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E. M.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – CAIC -

ATIVIDADES REMOTAS – PORTARIA CONJUNTA SEDUC/FUNEC Nº 26/JUNHO/2020 MANHÂ

ROTEIRO 08 DISCIPLINA: Português: 801, 802 e DATA: CARGA HORÁRIA:


803

01/08 à 31/08 PROFESSOR (A) Márcia Dias / 801- 802 TURMA: ATIVIDADE Nº:
Maria de Lourdes / 803

A Contra Argumentação
A contra argumentação (ou o contra-argumento) é uma parte fundamental na produção de textos
opinativos, sobretudo, dos textos dissertativos argumentativos. Ao contrário da Argumentação,
utilizada para expressar o ponto de vista do escritor e conferir maior propriedade nos textos, a
contra argumentação apresenta ideais opostas a argumentação.
Estrutura Textual
Para compreender melhor esse conceito, vale apresentar a estrutura básica dos textos:
● Introdução (Tese)
● Desenvolvimento (Antítese)
● Conclusão (Síntese e/ou Nova Tese)
Diante dessa estrutura, podemos afirmar que a contra argumentação é explorada sobretudo no
desenvolvimento do texto, também chamado de antítese ou anti-tese.
Para tanto, vale lembrar que a tese, apresentada na introdução do texto, refere-se ao assunto que
será explorado e a antítese, por sua vez, vem apresentar os argumentos a favor e contra a tese
inicial.
Dessa forma, ou seja, ao apresentar os argumentos a favor, bem como os contrários, o escritor do
texto apresenta um debate, oferecendo maior propriedade ao texto e garantindo sua persuasão
com os leitores.
Ou seja, a partir das ideias contrárias (contra-argumento) o escritor tece sua proposta que será
concluída no final do texto, apresentando geralmente uma nova ideia, ou seja, uma nova tese.

ATIVIDADE SOBRE CONTRA ARGUMENTAÇÃO


Os jovens e a violência: vítimas ou vilões?
A cada dia vemos crescer em nossas cidades as estatísticas de jovens envolvidos em situações de
violência. Basear o julgamento sobre a violência cometida por jovens no que ocorre atualmente no Rio de
Janeiro – e em muitas outras cidades do Brasil – é, no mínimo, simplista de nossa parte e acaba eximindo
a todos de uma ação realmente eficaz para a mudança de nossa realidade.
“Com justiça e igualdade acontecendo poderemos tentar descobrir quem é vilão e quem é vítima”
Os jovens são, sim, vítimas, pois há décadas o Estado priva a maior parte da população do acesso à
saúde, educação, cultura, saneamento básico e outros itens fundamentais à formação de um cidadão de
excelência. Noções de valores como respeito, educação, cordialidade, entre outras, há muito tempo foram
esquecidas ou menosprezadas. As cidades foram segmentadas entre os que têm e os que não têm direito
a itens fundamentais para um desenvolvimento pleno e sadio. Foram divididas entre os que podiam tudo e
os que não podiam nada. Tudo de melhor estava em uma parte da cidade e o restante ficava com o que
sobrava. Quem tinha tudo esqueceu que a outra parte da população crescia e, mesmo sem uma educação
de qualidade, começava a ter noções do que ocorria no resto do mundo graças à globalização e a difusão
das informações. Começaram a querer essas coisas também. E, se não podiam tê-las pelas maneiras
tradicionais, o fariam de alguma outra forma. Dariam um “jeito”, mesmo errado. Enquanto uns baseavam o
seu ser naquilo que tinham, outros o fizeram através do poder, pela força bruta.
Podemos pensar que são também vilões se lembrarmos que mesmo com tanta informação, bolsas, vagas
gratuitas, cursos, um jovem escolhe ficar nas ruas assaltando, roubando e matando. Se há tantos exemplos
de pessoas vencedoras que nasceram e cresceram em uma realidade de violência diária, escolher entre a
ilusão de poder de chefiar um grupo em sua comunidade através da violência ou crescer na vida com esforço
e trabalho parece uma decisão simples.
E para quem nasceu com segurança, teve uma educação formal razoável e uma estrutura psicológica e
familiar sólida. Porém, para quem cresceu e vive em total insegurança, em locais onde se dorme e acorda
ao som de tiros, estuda – isso quando o professor consegue chegar até a escola – muitas vezes abaixado
ou deitado no chão para se proteger de bala perdida, tem de esperar horas para ter acesso a tratamento
médico e é humilhado por atendentes, seguranças e enfermeiros, no limite de suas condições humanas por
causa do estresse, entre outras diversas questões, é difícil tomar a decisão mais correta e as escolhas feitas
nem sempre são as melhores.
Hoje temos diversas bolsas de auxílio para os jovens. Em cada comunidade há dezenas de projetos
sociais que prometem mudar a vida das pessoas. Vende-se uma falsa ideia de que quem mora em uma
favela tem direito a coisas que a classe média não tem.
Claro, há, sim, dezenas de oportunidades para qualquer indivíduo, seja ele de onde for. Porém, nem todos
cresceram em um ambiente que mostrasse o valor disso. Muitos cresceram ouvindo promessas e
experimentando atividades que iniciavam e não acabavam, acostumaram-se a cursos e aulas dadas de
qualquer maneira, sem despertar o real interesse dos alunos.
Quando aprendermos a tratar a todos da mesma forma teremos uma sociedade mais justa e igualitária.
Com justiça e igualdade acontecendo aí, sim, poderemos tentar descobrir quem é vilão e quem é vítima.
Marcelo Andriotti
RESPONDA ÀS QUESTÕES PROPOSTAS:
1) Após a leitura do texto responda:
a) De acordo com o texto, a cada dia vemos crescer em nossas cidades as estatísticas de jovens
envolvidos em situações de violência. Por que você acha que isso acontece?
b) Marcelo Andriotti apresenta dois pontos de vista em relação aos jovens serem vítimas ou vilões.
Explique com suas palavras os argumentos usados por ele para justificar porque os jovens são vítimas.
c) Com qual ponto de vista você concorda? O que afirma que os jovens são vilões ou o que afirma que
eles são vítimas? Por quê?
d) Você acha que o sol pode nascer para todos, ou seja, as boas oportunidades surgem para todos ou
apenas para pessoas que nasceram em uma vida estruturada financeiramente? Explique.
e) Será que o homem é corrompido pela sociedade, por exemplo: se eu nasci no meio de pessoas
corruptas , invejosas, rancorosas, amargas, fingidas, ladras, vou aprender a ser como elas ou não?
Comente.
f) O que é violência para você? Explique.
g) Esse texto é um artigo de opinião. Qual é a sua opinião em relação a jovens se envolverem em atos de
violências, que muitas vezes acabam matando pessoas inocentes?
h) O problema de tanta violência em nosso país está em quem? Na sociedade ou nos governantes?
Comente.
O DEBATE
Uma característica que nos faz seres únicos, dotados de opiniões próprias e críticos frente a uma realidade
que nos cerca é a interação que estabelecemos com nossos semelhantes, confrontando nossas ideias. Mas
há determinadas situações em que a espontaneidade cede lugar à formalidade, na qual os interlocutores
têm a oportunidade de discutir, apresentar argumentos e contra-argumentos acerca de um tema de interesse
coletivo. É o que chamamos de debate, bastante veiculado pelos meios de comunicação em geral. Neste
caso, há que se obedecer a certas regras preestabelecidas, onde um mediador tem a função de comandar
o debate, procurando manter o nível e a organização do mesmo. A linguagem que o perfaz geralmente é
caracterizada pela norma padrão. Assim sendo, o ato de debater proporciona-nos a liberdade de expormos
livremente nosso ponto de vista, como também compartilharmos com opiniões alheias, cuja intenção é, única
e exclusivamente, convencer ou sermos convencidos, mediante o confronto
de experiências. Seja qual for o resultado obtido em função deste, o compartilhar de ideias leva-nos ao
crescimento, tendo em vista que debater é modificar o outro e a nós mesmos, ampliando nossa visão de
mundo e, sobretudo, exercendo nossa cidadania.
O DEBATE REGRADO - Como é um debate regrado? Debate regrado é um gênero oral em que duas ou
mais pessoas se reúnem para conversar sobre duas ideias diferentes, levantando argumentos que defendam
a sua linha de pensamento. O debate é bastante comum durante campanhas políticas, em escolas,
faculdades e comunidades. O debate regrado, como o nome indica, segue determinadas regras que foram
dadas antes de o debate começar, como tempo de fala e direito a réplicas e tréplicas. Este tipo de debate é
muito comum durante o período eleitoral, onde os candidatos se reúnem e apresentam suas propostas de
governo.

