. A condição primeira para acessar uma
vaga reservada é a origem escolar e esta é uma das duas chaves de prioridade
para o atendimento da AE. A condição de renda daria acesso a uma vaga dentro
da reserva, ela também corresponde a outra chave de prioridade para o Decreto
do PNAES.

A condição racial, por seu turno, não recebe menção específica do


Decreto 7.234/2010 e esta ausência deve ser vista como uma das maiores
lacunas, uma dívida que ainda não foi saldada. Ainda que não diretamente, o cri-
tério racial pode ser contemplado pelas políticas de permanência. Afinal, é notório
que o racismo operante no país também é ativo dentro da universidade e tem pro-
duzido privações ao acesso de inúmeras oportunidades acadêmicas (BARBOSA
E SILVA, 2017). Assim, se o Programa se preocupa com a igualdade na fruição
das oportunidades, deve se atentar para a ação discriminatória do racismo sobre
as mesmas. Entretanto, a condição precária e indireta para o marcador racial em
políticas de proteção social não tem o mesmo efeito de uma menção particular e
seus possíveis desdobramentos.

Finalmente, as pessoas com deficiência também não encontram no marcador


a elas associado a condição de prioridade. Todavia o PNAES reservou uma área de
atuação exclusiva para este público, e a denominou Acesso, participação e apren-
dizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades e superdotação.

Destarte, a Lei de Cotas e o PNAES guardam uma razoável sintonia. Pri-


meiramente, a análise que se empreende sobre a demanda potencial da assis-
tência estudantil deve chamar mais a atenção por se tratar neste momento de um
público cotista que, de partida, já traz consigo uma das condições de prioridade.
No entanto, a coincidência entre os critérios de ingresso e os critérios de acesso
à proteção social tornam inócuos alguns cruzamentos. Não faz sentido buscar a
DPP entre cotistas, pois todos (as) os cotistas são, por definição, DPP. Mas pode
fazer algum sentido buscar cotistas na DPP, porque estudantes com origem em
escolas públicas ou com renda de até um salário mínimo e meio podem ter ingres-
sado pela ampla concorrência ou até ter ano de ingresso anterior ao primeiro ano
de implementação das Cotas.

52
ou até ter ano de ingresso anterior ao primeiro ano de implementação das
Cotas.

Gráfico
Gráfico19
19--Estudantes
Estudantesdas
dasIFES
IFESpor
portipo
tipodededemanda
demandapotencial e cobertura
potencial dede
e cobertura assistência
assistência
estudantil conforme modalidade de ingresso
estudantil conforme em 2018 de ingresso em 2018
modalidade
100.00%
80.00% 33.3% 46.2%
48.7% 49.8%
60.00%
40.00%
66.7% 53.8%
20.00% 51.3% 50.2%
0.00%
DPP ER EOE AE DPP

Cotista Ampla Concorrência

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

OO Gráfico
Gráfico19
19 comprova
comprova que
que estudantes
estudantes que
que ingressaram
ingressaram pelas
pelas Cotas
Cotas são
são
51,3%
51,3%da daDPP,
DPP, 50,2%
50,2%da ER e 66,7%
da ER da EOE.
e 66,7% Os dados
da EOE. Os evidenciam que as políticas
dados evidenciam que as
de assistência estudantil têm uma demanda prioritária. Conjugados a critérios de
políticas de assistência estudantil têm uma demanda prioritária. Conjugados a
renda ou origem escolar (DPP) ou exclusivamente renda (ER) praticamente equili-
critérios de renda ou origem escolar (DPP) ou exclusivamente renda (ER)
bram-se numa balança cujos pratos estejam com ingressante cotistas, de um lado,
epraticamente equilibram-se
por ampla concorrência, numa
de outro. balança
À gestão cujos pratos
universitária estejam
deve ficar com
claro: não
ingressante
se cotistas,
pode procurar de umsua
atender lado, e por
DPP ampla concorrência,
somente entre aquelesde outro.
que À gestão
ingressaram
pelas cotas, mesmo
universitária quando
deve ficar observada
claro: não seexclusivamente
pode procuraroatender
recorte de
suarenda.
DPP
Uma parte entre
somente quase tão numerosa
aqueles quedeingressaram
estudantes em DPP ou
pelas ER está
cotas, também
mesmo entre
quando
ingressantes pela ampla concorrência.
observada exclusivamente o recorte de renda. Uma parte quase tão
O mesmo
numerosa não pode ser
de estudantes em dito
DPPsobre a composição
ou ER está também da entre
demanda potencial com
ingressantes pela
recorte exclusivamente de origem escolar, pois para ela dois de cada três estudan-
ampla concorrência.
tes usaram as cotas para seu ingresso. Por fim, os dados sobre a cobertura. Entre
O mesmo
estudantes nãopelas
atendidos podeações
ser dito
desobre a composição
AE, 53,8% da demanda
são cotistas. Isto revelapotencial
que há
uma
com prevalência para a cobertura
recorte exclusivamente de cotistas
de origem empois
escolar, relação
paraaela
quemdoisingressou por
de cada três
ampla concorrência.
estudantes usaram as cotas para seu ingresso. Por fim, os dados sobre a
Apresentados os perfis gerais da demanda potencial e da amplitude de oferta
de
ações de assistência estudantil, utilizando variáveis chave com sexo, cor60 ou
raça, região e modalidade de ingresso, na sequência serão analisados os perfis da
demanda potencial de acordo com as dez áreas de atuação do PNAES.

53
A DPP por área do PNAES

Para dialogar mais proximamente com o conteúdo do PNAES, foram desen-


volvidas dez curtas seções cujos conteúdos contam com levantamentos dos perfis
de estudantes que requerem um serviço, um atendimento, um apoio ou ação da
AE dada sua condição de vulnerabilidade específica. O perfil encontrado foi quan-
tificado, expressando quantas pessoas estão naquela condição requerendo poten-
cialmente a proteção social da AE. Sempre que mensurada, a demanda potencial
foi analisada observando os desdobramentos da sua condição de vulnerabilidade
sobre seu envolvimento com os estudos e, finalmente, cotejada com a fração da
demanda protegida.

Para o percurso analítico, optou-se por apresentar quantos (a) estudantes


estão na DPP precisando e recebendo o atendimento. No entanto, incrementou-se a
análise com o levantamento de marcadores sociais que, para cada área, expressasse
condições de privação diretamente ligadas à demanda por AE. Ou seja, buscou-se
identificar se, para acessar as ações vinculadas a uma área do PNAES, alguns
marcadores sociais devem ser observados como indicadores (Quadro 1) de um
eventual perfil de público alvo. Se positivo, estes foram anunciados, mensurados
e relacionados. Procurou-se, por fim, levar em conta seu potencial de interferência
sobre a fruição das oportunidades acadêmicas ou direitos vinculados à educação.

Quadro 1 - Variáveis de análise da DPP por área do PNAES

Área do PNAES Marcadores sociais de público alvo

Número de refeições por dia e se as principais


Alimentação
refeições são realizadas no Restaurante Universitário

Moradia Estudantil Se mora no núcleo familiar

Meio de transporte, distância e tempo de


Transporte
deslocamento à universidade

Apresenta a saúde como dificuldade para realizar os


Saúde
estudos

54
Sedentarismo e frequência semanal das atividades
Esporte
físicas

Cultura Incremento cultural pós ingresso na universidade

Creche Filhos (as) com até cinco anos

Inclusão digital Nível de destreza com computadores

Dificuldades de natureza pedagógica influenciando


sobre o desempenho acadêmico (dificuldades de
Apoio pedagógico aprendizado, falta de disciplina ou hábito de estudos,
excessiva carga de trabalhos estudantis e relação
com professor (a)

Acessibilidade Ser pessoa com deficiência

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Alimentação

Dentre as dez áreas estabelecidas no PNAES para a atuação da Assistência


Estudantil, três são preferencialmente mais ativadas: a alimentação, moradia e trans-
porte. Diretamente relacionadas à mínima condição de sobrevivência, estas áreas
recebem a maior parte da atenção e dos recursos das políticas de permanência
(FONAPRACE/ANDIFES, 2018). Seja por causa da escassez de recursos vis-à-vis
a presença de uma demanda tão volumosa, seja por causa de uma compreensão
minimalista da AE, elas tendem a absorver quase toda a proteção social universitária.

Quando se trata particularmente das ações da modalidade alimentação (AE


/ AL), há várias possibilidades de atendimento. De forma mais volumosa, mas nem
sempre compreendida como ação de proteção social, está o serviço realizado pelos
restaurantes e refeitórios estudantis11 (Restaurantes Universitários – RU). Neles
estudantes têm acesso a refeições durante vários dias da semana e sempre a um
valor subsidiado. O subsídio pode variar de uma parcela do custo da refeição até

11 O que diferencia um Restaurante de um Refeitório é que o primeiro produz em locu o alimento, dentro
de estrutura específica para cocção e preparo, além de servir o alimento. Enquanto o segundo opera
como espaço somente destinado para servir as refeições.

55
a totalidade dele. Para discriminar positivamente discentes entre aqueles (as) que
acessaram subsídios em proporções distintas são feitas as avaliações socioeco-
nômicas.

Além do acesso aos RUs, a assistência estudantil também disponibiliza bol-


sas em dinheiro na forma de transferência direta de renda, orientação nutricional,
distribuição de cestas básicas etc. A V Pesquisa (ANDIFES, 2019) buscou captar
o acesso às ações na modalidade alimentação. Todavia, apesar de estar expresso
na pergunta a amplitude da ação, estudantes parecem ter relacionado a cobertura
da ação às bolsas, deixando de lado o acesso aos RUs com parte da mesma ação.
Esta incompreensão exigiu recortar o público observado a partir do acesso à bolsa,
mas também do uso que faz dos restaurantes universitários. É o que se pode ver
a partir de agora.

De forma geral e em média, o corpo discente das IFES se alimenta 3,5 ve-
zes ao dia. Sendo que 42,3% faz três refeições/dia, 27,9% quatro refeições/dia,
16,4% representa a soma de quem faz 5, 6 ou mais refeições/dia, 12,5% faz duas
refeições/dia e 1,0% faz apenas uma. Com coorte de renda nas faixas usualmente
consideradas pelo FONAPRACE, o número de refeições varia. Entre estudantes
com RCMF “até meio SM”, 66,4% faz até 3 refeições diárias. Já para as faixas “de
meio a 1 SM” o percentual cai para 57,6% e “de um a um e meio SM” para 52,2%.
De todo modo, estas três subfaixas ainda se encontram dentro do recorte de renda
estabelecido pelo PNAES. Todas as faixas de renda acima deste valor apresentam
45,1% de seu público fazendo até três refeições.

56
faixas de renda acima deste valor apresentam 45,1% de seu público fazendo
até três refeições.

Gráfico 20 - Número de refeições diárias por estudante conforme faixa de renda per capita
Gráfico 20 - Número de refeições diárias por estudante conforme faixa de renda per capita
mensal familiar em 2018 mensal familiar em 2018

2.9% 4.2% 6.0% 8.7%


7.0% 9.9% 12.0%
15.4%
23.6%
28.2%
29.9%
30.8%

49.1%
43.0% 39.8%
36.5%

16.1% 13.7% 11.5%


0.9%
8.0%
1.2% 0.9% 0.6%
SEM RENDA ATÉ MEIO DE MEIO A UM SALÁRIO DE UM A UM SALÁRIO MAIS DO QUE UM
SALÁRIO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO E MEIO SALÁRIO MÍNIMO E MEIO

1 2 3 4 5 6 ou mais

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES(2018).
IFES (2018).

Portanto,
Portanto, dede acordo
acordo comcom o que
o que informa
informa o Gráfico20,
o Gráfico 20,quanto
quantomenor
menorfor
fora a
RCMF,
RCMF,maior
maiora tendência de que
a tendência deseque
façaseatéfaça
3 refeições
até 3 diárias. Algodiárias.
refeições semelhante
Algo
ocorre quando
semelhante a variável
ocorre quandoobservada é aobservada
a variável DPP. é a DPP.

Gráfico
Gráfico2121
- Quantidade dede
- Quantidade refeições diárias
refeições de de
diárias acordo com
acordo a presença
com na DPP
a presença em em
na DPP 2018
2018

1 2 3 4 5 6 ou mais

9.2% 4.5%
9.8%
15.8%
27.2%
30.6%

43.8%
36.1%

7.6% 13.6%
0.7% 1.0%
NÃO DPP DPP 64

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

DoDototal dosdos
total estudantes inseridos
estudantes (as) na(as)
inseridos demanda prioritáriaprioritária
na demanda do PNAES, do
58,4%
PNAES, faz58,4%
até trêsfaz
refeições.
até trêsPara quem está
refeições. Parafora da DPP,
quem estáeste
forapercentual
da DPP, éeste de
44,4%. Portanto, seja exclusivamente para a renda ou para a demanda potencial
percentual é de 44,4%. Portanto, seja exclusivamente para a renda ou para a
prioritária como um todo, estudantes mais vulneráveis tendem a fazer uma quan-
demanda potencial prioritária como um todo, estudantes mais vulneráveis
tendem a fazer uma quantidade menor de refeições por dia. Quando o número
57
de refeições é cruzado com aqueles relativos ao pensamento de abandonar o
tendem a fazer uma quantidade menor de refeições por dia. Quando o número
de refeições é cruzado com aqueles relativos ao pensamento de abandonar o
tidade menor
curso, de refeições
a informação por dia. Quando
que emerge dá contao de
número
que adeideação
refeições
deéevadir
cruzado com
é maior
aqueles relativos ao pensamento de abandonar o curso, a informação que emerge
do que o percentual geral de estudantes que fazem até três refeições. O Gráfico
dá conta de que a ideação de evadir é maior do que o percentual geral de estudan-
22 comprova que existe uma relação negativa entre o número de refeições e o
tes que fazem até três refeições. O Gráfico 22 comprova que existe uma relação
percentual de oestudantes
negativa entre número deque pensaram
refeições em abandonar
e o percentual seus cursos,
de estudantes haja visto
que pensaram
em
a abandonar
curva seus cursos,
de tendência haja visto a curva de tendência nele expressa.
nele expressa.

Gráfico22
Gráfico 22- -Estudantes
Estudantes que
que pensaram
pensaram em
em abandonar
abandonaroocurso
cursoconforme
conformeo onúmero
númerodede
refeições
refeições
diárias em 2018 diárias em 2018
60.00% 57.6%
57.0%
58.00%
56.00% 53.5%
54.00%
51.1% 50.8%
52.00% 49.5%
50.00%
48.00%
46.00%
44.00%
1 2 3 4 5 6

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

Estas constatações podem instigar a segundo a qual o aumento do número


de refeições para além das três diárias atenderia principalmente aqueles (as)
com menos renda, mais numerosos (as) na DPP e com chance de se associar
65
a índices menores de ideação de abandono de curso.

Deslocando o olhar para estudantes que utilizam os RUs para suas principais
refeições, tem-se que este contingente é de 30,3% de todo o corpo discente. Esta
cobertura tem a mesma amplitude da somatória de toda a cobertura da assistên-
cia estudantil. Este público usuário possui índices de dificuldades e sofrimento
emocional com impacto no desempenho acadêmico em maior proporção do que o
restante dos discentes. O percentual nacional de estudantes com dificuldades que
impactam em seus desempenhos é de 84,3%, quando para o público usuário de
RUs é de 90,3%, apresentando 6p.p. de diferença. Para o sofrimento emocional, o
percentual global é de 81,4%, enquanto entre usuários (as) dos RUs é de 88,4%.
Deste feita, estudantes que frequentam os RUs apresentam proporcionalmente
mais casos de dificuldades e sofrimentos emocionais influenciando negativamente
o desempenho acadêmico.

58
e sofrimentos emocionais influenciando negativamente o desempenho
acadêmico.

Gráfico
Gráfico 23
23 -- Estudantes
Estudantesque
quefazem
fazemsuas principais
suas refeições
principais nosnos
refeições Restaurantes Universitários
Restaurantes Universitários
conforme participação em atividades
conforme acadêmicas
participação em 2018acadêmicas em 2018
em atividades

44.6%
59.3%

55.4%
40.7%

ALIMENTAÇÃO FORA DO RU ALIMENTAÇÃO NO RU

Não participa de atividade acadêmica Participa de atividade acadêmica

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

Não
Nãoobstante, o envolvimento
obstante, o envolvimentode estudantes que fazem
de estudantes refeições
que fazem no RU no
refeições
com as atividades acadêmicas é percentualmente maior do que do público que faz
RU com as atividades acadêmicas é percentualmente maior do que do público
suas principais refeições em outros lugares. Relembrando, é de 45,1% o volume
que faz suas principais refeições em outros lugares. Relembrando, é de 45,1%
de estudantes que participam de atividades acadêmicas extraclasse. Para quem
o
se volume
envolvidos de (as)
utiliza dosestudantes
RUs,com queoportunidades
este as participam
montante sobe de atividades
paraque
55,4% deacadêmicas
permitem uma extraclasse.
envolvidos formação
(as) com
as
Paraoportunidades
qualitativamente que permitem
quem se utiliza
superior.dos umaeste
EsteRUs, formação
percentual aqualitativamente
montante
está sobe
10 p.p. acimapara superior.
55,4% de
do percentual
Este percentual está a 10 p.p. acima do percentual geral e quase 15 p.p. acima
geral e quase 15 p.p. acima do grupo que se alimenta noutros lugares.
do grupo que se alimenta noutros lugares. Novamente aqui há alguma associação
Novamente aqui há alguma associação entre políticas de assistência estudantil 66
entre políticas de assistência estudantil e envolvimento mais intenso em atividades
e envolvimento
de formação. mais intenso em atividades de formação.

