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Dissertar
1. transitivo indireto
expor algum assunto de modo sistemático, abrangente e profundo,
oralmente ou por escrito; discorrer, discretear.
"no congresso, um conferencista dissertou sobre essa nova teoria"
Argumentar
1. intransitivo
apresentar fatos, ideias, razões lógicas, provas etc. que comprovem uma
afirmação, uma tese.
"o advogado argumentou com clareza"
Introdução
A introdução é o primeiro parágrafo do texto. Ela, em
geral, contém a tese: o ponto de vista inicial do autor
sobre o tema, expresso em uma frase. Pode ainda
contextualizar, explicar ou relativizar esse ponto de vista
inicial.
Exemplo 1
A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos
benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de
noticiários que mostram o que acontece de importante em
qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de
entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por
meio de filmes, debates, cursos.
DESEVOLVIMENTO
O desenvolvimento é uma sequência de argumentos
construídos a partir de informações, dados de
pesquisas, exemplos, testemunhos, conhecimentos,
etc. Para se buscar os argumentos adequados o
autor deve usar de estratégias argumentativas.
Essas estratégias argumentativas não devem ser
confundidas com argumentos. As estratégias são os
recursos de que o autor dispões para construir a
credibilidade, a aceitabilidade e a identificação com o
leitor no texto.
EXERCÌCIOS
Raimundo Nonato Leandro de Medeiros trabalha desde os 5 anos. Aos 45, é zelador de um
edifício na zona oeste de São Paulo, onde é funcionário há mais de duas décadas. Nos anos
1990, Medeiros saiu de um sítio da Paraíba para ser pedreiro nas obras da Faculdade de
Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec). “Eu até poderia ter tentado estudar alguma coisa
por ali, mas seria complicado, porque o trabalho ia das sete da manhã às cinco da tarde,
muitas vezes noite a dentro.” Teria sido mestre de obras, talvez? Engenheiro? “Quem sabe,
nunca tive muito tempo para pensar nisso”, responde ele, que ganha, em média, R$ 1.800 por
mês.
Na casa ao lado do prédio em que Medeiros mora vive Elington Fernandes, que também
trabalha há pouco mais de 40 anos. Aos 65, é engenheiro civil na empresa que abriu
quase duas décadas atrás. Filho de fazendeiros da Zona da Mata mineira, saiu da casa
dos pais na década de 1970 para estudar Engenharia na Universidade Federal de Juiz de
Fora. Quando se formou, em 1976, veio para São Paulo para trabalhar em uma empresa
que fazia obras para a Companhia Siderúrgica Paulista. “Eu sempre me esforcei muito,
até hoje não são raros os dias em que trabalho mais de 16 horas”, conta Fernandes, que
tem salário médio de R$ 15 mil. “Mas fui, sim, muito sortudo por ter nascido na família
em que nasci, que sempre me deu tudo.”
Vantagem na largada
Uma comparação que ajuda a entender o ponto de quem critica a meritocracia como
sistema de seleção e também por que ela tem relação com a desigualdade é que o
mercado de trabalho funciona como uma competição para a qual o participante começa
a se preparar desde a infância. As pessoas acumulam capital humano, termo usado por
economistas para denominar o conjunto de capacidades, competências e atributos de
personalidade que favorecem a produção de trabalho. Para isso, contam com três
recursos: os privados, os públicos e seus próprios talentos — daí a importância da
educação. Como os recursos públicos e, principalmente, os privados não são os
mesmos para todos, ao observar somente o final da corrida, o sistema privilegia poucos.
Ao aplicar essa lógica ao caso de Michelzinho, por exemplo, seria possível afirmar que
ele, que frequenta uma das melhores escolas da capital paulista — cuja mensalidade
pode passar de R$ 3 mil, quase três vezes a renda média per capita do país —, terá as
mesmas chances de ser bem-sucedido que um dos alunos de escolas públicas estaduais
que nem sequer têm merenda? De forma alguma, avalia o jornalista britânico James
Bloodworth, 33, autor do recém-lançado The Myth of Meritocracy: Why Working Class
Kids Still Get Working Class Jobs (“O Mito da Meritocracia: Por que Crianças da
Classe Trabalhadora Ainda Têm Empregos de Classe Trabalhadora”, sem previsão de
lançamento no Brasil). A motivação da pesquisa foi justamente sua experiência com o
sistema educacional britânico. Aos 16, ele saiu da escola e, para voltar a estudar aos 19
e poder fazer as provas para universidades, precisou pagar 900 libras esterlinas (cerca de
R$ 4,5 mil), por ser considerado um estudante “maduro”.
“Depois de pegar um empréstimo com minha avó, comecei a pensar: ‘Se eu não
conseguisse juntar esse dinheiro, nunca teria chegado aonde cheguei’”, conta. Na
divulgação do livro, meio sem querer, o jornalista provou seu ponto. Ao receber um
convite do site Huffington Post para escrever um artigo de graça, ele simplesmente
respondeu, no Twitter: “Acabei de escrever sobre a dificuldade que jovens da classe
trabalhadora têm em se dar bem em suas profissões por causa da proliferação do
trabalho não remunerado. Então, eis meu artigo: você faz parte do problema,
Huffington”.