2) ATIVIDADE SOBRE DEBATE


a) O que você entende por debate regrado? Qual é a intenção desse gênero?
b) Por que esse gênero tem o nome de debate regrado?
c) “O debate pertence ao gênero textual oral. ” Justifique a afirmativa explicando a diferença do
texto oral e texto escrito.
d) Há diferença entre conversa e debate ? Qual?
e) Marque a alternativa INCORRETA sobre debate regrado.
a) ( ) Não basta apenas ter uma opinião sobre um assunto, mas é preciso saber expor, falar
sobre a opinião.
b) ( ) O debate, além de desenvolver as capacidades argumentativas, contribui para cultivar
valores como respeito pela opinião do outro e cuidado com o ato da fala.
c) ( ) Não há como saber falar, saber posicionar-se se não for proporcionada aos alunos esta
possibilidade.
d) ( ) Este tipo de debate é proibido durante o período eleitoral.

3) Leia as afirmações a seguir:


I- Se os alunos não conseguem organizar sua fala para argumentar e opinar, não conseguirão
participar com sucesso de determinadas práticas sociais.
II- O objetivo do debate regrado é desenvolver estratégias argumentativas a serem utilizadas com
um gênero da modalidade oral.
III- O debate é uma atividade que decorre naturalmente da vida em sociedade e que nos permite
a troca de ideias, o confronto de pontos de vista e a reflexão.
IV- Argumentar no debate regrado é encontrar, a partir do raciocínio coletivo, soluções viáveis
para situações colocadas que estão sendo discutidas.
Marque a alternativa correta:
a) ( ) Estão corretas as alternativas I, III.
b) ( ) Estão corretas as alternativas I, II.
c) ( ) Estão corretas as alternativas II,III.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.

4) Considerando as afirmações sobre a realização de um debate regrado, marque (V) para


as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas falsas.
a) ( ) Durante o debate não se deve ironizar nem cortar a palavra.
b) ( ) O valor de um debate nunca reside no valor dos argumentos.
c) ( ) Não se deve ter receio de mudar de opinião no decorrer do mesmo se descobrirmos que o
ponto de vista defendido não é válido.
d) ( ) Mesmo que não se partilhe da opinião expressa, deve-se respeitá-la e ouvir atentamente o
que os outros têm para dizer.

5) Leia a expressão:
“O objetivo do debate regrado é desenvolver estratégias argumentativas a serem utilizadas não
em um gênero textual escrito, conforme já havia sido feito em sala de aula, mas com um gênero
da modalidade oral.”
Os termos destacados significam respectivamente:
a) ( ) tipo, empregadas, métodos
b) ( ) empregadas, tipo, métodos
c) ( ) métodos, empregadas, tipo
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.

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