Por
Por fim,fim, no que
no que tangetange ao de
ao perfil perfil de demanda
demanda prioritária
prioritária e cobertura,
e cobertura, o resultadoo
obtido aparece
resultado obtidonoaparece
Gráfico no
24.Gráfico 24.

Gráfico 24 -24
Gráfico Estudantes queque
- Estudantes fazem suassuas
fazem principais refeições
principais nos RUs
refeições conforme
nos RUs DPP e
conforme Assis-
DPP e
tência Estuantil em 2018 Assistência Estuantil em 2018
100.00% 85.9% 80.7%
80.00%
60.00%
47.0%
40.00% 34.8%
31.8%
20.00% 20.1%
0.00%
RU Média Geral

DPP AE AE / AL

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

Do público que realiza suas59principais refeições nos RUs, 85,9%


encontra-se na condição de DPP. Isto significa um percentual superior em
Do público que realiza suas principais refeições nos RUs, 85,9% encontra-se
na condição de DPP. Isto significa um percentual superior em relação ao percentual
nacional dos (as) discentes em 5 p.p. Em se tratando da proteção social de quaisquer
modalidades possíveis no PNAES, esta mesma população possui uma cobertura
de 47,0%, quando o percentual geral é de 34,8% do per. E, no mesmo diapasão,
a cobertura exclusiva da modalidade alimentação (AE / AL) chega a quase 32,0%
do público usuário do RU quando o percentual geral é de 20,1%.

Moradia Estudantil

Com a transformação rápida do perfil discente das IFES, é cada vez maior
a demanda por políticas de permanência. Como se viu, há uma tendência de que
se sobrevalorizem aquelas cujas ações garantem acesso à alimentação, moradia
e transporte. Para a moradia, é comum que as IFES disponibilizem bolsas (servi-
ço pecuniário com transferência direta de renda), casas de estudantes (imóveis
alugados) ou as moradias estudantis (prédios com apartamentos). O acesso a tais
equipamentos é possível depois de contempladas as exigências contidas no De-
creto nº 7.234/20010 e também aquelas interpostas pelas próprias gestões locais
do programa. São pré- requisitos estipulados para se comprovar a condição de
vulnerabilidade e que, para muitos casos, exige que o estudante não tenha familia-
res morando no município em que estuda12. Assim, de partida, o público alvo desta
modalidade tem família residindo em município distinto daquele em que o campus
da universidade está.

Entre discentes das IFES, a maioria mora na casa com pais e/ou mães (47,3%)
ou mora com companheiro (a) ou cônjuge (13,3%). Todo o resto tem sua moradia
fora do núcleo familiar e se divide entre pessoas que moram sozinhas (14,3%),
moradores (as) de república (10,2%), de casa de outros familiares (7,0%), em
moradias coletivas (5,1%), em pensão ou pensionado (2,4%), de casas de amigos
(2,3%) e de moradia pertencente à universidade (2,2%). Tomemos tão somente
os estudantes que moram fora do núcleo familiar pois se trata do público alvo da
política de moradia.

12 Este pré-requisito repousa sua existência no pressuposto que a família sempre daria condições de mo-
radia para o (a) estudante. No entanto, deve-se ter claro que, por diversas razões, a família pode não
cumprir este papel e a vulnerabilidade a que é submetido (a) o (a) estudante determinar sua exclusão
do Sistema Federal de Ensino Superior.

60
(2,2%). Tomemos tão somente os estudantes que moram fora do núcleo
familiar pois se trata do público alvo da política de moradia.

Gráfico25
Gráfico 25- -Estudantes
Estudantescom
commoradia
moradiadentro
dentroou
oufora
fora do
do núcleo
núcleo familiar
familiar conforme
conforme faixa
faixa de
de renda
renda
per capita mensal familiar em per
2018capita mensal familiar em 2018

29.8% 24.2%
17.3% 16.8%

27.4% 28.4%

25.5% 30.5%

MORA NO NÚCLEO FALMILIAR MORA FORA DO NÚCLEO FALMILIAR

Até meio SM de meio a 1 SM de 1 a 1 SM e meio Mais de 1 SM e meio

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).
Três a cada quatro estudantes que moram fora do núcleo familiar tem
RCMFTrês “de aaté cada umquatro 1 e meio estudantes
SM”, 5quep.p.moram
menosfora emdorelação
núcleo afamiliar
quemtem moraRCMF
com
“de até um 1 e meio SM”, 5 p.p. menos em relação a quem mora com pais, mães,
pais, mães, companheiros (as) ou cônjuges. Seus percentuais entre as

companheiros
12 (as) ou cônjuges. Seus percentuais entre as menores rendas são
Este pré-requisito
menores rendas são repousa
maiores sua eexistência
isso pode no indicar
pressuposto
uma que
maior a família sempre daria
vulnerabilidade de
maiores
condições edeisso moradiapodepara indicaro (a)uma maiorNo
estudante. vulnerabilidade
entanto, deve-sedeterrenda deste
claro que, porgrupo. A
diversas
renda
razões, deste
maioria
a família grupo.
pode não A maioria
cumprir deles (as)
este papel eingressou por ampla
a vulnerabilidade
deles (as) ingressou por ampla concorrência, mas a participação de cotis-
a que é concorrência,
submetido (a) omas
(a)
estudante determinar sua exclusão do Sistema Federal de Ensino Superior.
a
tasparticipação
é mais numerosa de cotistas para quem é mais numerosa
mora para quem
fora do núcleo mora
familiar. Isto éfora do aponta
o que núcleo
o GráficoIsto
familiar. 26. é o que aponta o Gráfico 26.
68
Gráfico
Gráfico26
26- Estudantes
- Estudantescom moradia
com dentro
moradia ouou
dentro fora do do
fora núcleo familiar
núcleo conforme
familiar forma
conforme de in-
forma de
gresso em 2018 ingresso em 2018

Ampla Concorrência Cotas

35.9% 41.7%

64.1% 58.3%

MORA NO NÚCLEO FALMILIAR MORA FORA DO NÚCLEO FALMILIAR

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

Viver fora
Viver foradodo
núcleo familiar
núcleo implica
familiar um conjunto
implica de novas
um conjunto obrigações,
de novas com
obrigações,
maiormaior
com cargacarga
de trabalho doméstico,
de trabalho com maiores
doméstico, responsabilidades
com maiores com a própria
responsabilidades com a
sobrevivência, com a distância para os suportes afetivos etc. De início, poder-se-ia
própria sobrevivência, com a distância para os suportes afetivos etc. De início,
ser levado a pensar que tais condições deveriam representar uma maior dificuldade
poder-se-ia ser levado a pensar que tais condições deveriam representar uma
de empreender os estudos.
maior dificuldade de empreender os estudos.

Gráfico 27 - Estudantes com moradia dentro ou fora do núcleo familiar conforme número de
horas de estudo extraclasse
61 em 2018

Mora no núcleo falmiliar Mora fora do núcleo falmiliar


poder-se-ia ser levado a pensar que tais condições deveriam representar uma
maior dificuldade de empreender os estudos.

Gráfico
Gráfico27
27--Estudantes
Estudantescom
commoradia
moradiadentro
dentroou
oufora
forado
donúcleo
núcleofamiliar
familiarconforme
conformenúmero
númerode
de
horas de estudo extraclasse horas
em 2018
de estudo extraclasse em 2018

Mora no núcleo falmiliar Mora fora do núcleo falmiliar


26.8%

36.2%

14.9%

9.3%

5.4%

7.5%
35.6%

36.3%

12.5%

6.9%

3.9%

4.8%
MENOS DE 5 HORAS MAIS DE 5 A 10 MAIS DE 10 A 15 MAIS DE 15 A 20 MAIS DE 20 A 25 MAIS DE 25 HORAS
HORAS HORAS HORAS HORAS

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).
Mas o Gráfico 27 indica justamente o contrário, isto é, quanto maior as
horas Mas o Gráfico
de estudo 27 indica justamente
extraclasse, o contrário,
maior é a diferença deisto é, quantode
percentual maior as horas
participação
de
de estudo extraclasse,
estudantes maior éfora
com moradia a diferença de percentual
do núcleo familiar emderelação
participação
a quemde estu-
vive
dantes com moradia fora do núcleo familiar em relação a quem vive nele.
nele.
69
Gráfico 28 - Estudantes com moradia dentro ou fora do núcleo familiar conforme vários índices
Gráfico 28 - Estudantes com moradia dentro ou fora do núcleo familiar conforme vários índices
acadêmicos em 2018 acadêmicos em 2018

84.8% 88.1% 86.7%


81.6%

52.4% 50.6% 53.4%


41.7%

MORA NO NÚCLEO FALMILIAR MORA FORA DO NÚCLEO FALMILIAR

Atividades acadêmicas Dificuldades acadêmicas Sofrimento emocional Abandonar o curso

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Ao que tudo indica, estar ou não morando no núcleo familiar também está
associado comportamentos díspares. Foram destacados quatro indicadores usados
Ao que
regularmente tudo
neste indica,
estudo estartodos
e para ou não
elesmorando no núcleo
a participação familiar
de quem moratambém
fora do
convívio de mães, pais,
está associado companheiros (as)
comportamentos e cônjuges
díspares. é maior destacados
Foram do que para quem se
quatro
encontra na condição
indicadores contrária. Aqueles
usados regularmente nestesão maisenumerosos
estudo para todosentre
eles quem participa
a participação
de atividade acadêmica (50,6%), entre quem acusa ter dificuldades impactando nos
de quem mora fora do convívio de mães, pais, companheiros (as) e cônjuges é
estudos (88,1%), entre quem manifesta ter sofrimento emocional afetando o desem-
maior do que para quem se encontra na condição contrária. Aqueles são mais
penho acadêmico e entre quem já produziu ideação de abandono do curso (53,4%).
numerosos entre quem participa de atividade acadêmica (50,6%), entre quem
acusa ter dificuldades impactando nos62
estudos (88,1%), entre quem manifesta
ter sofrimento emocional afetando o desempenho acadêmico e entre quem já
Somadas às informações anteriores, este perfil apresenta-se mais vulnerável
do ponto de vista da renda, com ingresso predominantemente por ampla concor-
rência (mas menor do que o outro grupo), com mais horas de estudo e mais par-
ticipação em atividades acadêmicas, muito embora sofra relativamente mais com
ideação de abandono, dificuldades e sofrimento emocional com desdobramento
no desempenho acadêmico.

Gráfico 29 29
Gráfico - Estudantes com
- Estudantes moradia
com dentro
moradia ou ou
dentro forafora
do do
núcleo familiar
núcleo conforme
familiar DPP
conforme e Assis-
DPP e
tência Estudantil em 2018 Assistência Estudantil em 2018
100.00% 83.0%
79.3% 80.7%
80.00%
60.00%
40.00% 45.1%
34.8%
28.1%
20.00% 20.9%
9.2%
0.00% 1.6%
Mora no núcleo familiar Mora fora do Núcleo Familiar Público geral

DPP AE AT / MO

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Como
Comose se
pode perceber,
pode de todo
perceber, de otodo
público discente,
o público 80,7% está
discente, na condição
80,7% está na
de Demanda Potencial Prioridade PNAES, sendo que 34,8% possui alguma cobertura
condição de Demanda Potencial Prioridade PNAES, sendo que 34,8% possui
da Assistência Estudantil e 9,2% coberto exclusivamente para ações da modalidade
alguma cobertura da Assistência Estudantil e 9,2% coberto exclusivamente
Moradia (AE / MO). Por seu turno, o percentual de (as) estudantes com moradia
para
no ações
núcleo da modalidade
familiar é de 79,3%Moradia
próximo(AE
ao /percentual
MO). Por geral.
seu turno, o percentual
Todavia de
sua cobertura
(as)assistência
de estudantes com moradia
estudantil é menorno emnúcleo
6 p.p. efamiliar
aquela éespecificamente
de 79,3% próximo ao
destinada
àpercentual
moradia lhe cobre
geral. somente
Todavia sua em 1,6%. de
cobertura Este valor diminuto
assistência não deve
estudantil é menorespantar,
em 6
uma
p.p. vez que, como
e aquela havia sido dito,
especificamente esta modalidade
destinada à moradia de lhe
proteção
cobre normalmente
somente emé
destinada a quem não tem moradia na cidade em que estuda, estando o núcleo
1,6%. Este valor diminuto não deve espantar, uma vez que, como havia sido
familiar em outro município.
dito, esta modalidade de proteção normalmente é destinada a quem não tem
moradiaFinalmente, paraem
na cidade quem divide
que sua moradia
estuda, estandocomo pessoas
núcleo diferentes
familiar emdo núcleo
outro
familiar sua participação na DPP é relativamente maior (83,0%), com cobertura
município.
genérica da Assistência Estudantil de 45,1% (mais de 10 p.p. acima da média) e
Finalmente,
com proteção para quem
na modalidade divideem
moradia sua moradia
20,9% com pessoas
do público diferentes
prioritário do
(duas vezes
maior
núcleodofamiliar
que a regra geral).
sua participação na DPP é relativamente maior (83,0%), com
cobertura genérica da Assistência Estudantil de 45,1% (mais de 10 p.p. acima
da média) e com proteção na modalidade moradia em 20,9% do público
prioritário (duas vezes maior do que a regra
63 geral).
Transporte
potencial por assistência estudantil, em especial na modalidade transporte (AE
/ TR).OAmeio de transporte,
V Pesquisa mostrao tempo
que de deslocamento
51,4% dos (as) eestudantes
a distância para
das se chegar
IFES se
à universidade
deslocam para são importantes
as IFES usando variáveis
transporte para se mensurar
público, 20,3% faz a demanda potencial
uso de transporte
por assistência estudantil, em especial na modalidade transporte (AE / TR). A V
próprio, 16,1% se desloca a pé, 3,9% de bicicleta, sendo o mesmo percentual
Pesquisa mostra que 51,4% dos (as) estudantes das IFES se deslocam para as
para o uso de carona, 3,8% de transporte locado e 0,6% de taxi ou moto taxi.
IFES usando transporte público, 20,3% faz uso de transporte próprio, 16,1% se
Para o tempo
desloca de deslocamento,
a pé, 3,9% viu-se
de bicicleta, sendo que metade
o mesmo dos estudantes
percentual para o uso degasta até
carona,
trinta de
3,8% minutos para locado
transporte chegareao destino,
0,6% de taxia ou
outra
motometade maiso do
taxi. Para quede
tempo isto. Entre
desloca-
mento,
as que viu-se que metade
mais demoram no dos estudantes
transporte, maisgasta até trinta
da metade minutos
usa até umapara chegar
hora ao
e para
destino, a outra predomina
a outra metade metade mais do que
entre umaisto. Entre
e duas as que
horas. maisa demoram
Sobre distância, no trans-
pode-se
porte, mais da metade usa até uma hora e para a outra metade predomina entre
dizer que metade se desloca por até dez quilômetros e um terço percorre de
uma e duas horas. Sobre a distância, pode-se dizer que metade se desloca por
dez a cinquenta quilômetros. São de aproximadamente 7,5% o volume de
até dez quilômetros e um terço percorre de dez a cinquenta quilômetros. São de
estudantes que precisa
aproximadamente 7,5% oenfrentar
volume de mais de 50 kmque
estudantes diariamente para estudar.
precisa enfrentar mais de 50
km diariamente para estudar.
O Gráfico 30 indica que em relação à média de estudantes que já
O Gráfico
pensaram em 30 indica que oemcurso,
abandonar relaçãoosà média
meiosde de
estudantes que já
transporte pensaram
são pouco
em abandonar o
significativos, curso, os meios
destacando de transporte
somente são pouco
o transporte significativos,
coletivo um poucodestacando
acima da
somente o transporte coletivo um pouco acima da média.
média.

Gráfico 30 - Estudantes que pensaram em abandonar o curso conforme meio de transporte


Gráfico 30 - Estudantes que pensaram em abandonar o curso conforme meio de transporte
utilizado para se deslocar à universidade
utilizado em 2018
para se deslocar à universidade em 2018
52.4%

52.2%

50.5%

51.9%

54.2%

49.8%

52.5%

52.8%

A PÉ BICICLETA TRANSPORTE CARONA TRANSPORTE TRANSPORTE TÁXI/MOTO TÁXI TOTAL


PRÓPRIO COLETIVO LOCADO

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Por seu
Por turno,
seu o tempo
turno, de deslocamento
o tempo também
de deslocamento se mostra
também como uma
se mostra variável
como uma
importante. Quanto maior seu valor, maior também é a proporção de estudantes com
variável importante. Quanto maior seu valor, maior também é a proporção de
pensamento de abandono de curso. E, mais, sabendo que, em geral, 52,8% dos
estudantes com pensamento de abandono de curso. E, mais, sabendo que, em
(as) discentes pensaram em abandonar, é relevante registrar que este percentual
geral, 52,8% dos (as) discentes pensaram em abandonar, é relevante registrar
64
que este percentual é sempre e crescentemente superado a partir dos trinta
é sempre e crescentemente superado a partir dos trinta minutos de trânsito, como
indica o Gráfico 31.

Gráfico 31 - Estudantes que pensaram em abandonar o curso conforme tempo para se deslo-
car à universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Fenômeno semelhante ocorre quando se visualiza a relação entre o pen-


samento de abandono e a distância a ser percorrida. A apresentação dos dados
(Gráfico 32) indica que o percentual de estudantes que se deslocam “mais de 10
KM” é superior ao percentual global.

Gráfico 32 - Estudantes que pensaram em abandonar o curso conforme distância para se des-
locar à universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Para compreender mais os perfis estudantis, tem sido muito utilizado neste
relatório a variável sofrimento emocional, contudo para as análises realizadas

65
com as variáveis de transporte não se observou grande diferenciação em relação
à média quando confrontado pelo meio de transporte, o tempo e a distância de
deslocamento. Exceção feita aos estudantes que gastam entre duas e três horas
de deslocamento, pois o percentual daqueles (as) que acusam sofrimento impac-
tando nos estudos é de mais de 87,8%, mais de 4 p.p. acima do percentual global.

O mesmo não pode ser feito para as dificuldades que atrapalham o desem-
penho acadêmico. É bem verdade que não há grande distinção entre estudantes
que usam os vários meios de transporte, a não ser para quem dispõe de veículo
próprio, pois para estes casos a percentual de estudantes com dificuldades é menor
em 6 p.p em relação ao percentual geral (86,1%).

Por outro lado, o tempo de deslocamento já demonstra ser uma variável um


pouco mais ativa para o caso observado. O percentual de estudantes com dificulda-
des impactantes nos estudos cresce quando também aumentam os tempos gastos
em deslocamentos (Gráfico 33), com leve queda para a última faixa de tempo.

Gráfico 33 - Estudantes com dificuldades que interferem no desempenho acadêmico conforme


tempo de deslocamento para a universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Como ocorreu em outros casos, depois que se supera a marca de trinta mi-
nutos em trânsito, o percentual de estudantes com dificuldade supera o percentual
geral. Novamente esta tendência manifesta para o tempo de deslocamento se es-
pelha para a distância deslocada. O crescimento do percentual de estudantes com
dificuldades com interferência nos estudos cresce com o crescimento da distância
a ser deslocada, respeitando a única exceção representada pela última faixa de
distância percorrida ou seja “mais de 100 km” (Gráfico 34).

66
Gráfico 34 - Estudantes com dificuldades que interferem no desempenho acadêmico conforme
distância de deslocamento para a universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Como se pode perceber até o instante, as variáveis de transporte podem es-


tar associadas às condições menos favoráveis para acessar uma educação plena.
Esta impressão deve ser reforçada ao trazer à tona o envolvimento de discentes
com atividades acadêmicas. Parte-se do pressuposto de que a condição social ou
o tempo/distância de deslocamento podem ser impeditivos para que se aproveite
oportunidades acadêmicas que, via de regra, exigem até vinte horas semanais
além daquelas já utilizadas para as atividades de ensino. Neste sentido é possível
afirmar, tomando-se como referência os dados abaixo, que quanto mais tempo em
trânsito, menos tempo para tais atividades.

Gráfico 35 - Estudantes que participam de atividades acadêmicas conforme meio de transporte


utilizado para deslocamento à universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

67
Sabe-se que 45,1% dos (as) estudantes das IFES participam de atividades
acadêmicas. Abaixo deste percentual encontram-se aqueles (as) que se utilizam
de transporte locado (29,8%), taxi/moto taxi (36,9%), transporte próprio (43,0%)
e transporte coletivo (44,1%). Entre estes meios de transporte, três deles podem
estar associados a condições sociais menos abastadas, implicando em um conjunto
de dificuldades que poderiam privar a participação. Porém, quem se vale de meio
próprio, teoricamente com melhores condições, estranhamente também se posta
abaixo do percentual geral. Este percentual só é superado por quem se desloca
de carona (51,1%), a pé (51,8%) ou de bicicleta (53,0%).

Se os meios de transporte trazem contradições para a análise, o tempo e a


distância devolvem maior clareza. Nota-se uma associação entre as variáveis, ou
seja, quanto mais cresce o tempo de trânsito, mais diminui o percentual de estu-
dantes que participam das atividades acadêmicas. A amplitude da queda para o
pior estrato é de aproximadamente 9 p.p.

Gráfico 36 - Estudantes que participam de atividades acadêmicas conforme tempo de desloca-


mento à universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

O Gráfico 36 evidencia que: depois de superada a marca de trinta minutos


de deslocamento, deixa-se para atrás o percentual geral (45,1%). Este tempo
de deslocamento parece se consolidar como um marco importante para se
definir políticas de assistência estudantil.

68
Gráfico 37 - Estudantes que participam de atividades acadêmicas conforme tempo de desloca-
mento à universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

No mesmo diapasão, fica claro que o crescimento da distância percorrida


ocorre no sentido contrário do crescimento da participação estudantil em atividades
ou oportunidades acadêmicas. Isto induz à conclusão de que aqueles (as) estu-
dantes que se deslocam até cinco quilômetros para chegar à universidade são os
(as) que maior participação têm nos programas oferecidos.

Com efeito, depois de passear pelos índices que envolvem o uso de trans-
porte, deve-se buscar sinalizar o tamanho da demanda por proteção social.

Gráfico 38 - Estudantes na DPP, AE e AE / TR conforme meio de transporte utilizado para des-


locamento à universidade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

69
Como se pode perceber no Gráfico 38, somente estudantes que utilizam
transporte próprio, carona ou taxi/moto taxi tem seu público DPP percentualmente
menor do que o percentual geral. Os grupos mais representativos para a demanda
potencial prioritária são aqueles que se valem do transporte coletivo (85,9%) ou
locado (94,7%). A cobertura da Assistência Estudantil em geral para o público DPP
encontra-se em 34,81%, mas a cobertura por meio de transporte varia. Sempre
próximos do percentual global de cobertura estão os públicos do transporte cole-
tivo, locado, taxi / mototáxi. Abaixo dele estão aqueles (as) que usam a carona e
o transporte próprio13.

Veja-se que estes dois últimos casos não são aqueles com maior contem-
plação quando se analisa a Assistência Estudantil na Modalidade Transporte (AE /
TR). Na verdade, estacionam bem abaixo da média. Isso se deve, provavelmente,
ao fato de as ações da modalidade transporte serem distribuídas pelo critério de
distância em relação ao campus em que se estuda. E é igualmente provável que
os deslocamentos a pé ou de bicicleta possam ser feitos em menores distâncias.
O efeito contrário ocorre para os meios de transporte coletivos ou locados.

Avançando mais sobre a demanda potencial e a oferta de cobertura, quando


se observa o tempo gasto para se deslocar à universidade (Gráfico 39), é nítida a
tendência de que o público estudantil em DPP cresce quanto maior o tempo gasto
em deslocamento, sendo que a partir de 30 minutos de deslocamento todas as
demais faixas já superam o percentual global em DPP de 80,7%.

13 Aqui cabe uma lembrança: é comum que os programas de assistência estudantil utilizem o critério de
propriedade de veículos como eliminatório nos processos de avaliação socioeconômica. Isto deve ter
rebatimento direto no acesso à proteção social universitária. Por seu turno, a cobertura para quem vai
a pé ou de bicicleta são as mais elevadas.

70
Gráfico 39 - Estudantes na DPP, AE e AE / TR conforme tempo de deslocamento à universida-
de em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

A amplitude da proteção social entre as faixas de tempo de deslocamento


varia e orbita em torno do percentual geral de cobertura da DPP (34,81%), com
destaque para quem tem o deslocamento mínimo (37,6%) e quem se encontra
nos dois maiores deslocamentos (37,1% e 38,9%, respectivamente). Como não
se trata de ações diretamente relacionadas às necessidades de transporte, elas
não se associam aos tempos de deslocamento. Já para a modalidade exclusiva de
transporte, pode-se perceber alguma sintonia de comportamento. Até trinta minutos
a cobertura é inferior ao percentual geral (9,5%), depois desta baliza temporal os
patamares estão próximos de 11%.

Raciocínio análogo pode-se fazer quando se substitui o tempo de desloca-


mento pela distância em km. Há também uma tendência de que o percentual de
estudantes em DPP varie positivamente na direção do aumento da distância a ser
deslocada, todavia aqui existem algumas oscilações não desprezíveis entre faixas.
A cobertura das ações de permanência mais destacada aparece para quem se
desloca por menor distância (47,1%), bem acima do percentual geral registrado
para a DPP. Por seu turno, a ação na modalidade transporte, a exemplo do gráfico
anterior, contempla menos quem se encontra mais próximo do local de estudo.

71
Gráfico 40 - Estudantes na DPP, AE e AE / TR segundo distância de deslocamento à universi-
dade em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Portanto, pode-se atestar que são percentualmente mais significativos


(as) na DPP os (as) estudantes que se valem de transporte público e locado,
com maiores tempos e distâncias a serem deslocados para se acessar a uni-
versidade. Já a cobertura geral da AE atinge relativamente mais quem se desloca
a pé e de bicicleta, para os extremos de tempo de deslocamento e para a menor
distância. Por fim, a cobertura exclusiva da modalidade transporte é mais presente
para usuários (as) de transporte coletivo, quem se desloca mais de trinta minutos
e cinco quilômetros.

Atenção à Saúde

Desde que foi fundada a Organização Mundial da Saúde (OMS), é comum


que se utilize seu documento de constituição para extrair o conceito de saúde: “um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de
doença ou enfermidade” (OMS, 1946)14.

A V Pesquisa trouxe algumas questões relativas à saúde do estudante. Po-


de-se levantar aspectos relevantes sobre a atividade física (explorada na próxima
seção), o consumo de álcool e outras drogas, o sofrimento emocional (como saúde
mental) e o acesso aos serviços públicos. O caminho argumentativo proposto é
identificar os casos de estudantes que manifestam que os problemas de saúde

14 No espaço e nas condições para a produção deste relatório não é possível uma análise aprofundada
da saúde estudantil, suas múltiplas conexões, seu estado atual. Muito embora isso fosse fundamental
por si e pela raridade de estudos, este esforço deverá ser realizado em outra oportunidade.

72
argumentativo proposto é identificar os casos de estudantes que manifestam
que os problemas de saúde estejam impactando no desempenho acadêmico.
As conexões a serem realizadas vincularam a chave acima aos problemas de
estejam impactando no desempenho acadêmico. As conexões a serem realizadas
saúde mental e desempenho acadêmico, de dificuldade de acesso aos
vincularam a chave acima aos problemas de saúde mental e desempenho acadê-
serviços, de envolvimento e desempenho acadêmico, de uso de álcool e outras
mico, de dificuldade de acesso aos serviços, de envolvimento e desempenho aca-
drogas de
dêmico, e desempenho
uso de álcool acadêmico, de atividade
e outras drogas física,acadêmico,
e desempenho de uso de de
medicação
atividade
psiquiátrica
física, de usoede
demedicação
cobertura da AE.
psiquiátrica e de cobertura da AE.

NaNa base
base de de dados
dados da da V Pesquisa
V Pesquisa é possível
é possível encontrar
encontrar a manifestação
a manifestação de
discentes acercaacerca
de discentes dos impactos negativosnegativos
dos impactos dos problemas de saúde node
dos problemas desempenho
saúde no
acadêmico.
desempenho acadêmico.

Tabela 6 – Percentual
Tabela de estudantes
6 – Percentual que que
de estudantes acusam problemas
acusam de saúde
problemas segundo
de saúde alguns
segundo indica-
alguns
dores - 2018 indicadores - 2018
Com problema de Público
Tópicos
saúde geral
Trocaria de curso 23,6% 20,7%
Participa de atividades acadêmicas 53,4% 45,1%
Participa de programa de mobilidade
2,3% 2,4%
internacional
Sofrimento emocional 96,7% 83,5%
Pensou em abandonar o curso 70,3% 52,8%
Trancamento por motivo de saúde 49,1% 17,2%
Nunca fez uso de bebida alcoólica 40,3% 38,1%
Nunca fez uso de tabaco 84,3% 87,4%
Nunca fez uso de drogas ilícitas 86,6% 89,2%
Está tomando medicação psiquiátrica 22,5% 6,5%
Está em acompanhamento psicológico 23,6% 9,7%
Fonte: V Pesquisa Nacional
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos
Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as)(as)das
das
IFES
IFES(2018).
(2018).

A Tabela 6 coteja dois públicos, aquele que manifestou que os


A Tabela 6 coteja dois públicos, aquele que manifestou que os problemas
problemas de saúde afetaram o desempenho acadêmico e o público em geral.
de saúde afetaram o desempenho acadêmico e o público em geral. Inicialmente
Inicialmente
pode-se pode-se
afirmar estudantes
afirmar quecom
que estudantes problemascomdeproblemas
saúde nãodedeixaram
saúde nãode
deixaramdedeprogramas
participar participaracadêmicos
de programas acadêmicos
e de mobilidade e de mobilidade
internacional. Todavia,
para outros indicadores
internacional. relativos
Todavia, à vida indicadores
para outros universitáriarelativos
não se pode dizer
à vida o mesmo.
universitária
não se pode
Entre dizer o(as)
aqueles mesmo.
que trocariam de curso (23,6% versus 20,7%) ou pensaram
em abandonar (70,3% versus 52,8%), estudantes com problemas de saúde são
Entre aqueles (as) que trocariam de curso (23,6% versus 20,7%) ou
mais numerosos do que a média geral. A ideação de abandono para o público com
pensaram em abandonar (70,3% versus 52,8%), estudantes com problemas de
enfermidades é quase 18 p.p. maior. E isto se reflete também nos trancamentos.
De modo geral, estes discentes têm índices de trancamento menores do que o
percentual
global para todas as causas, menos para a própria saúde. Trancamentos
81
por esta razão são feitos por 17,2% dos (as) discentes, entre enfermos são 49,1%.

73
No que concerne ao uso de álcool e outras drogas, os percentuais não
apresentam grande diferença. De forma específica, dentre aqueles (as) estudantes
cujas enfermidades influenciam no desempenho acadêmico, 40,3% nunca fez uso
de álcool (quando o percentual geral é de 38,1%), 84,3% nunca fez uso de tabaco
(quando o percentual geral é de 87,4%) e 86,6% nunca fez uso de drogas ilícitas
(quando o percentual geral é de 89,2%).

Outro aspecto muito evidente é o volume de estudantes com problemas de


saúde que apresentam sofrimento emocional. Nota-se que 83,5% de todos (as)
estudantes das IFES apresentam alguma dificuldade acadêmica derivada de sua
saúde mental, no entanto para estudantes com problemas de saúde o percentual
é de 96,7%.

O adoecimento e seus desdobramentos sobre o rendimento acadêmico pare-


cem estar relacionados a percentuais maiores de uso de medicação psiquiátrica e
de acompanhamento psicológico. Enquanto os percentuais gerais para estas duas
variáveis são de 6,5% e 9,7%, para estudantes com problemas de saúde são de
22,5% e 23,6, respectivamente. A diferença é superior três e duas vezes para ambas.

Diante destes valores, parece ser importante considerar o sofrimento emo-


cional no âmbito universitário. Abrindo uma rápida janela para observar a sua
associação ao pensamento de abandonar o curso, é possível perceber que para
todos os casos esta ideação está potencializada.

74
sua associação ao pensamento de abandonar o curso, é possível perceber que
para todos os casos esta ideação está potencializada.

Tabela 7 - Estudantes
Tabela queque
7 - Estudantes pensaram
pensaramem abandonar o curso
em abandonar conforme
o curso tipo de
conforme tiposofrimento emo-
de sofrimento
cional em 2018 emocional em 2018
Ideação de Diferença Diferença %
Sofrimento emocional abandono em p.p. para para a média
do curso média geral geral
Ansiedade 58,6% 5,8% 10,98%
Timidez Excessiva 63,5% 10,7% 20,27%
Insônia 64,4% 11,6% 21,97%
Desânimo, falta de vontade de fazer as coisas 66,2% 13,4% 25,38%
Problemas alimentares 68,5% 15,7% 29,73% 82
Sentimento de solidão 69,3% 16,5% 31,25%
Sensação de desatenção / desorientação /
69,9% 17,1% 32,39%
confusão mental
Sensação de desamparo / desespero /
72,3% 19,5% 36,93%
desesperança
Medo ou pânico 72,9% 20,1% 38,07%
Tristeza persistente 73,6% 20,8% 39,39%
Ideia de morte 77,5% 24,7% 46,78%
Pensamento suicida 79,6% 26,8% 50,76%
Fonte:
Fonte:VV Pesquisa
Pesquisa Nacional de Perfil
Nacional de Perfil Socioeconômico
SocioeconômicoeeCultural
Culturaldos
dos(as)
(as) graduandos
graduandos (as)
(as) das
das
IFES
IFES(2018).
(2018).

Partindo da referência já constatada de que, em média, 52,8% dos (as)


Partindo da referência já constatada de que, em média, 52,8% dos (as)
estudantes das IFES já pensou em abandonar o curso, a Tabela 7 apresenta os
estudantes das IFES já pensou em abandonar o curso, a Tabela 7 apresenta os
percentuaisconforme
percentuais conformetipo
tipodede sofrimento
sofrimento emocional
emocional apresentado.
apresentado. Para
Para todos
todos os
sofrimentos emocionais
os sofrimentos o volume
emocionais de estudantes
o volume que já pensou
de estudantes que já em abando-
pensou em
nar seu curso
abandonar é maior
seu cursodo que o percentual
é maior global. O incremento
do que o percentual na ideação de
global. O incremento na
abandono apresenta um retrato inconteste da associação entre desejo de evadir e
ideação de abandono apresenta um retrato inconteste da associação entre
sofrimento emocional. Logo, cuidar da saúde de estudantes, e neste caso especí-
desejo de evadir e sofrimento emocional. Logo, cuidar da saúde de estudantes,
fico, cuidar da saúde mental de estudantes significa desenvolver uma ação precisa
dee enfrentamento
neste caso específico,
da evasão.cuidar da saúde mental de estudantes significa
desenvolver uma ação precisa de enfrentamento da evasão.
Além disso, outras associações podem ser feitas. Por exemplo sobre as
atividadesAlém disso,
físicas. Em outras associações
que pese o fato de aspodem serserem
mesmas feitas.mais
Porbem
exemplo sobre
analisadas
na
asseção que trata
atividades das ações
físicas. de esporte,
Em que pese o éfato
possível
de astrazê-las
mesmas para pensar
serem o objeto
mais bem
em tela.
analisadas na seção que trata das ações de esporte, é possível trazê-las para
pensar o objeto em tela.

75
Gráfico 41 - Regularidade com que se praticam atividades físicas entre estudantes das IFES con-
forme a existência de problemas de saúde que interferem no desempenho acadêmico em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

O Gráfico 41 revela que estudantes com problemas de saúde são mais


numerosos em relação ao percentual geral entre aqueles (as) que não praticam
atividades físicas ou praticam menos de uma vez por semana, bem como são
menos numerosos quando o inverso é observado, isto é, quanto mais numerosas
semanalmente forem as mesmas práticas. Assim, pode-se associar mais forte-
mente este público adoecido ao sedentarismo do que o percentual global dos (as)
estudantes das IFES.

Gráfico 42 - Serviços de atendimento médico a que recorrem estudantes quando necessitam con-
forme a existência de problemas de saúde que interferem no desempenho acadêmico em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

76
Observando, por outro lado, o recurso aos serviços, como se pode visualizar
no gráfico, a maioria dos estudantes, com ou sem problemas de saúde, recorre à
rede pública, seguida da rede particular com plano de saúde. Todos os valores são
muito próximos para o público adoecido e o público em geral, com exceção daque-
le relativo ao recurso aos serviços de saúde da própria universidade. Enquanto o
percentual geral é de 2,7%, para estudantes com problemas de saúde impactando
no desempenho acadêmico é de 5,3%, portanto mais do que o dobro. Também se
poderia desejar saber, além de que tipo de instituição se recorre, com qual frequência
se faz. Como se poderia esperar e diferentemente do comportamento da população
discente das IFES, estudantes com problemas de saúde recorrem majoritariamente
aos serviços médicos para tratamento específico, conforme atesta o Gráfico 43.

Gráfico 43 - Frequência com que estudantes procuram atendimento médico conforme a exis-
tência de problemas de saúde impactando no desempenho acadêmico em 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Por fim, depois do transcurso para identificação do perfil do (a) estudante


que reclama de sua condição de saúde, pode-se pensar este público à luz das
categorias que vem sendo utilizadas para a determinação da demanda potencial
pelas ações de permanência. Incialmente, importa destacar que entre estudantes
que gozam de problemas de saúde e estes reverberam sobre seu desempenho
acadêmico, quase 94,0% encontram-se com Demanda Potencial Prioritária PNAES
(DPP), contra 80,7% do percentual geral do corpo discente das IFES. Isto posto,
trata-se uma fração que, em quase sua totalidade, faria jus por outras razões à
proteção social universitária.

77
Gráfico 44 - Estudantes em DPP e com cobertura da Assistência Estudantil conforme existência
Gráfico 44 - Estudantes em DPP e com cobertura da Assistência Estudantil conforme
de problemas
existência dede saúde que
problemas deinterferem
saúde queem seu desempenho
interferem acadêmico em
em seu desempenho 2018
acadêmico em 2018
93.9%
100.00% 80.7%
80.00%
60.00%
47.8%
40.00% 34.8%
20.00% 10.9% 3.5%
0.00% 9.3% 3.3%
Com problema de saúde Média geral

DPP AE AE / AM AE / PS

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Na mesma linha de seu volume demandante, sua cobertura das várias modalida-
Na mesma linha de seu volume demandante, sua cobertura das várias
des de assistência estudantil também supera a média, pois esta encontra em 34,81% da
modalidades de assistência estudantil também supera a média, pois esta
totalidade da DPP, enquanto aquela foi atendida em 47,8%. Se o recorte for feito para
encontra
as em modalidades,
específicas 34,81% da totalidade da DPP,
merece destaque enquanto
o fato de que oaquela foi atendida
atendimento em
psicológico
47,8%.
(AE / PS) Se o recorte for
e o atendimento feito(AEpara
médico / AM)as específicas
encontram-se modalidades,
para os estudantesmerece
acome-
tidos por debilidades
destaque o fato de em
quesuas saúdes em 10,9%
o atendimento e 9,3%
psicológico respectivamente.
(AE Já para a
/ PS) e o atendimento
média
médico geral
(AEda DPP, os mesmos
/ AM) atendimentos
encontram-se paracobrem 3,3% e 3,5%acometidos
os estudantes respectivamente.
por
debilidades em suas saúdes em 10,9% e 9,3% respectivamente. Já para a
Esporte
média geral da DPP, os mesmos atendimentos cobrem 3,3% e 3,5%
respectivamente.
O Esporte é uma das dez áreas do PNAES que, como tal, foi concebida para
impactar sobre as desigualdades sociais e regionais, além das taxas de retenção e
evasão e, por fim, sobre o desempenho acadêmico. Uma leitura desatenta pode indicar
que esta área pode ter sido superestimada ao compor o Decreto nº 7.234/2010, afinal, à
Esporte
primeira vista, parece guardar pouca relação com os objetivos para os quais foi pensado
o PNAES. Muitas pessoas poderiam inquirir como o esporte poderia contribuir com a
O Esporte é uma das dez áreas do PNAES que, como tal, foi
redução das desigualdades sociais? Ou mesmo, como ele poderia reduzir o atraso na
concebida para
diplomação impactar
e a perda sobre as desigualdades sociais e regionais, além das
de vínculo?
taxas de retenção e evasão e, por fim, sobre o desempenho acadêmico. Uma
Para responder estas e outras perguntas, antes de tudo, é importante eviden-
leitura desatenta pode indicar que esta área pode ter sido superestimada ao
ciar que várias universidades promovem ações de esporte e lazer combinadas para
compor o Decreto
desenvolver nº 7.234/2010,
os objetivos do PNAES,afinal, à primeira
contudo vista,
o programa parece guardar
restringe-se pouca
exclusivamen-
relação
te com os
ao esporte, objetivos
ignorando para os
o lazer. quais
Com foi pensado
a ciência de que o PNAES.
a prática Muitas das
cotidiana pessoas
IFES
superou
poderiam o limite do Decreto,
inquirir como o o esporte
questionário aplicado
poderia aos (às)com
contribuir estudantes levavadas
a redução em
consideração
desigualdades também o lazer.
sociais? Ou mesmo, como ele poderia reduzir o atraso na
diplomação e a perda de vínculo?
78
Dito isto, deve-se partir para estabelecer qual é o público das IFES que
pratica alguma atividade física e com qual regularidade. De acordo com a
Dito isto,Mundial
Organização deve-se partir para estabelecer
da Saúde (2018), 20%qual édos
o público das do
adultos IFESmundo
que pratica
são
alguma atividade
sedentários, física e
enquanto comdos
80% qualadolescentes
regularidade.também
De acordo com Para
o são. a Organização
pensar o
Mundial da Saúde (2018), 20% dos adultos do mundo são sedentários, enquanto
sedentarismo, a organização entende que
80% dos adolescentes também o são. Para pensar o sedentarismo, a organização
entende que Entre os adultos, a prática de atividade física moderada deve chegar a
pelo menos 150 minutos ao longo da semana. Caso a pessoa prefira
atividades intensas, a duração cai para pelo menos 75 minutos
Entre os adultos,
semanais. Tambéma éprática de combinar
possível atividade exercícios
física moderada deve chegar
que exigem mais oua
pelo menos 150 minutos ao longo da semana. Caso a pessoa prefira
menos do corpo. Atividades para o fortalecimento da musculatura devem ati-
vidades intensas, a duração cai para pelo menos 75 minutos semanais.
ser feitas em dois ou mais dias da semana e contemplar os grandes
Também
grupos é possível
musculares combinar exercícios
(OPAS/OMS, 2018). que exigem mais ou menos do
corpo. Atividades para o fortalecimento da musculatura devem ser feitas
A OMS pensa o sedentarismo
em dois ou mais dias da por quantidade
semana deosminutos
e contemplar grandes por semana
grupos muscu-
lares (OPAS/OMS, 2018).
e, quando se foca no fortalecimento da musculatura, recomenda ao menos dois
dias por semana.
A OMS pensa A oV sedentarismo
Pesquisa levapor
emquantidade
conta exclusivamente o número
de minutos por semanade e,
quando se foca
atividades por nosemana
fortalecimento
e não da musculatura,
sua duração. recomenda
Mas seao respeitarmos
menos dois diasa
por semana. A Vpara
recomendação Pesquisa leva em conta
o fortalecimento daexclusivamente o número
musculatura como de atividades
a referência para
por semana
definir e não sua duração.
o sedentarismo, Mas se
dever-se-ia respeitarmos
partir a recomendação
de, no mínimo, para o
duas atividades
fortalecimento da musculatura como a referência para definir o sedentarismo, de-
semanais.
ver-se-ia partir de, no mínimo, duas atividades semanais.
Gráfico 45 - Percentual de estudantes de acordo com a frequência de atividade física em 2014
Gráfico 45 - Percentual de estudantes de acordo com a frequência de atividade física em 2014 e 2018
e 2018
50 39.9
40 31.7 29.2
30 19.1 21.4
20 10.9 12.8 13.8 12.0
9.1
10
0
Diariamente Pelo menos três Uma vez por Menos de uma vez Não pratico
vezes por semana semana por semana atividade física

2014 2018

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

O Gráfico 45 evidencia o percentual de discentes envolvidos (as) com a


prática
de atividade física e a regularidade das mesmas nos anos de 2014 e 2018.
87
A escolha das duas referências temporais diz respeito ao desejo de buscar, além
do registro da regularidade, também algum tipo de tendência recente. Em 2014,
o público mais representativo era o daqueles (as) que praticavam menos de uma
vez por semana (31,7%). Este percentual era seguido de perto por aquele que
representa quem não pratica (29,2%). Tem-se ainda quem faz uma única vez por

79
semana, com representação de 9,1%. Estes três públicos somados não fazem o
mínimo recomendado pela OMS e representam 70,0% do público discente total.

Quando o olhar é deslocado para o ano de 2018, vê-se que aquele grupo
que praticava menos de uma vez por semana caiu drasticamente e seu público foi
distribuído entre as frações mais e menos sedentárias. Chama a atenção também
o fato de que o público sedentário (uma ou menos vezes por semana) diminuiu
quase 5p.p., chegando no patamar de 65,7%. A notícia poderia ser comemorada,
mas deve-se atentar para o fato que a participação de que não pratica qualquer
atividade física saltou de 29,2% para 39,9%.

Uma vez constatado que o público discente das IFES é sedentário, seria im-
portante buscar alguns traços do perfil que pouco pratica atividade física a partir das
variáveis de envolvimento e desempenho acadêmico. Se os holofotes se voltarem
para a relação entre três variáveis importantes (as dificuldades que influenciam o
desempenho acadêmico, o pensamento em abandonar o curso e os trancamentos
por motivo de dificuldade de aprendizado) e a regularidade da prática de atividade
física, nota-se uma tendência.

Gráfico 46 - Percentual de estudantes com dificuldades que impactam no desempenho, pensou


Gráfico 46 - Percentual de estudantes com dificuldades que impactam no desempenho, pensou
em abandonar ou trancou por dificuldade com os conteúdos conforme regularidade das ativida-
em abandonar ou trancou por dificuldade com os conteúdos conforme regularidade das
des físicas em 2018 atividades físicas em 2018
100.00% 84.3% 85.6% 87.9% 89.1%
78.6%
80.00%
53.0% 56.8%
60.00% 48.1% 50.1% 49.7%

40.00%
20.00% 7.2% 7.1% 7.8% 8.2% 8.8%
0.00%
Diariamente Pelo menos três Uma vez por Menos de uma vez Não pratico
vezes por semana semana por semana atividade física

Dificuldades impactam no desempenho Pensou em abandonar o curso

Trancamento por dificuldade de aprendizado

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Quanto maior for a frequência semanal de estudantes que se praticam ati-
Quanto maior for a frequência semanal de estudantes que se praticam
vidades físicas, menor serão os percentuais daqueles (as) com dificuldades que
atividades físicas, menor serão os percentuais daqueles (as) com dificuldades
impactam no desempenho, que pensou em abandonar ou que trancou o curso por
que impactam
dificuldade no desempenho,
de aprendizado. que
Dentre as pensou
outras em
várias abandonarpossíveis,
associações ou que uma
trancou
das o
curso por dificuldade de aprendizado. Dentre as outras várias associações
80
possíveis, uma das possibilidades seria verificar também como a prática de
possibilidades seria verificar também como a prática de atividade física se relaciona
com o sofrimento emocional que, de acordo com os (as) próprios (as) estudantes,
é significativo para o desempenho acadêmico.
Tabela 8 - Percentual de estudantes com algum sofrimento emocional segundo
a regularidade com que pratica atividades físicas em 2018

Atividade Física
/ Sofrimento Todo dia >3x / semana 1x / semana <1x / semana Não pratica Média Geral
Emocional

Ansiedade 57,1% 62,6% 60,5% 64,9% 66,8% 63,6%

Tristeza
17,9% 19,9% 19,5% 23,4% 27,1% 22,9%
persistente

Timidez
12,7% 13,7% 14,6% 16,1% 19,1% 16,2%
Excessiva

Medo ou pânico 10,0% 11,7% 11,6% 13,6% 16,3% 13,5%

Insônia 25,8% 31,1% 30,9% 35,1% 35,8% 32,7%

Sensação de
desamparo /
21,2% 25,4% 24,7% 29,7% 32,8% 28,2%
desespero /
desesperança

Sensação de
desatenção /
desorientação 16,5% 20,3% 19,7% 23,4% 25,2% 22,1%
/ confusão
mental

Problemas
8,8% 10,8% 11,0% 13,1% 14,5% 12,3%
alimentares

Desânimo, falta
de vontade de 34,9% 43,7% 41,8% 48,5% 50,4% 45,6%
fazer as coisas

Sentimento de
18,6% 21,2% 20,7% 24,4% 27,0% 23,5%
solidão

Ideia de morte 8,2% 8,8% 8,8% 10,8% 13,3% 10,8%

Pensamento
6,8% 7,0% 6,8% 8,4% 10,5% 8,5%
suicida

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

81
A Tabela 8 mostra que quanto menos atividades físicas são praticadas por
semana, maior é a incidência de sofrimento emocional no desempenho acadêmico.
Outra constatação muito importante diz respeito à coluna referente a uma única
atividade física por semana. Ainda que ela continue sendo uma frequência semanal
abaixo do que recomenda a OMS, todos os seus percentuais de sofrimento emo-
cional impactando no desempenho acadêmico são menores do que o percentual
geral. Ora, se as IFES conseguissem levar seus (suas) discentes a realizarem uma
única atividade física semanal, o sofrimento emocional associado a esta faixa de
prática seria menor, em média, em 11,82%, sendo menor também em: 4,87% na
ansiedade, 14,85% na tristeza persistente, 9,88% na timidez excessiva, 14,07% no
medo ou pânico, 5,5% na insônia, 12,41% na sensação de desamparo, 10,86% na
sensação de desatenção, 8,33% no desânimo, 11,91% no sentimento de solidão,
18,52% na ideação de morte e 20,0% no pensamento suicida.

Evidenciada a associação entre sedentarismo e alguns indicadores educacio-


nais, importa observar agora a amplitude da demanda por e da oferta de AE para este
público. Conforme atesta do Gráfico 47, há uma tendência de que seja relativamente
maior o público DPP, quanto menos atividades físicas semanais forem realizadas,
saindo do piso de 77,5% para quem faz diariamente e chegando ao teto de 85,8%
para quem não pratica. A cobertura da AE também se eleva tendencialmente res-
peitando esta lógica, mas sem a mesma intensidade. E, por fim, as ações de AE
exclusivas da modalidade esporte caminham da lógica invertida, podendo sinalizar
que são mais afeitas a quem mais pratica e, talvez, menos precise.

82
Gráfico 4747
Gráfico - Percentual de de
- Percentual estudantes DPP,
estudantes renda,
DPP, cobertura
renda, AE eAE
cobertura cobertura AE Esporte
e cobertura confor-
AE Esporte
me frequência com que pratica
conforme atividade
frequência física
com que- 2018
pratica atividade física - 2018
100.00% 82.5% 85.8% 80.7%
77.5% 79.5%
73.1%
80.00% 76.3%
66.9% 68.4% 71.5% 70.2%
60.00% 61.0%
40.00% 35.10% 36.60% 35.20% 34.81%
32.00% 34.30%
20.00%
0.00% 1.6% 1.7% 1.4% 1.1% 0.5% 1.1%
Diariamente Pelo menos três Uma vez por Menos de uma Não pratico Total
vezes por semana vez por semana atividade física
semana

DPP Renda Cobertura AE Cobertura AE Esporte

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
É forçoso recomendar a prática de atividades físicas com vistas a melhorar
o desempenho acadêmico, sobretudo porque ela não atinge mais do que 1,1% de
todo a DPP das IFESrecomendar
É forçoso em geral, e a
0,5% para de
prática o grupo mais sedentário,
atividades físicas comcomo com-a
vistas
prova Gráfico
melhorar 47.
o desempenho acadêmico, sobretudo porque ela não atinge mais do
que 1,1% de todo a DPP das IFES em geral, e 0,5% para o grupo mais
Cultura
sedentário, como comprova Gráfico 47.
Da experiência com a gestão das ações de assistência estudantil das IFES
talvez se possa extrair a impressão de que a área da cultura seja uma entre as dez
em que o PNAES indica a atuação que menos se ative. Além da concentração na
tríade dos mínimos sociais (alimentação, moradia e transporte), outras dimensões
Cultura
da assistência estudantil se apresentam como espaços de atuação emergenciais,
o que tende a deslocar a cultura, ou mesmo o esporte, para um espaço secundário.
Da experiência com a gestão das ações de assistência estudantil das
Por sua vez, também é possível afirmar que a dificuldade de dar à cultura a impor-
IFES
tânciatalvez semerece
que ela possa reflete
extrair parte
a impressão
do lugar de
queque a áreanas
ela ocupa da políticas
cultura seja uma
públicas
entre as do
em geral dezpaís.
em E,que
poro fim,
PNAES indica
parece tambéma atuação que menos
ser razoável que há,se ative.
entre Além da
gestões da
AE, certa nebulosidade
concentração sobredos
na tríade as relações
mínimos quesociais
possam (alimentação,
existir entre o envolvimento
moradia e
com as atividades
transporte), outrasculturais
dimensõese o desempenho acadêmico,
da assistência a diplomação,
estudantil se apresentama redução
como
das desigualdades sociais e regionais etc. Talvez tudo isso possa explicar superfi-
espaços de atuação emergenciais, o que tende a deslocar a cultura, ou mesmo
cialmente a condição das ações de cultura dentro das políticas de AE.
o esporte, para um espaço secundário. Por sua vez, também é possível afirmar
Entretanto, revisitando a LDB pode-se reforçar os vínculos entre cultura e
que a dificuldade de dar à cultura a importância que ela merece reflete parte do
educação, ou mais intensamente, partir de sua indissociabilidade essencial. Não
lugar que ela ocupa nas políticas públicas em geral do país. E, por fim, parece
por acaso, as finalidades do ensino superior estão expressas em:
também ser razoável que há, entre gestões da AE, certa nebulosidade sobre as
83
relações que possam existir entre o envolvimento com as atividades culturais e
“I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico
e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para
a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar
na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e inves-
tigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia
e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendi-
mento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de
conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio
da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações
ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente
de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos
numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada ge-
ração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente,
em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII
- promover a extensão, aberta à participação da população, visando à di-
fusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pes-
quisa científica e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor
da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a
formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pe-
dagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem
os dois níveis escolares” (BRASIL, 1996, grifos nossos).

Uma abordagem para este tema deveria partir de uma concepção latu sensu
de cultura. Na impossibilidade de fazê-la, se tomará o todo pela parte, buscando
na V Pesquisa as pistas para um diagnóstico razoável15.

A V Pesquisa introduziu novas perguntas sobre o incremento cultural resul-


tante do ingresso na vida universitária representado pela frequência com que se lê
obras literárias, assiste filmes, peças teatrais e shows e se participa da vida política.
Partiu-se do desejo de mensurar a transformação cultural advinda da imersão em
um novo universo, sobretudo para aquelas pessoas cuja origem social normalmente
as privam. Os resultados são os seguintes.

15 Não foram oferecidas aos (às) estudantes perguntas no questionário sobre a dificuldade de acesso às
atividades e equipamentos culturais, nem mesmo questões correlatas a partir dos quais se pudesse
fazer inferências aproximadas, o que torna muito difícil um diagnóstico sobre a demanda. Parece claro
que esta deve ser uma lacuna a ser superada nas próximas versões.

84
Gráfico 48 - Percepção de estudantes sobre o incremento cultural pós-ingresso nas IFES em
Gráfico 48 - Percepção de estudantes sobre o incremento
2018 cultural pós-ingresso nas IFES em 2018

100.0 9.9
21.6 18.9 23.1 27.6
80.0
28.1 49.7
60.0 34.9
66.5 51.0
40.0
50.2 42.0 40.4
20.0
14.5 21.4
0.0
obras lidas peças assistidas filmes assistidos shows assistidos pariticpação política

Aumentou Não se alterou Diminuiu

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
São expressivos os incrementos em leitura de obras (50,2%), filmes assisti-
São expressivos os incrementos em leitura de obras (50,2%), filmes
dos (42,01%) e participação política (40,4%), mas são bem menos expressivos os
assistidos (42,01%) e participação política (40,4%), mas são bem menos
impactos para as peças teatrais (14,5%) e shows assistidos (21,4%). O relatório
expressivos
da V Pesquisa osdeu
impactos
atençãopara as peças
especial para oteatrais
incremento(14,5%)
mais esensível
shows com
assistidos
o in-
(21,4%).asOobras
gresso, relatório
lidas. da V Pesquisaindicam
As conclusões deu atenção especial
que, muito embora para o incremento
o incremento se
mostre evidente com
mais sensível para metade do público
o ingresso, estudantil,
as obras lidas. ele
As éconclusões
muito distinto quandoque,
indicam se
observam alguns marcadores sociais. Percebeu-se que o incremento é ainda mais
muito embora o incremento se mostre evidente para metade do público
sensível quanto mais baixo o IDHM, menor a renda per capita mensal familiar, mais
estudantil, ele é muito distinto quando se observam alguns marcadores sociais.
próximo estiver das áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes
ePercebeu-se que o mais
Ciências Humanas, incremento é ainda
participar mais sensível
das reservas de vagasquanto mais
(cotistas), baixo
menor for o
oIDHM, menor
nível de a renda
educação formalper
dacapita
mãe e mensal
mais negrafamiliar, maisfor
e indígena próximo estiverOra,
a população. das
as constatações
áreas comprovam
de Ciências Sociais aAplicadas,
capacidadeLinguística,
transformadora do e
Letras ingresso
Artes enoCiências
ensino
superior para os grupos tradicionalmente vitimados pela privação de direitos.
Humanas, mais participar das reservas de vagas (cotistas), menor for o nível
Quando formal
de educação se observa
da mãea relação
e maisentre o aumento
negra de for
e indígena obras lidas e outras
a população. va-as
Ora,
riáveis de envolvimento
constatações comprovamou desempenho
a capacidade acadêmico, percebe-se
transformadora sutis associações
do ingresso no ensino
com os melhores índices. Isto ocorre para a menor ideação de abandono ou a maior
superior para os grupos tradicionalmente vitimados pela privação de direitos.
quantidade de horas dedicadas ao estudo extraclasse. No entanto, importa para
o objetivo deste relatório
Quando identificar
se observa a demanda
a relação entre o potencial
aumentoede a amplitude
obras lidasdaeoferta
outras
das ações de
variáveis de AE.
envolvimento ou desempenho acadêmico, percebe-se sutis
associações com os melhores índices. Isto ocorre para a menor ideação de
abandono ou a maior quantidade de horas dedicadas ao estudo extraclasse.
No entanto, importa para o objetivo deste relatório identificar a demanda
potencial e a amplitude da oferta das ações de AE.

85
Gráfico 49 - Estudantes da demanda potencial DPP, EOE e ER de acordo com a cobertura da
Gráfico 49 - Estudantes da demanda potencial DPP, EOE e ER de acordo com a cobertura da
Assistência Estudnatil na modalidade
Assistência Cultura
Estudnatil naem 2018
modalidade Cultura em 2018
100.00%
99.0% 99.0% 99.0%
50.00%

0.00%
ER EOE DPP

Demanda com cobertura Demanda sem cobertura

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Utilizando os três índices de mensuração da demanda potencial (a com recorte
Utilizando os três índices de mensuração da demanda potencial (a com
exclusivamente em renda, a com recorte exclusivamente em origem escolar e a
recorte exclusivamente em renda, a com recorte exclusivamente em origem
prioridade PNAES) tem-se que as ações de Assistência Estudantil na modalidade
escolar e a /prioridade
Cultura (AE CT) cobre PNAES)
somente umtem-se que as ações de Assistência Estudantil
por cento.
na modalidade Cultura (AE / CT) cobre somente um por cento.
Creche

De forma geral, o exercício da maternagem ou da paternagem implicam um


Creche
conjunto de atenções especiais. A dedicação se traduz em esforço afetivo, atividades
de cuidado, mobilização das redes de sociabilidade e custos financeiros. Quando
as atividades concorrem
De forma geral,nootempo com ada
exercício prática estudantil, ou
maternagem nota-se facilmente
da paternagem
uma sobrecarga
implicam que podede
um conjunto redundar
atenções em privações
especiais.deAoportunidades
dedicação se e de direitos
traduz em
relativos à educação.
esforço afetivo, atividades de cuidado, mobilização das redes de sociabilidade
Dentre
e custos as dez áreas
financeiros. Quandode atuação do PNAES,
as atividades uma delas
concorrem diz respeito
no tempo com adireta-
prática
mente ao assunto em tela. Trata-se da modalidade Creche (AE / CR). Aquilo que
estudantil, nota-se facilmente uma sobrecarga que pode redundar em
se denomina creche diz respeito, especificamente ao espaço formativo de parte da
privações de oportunidades
educação infantil. e típica
A faixa etária de direitos relativos àpela
foi estabelecida educação.
Emenda Constitucional
nº 53/2006 e foi incorporada ao Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL,
Dentre as dez áreas de atuação do PNAES, uma delas diz respeito
1990) em 2016, correspondendo ao intervalo de 0 a 5 anos. A partir desta idade, a
diretamente ao assunto em tela. Trata-se da modalidade Creche (AE / CR).
matrícula das crianças na rede educacional é obrigatória.
Aquilo que se denomina creche diz respeito, especificamente ao espaço
Deste modo, muito embora seja digno de consideração que filhos (as) acima
formativo de parte da educação infantil. A faixa etária típica foi estabelecida
desta faixa etária também gerem para mães e pais estudantes uma sobrecarga de
pela Emenda
obrigações Constitucional
que concorrem com os nº estudos,
53/2006parae foi incorporada
efeito de precisãoaocomEstatuto
a políticada
Criança
de crecheeserão
do Adolescente
considerados os (BRASIL, 1990) às
dados relativos emfiliações
2016, até
correspondendo
cinco anos. ao
intervalo de 0 a 5 anos. A partir desta idade, a matrícula das crianças na rede
educacional é obrigatória. 86
2014 e 2018. Ele encontrava-se em 11,8% na IV Pesquisa e foi a 11,4% na
Pesquisa. Estes (as) são compostos de dois grupos distintos, quem tem filho
(as) com maisOde cinco
número de anos (5,5%)
estudantes e quem
com filhos temIFES
(as) nas filhos
não com até
cresceu 5 anos
entre 2014 (5,9%
e 2018. Ele encontrava-se em 11,8% na IV Pesquisa e foi a 11,4% na V Pesquisa.
Como já se adiantou, somente o segundo grupo despertará interesse para est
Estes (as) são compostos de dois grupos distintos, quem tem filhos (as) com mais de
ração docinco
relatório, pois
anos (5,5%) corresponde
e quem ao
tem filhos com atépúblico da assistência
5 anos (5,9%). estudantil
Como já se adiantou, n
somente o segundo grupo despertará interesse para esta fração do relatório, pois
modalidade creche (AE / CR).
corresponde ao público da assistência estudantil na modalidade creche (AE / CR).

Gráfico
Gráfico 5050 - Estudantes
- Estudantes com
com filhos filhos
(as) (as)anos
até cinco atédecinco
idade anos de idade em 2018
em 2018
3 filhos (as) 4 ou mais
2% 3%
2 filhos (as)
11%

1 filho (a)
84%
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) da
FES (2018).
O Gráfico 50 mostra que a maioria absoluta (84,0%) dos (as) discentes com
filhos em idade de creche possui somente um (a) filho (a). A distribuição por regiões
apresenta valores distintos, sendo que para a região Norte 11,3% dos estudantes

OtêmGráfico
filhos (as) até cinco anos, para o Nordeste o valor é de 7,3%, para a região
50 mostra que a maioria absoluta (84,0%) dos (as) discente
Centro-Oeste é de 5,9% (replicando o percentual da média geral), para a Sul é de
com filhos
4,2%em idade
e para de creche
a Sudeste de 3,4%.possui somente
Não se registrou um
grande (a) filho
diferença entre(a). A pois
sexos, distribuiçã
para pessoas do sexo feminino são 6,0% com filhos (as) até cinco anos, enquanto
por regiões apresenta valores distintos, sendo que para a região Norte 11,3%
para as do sexo masculino o percentual atinge 5,8%. Uma diferença considerável,
dos estudantes têmaparece
por seu turno, filhos quando
(as) até cincoporanos,
se recorte para
IDHM do o Nordeste o valor é d
campus.

7,3%, para a região Centro-Oeste é de 5,9% (replicando o percentual da médi


geral), para a Sul é de 4,2% e para a Sudeste de 3,4%. Não se registro
grande diferença entre sexos, pois para pessoas do sexo feminino são 6,0%
com filhos (as) até cinco anos, enquanto para as do sexo masculino
percentual atinge 5,8%. Uma diferença considerável, por seu turno, aparec
87
quando se recorte por IDHM do campus.
Gráfico 51 - Estudantes com filhos (as) até cinco anos conforme IDHM do município em que o
Gráfico 51 - Estudantes com filhos (as) até cinco anos conforme IDHM do município em que o
campus está localizado em 2018 campus está localizado em 2018

31.6%

15.6%
9.4% 6.0% 3.1%
Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
O Gráfico 51 demonstra que quanto menor o IDHM do município em que
O Gráfico 51 demonstra que quanto menor o IDHM do município em
o campus está localizado, maior o percentual de estudantes com filhos até cinco
que o campus está localizado, maior o percentual de estudantes com
anos. Estes índices indicam um foco da política de assistência estudantil combinada
filhos
com até cinco
outras anos.
políticas Estes
para que índices indicam de
os marcadores umdesigualdade
foco da política
nãodeseassistência
cumulem,
estudantil combinada
impactando com outras
no direito à educação. políticas
Aliás, para
esta seria que os
a mesma marcadorespara
recomendação de
odesigualdade
recorte de RCMF, pois
não se para o mesmo
cumulem, perfil estudantil
impactando no direitocuja prole se encontra
à educação. em
Aliás, esta
idade
seria típica
a mesmapara recomendação
creche, 42,0% tempararenda per capita
o recorte mensalpois
de RCMF, familiar
paradeoaté meio
mesmo
s.m., 27,5% entre meio e um s.m., 13,3% de um a um e meio s.m. e 17,2% acima
perfil estudantil cuja prole se encontra em idade típica para creche, 42,0% tem
do que define o PNAES para cobrir prioritariamente estudantes com políticas de
renda per capita mensal familiar de até meio s.m., 27,5% entre meio e um s.m.,
permanência. Veja-se que este perfil de estudante que se apresenta com deman-
13,3%dedepolíticas
dante um a um de ecreche
meio tem
s.m.quase
e 17,2% acima
metade de do
seuque define
público na omenor
PNAES para
faixa de
cobrir estudada.
renda prioritariamente estudantes com políticas de permanência. Veja-se que
este perfil de estudante que se apresenta com demandante de políticas de
A coincidência entre ter filhos (as) em idade pré-escolar, estar em município
creche
de IDHM tem
nãoquase metade
elevado e terde seu per
renda público na mensal
capita menor faixa de baixa
familiar rendadeve
estudada.
produzir
várias privações com impacto no rendimento acadêmico. Sem fazer uso de testes
A coincidência entre ter filhos (as) em idade pré-escolar, estar em
estatísticos que confirmem o nexo causal suspeito, ao menos será possível asso-
município de IDHM não elevado e ter renda per capita mensal familiar baixa
ciar perfis que corroborem com a hipótese. Este seria o caso do percentual geral
deve
de produzir
horas várias
estudadas privações com impacto no rendimento acadêmico. Sem
extraclasse.
fazer uso de testes estatísticos que confirmem o nexo causal suspeito, ao
menos será possível associar perfis que corroborem com a hipótese. Este seria
o caso do percentual geral de horas estudadas extraclasse.

88
Gráfico 52 - Estudantes com filhos (as) até cinco anos conforme horas dedicadas aos estudos
extraclasse em 2018
Gráfico 52 - Estudantes com filhos (as) até cinco anos conforme horas dedicadas aos estudos
Gráfico 52 - Estudantes com filhos (as) até cinco anos conforme horas dedicadas aos estudos
extraclasse em 2018 Com filho (a) até 5 anos
extraclasse em 2018 Público geral
50.00% Com filho (a) até 5 anos Público geral
36.30%
40.00% 32.20%
50.00%
30.00% 36.30%
40.00% 32.20%
20.00%
30.00% 13.40%
7.80% 5.90%
10.00% 4.40%
20.00% 13.40%
47.0% 34.9% 8.6% 4.7% 2.1% 2.8%
7.80% 5.90%
0.00%
10.00% 4.40%
MENOS DE 5 MAIS DE 5 A 10 MAIS DE 10 A 15 MAIS DE 15 A 20 MAIS DE 20 A 25 MAIS DE 25 HORAS
47.0% 34.9% 8.6% 4.7% 2.1% 2.8%
HORAS HORAS HORAS HORAS HORAS
0.00%
MENOS DE 5 MAIS DE 5 A 10 MAIS DE 10 A 15 MAIS DE 15 A 20 MAIS DE 20 A 25 MAIS DE 25 HORAS
HORAS HORAS HORAS HORAS HORAS
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
O Gráfico 52 não deixa dúvidas de que estudantes com filhos (as) até
cincoOanos
Gráfico
O Gráfico
52 nãosão
somente deixa dúvidas de que
relativamente
52 não deixa dúvidas de mais estudantes com
quenumerosos
estudantespara
filhosmenor
(as) até
coma filhos
cinco
faixa
(as) atéde
anos somente são relativamente mais numerosos para a menor faixa de horas de
horasanos
cinco de estudo
somente extraclasse. Em geralmais
são relativamente o maior percentual
numerosos paraencontra-se na faixa
a menor faixa de
estudo extra classe. Em geral o maior percentual encontra-se na faixa entre 5 e 10
entre de
horas
horas
5 estudo
e 10 horas
e depois
e depois
caiextraclasse. Emacai
até estacionar
até maior
geral estacionar
partirodas
a partir
percentual
15 horas.
das 15 na
encontra-se
O movimento faixaéO
horas.
de queda
movimento
entre
similar5para
e 10de queda
horas
estudantes é similar
e com
depois caipara
filhos até em
(as) estudantes
estacionar acom
partirfilhos
idade pré-escolar, dasmas(as)
15 em idade
horas.
sempre O
com
pré-escolar,demas
movimento
representação quedasempre compara
é similar
proporcionalmente representação
estudantes
menor proporcionalmente
com
para todas asfilhos
faixas (as)
com menor
emmaiores
idade
horas de estudo.
para todas
pré-escolar, as
mas Fenômeno
faixas semelhante
com com
sempre maiores pode-se
horas observar
de estudo.
representação em outros índices
Fenômeno
proporcionalmente que
semelhante
menor
tratam
para do observar
pode-se envolvimento
todas as faixas acadêmico.
em com
outros índices horas
maiores que tratam do envolvimento
de estudo. Fenômenoacadêmico.
semelhante
pode-se observar em outros índices que tratam do envolvimento acadêmico.
Tabela
Tabela9 9- Estudantes
- Estudantescom
comfilhos (as)
filhos (as)atéaté
cinco anos
cinco dede
anos acordo com
acordo comíndices
índicesde de
envolvimento
envolvimento
acadêmico em 2018 acadêmico em 2018
Tabela 9 - Estudantes com filhos (as) até cinco anos de acordo comfilho
Com índices de envolvimento
(a) até Média
Índices de envolvimento acadêmico
acadêmicoem 2018
5 anos Geral
Com filho (a) até Média
Participa
Índices de atividade acadêmica
de envolvimento acadêmico 28,1% 45,1%
5 anos Geral
Participa de mobilidade internacional 0,7% 2,4%
Participa de atividade acadêmica 28,1% 45,1%
Dificuldades que interferem no desempenho
Participa de mobilidade internacional 87,6%
0,7% 86,1%
2,4%
acadêmico
Dificuldades que interferem no desempenho
Sofrimento emocional que interfere no desempenho 87,6%
71,4% 86,1%
83,5%
acadêmico
acadêmico
Sofrimento emocional que interfere no desempenho
Pensou em abandonar o curso 57,7%
71,4% 52,8%
83,5%
acadêmico
Fonte:
Fonte: VV Pesquisa
Pesquisa Nacional dede Perfil
PerfilSocioeconômico
Socioeconômicoe eCultural
Culturaldos
dos (as) graduandos (as)
dasdas
PensouNacional
em abandonar o curso (as)
57,7% graduandos (as)
52,8%
IFES
IFES (2018).
(2018).
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
Merece destaque o fato de que a participação em atividades
Merece
acadêmicas de destaque
estudanteso com
fato filhos
de que a participação
(as) até em atividades
cinco anos (28,1%) é muito
acadêmicas de oestudantes
menor do que percentualcom filhos
geral (as) até
(45,1%), comocinco anos (28,1%)
é menor é muito
a participação em
menor do que
programas de omobilidade
percentualinternacional
geral (45,1%), como
(0,7% é menor
versus a participação
2,4%). emde
Outro aspecto
programas de mobilidade internacional89(0,7% versus 2,4%). Outro aspecto de
Merece destaque o fato de que a participação em atividades acadêmicas de
estudantes com filhos (as) até cinco anos (28,1%) é muito menor do que o percentual
relevo é a ideação de abandono do curso, pois esta supera em quase 5 p.p. o
geral (45,1%), como é menor a participação em programas de mobilidade interna-
percentual
cional (0,7%geral.
versusJá sobre
2,4%). as aspecto
Outro dificuldades que éinterferem
de relevo a ideação no desempenho
de abandono do
curso, pois esta
acadêmico, há supera em quase 5entre
uma similaridade p.p. oos
percentual geral. Já sobre
valores, indicando as dificuldades
que não se poderia
que interferem
associar no desempenho
a paternagem acadêmico, há
ou a maternagem umamaior
a um similaridade
nível deentre os valores,
dificuldade em
indicando que não se poderia associar a paternagem ou a maternagem a um maior
relação à média. Porém, foi com positivo espanto que se contatou que o
nível de dificuldade em relação à média. Porém, foi com positivo espanto que se
sofrimento emocional entre estudantes com filhos (as) em idade pré-escolar
contatou que o sofrimento emocional entre estudantes com filhos (as) em idade
(71,4%) é significativamente
pré-escolar menor do que
(71,4%) é significativamente menoro percentual geral (83,5%).
do que o percentual geral (83,5%).

AA atenção
atenção volta-se
volta-se agora
agora para
para a cobertura
a cobertura das das
ações ações de permanência
de permanência con-
trastando comcom
contrastando o tamanho da sua
o tamanho da demanda potencial
sua demanda prioritária.
potencial prioritária.

Gráfico53
Gráfico 53- -Estudantes
Estudantes DPP
DPP com
com filho
filho(a)
(a)até
atécinco
cincoanos conforme
anos cobertura
conforme da Assistência
cobertura da Assistência
Estudantilem
Estudantil em2018
2018
91.0%
100.00% 80.7%

50.00%
32.1% 34.8%

0.00% 5.2% 0.4%


com filho (a) até 5 anos Média geral

DPP % AE DPP % AE / CR DPP %

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).
IFES (2018).

OO Gráfico
Gráfico53 apontaque
53aponta que 91,0%
91,0% dosdos
(as)(as) estudantes
estudantes comcomfilhofilho (a)ida-
(a) em em
de pré-escolar
idade pré-escolar(64.869 discentes)
(64.869 encontram-se
discentes) encontram-se na DPP. Isto representa
na DPP. mais
Isto representa
de
mais10 de
p.p.10acima do percentual
p.p. acima geral egeral
do percentual significa que quase
e significa a totalidade
que quase deste
a totalidade
público potencial e prioritariamente demanda ações de Assistência Estudantil.
deste público potencial e prioritariamente demanda ações de Assistência
Este é um público, como se viu pelos dados anteriormente apresentados, que
Estudantil.
porta Este especiais
dificuldades é um público, como
para fruir se viu pelosacadêmicas
as oportunidades dados anteriormente
e, por si só,
apresentados,
faria jus à proteçãoque social
porta nas
dificuldades
IFES. Por especiais
isto mesmo,paraé fruir as de
síntese oportunidades
uma dupla
vulnerabilidade,
acadêmicas e, por uma vezfaria
si só, quejus
também se encontra
à proteção social nas naIFES.
DPP.Por
A dupla vulnera-é
isto mesmo,
bilidade
síntese de justificaria
uma dupla atenção especial, entretanto
vulnerabilidade, uma vez aque proteção
também social não possui
se encontra na
uma amplitude compatível. À luz da cobertura que se encontra em 34,81% de
DPP. A dupla vulnerabilidade justificaria atenção especial, entretanto a
estudantes DPP, aqueles (as) portadores (as) da dupla vulnerabilidade são
proteção social não possui uma amplitude compatível. À luz da cobertura que
atendidos (as) em patamar de até 2,7 p.p. abaixo do percentual geral, com
se encontra em 34,81% de estudantes DPP, aqueles (as) portadores (as) da
90 em patamar de até 2,7 p.p. abaixo do
dupla vulnerabilidade são atendidos (as)
percentual geral, com 32,13% (20.842 discentes). Na outra ponta, o déficit de
Os dados têm mostrado que, para outros grupos, com outros
marcadores sociais, a AE tem se comportado de forma sensível, ainda que não
32,13% (20.842
suficiente, discentes).
na cobertura dos Na outra
grupos ponta,
mais o déficit Para
vulneráveis. de cobertura acaba
este caso atin-
importa
gindo 44.027
reforçar discentes.
as ações de diagnóstico e enfrentamento. Por outro lado, quando se
isola aOs
ação de Assistência
dados têm mostradoestudantil em outros
que, para sua Modalidade Creche
grupos, com tem-se
outros que a
marcadores
cobertura
sociais, alcançou
a AE tem se 5,19% da DPP
comportado com filhos
de forma (as) ainda
sensível, até cinco anossuficiente,
que não (3.365
na coberturadeixando
discentes), dos grupos mais de
um déficit vulneráveis. Para61.504
cobertura para este caso importa reforçar as
estudantes.
ações de diagnóstico e enfrentamento. Por outro lado, quando se isola a ação
de Assistência estudantil em sua Modalidade Creche tem-se que a cobertura
alcançou 5,19% da DPP com filhos (as) até cinco anos (3.365 discentes), dei-
Inclusão digital
xando um déficit de cobertura para 61.504 estudantes.

InclusãoOdigital
domínio sobre o manejo dos computadores é destacadamente
volumoso entre estudantes das IFES. Aproximadamente 80% dos (as)
O domínio
discentes sobre
indicam ter oexperiência
manejo dosou
computadores é destacadamente
muita experiência volumoso
com as máquinas.
entre estudantes
Somente daster
19,3% diz IFES. Aproximadamente
alguma 80% dosnoção.
noção e 1,3% nenhuma (as) discentes indicam
Em relação as
ter experiência
pesquisas ou muita
anteriores, experiência
houve com as
um pequeno máquinas.
refluxo neste Somente
índice se 19,3% diz ter
comparado
alguma noção e 1,3% nenhuma noção. Em relação as pesquisas anteriores,
com 2014, pois lá se registrou que estudantes experientes ou muito
houve um pequeno refluxo neste índice se comparado com 2014, pois lá se
experientes somavam 83,5%. Mas ambas as versões da pesquisa superam o
registrou que estudantes experientes ou muito experientes somavam 83,5%.
patamar encontrado em 2010, quando o índice alcançou 78%.
Mas ambas as versões da pesquisa superam o patamar encontrado em 2010,
quando oA índice alcançou
atividade 78%.requer destreza no uso de equipamentos e
estudantil
softwares específicos,
A atividade alémrequer
estudantil de capacidade de uso
destreza no navegação na rede mundial
de equipamentos de
e softwares
computadores.
específicos, alémSem tais habilidades
de capacidade não hánaredação,
de navegação ensino,
rede mundial pesquisa e
de computadores.
Sem tais habilidades
extensão. Dois gruposnão há redação,
devem chamar ensino, pesquisaaquele
mais a atenção, e extensão. Dois grupos
com alguma eo
devem chamar
outro com mais experiência
nenhuma a atenção, com
aquele com algumapois
computadores, e oambos
outro com nenhuma
apareceriam
experiência com computadores,
como demandantes de políticaspois
de ambos apareceriam
assistência como
estudantil na demandantes
modalidade
de políticas de assistência estudantil na modalidade Inclusão Digital (AE / ID)
Inclusão Digital (AE / ID)

Tabela 10 - Estudantes das IFES conforme domínio sobre computadores por DPP e cobertura
Tabela 10 - Estudantes das IFES conforme domínio sobre computadores por DPP e cobertura
da AE da AE
AE AE / ID % AE /
TOTAL DPP # DPP % AE DPP
TOTAL DPP # ID DPP
Tem muita
384.289 291.064 75,7% 27,8% 33,5% 1.392 0,5%
experiência
Tem experiência 568.946 466.163 81,9% 31,0% 35,6% 2.238 0,5%
Tem alguma noção 231.359 198.670 85,9% 31,2% 34,9% 758 0,4%
Não domina 15.527 13.150 84,7% 29,3% 32,8% 52 0,4%
Fonte:
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as)das
V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES
IFES(2018).
(2018).

91 99
Observando a Tabela 10 pode-se perceber que o grau de domínio sobre
computadores guarda alguma relação com estar ou não na DPP. Entre estudantes
com muita experiência, 75,7% correspondem à Demanda Potencial Prioridade
PNAES. Este valor é 5 p.p. menor do que o percentual geral. Já estudantes com
experiência estão mais próximos (as) do percentual geral, enquanto aqueles (as)
com alguma ou nenhuma noção encontram-se um pouco acima dele. Assim, ter
menor destreza com computadores implica em maior percentual de estudantes
em DPP. Curiosamente, a cobertura das políticas de permanência não responde
na proporção desta diferença. Esperava-se que ela crescesse para os grupos
mais demandantes, todavia, como demonstra a referida tabela, para a assistên-
cia estudantil em geral a cobertura de estudantes com destrezas computacionais
distintas é muito próxima da média (30,0%) para quem tem experiência, alguma e
nenhuma noção. Para a DPP, a cobertura média é de 34,81%, mas para o público
que não tem nenhuma noção ela é menor do que este patamar. Por fim, isolando
as ações da modalidade Inclusão Digital (AE / ID) acessadas por estudantes DPP
chega-se a uma cobertura de 758 para aqueles (as) com alguma noção e 52 para
aqueles (as) sem nenhuma noção. Não obstante o número absoluto e relativo
de estudantes sem experiência adequada para manejo de computadores seja
cada vez menor, as políticas de inclusão digital são muito reduzidas em seu
alcance, no número de pessoas atendidas.

Apoio pedagógico

Uma vez elaborado o Decreto nº 7.234/2010, ficou claro o interesse do Go-


verno Federal em consolidar nas IFES uma rede de proteção social diretamente
vinculada à promoção de igualdades e o acesso a direitos. Um dos desafios postos
seria garantir o melhor desempenho, reduzindo taxas de retenção e evasão. O
primeiro passo de toda política pública, tão logo entre na agenda da gestão e seja
reconhecida como importante, é o diagnóstico. Utilizando as bases de dados da V
Pesquisa, pode-se traçar algumas linhas que definem este público.

De todas as dificuldades estudantes que impactam no desempenho acadê-


mico e que foram inquiridas pela pesquisa, quatro dizem respeito diretamente à
questão pedagógica: a dificuldade de aprendizado, a falta de disciplina ou hábito
de estudo, a carga excessiva de trabalhos estudantis e a relação professor (a) –
estudante. Seus percentuais estão expressos no Gráfico 54.

92
relação professor (a) – estudante. Seus percentuais estão expressos no Gráfico
54.

Gráfico 54 - Estudantes com dificuldades de natureza pedagógica que impactam no desempe-


Gráfico 54 - Estudantes com dificuldades de natureza pedagógica que impactam no
nho acadêmico em 2018 desempenho acadêmico em 2018
28.4
30 23.7
25
20 13.4 12.5
15
10
5
0
Dificuldade de Falta de disciplina / Carga excessiva de Relação professor (a)
aprendizado hábito de estudo trabalhos estudantis - estudante
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

AA maior
maior dificuldade
dificuldade apresentada
apresentada diz respeito
diz respeito à de
à falta falta de disciplina
disciplina / hábito/
de estudo
hábito de (28,4%). Se se levar
estudo (28,4%). Se seem levar
consideração que o processo
em consideração que o eprocesso
o métodoede o
estudo
métodoparade o ensinopara
estudo superior diferemsuperior
o ensino daquelediferem
praticado nos demais
daquele níveisnos
praticado de
ensino, concluir-se-á que um movimento de adaptação é sempre requerido para
demais níveis de ensino, concluir-se-á que um movimento de adaptação é
o bom desempenho. Para além do estabelecimento do método, a disciplina para
sempre requerido
empreendê-lo tambémparaseria
o bom desempenho.
fundamental. NãoPara além do
se inquiriu estabelecimento
sobre as razões parado a
método, a disciplina para empreendê-lo também seria fundamental.
falta de disciplina, entretanto um serviço especializado de técnicos educacionais Não se
seria funcional
inquiriu sobre para aprofundar
as razões paraestea diagnóstico e sugerir ações.
falta de disciplina, Algo um
entretanto semelhante
serviço
se espera para de
especializado a dificuldade
técnicos de aprendizadoseria
educacionais (13,4%). O gráfico
funcional paraaponta seu volume,
aprofundar este
mas não indica suas razões.
diagnóstico e sugerir ações. Algo semelhante se espera para a dificuldade de
Já as duas
aprendizado outrasOdificuldades,
(13,4%). gráfico apontacarga excessiva
seu volume, de trabalhos
mas estudantis
não indica suas
(23,7%)
razões. e a relação professor (a) – estudante (12,5%), possuem naturezas distin-
tas. Também não se pode ter certeza sobre as condições de ambas. Não se sabe
Já astêm
se docentes duas outrasmais
exigido dificuldades, carga
do que seria excessiva
possível, ou sedediscentes
trabalhosnão
estudantis
têm se
esforçado
(23,7%) eoanecessário, ou ainda (a)
relação professor outra
– razão. Para (12,5%),
estudante a relação possuem
professor (a) – estu-
naturezas
dante, também
distintas. Também não não
se sabe ela éter
se pode ruim em virtude
certeza sobredaasiniciativa
condiçõesde um, do outro,
de ambas. ou
Não
de ambos segmentos. Seja como for, o problema existe e reclama intervenção para
se sabe se docentes têm exigido mais do que seria possível, ou se discentes
diagnóstico mais preciso e ação de enfrentamento, sobretudo quando se analisa
não têm se esforçado o necessário, ou ainda outra razão. Para a relação
o Gráfico 55.
professor (a) – estudante, também não se sabe ela é ruim em virtude da
iniciativa de um, do outro, ou de ambos segmentos. Seja como for, o problema

101

93
existe e reclama intervenção para diagnóstico mais preciso e ação de
enfrentamento, sobretudo quando se analisa o Gráfico 55.

Gráfico 55 - Percentual de estudantes que pensou em abandonar o curso por tipo de dificulda-
Gráfico 55 - Percentual de estudantes que pensou em abandonar o curso por tipo de
de selecionada em 2018 dificuldade selecionada em 2018
80.00% 71.9% 71.2%
59.7% 60.1%
52.8%
60.00%
40.00%
20.00%
0.00%
Dificuldade de Falta de Carga excessiva Relação Geral
aprendizado disciplina / de trabalhos professor (a) -
hábito de estudo estudantis estudante
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

Este gráfico mostra as dificuldades que impactam no desempenho acadêmico


Este gráfico mostra as dificuldades que impactam no desempenho
e o pensamento em abandonar o curso. Em geral, de total a população estudantil
acadêmico e o pensamento em abandonar o curso. Em geral, de total a
das IFES, 52,8% já pensou em deixar seu curso. Contudo, entre estudantes que
população estudantil
apresentam das pedagógicas
as dificuldades IFES, 52,8% já percentual
este pensou em deixar
é ainda seuCuriosa-
maior. curso.
Contudo,
mente, entredificuldades
as duas estudantes com
que menor
apresentam as dificuldades
percentual, pedagógicas
estudantes com dificuldadeeste
de
aprendizado
percentual éouaindacom relação
maior. ruim com professores
Curiosamente, as duas (as)dificuldades
(13,4% e 12,5%,
com respec-
menor
tivamente),
percentual, são aquelas em
estudantes comque a ideaçãode
dificuldade de aprendizado
abandono é maior,
ou com 71,9% e 71,2%.
relação ruim
Isto significa que o potencial de interação com a ideação de abandono destas difi-
com professores (as) (13,4% e 12,5%, respectivamente), são aquelas em que a
culdades é bem maior do que as demais do gráfico, tendo seus (suas) estudantes
ideação de abandono é maior, 71,9% e 71,2%. Isto significa que o potencial de
que conviver com o risco da evasão com mais intensidade. Não obstante o alarme
interação
soado, nãocom a ideação
se deve de abandono
descuidar também das destas dificuldades
demais é bem
dificuldades quemaior do que
apresentam
as demais
volumes do representativos
mais gráfico, tendo seus
do que(suas) estudantes
o percentual quepois
geral, conviver
60,1%com o risco
dos discen-
tes que reclamam
da evasão que intensidade.
com mais a carga excessiva de trabalhos
Não obstante estudantis
o alarme interfere
soado, não seno de-
deve
sempenho
descuidar acadêmico
também das já pensaram em abandonar
demais dificuldades queseus cursos. Para
apresentam os (as)mais
volumes que
reclamaram da falta de disciplina ou hábito de estudo, este percentual é de 59,7%.
representativos do que o percentual geral, pois 60,1% dos discentes que
Apesar
reclamam queda demanda
a carga numericamente
excessiva de considerável, as políticasinterfere
trabalhos estudantis de proteção
no
especificamente no campojá
desempenho acadêmico dopensaram
Apoio Pedagógico cobremseus
em abandonar um número
cursos.muito
Parapequeno
os (as)
de estudantes. Estudantes da Demanda Potencial com Recorte Exclusivamente de
que reclamaram da falta de disciplina ou hábito de estudo, este percentual é de
Renda têm cobertura desta modalidade de assistência estudantil de 1,3% de seu
59,7%.
público, quando o recorte é Exclusivamente Origem Escolar, a cobertura é de 1,4%
do público e, por da
Apesar fim, demanda
para a totalidade da Demanda
numericamente Potencial Prioridade
considerável, PNAES
as políticas de
alcança somente 1,2%, conforme atesta do Gráfico 56.
proteção especificamente no campo do Apoio Pedagógico cobrem um número
muito pequeno de estudantes. Estudantes da Demanda Potencial com Recorte
Exclusivamente de Renda têm cobertura desta modalidade de assistência

94
102
Demanda Potencial Prioridade PNAES alcança somente 1,2%, conforme atesta
do
Gráfico 56 56
Gráfico .
- Percentual de estudantes com cobertura das ações de AE Apoio Pedagógico de
acordo com renda, origem escolar e DPP
100.00%
Gráfico
Gráfico 56
56--Percentual
Percentualdedeestudantes
estudantescom cobertura
com dasdas
cobertura ações de AE
ações deApoio Pedagógico
AE Apoio de
Pedagógico de
80.00% acordoecom
acordo com renda, origem escolar DPPrenda, origem escolar e DPP
60.00%
100.00% 98.7% 98.6% 98.8%
40.00%
80.00%
20.00%
60.00%
0.00% 1.3% 1.4% 1.2%
98.7% 98.6% 98.8%
40.00% ER EOE DPP
20.00%
Demanda com cobertura
1.3% Demanda sem cobertura
1.4% 1.2%
0.00%
ER EOE DPP
Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018). Demanda com cobertura Demanda sem cobertura

Fonte: VPara
Pesquisa Nacional
se fazer umade Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte: V Pesquisa
IFES (2018). Nacional deimersão em uma das
Perfil Socioeconômico e dificuldades quegraduandos
Cultural dos (as) impactam no das
(as)
IFES (2018).
desempenho acadêmico, escolheu-se arbitrariamente a dificuldade de
Para
aprendizado, se se
Para fazer umauma
buscando
fazer imersão
recortaremseu
imersão uma das dificuldades
empúblico
uma dasdemandante que impactam
dificuldades eque no de- no
seuimpactam
público
sempenho
atendido. acadêmico,
Entre escolheu-se
estudantes que arbitrariamente
apresentam a dificuldade
tal dificuldade, de aprendizado,
87,1% encontram- de
desempenho acadêmico, escolheu-se arbitrariamente a dificuldade
buscando recortar seu público demandante e seu público atendido. Entre estu-
se na condiçãobuscando
aprendizado, de DPP, recortar
enquantoseu 78,0% na condição
público de ER.e Para
demandante seu esta
público
dantes que apresentam tal dificuldade, 87,1% encontram- se na condição de DPP,
dificuldade, a cobertura geral das políticas de permanência supera a cobertura
atendido.78,0%
enquanto Entre naestudantes
condição dequeER.
apresentam tal dificuldade,
Para esta dificuldade, 87,1%geral
a cobertura encontram-
das
média (30,0%)
políticas e alcançam
de permanência 42,0%,
supera quase uma
a cobertura vez (30,0%)
média e meia oe que se cobre
alcançam em
42,0%,
se na condição de DPP, enquanto 78,0% na condição de ER. Para esta
geral. Já
quase umapara
vezaemodalidade
meia o que de ação de
se cobre emApoio
geral.Pedagógico, muito embora
Já para a modalidade ainda
de ação de
dificuldade, a cobertura geral das políticas de permanência supera a cobertura
Apoio
muito Pedagógico,
pequena, elamuito embora
é mais ainda
do que muitodo
o dobro pequena, ela égeral,
percentual mais do quese
como o dobro
pode
média (30,0%) e alcançam 42,0%, quase uma vez e meia o que se cobre em
do percentual
perceber pelo geral,
Gráficocomo
57. se pode perceber pelo Gráfico 57.
geral. Já para a modalidade de ação de Apoio Pedagógico, muito embora ainda
Gráfico 57 - Percentual de estudantes com dificuldade de aprendizado como DPP, com cober-
muito pequena,
Gráfico ela é de
57 - Percentual mais do quecom
estudantes o dobro dode
dificuldade percentual
aprendizadogeral, como
como DPP, se pode
com
tura da AE e AE Apoio pedagógico - 2018
cobertura da AE e AE Apoio pedagógico - 2018
perceber pelo Gráfico 5787.1%
.
100.00% 80.7%
80.00% 78.0%
70.2%
Gráfico 57 - Percentual de estudantes com dificuldade de aprendizado como DPP, com
60.00%
cobertura da AE e AE Apoio pedagógico - 2018
40.00% 42.0%
87.1% 30.0%
100.00%
20.00% 80.7%
80.00%
0.00% 2.5%
78.0% 1.1%
70.2%
60.00% Com dificuldade de aprendizado Geral
40.00% 42.0%
DPP Renda Cobertura AE Cobertura AE Apoio Pedagógico
30.0%
20.00%
Fonte: 2.5%
0.00% V Pesquisa Nacional de Perfil 1.1% (as) das
Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos
IFES (2018). Com dificuldade de aprendizado Geral

DPP Renda Cobertura AE Cobertura AE Apoio Pedagógico


Para a gestão pode interessar a tradução do gráfico acima em número103
absolutos, para gerar a ideia mais precisa da grandeza da demanda. A Tabela 11
cumpre este papel quando informa que dos mais de 140 mil estudantes DPP com

95 103
absolutos, para gerar a ideia mais precisa da grandeza da demanda. A Tabela
11 cumpre este papel quando informa que dos mais de 140 mil estudantes DPP
com dificuldade de aprendizado, cerca de 72 mil não possuem qualquer
dificuldade de aprendizado, cerca de 72 mil não possuem qualquer cobertura da
cobertura estudantil.
assistência da assistência
Entreestudantil.
aqueles (as) Entre
254aqueles (as)com
mil da DPP 254falta
mil de
dadisciplina
DPP com ou
falta de
hábito de disciplina ou hábito
estudo, o déficit é dede
150estudo, o déficit
mil. Quem, é de manifesta
na DPP, 150 mil. Quem, na DPP,
carga excessiva
de trabalhoscarga
manifesta estudantis soma de
excessiva 221trabalhos
mil, mas com déficit de
estudantis cobertura
soma 221 mil,de 119
masmil.
comJá
com problemas
déficit na relação
de cobertura de 119com
mil. professores (as), nana
Já com problemas DPP tem-se
relação com113 mil, porém
professores
58 mil sem proteção.
(as), na DPP tem-se 113 mil, porém 58 mil sem proteção.

Tabela 11 - Estudantes com dificuldades pedagógicas que impactam no desempenho conforme


Tabela 11 - Estudantes com dificuldades pedagógicas que impactam no desempenho conforme
DPP, ER e cobertura da AE em 2018
DPP, ER e cobertura da AE em 2018
Déficit Déficit
Cobertura Déficit Déficit
DPP ER % %
AE AE/DPP AE/ER
AE/DPP AE/ER
Dificuldade de
140.064 125.305 67.460 72.604 51,8% 57.845 46,1%
Aprendizado
Falta de
disciplina /
254.257 214.857 103.971 150.286 59,1% 110.886 51,6%
Hábito de
estudo
Carga
excessiva de
221.140 191.541 101.602 119.538 54,0% 89.939 46,9%
trabalhos
estudantis
Relação
professor / 113.726 98.232 55.247 58.479 51,4% 42.985 43,7%
estudante
Fonte:
Fonte: VV Pesquisa
Pesquisa Nacional
Nacional de
de Perfil Socioeconômico e
Perfil Socioeconômico e Cultural
Cultural dos
dos (as)
(as) graduandos
graduandos (as)
(as) das
das
IFES
IFES (2018).
(2018).

Raciocínio semelhante pode ser feito para a modalidade de assistência


Raciocínio semelhante pode ser feito para a modalidade de assistência estu-
estudantil Apoio Pedagógico (AE / AP). Entre estudantes que manifestaram a
dantil Apoio Pedagógico (AE / AP). Entre estudantes que manifestaram a dificuldade
dedificuldade de aprendizado,
aprendizado, de falta de
de falta de disciplina ou disciplina
hábito de ou hábitodedecarga
estudo, estudo, de carga
excessiva de
excessiva
trabalhos de trabalhos
estudantis estudantis
e de relação e com
difícil de relação difícil(as),
professores comosprofessores (as), os
déficits de cobertura
para a DPP
déficits de são de 136 para
cobertura mil, 249 mil, 217
a DPP sãomildee136
110 mil,
mil estudantes,
249 mil, 217respectivamente.
mil e 110 mil
Para que se possa
estudantes, vislumbrar estes
respectivamente. Para contingentes
que se possaem cada IFES,
vislumbrar deve-se
estes ter claro
contingentes
que esta pesquisa conseguiu que cada instituição atingisse o mínimo amostral
em cada IFES, deve-se ter claro que esta pesquisa conseguiu que cada
necessário para analisar localmente seus dados. Portanto, esta análise por ser
instituição atingisse o mínimo amostral necessário para analisar localmente
realizada também por universidade, mensurando a demanda local.
seus dados. Portanto, esta análise por ser realizada também por universidade,
mensurando a demanda local.

104

96
Tabela
Tabela 1212 -- Estudantes
Estudantes com
com dificuldades
dificuldades pedagógicas
pedagógicas que
que impactam
impactamnonodesempenho
desempenhoconforme
conforme
DPP, ER e cobertura
DPP, da AE na
ER e cobertura da modalidade Apoio Pedagógico
AE na modalidade (AE / AP)
Apoio Pedagógico (AEem 2018
/ AP) em 2018
Déficit Déficit
Cobertura Déficit Déficit
DPP renda % % AP/
AP AP/DPP AP/ ER
AP/DPP AR
Dificuldade de
140.064 125.305 4.004 136.060 97,1% 121.301 96,8%
Aprendizado
Falta de
disciplina /
254.257 214.857 4.334 249.923 98,3% 210.523 97,9%
Hábito de
estudo
Carga
excessiva de
221.140 191.541 4.039 217.101 98,1% 187.502 97,8%
trabalhos
estudantis
Relação
professor / 113.726 98.232 2.825 110.901 97,5% 95.407 97,1%
estudante
Fonte:
Fonte:VV Pesquisa
Pesquisa Nacional
Nacional de
de Perfil
Perfil Socioeconômico
Socioeconômico ee Cultural
Cultural dos
dos (as)
(as) graduandos
graduandos (as)
(as) das
das
IFES
IFES(2018).
(2018).

Acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência,


Acesso, participação
transtornos globaisedoaprendizagem de estudantes
desenvolvimento com
e altas deficiência, e super-
habilidades
transtornos
dotação globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação

Desde
Desde 2016,
2016,a Lei de de
a Lei Cotas foi foi
Cotas alterada e aeela
alterada foi adicionada
a ela o artigo
foi adicionada que
o artigo
institui a reserva de vagas para pessoas com deficiência em igual proporção à
que institui a reserva de vagas para pessoas com deficiência em igual
composição demográfica do estado da federação em que se insere a IFES. Hoje
proporção à composição demográfica do estado da federação em que se
as IFES possuem 54.062 estudantes, 4,5% do total, na condição de pessoas com
insere a IFES.
deficiência (PCD).Hoje as 60,65%
Destes, IFES possuem
possuem54.062 estudantes,
baixa visão ou visão4,5% do total,
subnormal, na
13,83%
condição
com de pessoas
deficiência com deficiência
física, 8,48% (PCD). Destes,
com om deficiência 60,65%
auditiva, 6,28%possuem
com altasbaixa
habi-
visão ou
lidades visão subnormal,
e superdotação, 4,24%13,83% com deficiência
com deficiência física,
intelectual, 2,59%8,48% com om
com transtorno
global do desenvolvimento,
deficiência auditiva, 6,28% 2,08% comhabilidades
com altas surdez, 1,1% com cegueira,4,24%
e superdotação, 0,59%com
com
deficiência
deficiênciamúltipla e 0,14%
intelectual, com
2,59% surdocegueira.
com transtorno global do desenvolvimento, 2,08%
com surdez,
É comum 1,1% com cegueira,
existirem 0,59% com
nas universidades deficiência
federais, múltipla dentro
normalmente e 0,14%dascom
pró-
-reitorias de assistência estudantil, os núcleos de acessibilidade. São órgãos com
surdocegueira.
a missão específica de desenvolver as ações de apoio e acolhimento para a PCD.
É comum existirem nas universidades federais, normalmente dentro
Objeto desses núcleos e desta parte do relatório, a deficiência por si traz à pessoa
dascom
que pró-reitorias de um
ela convive assistência
conjunto estudantil, os muitas
de privações, núcleosdelas
de acessibilidade.
relativas ao gozoSãodo
órgãos
direito com a missão
à educação. Assim, específica
poder-se-ia de desenvolver
concluir as ações
que as políticas de apoio es-
de assistência e
tudantil teriampara
acolhimento a totalidade
a PCD.dos (as) desses
Objeto estudantes com edeficiência
núcleos como
desta parte do público alvo,
relatório, a
independentemente
deficiência por si trazdeàquaisquer
pessoa querecortes.
com ela convive um conjunto de privações,
muitas delas relativas ao gozo do direito à educação. Assim, poder-se-ia
concluir que as políticas de assistência
97estudantil teriam a totalidade dos (as)
estudantes com deficiência como público alvo, independentemente de
quaisquer recortes.

Gráfico 58 - Percentual de estudantes PCD como DPP, ER e Cobertura e Cobertura da Assis-


Gráfico 58 - Percentual de estudantes PCD como DPP, ER e Cobertura e Cobertura da
tência Estudantil em 2018 Assistência Estudantil em 2018
100.00%
84.3% 80.7%
73.9% 70.2%
50.00%
35.0% 30.0%
0.00% 2.9% 0.2%
PCD Geral

DPP ER Cobertura AE Cobertura AE Acessibilidade

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
Fonte:
IFES V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
(2018).
IFES (2018).

OOGráfico
Gráfico58
58apresenta
apresentaumaumacomparação
comparação entre os os
entre percentuais
percentuaisde DPP, ER,
de DPP,
Cobertura da AEdae AE
ER, Cobertura Cobertura da AEda
e Cobertura deAE
acessibilidade para o para
de acessibilidade público em geral
o público eme
para as PCD. Estas são percentualmente mais representativas para todos os ín-
geral e para as PCD. Estas são percentualmente mais representativas para
dices, ou seja, são relativamente mais numerosas para as demandas potenciais
todos os índices, ou seja, são relativamente mais numerosas para as
(DPP e ER), bem como para a cobertura da Assistência Estudantil em geral e para
demandas
PCD. potenciais
Pensando (DPP e ER),
separadamente bem como
a demanda e apara a por
oferta cobertura da Assistência
AE, deve-se levar em
Estudantil
conta que seemtemgeral e para que
um público PCD. Pensando
cumula separadamente
duas condições a demanda
que reclamam e a
proteção
social. Estar
oferta por AE,nadeve-se
DPP oulevar
na ER emseria
contaa primeira
que se teme terum
deficiência seria
público que a segunda.
cumula duas
Além disto, que
condições as pessoas
reclamam comproteção
deficiência não só
social. portam
Estar na duas
DPP condições,
ou na ER mas seriaseu
a
perfil é mais volumoso em DPP e em ER do que o percentual geral. Assim sendo,
primeira e ter deficiência seria a segunda. Além disto, as pessoas com
estudantes com deficiência são um público prioritário relativamente mais numeroso.
deficiência não só portam duas condições, mas seu perfil é mais volumoso em
DPP eNoem tocante
ER àdooferta,
que também se apresentam
o percentual como um
geral. Assim contingente
sendo, mais repre-
estudantes com
sentativo do que o percentual geral. Quando se observa a proteção social genérica
deficiência são um público prioritário relativamente mais numeroso.
da Assistência Estudantil, encontram-se num patamar com 5 p.p. acima dos (as)
estudantesNo em geralàeoferta,
tocante quando a variável
também é especificamente
se apresentam como um a acessibilidade,
contingente maissua
cobertura é 14,5
representativo dovezes
que osuperior à média
percentual geral. geral.
Quando Obviamente,
se observaesta superioridade
a proteção social
da cobertura deste público não pode impressionar, pois ela está muito aquém da
genérica da Assistência Estudantil, encontram-se num patamar com 5 p.p.
demanda potencial. Para tornar mais clara a incompletude da ação, recomenda-se
acima dos (as) estudantes em geral e quando a variável é especificamente a
novamente um exercício com seus valores absolutos.
acessibilidade, sua cobertura é 14,5 vezes superior à média geral. Obviamente,
esta superioridade da cobertura deste público não pode impressionar, pois ela
está muito aquém da demanda potencial. Para tornar mais clara a
incompletude da ação, recomenda-se novamente um exercício com seus
valores absolutos.

98
106
Tabela 13 - Estudantes na condição de PCD conforme DPP, ER e cobertura da AE na modalida-
Tabela 13 - Estudantes na condição de PCD conforme DPP, ER e cobertura da AE na
de Acessibilidade em 2018 modalidade Acessibilidade em 2018

Déficit AE /
Déficit %

Déficit %

Déficit %
AE/Total

AE/Total

AE/DPP

AE/DPP

AE / AC

AE / AC
Déficit

Déficit
Total

DPP

AC
PCD 54.062 45.570 35.137 65% 27.902 61% 1.572 52.490 97,0%
Baixa visão /
33.871 29.020 22.068 65% 17.838 61% 383 33.488 98,8%
visão subnormal
Cegueira 616 556 389 63% 349 63% 59 557 90,4%
Deficiência
4.737 3.874 3.104 66% 2.385 62% 233 4.504 95,0%
auditiva
Surdez 1.164 967 713 61% 578 60% 165 999 85,8%
Surdocegueira 80 62 48 60% 35 56% 17 63 78,7%
Deficiência
7.724 6.725 5.199 67% 4.310 64% 559 7.165 92,7%
física
Deficiência
2.368 1.932 1.282 54% 959 50% 159 2.209 93,2%
Intelectual
Deficiência
332 267 205 62% 158 59% 42 290 87,3%
Múltipla
Transtorno
Global do
1.444 1.148 765 53% 553 48% 112 1.332 92,2%
desenvolviment
o
Altas
Habilidades / 3.508 2.453 2.479 71% 1.611 66% 50 3.458 98,5%
Superdotação
Fonte:
Fonte: VV Pesquisa Nacional de
Pesquisa Nacional de Perfil
PerfilSocioeconômico
Socioeconômicoe eCultural
Culturaldos
dos (as)
(as) graduandos
graduandos (as)
(as) dasdas
IFES
IFES(2018).
(2018).

A Tabela 13 ajuda a compreender as dimensões da demanda e oferta


A Tabela 13 ajuda a compreender as dimensões da demanda e oferta por
por assistência estudantil para o caso do público analisado. Do total de PCD
assistência estudantil para o caso do público analisado. Do total de PCD (54.062),
(54.062),
18.925 estão18.925 estão por
contempladas contempladas
algum tipo de por algum
política tipo de política
de permanência, de
no entanto
somente 1.572 são
permanência, atendidas
no entanto por ações
somente exclusivas
1.572 da modalidade
são atendidas Acessibilidade.
por ações exclusivas da
Isto representa
modalidade um déficit de cobertura
Acessibilidade. de mais
Isto representa umdedéficit
97%. deCom exceçãode
cobertura damais
surdo-
de
cegueira,
97%. Com todas as demais
exceção formas de deficiência
da surdocegueira, possuem
todas as demaisdéficits
formasem
de patamares
deficiência
muito semelhantes.
possuem déficits em patamares muito semelhantes.

99
Conclusões

Este Caderno Temático buscou produzir um levantamento do público alvo


da Assistência Estudantil nas IFES. Levando em consideração o que se propõe
no Decreto nº 7.234/2010, definiu-se como escopo o que se chamou de Demanda
Potencial Prioridade PNAES, compreendendo todo o corpo discente dos cursos
de graduação presencial que atendesse a uma das duas condições: ter trajetória
educacional exclusivamente em escolas públicas ou ter renda per capita mensal
familiar de até um salário mínimo e meio.

Quem e quantos são esses (as) estudantes? São 80,7% de todos (as) os (as)
estudantes das IFES, mas deste percentual somente 34,8% conta com acesso à as-
sistência estudantil. De forma aproximada, tem-se que de cada três estudantes que
correspondam à demanda potencial prioritária, somente um está atendido. Quando
a atenção ocorre, ela é sempre mais numerosa relativamente para estudantes de
maior vulnerabilidade de renda entre a DPP. Assim, pode-se atestar que a AE das
IFES atende majoritariamente a demanda prioritária com as menores faixas de renda,
mesmo que a fração da DPP com menor faixa de renda ainda tem a maioria de seu
público sem acesso.

No perfil geral da DPP, também pode-se dizer que pessoas do sexo feminino
são sempre proporcionalmente mais representativas do que o percentual geral entre
quem demanda e entre quem tem cobertura. Quanto ao critério racial, quase todos
(as) negros (as) ou indígenas fazem jus, prioritariamente, às políticas de assistência
estudantil. Apesar de apresentar consideráveis déficits de cobertura em relação à De-
manda Potencial Prioridade PNAES, a assistência estudantil nas IFES parece proteger
proporcionalmente mais os grupos cujos marcadores sociais sejam os critérios raciais.

Quanto ao critério regional, as constatações devem indicar à gestão do Minis-


tério da Educação que as desigualdades produzem uma composição demográfica
nas universidades distinta para cada estado da federação quando se busca a DPP.
Sem que se sacrifique quaisquer outros entes, o que o diagnóstico parece recomen-
dar passa pela implementação de políticas orçamentárias e de pessoal sensíveis à
composição demográfica das IFES em cada UF. A utilização de métricas únicas para
distribuir recursos entre as IFES sem se atentar para o tamanho do desafio que cada
uma precisa enfrentar tenderá a reproduzir as desigualdades regionais tal como se
encontram hoje.

100
Também foram observadas as demandas potenciais por área de atuação do
PNAES. Para este recorte, viu-se que existe uma relação entre a DPP e a quantidade
de refeições diárias ou onde são feitas as principais refeições. Fazer menos refeições
ou fazê-las nos RUs está associado à maior presença na DPP, maiores dificuldades e
sofrimentos emocionais, bem como maior ideação de abandono do curso. A proteção
para usuários (as) dos RUs não supera os 47% em ações genéricas e 31% em ações
da modalidade alimentação.

Para as ações de moradia, ficou patente que estudantes cuja moradia não é
feita com o núcleo familiar são numerosos na DPP, para dificuldades acadêmicas,
para sofrimento emocional e para ideação de abandono, muito embora também
participem mais de atividades acadêmicas de formação qualificada. Para esta de-
manda, a cobertura geral é inferior a metade do público e a cobertura específica
de moradia é de menos de 21%.

Em se tratando da modalidade transporte, evidencia-se que são percentual-


mente mais significativos (as) na DPP os (as) estudantes que se valem de trans-
porte público e locado, com maiores tempos e distâncias a serem deslocados para
se acessar a universidade. Já a cobertura geral da AE atinge relativamente mais
quem se desloca a pé e de bicicleta, para os extremos de tempo de deslocamento
e para a menor distância. Por fim, a cobertura exclusiva da modalidade transporte
é mais presente para usuários (as) de transporte coletivo, quem se desloca mais
de trinta minutos e cinco quilômetros.

Sobre a atenção à saúde e a despeito do que a intuição sugeriria, estudantes


que manifestaram problemas de saúde afetando o desempenho nos estudos não
tiveram sua participação em programas acadêmicos e de mobilidade internacional
privada em virtude de sua condição. Entretanto, para todos as dificuldades aca-
dêmicas, os sofrimentos emocionais, a ideação de abandono e o trancamento de
seu curso é maior do que o percentual geral.

São estudantes geralmente sedentários que recorrem majoritariamente ao


SUS para desenvolver algum tratamento específico. A cobertura da AE para este
público atinge aproximadamente 47% do público que manifesta problemas de
saúde em DPP.

Quando se trata da modalidade de esporte, fica patente que predomina a


fração sedentária. A ausência de prática de atividade física parece associada à
ideação de trancamento, às dificuldades de aprendizado e a todas as formas de

101
sofrimento emocional. Não obstante o quadro e as associações, a cobertura das
ações desta modalidade não supera 1,1% do público geral em DPP, mas é ainda
menor para quem mais precisa, atingindo 0,5%.

Sobre a questão cultural, das poucas variáveis de que se dispunha, se privi-


legiou a observação quanto o aumento de obras lidas. Viu-se que sua associação
com outras variáveis de envolvimento ou desempenho acadêmico são sutis com
os melhores índices. Isto ocorre para a menor ideação de abandono ou a maior
quantidade de horas dedicadas ao estudo extraclasse. O público coberto pela AE
de Cultura atinge um patamar pequeno e igual a 1% da DPP.

Naquilo que concerne às ações de creche, optou-se por estudar grupos de


discentes com filhos (as) até cinco anos e se descobriu que quanto menor o IDHM
do município em que o campus está localizado, maior o percentual de estudantes
com filhos até cinco anos. Também se constatou que este perfil discente está asso-
ciado a menores horas de estudo extraclasse, muito menor participação em ativi-
dades acadêmicas e maior ideação de abandono do curso. Quase 91,0% dos (as)
estudantes com filho (a) em idade pré-escolar (64.869 discentes) encontram-se na
DPP, todavia sua cobertura média está em patamar de até 2,7 p.p. abaixo da média.

No tocante à inclusão digital, constatou-se que o grau de domínio sobre compu-


tadores guarda alguma relação com estar ou não na DPP. Ter menor destreza neste
quesito implica ter mais estudantes naquela condição. E, curiosamente, a cobertura
das políticas de permanência não responde na proporção desta diferença. Não obs-
tante o número absoluto e relativo de estudantes sem experiência adequada para
manejo de computadores seja cada vez menor, as políticas de inclusão digital são
muito reduzidas em seu alcance, no número de pessoas atendidas e, surpreenden-
temente, relativamente menores para quem menos destreza tem com as máquinas.

Por seu turno, a modalidade de apoio pedagógico foi analisada à luz de quatro
variáveis: a dificuldade de aprendizado, a falta de disciplina ou hábito de estudo, a
carga excessiva de trabalhos estudantis e a relação professor (a) – estudante. O que
se pode perceber para as quatro dificuldades, seus estudantes sempre apresentam
proporções superiores às médias de ideações de abandono de curso, sobretudo
para estudantes com dificuldade de aprendizado ou com relação ruim com profes-
sores (as). As políticas de proteção especificamente no campo do Apoio Pedagógico
cobrem um número muito pequeno de estudantes. Para a totalidade da Demanda
Potencial Prioridade PNAES alcança somente 1,2%

102
Por fim, para a modalidade de acessibilidade, viu-se que estudantes na
condição de PCD são percentualmente mais representativas para todos os índi-
ces de demanda, ou seja, são relativamente mais numerosas para as demandas
potenciais (DPP e ER), bem como para a cobertura da Assistência Estudantil em
geral e para PCD. Ainda assim, a cobertura geral e específica fica muito aquém da
demanda potencial.

Com efeito, para encaminhar para o final desta conclusão, traz-se na sequên-
cia o gráfico que sinaliza a síntese das coberturas para cada demanda potencial.

Gráfico 59 - Síntese das coberturas da Assistência Estudantil nas IFES conforme as Demandas
Gráfico 59 - Síntese das coberturas da Assistência Estudantil nas IFES conforme as Demandas
Potenciais em 2018 Potenciais em 2018
22.4%
21.5%

25.00%
20.1%

20.00%

15.00%
10.5%

10.5%
10.1%

10.1%
9.5%

9.2%

10.00%
3.6%
3.5%

3.3%

5.00%
1.4%
1.3%
1.2%

1.2%
1.1%
1.1%

1.0%
1.0%
1.0%

0.5%
0.5%
0.5%

0.4%
0.4%
0.4%

0.2%
0.2%
0.2%
0.00%

Origem Escolar Renda até 1,5 SM DPP

Fonte: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES V
Fonte: (2018).
Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das
IFES (2018).

De forma geral, é possível indicar como síntese que aquilo que o PNAES
De forma geral, é possível indicar como síntese que aquilo que o
define como público alvo prioritário nas IFES corresponde a uma imensa maioria
PNAES define como público alvo prioritário nas IFES corresponde a uma
de estudantes. Sua condição de público alvo normalmente está agregada a um
imensa
conjuntomaioria de estudantes.
de privações Sua condição
e dificuldades de público
para realizar seus alvo normalmente
estudos está
e desenvolver
agregada a um conjunto
bom desempenho de privações
acadêmico. e dificuldades
A cobertura da proteçãopara realizar
social buscaseus estudos
responder a
esta
e demanda, sendo
desenvolver sensível, geralmente,
bom desempenho acadêmico.à lógica dos marcadores
A cobertura sociais
da proteção que
social
produzem
busca exclusões
responder sociais.
a esta Todavia,
demanda, para alguns
sendo casos
sensível, que apresentam
geralmente, à lógicamais
dos
vulneráveis, a proteção é menor do que para grupos menos demandantes ou para
marcadores sociais que produzem exclusões sociais. Todavia, para alguns
casos que apresentam mais vulneráveis, a proteção é menor do que para
103
grupos menos demandantes ou para regiões com DPP menor. Ainda assim,
regiões com DPP menor. Ainda assim, para todos os casos a amplitude coberta está
sempre abaixo da metade da Demanda Potencial Prioridade PNAES para ações
genéricas, e baixíssima para aquelas modalidades que não estão respondem aos
mínimos sociais (Alimentação, Moradia e Transporte).

Portanto, parece útil apontar para a necessidade de: 1) revisão da lógica


de distribuição de recursos orçamentários respeitando o volume, a natureza e a
distribuição das vulnerabilidades; 2) a realização de estudo sobre as equipes de
referência em assistência estudantil para o estabelecimento de quantidades e
perfis adequados às condições de vulnerabilidade; 3) a realização de revisão do
conteúdo do PNAES, observando seus limites e avanços para a composição de um
política nacional de assistência estudantil; 4) a incorporação da prática de análise,
acompanhamento e avaliação das políticas de assistência estudantil para melhorar
a precisão, eficácia e efetividade do programa; e 5) o desenvolvimento de novos
estudos sobre demanda potencial da assistência estudantil para além dos marcos
prioritários do PNAES;

104
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SOBRE O E-BOOK

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